Apostila GEografia 4° Bimestre

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

ESCOLA ESTADUAL RURAL DE


ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS E MÉDIO

4° Bimestre EAD Raimundo Hermínio de MeloII

Professor:
GEOGRAFIA José Junior Barroso de Figueiredo. Aluno(a): 2ª
Ano/SÉRIE
Nº:
Turma: Turno: Vespertino Data: 2023

GEOGRAFIA

O Mundo Pós-Guerra Fria

O mundo pós-Guerra fria é marcado por várias características, entre as quais se destacam a
nova divisão com a questão multipolar, o neoliberalismo, a globalização e os blocos
econômicos.

Ordem mundial da Guerra-fria

Para entender a ordem mundial atual, é necessário recordar a velha ordem mundial no período
de 1945 a 1989, marcada pela Guerra Fria entre o socialismo soviético e o capitalismo
estadunidense, sendo o mundo bipolar ou dualista. Nessa ordem, a divisão do mundo era:

Países do Primeiro Mundo ou desenvolvidos: marcados pela industrialização clássica (Primeira


e Segunda Revoluções Industriais) e por elevado nível de vida, com baixas taxas de
natalidade e mortalidade. Exemplos: EUA, Japão, Alemanha Ocidental, …

Países do Segundo Mundo ou socialistas planificados: marcados pelo controle estatal na


economia e por regimes autoritários. Exemplos: União Soviética, Cuba, Polônia, China,
Alemanha Oriental…
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Países do Terceiro Mundo ou subdesenvolvidos: marcados pela colonização de exploração no
início do capitalismo, predominando elevadas taxas de natalidade e mortalidade.
Exemplos: Brasil, Paraguai, África do Sul, Índia, Arábia Saudita…

Ordem mundial pós Guerra-fria

Para entender o mundo moderno e prever as tendências econômicas, é importante aprofundar


o conhecimento sobre as características principais dessa nova ordem.

A nova ordem mundial estabeleceu-se a partir da crise do socialismo real (Segundo Mundo),
que teve como ápice a queda do Muro de Berlim e a unificação das Alemanhas sob a
economia capitalista de mercado e a dissolução da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) em quinze novos países que passaram, então, por um processo de
transição para o capitalismo.

Esses acontecimentos cruciais ao Segundo Mundo representaram o momento de transição


do socialismo real (representado pelo Estado totalitário e pela economia planificada) para a
economia capitalista em quase todos os países socialistas. Desaparece, portanto, a estrutura
bipolar da ordem da Guerra Fria e inicia-se uma nova ordem sob a hegemonia do
capitalismo.

Nesse mundo pós-Guerra fria, surge uma famosa polêmica: mundo monopolar ou multipolar.
Observando a charge, o tio Sam, símbolo do american way of life, reforça a polêmica:

A ordem pós-Guerra fria é monopolar para aqueles que acreditam na supremacia militar, ou
seja, os EUA como superpotência militar única e, portanto, hegemônica. A argumentação
ganhou reforço após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando os EUA atacaram o
Afeganistão (2001/2002) e o Iraque (2003), alegando uma ofensiva contra o terrorismo mundial
(“eixo do mal”).

Para a maioria dos intelectuais, a ordem pós-Guerra fria é multipolar, tomando como
referencial o fator econômico, enfatizando três grandes centros de poder: EUA, Japão e União
Europeia. A argumentação reforça-se com o aumento da participação da China no comércio
mundial.

Observa-se, pelo mapa abaixo, a nova divisão do mundo em Norte rico e Sul pobre.

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O mapa mostra uma proposta de divisão do mundo de acordo com a Nova Ordem Mundial: o
Norte, formado pelos países ricos ou desenvolvidos, e o Sul, composto de nações pobres ou
subdesenvolvidas.

Essa proposta não obedece a um critério de posição geográfica, pois, cartograficamente, a


divisão em hemisférios, feita pela linha do Equador, não é levada em conta.

