Avaliação Hídrica Subterrânea Do Aqüífero Cristalino Na Região Metropolitana de Curitiba-Pr
Avaliação Hídrica Subterrânea Do Aqüífero Cristalino Na Região Metropolitana de Curitiba-Pr
Avaliação Hídrica Subterrânea Do Aqüífero Cristalino Na Região Metropolitana de Curitiba-Pr
ABSTRACT --- The population of the metropolitan region of Curitiba has faced many difficulties
as regards the supply of drinking water. The river springs water, usually scarce, are fully captured,
while still offering relatively water quality for human consumption. This paper presents a partial
and preliminary evaluation of groundwater resources of the region, as an alternative to local water
shortages. In addition to inexpensive and rapid implementation in its logistical and financial aspect,
the groundwater resources are up, usually in water of good quality. The geostatistical processing of
hydrogeological data from 276 deep tube wells allowed the mapping of water availability for the
Crystalline Aquifer, the underlying sediments Guabirotuba or in these surroundings. The map of
flow showed that the largest flows are closely associated with zones of fracture and the lithological
boundaries, preferably along the axis coincident with northwest edge of the basin, according to the
NNE-SSW direction. This region is under several major structural lineaments, which shifts by
normal faults, are the main tectonic movements responsible for the structuring of the basin. The
largest flow was found 44m³/h, and the average flow is 5.94 m³/h.
1
Departamento de Geociências do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]
2
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo.
1. INTRODUÇÃO
Sendo assim, entre os poucos trabalhos publicados, podemos apontar o de Nogueira Filho
(1997) que estudou, especificamente, a hidrogeologia na área de abrangência de toda a Bacia
Sedimentar de Curitiba. Ele observou uma íntima relação entre a disposição dos sedimentos e a
estruturação regional cristalina, que também refletiu no comportamento hidrogeológico da área em
apreço.
Ainda nessa linha, Rosa Filho e Archela, têm procurado ressaltar as potencialidades hídricas
subterrâneas, alertando para sua real contribuição como manancial hídrico alternativo para fazer
frente à crescente escassez de água potável na Região Metropolitana de Curitiba (ARCHELA, 2004
e 2006; ROSA FILHO, 1993 e 1997; GIRÃO NERY & ROSA FILHO, 1994; ROSA FILHO et al.,
1996).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
h
Z(x) Z(x+h)
¦ [Z(x h ) Z( x )]
1
2J (h ) 2
n i 1
onde:
2J(h) é a função variograma; n é o número de pares de pontos separados por uma
distância h;
Z(x+h) é o valor da variável regionalizada no ponto (x+h);
Z(x) é o valor da variável regionalizada no ponto x.
Ou pela simplificação da função:
N (h )
¦ >Z ( x Z ( x i h ) @2
1
J (h ) i)
2 N (h ) i 1
onde:
J (h) é o valor do semivariograma estimado para a distância h;
x é a medida de posição;
h é a distância entre medições.
O modelo de semivariograma representa a estrutura de correlação espacial que será usada nos
procedimentos de krigagem e simulação.
Denomina-se de Analise Estrutural à análise e ajuste de um semivariograma experimental a
um teórico, o qual pode ser representado pelo gráfico a seguir:
onde:
J(h) é a semivariância;
Co é o efeito pepita;
C é a semivariância estrutural ou espacial;
C+Co é o patamar ou soleira;
A é o alcance.
O “efeito pepita” (Co) corresponde à cota do ponto onde o semivariograma corta o eixo das
ordenadas. Esse ponto reflete as microestruturas não captadas pela menor escala da amostragem,
erros de amostragem, de análises laboratoriais, etc.
O “alcance” (A) corresponde ao conceito da “Zona de Influência” ou de “Dependência
Espacial” de uma amostra, marcando a distância a partir da qual as amostras tornam-se
independentes.
O “patamar” (C+Co) corresponde ao ponto onde toda semivariância da amostra é de
influência aleatória.
