Aula 5 - Pesquisa Operacional
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AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
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dias do mês, praticamente não há filas. Isto se deve ao fato de que os
pagamentos de salários, de impostos, de taxas e contas são concentrados em
determinados dias do mês, além do que as pessoas possuem o hábito de ir ao
banco no período de intervalo de almoço.
Outro setor que aparentemente podemos considerar como
subdimensionado é o sistema de transporte público, porque nos períodos de
início e término de expediente ocorre uma saturação de usuários nos
pontos/estações de ônibus e também nos ônibus. Ocorrem também filas nas
padarias, nos cinemas, nos supermercados... Esses diversos serviços podem
até ser aperfeiçoados, e o tempo de espera em fila, amenizado, no entanto
sempre haverá fila.
“Grandes ineficiências também ocorrem por causa de outros tipos de
espera, além daquelas de pessoas que esperam em fila. Por exemplo, deixar
máquinas à espera para ser reparadas pode representar perda de produção”,
além de veículos como navios e caminhões, que, se forem descarregados fora
do cronograma, atrasam os embarques seguintes (Hillier; Lieberman, 2010).
Assim, para melhor compreensão das situações comentadas
anteriormente, estudamos a teoria das filas, que tem por objetivo compreender
a dinâmica das filas e caracterizá-las por equações matemáticas. Uma vez que
o administrador compreender esta dinâmica, os fenômenos inerentes às filas,
poderá diagnosticar de forma apropriada se o sistema está saturado e,
consequentemente, se necessita ser adequado ou se as filas ocorrem como
consequência natural do processo randômico de chegada dos clientes, do
processo de atendimento etc.
Entretanto, a presente aula ter por objetivo fazer uma breve exposição
sobre filas, pois não será possível esgotar o tema. Assim, inicialmente será
apresentado um curto histórico, conceitos e áreas de aplicações da teoria das
filas. Em seguida serão explicados os elementos e as características de filas,
bem como a dinâmica da formação de filas, ampliando, posteriormente, os
conceitos básicos de filas. Por fim, será realizada uma introdução aos modelos
de filas.
A teoria das filas é um método analítico que aborda o assunto por meio
de fórmulas matemáticas (Prado, 2006) e “trata de congestionamento de
3
sistemas, cuja característica principal é a presença de ‘clientes’ solicitando
‘serviços’ de alguma maneira” (Andrade, 2009). Quando se refere a um sistema
de filas, basicamente se refere à existência de elementos (clientes) que estão
aguardando um posto de serviço (atendente) ficar disponível para serem
atendidos (Andrade, 2009). A seguir são apresentados histórico e conceitos
iniciais referentes à filas.
Aspectos históricos: A abordagem matemática de filas foi iniciada no
início do século XX (1908) em Copenhague, Dinamarca, por A. K. Erlang,
considerado o pai da teoria das filas, que estudou o problema de
redimensionamento de centrais telefônicas quando trabalhava em uma
companhia telefônica. Somente após a Segunda Guerra Mundial é que a teoria
foi aplicada a outros problemas de filas. Apesar do enorme progresso alcançado
pela teoria, inúmeros problemas não são adequadamente resolvidos (Prado,
2006).
O que são filas? A nossa rotina diária nos permite identificar exatamente
o que são filas. Nós entramos em uma fila para fazer retirada em um caixa
eletrônico, para pagar as compras em um supermercado, para comprar
ingressos em um cinema, para pagar o pedágio em uma rodovia e em tantas
outras situações. Filas também existem em ambientes de produção, tais como
de lingotes aquecidos em uma aciaria, esperando pelo serviço de lingotamento,
ou de caminhões em um serviço de terraplenagem, esperando, junto a uma
carregadeira, a vez de serem carregados.
Não é necessário que exista, na verdade, uma fila física de espera
formada em frente a uma estrutura física, parte da instalação de atendimento.
Pode ser o caso, por exemplo, de os integrantes da fila estarem dispersos por
certa área, à espera da chegada de um atendente, como máquinas que
aguardam conserto. Outro tipo de fila que não pode ser visualizada é uma lista
no computador referentes a pedidos de manufatura em uma fábrica de
geladeiras. Em outras situações, não há ordem de atendimento em razão de a
fila não estar materializada, “enfileirada”, mas sim dispersa, por exemplo
pessoas em uma barbearia, esperando por sua vez de cortar o cabelo, aviões
sobrevoando um aeroporto, esperando pela vez de aterrissar, ou navios
fundeados no litoral, esperando pela vez de atracar no porto para descarga/carga
(Prado, 2006; Hillier; Lieberman, 2010).
