98 UC4 Corte e Dobra de Aço

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Construção Civil - Edificações

CORTE
E DOBRA
DE AÇO
Construção Civil - Edificações

CORTE
E DOBRA
DE AÇO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Construção
Série
Civilmeio
- Edificações
ambiente

CORTE
E DOBRA
DE AÇO
© 2018. SENAI – Departamento Nacional

© 2018. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do


SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Corte e dobra de aço / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional da Bahia. Brasília: SENAI/DN, 2018.
130 p.: il. - (Série Construção Civil - Edificações).

ISBN 978-852018023-5

1. Armação de ferro. 2. Corte e dobra. 3. Elementos estruturais.


4. Segurança do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional da Bahia. II. Título. III. Série.

CDU: 624.03

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Central de armação......................................................................................................................................17
Figura 2 - Fluxo de atividades em uma Central de Armação.............................................................................18
Figura 3 - Plantas da Central de Armação................................................................................................................19
Figura 4 - Recebimento de material pré-fabricado em central de armaduras............................................20
Figura 5 - Situações de Risco.........................................................................................................................................23
Figura 6 - Placas de sinalização....................................................................................................................................25
Figura 7 - Bancada de corte de aço............................................................................................................................29
Figura 8 - Bancada com pinos de dobramento......................................................................................................30
Figura 9 - Guilhotina........................................................................................................................................................31
Figura 10 - Policorte.........................................................................................................................................................32
Figura 11 - Pinos................................................................................................................................................................32
Figura 12 - Chaves.............................................................................................................................................................33
Figura 13 - Armador de ferro trabalhando em bancada com os devidos EPI.............................................36
Figura 14 - Estoque de aço............................................................................................................................................39
Figura 15 - Condicionamento do material...............................................................................................................40
Figura 16 - Recebimento dos vergalhões de aço..................................................................................................41
Figura 17 - Estoque de barras de aço.........................................................................................................................43
Figura 18 - Armazenagem de aço...............................................................................................................................44
Figura 19 - Descarga e verificação de vergalhão...................................................................................................51
Figura 20 - Estoque do aço próximo ao local de utilização das barras..........................................................53
Figura 21 - Canteiro de obras........................................................................................................................................54
Figura 22 - Transporte vertical......................................................................................................................................54
Figura 23 - Grua.................................................................................................................................................................55
Figura 24 - Minigrua.........................................................................................................................................................56
Figura 25 - Guindaste fixado ao solo e guindaste móvel em caminhão.......................................................56
Figura 26 - Empilhadeira................................................................................................................................................57
Figura 27 - Elevador monta carga...............................................................................................................................57
Figura 28 - Movimentação manual de carga..........................................................................................................58
Figura 29 - Operador de grua.......................................................................................................................................59
Figura 30 - Elementos estruturais da edificação....................................................................................................63
Figura 31 - Elementos estruturais com concreto armado..................................................................................64
Figura 32 - Ferro entre os pinos...................................................................................................................................65
Figura 33 - Gancho na marca........................................................................................................................................66
Figura 34 - Parte dobrada na marca...........................................................................................................................66
Figura 35 - Elementos estruturais - Edifício.............................................................................................................67
Figura 36 - Elementos estruturais...............................................................................................................................68
Figura 37 - Etiquetas de certificação do aço...........................................................................................................69
Figura 38 - Informações nominais da barra.............................................................................................................70
Figura 39 - Telas de aço soldadas................................................................................................................................71
Figura 40 - Modelo de planta de locação de sapatas e pilares.........................................................................80
Figura 41 - Exemplo de armação de pilares e sapatas.........................................................................................81
Figura 42 - Detalhe dos estribos dos pilares...........................................................................................................82
Figura 43 - Planta de armação de vigas em corte - 1 ..........................................................................................83
Figura 44 - Planta de armação de vigas em corte - 2...........................................................................................83
Figura 45 - Detalhe de um estribo .............................................................................................................................84
Figura 46 - Detalhe de uma viga.................................................................................................................................84
Figura 47 - Projeto armadura lajes L8 e L9...............................................................................................................85
Figura 48 - Detalhe do projeto e perspectiva de uma estrutura com indicação das lajes L8 e L9......86
Figura 49 - Modelo de ordem de serviço.................................................................................................................87
Figura 50 - Cronograma de obra.................................................................................................................................89
Figura 51 - Segurança no trabalho - EPI....................................................................................................................93
Figura 52 - Tipos de luvas – EPI................................................................................................................................. 101
Figura 53 - Ergonomia.................................................................................................................................................. 102
Figura 54 - Trabalho em altura.................................................................................................................................. 103
Figura 55 - Sistema de Gestão Integrado - SGI.................................................................................................... 107
Figura 56 - Ferramentas da qualidade.................................................................................................................... 108
Figura 57 - Fluxograma processo de corte, dobra, transporte e montagem das armaduras dos pi-
lares............................................................................................................................................................... 109
Figura 58 - Diagrama de causa e efeito.................................................................................................................. 109
Figura 59 - Folha de verificação................................................................................................................................ 110
Figura 60 - Diagrama de Pareto................................................................................................................................ 110
Figura 61 - Histograma................................................................................................................................................. 111
Figura 62 - Diagrama de dispersão.......................................................................................................................... 112
Figura 63 - Carta de controle..................................................................................................................................... 112
Figura 64 - Ficha de verificação................................................................................................................................. 113
Figura 65 - Certificação................................................................................................................................................ 114
Figura 66 - Racionalização na obra.......................................................................................................................... 116

Quadro 1 - Barras e cordoalha - Cabo de aço...........................................................................................................42


Quadro 2 - Recebimento de barras e fios de aço-carbono.................................................................................46
Quadro 3 - Equipamentos de segurança...................................................................................................................95
Quadro 4 - EPC utilizados na construção civil..........................................................................................................98

Tabela 1 - Valores para pinos de dobramento.........................................................................................................34


Tabela 2 - Características das barras............................................................................................................................72
Tabela 3 - Características dos fios.................................................................................................................................73
Tabela 4 - Modelo de quadro de ferros......................................................................................................................78
Tabela 5 - Modelo de quadro resumo do aço..........................................................................................................78
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Central de armação........................................................................................................................................................17
2.1 Definição.........................................................................................................................................................19
2.2 Organização e limpeza...............................................................................................................................20
2.2.1 Estoque de aço ..........................................................................................................................21
2.3 Condições de segurança ..........................................................................................................................22
2.3.1 Segurança do trabalho............................................................................................................22
2.3.2 Sinalização de segurança conforme a NR 18...................................................................24

3 Bancada ou plataforma de trabalho........................................................................................................................29


3.1 Definição ........................................................................................................................................................30
3.2 Componentes: equipamentos e ferramentas de corte e dobras................................................31
3.3 Dimensões .....................................................................................................................................................34
3.4 Pinos de dobramento.................................................................................................................................34
3.4.1 Pinos de apoio ou suporte......................................................................................................35
3.5 Condições de segurança............................................................................................................................36

4 Armazenagem.................................................................................................................................................................39
4.1 Definição.........................................................................................................................................................40
4.1.1 Fabricação, transporte, armazenamento e recebimento do aço em canteiro de
obras...............................................................................................................................................40
4.1.2 Condições de segurança.........................................................................................................41
4.2 Condições e locais para armazenamento ..........................................................................................42
4.2.1 Quadro resumo para recebimento; verificação e armazenagem do aço..............45

5 Logística de canteiro de obras...................................................................................................................................51


5.1 Descarga e fluxo de movimentação......................................................................................................52
5.1.1 Movimentação de materiais - intralogística em canteiros..........................................53
5.1.2 Tipos de transportes utilizados em canteiros..................................................................55
5.2 Condições de segurança............................................................................................................................58

6 Elementos estruturais...................................................................................................................................................63
6.1 Definição.........................................................................................................................................................64
6.1.1 Armações em aços: definição e características...............................................................64
6.1.2 Gabaritos: armação...................................................................................................................65
6.2 Classificação...................................................................................................................................................67
6.2.1 Elementos estruturais...............................................................................................................67
6.3 Etiquetagem...................................................................................................................................................69
6.4 Materiais de construção.............................................................................................................................72
6.4.1 Vergalhão de aço: definição e classificação......................................................................72
6.5 Engenharia estrutural ................................................................................................................................75
6.5.1 Projeto estrutural.......................................................................................................................75
6.6 Ordem de serviço.........................................................................................................................................86
6.7 Cronograma de obra...................................................................................................................................88
6.8 Diálogo Diário de Segurança – DDS......................................................................................................90

7 Segurança no trabalho.................................................................................................................................................93
7.1 Equipamentos de Proteção Individual - EPI........................................................................................94
7.2 Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC..........................................................................................96
7.3 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
(PCMAT)...........................................................................................................................................................98
7.4 Normas regulamentadoras.................................................................................................................... 101

8 Procedimentos de Qualidade.................................................................................................................................. 107


8.1 Ferramentas da qualidade..................................................................................................................... 108
8.2 Produtividade e indicadores de produção....................................................................................... 115
8.3 Racionalização............................................................................................................................................ 116

Referências......................................................................................................................................................................... 121

Minicurrículo da autora................................................................................................................................................. 125

Índice................................................................................................................................................................................... 127
Introdução

Prezado aluno,

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático Corte e dobra de aço.
Este livro tem como objetivo proporcionar ao aluno o desenvolvimento de capacidades
técnicas e de gestão, visando à realização do corte e dobra de barras de aço, para confecção
de armaduras.
Os capítulos apresentados a partir de agora darão possibilidade aos alunos de utilizar seus
conhecimentos em seu estudo e também no dia a dia, em sua vida prática dentro de canteiros
de obras aos então operários.
Veremos os procedimentos para a execução dos cortes e dobras do aço, seguindo normas
técnicas, de qualidade, de saúde, de segurança e meio ambiente.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a) Reconhecer as fontes de informação e os conhecimentos como requisitos para a for-


mação de um espírito empreendedor;
b) Avaliar oportunidades de melhoria na organização do trabalho, nos processos e pro-
dutos sob a sua responsabilidade;
c) Apresentar comportamento ético no desenvolvimento das atividades sob a sua res-
ponsabilidade.
CORTE E DOBRA DE AÇO
14

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Verificar as condições gerais do local de trabalho (iluminação, cobertura, piso, bancada, plata-
formas, baias de armazenagem, local de descarga e movimentação de vergalhões de aço...) para
execução segura do corte do aço;
b) Identificar a sequência de armazenagem de acordo com o cronograma da obra;
c) Identificar o melhor aproveitamento do corte do aço, para diminuir o consumo;
d) Reconhecer a melhor disposição do material para otimizar os fluxos de movimentação;
e) Reconhecer os padrões médios de produtividade para execução do serviço de corte;
f) Cumprir a ordem de serviço para armazenagem, seleção e execução de corte do aço das armações
para elementos estruturais;
g) Verificar as condições de uso das ferramentas e dos equipamentos para execução do corte, pre-
vendo a necessidade de manutenção/substituição destes;
h) Identificar as exigências técnicas e de qualificação quanto ao uso e operação dos equipamentos;
i) Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC), segundo o risco da ativida-
de (PCMAT, PPRA);
j) Interpretar os procedimentos de segurança, segundo as Normas Regulamentadoras (NR), ati-
nentes à atividade;
k) Segregar os resíduos gerados de forma adequada, segundo Programa de Gerenciamento de Re-
síduos (PGR);
l) Interpretar os procedimentos de Qualidade, segundo as diretrizes estabelecidas pela empresa;
m) Verificar as condições de uso da bancada e/ou plataformas de trabalho para execução da dobra,
identificando a necessidade de utilização do pino de dobramento, conforme diâmetro do verga-
lhão de aço;
n) Verificar as condições previstas, quanto à armazenagem das armações dobradas para elementos
estruturais;
o) Dispor as armaduras por elementos estruturais (etiquetagem), de forma a facilitar a posterior
montagem;
p) Identificar a sequência de armazenagem de acordo com o cronograma da obra;
q) Reconhecer a melhor disposição do material para otimizar os fluxos de movimentação;
r) Reconhecer os padrões médios de produtividade para execução do serviço de dobra;
s) Aplicar a marcação prévia nas barras de aço, de acordo com projetos específicos;
t) Cumprir a ordem de serviço para execução de dobras no aço das armações por elementos es-
truturais;
u) Identificar as características das armações (os ângulos e medidas) para composição dos gabaritos;
1 Introdução
15

v) Prever a necessidade de utilização das ferramentas (chaves de dobragem, canos e cantoneiras)


de acordo com as especificações do diâmetro do material a ser dobrado;
w) Identificar as exigências técnicas e de qualificação quanto ao uso e operação dos equipamentos;
x) Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC), segundo o risco da ativi-
dade (PCMAT, PPRA);
y) Interpretar os procedimentos de segurança, segundo as Normas Regulamentadoras (NR), ati-
nentes à atividade;
z) Segregar os resíduos gerados de forma adequada, segundo Programa de Gerenciamento de
Resíduos (PGR);
aa) Interpretar os procedimentos de Qualidade, segundo as diretrizes estabelecidas pela empresa.

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
Central de armação

Estamos começando os assuntos específicos, relativos ao corte e à dobra do aço.


Você já teve a curiosidade de conhecer ou esteve em uma Central de Armação de Aço?

Figura 1 - Central de armação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. (Adaptado).

Independentemente da sua experiência, este capítulo ajudará você a entender a definição


técnica de uma Central de Armação dentro de um canteiro de obras.
Para darmos início a este assunto, veremos que a organização e limpeza são fundamentais
para que o trabalho na central de aço ocorra com maior produtividade. Isso evitará acidentes
de trabalho com ferramentas e materiais que não estejam em seus devidos lugares.
Para que você entenda como funciona o fluxo das atividades executadas em uma Central
de Armação, no canteiro de obras, observe o esquema a seguir:
CORTE E DOBRA DE AÇO
18

Recebimento de aço

Corte e dobra

Pré-montagem da
Armadura dos pilares

Montagem final da
Armadura dos pilares

Pré-montagem da
armadura das vigas

Montagem final da
armadura das vigas

Montagem final da
armadura das lajes

Figura 2 - Fluxo de atividades em uma Central de Armação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Antes da armação da estrutura dentro da forma, muita gente esquece que o aço precisa ser ensaiado,
recebido e armazenado corretamente.
Como podemos perceber, a atividade de corte e dobra de aço em construção segue uma sequência
como todo processo industrial. A seguir vamos tratar sobre o fluxo de forma fracionada.
2 Central de armação
19

2.1 DEFINIÇÃO

A Central de Armação é um dos setores que faz parte da área operacional de um canteiro de obras. É o
local onde são produzidas as armaduras de aço.
No projeto de um canteiro de obras é necessário reservar um espaço adequado para a Central Armação,
com cobertura adequada, conforme item 18.8.3 (NR 18).
Apesar das ferramentas utilizadas na obra ficarem sobre a guarda da construtora, na Central de Arma-
ção também são estabelecidos lugares para a organização das ferramentas, máquinas e equipamentos,
utilizados na confecção das armaduras de aço.
Na Central de Armação são instaladas as bancadas de corte, dobra e montagem de armaduras de aço,
como também é definido o local para estocagem do aço, com acessibilidade ao transporte vertical.

PLANTA BAIXA FACHADA

Figura 3 - Plantas da Central de Armação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Existem vantagens e desvantagens em ter uma Central de Armação instalada em um canteiro de obras.
A confecção de armadura de aço na obra vai depender da quantidade a ser produzida, que dependendo
do custo-benefício, pode ser mais vantajoso ou não realizar no local da obra.
A desvantagem é que, como o corte e a dobra são realizados com ferramentas manuais, ou com má-
quina policorte, existem perdas por desbitolamento e por sobras de pontas de aço, em relação às peças
pré-montadas. Quando as peças vêm prontas da fábrica, não geram perdas, refletindo em um menor des-
perdício, além de maior eficiência na montagem, redução de contratação de mão de obra e menor tempo
de entrega da obra.
Veja, a seguir, as figuras que apresentam uma Central de Armação e o recebimento de armaduras pré-
-moldadas em fábrica.
CORTE E DOBRA DE AÇO
20

CENTRAL DE ARMAÇÃO EM RECEBIMENTO DE ARMAÇÕES


CANTEIRO DE OBRAS PRÉ-MOLDADAS EM FÁBRICA

Figura 4 - Recebimento de material pré-fabricado em central de armaduras


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Podemos verificar, na figura anterior, que em uma central de armadura também são recebidas peças
pré-fabricadas para posterior montagem dos elementos estruturais, como forma de racionalizar o proces-
so construtivo.
No serviço de armador, no que se refere ao corte e dobra, teremos à frente um vasto material para um me-
lhor entendimento do referido assunto. Veremos, a seguir, como proceder para manter a central organizada.

