Atendimento Psicologico em Instituicoes Da Tradicao A Fenomenologia Existencial
Atendimento Psicologico em Instituicoes Da Tradicao A Fenomenologia Existencial
Atendimento Psicologico em Instituicoes Da Tradicao A Fenomenologia Existencial
E-ISSN: 1808-4281
[email protected]
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro
Brasil
Vendruscolo, Juliana
Atendimento psicológico em instituições: da tradição à fenomenologia existencial
Estudos e Pesquisas em Psicologia, vol. 12, núm. 3, septiembre-diciembre, 2012, pp. 883
-896
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Brasil
Juliana Vendruscolo*
Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
RESUMO
A delimitação do lugar da Psicologia como ciência continua sendo trilhada na
atualidade, gerando embates relativos à classificação. Um importante campo
de discussão foi aberto com a inserção do psicólogo em novos espaços de
atuação. Como deve ser a intervenção no contexto institucional? Diferentes
técnicas de atendimento psicológico foram desenvolvidas. O objetivo desse
trabalho é apresentar nomenclaturas que diferenciem algumas modalidades
de atendimento psicológico, utilizadas em instituições, e, posteriormente,
desconstruir tal concepção presente na tradição da psicologia científica.
Abre-se espaço para compreensão fenomenológico-existencial do
atendimento do psicólogo institucional. Nesse artigo um caso foi relatado e
discutido a partir da questão norteadora (não formulada aos participantes)
“Como se dá a relação terapêutica?" Conclui-se que a relação
terapêutica, no âmbito clínico ou institucional pode ser concebida apenas
pela pré-ocupação por anteposição libertadora. Não há necessidade de
classificações e diferenciações técnicas para especificar as modalidades de
atendimento psicológico possíveis no cenário contemporâneo.
Palavras-chave: Psicologia Institucional, Psicologia da Saúde, Psicologia
Fenomenológico-Existencial.
ABSTRACT
The delimitation of the place of Psychology as a science is still
being
drawn in the present days, generating discussions relatively to classification.
An important field of discussion was opened with the insertion of the
Psychologist in new operating spaces. How should thePsychologist
intervention be in the institutional context? Different psychological care
techniques have been developed. The objective of this work is to present
nomenclatures that distinguish some psychological care modalities, used in
institutions, and, eventually, deconstruct such conception, present in the
scientific psychology. A space is being opened for an existential
phenomenological understanding of the institutional psychologist care. In
this study, a case was reported and discussed, departing from the guiding
question (not exposed to the participants) “How does the therapeutic
relation happens?” We get to the conclusion that the therapeutic relation,
in the clinical or institutional scope can be conceived only by the pre-
occupation with a liberating preplacing. There is no need of classifications,
ISSN 1808-4281
Estudos e Pesquisas em Psicologia Rio de Janeiro v. 12 n. 3 p. 883-896 2012
Juliana Vendruscolo
Atendimento psicológico em instituições
4 Caminho metodológico
5 Resultados e Discussão
Qual é o tempo em que João está? Tanta gente dizendo o que ele
deve fazer, como deve ser, qual é a dieta permitida, quais são as
restrições. Podemos questionar: Quais são suas possibilidades? Quais
restrições de sentido experiencia? É preciso não saber para
compreender.
A conduta mais terapêutica nesse caso foi acreditar que João existia.
No espaço terapêutico, que no hospital é estabelecido ao lado do
leito, em pé, com gente passando o tempo todo, começa a surgir
João como ser em abertura, com possibilidade de vir-a-ser. Um
existente.
É preciso mudar o conceito saúde-doença. Associar saúde ao estado
de bem-estar total é estático e ilusório; o ser humano é mutável,
dinâmico, funciona com irregularidades e variações.
A doença surge como algo inesperado, fora do controle do sujeito,
rompendo com seu caminho pessoal; gera sensação de
vulnerabilidade, de medo, de perplexidade. Na psicologia da saúde é
esperado que o atendimento psicoterapêutico controle sintomas e que
dê segurança ao paciente com alguma enfermidade grave.
Entretanto, o sujeito atribui um sentido à doença, de acordo com
suas possibilidades e limites. Se a compreensão dos profissionais da
saúde for ampla e integrada frente a qualquer adoecimento será
possível transcender o aspecto técnico. Não há receitas, as atitudes
devem ser caracterizadas por uma atenção à pessoa que adoece e
não à doença em si.
Para Sá (2002) a técnica moderna tem como principais características
controle e segurança. O autor continua e afirma:
6 Considerações finais
Referências
Notas
*Profª. Drª Juliana Vendruscolo, Docente na Universidade de Ribeirão Preto e na
Universidade Paulista.
1
Os atendimentos foram realizados pelos estagiários.