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Filas não são simpáticas. Certamente não é agradável permanecer em
uma fila e esperar pelo serviço (o desejo do cliente é ser imediatamente atendido
assim que chegar no local de serviço), e, quando a espera é longa, ficamos
irritados. Em consequência de nossas incômodas experiências em filas,
podemos evitar fazer compras em um determinado supermercado, até mesmo
realizando um deslocamento maior, bem como mudar a nossa conta bancária
para outra agência (ou banco) etc. Isso significa perda de faturamento para o
supermercado, para a agência (banco) ou para qualquer outra empresa.
Entretanto, apesar de não serem simpáticas e de causarem prejuízos, temos que
conviver com filas na vida real, visto ser financeiramente inviável
superdimensionar um sistema para que nunca ocorram filas. O que se tenta obter
é um balanceamento adequado que permita um atendimento aceitável pelo
melhor custo e o melhor benefício.
A existência de filas sempre ocorrerá nos mais variados ambientes, indo
de fábricas a supermercados, trazendo consigo o lado desfavorável do custo.
Por exemplo, nas fábricas, a existência de fila em um determinado equipamento
pode gerar aumento nos tempos do ciclo de produção, o que, por sua vez, pode
significar aumento nos custos e atrasos no atendimento aos pedidos dos clientes
(Prado, 2006).
A teoria das filas estuda a situação de “espera” nas mais variadas formas
e emprega “modelos de filas para representar os diversos tipos de sistemas de
filas (sistemas que envolvem filas do mesmo tipo) que surgem na prática. As
fórmulas para cada modelo indicam como o sistema de filas correspondente
deve funcionar”. Tais modelos são muito úteis para determinar como operar de
forma mais eficiente um sistema de filas (Hillier; Lieberman, 2010).
Aplicações: Andrade (2009) nos apresenta algumas aplicações da teoria
das filas em administração, as quais são listadas a seguir:
Saiba mais
Leia a introdução do capítulo 15 e o item 15.1 do Taha e procure
compreender o contexto dos problemas apresentados no ‘conjunto de
problemas 15.1A’. Disponível em:
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051503/pa
ges/247>.
TAHA, H. A. Pesquisa Operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2008.
Acesse o endereço a seguir e assista ao vídeo sobre teoria das filas:
<https://www.youtube.com/watch?v=uNkHa1g5Pwg>.
6
servidores (ou atendentes ou canais de serviço) e pode designar um médico,
um cais de atracação, uma máquina de lingotamento etc. Após o atendimento, o
cliente deixa o sistema de filas (Prado, 2006; Hillier; Lieberman, 2010).
7
(distribuição de Poisson), e uma hipótese equivalente é que a distribuição
probabilística do tempo entre as chegadas consecutivas possui uma
distribuição exponencial (Prado, 2006; Hillier; Lieberman, 2010). Um
processo de chegada regular, ou seja, aquele em que não existe nenhuma
variação entre os valores para os intervalos entre chegadas é raro de
acontecer, porém ocorre apenas em processos altamente automatizados.
Nesta situação, se dissermos que o intervalo entre chegadas é de 10
segundos, teremos que rigorosamente a cada 10 segundos chega um
novo cliente (Prado, 2006).
8
Existem situações em que o ritmo de chegada sofre variações durante o
dia. Por exemplo, em um banco a chegada de clientes é mais intensa no período
do almoço.
9
aumente o ritmo de chegada, podemos manter a qualidade do serviço
aumentando convenientemente o número de servidores. Esta é, portanto,
uma das características de uma fila que podemos utilizar par modelar um
sistema de filas. Na Figura 1, temos 3 servidores (Prado, 2006; Hillier;
Lieberman, 2010).
Disciplina da fila. A disciplina da fila se refere à ordem na qual
integrantes da fila são selecionados para atendimento. Normalmente,
para modelos de filas, adota-se a ordem de chegada, ou seja, “o primeiro
a chegar é o primeiro a ser atendido” (em inglês diz-se FIFO: First In First
Out). Outras disciplinas podem existir, tais como “último a chegar, primeiro
a ser atendido” (em inglês diz-se LIFO: Last In First Out), serviço por
ordem de prioridade, serviço randômico, prioridade de certas classes etc.