2.2 ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA

Para assegurar o controle da segurança e da qualidade durante as suas atividades, o armador de ferra-
gens precisa organizar o local onde trabalha. Em primeiro lugar, para evitar acidentes, deve sempre manter
os seus Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e as suas ferramentas em bom estado.
Dentro da Central de Armação, você deve ter atenção para as condições de trabalho na área das banca-
das para corte, dobra e montagem das armaduras.
Veja os itens que devem ser observados:
a) A cobertura do local deve ser resistente a quedas de materiais e às ações do tempo;
b) A iluminação pode ser natural e/ou artificial;
c) As lâmpadas necessitam estar com grade de proteção, para evitar que o manuseio das barras de
aço possa quebrá-las;
d) O piso precisa estar nivelado e limpo, para evitar tropeços e escorregões;
e) O espaço para estoque do aço precisa permitir a circulação das pessoas e, assim, a retirada de
material de forma segura;
2 Central de armação
21

f) O aço a ser trabalhado não pode estar em contato com o solo, para evitar desgaste;
g) As bancadas devem ser colocadas distantes da fiação elétrica, para que os materiais metálicos
não atraiam eletricidade e causem choques;
h) Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) devem estar sempre em conformidade com o traba-
lho, por exemplo, extintores de incêndio devem estar disponíveis de forma bem visível;
i) Para descarga de vergalhões de aço, deve-se isolar a área.

Como pode ser percebido, uma central de armadura de aço não é um simples galpão que pode ficar
de qualquer maneira, visto que a falta de organização e limpeza acarreta em perdas e acidentes, trazendo
prejuízo financeiro e humano para a construtora.

2.2.1 Estoque de AÇO

A correta estocagem do aço, na Central de Armação, evita perdas e desperdícios na obra, além de aci-
dentes de trabalho. O armazenamento deve estar instalado de forma estratégica, favorecendo todos os
funcionários que irão trabalhar diretamente com o material. Veja o que é preciso:
a) Escolher um local próximo do portão de entrada de materiais, facilitando a movimentação das
barras de aço para a área de corte, dobra e pré-montagem, principalmente quando não há gruas
ou guindastes;
b) Guardar o aço sob uma cobertura, evitando o contato com o solo;
c) Identificar e determinar diferentes locais para cada tipo de diâmetro do aço;
d) Identificar e determinar diferentes locais para os estoques de aço e aço beneficiado;
e) Após a montagem, as armações devem ser apoiadas e escoradas para evitar tombamento e des-
moronamento;
f) Não é permitido que as pontas dos vergalhões fiquem desprotegidas.

Para garantir que esse material funcione 100% segundo o projeto estrutural, você precisa garantir a
montagem da estrutura com cada barra em sua posição.

FIQUE Ao organizar as barras de aço é importante evitar que o estoque de vergalhões fique
muito tempo sobre a laje. Isto pode gerar sobrecargas e causar danos à estrutura da
ALERTA edificação.
CORTE E DOBRA DE AÇO
22

É importante movimentar e armazenar vergalhões de aço de forma correta dentro de uma obra, pois
caso contrário, é possível que os operários sejam colocados em risco e que a construção também sofra
consequências.

2.3 CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

O Canteiro de Obras é um espaço composto por várias áreas que se integram para a execução da edi-
ficação. Sendo assim, é necessário que seja feita a sinalização correta, através da comunicação visual com
placas, avisos, cartazes, etc., orientando os trabalhadores e todas as pessoas que venham transitar nesses
espaços.
Na Norma Regulamentadora Nº 18 (NR 18), você encontra as orientações devidas para a realização de
uma sinalização de segurança eficiente. As informações referem-se às Condições e Meio Ambiente de Tra-
balho na Indústria de Construção.

SAIBA De acordo com o item 18.3.3, da NR 18, o empregador é responsável pela implementa-
MAIS ção do PCMAT nos canteiros de obras.

É primordial para as construtoras zelar pelas condições de segurança dos seus colaboradores. A seguir
trataremos sobre outro tema.

2.3.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

O objetivo da segurança do trabalho é proteger o profissional em seu ambiente de trabalho, buscando


minimizar as doenças ocupacionais.
Muitas vezes, por desconhecimento e falta de informações, os operários se acidentam e/ou adquirem
doenças do trabalho.

Segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, que se encon-


tram nas Informações do Anuário Brasileiro de Proteção 2015, no ano de
2013 foram computados 717.911 acidentes no total, 2.814 óbitos e 16.121
Curiosidades incapacidades permanentes. Esses números poderiam ser reduzidos se a
gestão de canteiro de obras tivesse uma atenção maior para a segurança dos
trabalhadores.
(Fonte: INSS, [20--]).
2 Central de armação
23

Dentre as causas de acidentes em canteiro de obras está a queda em altura, muitas vezes, por falta de
treinamento ou uso inadequado de EPI e EPC; em seguida, trabalho em espaço confinado, por motivo de
riscos de intoxicação, asfixia, explosão e doenças do trabalho e choque elétrico, devido a instalações ina-
dequadas e falta do uso de EPI.

QUEDA EM ALTURA ESPAÇO CONFINADO CHOQUE ELÉTRICO


Figura 5 - Situações de Risco
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Em um canteiro de obras os riscos são muitos e constantes, por isso a importância de conhecermos as
possibilidades para evitá-los, conforme vimos anteriormente.

CASOS E RELATOS

O caso da lâmpada: proteção coletiva


Em uma Central de Armação, o armador José e seus colegas de trabalho estavam devidamente uni-
formizados, utilizando todos os EPI necessários para a atividade de corte e dobra que estava sendo
desenvolvida.
Durante o expediente começou a chover bastante, mas todos estavam tranquilos, pois a cobertura
da Central de Armação era resistente à queda e às ações do tempo, conforme a Norma Regulamen-
tadora.
Sendo assim, o encarregado de obras pediu que a produção continuasse. As lâmpadas foram acesas,
devido ao tempo nublado que estava dificultando a visualização das marcações do aço para o corte.
José notou que uma das lâmpadas estava oscilando e ele foi verificar, girando a mesma, que se en-
contrava folgada no bocal. Neste momento, um colega que estava com a barra de aço na mão bateu
na lâmpada, que estava sem a proteção e ambos se acidentaram.
José lembrou que as lâmpadas necessitam estar com grade de proteção, para evitar que o manuseio
das barras de aço possa quebrá-las, mas já era tarde.
CORTE E DOBRA DE AÇO
24

Neste momento, todos os operários viram a necessidade de não somente utilizar os EPI para auto-
proteção, como também utilizar os EPC que devem estar seguindo as normas técnicas de segurança,
em conformidade ao trabalho executado, para que não ocorra nenhum tipo de acidente.

Fica evidente que o uso dos equipamentos de proteção coletiva e individual são indispensáveis.

2.3.2 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA CONFORME A NR 18

A sinalização de segurança em locais de trabalho, sem dúvida, é uma das medidas mais importantes na
prevenção de riscos profissionais e acidentes, uma vez que estimula e desenvolve a atenção dos trabalha-
dores para os riscos a que estão expostos, e ajuda a lembrar as instruções e os procedimentos adequados
em situações de risco recebidos nos treinamentos.
A sinalização do canteiro de obras tem os seguintes objetivos:
a) Alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho
e guindaste;
b) Advertir quanto a risco de queda;
c) Advertir sobre locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas;
d) Prevenir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a 1,80 m;
e) Indicar as entradas e as saídas por meio de dizeres ou setas;
f) Identificar os locais de apoio que fazem parte do canteiro de obras;
g) Alertar contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis das máquinas e
equipamentos;
h) Alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a atividade executada, com a
devida sinalização e advertência próximas ao posto de trabalho;
i) Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;
j) Preservar comunicação por meio de avisos, cartazes, placas e outros.

Entende-se por sinalização de segurança aquela que está relacionada com um objeto, uma atividade ou
uma determinada situação, suscetíveis de provocar determinados perigos para o trabalhador. Veja algu-
mas placas/ou adesivos de sinalizações comuns em canteiros de obras:
2 Central de armação
25

AVISO ATENÇÃO SEGURANÇA


ÁREA PARA EVITE QUEDAS HOMENS
ANDE, NÃO CORRA TRABALHANDO
FUMANTES ACIMA

PERIGO HIGIENE EMERGÊNCIA


ALTAMENTE TÓXICO ANTES DAS CHUVEIRO DE
MANUSEIE COM REFEIÇÕES EMERGÊNCIA
CUIDADO LAVE AS MÃOS

LEMBRE-SE CUIDADO PROTEJA-SE


DEPOSITE O LIXO USE
NO RECIPIENTE
ADEQUADO
VENENO CAPACETE

Figura 6 - Placas de sinalização


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As determinações, normas e procedimentos, no sentido de evitar riscos e acidentes nas empresas e em


particular em canteiro de obras, têm sido foco de grandes esforços para empresários e profissionais ligados
à Segurança no Trabalho.
CORTE E DOBRA DE AÇO
26

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou sobre o que é uma Central de Armação dentro de um canteiro de obras,
a partir da definição técnica.
Em seguida, você pôde constatar a importância de manter a organização e a limpeza do local de
trabalho, observando sempre as condições de segurança.
Estudamos também sobre a importância de buscar respeitar as sinalizações dentro do canteiro de
obras, assim como, buscar a segurança do trabalho.
No próximo capítulo veremos conteúdos que apresentarão as bancadas e/ou plataformas de tra-
balho.
Siga em frente!
2 Central de armação
27
Bancada ou plataforma de trabalho

Nosso assunto neste capítulo será sobre as bancadas e plataformas de trabalho. Você co-
nhece ou já trabalhou em uma bancada ou plataforma de trabalho?
A partir de agora veremos as definições e as corretas dimensões das bancadas; os elemen-
tos que compõem estas bancadas; o que são os pinos de dobramento e, por fim, as condições
de segurança de trabalho.
Veja a seguir uma bancada de corte dentro de uma Central de Armação:

Policorte

Bancada
de trabalho

Figura 7 - Bancada de corte de aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Em face da importância de se trabalhar com o máximo de conforto ergonômico, as banca-


das são de extrema importância nos galpões de montagem de armadura.
CORTE E DOBRA DE AÇO
30

3.1 DEFINIÇÃO

As bancadas de corte e dobra são mesas, na maioria das vezes de madeira, onde são colocados os pinos
de dobramento, com diâmetros de acordo com as bitolas2 das barras e fios, a serem dobrados.
O posicionamento das bancadas deve ser realizado em proximidade à baia de estocagem3. Sobre as
bancadas ficam os equipamentos utilizados para o corte e a dobra de aço.

Figura 8 - Bancada com pinos de dobramento


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Além dos pinos de dobramento e apoio ou suporte, os componentes mais utilizados para o corte são
a guilhotina manual e a serra elétrica policorte. Esta última permite cortar várias barras ao mesmo tempo.

É imprescindível reservar um local adequado no canteiro de obras para instalar as ban-


SAIBA cadas de corte, dobra e montagem das armaduras na execução da obra de edifícios. Para
MAIS obter maiores informações em relação às bancadas de corte e dobra de aço, consulte as
normas técnicas vigentes.

O importante é que os equipamentos sejam adequados para cada classe e bitola de vergalhão que será
cortado e dobrado, porém, o ideal é seguir as normas que regulamentam a prática de corte e dobra de aço
em canteiros de obra.

2 Bitolas: diâmetro de uma corda, cabo ou vergalhão de aço.


3 Baia de estocagem: compartimentos separados por divisórias, destinados a guardar materiais.
3 Bancada ou plataforma de trabalho
31

3.2 COMPONENTES: EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE CORTE E DOBRAS

Ferramenta é um instrumento que permite realizar determinados trabalhos. Estes objetos foram con-
cebidos para facilitar a realização de uma tarefa mecânica que requer o uso de força. É um dispositivo que
fornece vantagens para a realização de tarefas diversas.
A chave de dobra, a torquês e o martelo são ferramentas. Ao tempo que um equipamento é uma ferra-
menta que aumenta a efetividade de uma operação que envolva dois ou mais objetos.
Nas bancadas de corte e dobra de aço existem alguns componentes (ferramentas e equipamentos) que
facilitam e auxiliam o trabalho do armador de ferro. Dentre estes componentes, apresentam-se aqui os
mais utilizados:
a) Guilhotina manual: ferramenta que realiza corte de cima para baixo no vergalhão de aço, a qual
possui uma empunhadura4 que requer mínimo esforço por parte do armador de ferro, transmitin-
do segurança, além da visualização total da operação;

Figura 9 - Guilhotina
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Serra elétrica policorte: ferramenta para cortes retos ou em ângulos de qualquer material em
ferro. É extremamente precisa nos cortes, apresentando maior resistência e durabilidade em rela-
ção à guilhotina manual. No mercado, existem diversos tipos de discos de corte que são instala-
dos na serra elétrica policorte de acordo com qual material será trabalhado. Encontram-se discos
de corte específicos para trabalhos em madeira, pisos, cerâmicas, aço ou plástico. Para operar
essa ferramenta, o profissional de armação dever ter a qualificação e experiência necessária para
realizar esta tarefa.

4 Empunhadura: lugar por onde se empunha, por onde se pega (arma, remo, etc.); punho.
CORTE E DOBRA DE AÇO
32

Figura 10 - Policorte
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Pinos de apoio ou suporte: as chapas de dobrar ferro são compostas pelos pinos de dobramen-
to e de apoio. Esses pinos são acoplados a ”elos” chamados de roletes e possibilitam que as barras
de aço, mesmo nervuradas, deslizem no momento da dobra;
d) Pinos de dobramento: os pinos são pedaços de vergalhão de aço, soldados a uma chapa de fi-
xação, com diâmetros que devem ser determinados para apoio dos vergalhões que serão usados
pelos projetos estruturais, conforme normas técnicas vigentes;

Pino de apoio Pino de


dobramento

Figura 11 - Pinos
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Bancada ou plataforma de trabalho
33

e) Chaves: as chaves de dobrar ferro são ferramentas metálicas em forma de “F” com abertura de-
terminada, com espaços definidos entre as extremidades do “F” que coincidem com a bitola do
aço a ser dobrado.

Figura 12 - Chaves
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O uso adequado das ferramentas e equipamentos para o corte e a dobra do aço é indispensável para
uma produção eficiente de armaduras no canteiro de obras.
Para que os equipamentos não apresentem problemas e nem ofereçam riscos de acidentes, faça perio-
dicamente a manutenção preventiva da serra, apertando os parafusos diariamente e lubrificando a máqui-
na semanalmente. Com esses cuidados e utilizando sempre o disco correto, o equipamento terá uma vida
útil maior.
Os profissionais devem estar munidos dos EPIs necessários para manusear esses equipamentos e ferra-
mentas.

FIQUE Para a execução do corte e dobra nas bancadas de trabalho é necessário o uso de EPI
adequados. O fornecimento do EPI é de obrigação do empregador e deve atender
ALERTA todos os requisitos estabelecidos na norma regulamentadora nº 6 (NR 6).

Veremos agora as dimensões dos aços normalmente utilizados no canteiro de obras, de acordo com as
normas da ABNT.
CORTE E DOBRA DE AÇO
34

3.3 DIMENSÕES

O corte e a dobra das barras e fios de aço, executados no canteiro de obras, deve seguir o que está de-
terminado nas normas técnicas.
Conforme as normas técnicas, as bancadas de trabalho, montadas em uma Central de Armação, no
canteiro de obras, podem ser de madeira, medindo em torno de 14 m de comprimento, 0,80 m de largura
e 1,05 m de altura.
As dimensões da bancada devem permitir que o pino de dobramento seja adequado ao diâmetro das
diferentes bitolas de barras e fios de aço, cumprindo, assim, o que é recomendado pela norma técnica.

Você sabia que se a chave de dobra não for colocada na posição correta na
hora de dobrar o vergalhão, o mesmo cresce no tamanho? A área que cres-
Curiosidades ceu se deformou e pode ficar frágil. O correto seria colocar pinos que pos-
sam ser modificados.
(Fonte: EQUIPE DE OBRA, 2013).

Em construção civil, como se trabalha com projetos, é primordial que se observem as dimensões esta-
belecidas nos projetos e as mesmas sejam sempre respeitadas exatamente.

3.4 PINOS DE DOBRAMENTO

De acordo com a norma técnica, a determinação referente aos pinos de dobramento tem como obje-
tivo: “evitar fissuras, quebras ou trincas, que podem afetar o desempenho do aço no concreto e, por este
motivo, os pinos de dobramento devem ter os diâmetros compatíveis às exigências da norma de projetos
de estruturas em concreto”.
A tabela a seguir mostra o procedimento que indica o diâmetro adequado dos pinos de dobramento,
para a execução do serviço em obra, segundo a categoria do aço:

Diâmetro do pino
Categoria do aço (CA)
Bitola < 20 mm Bitola > 20 mm
CA 25 4xØ 5xØ
CA 50 5xØ 8xØ
CA 60 6xØ -

Tabela 1 - Valores para pinos de dobramento


Fonte: ABNT NBR 6118, 2007.

A tabela também se refere às dimensões dos pinos de dobra de uma bancada de armador de ferragem,
bem como os tipos de aço usados para os mesmos.
3 Bancada ou plataforma de trabalho
35

As barras e fios de aço são classificados conforme sua resistência, definida pela sua
SAIBA composição e processo de fabricação. Assim sendo, as classificações do aço são: CA-25,
MAIS CA-50 e CA-60. Para maiores informações, consulte as especificações técnicas da norma
técnica vigente.