O bloco Norte caracteriza-se pela predominância de países industrializados, com elevada


urbanização, elevado produto interno bruto e boas condições de vida da população.

Já o bloco Sul seria composto de nações mais pobres, em sua maior parte nãoindustrializadas,
com baixa urbanização e base econômica agro mineradora. Dentro desse grupo, podemos
destacar algumas subdivisões, isto é, países industrializados, países agro mineradores e
países marginalizados ou excluídos.

Ordens Mundiais

O conceito de ordem mundial refere-se ao equilíbrio internacional de poder, envolvendo as


grandes potências, com suas áreas de influência e as disputas comerciais, políticas,
diplomáticas, culturais etc., entre os Estados ou países. Em cada período histórico das idades
Moderna e Contemporânea, perdurou uma ordem mundial específica.
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O Equilíbrio mundial se define pela presença de uma ou mais potências, como aconteceu no
século XIX: a Inglaterra dominava a maior parte do planeta com suas colônias espalhadas pelo
mundo, era quem fornecia a maior parte dos produtos industrializados para todo o mundo, era
a monopolaridade.

A bipolaridade surgia como resultado do aparecimento e expansão do capitalismo e explosão


da Primeira e Segunda guerras mundiais, quando ouve um declínio da Europa, surgia Estados
Unidos e URSS como grandes potências.

Já a multipolaridade surge na década de 90, após a dissolução da URSS, o Japão surgia


como potência emergente, e forma com os Estados Unidos e MCE (Mercado Comum
Europeu) a ordem multipolar.

Ao longo das décadas surgem novas potências, que se formam e passam a ser essenciais na
economia mundial.

A Ordem Monopolar

Inglaterra: o domínio de um quinto do planeta

De 1837 a 1901, a Inglaterra viveu sob o reinado da rainha Vitória, período em que atingiu o
apogeu de sua política industrial e colonialista. Tornou-se a grande “oficina do mundo”,
abastecendo os mercados mundiais com seus produtos industrializados.

Na África, os ingleses conquistaram uma vasta região, que incluía África do Sul, Orange,
Rodésia, Tanganica, Quênia, Uganda e Sudão, além de manterem influência sobre o Egito.

A Ordem Bipolar

A Guerra Fria

Divisão do mundo em dois blocos de influência: capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e
socialista, liderado pela União Soviética.

O conflito entre os dois blocos de influência é canalizado para outras várias, devido ao
equilíbrio nuclear e à impossibilidade de uma guerra direta. Ocorre então a corrida
armamentista, nuclear, tecnológica e espacial; a espionagem militar e industrial; as guerras no
terceiro mundo com facções rivais apoiadas cada uma por uma das potências (exemplo: as
guerras da Coreia, Vietnã, Cuba, Nicarágua e Afeganistão).
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No plano militar é criada a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que visa à
cooperação entre países capitalistas, para evitar o avanço comunista.

Em resposta, é criada o pacto de Varsóvia, com as mesmas funções, só que do lado socialista.
O símbolo desse período foi o Muro de Berlim (1960), que dividia a cidade em capitalista e
socialista.

É dentro deste contexto que nasce a chamada “guerra fria”. Seu período “clássico” foi o final
dos anos 40 e a década de 1950.

A Ordem Multipolar

Decadência do Socialismo e Multipolaridade

Nos anos 80 a bipolaridade já se encontrava bastante arruinada por uma série de mudanças,
já se encontrava em vias de se tornar superada.

A economia planificada dos países de socialismo real dava mostra de insuficiência de sérios
problemas de não conseguir acompanhar intensa modernização do ocidente nos países de
terceiro mundo. Muitos países desse bloco como a Hungria, desde meados dos anos 70 que
tentaram dinamizar sua economia com a introdução gradual dos mercados no lugar dos planos
centralizados.

A economia soviética crescia num ritmo lento, mesmo que isso fosse escondida ou maquiada
pelas estatísticas otimistas e falsas que o governo divulgava a cada ano. Enquanto, do lado do
capitalismo crescia num ritmo lento em comparação ao Japão, Alemanha, Itália, França e
outros países. Após a 2ª Guerra Mundial, a produção econômica anual dos Estados Unidos
era bem maior do que os países da Europa Ocidental. Nos anos 80, a produção da Europa
tinha ultrapassado a norte – americana e caminhava para representar o dobro desta.

E a economia japonesa que representava menos de 10% da norte – americana em 1960, já


atingiu 55% desse total em 1985, ou seja, o mundo capitalista deixava de ter um grande e
único centro – econômico, comercial e tecnológico, e passava cada vez mais a ter três, os
EUA, a Europa, em especial o MCE (Mercado Comum Europeu) e o Japão, assim a ordem
bipolar se encontrava abalada ou desafiada desde o final dos anos 70, mas foi nos anos 80,
principalmente no fim desta década que as mudanças mais importantes ocorreram, que essa
ordem mundial viu-se definitivamente abalada e em crise.
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O desenvolvimento desigual das nações nas últimas décadas e a crise do mundo socialista, os
dois grandes motivos que levaram ao fim a velha ordem bipolar e ao nascimento da nova
ordem mundial, a multipolaridade.

Crise do Socialismo

A Guerra Fria começou a esmorecer no final dos anos 80, com uma crise social, política e
econômica que atingiu os países socialistas do bloco soviético. Em 1985, subiu ao poder na
União Soviética o líder Mikail Gorbatchev, que promoveu duas mudanças básicas no país: a
perestroika e a glasnost.

A perestroika era um conjunto de reformas que visavam modernizar a economia soviética,


permitindo inclusive a entrada de transnacionais dos países capitalistas.

A glasnost era um conjunto de medidas que visavam garantir a abertura democrática,


proporcionando inclusive maior liberdade de expressão e imprensa.

A política externa de Gorbatchev foi caracterizada pela aproximação com os Estados Unidos,
que resultou na assinatura de vários tratados de redução do arsenal nuclear. Apesar do êxito
em sua política externa, Gorbatchev teve muitas dificuldades em seu próprio país. Seus
adversários dividiram-se em dois grupos: uns desejavam reformas rápidas rumo ao capitalismo
e outros não aceitavam qualquer tipo de mudança.

No Leste Europeu, principal área de influência soviética, a população insatisfeita se mobilizou


contra os governos socialistas. Em países como a Hungria e a Bulgária, as mudanças políticas
foram graduais. Já em países como a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia e a Romênia
aconteceram confrontos violentos entre manifestantes, policiais e militares.

O fim do governo socialista na Alemanha Oriental (1989) abriu caminho para a sua
reunificação com a Alemanha Ocidental (1990), marcada pela queda do muro de Berlim —
símbolo da decadência da ordem bipolar.

Gradativamente, todos os governos socialistas pró-soviéticos entraram em crise e caíram. No


final dos anos 80 e início dos anos 90, a crise agravou-se na própria União Soviética, que era
formada por 15 repúblicas com diferentes características étnicas e religiosas. As repúblicas
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situadas nas imediações do mar Báltico (Lituânia, Estônia e Letônia) foram as primeiras a
declarar-se independentes.

Na Rússia, principal república soviética, subiu ao poder Boris Yeltsin, adversário político do
líder Mikail Gorbachev. Após uma tentativa frustrada de golpe militar, desferida pelos que não
aceitavam a perestroika e a glasnost, a crise se aprofundou.

O ano de 1991 marcou o fim da União Soviética, que se fragmentou em 15 novas nações
independentes. Visando à manutenção dos laços econômicos entre essas novas nações, foi
criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), integrada na atualidade pelos
seguintes países: Federação Russa, Ucrânia, Belarus, Moldávia, Armênia, Geórgia,
Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomênia, Tadjiquistão e Quirguízia.

Com a fragmentação soviética, a ordem bipolar chegou ao fim. O Pacto de Varsóvia foi extinto.
A OTAN teve que mudar de estratégia, passando a focar outros problemas, como os conflitos
regionais e o terrorismo, além de avançar para o Leste Europeu com a adesão de nações
como Polônia, República Tcheca e Hungria. Em 2004, aconteceu a adesão da Eslováquia,
Romênia, Bulgária, Eslovênia, Estônia, Letônia e Lituânia. A atual Federação Russa participa
como observadora.

A derrubada da estátua de Lênin, líder socialista soviético de 1917, simboliza a queda do socialismo no Leste Europeu.

Exercícios sobre Nova Ordem Mundial


Esta lista de exercícios avaliará os seus conhecimentos sobre a Nova Ordem Mundial, importante período
geopolítico que redimensionou as relaçõ es entre os países do globo.
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Questão 1
A Nova Ordem Mundial marca uma mudança na estrutura política, econô mica, militar e social em

nível global. O acontecimento político que marca o início dessa nova ordem é o A) término da

Primeira Guerra.

B) fim da Guerra Fria.

C) começo da Primavera Á rabe.

D) aumento da xenofobia.

E) processo de globalizaçã o.

Questão 2
A Nova Ordem Mundial é caracterizada por vá rios polos de poder, ou seja, vá rios países ou grupos

de países que detêm determinado protagonismo em nível mundial, seja no plano político, seja no

econô mico. Desse modo, a Nova Ordem Mundial é definida pela A) bipolaridade. B) neutralidade.

C) homogeneidade.

D) multipolaridade.

E) unipolaridade.

Questão 3
A Nova Ordem Mundial, do ponto de vista bélico, pode ser contextualizada pelo domínio de um país

como grande potência militar do globo. Qual o nome desse país? A) Ará bia Saudita.

B) Estados Unidos.

C) Rú ssia.

D) Índia.

E) Israel.

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Questão 4
Com relaçã o ao plano econô mico, a Nova Ordem Mundial é marcada pela presença de vá rios polos
de poder econô mico no globo. A partir de um critério de classificaçã o, os países do globo, na
atualidade, podem ser divididos com relaçã o à s questõ es econô micas em A) países desenvolvidos e
países subdesenvolvidos.

B) países centrais e países desenvolvidos.

C) países emergentes e países promissores.

D) países pobres e países de industrializaçã o tardia.

E) países socialistas e países de economia planificada.

Questão 5
A Nova Ordem Mundial é caracterizada pela presença de vá rios centros de poder e suas respectivas

zonas de influência. Sã o exemplos de centros de poder na atualidade: A) China, Rú ssia e Coreia do

Norte.

B) Liga Á rabe, Rú ssia, Japã o.

C) América Latina, Estados Unidos e Canadá .

D) Uniã o Africana e o Mundo Á rabe.

R) Estados Unidos, Uniã o Europeia e Japã o.

Questão 6
No que toca à questã o econô mica, a Nova Ordem Mundial ressignificou a distribuiçã o do poder
econô mico no globo, sendo uma consequência desse processo a

A) preocupaçã o com a qualidade ambiental mundial.

B) melhoria da desigualdade social entre as naçõ es.

C) acentuaçã o dos fluxos econô micos entre os países.

D) unificaçã o de territó rios disputados militarmente.

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E) ascensã o de movimentos de segregaçã o racial.

Questão 7
China ou Repú blica Popular da China é um país localizado na Á sia Oriental e é considerada uma das
civilizaçõ es mais antigas do mundo. O país possui uma das maiores economias do planeta e é
também a terceira maior naçã o em extensã o territorial. Atualmente, a China é um dos países mais
industrializados do mundo, exercendo forte influência na economia mundial.

SOUSA, Rafaela. China; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/china-

1.htm. Acesso em 02 de março de 2021.


Com relaçã o à Nova Ordem Mundial, do ponto de vista político e econô mico, qual a melhor
classificaçã o para a China?

A) País subdesenvolvido, nã o industrializado e grande produtor de minérios.

B) País emergente de economia planificada e com baixo desenvolvimento técnico.

C) País desenvolvido especializado na produçã o de bens primá rios.

D) País capitalista de economia planificada e altas taxas de desemprego.

E) País subdesenvolvido industrializado que é um novo polo de poder mundial.

Questão 8
Os Brics sã o detentores de mais de 21% do PIB mundial, formando o grupo de países que mais
crescem no planeta. Além disso, representam 42% da populaçã o mundial, 45% da força de trabalho
e o maior poder de consumo do mundo. Destacam-se também pela abundâ ncia de suas riquezas
nacionais e pelas condiçõ es favorá veis que atualmente apresentam para explorá -las.

PENA, Rodolfo F. Alves. "Brics"; Brasil Escola. Disponível em:

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/bric.htm. Acesso em 02 de março de 2021.

Os Brics representam uma característica da Nova Ordem Mundial, que está corretamente indicada
em:

A) emprego de linhas de produçã o com baixo investimento tecnoló gico.

B) atuaçã o comercial favorá vel à s políticas econô micas protecionistas.

C) adoçã o de políticas de uniã o monetá ria entre os países do globo.


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D) unificaçã o de territó rios de naçõ es subdesenvolvidas industrializadas.

E) agrupamento de países com interesses políticos e econô micos mú tuos.

Questão 9
(Unicentro 2019) No final do século XX, a economia globalizada da Nova Ordem Mundial apresenta
como características principais:

A) o colonialismo, a rígida regulamentaçã o dos mercados financeiros e a nã o intervençã o do


Estado na economia.

B) o neoliberalismo, a desregulamentaçã o das atividades financeiras e a nã o intervençã o


estatal nas matérias relativas à s finanças.

C) a tendência nacionalista da produçã o, a desregulamentaçã o dos mercados e o aumento da


intervençã o estatal no sistema financeiro.

D) o internacionalismo capitalista, a crescente regulamentaçã o dos mercados financeiros e a


nã o intervençã o estatal nesse terreno.

E) o internacionalismo socialista, a rígida regulamentaçã o dos mercados financeiros e a


crescente intervençã o estatal nos assuntos econô micos.

Questão 10
(Unicentro 2019) A partir da ilustraçã o e dos conhecimentos sobre a nova ordem mundial, a
globalizaçã o e o neoliberalismo, pode-se afirmar que:

A) o avanço das multinacionais, sua importâ ncia econô mica e sua aliança com o Estado-Naçã o
têm contribuído para que os Estados fiquem mais soberanos.

B) a globalizaçã o econô mica-financeira e cultural impediu o surgimento de movimentos


nacionalistas e provocou o declínio da xenofobia.

C) o neoliberalismo tem cará ter exclusivamente político-cultural, visando ao fortalecimento do


Estado.

D) os avanços tecnoló gicos, a internet e as telecomunicaçõ es tornaram as fronteiras dos


Estados mais permeá veis.

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E) a orientaçã o neoliberal, o crescimento de capitais especulativos e a abertura econô mica
irrestrita têm contribuído para diminuir as desigualdades sociais na maioria dos países
emergentes.

Atividade 2

1- Diante do contexto discorra sobre o contexto da guerra fria, discorra em poucas linhas,
quais fatores fizeram com que o conflito não tenha sido um embate direto com armas e
guerra;

A guerra fria foi um período de conflito ideológico entre os EUA e união soviética porem que nunca
obteve um conflito armado direto entre elas, e os motivos que levaram a isso foi o fato de tanto os
EUA quanto a URSS terem potencial nuclear que poderia dizimar toda a população do planeta e o
medo da destruição em massa aliado ao fato de que não haveria nenhum ganhador caso
utilizassem todos os recursos, fez com que jamais tenha tido um conflito armado gerando apenas
disputas ao redor do mundo na economia, diplomacia tecnologia e etc.