(Prado, 2006; Andrade, 2009; Hillier; Lieberman, 2010).
Medidas de efetividade de um sistema. No estudo de um sistema,
podemos determinar várias medidas de desempenho do sistema, como
as apresentadas a seguir. A escolha do parâmetro depende do objetivo
do estudo (Prado, 2006; Andrade, 2009).
Tamanho médio da fila. Basicamente, é o número médio de clientes
existentes em uma fila, por uma unidade de tempo, e, via de regra, é a
principal referência que consideramos para decidir qual fila escolheremos.
Por exemplo, considere que um cliente em um supermercado deseja
chegar e ser atendido de imediato pelo caixa (fila zero), mas, como isto é
raro de ocorrer, ele escolhe efetuar o pagamento em um caixa que possua
a menor quantidade de clientes em fila. Quando uma fila é de um tamanho
razoável (digamos 10 clientes), intuitivamente sabemos que o tempo de
espera na fila será longo. Assim, o supermercado dimensiona a
quantidade de caixas de modo que, a qualquer momento, os clientes não
sintam um grande desconforto ao escolher uma fila (Prado, 2006).
Tamanho máximo da fila (Prado, 2006). Quando os clientes devem
esperar, alguma área de espera deve existir, por exemplo: cadeiras para
os clientes a espera de caixa livre em um banco; caminhões
embarcando/desembarcando mercadorias em um CD etc. De forma
pragmática, na vida real, os sistemas existentes são dimensionados para
uma certa quantidade máxima de clientes em espera, a partir do
conhecimento empírico, ou seja, da experiência. Quando existe um
10
crescimento na demanda, faz-se uma ampliação do serviço de
atendimento, também, baseada na experiência empírica do
funcionamento daquele sistema. Além disso, podem-se observar
situações nas quais um novo cliente que chega pode ser recusado,
devendo tentar novamente em outro instante (exemplo: agendamento de
consulta médica).
Tempo médio de espera na fila (Prado, 2006). Esperar em fila pode
gerar irritação, pois cada cliente possui uma expectativa de tempo a ser
gasto em uma fila. O ideal é que não houvesse tempo de espera, o que
nem sempre é possível do ponto de vista econômico. Se entrarmos numa
fila com 10 pessoas à nossa frente, o tempo de espera será igual ao
somatório dos tempos de atendimento de cada um dos clientes à nossa
frente ou, possivelmente, será igual a 10 vezes a duração média de
atendimento. Tal como o tamanho médio da fila, o tempo médio de espera
depende dos processos de chegada e de atendimento.
Ocupação do posto de atendimento (Andrade, 2009). Pode-se verificar
pelo percentual de tempo ocioso/ocupado se o posto de atendimento está
superdimensionado ou subdimensionado.
Tempo médio no sistema (Andrade, 2009). É a média dos tempos gastos
pelo cliente desde o instante de sua entrada até o momento de sua saída
do sistema. Esta medida é significativa quando se contextualiza uma
operação dentro de um período de jornada de trabalho de 8 horas/dia. Um
tempo médio acima de 8 horas/dia pode implicar em custos adicionais ou
na necessidade de criar novos turnos de trabalho, o que também gera
custos adicionais.
Saiba mais
Leia o Item 15.2 do Taha e procure resolver o conjunto de problemas
15.2ª. Disponível em:
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051503/pa
ges/249>.
TAHA, H. A. Pesquisa Operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2008.
Acesse o endereço a seguir e assista ao vídeo sobre Sistemas de Filas:
<https://www.youtube.com/watch?v=gegv9FkGctQ>.
11
TEMA 3 – A DINÂMICA DE UMA FILA
Cliente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Média
Intervalo de chegada
2 3 3 3 5 0 1 5 1 4 1 2 2,5
(min)
Momento: chegada de
3 6 9 12 17 17 18 23 24 28 29 31
um novo cliente (min)
Observe que o valor zero referente ao sexto cliente significa que ele
chegou junto com o quinto cliente no início do 17º minuto. A linha “Momento”
significa o instante da chegada do novo cliente, obtido a partir de acumulações
da linha “Intervalo” acrescido de 1, para significar o início do próximo intervalo
de tempo. Assim, o primeiro cliente chegou no início do 3º minuto, o segundo
cliente chegou no início do 6º minuto, o terceiro cliente chegou no início do 9º
minuto etc.