O aço é o material usado nos meios de transporte e está presente em todos os momentos de nosso dia
a dia.

3.4.1 PINOS DE APOIO OU SUPORTE

Os pinos dão suporte aos vergalhões no processo de dobramento, principalmente às barras e fios ner-
vurados, como é o caso do aço CA-50 e do CA-60. Quando essas nervuras são danificadas, interferindo na
aderência do aço ao concreto, podem prejudicar a obra.
Por isso, pregos e pedaços de vergalhões não são aconselhados. A norma recomenda o uso de roletes e pinos.

CASOS E RELATOS

O caso do cano
Na Avenida principal da cidade de São Sebastião, estava instalado o canteiro de obras para a
construção de um prédio de três andares. Na Central de Armação de aço, os armadores estavam
realizando o corte e a dobra do aço na bancada. Eles decidiram que, para facilitar o trabalho, iriam
utilizar chaves adaptadas que eram ferramentas inventadas por operários em horas de necessidade
dentro do canteiro de obras, para puxar o vergalhão durante a dobra.
Pegaram um cano de aço com a ponta amassada e levaram para a bancada, começando assim as
referidas dobras do aço.
Pedro, que era um armador mais experiente, informou para os colegas que aquele cano, apesar de
facilitar para a dobra dos vergalhões, aumentava o risco de dobrar as barras no ponto errado, com-
prometendo seu uso.
Os demais colegas não quiseram escutá-lo e decidiram continuar as dobras utilizando os canos.
Quando o encarregado chegou ao local, notou que as barras de aço não estavam dobradas no ponto
definido no projeto.
Os armadores tiveram que contar o ocorrido e mostrar a ferramenta utilizada. Houve perda e retra-
balho, atrasando a etapa de montagem.
CORTE E DOBRA DE AÇO
36

Pedro, então, demonstrou para toda a equipe a forma correta de dobramento, utilizando as chaves
de dobra, disponíveis na Central de Armação, nas medidas correspondentes à bitola dos vergalhões
de acordo com o projeto apresentado.
A pressa é inimiga da perfeição e amiga do retrabalho.

Notamos a importância dos pinos de apoio nas bancadas de dobra, pois sem os mesmos o serviço fica-
ria muito difícil porque, para tanto, é necessário travar o vergalhão de aço.

3.5 CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

O armador de ferro deve estar bastante atento ao desenvolver o serviço de corte e dobra de aço no
canteiro de obras, pois a segurança dentro da central de armação se faz necessária para que, durante a
execução do trabalho, não ocorra nenhum tipo de acidente.
A bancada precisa ser montada distante do trânsito dos operários, em área isolada, e de preferência,
ser trancada depois do expediente de trabalho. De acordo com normas de segurança, as bancadas devem
ser fixadas em local coberto. Caso a obra esteja começando, há a opção de ser construída em estrutura
provisória.
Outro ponto importante é que, para o conforto ergonômico do trabalhador, a bancada deve ter entre
75 cm e 80 cm de altura.
Seguindo as determinações da NR 18, com certeza as condições de segurança nas bancadas ou plata-
formas de trabalho estarão dentro de um padrão de qualidade, permitindo a devida prevenção de aciden-
tes em canteiros de obras.

Figura 13 - Armador de ferro trabalhando em bancada com os devidos EPI


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Bancada ou plataforma de trabalho
37

O mercado da construção dispõe de bancadas próprias para executar o serviço de dobra no canteiro,
como as usadas nas vendas especializadas de aço, mas também é possível adaptar uma central na própria
obra utilizando bancadas de madeira, o que é realmente importante é que sejam firmes e seguras e tragam
conforto para o operário.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você pôde aprender sobre o que é uma bancada de trabalho, os componentes que
ficam sobre a mesma e que são utilizados para a execução do corte e dobra das barras e fios de aço.
Você também estudou as dimensões, que devem ser construídas as bancadas conforme normas
técnicas.
Pôde também compreender a importância de utilizar os pinos de dobramento, adequadamente ao
tipo de bitola do aço.
E, assim, conferiu as condições de segurança do trabalho, permitindo que os operários possam man-
ter a saúde física e mental satisfatória.
A seguir você estudará sobre armazenagem de materiais na obra.
Bons estudos!
Armazenagem

É de grande importância que você compreenda a necessidade de armazenar corretamente


todos os materiais utilizados na execução deste serviço, evitando danos e retrabalhos no can-
teiro de obras.
Já teve alguma oportunidade de armazenar ou observar vergalhões de aço estocados no
canteiro de obra?
Agora você vai aprender sobre a definição, as condições de segurança, como também sobre
as condições e locais para armazenamento dos vergalhões de aço.

Figura 14 - Estoque de aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A correta armazenagem permite que as barras de aço sejam fisicamente preservadas e, com
isso, possam aderir ao concreto de modo adequado.
A seguir você estará observando uma das formas adequadas de estocagem do aço.
CORTE E DOBRA DE AÇO
40

4.1 DEFINIÇÃO

A armazenagem do aço é a estocagem de vergalhões de aço. Existem vários sistemas para armazena-
gem, por este motivo, para que seja realizada a correta estocagem, é necessário saber:
a) Qual o tipo de produto que será armazenado;
b) Quais suas dimensões e seu volume;
c) Qual o espaço adequado, desde a altura do pé direito do local;
d) A resistência do piso que o produto repousará.

Entretanto, para que ocorra a armazenagem, você precisa compreender como deve ser realizada a des-
carga do aço, quando o caminhão ou outro meio de transporte chega ao canteiro de obras.

4.1.1 FABRICAçãO, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E RECEBIMENTO DO AÇO EM CANTEIRO


DE OBRAS

Com relação ao fornecedor de aço, é importante que a produção dos vergalhões na fábrica esteja rela-
cionada ao cronograma do canteiro de obras, para que não ocorram atrasos na entrega, interferindo nas
etapas seguintes da obra. Outro item importante a ser levado em conta é que a fábrica não deve despachar
mais vergalhões do que a capacidade de recebimento do canteiro de obras. Deve haver um planejamento
adequado, entre produção e entrega.
Em geral, no nosso país, o transporte de vergalhões de aço é realizado por meio rodoviário em cami-
nhões e carretas articulados com altura e largura médias de 4,40 m e 2,60 m, respectivamente, tendo o
comprimento médio de 10 m a 18 m.
As barras de aço com comprimento aproximado de 12,0 m devem ser dispostas sobre a carroceria do
veículo, até uma altura máxima de 3,0 m.

Figura 15 - Condicionamento do material


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Armazenagem
41

O descarregamento das carretas no canteiro de obras deve ocorrer de forma planejada, com equipa-
mentos aptos, preferencialmente de movimentação vertical (gruas), para a realização de descarga e levan-
tamento das peças.

4.1.2 CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

No quesito condições de segurança dentro de uma canteiro de obras, é imprescindível que os operá-
rios estejam devidamente treinados e utilizando os EPI e EPC necessários para evitar acidentes, a exemplo,
podemos citar o descarregamento dos vergalhões de aço, estes devem ser feitos sem nenhum risco para
o trabalhador e sem danos para as peças. Veja, a seguir, o recebimento dos vergalhões de aço de modo
manual e mecanizado:

RECEBIMENTO MANUAL RECEBIMENTO MECANIZADO

Figura 16 - Recebimento dos vergalhões de aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Atualmente, o desenvolvimento dos diferentes meios de transporte influencia de forma determinante


a racionalização dos espaços para armazenamento.

“O comprimento de fornecimento das barras e fios retos deve ser de 12 m e a tolerância


SAIBA de +/- 1 %. O fornecimento de outros comprimentos de barras e fios deve ser acordado
MAIS entre o fornecedor e o consumidor, mantendo-se a mesma tolerância de +/- 1 %.”. Para
sabe mais, consulte a norma técnica vigente.

Além do treinamento de operários, da entrega de EPI e da colocação de EPC, a construtora deve ter
atenção também para a certificação de barras e fios de aço a serem utilizados nas obras, assim como o
CORTE E DOBRA DE AÇO
42

certificado de qualidade das telas, luvas ou cordoalhas, cabos de aço, conforme as normas técnicas rela-
cionadas.
No recebimento dos materiais, os certificados de qualidade devem vir junto com a nota fiscal e neles
conter os resultados exigidos pelas normas técnicas, conforme os exemplos a seguir:

BARRAS DE AÇO PARA ARMADURA CORDOALHAS


Resistência à tração (escoamento e Resistência à tração, de dobramento
ruptura), dobramento e alongamento, alternado e de relaxação, conforme ABNT
conforme ABNT NBR 7480 NBR 7483

Quadro 1 - Barras e cordoalha - Cabo de aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O item anterior nos mostra parte da cadeia de suprimento, que é item primordial para o bom andamen-
to de um canteiro de obras.

4.2 CONDIÇÕES E LOCAIS PARA ARMAZENAMENTO

Quando o veículo chega à obra para entregar os materiais comprados, o primeiro item que o operário
responsável precisa verificar é a condição das peças de aço, para poder se certificar de que estão limpas,
sem ferrugem, sem corrosão, sem rasgos e falhas no caso de bainhas de cordoalhas, que são capas de ma-
terial geralmente plástico ou emborrachado que tem por função agrupar os cabos de aço. Em seguida, o
operário não pode receber barras menores do que o permitido pelo limite de tolerância.
Depois de verificar todas estas condições, é preciso observar o romaneio, que é um documento que in-
forma como o produto ou serviço está organizado checando a nota fiscal e o número do pedido. Se o mate-
rial comprado for o aço cortado e/ou dobrado, antes de aceitar as peças, busque comparar as informações
contidas nas etiquetas do fornecedor com o projeto de armação elaborado pelo engenheiro estrutural.
Conforme normas técnicas específicas, para manter as condições ideais do aço, o armazenamento deve
ser realizado em local coberto, sobre um estrado, assegurando-se que não esteja em contato algum com o
solo, ou poças de água, para que não haja corrosão, prejudicando a aderência das barras e fios ao concreto
da estrutura. Caso seja necessário uma maior permanência do aço ao ar livre, é importante colocar uma
lona plástica recobrindo todo o material.
Outro detalhe que o operário deve ficar atento é se existem fios elétricos nas proximidades, para que
não ocorra nenhum tipo de acidente.
4 Armazenagem
43

As condições de armazenagem do aço devem estar previstas em um projeto de leiaute determinando


os locais adequados de todos os tipos de materiais, de acordo com as orientações de cada fabricante. Caso
ocorram modificações, é necessário realizar uma consulta com o engenheiro da obra.
Para armazenar o aço é importante catalogar as peças usando as etiquetas em local visível.

Feixe separado

Etiqueta
Sem contato com o solo
Figura 17 - Estoque de barras de aço
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Você sabia que ao armazenar os vergalhões em feixes, agrupando-os por


bitolas, de acordo com os diâmetros, aumenta a produtividade na obra? E
Curiosidades que quando você separa os pedaços de aço que sobram, eles servem para a
execução de vergas e contravergas, gerando economia para a obra?
(Fonte: ENGENHEIRO NO CANTEIRO, 2015).

Quanto ao recebimento de materiais em aço para execução das armações, é muito importante seguir a
norma técnica, relacionada ao armazenamento das peças.
A seguir apresentaremos os principais itens desta norma, que informam como se deve proceder diante
o recebimento e armazenagem dos materiais em canteiros de obras:
a) Recebimento dos materiais: todos os materiais empregados na execução da estrutura de concreto
devem ser recebidos conforme estabelecem as normas;
b) Armazenamento dos materiais: os materiais a serem utilizados devem permanecer armazenados
na obra ou na central de dosagem, separados fisicamente desde o instante do recebimento até o momen-
to de utilização. Cada material deve estar perfeitamente identificado durante o armazenamento, no que
diz respeito à classe, à graduação e, quando for o caso, à procedência.
Os documentos que comprovam a origem, as características e a qualidade dos materiais devem perma-
necer arquivados, conforme legislação vigente;
c) Materiais componentes do concreto: quando o concreto for preparado na obra, o armazenamento
dos materiais que o compõe deve estar conforme com o que estabelece a norma técnica;
CORTE E DOBRA DE AÇO
44

d) Aços para as armaduras: devem ser estocados de forma a manterem inalteradas suas características
geométricas e suas propriedades, desde o recebimento na obra até seu posicionamento final na estrutura.
Cada tipo e classe de barra, tela soldada, fio ou cordoalha utilizado na obra deve ser claramente identifica-
do logo após seu recebimento, de modo que não ocorra troca involuntária quando de seu posicionamento
na estrutura. Para os aços recebidos cortados e dobrados, valem as mesmas prescrições para as diferentes
posições. A estocagem deve ser feita de modo a impedir o contato com qualquer tipo de contaminante
(solo, óleos, graxas, entre outros);
e) Equipamentos: os equipamentos necessários à execução dos serviços previstos, inclusive equipa-
mentos de segurança, devem estar disponíveis na obra, em condições de trabalho, de acordo com as espe-
cificações do fabricante e normas vigentes;
f) Instalações: devem estar de acordo com a norma técnica. Sabe-se que todos os procedimentos in-
dustriais, em todo o mundo, são regidos por normas operacionais com o objetivo de padronizar os pro-
cessos. No Brasil não é diferente, visto que se trata de país industrializado, sendo assim, obedece a Normas
Regulamentadoras. O setor da construção civil também segue nesse sentido, pois os riscos são muitos e os
trabalhos executados fora das normas estão fadados ao insucesso.
Veja, a seguir, uma imagem resumindo o local ideal para o armazenamento de aço:

Os vergalhões
são agrupados e
etiquetados por
bitola, separados Se possível, o estoque
por baias e deve estar protegido do
troncos. sol e da chuva.

A pilha de telas deve ter, no O estoque deve ficar o mais


máximo, 50 cm de altura. próximo possível da central de
corte e dobra do canteiro.
O material deve ser armazenado sobre
estrado de altura mínima de 7 cm em
relação ao piso.

Figura 18 - Armazenagem de aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Veremos agora o procedimento de recebimento do material no canteiro de obras.


4 Armazenagem
45

4.2.1 QUADRO RESUMO PARA RECEBIMENTO; VERIFICAÇÃO E ARMAZENAGEM DO AÇO

Após efetuada a programação de entrega do aço, o planilhamento, a conferência dos documentos que
acompanham a entrega e as necessárias verificações, dá-se a entrega de todo o material no canteiro de
obras, acompanhado de nota fiscal dos produtos e também do romaneio para conferência no recebimento.

RECEBIMENTO DE BARRAS E FIOS DE AÇO-CARBONO

Tipo de material x nota fiscal

Conferência Quantidade nota x recebido

Etiqueta de identificação (cada rolo ou feixe)

Fabricante

A etiqueta de identificação deve informar Categoria do aço (CA-25; CA-50; CA-60)

Diâmetro nominal

Contagem de barras e rolos

Verificação de quantidade Não aceitar barras menores fora da tolerância de 1%

Pesagem de caminhão carregado e descarregado

Oxidação em excesso

Verificação visual (Verificar a existência de) Homogeneidade na cor

Presença de dobras

Sem contato direto com o solo

Em local coberto

Armazenamento Sobre pontaletes/paletes/estrados

Separação por tipo de barra e bitola

Próximo do local de trabalho

RECEBIMENTO DE TELAS DE AÇO SOLDADAS

Tipo de material x nota fiscal

Conferência Quantidade nota x recebido

Etiqueta de identificação (cada rolo ou feixe)


CORTE E DOBRA DE AÇO
46

RECEBIMENTO DE TELAS DE AÇO SOLDADAS

Fabricante

Diâmetro das barras/fios

Categoria do aço (CA-25; CA-50; CA-60)

A etiqueta de identificação deve informar Espaçamento transversal e longitudinal entre barras/fios

Referência/código da tela

Área da seção transversal e longitudinal

Massa por unidade de área (kg/m2 )

Contagem de barras e rolos

Verificação de quantidade Não aceitar barras menores do que 11 m

Pesagem de caminhão carregado e descarregado

Oxidação em excesso
Verificação visual
(Verificar a existência de) Homogeneidade na cor

Presença de dobras

Sem contato direto com o solo

Em local coberto (de preferência)


Armazenamento
Sobre paletes/estrados

Próximo do local de trabalho

Quadro 2 - Recebimento de barras e fios de aço-carbono


Fonte: ABNT NBR 14931, 2004.