Quando o “efeito pepita” (Co) for aproximadamente igual ao patamar (C+Co), denominamos
de “efeito pepita puro”, e a amostra não recebe influência espacial.
A técnica da confecção dos mapas de isolinhas, onde são geradas estimativas de dados de
pontos não amostrados a partir de pontos amostrados, é denominada de interpolação de dados. A
Krigagem constitui-se num excelente método de interpolação de dados, pois, faz uma descrição
mais acurada da estrutura espacial dos dados e produz valiosa informação sobre a distribuição da
estimativa do erro.
Landim (1998) descreve a Krigagem como uma série de técnicas de análise de regressão que
procura minimizar a variância estimada, a partir de um modelo prévio, que leva em conta a
dependência estocástica entre os dados distribuídos no espaço.
Rossi et al. (1994, in ZIMBACK, 2003), destaca três características que distinguem a
Krigagem dos outros métodos de interpolação: 1ª) a Krigagem pode fornecer uma estimativa que é
maior ou menor do que os valores da amostra, sendo que as técnicas tradicionais estão restritas à
faixa de variação das amostras; 2ª) enquanto os métodos tradicionais usam distâncias Euclidianas
para avaliar as amostras, a Krigagem tem a vantagem de usar a distância e a geometria (relação de
anisotropia) entre as amostras; 3ª) diferente dos demais métodos, a Krigagem leva em conta a
minimização da variância do erro esperado, por meio de um modelo empírico da continuidade
espacial existente ou do grau de dependência espacial com a distância ou direção, isto é, através do
variograma, covariograma ou correlograma.
A Krigagem Ordinária, que é a variação mais utilizada da Krigagem simples, é descrita como
^
sendo o valor interpolado Z x 0 de uma variável regionalizada Z, num local xo; podendo ser
determinada por:
¦ ª«¬O Z x º»¼
^
Z x0
i i
i 1
onde:
^
Z x0
é o valor estimado para o local xo não amostrado;
O sistema de Krigagem Ordinária tem solução única se o modelo de variograma for válido. A
Krigagem, além de ser um estimador não tendencioso, é um interpolador exato, isto é, se o ponto a
ser estimado coincidir com um dos pontos amostrados, o valor estimado deverá ser igual ao valor
amostrado (YAMAMOTO, 2000).
O mapa de vazões para o Embasamento Cristalino (Figura 4) elaborado por krigagem revelou
uma tendência geral de aumento das vazões, preferencialmente, junto ao eixo coincidente à borda
noroeste da bacia, segundo a direção NNE-SSW.
Essa região encontra-se sob vários lineamentos estruturais importantes, cujos deslocamentos,
através de falhas normais, são os principais movimentos responsáveis pela estruturação tectônica da
bacia. Como em meios não porosos, as águas subterrâneas circulam através das descontinuidades, já
era previsto que as maiores vazões estariam relacionadas a essas zonas de cisalhamentos.
Figura 4 – Mapa de vazões do Aqüífero Embasamento Cristalino.
Mesmo aqueles núcleos de maiores vazões localizados sobre os sedimentos, na região centro-
oeste da Bacia Sedimentar de Curitiba, estão associados a lineamentos de falha ou fratura inferidas.
Nessa mesma região, já sobre o Embasamento Cristalino, pode-se observar um importante setor
com altas vazões que estão associadas a lineamentos e contato litológico entre migmatitos
embrechíticos epibolíticos e migmatitos estromáticos.
A maior vazão encontrada foi de 44m3/hora; porém, a média das vazões corresponde a
5,94m3/hora. Essa discrepância pode ser explicada devido a grande parte dos poços terem sido
perfurados em locais estruturalmente sem descontinuidades; ou seja, fora das zonas de fraturamento
ou cisalhamento. Nessas regiões “impróprias” os poços normalmente apresentam baixas vazões, o
que faz diminuir a média geral.
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS