Apostila Orcamento
Apostila Orcamento
Apostila Orcamento
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
2
• Móveis e utensílios;
• Outros.
A grandeza e o peso de cada componente destes custos dependem do tipo de obra, tamanho,
localização bem como da capacidade produtiva e empreendedora de uma organização.
A estimativa de custo é uma das mais importantes etapas no gerenciamento de um projeto. Uma
estimativa de custo estabelece a base de custo para os diferentes estágios de desenvolvimento do
projeto. É a tentativa de traduzir os custos de execução de um projeto. A sua qualidade é medida
em termos de precisão em comparação aos custos reais praticados futuramente na execução da
obra.
Uma estimativa de custo para um dado estágio de desenvolvimento do projeto representa a
previsão do valor da obra tendo-se como base os dados disponíveis neste estágio
Pode-se verificar os seguintes estágios:
1) Valor global ou ordem de magnitude estimada: neste estágio obtem-se a idéia inicial do valor
necessário para execução do empreendimento;
2) Estimativa preliminar: é a estimativa de custo obtida quando se conhece apenas a forma
arquitetônica, mas não se conhece as especificações técnicas;
3) Estimativa detalhada: é realizada quando a totalidade do projeto é claramente definida, os
projetos complementares forem sendo executados e as técnicas construtivas identificadas;
4) Estimativa baseada em projeto arquitetônico e complementares e em especificações técnicas: é
a estimativa que o empresário utiliza para a realização de contratos de execução, de compra de
materiais, equipamentos e serviços ou obras complementares.
Um orçamento pode ser definido como a determinação dos gastos necessários para a realização de
um projeto, de acordo com um planejamento pré definido.
Um orçamento deve satisfazer os seguintes objetivos:
• Definir o custo de execução de cada atividade ou serviço;
• Constituir-se em um documento contratual, servindo de base para planejamento e controle
financeiro da empresa executora e dirimir dúvidas quanto a pagamentos;
• Servir para análise de viabilidade econômica dos recursos a serem empregados;
• Fornecer informações para o desenvolvimento de um banco de dados próprio e confiável para a
empresa executora do projeto.
O orçamento de um projeto baseia-se na previsão de ocorrência de atividades futuras que geram
custos. Em geral são expressos em termos monetários, mas podem ser utilizados outros padrões,
como por exemplo, homens-horas reais de trabalho.
Alguns fatores que influenciam positivamente a elaboração de um orçamento são:
• Projetos bem detalhados;
• Qualidade de informações extraídas dos projetos;
• Confiabilidade das constantes utilizadas, tanto aquelas relativas ao consumo de mão-de-obra
(produtividade) como as que dizem respeito a materiais e equipamentos;
• Clareza na decomposição dos serviços;
• Acompanhamento constante da evolução dos preços dos insumos envolvidos.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
3
1.1. Classificação Quanto ao Grau de Média
Quanto ao grau de média o custo pode ser classificado em custo total e custo unitário.
Custo Total é o valor consumido para fabricar/executar um conjunto de unidades do produto.
Exemplos: custo de um edifício com 16 unidades residenciais e custo de um conjunto de habitações
de interesse social.
Custo Unitário é o valor consumido para fabricar/executar uma unidade do produto. Ë obtido pela
divisão do custo total pelo número de unidades do produto.
Exemplo: custo de um apartamento ou custo de uma unidade residencial.
Custo
Quantidade
Faixa de volume
Custos Variáveis são custos e despesas cujo montante em unidades monetárias variam na
proporção direta das variações do nível de atividades. Este custo é constante por unidade, mas
flutua no seu total em forma proporcional às variações no volume de atividades.
Custo
Quantidade
Custos Semivariáveis são custos que variam com a alteração do volume de produção, mas não de
forma proporcional. (Ex: energia elétrica)
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
4
Custos
Contínuo
Em patamares
Quantidade
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
5
Segundo a NBR5706/77 tem-se as seguintes definições:
Material simples: é o material que não possui forma geométrica definida. Exemplos: areia, brita,
cimento, cal, tintas, entre outros.
Elemento semiterminado: é o material de construção que possui seção definida e comprimento
variável. Exemplos: eletrodutos, fiação elétrica, tubos de PVC, vergalhões de aço, perfis em geral
entre outros.
Elemento simples: é o elemento de construção que possui forma e dimensões determinadas.
Exemplos: tijolos, blocos, telhas, pisos cerâmicos, azulejos, entre outros.
Elemento composto: é o produto que, constituído por materiais simples, ou destes combinados com
materiais simples, tem forma, tamanho e características funcionais definidas. Exemplos: ferragens,
aparelhos sanitários, interruptores elétricos, entre outros.
Elemento funcional: é constituído por um conjunto de elementos semiterminados, simples,
compostos ou suas combinações e tem uma função específica na edificação. Exemplos: Esquadrias,
balcões, elevadores, entre outros.
No entanto a escolha do índice a ser considerado deve se dar em função do tipo de controle que a
empresa exerce sobre a execução dos trabalhos, sendo que as fases mais sujeitas a desperdícios
são (Tabela 1):
Tabela 1 – Etapa construtiva x desperdícios
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
6
O custo com mão-de-obra gira em torno de 40% do custo da construção, representando desta
forma uma parcela significativa do custo.
O consumo da mão de obra (CMO)pode ser estimado a partir do seu custo por unidade de tempo
(CUT), da sua produtividade (PMO) e da quantidade de um determinado tipo de serviço (QS) ou
seja:
QS
CMO = × CUT
PMO
A quantidade de serviço (QS) pode ser obtida através de levantamentos nos projetos e em seus
respectivos memoriais descritivos, ou utilizando-se um método de estimativas quando tais projetos
não existirem.
A produtividade da mão-de-obra (PMO) pode ser obtida em revistas e publicações especializadas
ou, então, a partir de informações do banco de dados da própria empresa construtora. Este fator
pode variar muito de empresa para empresa, pois depende de fatores como cultura local, preparo
da mão-de-obra (treinamento), supervisão e motivação pessoal.
O custo por unidade de tempo (CUT) é o salário horário do trabalhador, o qual varia em função do
tipo, mercado e do grau de especialização do trabalhador, acrescido de encargos sociais e
trabalhistas especificados em Lei.
O salário-hora ou salário mensal pode ser obtido através de consulta aos sindicatos da categoria e
patronal atuantes na região geográfica onde se localiza a obra.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
7
Mensalistas: os valores do salário já incorporam alguns itens de encargos sociais, ou seja, repouso
semanal remunerado e os feriados. Neste caso considera-se um total de 176 horas de trabalho por
mês (20 dias úteis por mês x 8,8 horas de trabalho diárias)
Horistas: não existe nenhum encargo embutido no salário hora, portanto deve ser considerado no
percentual de encargos sociais tanto o repouso semanal remunerado quanto os feriados que são
pagos aos trabalhadores.
Encargos sobre hora normal: é função das horas efetivamente trabalhadas, uma vez que o salário é
determinado pelas horas apropriadas mês a mês.
Encargos sobre salário mensal: não tem relação com as horas trabalhadas, já que o salário
independe destas, sendo fixo e igual nos doze meses do ano.
Encargos sobre horas extras: conforme o tipo de hora extra, dia normal, noturna, sábado,
domingo, feriado, etc. vários aspectos devem ser observados. Os percentuais a serem aplicadas
sobre o salário hora deverão ser estabelecidos por dissídio coletivo das categorias profissionais.
Os encargos sociais e trabalhistas do empregador é composto por cinco grupos: Grupo A –
Encargos sociais básicos, Grupo B – Encargos sociais que recebem a incidência do grupo A, Grupo
C – Encargos sociais que não recebem incidências globais de A, Grupo D – Taxas das reincidências
de encargos e Grupo E – Encargos inter-sindicais e vale transporte.
A tabela apresentada a seguir, como exemplo, é destinada a trabalhadores contratados em regime
horista.
Tabela 1 – Encargos Sociais para trabalhadores horistas
Descrição Encargos %
GRUPO - A: Encargos Sociais Básicos
1. INSS 20.00
2. FGTS 8.00
3. Salário educação 2.50
4. SESI 1.80
5. SENAI 1.30
6. INCRA 0.20
7. Seguro Acidente 3.00
Total do Grupo A 36.80
GRUPO – B: Encargos que recebem a incidência de “A”
1. Repouso semanal remunerado 18.07
2. Feriados 4.18
3. Férias 15.09
4. Aviso prévio trabalhado 1.64
5. Auxílio enfermidade 2.67
6. Acidente de trabalho – empregador 1.41
7. Faltas justificadas 0.06
8. 13º Salário 11.32
9. Licença Paternidade 0.11
10. Adicional Noturno 2.20
Total do Grupo B 56.75
GRUPO – C: Encargos sociais que não incidem em “A”
1. Aviso Prévio Indenizado 28.87
2. indenização dispensa sem justa causa 5.01
Total do Grupo C 33.88
GRUPO – D: Reincidência de encargos
Incidência de “A” sobre “B” 20.88
Total do Grupo D 20.88
Total dos Encargos: A + B + C + D 148.31
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
8
Alguns encargos poderão integrar o BDI ou ser considerados na composição de preços
como integrantes das Leis Sociais. Esta decisão é de responsabilidade da empresa. Por este motivo,
foram tratados separadamente e relacionados na tabela a seguir.
O Índice de Encargos Sociais a ser utilizado por uma empresa é definido como:
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
9
1) Método Linear de Depreciação
Valor
Vo
0 n
Tempo
É baseado na hipótese que a depreciação varie de forma uniforme ao longo da vida útil do
equipamento. A aplicação deste método resulta em valores de depreciação pequenos nos primeiros
anos e muito elevados nos últimos anos de vida útil, comparando-se com o que ocorre na
realidade. No início da vida útil de um equipamento a depreciação é maior, diminuindo rapidamente
à medida que o equipamento pede valor com a idade.
DA =
(V0 − R ) ⋅ i
(1 + i)n − 1
Para obtenção da depreciação horária deve-se dividir DA pelo número de horas estimadas de
trabalho (h) a serem executadas pelo equipamento em um determinado ano.
Para conhecer-se o valor acumulado do fundo de reserva (VFR) em um determinado ano T, utiliza-
se a seguinte expressão:
VFR = D A ⋅
(1 + i)T − 1
i
Onde T ≤ n.
3) Método do Serviço Executado
Este é também um método linear. Por meio dele calcula-se a depreciação em função das horas a
serem efetivamente trabalhadas (hET) pelo equipamento durante a sua vida útil e não em função
das horas estimadas de trabalho (h):
V0 − R
DET =
hET
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
10
O fator complicador neste método é a fixação correta do numero de horas efetivas em que o
equipamento trabalhará em determinado serviço. Para minimizar os erros deve-se recorrer a um
banco de dados de registros de utilização do equipamento em outros serviços do mesmo tipo.
n +1
V0 ⋅
CJ = 2⋅n ⋅J
h
Onde: J é a taxa de juros reais.
A3) Seguros
O custo do seguro de equipamento, geralmente, é calculado em função do valor a assegurar. A
melhor maneira de estimar o custo horário de seguro (Cs) é consultar uma empresa corretora de
seguros quanto ao valor anual de seguro (Vs) a ser pago e distribuí-lo pelas horas trabalhadas no
ano.
C S = VS ÷ h
A4) Armazenamento
O custo de armazenamento refere-se ao custo de aluguel de um galpão, depósito ou garagem
(varia conforme o tipo do equipamento) reservado para a guarda do equipamento. Este custo
existe mesmo quando o equipamento estiver em uso.
Calcula-se o custo horário de armazenagem (CA) dividindo o valor do aluguel mensal do local pelo
número de horas trabalháveis por mês. Caso um mesmo local armazene vários equipamentos, uma
parcela do valor do aluguel é atribuído a cada equipamento em função da área que tal equipamento
ocupa.
A5) Manutenção
Os custos com manutenção são os gastos com materiais, como peças de reposição e acessórios, e
com mão-de-obra necessária para as operações de manutenção, incluindo-se os encargos sociais.
Para obter-se o custo de manutenção aplica-se sobre o valor inicial de aquisição um fator (K) que
varia de 0,8 a 1,0, em função do tipo de equipamento. O custo horário de manutenção (CM) de um
equipamento e dado por:
V0
CM = ⋅K
n⋅h
A6) Energia
Relativo ao custo horário com combustível, energia elétrica, lubrificantes e outros itens, como
filtros de ar, filtros de combustível, etc.
O consumo de combustível, para motores a gasolina, diesel ou álcool depende da potência do
motor, da fração da potência utilizada e do ciclo de utilização.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
11
A potência de serviço de motores a explosão gira em torno de 60% da potência utilizada para dar
partida.