2- Diante do contexto de multipolaridade mundial, discorra em poucas palavras sua


compreensã o, em relaçã o ao mundo atualmente ter uma unimultipolaridade global.

Após a guerra fria passou a ser unipolar já que os EUA tinha uma “soberania” militar porem esse não
era o único critério para estabelecer a potência de um pais, mais tambem a economia surgindo assim
vários polos de poder ‘Multipolaridade” , e atualmente temos a unimultipolaridade reconhecendo a
supremacia militar americana e os multiplos centros de poder econômico unipolaridade na área
militar e política e multipolaridade pela economia.

A GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NA SOCIEDADE

Erick José dos Santos¹, Hugo Santana Casteletto²


1
Acadêmico orientando do curso de Licenciatura em Geografia pela Unicesumar- Maringá, vinculado a Coordenação dos cursos de História e Geografia da
mesma universidade, sendo bolsista PIC-Unicesumar/ICETI- 2018. [email protected]
² Professor orientador do curso de Licenciatura em Geografia pela Unicesumar - Maringá, vinculado a Coordenação dos cursos de História e
Geografia da mesma universidade. [email protected]

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RESUMO
A globalização ocasionou muitas mudanças, as culturas misturaram-se, as predominantes sobrepuseram-se perante as
desfavorecidas. Isso não aconteceu somente no campo da cultura, mas também nos sociais, econômicos e políticos. Fazse
fundamental entender como a globalização pode interferir na escala local, mais especificamente no município de Arapiraca
- AL, mostrando como esse fenômeno possibilitou avanços e retrocessos para a região. Para isso, objetiva-se
especificamente analisar a Taxa de Desemprego do Brasil e de Arapiraca – AL, a fim de fazermos análises que possam nos
mensurar a proposta do objetivo geral. Para isso, foi realizada uma pesquisa sistemática de indicadores referentes,
principalmente sobre a economia e desemprego no Brasil e em Arapiraca – AL, visando observar que motivos levaram a
queda da economia e aumento do desemprego no período que se estende de 2008 (início da crise econômica mundial) a
2017. Percebeu-se o desemprego entre 2008 e 2013 indicou uma queda, a partir de 2014 houve grande aumento, apesar de
que a economia mundial entrou em colapso em 2008/2009, tal aumento do indicador explica-se pela troca da metodologia
oficial de cálculo. Dados mostram que o município arapiraquense seguiu a tendência brasileira de desempenho econômico,
mergulhando na crise econômica. Os resultados mostram que apesar de caminharmos na contramão da crise em um
primeiro momento, após a troca da metodologia os números da cidade entraram em colapso constante perdurando até
atualmente, resultando na conclusão de que a globalização possibilitou como um dos principais malefícios o alto número de
desempregados na segunda maior cidade do estado alagoano.

PALAVRAS-CHAVE: Crise Econômica; Desemprego; Geografia Econômica.

1 INTRODUÇÃO

A globalização é um fenômeno oriundo pós terceira revolução industrial, período


esse marcado pela evolução tecnológica, conhecida por possibilitar um aumento
considerável na tecnologia disponível para produção e certamente incentivada pelo
sistema capitalista, que nas palavras de Jorge Luiz (2017) “[...] sustentava-se no
desejo de uma maior abertura das economias, mas os resultados esbarraram nas
assimetrias entre os Estados e em um modelo voltado para as políticas industriais
nacionais” (JORGE LUIZ, 2017 p. 8).
Isso possibilitou inúmeras transformações na sociedade, e demonstrar tais mudanças
sociais através da globalização tornou-se necessária e importante. É importante frisar
também que a sociedade está em constante transformação, e atualmente vemos certo
declínio econômico, cultural e social de boa parte dos Estados-Nação que compõe a
estrutura política planetária. Tais fatores tem relação direta com a globalização,
portanto, se faz necessário uma preocupação com o futuro da sociedade global.
Segundo Hindenburgo Francisco (2017):
É preciso resistir e desenvolver uma globalização solidária e não subordinada, que promova um
conjunto de políticas públicas alternativas que possibilitem a formação de uma sociedade com
menos desigualdades na distribuição de renda (HINDENBURGO FRANCISCO, 2017 p. 3)