12
O valor médio dos intervalos de chegada dos clientes é de 2,5 minutos
(que é a soma de todos os intervalos de chegada, dividido pelo número de
clientes), e, portanto, o sistema acima (fila do caixa) funcionou com um ritmo
médio de 24 chegadas por hora, já que chegaram 12 clientes em 30 minutos, ou
seja, λ = 30 clientes por hora, e TA = 2 minutos.
Cliente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Média
Duração
1 2 1 1 3 2 1 4 2 3 1 3 2
(min)
1 2 3 4 5 8 12
6 9
7 10
11
5 10 15 20 25 30 35
7 12
FILA
6 9 10 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
13
O 1º cliente chegou à fila da padaria no início do 3º minuto, e seu
atendimento durou 1 minuto (e, consequentemente, encerrou-se no final
do 3º minuto);
O 5º cliente chegou à fila da padaria no início do 17º minuto, e seu
atendimento durou 3 minutos (e, assim, encerrou-se no final do 19º
minuto);
O 6º cliente chegou à fila da padaria simultaneamente com o 5º cliente,
no 17º minuto, e, então, teve que esperar na fila até completar o
atendimento do 5º cliente (3 minutos), o que ocorreu no final do 19º
minuto. Então, no início do 20º minuto, foi iniciado o atendimento do 6º
cliente, que se estendeu até o final do 21º minuto;
O 7º cliente chegou à fila da padaria no 18º minuto e encontrou o caixa
ocupado (em atendimento ao 5º cliente). Além disso, o 6º cliente também
estava na fila. O atendimento do 7º cliente se iniciou no 22º minuto e durou
1 minuto;
Além dos clientes de número 6 e 7, também os clientes de número 9, 10,
11 e 12 tiveram que esperar na fila;
O último cliente (12º) saiu do atendimento no final do 35º minuto.
A partir da Figura 2, obtiveram-se os tempos em fila de cada cliente,
conforme apresentado na Tabela 3.
Cliente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Média
Tempo de
0 0 0 0 0 3 4 0 3 1 3 2 1,33
Fila (min)
Dos tempos de fila acima, pode-se concluir o seguinte: 35º minuto: saída
do último cliente
o Total de clientes atendidos: 12;
o Tempo Médio na Fila (TMF) = (3+4+3+1+3+2) / 12 = 16/12 = 1,33
minutos;
o Número Médio na Fila (NMF) = (3+4+3+1+3+2) / 35 = 16/35 = 0,46
clientes
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Ou seja, a capacidade de atendimento (µ) é superior ao ritmo de chegada
(λ). Mesmo assim, houve formação de fila. A formação de filas ocorre porque
os clientes não chegam ao caixa em tempos fixos e regulares de 2,5 minutos,
mas de forma randômica. Portanto, pode-se concluir que, quando µ > λ,
provavelmente ocorrerá a geração de fila, e quando µ ≤ λ, certamente haverá
fila.
Ao se analisar a aleatoriedade do processo, verifica-se que:
15
A chegada em determinado instante de mais clientes do que a capacidade
de atendimento daquele momento, gerando filas temporárias;
O tempo de atendimento de um determinado cliente pode ser muito
superior à média, obrigando os clientes que chegam posteriormente a
ficarem em fila.
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menor, poucos clientes seriam observados e provavelmente
encontraríamos um valor diferente para o tempo médio de espera na fila.
Tipo de fila e quantidade de servidores. Quando desejamos definir a
estrutura de um sistema, podemos optar pelas seguintes formas de
atendimento:
• uma única fila e um único servidor;
• uma única fila e diversos servidores;
• diversas filas e os correspondentes servidores;
• filas especiais;
• alteração dinâmica no sistema de atendimento.
Cada opção acima possui seus prós e contras. Por exemplo, quando
houver uma situação em que a distribuição do tempo de atendimento aos clientes
pode variar significativamente, com atendimento de clientes acima da média,
como acontece em bancos, nos Correios etc., é mais adequado optar pela fila
única e com diversos atendentes.
Por vezes, é mais apropriado modificar dinamicamente a quantidade de
atendentes conforme aumenta ou diminui o fluxo de chegada de clientes. Essas
situações são comuns em supermercados e em bancos, que empregam essa
estratégia, tornando disponíveis atendentes extras nos horários de pico.