A7) Operação
Os custos com pessoal de operação devem ser estimados, considerando-se a incidência de
encargos sociais sobre a mão-de-obra, relacionando-se aqueles que necessitam de um operador
específico, como gruas, guindastes, betoneiras, veículos de transporte e outros. No caso de
equipamentos que não necessitam de operadores especializados, tais como serra circular,
vibradores, máquina de corte e dobragem de ferro entre outros, o custo da mão-de-obra de
operação é contemplada nas composições unitárias dos serviços.
A8) Índice de aproveitamento
O custo horário de um equipamento é função direta de seu índice de aproveitamento (IA), tal
índice é definido como sendo a relação percentual entre o número de horas realmente trabalhadas
(hR) em um ano e o número de horas trabalháveis neste mesmo ano(h):
A estimativa de horas que o equipamento realmente trabalhará é difícil de ser feita. Para obter-se
IA = hR ÷ h
um dado mais próximo do real deve-se estima-la tomando como base registros históricos.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
12
c) Mobilização e desmobilização de ferramentas e utensílios
Consiste dos custos referentes a manuseio no depósito da construtora, embalagem, carga,
transporte até a obra, descarga e manuseio na obra (retirada de embalagem e guarda em
almoxarifado) de itens, tais como, container ou casa pré-fabricada para canteiro, EPI –
equipamentos de proteção individual (capacetes, uniformes e etc), ferramentas manuais (pá,
enxada e etc) e etc.
Custo da Mob/desmobilização de Utensílios = Custo horário de transporte em veículo
próprio x quantidade de horas necessárias ao transporte dos utensílios
d) Administração local
O custo da administração local deve considerar o vulto da obra a fim de dimensionar a estrutura
administrativa de apoio necessária a sua perfeita execução, e deverá constar pelo menos de:
9 dimensionamento do canteiro de obras, indicando, quando for o caso, as instalações de:
- escritório;
- depósito;
- oficinas, etc.
9 dimensionamento da mão-de-obra da administração direta local, composta, principalmente, por:
- engenheiros (residente, qualidade, segurança, planejamento e etc);
- médico ou enfermeiro;
- topógrafos, etc.
9 dimensionamento dos veículos de apoio à administração local;
9 dimensionamento das despesas gerais de manutenção do escritório da obra, que pode englobar
os seguintes itens:
- despesas de comunicação, telefone, malote ou correios, rádio, etc;
- despesas com material de escritório e de limpeza;
- despesas com alimentação, uniforme e EPI (equipamentos proteção individual) de
operários.
Uma vez concluída a definição da estrutura administrativa da obra, proceder-se-á ao orçamento de
seu custo, o que será possível com a soma dos itens apresentados.
e) Administração Central
Estes custos relacionam-se com os custos das atividades de funcionamento da empresa como um
todo, os quais deverão ser rateados entre todas as obras da empresa. Podem ser subdivididos em
quatro grandes grupos: custos administrativos, custos comerciais, tributários e financeiros.
1. custos administrativos
São relacionados às atividades de administração da empresa, compostos por:
salários da direção da empresa, do pessoal técnico e do pessoal administrativo;
despesas de representação;
amortização na compra ou aluguel do imóvel sede da empresa;
material de consumo do escritório;
energia elétrica e comunicações;
auditores e assessoria de consultores;
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
13
despesas com manutenção do escritório, oficinas de reparos e manutenção de equipamentos
e depósitos para guarda de materiais e equipamentos.
2. custos comerciais
É relativo ao montante financeiro gasto na comercialização dos produtos da empresa. A empresa
de engenharia vende seus produtos diretamente ao cliente ou os obtém através de participação em
licitações promovidas por entidades públicas ou privadas e imobiliárias. Tais custos compreendem:
promoção e propaganda comerciais, salários e comissões de vendedores;
assessoria técnica para vendas ou licitações (honorários, viagens e estadias) e despesas com
apoio à fiscalização;
material de consumo de escritório;
comunicações;
assessoria jurídica e contratos;
elaboração de propostas e de estudos técnicos;
direitos de propriedade ou patente e royalties.
3. custos tributários
São custos decorrentes de disposições legais, compreendendo tributos, impostos, taxas,
emolumentos e tarifas.
4. Custos financeiros
São custos advindos de juros de capital financeiros tomados por empréstimo para financiar o
capital de giro da empresa ou a aquisição de bens duráveis, como equipamentos.
Os custos indiretos podem ser obtidos a partir da elaboração de mapas mensais de custos
administrativos central da empresa. Com dados de um trimestre, pode-se estimar o custo anual. O
percentual de despesas indiretas resultará da divisão do valor da estimativa anual de custos
administrativos pelo custo de produção correspondente ao volume anual das obras previstas para
serem realizadas naquele ano.
Os custos com a administração da empresa será rateado entre as suas diversas obras, a partir do
próprio valor da obra.
f) Impostos
Neste estudo, os impostos que consideraremos incidentes sobre o faturamento das pessoas
jurídicas são:
- ISS – Imposto Sobre Serviço
- COFINS
- PIS
- CPMF
- IRPJ – Imposto de Renda Sobre Pessoa Jurídica
- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
ISS – Imposto Sobre Serviço
O ISS é um imposto municipal devido no local de prestação dos serviços. A alíquota varia de 1 a
5%.
Para projetos pode-se recolher o tributo no local de execução do mesmo, isto é, município da sede
da empresa, quando o serviço for realizado aí. A alíquota varia de 0,5 a 5%.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
14
COFINS
É um imposto federal, Lei 9.718, devido sobre a Receita Operacional (faturamento + demais
Receitas Operacionais (financeiras e etc)). A Alíquota neste momento é de 3% sobre o valor da
nota fiscal.
PIS
É um imposto federal devido sobre a Receita Operacional (faturamento + demais Receitas
Operacionais (financeiras e etc)). A Alíquota neste momento é de 0,65% sobre o valor da nota
fiscal.
CPMF
É um imposto federal devido na emissão de cheques bancários. Por facilidade de cálculo pode-se
adotar sua aplicação sobre montante de custos da obra.