Como se sabe, todo material recebido em um canteiro de obras precisa ser conferido rigorosamente e
se necessário devolvido ao fornecedor, visto que o uso de material fora de especificação irá comprometer
o produto final.
4 Armazenagem
47

CASOS E RELATOS

Sem foco e com prejuízo


No canteiro de obras das Edificações Pirineus, trabalha Jamila, uma armadora de ferro que busca
sempre seguir as normas de armazenagem do aço, para prevenir a si e a sua equipe de qualquer tipo
de acidente, como também evitar as perdas de barras e fios de aço na obra.
Certo dia, o caminhão que faz a entrega das peças em aço atrasou sua chegada ao canteiro, pois a
cidade estava completamente engarrafada. Seu colega, Guimarães, era o responsável pelo recebi-
mento deste lote de peças, entretanto, ele estava chateado com o atraso da entrega, pois tinha um
compromisso pessoal naquele dia.
Uma hora depois do horário previsto para recebimento do material, o caminhão chegou. Guimarães
e seus colegas fizeram o descarregamento do material e, por motivo de estar com muita pressa, ape-
sar das reclamações de Jamila, convenceu os colegas de armazenarem as barras de aço a céu aberto,
sobre o solo. Prometeu que, no dia seguinte, ele iria lembrá-los para juntos remanejarem as barras.
No dia seguinte, Guimarães não pôde ir ao trabalho, pois amanheceu com uma forte crise de coluna.
O médico deu um atestado de 10 dias.
Choveu bastante nesses dias. Ao retornar ao trabalho, Guimarães estava com muitas demandas a
realizar, nem ele, nem os outros armadores se lembraram de remanejar as barras de aço, que con-
tinuavam a céu aberto sobre o solo. Alguns dias se passaram e, ao chegar o momento do uso das
barras de aço, que haviam sido esquecidas, os armadores notaram que estavam com ferrugem e
alguns outros danos.
Após averiguação, ficou constatado que Guimarães foi o responsável pelo ocorrido. Houve a apli-
cação de uma punição devido às perdas e atraso na obra, pois algumas barras tiveram que ser tro-
cadas.

Cuidados com a estocagem do aço evitam problemas como acidentes, roubos, eventual oxidação ou
acúmulo de sujeira excessiva, o que inviabilizaria tecnicamente a utilização de parte de um material com
tamanha importância para uma obra.
CORTE E DOBRA DE AÇO
48

RECAPITULANDO

Como você pôde observar, este capítulo foi de grande importância para o armador de ferro, pois o
recebimento, assim como a armazenagem do aço, precisa ser realizado com base em normas técni-
cas, para a prevenção de acidentes e perdas em canteiros de obras.
Sobre a armazenagem do aço, você aprendeu que as barras, fios e demais peças em aço devem ser
estocados em cima de um palete ou estrado, sendo que a norma técnica específica determina que o
mesmo tenha uma altura mínima de 7 cm acima do solo, lembrando que os materiais em aço devem
estar separados e etiquetados conforme cada bitola.
Por fim, os vergalhões, telas, etc., devem ficar o mais próximo possível da Central de Aço e, preferen-
cialmente, protegidos com cobertura.
4 Armazenagem
49
Logística de canteiro de obras

Agora, você irá entender como é realizada a logística de canteiro de obras, os meios de
transporte utilizados e a descarga e movimentação de vergalhões e demais peças, até chegar
à central de aço para execução do corte e da dobra dos materiais.
Você sabe o que é a logística de canteiro de obras? Você já teve contato com a movimenta-
ção de vergalhões de aço em um canteiro de obras?

Figura 19 - Descarga e verificação de vergalhão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2O18. (Adaptado).

A imagem anterior mostra um procedimento em relação à questão da carga e descarga de


materiais no canteiro de obras, com a verificação dos materiais quando da chegada no cantei-
ro.
Logística é um termo que surgiu inicialmente como uma ferramenta essencialmente militar,
era utilizada na guerra, pois o setor do exército que cuidava do planejamento de itens impor-
tantes, como armazenamento, distribuição e manutenção de materiais, tais como: armas, rou-
pas, alimentos, saúde, transportes, etc. (Cadeia de Suprimentos).
CORTE E DOBRA DE AÇO
52

Mais tarde, também passou a designar a gestão, armazenamento e distribuição de recursos para todo
tipo de atividade, incluindo o canteiro de obras. É necessário saber que, ao receber o aço para a execução
das armaduras, os operários precisam estar atentos à movimentação de vergalhões, pois caso realizem de
modo inadequado, estarão arriscando suas próprias vidas.

5.1 DESCARGA E FLUXO DE MOVIMENTAÇÃO

O gerenciamento e administração do setor de transporte para obras são necessários a partir do mo-
mento que a não organização na carga e descarga gera atrasos e, consequentemente, prejuízos. Vejamos
alguns casos:
a) A descarga do aço deve ser realizada dentro do próprio canteiro de obras, porém nem sempre
isto é possível, pois não há o devido espaço para a entrada dos caminhões no canteiro. Em con-
sequência disso, é necessário um bom planejamento de compra, no sentido de não acumular
estoques e proceder a descarga na porta da obra;
b) Quando o descarregamento das peças em aço, que ocorre no canteiro de obras, o risco de aciden-
te é bastante reduzido. Todos os operários que irão realizar este trabalho devem estar utilizando
EPI adequados. Não utilizar o equipamento ou seu uso incorreto pode acarretar, por exemplo, em
acidentes, tais como: cortes nas mãos, pela falta de uma simples luva; ou ainda, um traumatismo
craniano, pela falta de capacete;
c) Ao transportar o aço manualmente é imprescindível o uso de luvas de raspa de couro. O ideal
seria que toda movimentação fosse realizada por equipamentos verticais, a exemplo da grua.

FIQUE Conforme norma técnica específica, é importante estocar os vergalhões de aço


próximos ao local de utilização para confecção de armaduras, a fim de minimizar o
ALERTA transporte e evitar perda de tempo.
5 Logística de canteiro de obras
53

O armazenamento adequado do aço na obra irá evitar perda de tempo, gerando maior produtividade.

ESTOQUE DAS BARRAS LOCAL E UTILIZAÇÃO DAS BARRAS

Figura 20 - Estoque do aço próximo ao local de utilização das barras


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Uma logística bem planejada dentro do canteiro irá evitar grandes transtornos aos administradores
responsáveis pela obra. Da mesma forma, os procedimentos que veremos a seguir.

5.1.1 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS - INTRALOGÍSTICA EM CANTEIROS

A intralogística tem como objetivo otimizar o fluxo de movimentação de materiais e seus processos.
É necessário compreender que um canteiro precisa ser organizado, mantendo uma intralogística de mo-
vimentação de materiais adequada. É importante também se realizar investimentos em equipamentos de
grande porte, como gruas, que são equipamentos para elevação de cargas pesadas na obra; e as crema-
lheiras, que são os elevadores usados nas construções de edifícios, reduzindo horas de serviço nas obras.
Um canteiro ideal deve indicar os locais onde será armazenado cada tipo de material. É preciso também
planejar como serão realizados os trânsitos de trabalhadores da obra, de transportes, como também os
lugares para a execução de armaduras e demais produtos que fazem parte dos processos construtivos.
CORTE E DOBRA DE AÇO
54

Figura 21 - Canteiro de obras


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2O19.

Com este planejamento, a movimentação de materiais, dentro do canteiro, será reduzida, gerando me-
nores prazos de entrega e, acima de tudo, menor índice de acidentes.
Um gargalo que encontramos hoje é o transporte dos materiais, em obras de grande porte. Se o plane-
jamento não for bem-feito, afetará diretamente em perdas de materiais, de tempo e de mão de obra, logo
no prazo de entrega da obra, como também o transporte manual que resulta em muitas atividades que
não acrescentem valor. [...] quando se avalia o tempo de mão de obra disponível, um terço diz respeito à
movimentação no canteiro. (ESPINELLI; FORMOSO, 2010 apud COELHO, 2010).

GRUA CREMALHEIRA

Figura 22 - Transporte vertical


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O processo de logística interna de movimentação e armazenagem de produtos dentro de uma empresa é


tão importante quanto o processo externo, visto que se ambos forem mal geridos, isto acarretará prejuízos.
5 Logística de canteiro de obras
55

De acordo com o Centro Brasileiro da Construção em Aço, os veículos mais


comuns ao transporte de estruturas de aço são: carretas formadas por um
cavalo mecânico e um semirreboque com dois eixos cada; carretas formadas
Curiosidades por um cavalo mecânico simples (dois eixos) e um semirreboque com três
eixos.
(Fonte: PINHO, 2015).

Vale salientar aqui que a intralogística ainda não é valorizada em sua plenitude, assim como, a logística
não era no início dos anos 1980.

5.1.2 TIPOS DE TRANSPORTES UTILIZADOS EM CANTEIROS

São variados os tipos de transportes utilizados em canteiros de obras. Vamos falar agora sobre os mais
comuns:
a) Grua: é o equipamento de movimentação de cargas muito utilizado em obras, principalmente
de grande porte. É equipada com sistema eletrônico de acionamento e a altura de sua estrutura
pode variar de 10 m até 150 m ou mais;

Figura 23 - Grua
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
CORTE E DOBRA DE AÇO
56

b) Minigrua: este equipamento é utilizado para elevação de telas de aço soldadas e, em seguida,
desenrolar para a montagem nas formas, estando fixado sobre a torre do guincho, evitando o uso
de elevadores e gruas;

Figura 24 - Minigrua
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Guindaste: equipamento utilizado para movimentação de materiais. Os guindastes poderão ser


fixados no piso do canteiro de obras ou estarem em um veículo tipo caminhão. Sua capacidade
fica em torno de 50 toneladas, por este motivo, é utilizado em obras de grande porte que utilizam
materiais mais pesados;

Figura 25 - Guindaste fixado ao solo e guindaste móvel em caminhão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
5 Logística de canteiro de obras
57

d) Empilhadeira: tipo de máquina com capacidade de movimentação de paletes com materiais


sobrepostos, que podem variar de 1,5 a 7,5 toneladas;

Figura 26 - Empilhadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

e) Elevadores monta carga: são equipamentos que servem para movimentação de cargas. Deve
haver um cuidado especial com os sistemas de segurança, que devem seguir a norma regulamen-
tadora nº 18 (NR 18).

Figura 27 - Elevador monta carga


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Para cada equipamento são necessários vários cuidados. Somente pessoas habilitadas podem conduzir
esses equipamentos. Vamos ver algumas condições de segurança para que isso aconteça.
CORTE E DOBRA DE AÇO
58

5.2 CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

Existem duas normas que regulamentam a utilização de transportes em obras. Todas devem ser obede-
cidas e observadas com rigor para a segurança de todos. Vejamos:
a) Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18): esta norma fala das “Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção” e possui um item específico para “Movimentação e Trans-
porte de Materiais e Pessoas”;
b) Norma Brasileira ABNT NBR 16200: sobre elevadores de canteiros de obras para pessoas e
materiais com cabina guiada verticalmente. O documento foi elaborado pelo Comitê Brasileiro
de Máquinas e Equipamentos Mecânicos (CB-04) da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), substituindo a antiga norma de conformidade dos equipamentos, a NBR 233:1975.

Depois que você viu a importância de seguir a normatização dos meios de transporte, é preciso consi-
derar também a sinalização e a manutenção dos equipamentos de movimentação, evitando os riscos do
operário se acidentar.
Para a movimentação manual de vergalhões e outros materiais, é importante que seja dimensionada
a quantidade de trabalhadores em relação ao peso que será transportado, pois o esforço físico a ser feito
pelos operários deve ter compatibilidade com a capacidade de força dos mesmos.

Figura 28 - Movimentação manual de carga


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Porém, quando a movimentação de materiais pesados é realizada manualmente, os operários também


ficam expostos às doenças do trabalho.
A utilização de equipamentos, como grua, evita bastantes doenças ligadas ao excesso de peso.
5 Logística de canteiro de obras
59

Figura 29 - Operador de grua


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Entretanto, o operador de grua deve ser capacitado para exercer esta função, assim como, todos os
demais trabalhadores que forem operar os demais meios de transportes dentro do canteiro de obras.

SAIBA Para obter maiores informações em relação a transporte e movimentação de materiais


MAIS em canteiro de obras, consulte a norma técnica vigente.

É sempre importante que o transporte de pessoas e cargas seja realizado em canteiro de obras, utilizan-
do-se de equipamentos de movimentação devidamente dimensionados, verificando-se as especificações
contidas em normas técnicas, além da execução de instalações adequadas, para que ocorra uma aplicação
segura, garantindo a proteção do trabalhador e da carga.
CORTE E DOBRA DE AÇO
60

CASOS E RELATOS

Transporte seguro
Manuel, como encarregado de obras da Construtora Lei S.A., está trabalhando no empreendimento
do Condomínio Estação, quando observou que a equipe tinha poucas informações relacionadas aos
meios de transporte em obras, pois alguns pelo simples fato de terem carteira de motorista, acredi-
tavam que poderiam realizar o transporte de vergalhões em veículos e equipamentos no canteiro.
Ele conversou com a engenheira Josepha, responsável pela obra, e resolveram fazer uma apresen-
tação, na reunião com os operários, sobre o que diz a NR 18 em relação à movimentação e transporte
de materiais e pessoas. No dia da reunião foram repassadas as seguintes orientações de acordo com
a norma regulamentadora:
“Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas só devem ser
operados por trabalhadores qualificados e certificados, sendo que mesmo assim só deveria exercer
a direção quem tivesse esta função anotada em Carteira de Trabalho.
Todos os elevadores tracionados a cabo deveriam ter painéis laterais, contraventos, cabine, guincho
de tração e freio de emergência identificado.
Ficava proibido o transporte de pessoas nos elevadores de materiais. E, por fim, o posto de trabalho
do guincheiro deveria ser isolado, com proteção segura contra queda de materiais”.
Manuel lembrou ainda que muitos daqueles que ali estavam presenciaram a morte de dois operários
no ano anterior, em um trabalho de rotina, envolvendo uma descarga de vergalhão de um caminhão
e um guindaste.
Ao final da exposição, Manuel e a Engenheira Josepha foram aplaudidos e todos os operários agra-
deceram os esclarecimentos prestados, tendo a certeza de que com estas informações o ideal é que
somente pessoas capacitadas façam o serviço de transporte de materiais!

É necessário lembrar das condições de segurança nos canteiros de obras. A vida deve vir em primeiro lugar.
5 Logística de canteiro de obras
61

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou sobre os meios de transportes usados em canteiro de obras, além da
carga e descarga do aço.
Você teve oportunidade de perceber a importância da adequada movimentação de vergalhões de
aço, inclusive do estoque ser próximo ao local de fabricação das armaduras de aço.
Necessário também não esquecer que as condições de segurança para a utilização de transportes
e movimentação de materiais em canteiros de obras são regulamentadas NR 18, que normatiza as
“Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção”, a qual possui um item especí-
fico para “Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas”.
Vamos em frente!
Elementos estruturais

Neste capítulo você compreenderá maiores detalhes sobre a utilização das barras; dos fios,
telas e outras peças que formam os elementos estruturais de uma edificação.
Você observou por que as edificações se mantêm firmes sem desabar? A figura a seguir
apresenta a estrutura de uma edificação.

Figura 30 - Elementos estruturais da edificação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

As casas não caem, literalmente, por causa dos elementos estruturais. Eles são responsáveis
pela sustentação da casa ou prédio que você mora.
Vamos dar prosseguimento ao nosso estudo com a definição dos elementos estruturais!
Bom estudo!
CORTE E DOBRA DE AÇO
64

6.1 DEFINIÇÃO

Elementos estruturais são componentes que fazem parte da base ou estrutura da edificação. Para a exe-
cução desses elementos é adequado utilizar concreto armado, pois dará uma maior sustentação à cons-
trução.

Figura 31 - Elementos estruturais com concreto armado


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2018.

SAIBA Para obter maiores informações em relação a projetos e execução de estruturas, consul-
MAIS te a norma técnica vigente.

Além da segurança contra o colapso, uma estrutura deve satisfazer os critérios de utilização, isto é, to-
dos os aspectos de performance devem ser aceitáveis para o uso a que se destina.

6.1.1 Armações em aços: definição e características

As armações em aço são definidas como a junção de barras de aço, dobradas e montadas conforme sua
utilização e um dos componentes do concreto armado.
Vamos ver as características das armações em aço?
A seguir, conheceremos as normas que regulamentam e especificam a produção de barras e fios de aço:
a) A diferença entre aço e ferro é a quantidade de carbono: na composição química do ferro, o teor
de carbono é maior ou igual a 2,04% e, no aço, este teor é menor do que 2,04%. As denomina-
ções CA-25, CA-50 e CA-60 dizem respeito a materiais que possuem teor de carbono que varia de
0,08% até 0,50%, dependendo do material e, portanto, a denominação técnica correta é aço;
6 Elementos estruturais
65

b) As barras são produtos obtidos por laminação e os fios por trefilação. Os fios são empregados até
a bitola de 10,0 mm e as barras a partir da bitola de 4,3 mm;
c) Na designação desses fios e barras é usado o prefixo CA, que indica o seu emprego no concreto
armado;
d) A escolha do tipo de aço se dá em função de condições econômicas e de mercado, sendo que nas
obras de construção de edifícios, o aço CA-50 é a principal alternativa escolhida.

É importante que se observe as características anteriores para o corte a dobra corretos das armações
de aço.

6.1.2 Gabaritos: ARMAÇÃO

O processo de execução para o gabarito de corte e dobra do aço deve seguir o passo a passo:
a) Meça e marque na bancada as medidas da dobra do estribo, gancho, largura e comprimento;
b) Para marcar à direita da bancada, coloque o metro no centro do pino de apoio;
c) Para marcar à esquerda da bancada, coloque o metro avançado duas vezes o diâmetro do ferro
a partir da face do pino de apoio;
d) Coloque o ferro entre os pinos, deixando a ponta do ferro na marca do gancho;

Figura 32 - Ferro entre os pinos


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

e) Faça a dobra do ferro com a chave sempre de acordo com as dimensões e orientações do projeto;
f) Coloque o gancho na marca do comprimento e dobre;
CORTE E DOBRA DE AÇO
66

Gancho Largura

Figura 33 - Gancho na marca


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

g) Coloque a parte dobrada na marca da largura e dobre novamente.