Com tantas mudanças e incertezas trazidas pela globalização, sistema esse no qual é
estritamente capitalista causa uma dependência do menor país (economicamente
falando) para com o maior, possibilitando o agravamento da crise, muito bem
exemplificado pelo caso brasileiro a partir da conhecida “Crise Econômica Mundial
de 2008”. Segundo Luís Alberto e Elzira Lucia (2017):

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A diminuição da participação da América do Sul como destino preferencial das operações
internacionais de multinacionais brasileiras pode revelar o desenvolvimento internacional
dessas empresas, bem como a apropriação de novas vantagens de propriedade ou fatores
locacionais mais atrativos em outras regiões do planeta. (L. ALBERTO; E. LUCIA, 2017 p.13)

A partir da Globalização e da disputa mundial por mercado, empresas de grande porte,


tem criado e acabado com empregos em diversos territórios mundiais, à medida que
lucram e deixam de lucrar. Vide casos de países subdesenvolvidos como Vietnã,
Camboja, Indonésia, Malásia, dentre muitos outros países do sudeste asiático, que tem
recebido empresas estrangeiras (devido a fatores “locacionais”, como mão de obra
barata), gerando subemprego. Na menor situação de crise, essas empresas fecham suas
filiais, gerando desemprego em países que já passam por miséria. E isso não é diferente
com o Brasil.
A globalização tem como fator preponderante catalisar a proporção das escalas,
integrando a nível mundial as mais diversas relações financeiras e econômicas. Por
ser um fenômeno que abrange uma série de mudanças ele é entendido através de
diversos pontos de vistas, alguns mais críticos, outros menos. Para Stiglitz (2002):
A globalização, que pode ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das
desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não
contribui para a construção de uma ordem econômica mais justa nem para um mundo com
menos conflitos. (STIGLITZ, J. 2002, p. 01)

Um sistema que catalisa a exclusão e desigualdade social além de maldoso, contribui


para a competição exagerada, violência e criminalidade. Para Milton Santos (2001)
“A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição
primitiva do cada um por si e, [...] reduz as noções de moralidade pública e particular
a um quase nada”. (SANTOS, 2001, p. 32). Diante disso, conscientizar as pessoas é
fundamental, em prol de desenvolvermos uma sociedade na qual contribua para o
desenvolvimento das classes menos abastadas da sociedade mundial, nacional,
regional e principalmente local.
É com esse objetivo que o presente trabalho busca demonstrar como a Globalização
pode ou não interferir em questões mais locais de países subdesenvolvidos. Para
isso, foi feita uma análise temporal da Crise Econômica de 2008 e seus reflexos no
Brasil. A partir daí foram feitas comparações com dados relacionados a desemprego
no Brasil em comparação as cidades de Arapiraca no interior do estado de Alagoas.
Para isso foram coletados dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) divulgadas pelo IBGE entre os anos de
2008 a 2017. Ao mesmo tempo, para averiguar os efeitos locais dessa crise, foram
realizadas pesquisas em periódicos locais da cidade de Arapiraca no estado de Alagoas.
Com os dados em mão foi possível através de uma pesquisa bibliográfica criar certos
padrões que foram descritos no percurso da pesquisa.