IRPJ – Imposto de Renda Sobre Pessoa Jurídica
O Imposto de Renda e a Contribuição Social podem ser aplicados sobre a nota fiscal das obras
(lucro presumido ou arbitrado) ou sobre o balanço mensal da empresa (lucro real) de acordo com o
regime tributário escolhido pela empresa.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
A base de cálculo da Contribuição Social sobre o lucro das pessoas jurídicas com fins lucrativos é:
- tributados pelo Lucro Presumido ou Arbitrado é de 12% sobre a Recita Bruta e de 100%
sobre as demais receitas Operacionais (financeiras e etc);
- tributados pelo Lucro Real é de 9% sobre o lucro, de acordo com a MP 1858-10 de
26/10/99, a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido não pode mais ser deduzida do
COFINS.
g) Benefício
É admitido um percentual a ser aplicado sobre o valor final do orçamento a título de resultado
projetado ou lucro bruto do contrato. Cabe a direção da empresa determinar este valor em cada
contrato.
É comum a adoção de percentuais na faixa entre 5 e 12% do valor global do orçamento da obra.
h) Risco ou Eventuais
É muito comum verificar-se que os manuais de custos e algumas construtoras incluem no BDI uma
taxa denominada risco, que corresponde aos imprevistos normais de obra e ainda a determinados
pontos falhos existentes nos editais e projetos de engenharia tomados por base para a elaboração
do orçamento. Entretanto, cabe salientar, que nos dias de hoje, onde a competitividade é enorme,
admitir tal acréscimo é inviabilizar a obtenção de um custo mínimo.
Assim, é fundamental analisar-se pormenorizadamente o material disponível, calcular o custo
efetivo do serviço sem aplicar qualquer taxa de desconhecimento do projeto, devendo, sempre que
necessário, e anteriormente frisado, recorrer ao órgão ou cliente, para resolver as dúvidas.
Eventuais são normalmente adotados em estimativas de custo quando não estão disponíveis as
informações necessárias ao cálculo detalhado do orçamento ou para a formação do BDI para
determinação do preço básico de orçamentos de órgãos contratantes ou projetistas, visando cobrir
a parcela de custo desconhecida em função da precariedade das informações.
É aceitável aos contratantes, quando não totalmente definido o projeto a ser realizado, adotar um
percentual de Risco ou Eventuais sobre o custo estimado da construção.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
15
Dominar os custos relativos às despesas indiretas é tarefa fundamental no planejamento
financeiro. Esses custos são diferentes das despesas diretas de produção. Pode ser que as
empresas estejam assumindo como custos indiretos itens que se encaixam nos custos diretos. O
lado prático desse problema é que a definição dos custos pode representar, em alguns casos,
ganho ou perda de competitividade, isso porque é cada vez mais comum os clientes solicitarem
informações sobre os custos diretos e indiretos, como maneira de avaliar as proposições.
Em geral, as empresas conseguem detalhar bem os custos diretos ou indiretos que se relacionam
com a execução da obra. No entanto, as falhas se concentram na apropriação dos custos
relacionados ao escritório central, ou das chamadas despesas fixas. As empresas procuram ratear
esses custos dentre os diversos contratos que detêm. Mas, em geral, elas vêm adotando um
percentual fixo para esse tipo de despesa sem aprofundar mais detalhadamente esses custos. E,
em alguns casos, o percentual empregado já não condiz com a realidade, tendo em vista as
inúmeras transformações que se processaram no campo administrativo.
Atualmente as empresas estão empenhadas em reduzir seus custos indiretos. Três alterações
nesse campo foram significativas.
A primeira delas foi a informatização de etapas e áreas de serviço – projetos, área financeira,
administrativa, contabilidade – que levou à redução do número de funcionários, encargos sociais e
custos de transporte.
Outro item que contribuiu bastante para a redução dos custos foi a terceirização de serviços,
fórmula que as empresas de todos os setores adotaram para reduzir os encargos sociais. Entre as
áreas normalmente terceirizadas pode-se citar serviços de manutenção, operação de canteiros e
segurança. Hoje, as equipes de segurança em canteiro já começam a ser substituídas por sistemas
eletrônicos e apólices de seguros. Ou seja, o processo de otimização dos custos é interminável.
O terceiro grupo de mudanças, talvez o mais importante, diz respeito à tecnologia de construção. A
adoção de sistemas industrializados – estruturas metálicas ou de concreto pré-moldado, painéis de
fechamento externo e interno, caixilhos, portas, paredes de gesso acartonado, pisos elevados,
banheiros prontos – reduziu a necessidade de mão-de-obra direta e, por conseqüência, o número
da equipe de supervisão em obra. Essa modificação reflete-se ainda em prazos de execução mais
curtos gerando uma grande economia de escala. Mas como conseqüência aumentou os custos com
a mobilização de equipamentos de maior porte.
2. Formação do BDI
O BDI – Benefícios e Despesas Indiretas, como o próprio nome diz, é um valor monetário (ou
índice) que engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o somatório das despesas
indiretas e impostos incidentes sobre o mesmo.
O objetivo do conhecimento do BDI é, a partir dos custos diretos incidentes sobre uma obra ou
serviço, expeditamente, calcular preço do mesmo.
Por definição, então, o preço é obtido por:
Preço = CD + BDI(valor) ou,
Preço = CD x BDI(%)
Geralmente cada empresa tem o seu BDI e ele pode ser distinto de obra para obra ou, também,
segundo a variedade da carteira de obras em serviço.
É importante notar que, quanto maior o número de obras e/ou serviços, o valor do BDI pode ser
reduzido, permitindo aumentar, deste modo, a competitividade da empresa.
A todo aquele que participa seguidamente de processos licitatórios, recomenda-se um bom
conhecimento do seu próprio BDI e do custo direto de cada obra/serviço pois, mantida a mesma
tecnologia e atuando na mesma região, não há grande variação no custo direto das empresas que
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
16
nela atuam. Deste modo, pode-se fazer uma análise com bastante aproximação do BDI das
empresas concorrentes.
Toda empresa que conhece perfeitamente o seu BDI, tem condições de acompanhar
realisticamente o seu desempenho financeiro e conseqüentemente ter condições de elaborar um
bom Plano Orçamentário.