45º

Figura 34 - Parte dobrada na marca


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Repita esse movimento até fechar o estribo no tamanho desejado.


6 Elementos estruturais
67

6.2 CLASSIFICAÇÃO

A classificação dos elementos estruturais, segundo a sua geometria, faz-se comparando a ordem de
grandeza das três dimensões principais do elemento (comprimento, altura, espessura), que são visualiza-
das na imagem a seguir.

Pilar

Viga Laje nervurada


Viga
Verga

Nervura
Alvenaria Viga

Laje maciça

Muro de arrimo
Escada
Pilar

Térreo

Vigas
baldrame
Bloco de Sapata
fundação corrida

Figura 35 - Elementos estruturais - Edifício


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Podemos dizer que os elementos estruturais de um edifício se dividem em:


a) Superestruturas: vigas, lajes, pilares;
b) Infraestruturas: sapatas, blocos de estacas e tubulões;
c) Complementares: reservatórios, muros de arrimos e escadas.

A determinação dos elementos estruturais, bem como a preocupação com a segurança para a edifica-
ção, tem sido uma constante para a engenharia.

6.2.1 Elementos estruturais

São materiais geralmente produzidos com ferro, madeira ou concreto armado, formando usualmente o
sistema laje, viga, pilar e fundações.
CORTE E DOBRA DE AÇO
68

Laje Viga Fundação Pilar

a b c
b a
c a
c
c b
ab

Figura 36 - Elementos estruturais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Vamos ver agora cada elemento com detalhes:


a) Laje: em uma edificação, as lajes podem formar cada pavimento, servindo de teto para o andar
inferior e piso para o superior. Ou simplesmente, o teto em uma edificação com apenas um pavi-
mento. Como elemento estrutural, recebe os esforços do prédio, transmitindo-os às vigas;
b) Viga: na execução da edificação, as vigas servem para dar sustentação horizontal à construção,
recebendo os esforços transversais, transmitindo-os aos pilares;
c) Pilar: em uma edificação, os pilares geralmente recebem os esforços diagonais, transmitindo-os
para as fundações;
d) Fundações: dependendo do tipo da edificação e também do solo que será construída, podem
ser executados diversos tipos de fundações, sendo divididas em rasas e profundas. Independen-
temente do tipo utilizado, as fundações têm a função de transmitir as cargas da edificação para o
solo, em que está sendo executada a construção.

Os elementos estruturais são dimensionados em função das cargas atuantes, das capacidades resisten-
tes e das geometrias construtivas.
6 Elementos estruturais
69

6.3 ETIQUETAGEM

A etiquetagem é um procedimento realizado a partir da colocação de etiquetas nos aços que são cer-
tificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, que é
responsável pela avaliação compulsória de conformidade dos vergalhões de aço, a partir do ano de 1999,
e/ou por órgãos certificadores, tais como: ABNT ou ACTA – Supervisão Técnica Independente.
No Brasil, trabalhamos com dois tipos de certificações para aço utilizado na Construção Civil. O primeiro
é a certificação obrigatória, realizada pelo INMETRO e certificação voluntária. Com isso, todos os constru-
tores, de grande, médio e pequeno porte, reduziram o processo de recebimento e avaliação da qualidade
do aço adquirido.
Como exemplo de certificação obrigatória, todos os produtores de vergalhões para armaduras, como as
barras em aço CA-25 e CA-50 e os fios de aço CA-60, passam por auditorias.
Por este motivo, somente serão comercializados os materiais que estiverem devidamente etiquetados,
em conformidade com a norma técnica. Esta portaria assegura que o aço utilizado em construção não ofe-
reça, no momento de seu uso, riscos à segurança das construções, bem como aos cidadãos.

Figura 37 - Etiquetas de certificação do aço


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Toda barra nervurada (barra de aço CA-50), em todas as bitolas, deve apresentar marcas de laminação
em relevo, identificando o produtor com o registro no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial),
identificação do produtor e categoria do material e seu respectivo diâmetro nominal. (ABNT NBR 7480,
2007, p. 2).
CORTE E DOBRA DE AÇO
70

Categoria Diâmetro
do aço da barra

SD 50 10
Identificação
do fabricante

Figura 38 - Informações nominais da barra


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Além desta determinação técnica, torna-se necessário que sejam evidenciados os níveis de desbito-
lamento que significa que a massa linear da barra pode ser maior do que a nominal, admitidos em cada
empresa construtora.

A ocorrência de perdas no recebimento, relacionadas ao aço, envolve medidas


FIQUE lineares. Já que a compra é feita em massa, pode haver maior consumo de aço, co-
mumente denominada “desbitolamento”, significando que a massa linear da barra
ALERTA pode ser maior do que a nominal, acarretando assim menor comprimento para uma
mesma massa.

O segundo tipo é chamado de certificação voluntária, que ocorre quando o fabricante se oferece para
certificar o próprio aço produzido. Um exemplo de materiais que podem passar por este tipo de certifica-
ção são as telas soldadas e as armaduras treliçadas. O produtor do aço deve passar por auditorias através
de órgãos de certificação neutros.
Esses órgãos entregam o aço fabricado aos laboratórios autorizados pelo INMETRO, com o intuito e
obrigatoriedade de receber o resultado de conformidade de acordo com as normas técnicas da norma
técnica vigente. Sendo o resultado positivo, os produtos imediatamente recebem um selo de conforme;
ou é enviado, pelo órgão certificador, um documento contendo as informações do fabricante e da peça do
aço certificada.
6 Elementos estruturais
71

Figura 39 - Telas de aço soldadas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

De maneira geral, são encontradas perdas não desprezíveis na construção de qualquer obra, o grande
desafio é chegar cada vez mais perto do zero por cento.

Você sabia que algumas falhas de especificação podem acarretar o mau


desempenho do aço como a subespecificação, por exemplo. Além disso, o
Curiosidades dobramento de barras requer atenção especial pois deve-se respeitar as ca-
racterísticas do aço usado, evitando-se assim fissuras de tração.

A racionalização do uso de materiais e componentes em obras de construção de edifícios é, sem dúvida,


uma das saídas para a questão das perdas.
Vale ressaltar que depois de efetivada a compra do aço, algumas informações devem ser inseridas em
etiquetas específicas, como o nome do elemento (viga, laje e pilar), posição, bitola e quantidade. Esta eti-
queta deve ser presa nas peças para facilitar a identificação na hora da montagem.
CORTE E DOBRA DE AÇO
72

6.4 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

O material é um conjunto de matérias, cientificamente falando. Nas artes, material seria a produção
realizada pelo artista. Já para as engenharias, quando usam a palavra material, referem-se à substância que
tem uma utilidade. Na construção civil é a matéria-prima da obra, sendo denominado de material de cons-
trução. Como exemplo, podemos citar o cimento, a cal, a areia, os blocos, as tintas, a madeira, as ferragens
em aço, dentre outros.
Vamos salientar o aço no material de construção e, mais especificamente, o vergalhão.

6.4.1 VERGALHÃO DE AÇO: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Os vergalhões são barras de aço empregados na produção de armaduras para utilização no concreto
armado, de lajes, vigas, pilares, fundações em geral, que farão parte da estrutura da edificação.
a) O vergalhão CA-50: é um vergalhão que possui superfície nervurada, facilitando assim a aderên-
cia ao concreto. As bitolas variam de 6,3 mm a 40 mm. Veja a tabela:

Diâmetro nominala Massa e tolerância por unidade de comprimento Valores nominais


mm

Massa nominalb Máxima variação permitida Área da seção Perímetro


Barras
kg/m para massa nominal mm2 mm

6,3 0,245 ± 7% 31,2 19,8


8,0 0,395 ± 7% 50,3 25,1

10,0 0,617 ± 6% 78,5 31,4


12,5 0,963 ± 6% 122,7 39,3
16,0 1,578 ± 5% 201,1 50,3

20,0 2,466 ± 5% 314,2 62,8


22,0 2,984 ± 4% 380,1 69,1
25,0 3,853 ± 4% 490,9 78,5

32,0 6,313 ± 4% 804,2 100,5


40,0 9,865 ± 4% 1256,6 125,7

Tabela 2 - Características das barras


Fonte: ABNT NBR 7480, 2007.
6 Elementos estruturais
73

b) O vergalhão CA-60: os fios de aço podem apresentar superfície lisa ou nervurada, produzido em
aço em baixo teor de carbono, alta resistência, ótima soldabilidade. Fornecido em barras retas ou
dobradas, com bitola de 4,2 mm a 9,5 mm. Veja a tabela:

Diâmetro nominala Massa e tolerância por unidade de comprimento Valores nominais


mm

Massa nominalb Máxima variação permitida Área da seção Perímetro


Fios
kg/m para massa nominal mm2 mm

2,4 0,036 ± 6% 4,5 7,5


3,4 0,071 ± 6% 9,1 10,7
3,8 0,089 ± 6% 11,3 11,9
4,2 0,109 ± 6% 13,9 13,2
4,6 0,130 ± 6% 16,6 14,5
5,0 0,154 ± 6% 19,6 15,7

5,5 0,187 ± 6% 23,8 17,3


6,0 0,222 ± 6% 28,3 18,8

6,4 0,253 ± 6% 32,2 20,1


7,0 0,302 ± 6% 38,5 22,0
8,0 0,395 ± 6% 50,3 25,1
9,5 0,558 ± 6% 70,9 29,8
10,0 0,617 ± 6% 78,5 31,4

Tabela 3 - Características dos fios


Fonte: ABNT NBR 7480, 2007.
CORTE E DOBRA DE AÇO
74

c) O vergalhão CA-25: apresenta superfície lisa. O vergalhão CA-25 é bastante utilizado como re-
forço de estruturas de concreto, assim como calçadas, paredes e fundações. São encontrados no
mercado com espessuras e tamanhos diferentes.

A não observância do controle tecnológico e pesagem ou conferência das relações peso/bitola/metra-


gem no recebimento em obras acarretam em grandes prejuízos.

CASOS E RELATOS

Prática e teoria
O armador de ferragens, Digelson, foi contratado pela Construtora Áustria Ltda. e o conhecimento
prático, em armaduras de aço, foi apreendido na prática, trabalhando com seu pai.
Como ele não havia frequentado um curso de armador de ferro, Digelson tinha dificuldades com
algumas siglas, símbolos e informações que eram repassadas à equipe.
Logo no primeiro serviço, ele teve problemas pela falta de conhecimentos sobre os aços. O encar-
regado da obra mandou que o profissional pegasse a CA-25. Digelson trouxe um carrinho.
O encarregado da obra percebeu a dificuldade do empregado e repassou para ele uma cartilha que
explicava sobre as categorias do aço.
Lendo a cartilha, o armador de ferragens, Digelson, compreendeu que a sigla CA significa Concreto
Armado.
Com o novo conhecimento adquirido na cartilha, Digelson conseguiu identificar todas as categorias
das barras e fios de aço, assim como, seu uso específico, referente à carga de trabalho que as peças
irão suportar.
Ao fim do trabalho, ele decidiu procurar um curso de armador de ferro para complementar o
conhecimento que ele já possuía com a prática.

O profissional que irá fazer o corte e a dobra do aço deve ficar atento, pois as cargas que as barras ou
fios de aço irão suportar são definidas no projeto estrutural da edificação que será construída, assim, a
classificação do aço estará prevista em projeto.
Exemplo:
50 kgf/mm² ou 500 MPa para o CA-50;
25 kgf/mm² ou 250 MPa para o CA-25;
60 kgf/mm² ou 600 MPa para o CA-60.
6 Elementos estruturais
75

Como no exemplo anterior, podemos identificar a classificação dos aços a serem adquiridos, pois já
estarão definidos pelas siglas.

6.5 Engenharia estrutural

Na execução de uma obra, a engenharia estrutural é responsável pelo desenvolvimento do projeto


estrutural, operando com cálculos estruturais, na área da engenharia civil, assim como, nas engenharias:
naval, mecânica, aeronáutica, dentre outras.
É o engenheiro estrutural que tem a responsabilidade de realizar a previsão e o cálculo das estruturas a
serem construídas, garantindo a estabilidade, a rigidez e a força, adequadas à construção, definindo assim
o projeto estrutural.
A elaboração do projeto estrutural é fundamentada através do projeto arquitetônico, devendo ter com-
patibilidade com os demais projetos, como o de instalações hidráulicas, elétricas, telefonia, etc.
Já o técnico em edificações, apesar de ser liberado para assinar projetos de até 80 metros quadrados,
não pode se responsabilizar pelo projeto estrutural da obra.
No canteiro de obras, o armador de ferragens é responsável pela movimentação, armazenagem e exe-
cução de armaduras de aço. Quando a construtora adquire o aço já cortado e dobrado, estes profissionais
realizam a montagem das armaduras. Entretanto, quando o material em aço é comprado em barras e fios,
eles devem realizar o corte, a dobra e a montagem, no canteiro de obras, dentro da Central de Armação.

6.5.1 PROJETO ESTRUTURAL

A engenharia estrutural é a responsável pela elaboração do projeto estrutural de novas obras, análise
de obras existentes que venham apresentar problemas, verificação da capacidade resistente em amplia-
ções ou novas utilizações a que uma determinada obra civil venha a ser submetida.
No projeto estrutural iremos estudar:
a) Projeto de fôrma;
b) Projeto de armação;
c) Plantas de locação da fundação (sapata) e pilares;
d) Plantas de armação de vigas;
e) Plantas de armação de lajes.
CORTE E DOBRA DE AÇO
76

Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles a seguir:


a) Projeto de fôrma
O armador precisa conhecer os projetos de fôrma e armação para entender como será distribuída a
armadura dos elementos estruturais e identificar as dimensões das peças (comprimento, altura e largura)
para efetuar corte e dobra do aço de acordo com as especificações do projeto.
No projeto de fôrma, o armador irá encontrar os elementos estruturais (vigas, pilares, lajes, fundações)
identificados por letras e números. Normalmente, as abreviaturas adotadas são:
-- P: pilar;

-- V: viga;

-- L: laje;

-- B: bloco;

-- S: sapata;

-- E: estaca.

A planta de fôrmas tem a função de definir as dimensões das formas que irão moldar o concreto.
b) Projeto de armação
O projeto de armação de ferragens é utilizado para:
-- Levantamento da quantidade de material para execução dos serviços;

-- Solicitação de material;

-- Informação de dimensões para corte e dobra, pré-montagem e sobre o posicionamento para


a montagem do aço.