Na verdade, podemos observar que os supermercados adotam diferentes
estruturas de sistema para prestar um bom serviço de atendimento, entre as
quais o uso de “caixas expressos”, para conquistar clientes que desejam comprar
poucos itens e que não se sujeitariam a filas morosas para adquiri-los.
Assim, pode-se concluir que a escolha entre diversas opções
apresentadas dependerá das características do estabelecimento e do sistema
em estudo, pois a solução que pode ser apropriada para uma situação pode não
ser para outra.
Saiba mais
Acesse o endereço a seguir e assista a um pouco mais sobre teoria das
filas: <https://www.youtube.com/watch?v=WiXJaX-Ybls>.
17
“variáveis randômicas fundamentais”, as quais, por sua vez, caracterizam o
comportamento do sistema de filas e, por conseguinte, fornecem subsídios para
as correções que se fizerem necessárias.
Variáveis randômicas fundamentais (Prado, 2006). Consideremos o
sistema de filas da Figura 3, que possui uma situação estável (os valores de 𝜆 e
𝜇 não se alteram), na qual clientes chegam, entram em fila e aguardam o
atendimento por um dos “c” servidores existentes.
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Variáveis referentes ao processo de atendimento:
Relações básicas:
• NS = NF + NA
• TS = TF + TA
• NA = λ/μ = TA / IC → NS = NF + NA = NF + (λ/μ) = NF + (TA / IC)
Nome Fórmula
1
Intervalo entre chegadas IC =
𝜆
1
Tempo do atendimento TA =
𝜇
𝜆
Taxa de utilização dos atendentes 𝜌=
c𝜇
𝜆 TA
Intensidade de tráfego 𝑖=| |=| |
𝜇 IC
𝜆
NA =
𝜇
𝜆
NS = NF + NA ∴ NF = NS −
Relações entre fila, sistema e 𝜇
atendimento 𝜆 TA
NS = NF + = NF +
𝜇 IC
1
TS = TF + TA ∴ TF = TS −
𝜇
Fórmulas de Little NF = 𝜆 ∙ TF
NS = 𝜆 ∙ TS
1 1
TA = 𝜇 = 25 = 0,04
20
Saiba mais
Leia o Item 15.6.1 do Taha para ampliar seu conhecimento sobre
medidas de desempenho. Disponível em:
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051503/pa
ges/257>.
TAHA, H. A. Pesquisa Operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2008.
Acesse o endereço a seguir e assista ao vídeo sobre modelos de filas:
<https://www.youtube.com/watch?v=BY15B5dnZUQ>.
TEMA 5 – MODELOS
22
Figura 4 – Representação do Modelo de Fila M/M/1
estáveis exigem 𝜆 < 𝜇, tem-se 𝜌 < 1. Observe que, quando 𝜌 tende para 1, ou
seja, quando se aproxima de valores muito próximos a 1, a fila tende a aumentar
infinitamente, o que pode ser comprovado a partir da equação:
𝜆2
2 2
𝜆 𝜆 𝜌2 𝜇2𝜌2
NF = = 2 = = =
𝜇(𝜇 − 𝜆) 𝜇 − 𝜇𝜆 𝜇 2 𝜇𝜆 1 − 𝜆 1 − 𝜌
− 𝜇
𝜇2 𝜇2
23
forma exponencial (o que pode ser comprovado), isso significa que isso também
ocorrerá com o tempo de fila (TF) e com o tempo no sistema (TS).
Exemplo: contratação de um reparador (Prado, 2006). Uma empresa
deseja contratar um reparador para efetuar manutenção em suas máquinas, as
quais estragam a um ritmo de 3 falhas/hora. A empresa se deparou com 2
opções de contratação: um reparador lento, que é capaz de consertar a um ritmo
de 4 falhas/hora, ou um reparador rápido, que é capaz de consertar a um ritmo
de 6 falhas/hora. O salário/hora do reparador lento é de $3,00, e o do reparador
rápido é de $5,00. Qual contratação deve ser efetuada para que o custo total
(reparador + máquina parada) seja mínimo? Sabe-se que uma máquina parada
implica um custo horário de $5,00.