O BDI é formado por:
BDI = CI + MR + ML + IMP1
Sendo:
- CI = Custo Indireto;
- MR = Margem de Risco;
- ML = Margem de Lucro;
- IMP1 = Impostos (lucro, faturamento)
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
17
Preço = Custo Direto + BDI
Fazendo, BDI = k x CD ∴ k= BDI/CD ⇒ k = MARUP
Preço = CD + k CD ∴ Preço = (1+k) CD,
Em que : (1+k) ⇒ BDI em %
VR = PC – ISS
VR = PC - αISS PC ∴ VR = (1-αISS) PC
PC = VR / (1-αISS)
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
18
3. Composição de Preços
Definições
a) Custo é o valor da soma dos insumos e da mão de obra necessários à realização de cada
obra ou serviço. Em outras palavras, é o somatório dos custos diretos e indiretos, também
denominado custo de produção.
b) Preço é a expressão do valor monetário de uma obra ou serviço. Preço, então é o valor a ser
cobrado do cliente.
3.1 Relação Preço/Custo
PREÇO = BDI + ∑ CUSTOS DIRETOS
Composição de Custos Diretos
CD = pi x Qi
CD = ∑ Qi (µi + Ei + Moi)
sendo:
- pi = preço unitário de um serviço ou atividade
- Qi = quantidade de trabalho vinculado a atividade “i”
- µi = custo do material vinculado a atividade “i”
- Ei = taxa de custo unitário de equipamentos utilizados para a realização da atividade “i”
- Moi = custo da mão de obra requerida para a realização da atividade “i”.
4. Métodos de Orçamentação
Existem basicamente dois métodos de orçamentação: orçamentos expeditos e os orçamentos
detalhados. A diferença básica entre eles reside na margem de erro do resultado final.
A orçamentação expedita é realizada anteriormente a definição dos projetos, ou seja é feito uma
estimativa e a margem de erro no resultado final pode ser significativa pela ausência de definições
do empreendimento.
A orçamentação detalhada é realizada após o desenvolvimento dos projetos sendo, deste modo,
mais próxima a realidade, ou seja sujeita a uma margem de erro menor.
A Norma define os critérios de cálculo do CUB (Custo Unitário Básico), que é um indicador do custo
de construção, utilizado como instrumento de reajuste para os valores monetários calculados nos
Quadros da própria NBR 12.721. Além disto, o CUB serve como parâmetro para orçamentos
simplificados (paramétricos) e para reajuste em contratos de obras comuns.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
19
Valor estimado resultante das seguintes parcelas: produto da área de construção global pelo
custo unitário básico (CUB) relativo ao projeto padrão que mais se aproxima da tipologia do edifício
em questão; parcelas adicionais relativo aos itens não considerados no projeto-padrão; outras
despesas indiretas; impostos e taxas; custo de projetos e remuneração do construtor e
incorporador.
4.1.2 Orçamento por estimativas ou processo de correlação múltipla
Neste orçamento leva-se em conta os principais serviços de construção, o projeto é decomposto
em partes (itens), por exemplo: fundações, estrutura, alvenaria, etc. de modo que o custo total
seja a soma de cada uma das partes. Calculam-se os custos das partes de maneira simplificada e
rápida, baseada em um banco de informações.
4.1.3 Por tipo de compartimento
Obtido por meio da multiplicação da área média dos compartimentos pelo custo por m2 de cada
tipo de compartimento. Este tipo de orçamento fornece, além do orçamento expedito, a
possibilidade de análise da variação de custo em função de alterações e/ou acréscimos de áreas em
determinado compartimento.
4.1.4 Por informações paramétricas
Obtido através de informações paramétricas de quantidade de materiais e mão-de-obra por m2 de
construção. Por exemplo: 2 sacos de cimento por m2 de construção, 0,90 m2 de alvenaria externa
por m2 de construção, 1,20 m2 de alvenaria interna por m2 de construção, 12 Kg de aço por m2 de
construção, etc.
4.1.5 Processo de correlação simples
Considera-se neste tipo de orçamentação que produtos semelhantes e de um mesmo tipo, porém
de dimensões diferentes, possuem um custo proporcional à sua dimensão característica, que pode
ser considerada como sua variável livre ou característica. Assim dois produtos semelhantes de
dimensões DP (dimensão projetada) e DE (dimensão existente) têm custos CP (custo projetado) e CE
(custo existente) numa relação do tipo: CP / CE = (DP / DE)α, onde α<1 indica que os custos
crescem menos que a as dimensões, o índice P refere-se a instalação projetada e o índice E refere-
se a existente. O problema deste tipo de orçamentação reside no fato da determinação do
coeficiente α, o qual varia entre 0,6 e 0.95.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
20
Projeto arquitetônico, complementares
e memorial descritivo
Quantificação
de serviços
Preço de Composições
insumos unitárias
Custo Direto
BDI
Preço de venda
1. SERVIÇOS INICIAIS
1.2.1 Demolições:
O quantitativo deve ser levantado conforme as composições de serviço disponíveis, ou seja, em
unidade (m), área (m2) ou volume(m3).
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
21
1.3. Instalações Provisórias
1.3.1 Tapumes:
O cálculo da área de tapume (m2) é obtida pela multiplicação do perímetro pela altura, quando é
executado com chapas compensadas, em geral utiliza-se para a altura a maior altura da chapa.
1.3.4 Andaimes:
Para elevação de alvenaria a quantidade (m2) é obtida pelo perímetro da alvenaria multiplicado
pela altura da mesma, descontando-se 1,50 m que não necessitam de andaime. Para revestimento
interno de forros a área de andaime é igual a área a ser revestida. Todas as composições de
andaimes em madeira consideram um reaproveitamento, seja seis ou dez vezes.
1.3.5 Instalações provisórias de água, luz, força, esgoto, telefone, sinalização, entre outras:
Por unidade.
2.2 Drenagem:
O sistema de drenagem a ser utilizado é extraído de projeto específico. Em geral são compostos
por serviços de escavação manual (m3), apiloamento de valas (m2), lastro de brita (m3),
manilhamento (m), reaterro apiloado (m3), e geotéxtil não tecido (m2).
Caso tal projeto ainda não exista o orçamentista deve obter informação sobre que tipo de
contenção ou fundação é mais adequado à futura obra, utilizando-se de estatísticas tais como:
volume de escavação, volume de concreto e peso das armaduras.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
22
c) Para muros pode-se considerar uma broca de φ 25cm a cada 5,00 m de muro, com
profundidade de 1,50 m.
Na falta de tal projeto pode-se estimar as quantidades de serviços utilizando dados estatísticos
apresentados em publicações técnicas, como por exemplo a TCPO.