No projeto de armação encontra-se também o quadro de ferragens. Nesse quadro, podemos identificar
o comprimento da barra, diâmetro da bitola da barra, posição do projeto e a quantidade de barras. Veja
um modelo a seguir:
6 Elementos estruturais
77

QUADRO DE FERROS
COMPRIMENTOS
Nº Ø QUANTIDADE
UNIT. (cm) TOTAL (m)
1 6,3 12 654 78,48
2 8.0 12 654 78,48
3 5.0 503 102 513,06
4 6,3 8 259 20,72
5 8.0 8 259 20,72
6 6,3 4 424 16,96
7 8.0 4 424 16,96
8 6,3 4 609 24,36
9 8.0 4 609 24,36
10 6,3 4 419 16,76
11 8.0 4 419 16,76
12 6,3 8 394 31,52
13 8.0 8 394 31,52
14 6,3 2 364 7,28
15 8.0 2 364 7,28
16 6,3 4 1021 40,84
17 8.0 4 1021 40,84
18 5.0 475 82 389,5
19 10.0 90 195 175,5
20 10.0 180 145 261.00
21 12,5 72 400 288.00
22 5.0 516 88 454,08
23 12,5 72 300 216.00
24 6,3 16 125 20.00
25 6,3 15 500 75.00
26 6,3 4 395 15,8
27 6,3 54 230 124,2
28 6,3 22 205 45,1
29 6,3 48 290 139,2
30 6,3 16 235 37,6
31 6,3 26 290 75,4
32 6,3 32 175 56.00
33 6,3 32 215 68,8
34 6,3 14 335 46,9
35 6,3 38 365 138,7
36 6,3 78 80 62,4
3 5.0 503 102 513,06
4 6,3 8 259 20,72
CORTE E DOBRA DE AÇO
78 5 8.0 8 259 20,72
6 6,3 4 424 16,96
7 8.0 4 424 16,96
8 6,3 4 609 24,36
9 8.0 4 609 24,36
10 6,3 4 419 16,76
11 8.0 4 419 16,76
12 6,3 8 394 31,52
13 8.0 8 394 31,52
QUADRO DE FERROS
14 6,3 2 364 7,28
COMPRIMENTOS
15

16
Ø8.0
6,3
2
QUANTIDADE
4
364
UNIT.
1021(cm)
7,28
TOTAL
40,84(m)
1
17 6,3
8.0 12
4 654
1021 78,48
40,84
18
2 5.0
8.0 475
12 82
654 389,5
78,48
19
3 10.0
5.0 90
503 195
102 175,5
513,06
20
4 10.0
6,3 180
8 145
259 261.00
20,72
21
5 12,5
8.0 72
8 400
259 288.00
20,72
22
6 5.0
6,3 516
4 88
424 454,08
16,96
23
7 12,5
8.0 72
4 300
424 216.00
16,96
24
8 6,3
6,3 16
4 125
609 20.00
24,36
25
9 6,3
8.0 15
4 500
609 75.00
24,36
26
10 6,3
6,3 4
4 395
419 15,8
16,76
27
11 6,3
8.0 54
4 230
419 124,2
16,76
28
12 6,3
6,3 22
8 205
394 45,1
31,52
29 6,3 48 290 139,2
13 8.0 8 394 31,52
30 6,3 16 235 37,6
14 6,3 2 364 7,28
31 6,3 26 290 75,4
15 8.0 2 364 7,28
32 6,3 32 175 56.00
16 6,3 4 1021 40,84
33
17 6,3
8.0 32
4 215
1021 68,8
40,84
34
18 6,3
5.0 14
475 335
82 46,9
389,5
35
19 6,3
10.0 38
90 365
195 138,7
175,5
36
20 6,3
10.0 78
180 80
145 62,4
261.00
21 12,5 72 400 288.00
22 5.0 Tabela 4 - Modelo
516de quadro de ferros 88 454,08
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
23 12,5 72 300 216.00
24 6,3 16 125 20.00
25 6,3 15 500 75.00
Com o quadro resumo
26 é possível6,3
fazer o levantamento
4 da quantidade
395 necessária
15,8 de cada aço para rea-
lização do pedido de compra,
27 conforme
6,3 demonstrado 54 na figura a230 seguir: 124,2
28 6,3 22 205 45,1
29 6,3 48 290 139,2
30 6,3 RESUMO16 AÇO CA - 50 A 235 37,6
31 6,3 26 290 75,4
32 Ø6,3 COMPR. (m) 32 kg/m 175 kg 56.00

33 5.0 6,3 1357 32 0.20 215 272 68,8


34 6.3 6,3 1143 14 0.25 335 286 46,9
35 8.0 6,3 237 38 0.40 365 95 138,7
36 10.0 6,3 437 78 0.63 80 276 62,4
12.5 504 1.00 504
16.0 1.60

Tabela 5 - Modelo de quadro resumo do aço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
6 Elementos estruturais
79

Observando a tabela anterior, identificamos na primeira coluna a bitola do aço, a segunda mostra o
comprimento total, a terceira indica quantos quilogramas por metro tem cada bitola de aço e a última
coluna é o resultado da multiplicação entre a segunda e a terceira.
Observe o exemplo detalhado referente à figura anterior:
1ª. Coluna – bitola do aço = 5,0 mm;
2ª. Coluna – comprimento total = 1357 m;
3ª. Coluna – Quilogramas por metro (kg/m) = 0,20 kg/m;
4ª. Coluna – Total (em quilogramas) = 1357 m x 0,20 kg/m = 272 kg.

Nos desenhos para execução de armaduras, as barras que têm dobras são desenhadas em detalhes,
com a indicação do número do aço, da quantidade, da bitola e das medidas das dobras.
c) Planta de locação da fundação (sapata) e pilares
É a transposição das medidas de eixo da planta baixa para o terreno. Observe, na figura a seguir, uma
planta de estrutura de uma residência. Trata-se da planta de locação de sapatas e pilares. Ela permite iden-
tificar:
-- A estrutura da edificação tem 12 sapatas (S1 a S12) e 12 pilares (P1 a P12). Onde S1 = Sapata
01 e P1 = Pilar 1;
-- A posição exata de cada pilar e sapata (a numeração inicia no canto superior esquerdo e segue
da esquerda para direita, de cima para baixo, da mesma forma que é organizada a escrita em
uma folha de papel;
-- As dimensões de cada pilar e sapata (indicadas no lado direito, sendo o pilar com 30 X 15 e sa-
patas com S1 = S3 = S8 = 150 x 150 e S2 = S4 = S5 = S6 = S7 = S9 = S10 = S11 = S12 = 100 x 100);
-- O tipo de fundação (neste caso a melhor solução de fundação foi a sapata isolada).
CORTE E DOBRA DE AÇO
80

Figura 40 - Modelo de planta de locação de sapatas e pilares


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
6 Elementos estruturais
81

Agora, vejamos um exemplo de armação de pilares e sapatas:

Figura 41 - Exemplo de armação de pilares e sapatas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
CORTE E DOBRA DE AÇO
82

Observe que, no desenho anterior, as sapatas foram agrupadas de acordo com suas dimensões: S1, S3 e
S8 são sapatas de 150 cm x 150 cm e as demais (S2, S4, S5, S6, S7, S9, S10, S11 e S12) são de 100 cm x 100 cm.
Os pilares têm como dimensões 30 cm de comprimento e 15 cm de largura e serão armados com 6 bar-
ras de 12.5 mm de diâmetro, cada um.
Observe o detalhe dos estribos dos pilares:

30

15 N21
27
5
12

N22 - 43 ø5,0 c/ 15 - 88

Figura 42 - Detalhe dos estribos dos pilares


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para a armação de cada pilar, serão utilizados 43 estribos de 5.0 mm de diâmetro, com espaçamento
entre eles de 15 cm. O comprimento dos estribos será de 27 cm e a largura será de 12 cm, com dobras de 5
cm, totalizando 88 cm de comprimento total da barra.
A posição N 19 identifica as barras de aço que compõem a armadura das sapatas S1, S3 e S8. No total,
para cada sapata, serão 30 barras de 10.0 mm de diâmetro, com espaçamento de 10 cm e comprimento
total de 195 cm.
d) Planta de armação de vigas
Vamos aprender a interpretar uma planta de armação referente a uma viga. As imagens a seguir permi-
tem visualizar a armadura das vigas V1, V5 e V7. Observe a V1 (viga 1), ela é igual a V5 e V7 e mede 12 x 40
cm de diâmetro e o seu comprimento é de 640 cm.
N1 com 6,3 mm de diâmetro e 654 cm de comprimento.
Considere os 10 + 10 cm da ancoragem somados a 634 cm = 654 cm.
6 Elementos estruturais
83

N27 – 15 Ø6.3 c.15–230


Comprimento de corte de aço da posição N27 (230cm)

Diâmetro (bitola) do aço (6,3mm)

Quantidade de aço na posição N27

Posição do ferro

N1 – 2 Ø6.3 –654
634

Figura 43 - Planta de armação de vigas em corte - 1


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Observe, a seguir, duas armaduras N2 com 8,0 mm de diâmetro e 654 cm de comprimento. Considere
os 10 + 10 cm da ancoragem somados a 634 cm = 654 cm.

N1 – 2 Ø8.0 –654
634
V1 =V5=V7 (12x40)cm
N1– 2 ø6.3 –654
10
54N3 634 10

10 N2– 2 ø8.0 –654 10


634

Figura 44 - Planta de armação de vigas em corte - 2


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Observe que a imagem, com o detalhe a seguir, refere-se ao estribo N3.


São 503 estribos para todas as vigas, destes, 54 estribos são para a V1 (viga 1). O diâmetro do aço é de
5 mm e a distância entre os estribos é de 12 cm e o comprimento do aço é de 102 cm (5 + 37 + 9 + 37 + 9
+ 5 = 102 cm).
CORTE E DOBRA DE AÇO
84

DETALHES DOS ESTRIBOS

N3– 503 ø5.0 c.12 – 102


2N
37

40
9
12

VIGA

ESTRIBOS
ARMADURAS

Figura 45 - Detalhe de um estribo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Outros exemplos de viga:

Figura 46 - Detalhe de uma viga


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
6 Elementos estruturais
85

FIQUE A precisa identificação do número e posição do aço é de suma importância na leitu-


ALERTA ra do projeto.

e) Planta de armação de lajes


Observe agora, no exemplo a seguir, uma planta de armação de lajes. As lajes são identificadas pela
numeração L8 = laje 8 e L9 = laje 9. N32–16 ø6.3 c.15–175

L8
N27 – 12 Ø6.3 c.15–230
N36–8 Ø6.3 c.30–80
N33–16 ø6.3 c.15–215

L9

N27 – 15 Ø6.3 c.15–230

Figura 47 - Projeto armadura lajes L8 e L9


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O projeto trazido é composto de duas lajes L8 e L9. As ferragens que compõem as lajes você já apren-
deu a identificar.
As ferragens positivas (N27, N32 e N33) ficam na parte inferior da laje e se estendem por todo o seu
comprimento.
As ferragens negativas (N36) são representadas com linha tracejada e ficam no encontro das lajes e são
posicionadas na parte superior.
Veremos com mais detalhes como se identificam as ferragens de uma laje. Observe a imagem do deta-
lhe do projeto de armadura de laje seguido da perspectiva de uma estrutura com indicação das lajes.
CORTE E DOBRA DE AÇO
86

N27 – 15 Ø6.3 c.15–230

N27 – 15 Ø6.3 c.15–230


Comprimento de corte de aço da posição N27 (230cm)

Diâmetro (bitola) do aço (6,3mm)

Quantidade de aço na posição N27

Posição do ferro

Figura 48 - Detalhe do projeto e perspectiva de uma estrutura com indicação das lajes L8 e L9
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

6.6 ORDEM DE SERVIÇO

A ordem de serviço é utilizada para detalhar uma atividade a ser executada. Antes de iniciar o serviço,
devem ser verificadas as condições de segurança, por exemplo, a instalação de proteções de periferia (ban-
dejas, guarda-corpo, telas).
Para a liberação da montagem da armadura, devem ser verificados se os serviços anteriores a este tra-
balho já foram concluídos, por exemplo: montagem e escoramento das formas, aplicação de desmoldante,
passagem de instalações elétricas e hidráulicas.
A figura a seguir mostra um modelo de ordem de serviço. Neste documento, deve constar a relação
dos EPIs necessários, as informações relativas aos riscos e às sinalizações da obra, bem como ferramentas e
materiais para realização das atividades.
6 Elementos estruturais
87

Data de Emissão: ORDEM DE SERVIÇO


___/___/____ SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Responsável pela
apresentação da
Ordem de Serviço:
Função:
Pela presente Ordem de Serviço, objetivamos informar os trabalhadores que executam suas
atividades laborais nesse setor, conforme estabelece a NR 1, item 1.7, sobre as condições de
segurança e saúde às quais estão expostos, como medida preventiva e, tendo como parâmetro os
agentes físicos, químicos e biológicos citados na NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(Lei nº 6514 de 22/12/1977, Portaria nº 3214 de 08/06/1978), bem como os procedimentos de
aplicação da NR 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI; NR 17 – Ergonomia, de forma a
padronizar comportamentos para prevenir acidentes e/ou doenças ocupacionais.
Nome: Código:
Setor: Função: Armador
Atividades
Corta, dobra, amarra vergalhões e barras de ferro, monta armações de ferro para estruturas
(vigas, colunas e fundações) conforme projeto, em bancada própria.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Necessários e/ou Utilizados

• Capacete;
• Bota de segurança;
• Óculos de proteção;
• Protetor auricular tipo inserção (quando estiver em ambientes ruidosos);
• Uniforme completo;
• Luva de raspa de couro ou vaqueta;
• Cinto de segurança tipo paraquedista equipado com trava - quedas em conjunto de corda de
poliamida preso à estrutura fixa da edificação (trabalho em altura);
• Protetor facial (quando operar a serra de policorte);
• Ombreiras em raspa de couro (para transporte e descarga de vergalhões).

Medidas preventivas para os Riscos

• Não transite pela obra sem capacete e bota de segurança;


• Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e
conservação;
• Observe atentamente o meio ambiente de trabalho ao circular na obra, e corrija as condições
inseguras encontradas, imediatamente;
• Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento;
• Aterramento elétrico da policorte (se houver);
• Uso correto de EPI;
• Treinamento para execução das tarefas;
• Correção das posturas de trabalho;
• Guarda-corpo de proteção para periferias, vãos das lajes e escadas;
• Não execute nenhum tipo de tarefa ou exerça atividade para a qual não foi treinado, autorizado
e não está habilitado.

Orientações de Segurança do Trabalho

• Informe com urgência ao mestre de obras, ou o seu supervisor, qualquer irregularidade ou mau
funcionamento do equipamento;
• Use corretamente o cinto de segurança ligado a um cabo de segurança, para trabalhos realizados
em andaimes suspensos mecânicos; para trabalhos em altura superior a 2,00 metros ou na periferia
da obra;
• Não desça material (armações de ferro) em queda livre. Use cordas para amarrá-los;
• Quando designados para operar a serra policorte, não permita que outras pessoas a utilizem;
• Ao operar a serra de policorte, verifique se a mesma está intacta e corretamente fixada, com
proteção das partes móveis e use protetor facial e protetor auricular;
• Verifique as condições gerais das ferramentas manuais e comunique qualquer alteração nas
ferramentas elétricas, para registro em livro de inspeção;
• Não improvise extensões elétricas e nem conserte equipamentos elétricos defeituosos. Chame o
eletricista para tal atividade;
• Proteja as pontas verticais dos vergalhões quanto à montagem das armações;
Instale bancada apropriada e estável para dobragem e corte de vergalhões afastada dos locais de
passagem obrigatória de trabalhadores;
• Estoque os vergalhões em cavaletes mantendo a circulação livre;
• A estocagem dos vergalhões deve ser feita em locais apropriados, provida de dispositivos
adequados de modo a evitar: postura inadequada assumida pelo armador e seu ajudante para
movimentar a ferragem, esforço excessivo despendido por ambos para movimentação da ferragem,
interferência com as áreas de circulação de trabalhadores;
• O leiaute do pátio de armação deverá ser planejado e executado de modo a evitar que a operação
de transporte dos vergalhões do estoque até as máquinas de corte dobra, corte e dobra da
ferragem, transporte até o local de aplicação na obra;
• Exija que a execução da manutenção corretiva e/ou preventiva periódica nas máquinas e/ou
equipamentos seja feita por profissional treinado e habilitado.

Recebi treinamento de segurança e saúde no trabalho, bem com todos os equipamentos de


proteção individual para neutralizar a ação dos agentes nocivos presentes no meu ambiente de
trabalho.
Serei cobrado pelo não cumprimento ao disposto nesta ordem de serviço, estando sujeito às
penas de lei, que vão desde a advertência e suspensão, até demissão por justa causa.

Cidade, ____ de _______________ de ______

____________________________
Assinatura do Empregado

Figura 49 - Modelo de ordem de serviço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
CORTE E DOBRA DE AÇO
88

O armador de aço é o trabalhador que cuida das ferragens da obra. Ele é responsável pela montagem
e organização de barras e demais materiais em aço. Aparentemente é um trabalho simples, porém é de
grande risco, pois lida com vergalhões de aço e ferramentas e equipamentos cortantes.
A ordem de serviço é um documento obrigatório que aparece tanto na CLT, artigo 154, item II, quanto
nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, mais precisamente na NR 1, item 1.7, letra “b”.
É importante o uso da ordem de serviço para a realização do trabalho do Armador de Ferragens, evitan-
do, assim, os riscos de acidentes.

6.7 CRONOGRAMA DE OBRA

O cronograma de uma obra é definido como um instrumento de planejamento e controle semelhante


a um diagrama, em que são definidas e detalhadas minuciosamente as atividades a serem executadas du-
rante um determinado período de tempo.
O cronograma de uma obra é o resultado de um planejamento realizado antes de ser iniciada a mesma,
como uma “linha do tempo”.
Qualquer que seja a obra, é de grande importância planejar exatamente quando vai iniciar, quanto
tempo os trabalhos vão durar e quando vão terminar.
Veja, a seguir, um exemplo de cronograma de obra com suas etapas:
6 Elementos estruturais
89

CRONOGRAMA DA OBRA

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4


ATIVIDADE
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Canteiro de
obras

Fundações

Estrutura de
concreto
armado

Elevações

Cobertura

Instalação
elétrica

Instalação
hidráulica

Esquadrias

Revestimento

Pavimentação

Pintura

Diversos

Legenda: Executado Programado


Figura 50 - Cronograma de obra
Fonte: SENAI DR BA, 2019.

SAIBA Para maiores informações sobre cronogramas de obras, consulte: LIMMER, Carl Vicente.
Planejamento, orçamentação e controle de projetos e obras. Rio de Janeiro: LTC,
MAIS 1997.

Lembre-se sempre de que no planejamento para construção de uma edificação, o ideal é que o crono-
grama físico-financeiro seja realista, no qual as despesas com a realização dos serviços sejam detalhadas,
dependendo do tipo da obra.
CORTE E DOBRA DE AÇO
90

Seguir corretamente o cronograma de cada etapa da obra permite que a empresa construtora compre
ou contrate materiais, equipamentos e profissionais, no momento certo, evitando desperdícios, gastos e
despesas excessivas.