Solução: para calcular o custo das máquinas paradas, devemos calcular
o número médio de máquinas paradas (NS).
a. Reparador lento
λ 3
NS = μ−λ = 4−3 = 3 máquinas
Saiba mais
Leia a introdução do Item 15.6 do Taha e se familiarize com as notações
empregadas pelo autor para caracterizar os sistemas de filas. Disponível em:
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051503/pa
ges/81>.
Leia também o item 15.6.2 do Taha para conhecer mais sobre modelos com
um único servidor. Disponível em:
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051503/pa
ges/257>.
TAHA, H. A. Pesquisa Operacional: uma visão geral. 8. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2008.
Acesse o link a seguir e assista ao vídeo sobre modelos de filas:
<https://www.youtube.com/watch?v=Ujk_x5Owxoo>.
NA PRÁTICA
25
para a atividade realizada pelo professor que elaborou o presente caso de
ensino.
Orientações para realizar a atividade:
𝜆 = 3 máquinas/semana;
𝜇 = 6 máquinas/semana;
𝐾 = 6 máquinas
6 6−0
( ) (2)6 64
Para 𝑛 = 0: P0 = 3
6 𝑗
= (2)𝑗
= 20 21 22 23 24 25 26
=
( ) 6!∙(∑6𝑗=0 ) 6∙5∙4∙3∙2∙1∙( + + + + + + )
(6−0)!∙(∑6𝑗=0 3 ) 𝑗! 0! 1! 2! 3! 4! 5! 6!
𝑗!
64 64
1 2 4 8 16 32 64 = 8 16 32 64 =
720∙( + + + + + + ) 720∙(1+2+2+ + + + )
1 1 2∙1 3∙2∙1 4∙3∙2∙1 5∙4∙3∙2∙1 6∙5∙4∙3∙2∙1 6 24 120 720
64 64 64
= 720∙(7,3555) = 5295,99 = 0,012
720∙(1+2+2+1,333+0,666+0,266+0,088)
26
6 6−1
( ) (2)5
Para 𝑛 = 1: P1 = 3
6 𝑗
= 20 21 22 23 24 25 26
= 0,0362
( ) 5∙4∙3∙2∙1∙( + + + + + + )
(6−1)!∙(∑6𝑗=0 3 ) 0! 1! 2! 3! 4! 5! 6!
𝑗!
Para 𝑛 = 2: P2 = 0,0906
Para 𝑛 = 3: P3 = 0,1812
Para 𝑛 = 4: P4 = 0,2719
Para 𝑛 = 5: P5 = 0,2719
Para 𝑛 = 6: P6 = 0,1359
𝜆+𝜇
b. Número médio de máquinas à espera de conserto: NF = K − [ ∙
𝜆
3+6
(1 − 𝑃𝑜 )] = 6 − [ ∙ (1 − 0,01208)] = 3,036
3
𝜆+𝜇 𝜆
c. Número médio de máquinas paradas: NS = 𝐾 − [ ∙ (1 − 𝑃𝑜 )] + 𝜇 = 6 −
𝜆
3+6 3
[ ∙ (1 − 0,01208)] + 6 = 3,536
3
𝐾 (𝜆+𝜇)∙(1−𝑃𝑂 ) 1 6
d. Tempo médio por máquina parada: TS = −[ ]+𝜇 =3−
𝜆 𝜆2
(3+6)∙(1−0,01208) 1
[ ] + 6 = 1,1786 semanas
32
𝐾 (𝜆+𝜇)∙(1−𝑃𝑂 ) 6
e. Tempo médio de espera por máquina: TF = −[ ]=3−
𝜆 𝜆2
(3+6)∙(1−0,01208)
[ ] = 1,012 semanas
32
FINALIZANDO
O tema principal abordado nesta aula foi teoria das filas. Inicialmente
apresentamos breve histórico, conceitos e situações de aplicações. Em seguida
vimos os elementos e as características de filas. Posteriormente, destacamos a
dinâmica existente na formação de filas, além de realizar uma abordagem
matemática das variáveis randômicas existentes e que caracterizam um sistema.
Por fim, fizemos uma introdução aos modelos de filas, apresentando a
nomenclatura empregada e a formulação matemática de um sistema composto
por uma fila e um servidor.
O caso de ensino proposto tem por objetivos fazer o aluno identificar as
características do sistema de fila e empregar as fórmulas matemáticas
pertinentes.
27
REFERÊNCIAS
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