Dados estatísticos:
a) volume de concreto (m3): 2% da área construída;
b) massa das armaduras (Kg): 80 kg de aço por m3 de concreto;
c) área de fôrmas (m2): 12 vezes o volume de concreto;
d) serviços de escavação (m3): 1,5 vezes o volume de concreto;
e) serviço de reaterro das valas (m3): diferença entre o volume escavação e de concreto (caso em
que as vigas baldrames e blocos sejam executados abaixo do nível do terreno);
f) serviços de aterro (m3): altura média estimada multiplicada pela área do pavimento térreo
(caso em que as vigas baldrames e os blocos sejam executados acima do nível do terreno);
g) volume de lastros de brita (m3): largura da vala multiplicado pelo comprimento total de paredes
e pela altura do lastro de brita a ser utilizada;
h) área de apiloamento da base das vigas baldrames e blocos (m2): largura da vala multiplicado
pelo comprimento total de paredes.
Espessura do lastro
10cm L 10cm
L = espessura da viga
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
23
MODELO DE PLANILHA PARA INFRA-ESTRUTURA
Empreendim. Pavto Prancha: Folha
Orçamentista Supervisão:
3. SUPRA ESTRUTURA
a) Volume de concreto (m3): serão utilizadas as próprias dimensões da peça constante do projeto
estrutural: largura, comprimento, altura e quantidade de peças iguais;
b) Área de fôrma(m2): para vigas as áreas de fôrma são obtidas do seguinte modo: duas vezes a
altura da peça multiplicada pelo comprimento da mesma, pela sua espessura e pela quantidade
de peças iguais; para lajes a área de forma é igual a área da laje; para pilares será igual ao
perímetro do pilar multiplicado pela sua altura e pela quantidade de peças iguais;
c) Armadura: a quantidade de aço a ser utilizada pode ser calculada por duas maneiras: extraindo
do resumo de aço do projeto; efetuando o levantamento ferro a ferro do projeto de supra-
estrutura.
Quando se tratar de laje pré fabricada, deve-se calcular somente a área da laje (considerando as
áreas de superposição sobre as vigas – áreas de apoio). O volume da capa de concreto para
recobrimento, em geral, está incluso na composição unitária deste serviço.
Na falta de tal projeto pode-se estimar as quantidades de serviços utilizando dados estatísticos
apresentados em publicações técnicas, como por exemplo a TCPO.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
24
MODELO DE PLANILHA PARA SUPRA-ESTRUTURA
Empreendim. Prancha Pavto. Folha
Orçamentista: Supervisor:
Data: Data:
Rubrica Rubrica
Volume de concreto Área de forma
Peça Largura Altura Comp. Qtde Total Altura Comp. Qtde Total
4. PAREDES E PAINÉIS
4.1.1 Alvenaria
a) Cálculo segundo critérios da TCPO: deve-se levar em consideração o comprimento e o pé-
direito de cada um dos painéis, descontando-se somente os vãos livres com área igual ou
superior a 2,00 m2. Por exemplo: se houver um vão livre com área de 1,68 m2, esta área não
deve ser descontada da área de alvenaria. Caso o vão fosse de 3,50 m2, a área a ser
descontada seria de (3,50 – 2,00)= 1,50 m2.
Tal critério é justificado pela diminuição de produtividade no requadro das paredes. Este critério de
cálculo aumenta a quantidade de serviço real e as quantidades de insumos que compõem o serviço
alvenaria, elevando-se o custo unitário deste item, podendo provocar erros na quantidade de
compra de materiais.
Para documentar os cálculos das quantidades de alvenaria que compõe a obra, sugere-se
preencher uma planilha, conforme modelo proposto a seguir. Este procedimento visa diminuir a
incidência de erros, facilitar a conferência, consultas e alterações futuras de projeto.
O critério de separar as quantidades calculadas por pavimento, é útil para emissão de ordens de
serviço, elaboração do planejamento da obra e programação de compras.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
25
ALVENARIA ( )
Empreendim.: Prancha: Folha:
Descrição: Pavimento:
Obs.: Orçamentista: Supervisão:
Data: Rubrica Data: Rubrica
Cálculo das áreas Cálculo dos vãos Total
Nº Comp. Altura Área Qtde Total Largura Altura Área Qtde Total líquido
E SQ U A D R IA S D E M A D E IR A
E m preendim . Folha LE G E N D A
O bs.: O rçam entista: Supervisão 1
D ata: R ubrica D ata: R ubrica 2
Pavim ento Prancha 3
C álculo das áreas T ipo T ratam ento O utros
T ipo Larg. A ltura Á rea Q tde T o tal Inter. E xter. C o ef. C êra E sm . V ern. 1 2 3
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
26
ESQUADRIAS METÁLICAS
Empreendimento Obs.:
Descrição:
Orçam Superv.:
Data: Rubrica Data: Rubrica
Pavimento Prancha
Cálculo das áreas Acabamento Corta-fogo Vidros
Tipo Larg. Altura Área Qtde Total Coef. Esm. Óleo Total Tipo Espes. Total
ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO
Empreendimento Prancha: Obs.: Indicar o tipo de anodização e
Descrição Pavimento padrão de acabamento.
Orçamentista: Superv.
Data: Rubrica Data: Rubr.
Cálculo das áreas Peso ou Área Vidros
Tipo Larg. Alt. Área Qtde Total Coef. Baixo Méd. Alto Ven.
5. COBERTURAS E PROTEÇÕES
5.1. Coberturas
5.1.2 Telhas:
O cálculo dos serviços referentes a execução das telhas, deve ser efetuado pela área em projeção
da cobertura, uma vez que a maioria das composições considera, na quantidade de itens
consumidos por m2, o grau de inclinação do referido tipo de telha.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
27
5.1.3 Cumeeiras:
São os divisores de águas do telhado. Normalmente são do mesmo tipo das telhas e são calculadas
em metros lineares.
5.1.4 Calhas:
São os coletores de águas do telhado. São quantificados em metros lineares, considerando-se seu
desenvolvimento e material utilizado.
5.1.5 Rufos:
Utilizados para evitar infiltrações, são utilizados normalmente em contato com platibandas ou
bordas de edificações. São quantificados em metros lineares, considerando-se seu desenvolvimento
e material utilizado.
5.2. Impermeabilizações
Devem ser calculadas em metros quadrados e especificados os locais de aplicação, pois são de
diferentes finalidades e seus custos bem específicos.