6.8 Diálogo Diário de Segurança – DDS

O DDS é o Diálogo Diário de Segurança, que tem por objetivo a conscientização do trabalhador sobre
a segurança no trabalho. Deve ser aplicado diariamente, através de uma conversa de curta duração, em
torno de dez minutos, para relembrar aos trabalhadores sobre a preparação do ambiente de trabalho para
a execução das atividades do dia, as políticas de segurança, o manuseio de ferramentas e equipamentos,
inclusive algumas técnicas de primeiros socorros.

A ferramenta DDS teve início na década de 90 e influenciou outros mecanis-


mos de segurança do trabalho. Um exemplo é o Diálogo Diário de Higiene
Curiosidades (DDHSMA), Segurança e Meio Ambiente e o Diálogo Diário de Higiene e Se-
gurança (DDHS). (Fonte: SOC, 2017).

Quem não construiu bons cronogramas de obra, porém desanimou devido aos resultados fugirem do
planejado?
Nada de anormal. Temos que lembrar que cronograma de obra é um organismo vivo e deve ser sempre
atualizado com as informações da real situação da obra, e que facilmente causará desvios.
Isso não é o fim do mundo, desde que a empresa tenha total controle dessas alterações e possa repla-
nejar, se for necessário. Esse é o diferencial das empresas consolidadas no mercado.
6 Elementos estruturais
91

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou sobre a definição, classificação e etiquetagem dos elementos estru-
turais. Além disso, teve a oportunidade de entender o que as normas técnicas explicam sobre as
classificações do aço, enquanto material de construção. Além disso, você pôde observar o quanto é
importante fazer a leitura correta de um projeto, como funciona uma ordem de serviço e a importân-
cia de conhecer um cronograma de obra.
Você pôde também observar a importância da certificação do aço, ter ocorrido, a partir de 1999, pelo
INMETRO e outros órgãos certificadores, dando maior segurança às construções estruturais.
No próximo capítulo você estará aprendendo novos conteúdos relacionados à Segurança do Trabalho.
Bons estudos!
Segurança no trabalho
7

Na indústria da Construção Civil, a segurança e a saúde do trabalhador fundamentam-se em


normas regulamentadoras, sendo a principal a NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Traba-
lho na Indústria da Construção Civil.
Você irá entender como realizar a prevenção de acidentes, mantendo-se saudável, através
do conhecimento e de atitudes próprias, no momento da execução do corte e a dobra do aço.
Você conhece os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC), utilizados pelo
armador de ferragens?

Figura 51 - Segurança no trabalho - EPI


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Neste capítulo você vai aprender sobre os EPI, os EPC e como utilizá-los adequadamente,
além de outras condições de segurança e saúde exigidas em normas técnicas.

Bom estudo!
CORTE E DOBRA DE AÇO
94

7.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

A definição de EPI - Equipamento de Proteção Individual – encontrada na Norma Regulamentadora nº 6


(NR 6), é a seguinte: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. (BRASIL, 2001).
Os EPI passam por auditorias de rotina promovidas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial), criando um selo de conformidade.
O requisito fundamental para o empregado é o reconhecimento e o uso correto dos EPI para cada fun-
ção que os empregados executam na obra. Por exemplo, o armador de ferragens deve usar: capacete de
proteção; luvas, ombreiras, perneiras, avental e mangotes de raspa de couro; máscara de proteção; calçado
de segurança; cinto de segurança; óculos de segurança contra impacto.
Outro ponto fundamental é o treinamento, pois de nada adianta possuir os EPI apenas para cumprir a
lei, sem garantir o uso da maneira adequada.
O fornecimento do EPI é de obrigação do empregador e deve atender todos os requisitos estabelecidos
na norma. O EPI deve ser adequado aos riscos de cada atividade e deve possuir Certificado de Aprovação,
expedido pelo INMETRO.
A seguir você verá os equipamentos de proteção individual utilizados pelos armadores:

Protege o tronco, o abdômen e


Avental de raspa de couro parte dos membros inferiores de
cortes e esfoliações

Protege contra impactos causados


Calçado de segurança pela queda de objetos,
perfurações e cortes

Utilizado para proteger o crânio de


Capacete impactos de queda de materiais e
ferramentas

Proteção contra o risco de queda


Cinto de segurança em trabalhos em alturas superiores
a 2 metros

Evitam contato com objetos


Luvas de raspa de couro cortantes
Utilizado para proteger o crânio de
Capacete impactos de queda de materiais e
ferramentas
7 Segurança no trabalho
95

Proteção contra o risco de queda


Cinto de segurança em trabalhos em alturas superiores
a 2 metros

Evitam contato com objetos


Luvas de raspa de couro cortantes

Utilizadas para proteger o braço e


Mangas de raspa de couro o antebraço de objetos cortantes

Utilizados para proteger os olhos


Óculos de segurança de estilhaços, poeira, etc.

Proteção das pernas contra


Perneira de raspa de couro objetos cortantes ou esfoliantes

Serve para proteger os ouvidos de


Protetor auditivo ou auricular barulhos excessivos que possam
levar à perda auditiva

Utilizado para proteger a face


Protetor facial contra impacto de partículas
(partes muito pequenas

Proteção da pele contra a radiação


Protetor solar solar

Quadro 3 - Equipamentos de segurança


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
CORTE E DOBRA DE AÇO
96

Ao trabalhador, cabe o dever de utilizar o EPI adequadamente, guardá-lo e conservá-lo, informando


qualquer alteração que o torne inadequado ao uso.

7.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA - EPC

São todos os dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger dois ou mais trabalhadores. As normas
técnicas referentes aos EPC são as Normas Regulamentadoras (NR) nº 4, 9 e 18.
Conforme estas normas, o empregador e o empregado têm as seguintes obrigações:
a) O empregador deve
-- Adquirir o EPC adequado à atividade do empregado;

-- Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;

-- Tornar obrigatório seu uso;

-- Substituir o EPC quando danificado ou extraviado.

b) O empregado deve
-- Utilizar apenas para a finalidade a que se destina;

-- Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso;

-- Ter responsabilidade por sua conservação e guarda.

Os equipamentos de proteção coletiva são destinados à segurança de um grupo de pessoas que reali-
zam um determinado serviço em um mesmo ambiente de trabalho.
Veja algumas proteções coletivas utilizadas na construção civil:

EQUIPAMENTO UTILIZAÇÃO IMAGEM

Cones e sinalizações Usados para manter os


Fitas de segurança trabalhadores afastados
de áreas de perigo e de
manutenção

Tela de proteção

Protege quanto à
queda de materiais e
ferramentas Proteção de
periferia

Proteção de periferia e
bandeja salva-vidas
Bandeja
salva-vidas
7 Segurança no trabalho
97

São cordas ou
cabos de aço com
resistência mínima
de 1500 kg, onde são
travados os cintos de
Linha de vida
segurança, permitindo
a movimentação
horizontal dos
trabalhadores sem risco
de queda

Utilizados para apagar


possíveis focos de
Extintores de incêndio incêndio. Só podem
ser utilizados após
treinamento

Se houver queda de
Protetores para pontas de
operário, essa proteção
barras de aço
evita a perfuração

Proteção para poço


de elevador e outras
aberturas com risco de
queda

Andaime com guarda-


corpo
Serve para proteger
os trabalhadores de
alturas elevadas

Guarda-corpo

Rede de proteção para


laje
CORTE E DOBRA DE AÇO
98

A faixa sinaliza por


Faixas de sinalização
onde o operário deve
andar, dentro de um
determinado ambiente

Quadro 4 - EPC utilizados na construção civil


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Lembre-se de que você não deve retirar madeiras de proteção de vãos para utilizá-las em suas tarefas.
Se elas estão lá, existe um motivo. É sua obrigação, assim como de seus colegas, zelar pela segurança de
todos, assim, você deve comunicar a existência de locais desprotegidos.

SAIBA Para obter maiores informações em relação a EPI e EPC, consulte a norma regulamen-
tadora nº 6 (NR 6) para EPI e as normas regulamentadoras (NR) nº 4 (NR 4) e nº 9 (NR 9)
MAIS para EPC.

O Brasil vem apresentando uma ligeira melhora no ranking mundial entre os países com maior número
de registros de acidentes. Essa melhora pode ser creditada, em parte, a crescente importância dada ao uso
do EPC e do EPI.

7.3 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO


(PCMAT)

A NR 18, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego
– MTE, é a norma que regulamenta o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção - PCMAT.
Na NR 18, o subitem 18.3.1, determina “a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos
com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos estabelecidos pela NR 18 e outros dispo-
sitivos complementares de segurança”. (BRASIL, 1978).
O PCMAT também deve cumprir com as exigências da NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambien-
tais e com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
De acordo com a NR 18, deverão ser integrados ao PCMAT os itens dispostos a seguir:
a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se
em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas pre-
ventivas;
7 Segurança no trabalho
99

b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da


obra;
c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade
com as etapas de execução da obra;
e) Leiaute inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusi-
ve, previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
f) Programa educativo que contempla o tema sobre prevenção de acidentes e doenças ocupacio-
nais e sua carga horária. A informação sobre o PCMAT deverá ser mantida na empresa para verifi-
cação do Ministério do Trabalho. (BRASIL, 1978).

O PCMAT constitui-se em documento destinado a estabelecer, previamente, o conjunto de recursos e


ações a serem alocados para a prevenção de acidentes do trabalho e para o estabelecimento de condições
adequadas de conforto, asseio e higiene ocupacional no interior do canteiro de obras.

O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segu-
FIQUE rança do trabalho, conforme disposto no item 18.3.2 da NR 18. Já a implementação
ALERTA das ações descritas no programa é de responsabilidade do empregador ou condomí-
nio. (Fonte: CHAVES, 2018).

A partir da interpretação de um profissional devidamente preparado, por exemplo, um técnico com


formação em segurança do trabalho, é possível elaborar o PCMAT. Todavia, mesmo estando preparado,
este profissional sofre constantemente questionamentos.
Por esse motivo, o Ministério do Trabalho e Emprego lançou a publicação de uma nota técnica de nº
96/2009/DSST/SIT que esclarece que somente os engenheiros de Segurança do Trabalho, devidamente
registrados no sistema CREA/CONFEA, podem elaborar e executar o PCMAT.

Existe grande correlação e complementação entre os programas no campo


da segurança e medicina do trabalho. O Programa de Prevenção de Riscos
Curiosidades Ambientais (PPRA) é o documento que serve de base para a elaboração e
implementação do PCMSO. (Fonte: GUIA TRABALHISTA, [20--]).

Em um canteiro de obras, você, atuando em corte e dobra de aço, irá se deparar com ambientes um tan-
to quanto perigosos. Faz-se necessário conhecimentos referentes às normas técnicas de segurança, e aten-
ção no dia a dia, para não colocar em risco a sua segurança e a de seus colegas dentro do local de trabalho.
CORTE E DOBRA DE AÇO
100

CASOS E RELATOS

O caso da luva pigmentada


Marcos é um armador de ferragens que trabalha na Construtora Xeque Ltda. Ao iniciar uma nova
obra situada na cidade do Cajuzinho, no interior do Estado em que nasceu, ele recebeu a missão, de
juntamente com sua equipe, executar as armaduras para os pilares e as vigas da edificação.
No dia seguinte, ao chegar no canteiro de obras, ele se dirigiu ao almoxarifado para receber os EPI
necessários para realização do trabalho, na Central de Aço. Marcos recebeu o capacete, os óculos,
as mangas e perneiras de raspa de couro, mas observou que entregaram as luvas pigmentadas, em
lugar das de raspa de couro.
O armador foi até o encarregado da obra e explicou o fato. O mesmo lhe explicou que o pedido das
luvas de raspa de couro não havia chegado. E para não haver atrasos na obra, a equipe iria trabalhar
com as luvas pigmentadas.
A equipe também havia percebido o que aconteceu com as luvas, mas mesmo chateados, tinham o
receio de perder o emprego. Todos trabalharam com o EPI inadequado.
À tarde, no momento da dobra do aço, um dos vergalhões perfurou na mão de um dos armadores.
A execução das armaduras teve que ser interrompida, para o socorro do colega. Veio a ambulância
e, com isso, a obra atrasou.
O encarregado foi chamado pela direção da empresa e questionado sobre o porquê de ter permitido
que eles trabalhassem com luvas pigmentadas e não com as luvas adequadas, que eram as de raspa
de couro. O encarregado explicou que foi por motivo do prazo. A fiscalização multou a obra e, além
do atraso, o acidente ocorrido ainda onerou o orçamento da edificação.

Para o armador de ferragens a luva pigmentada não é adequada, pois tem entre média-baixa resistência
mecânica. Ela pode ser utilizada por profissionais como carpinteiros, pedreiros, em funções de descarga
de determinados materiais.
A luva em látex (borracha) também é inadequada, pois são mais utilizadas no momento de contato
com elementos químicos, como cimento e argamassa. A luva vaqueta (em couro), somente para trabalhos
leves. Veja a diferença entre as luvas citadas:
7 Segurança no trabalho
101

PIGMENTADA LÁTEX VAQUETA RASPA DE COURO

Figura 52 - Tipos de luvas – EPI


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Sendo assim, é importante ressaltar que o uso adequado de EPI é obrigatório e que o empregado não
pode ser demitido por negar-se a trabalhar sem os mesmos. Esse é um direito que as leis do trabalho am-
param o trabalhador. A vida em primeiro lugar.

7.4 NORMAS REGULAMENTADORAS

As normas relativas à atividade do armador de ferragens são aquelas que se aplicam à padronização e
regulação dos serviços e produtos, além de processos desta tarefa. Aqui iremos abordar a NR17 e a NR35.

NORMA REGULAMENTADORA Nº 17 (NR 17) - ERGONOMIA

A NR 17 tem a finalidade de determinar os parâmetros que viabilizam a adequação das condições de


trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de maneira a propiciar o máximo de segu-
rança, conforto e eficiência no desempenho.
Conforme o subitem 17.1.2 da norma regulamentadora, são apresentadas diretrizes para avaliar a adap-
tação das condições de trabalho, às características psicofisiológicas dos trabalhadores, que cabe ao empre-
gador:

[...] realizar a análise ergonômica do trabalho ou AET, devendo a mesma abordar, no


mínimo, as condições de trabalho, conforme especifica a norma regulamentadora nº 17.
A NR 17 é de grande importância, pois uma das maiores doenças de trabalho são desen-
volvidas a partir da exposição ao risco ergonômico que muitos trabalhadores passam,
por exemplo: trabalhos realizados em pé durante toda a jornada; esforços repetitivos
(LER); levantamentos de cargas; monotonia” (BRASIL, 1978).
CORTE E DOBRA DE AÇO
102

Erg
on
Co om
n
Se for ia
=
Pro gura to
du nça
tiv
ida
de

Figura 53 - Ergonomia
Fonte: SENAI DR BA, 2019.

É necessário, também, que o empregador e o trabalhador tenham a consciência de que a falta de con-
forto no trabalho pode interferir na redução da produtividade das empresas, por isso, ao não se cumprir
esta norma, além dos problemas gerados ao trabalhador, a própria empresa tem perdas na produtividade.

NORMA REGULAMENTADORA Nº 35 (NR 35) – TRABALHO EM ALTURA

A NR 35 tem a finalidade de estabelecer requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura, que
englobe organização, planejamento e execução. Essa norma visa proteger a saúde e segurança dos traba-
lhadores direta e indiretamente com trabalhos em altura.
Para ser trabalho em altura, considera-se toda atividade executada acima de 2 m do nível inferior, onde
existe o risco de queda.
7 Segurança no trabalho
103

Figura 54 - Trabalho em altura


Fonte: SENAI DR BA, 2019.

FIQUE Não é apenas o empregador que tem a responsabilidade de evitar acidentes com
quedas de altura. Segundo a NR 35, o empregado também precisa ficar atento e
ALERTA cumprir alguns requisitos.

Portanto, é preciso que o planejamento considere todos os possíveis pontos envolvidos num acidente.
A NR 35 exige que as atividades de acesso e saída do trabalhador, ao local onde será realizada a atividade,
também sejam contempladas.
CORTE E DOBRA DE AÇO
104

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou sobre a importância da segurança no trabalho. Conheceu os EPI (Equi-
pamentos de Proteção Individual) adequados para o serviço de corte e dobra do aço, como também
aprendeu sobre a necessidade de respeitar os EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva) existentes
no canteiro de obras.
Compreendeu também a utilidade da NR 18, assim como a NR 6, dentre outras, e os programas de
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, na área de Construção Civil: PCMAT (Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção); PPRA (Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais).
Agora, continue em frente com seus estudos!
7 Segurança no trabalho
105
Procedimentos de qualidade

Agora vamos aprender sobre alguns procedimentos de qualidade, assim como, o adequa-
do descarte de resíduos do aço, durante e após o corte e a dobra do aço.
Você conhece algum procedimento de qualidade? A empresa que você trabalha ou traba-
lhou utiliza algum programa de qualidade?
Neste capítulo você vai entender sobre as ferramentas de qualidade, análise e solução de
problemas, programas da empresa, PBQP-H e ISO 9000. Além desses assuntos, você também
vai aprender sobre indicadores de produção, racionalização, descarte de resíduos e, por fim, o
que é o PGR.
O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) busca, através de procedimentos, melhorar a qua-
lidade dos materiais, equipamentos, ferramentas, produtos, serviços e indivíduos.

SGI - Sistema de SGE - Sistema de


Gestão Integrado Gestão Empresarial

SGA SGQ SGQ - Sistema de


SGI Gestão da Qualidade

SGSST

SGSST - Sistema de
SGA - Sistema de Gestão de Saúde e
Gestão Ambiental Segurança do
Trabalho

Figura 55 - Sistema de Gestão Integrado - SGI


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os procedimentos de qualidade são documentos, que além da padronização, visam auxiliar


nos treinamentos para melhoria de ações objetivadas pela empresa, buscando atingir maior
satisfação da equipe.
CORTE E DOBRA DE AÇO
108

Para que o SQG obtenha sucesso, deve integrar-se a outros sistemas, como: Sistema de Gestão Ambien-
tal - SGA; Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho - SGSST e Sistema de Gestão Empresarial
- SGE, formando o SGI, que é o Sistema de Gestão Integrado, conforme vimos na figura anterior.

8.1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Através da melhoria da qualidade de serviços e produtos, o SGQ apresenta algumas ferramentas de


qualidade, que são um conjunto de ferramentas estatísticas que apresentam algumas técnicas que visam
a definição, a medição, a análise e soluções de problemas que interferem no desempenho de processos
do trabalho.

FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Folha de Diagrama de
Histograma verificação Carta de controle
dispersão
30 50
40
20
30
10 20
10
0 0

Meio
Mão de ambiente Materiais 50
obra
40

Efeito 30
20
Máquinas 10
Medição Métodos
0

Diagrama de
Diagrama de Pareto Fluxograma
Ishikawa

Figura 56 - Ferramentas da qualidade


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A seguir apresentamos aqui as sete ferramentas do controle de qualidade:


a) Fluxograma: tem como objetivo encontrar a melhor diretriz para a execução de um produto ou
serviço. Através da utilização de símbolos, o fluxograma representa a sequência das etapas dos
diferentes tipos de operações realizadas em um processo.
8 Procedimentos de qualidade
109

Transporte das Montagem e


armaduras dos ajustes nas
Corte e dobra pilares através armaduras dos
das armaduras do elevador pilares
longitudinais
dos pilares

Pré-montagem
Início das armaduras
dos pilares

Corte e dobra
Fim
dos estribos dos
pilares

Figura 57 - Fluxograma processo de corte, dobra, transporte e montagem das armaduras dos pilares
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Diagrama Causa e Efeito, Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe: foi criado por Kaoru
Ishikawa em 1943, com o objetivo de representar a relação entre o efeito e todas as possíveis
causas que contribuem para tal efeito. Veja o exemplo a seguir:

Deterioração Instrumento
Manutenção Físico
Inspeção
Mental
(Problema)

Fornecedores Clima
Próprio Inspeção Intempéries
Procedimento

Figura 58 - Diagrama de causa e efeito


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Esse diagrama é importante, pois tem como objetivo identificar as possíveis causas de um problema e
seus efeitos, relacionando o efeito a todas as possibilidades que podem contribuir para que o problema
tenha ocorrido.
CORTE E DOBRA DE AÇO
110

c) Folhas de verificação: são tabelas ou formulários utilizados para simplificar a coleta e análise de
dados, os quais são preenchidos de modo bastante fácil, permitindo a rapidez na interpretação
dos dados. As folhas de verificação reduzem o tempo de trabalho, evitando os desenhos de figu-
ras ou a escrita de números repetitivos.

Problemas Verificação Total


Atraso na liberação de
III II 5
recursos financeiros
Baixo interesse dos
III II II III 10
fornecedores nas licitações
Especificações de
III II II III I IIII 15
materiais imprecisas

Atraso na liberação de crédito III II II III IIII I IIII I 20

Figura 59 - Folha de verificação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A folha de verificação é muito importante, pois se trata de uma lista de itens preestabelecidos que serão
marcados a partir do momento que forem realizados ou avaliados.
d) Diagrama de Pareto: Velfredo Pareto foi o criador desse diagrama, que tem por objetivo de-
monstrar a relevância de cada situação e, assim, propor a solução do problema, a partir da identifi-
cação da sua causa básica. Como economista, Pareto compreendeu que a distribuição da riqueza
era desigual.

DIAGRAMA DE PARETO
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Rebarbas Diagrama menor Diagrama maior Sem usinagem outros

Figura 60 - Diagrama de Pareto


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
8 Procedimentos de qualidade
111

Pareto criou o princípio do “80/20”. Por exemplo: 20% da população mundial acumula as riquezas do
planeta, enquanto 80% passa por necessidades. Generalizando, podemos concluir então que 80% dos
efeitos surgem de 20% das causas.
Constrói-se o diagrama de Pareto através da medição de frequência e custos, com o objetivo de identi-
ficar o principal problema.
e) Histograma: o propósito do histograma é apresentar a distribuição de ocorrências ou de uma
série de dados através da representação em um gráfico de barras.

Histograma

1.65

1.5

1.0
0.9
Densidade

Densidade

0.75
Normal

0.65

0.5
0.4

0.3

0.1

0.0

4.5 5.0 5.5

Dados

Figura 61 - Histograma
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
CORTE E DOBRA DE AÇO
112

f) Diagrama de dispersão: este diagrama apresenta o que ocorre com um dado quando acontece
uma mudança em outro dado, testando possíveis ligações entre causa e efeito.

Gráfico de Dispersão

Variável 2

Variável 1
Figura 62 - Diagrama de dispersão
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

g) Cartas de controle: demonstram as propensões de cada dado observado em um determinado


tempo. As cartas de controle apresentam-se tanto com dados por variável (mensuráveis), como
com dados por atributo (discretos).

Exemplo de Carta de Controle


Variação devido a
causas especiais

17 = LSC

16 = Média
Variação devido a
causas comuns
15 = LIC

Variação devido a
causas especiais
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Número da amostra
Fora de
Controle

Figura 63 - Carta de controle


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Quando uma empresa aplica de modo adequado as ferramentas aqui apresentadas, poderá apresentar
resultados satisfatórios, no melhoramento da qualidade de produtos e serviços, como também na redução
de custos. Este fato ocorre porque todas as 7 ferramentas da qualidade trabalham com a metodologia de
identificação e solução eficaz de problemas.
8 Procedimentos de qualidade
113

SAIBA Para obter maiores informações em relação as 7 ferramentas da qualidade, consulte:


MAIS POSSARLE, Roberto. Ferramentas da qualidade. São Paulo: Editora SENAI SP, 2014.

Quando se trata do assunto qualidade, deve-se ter em mente que tudo que for feito deverá perseguir a
perfeição. Desta forma, se aqui tratamos do profissional de armador de ferragem, este tem a responsabili-
dade de executar seu serviço com o máximo de perfeição, pois disso depende a vida dos usuários do seu
produto final, ou seja, o edifício.
Além dessas ferramentas que auxiliam no trabalho do profissional da construção civil, também temos a
ficha de verificação do serviço do armador. Veja o exemplo a seguir:

Identificação: FVS. 03a Identificação: FVS. 03a


Sistema de Gestão da Qualidade
Revisão: 00 Revisão: 01

FVS - FUNDAÇÃO - EXECUÇÃO DE RADIER

OBRA: LOCAL DE INSPEÇÃO:


Amostragem: 100% do serviço LOCAL
ITEM MÉTODO DE VERIFICAÇÃO TOLERÂNCIA

Locação com trena metálica Desvio máx. 20mm

Fôrmas de borda
Nivelamento e alinhamento com linha e Desvio máx. 5 mm
nível a laser ou de mangueira.

Diâmetro e posicionamento das barras, de


acordo com projeto. Amarração firme,
Armadura -
armadura sem contato com as fôrmas
visualmente.

Largura e caimento das calçadas de borda


Largura e caimento Desvio máx. 5 mm
com trena metálica e nível de bolha.

Acabamento da Ausência de falhas, manchas, armadura


-
superfície exposta, ondulações significativas.

Legenda Não inspecionado: em branco APROVADO: Ο REPROVADO: X REINSPECIONADO E APROVADO: V

OCORRÊNCIA DE NÃO-CONFORMIDADE E TRATAMENTO

Número Descrição do Problema Local Solução

Inspecionado por: Data da abertura da FVS: Data de fechamento da FVS:


_____ / _____ / _____ _____ / _____ / _____

Figura 64 - Ficha de verificação


Fonte: SENAI DR BA, 2019.
CORTE E DOBRA DE AÇO
114

ISO 9000

A série de normas ISO foi criada pela Organização Internacional de Padronização (ISO). ISO significa In-
ternational Organization for Standardization, que é uma organização não governamental criada em 1947,
Genebra. Atualmente está presente em cerca de 200 países.

Figura 65 - Certificação
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A ISO 9000 é um conjunto de normas criadas e gerenciadas pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT), que regulamenta fundamentos do SGQ Sistema de Gestão da Qualidade. Estas normas certi-
ficam produtos e serviços em diversas organizações mundiais. Essa normalização baseia-se em um docu-
mento, de modelo padrão, para a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade.
Dentre as normas mais conhecidas no Brasil, podemos citar as ISO 9000, ISO 9001 e a ISO 9004, que
tratam dos Fundamentos e Vocabulário, onde contêm todos os termos utilizados, os Requisitos, que ex-
plica os requisitos para obter a certificação e Gestão para o Sucesso, com uma abordagem de Gestão da
Qualidade que é um documento com instruções para implantar o Sistema de Gestão da Qualidade, res-
pectivamente.
Desta forma, chegamos à conclusão de que sem a busca pela qualidade e certificações para as organi-
zações, algumas cairão com a concorrência.

A empresa que escolhe seguir estas normas deverá estipular as metas a se-
rem atingidas para obter a certificação. Além disso, deverá passar por um
Curiosidades projeto com várias etapas para implantar a gestão da qualidade e obter o
certificado ISO.
(Fonte: GESTÃO DA QUALIDADE, [20--]).

Este processo de certificação deve ser realizado por um profissional qualificado da área. A cada seis
meses, aproximadamente, ocorre uma auditoria para avaliar se a empresa está atendendo ou não às espe-
cificações exigidas e se receberá o certificado.
8 Procedimentos de qualidade
115

8.2 PRODUTIVIDADE E INDICADORES DE PRODUÇÃO

Na economia, produtividade é a relação entre aquilo que é produzido e os meios empregados para
consegui-lo, como exemplo: mão de obra, materiais e energia. Por isso, associa-se a produtividade à efi-
ciência e ao tempo: quanto menor for o tempo levado para obter o resultado pretendido, mais produtivo
será o sistema.
Já os indicadores de produção são parâmetros que medem a diferença entre uma situação desejada e a
situação atual, ou seja, ele indicará um problema. O indicador permite quantificar um processo produtivo
indicando que caminho trilhar no futuro.
Os “esforços dos empregados versus os produtos e os serviços gerados” são a relação mais importante
dos indicadores de produtividade, que devem ser aplicados juntamente com os indicadores de qualidade,
permitindo o crescimento e desenvolvimento da empresa, gerando a “eficiência dos processos” que nada
mais é do que o resultado desta relação.
O funcionamento dos indicadores de produtividade ocorre do seguinte modo:
De acordo com Teixeira (2016), “é estabelecido um índice padrão para o processo a ser avaliado, depois
o resultado obtido na medição deste mesmo processo é ponderado e, por fim, faz-se a comparação deta-
lhada entre ambos.”.
CORTE E DOBRA DE AÇO
116

8.3 RACIONALIZAÇÃO

A racionalização consiste em ser ou fazer algo mais racional, ou seja, mais lógico como usar estribo pré-
-fabricado para agilizar o processo. Como as mudanças que vêm ocorrendo, o setor construtivo é obrigado
a tornar-se mais racional, ajustando mão de obra, prazos, com o uso de tecnologias, de insumos e a com-
patibilização de projetos.
Para racionalizar no canteiro de obras é preciso exercer uma “cultura racional”, sendo imprescindível o
engajamento de uma equipe composta por profissionais de várias áreas de conhecimento, que envolvem
o projeto.
Para tanto, é necessário que os profissionais sejam treinados para atuarem antecipando ações, mensu-
rando recursos humanos, calculando riscos, insumos e maquinário.

Concepção
Detalhes básicos
Concepção Cálculos
Funcionalidade Dimensionamento
Especificações PRO
JET O Projeto Básico
O JET
Acabamentos ARQ
UIT
ETÔ
PRO URA
L Det. Fabricação
Estética NIC OBRA RUT Equema de
O EST
Beleza montagem
Qualificações
ECONÔMICO
FINANCEIRO
PROJETO

Orçamento
Cronograma finaceiro
Fontes de recursos
Estimativa de retorno
Avaliação custo-benefício

Figura 66 - Racionalização na obra


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

No canteiro de obras, o processo de racionalização está cada dia mais presente em decorrência da ne-
cessidade de diminuir custos e a central de armadura não está isenta desse processo. Desta forma, o profis-
sional de armaduras deverá dar sua contribuição otimizando seus processos, fazendo cortes precisos, evi-
tando desperdícios e também na hora de dobrar os vergalhões não haja falhas, sem esquecer dos cuidados
com o armazenamento.
8 Procedimentos de qualidade
117

CASOS E RELATOS

O caso da ponte da edificação


Em uma grande cidade na região norte do país, a equipe de uma construtora foi enviada para acom-
panhar a construção de edifício de vinte e cinco pavimentos. Nesta cidade não havia muitos edifícios
deste porte, por isso, a necessidade de um acompanhamento por parte de pessoal qualificado para
que não ocorresse problemas.
O pessoal local já tinha dado início à obra, a qual se encontrava na quinta laje. Ao analisar os crono-
gramas da construção, o experiente engenheiro da empresa, contratado para fazer o acompanha-
mento, constatou que havia um atraso considerável.
Baseado em informações gerais e específicas, após inúmeras reuniões com diversos setores dentro
do canteiro, ficou resolvido que seria feito um levantamento geral de atividades baseado no crono-
grama e, em seguida, implantariam um programa de qualidade total, implementando de imediato
a ferramenta 5 S.
Após três semanas de acompanhamento, foi constatado que com base no senso de ordenação,
havia uma desorganização generalizada no almoxarifado, acarretando em atrasos na liberação de
ferramentas e materiais, tendo como consequência os atrasos no cronograma geral da obra.
Foram aplicadas todas as medidas corretivas e, com isso, o canteiro conseguiu cumprir o novo crono-
grama determinado.
CORTE E DOBRA DE AÇO
118

RECAPITULANDO

Neste capítulo você aprendeu como é importante trabalhar com qualidade! As ferramentas da quali-
dade, juntamente com a análise e solução de problemas, ISO 9000, demonstraram formas diferentes
de identificação, prevenção e tratamento de problemas.
Siga em frente com seus estudos!
8 Procedimentos de qualidade
119
Referências

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______. Segurança no trabalho - EPI. Figura 51. 2018. Disponível em: <https://www.
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Disponível em: <http://ww2.soc.com.br/2017/01/o-que-e-dialogo-diario-de-seguranca-e-
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TEIXEIRA, Cristian Luis. 5 indicadores de desempenho para medir seu sucesso. 2016.
Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/5-indicadores-de-desempenho-para-
medir-seu-sucesso-teixeira/> Acesso em: 03 jul. 2018.
MINICURRÍCULO DA AUTORA

ANA LUZIA SANCHES VIEIRA CARREIRO SILVA


Ana Luzia Sanches Vieira Carreiro Silva é Bacharel em Ciências Econômicas, (FACCEBA/1991); Mes-
tranda em Gestão e Tecnologia Industrial (CIMATEC – SENAI – BAHIA) – Linha de Pesquisa Inova-
ção na Construção Civil; Pós-graduada em Psicopedagogia (UCAM/RJ-2004); Marketing (ESPM-
1994); Master, Practitioner e Training em Programação Neurolinguística – PNL (PROSER- 2006).
Atua como docente há 26 anos em áreas: comportamentais, exatas e construção civil. Desenvol-
veu Material didático – Metodologia de Ensino, para professores das Escolas Públicas Estaduais e
Municipais do Estado da Bahia (Secretaria de Educação do Estado da BA, UNEB e FLEM – de 2001 a
2006). Atualmente é docente e conteudista da área de Construção Civil no SENAI/BA, na Unidade
Dendezeiros, e Professora/orientadora de trabalhos monográficos do curso de Psicopedagogia
da Faculdade São Bento da Bahia.
Índice

A
aço beneficiado 19

B
baia de estocagem 30
bitolas 30, 34

E
empunhadura 31
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Ana Luzia Sanches Vieira Carreiro Silva


Elaboração

Isaura Brito Malaquias


Revisão Técnica

Tamir Farias Silva


Colaboração Técnica

Isaura Brito Malaquias


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto
Monique Ramos
Design Educacional

Regiani Coser Cravo


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1716


Normalização - Ficha Catalográfica

Regiani Coser Cravo


Revisão de Diagramação e Padronização

Andreza Vera Pyrrho de Araujo


Cleiton Medeiros Alves
Isaura Brito Malaquias
João Luiz Fernandes Teixeira de Alcântara
Leandro Lucas Arantes Caldeira
Vinicius Campos de Lima
Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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