Devem ser separadas as impermeabilizações conforme constarem das Especificações Técnicas ou
normalmente utiliza-se:
a) De fundações;
b) De vigas baldrames;
c) De contenções;
d) De terraços e lajes de cobertura abertos;
e) De floreiras;
f) De reservatórios;
g) De piscinas;
h) De rebaixos de cozinha, áreas de serviço e banheiros.
i) De juntas
6.1.1.1 Chapisco:
É a base para outros revestimentos. A área considerada será o produto do perímetro das paredes
do local pela altura das mesmas, descontando-se todos os vãos livres. Apenas a área do chapisco é
calculada descontando todos os vãos livres.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
28
6.1.1.2 Emboço:
É a camada de regularização da superfície, que prepara o recebimento de outros revestimentos.
Cálculo das áreas pelos critérios da TCPO: A área considerada será o produto do perímetro das
paredes do local pela altura das mesmas, descontando-se apenas as áreas que exceder, em cada
vão, a 2,50m2 (ex.: vão com 5,00m2, descontar apenas 2,5m2). Superfícies salientes acima de 5
cm (beirais, vigas, pilares, espaletas, entre outras) são medidas em desenvolvimento. Para
medição de pérgolas, multiplica-se por 3 a área desenvolvida. Pilares redondos multiplica-se por 3
a sua área.
Quando houver forro especial (gesso, madeira e outros), desconta-se da altura da parede a
distância da laje até o forro menos 5 cm de traspasse do emboço.
O cálculo dos quantitativos deve ser feitos observando-se as mesmas condições prescritas para
revestimento de paredes internas.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
29
REVESTIMENTO DE PAREDES EXTERNAS
Empreendimento: Prancha: Folha: Obs: indicar os tipos de pastilhas
Descrição: Pavimento cerâmicas por cor. Incluir nesta
Orçamentista: Supervisão: planilha as pinturas
Data: Rubrica Data: Rubrica
Cálculo das áreas Cálculo dos vãos Total
Chap Emb. Reb.
Local Larg Comp Área Qtde Total Larg Altura Área Qtde Total Líquid
6.2.1 Tetos:
Para computar os serviços relativos a acabamento de tetos internos, leva-se em consideração, a
mesma área calculada para revestimento de pisos, exceção nos casos onde o projeto indicar áreas
diferentes, como por exemplo, tetos inclinados, vazio no piso ou teto com iluminação zenital.
Para revestimentos argamassados deve-se considerar os serviços de chapisco (mesmo nos casos
onde está determinado forro especial (gesso, madeira, etc.)), emboço e reboco (caso este não seja
substituído por massa corrida na etapa de pintura).
a) Chapisco;
b) Emboço e reboco ou massa corrida.
6.4. Pintura
Nesta etapa da quantificação dos serviços, não precisa de uma planilha específica para os itens de
pintura, pois estes são calculados nas seguintes planilhas:
Planilhas de Revestimento de Pisos e Tetos;
Planilhas de Revestimento de Paredes Internas;
Planilhas de Revestimento de Paredes Externas;
Planilhas de Esquadrias de Madeira;
Planilhas de Esquadrias Metálicas.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
30
7. PAVIMENTAÇÃO
7.1. Pavimentações:
Para o levantamento quantitativo dos serviços referentes a execução de revestimento de pisos
internos, deve-se levar em consideração a área de cada local (ex.: sala, quartos, etc. ) e Memoriais
Descritivos da obra.
As quantidades serão fornecidas em m2, considerando a área líquida calculada.
Metodologia de cálculo:
a) Cálculo das áreas efetivas: A área considerada será a área da figura geométrica do local
descontando-se as áreas de todos os vão livres que por ventura integrem tais áreas;
b) Pisos em contato com solo: Para os pisos que estão em contato com o solo, devem-se
considerar 5 serviços fundamentais. Serviços referentes a regularização, apiloamento e lastros
(brita e lastro de concreto);
b.1) Regularização;
b.2) Apiloamento;
b.3) Lastro de brita;
b.4) Lastro de concreto;
c) Regularização de base (contrapiso): Utilizados para regularizar desníveis de concretagem.
Somente não se deve considerar a regularização de base quando ficar explícito que a técnica de
concretagem utilizada será a do contrapiso zero. Neste caso, deve-se considerar como serviço
substituto da regularização, um tratamento da laje acabada.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
31
8. INSTALAÇÕES E APARELHOS
Considerando-se que tais projetos estejam disponíveis e estes serviços são geralmente
empreitados, o orçamentista deve tomar as seguintes providências:
a) Solicitar proposta para execução da mão-de-obra para empreiteiro que normalmente executa
este tipo de serviço para a construtora;
b) Cotar os materiais de hidráulica, especificados no Memorial Descritivo do projeto hidro-sanitário
.
Considerando-se que tais projetos estejam disponíveis e estes serviços são geralmente
empreitados, o orçamentista deve tomar as seguintes providências:
a) Solicitar proposta para execução da mão-de-obra para empreiteiro que normalmente executa
este tipo de serviço para a construtora;
b) Cotar os materiais elétricos, especificados no Memorial Descritivo do projeto elétrico e
telefônico .
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
32
f) De oxigênio
g) De lixo
h) Outros.
Os equipamentos utilizados na obra devem ser cotados no mercado, porém, no caso dos
elevadores e assemelhados, deve-se orientar por compras anteriores, pois os preços praticados na
venda efetiva são menor do que o preço normalmente cotado nestas ocasiões.
9. COMPLEMENTAÇÃO DA OBRA
a) Paisagismo (indispensável);
b) Painéis artísticos;
c) Quadra de esportes;
d) Play-ground;
e) Outros.
Para as quantidades dos serviços acima se deve utilizar as unidades conforme as composições
disponíveis.
Deve-se orçar os valores para a ligações definitivas de água, energia, telefone, gás, esgoto e
incêndio.
Deve-se levantar os custos dos ensaios gerais das instalações, arremates e do habite-se.
4.2.3 Preço dos insumos
A partir do levantamento completo dos insumos básicos do orçamento, proceder-se-á a pesquisa
de preços e condições de fornecimento dos diferentes itens de custo da obra.
Condições de fornecimento é o conhecimento sobre os impostos (IPI e ICMS) a serem acrescidos
no preço do insumo, custos do frete, custos adicionais com embalagens entre outros fatores.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
33
A composição unitária é a relação de todos os insumos utilizados (materiais, mão de obra e
equipamentos) para a execução da atividade, na qual se apresenta um índice de consumo para
cada um dos insumos necessários por unidade de serviço.
As composições permitem, deste modo, calcular a quantidade e o custo de cada um dos insumos
que compõe uma atividade. A confiabilidade dos índices é o fator essencial para a que o orçamento
seja correto (custo planejado igual custo orçado).
Portanto, o ideal é que índices de consumo a ser considerados sejam obtidos a partir do controle do
uso de materiais, mão de obra e equipamentos que a empresa utiliza para realiza cada uma das
atividades componentes do processo de produção, representando assim a realidade da empresa.
Componentes Consumo Consumo Preço unit. Custo total Custo total Custo total
total R$ MAT MO R$
Cimento 2.548 Kg 382.2 Kg 0.29 110.84
Cal hidratada 2.548 Kg 382.2 Kg 0.14 53.51
Areia úmida 0.017 m3 2.55 m3 28.00 71.4
Tijolo 31 unid. 4650unid 0.10 465.00 700.75
.
Pedreiro 1,60 h 240 h 2.40 576.00
Servente 1,74 h 261 h 1.60 417.6
Enc. Sociais 124,3 % 1235.04 2929.39
B.D.I. 40 1171.76
Total 4101.15
Outra forma de orçamento aproximado é pela consideração da participação percentual média dos
grandes itens no custo total. A falta de alguns projetos ou dados é compensada calculando-se o
que já está definido e estimando o restante.
Apresenta-se a seguir uma tabela que indica os índices percentuais médios de custos dos serviços
para execução de obras pelo processo construtivo convencional.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
34
Tabela 3 – Participação percentual em orçamento
Caso não existam ainda os projetos de instalações elétricas ou hidráulicas, pode-se determinar
aproximadamente os valores correspondentes utilizando um valor percentual.
Por exemplo, se o valor orçado (com base nos outros projetos, disponíveis) foi de R$ 840.000,00, e
as instalações elétricas e hidráulicas são previstas como normais, pode-se complementar o
orçamento da seguinte forma:
A elaboração de um orçamento é, em geral, uma tarefa complexa e, algumas vezes, esta tarefa
torna-se ainda mais complexa devido aos seguintes fatores:
• Baixa especialização da mão-de-obra, dificultando a obtenção de níveis uniformes de
produtividade;
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
35
• Falhas e omissões no detalhamento de projetos, gerando freqüentes alterações no
planejamento de sua execução, nos tipos e quantitativos de materiais e na especialidade de
mão-de-obra;
• Grande número de atividades a serem executadas, gerando diferentes tipos de trabalhos de
difícil quantificação;
• Variação contínua de preços de insumos, fator que se dá em função da demanda de mercado e
da inflação.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1. Uma construtora gastou com custos indiretos no primeiro semestre do ano um valor mensal de
R$ 137.250,00. Qual deveria ser o custo direto mensal gasto em todas as obras gerenciadas
pela empresa para que os custos indiretos mensais da empresa não ultrapassassem 3,2%?
(137.250,00 / X) = 0,032
X = 137.250,00 / 0,032 = 4.289.062,50
Deveria ser de no mínimo R$ 4.289.062,50
2. Uma construtora foi convidada para participar de uma licitação para construção de uma
indústria. A partir do projeto e do edital recebido orçou os custos diretos da obra em R$
1.254.670,00. Qual deve ser o BDI e qual deve ser o preço a ser proposto na licitação,
considerando-se que a construtora que entrar nesta licitação com os seguintes índices sobre o
preço final: 8% para lucro, 11% para impostos e 6% para despesas indiretas.
Preço= 1.254.670,00 / (1-0,08 – 0,11 – 0,06) = 1.672.893,33
BDI = 1.672.893,33 / 1.254.670,00 = 1,333 = 33%
3. Para a mesma licitação do exercício anterior o cliente solicitou que a construtora refizesse o
preço e o BDI, considerando que o ele irá reembolsar os impostos. Qual deve ser o BDI para
esta nova condição e qual deve ser o preço revisado?
Preço= 1.254.670,00 / (1-0,08– 0,06) = 1.458.918,60
BDI = 1. 458.918,60 / 1.254.670,00 = 1,163 = 16,3%
O BDI deverá ser de 16,3% e o novo preço de R$ 1.458.918,60.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Uma construtora entrou em uma licitação com um preço de R$ 3.250.465,00. O corpo técnico da
empresa adotou os seguintes índices para formação de tal preço: 8% para lucro, 12,4% para
impostos e 4,5% pagamento de despesas indiretas. Com esta proposta a empresa foi
classificada em 3o lugar..
A empresa vencedora apresentou proposta no valor de R$ 3.032.128,00. Considerando que a
construtora orçou corretamente os custos diretos do projeto e que estes não poderiam ser
reduzidos.
Pergunta-se qual deveria ser os índices adotados para que a empresa fosse classificada em 1o
lugar?
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo
36
2. Sua empresa irá participar de um processo licitatório e coube a você a responsabilidade de
montagem do índice de BDI a ser utilizado na definição do preço da proposta. Para tanto você
dispõe das seguintes informações:
Custos R$
Custo direto do empreendimento 125.000.000,00
Custos administrativos do empreendimento 25.000.000,00
Custos médios de administração da empresa 108.000.000,00
Carteira de obras da empresa, excluído este 580.000.000,00
empreendimento
Lucro/encargos/impostos %
Encargos sociais 162
Lucro líquido desejado 15
Imposto sobre serviços (ISS) 10
Imposto de renda 35
Encargos financeiros sobre o capital de giro necessário a 4
construção
Leitura complementar
GOLDMAN, Pedrinho Introdução ao planejamento e controle de custos na construção civil
brasileira. 3 ed. São Paulo: Pini, 1997
LIMMER, Carl V. Planejamento, Orçamentação e Controle de projetos e Obras. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1997
DIAS, Paulo R. V. Engenharia de custos: uma metodologia de orçamentação para obras civis.
Paulo R. V. Dias: Rio de Janeiro:, 2001
PARGA, Pedro Cálculo do preço de venda na construção civil. Pini: São Paulo, 1995.
FORMOSO, Carlos Torres; HIROTA, Ercília Hitomi; SAFFARO, Fernanda Aranha; SILVA, Maria
Angélica Covelo. Estimativa de custos de obras de edificação. Caderno de engenharia n.9. Porto
Alegre: UFRGS/CPGEC, 1986.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II
Profa. MSc. Luci Mercedes Demori e Prof. Dr. João Adriano Rossignolo