2 DESENVOLVIMENTO

A globalização é um fenômeno que ganha força a partir da década de 80, pós

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Terceira Revolução Industrial, apesar de já ser percebida centenas de anos antes. O


consultor legislativo João Ricardo (2000) frisa bem como termo se tornou amplo nos
últimos anos ressaltando que:
O termo globalização tem sido usado para representar vários fenômenos, como o crescimento
do comércio e dos negócios transnacionais, a interdependência entre os fluxos de capitais e as
parcerias (joint-ventures) internacionais (RICARDO, 2000, p. 4)

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Quando analisarmos a fundo, vemos que a globalização veio se construindo desde


muito tempo, mas o que dá base para essa globalização que temos hoje foram as
relações sociais, desde a formação da família, partido para a formação das tribos, das
tribos foram formando as cidades, das cidades foram formando as nações e assim
sucessivamente, realizando trocas e desenvolvendo-se. A globalização é um termo
bastante interessante quando entendemos que esse fenômeno busca unir e misturar os
gostos, hábitos e dentre outros aspectos.
Com a informação não foi diferente, hoje podemos ter um intercâmbio com outros países
instantaneamente. Uma notícia do outro lado do mundo chega a questões de segundos, e
quando comparado com antes, uma notícia do continente asiático, por exemplo,
demoraria grandes períodos para chegar as Américas, denotando uma evolução do
sistema capitalista e consequentemente uma nova realidade. Contudo, nem todos
conseguem fazer uso dessa velocidade, o que gera aumento da desigualdade mundial.
Milton Santos (2001) reflete essa questão falando que:
A velocidade não é um bem que permita uma distribuição generalizada, e as disparidades no
seu uso garantem a exacerbação das desigualdades. A vida cotidiana também revela a
impossibilidade de fruição das vantagens do chamado tempo real para a maioria da
humanidade. (SANTOS, 2001, p. 58)

Todo esse ganho de escala faz-nos pensar se todos também terão acesso à interação
do planeta, tendo em vista que a globalização reduziu as distâncias, mas ampliou as
desigualdades. Podemos observar, também, a influência que esse acontecimento trás
para a sociedade, estando presente nos bens de consumo de uma forma geral,
causando aumento na produção e consumo de produtos. Podemos entender a
globalização como o fenômeno que possibilitou a integração mundial em todos os
aspectos, favorecidos pela evolução do sistema capitalista que gerou aumento
considerável no número de fluxos de pessoas e pensamentos. Porém, é importante
ressaltar que essa mesma globalização causou grandes impactos com relação ao
aumento da desigualdade.
Quando pensamos nos malefícios da Globalização, precisamos entender que as
consequências vão além do processo em si, e tem muita relação com questões
capitalistas, visto que a globalização e o capitalismo estão ligados. Um dos
principais malefícios desse sistema é a maneira desigual pelo qual as riquezas são
distribuídas, possibilitando, dessa forma um benefício bem maior nos locais onde
temos um sistema econômico mais desenvolvido. Castells (2010) entende como:
A habilidade ou inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas
tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada período histórico, traça seu destino a
ponto de podermos dizer que, embora não determine a evolução histórica e a transformação
social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de transformação das sociedades, bem
como os usos que as sociedades, sempre em um processo conflituoso, decidem dar ao seu
potencial tecnológico (CASTELLS, 2010, p. 44).

Enquanto isso o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos vem de forma “tardia” e


não necessariamente completa, gerando com isso uma dependência econômica dos
grandes sistemas capitalistas, principalmente no que Castells considera como
estratégico: a tecnologia. Em suma: a diferença de acesso à tecnologia, vai gerar grande
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disparidade econômica e social entre os indivíduos que compõe determinados grupos


sociais.
Temos também outra forma de desigualdade, não economicamente falando, mas
uma desigualdade na intensidade dos fluxos e no direcionamento das informações.
As regiões nas quais são pertencentes de países desenvolvidos conseguem expandir
com

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maior facilidade seus valores, costumes e informações, o que difere das regiões onde
fazem partes de países de terceiro mundo. A cultura Inglesa, por exemplo, é bem mais
propagada que a Africana. Podemos entender essa dinâmica por uma simples questão:
a segunda não consegue repassá-las pelos meios de crescimento da globalização,
diferente da primeira que consegue.
No que diz respeito ao campo econômico, entendemos também a relação da
desigualdade com a globalização. Tal fenômeno dificulta a vida do produtor local, e
beneficia as grandes empresas multinacionais. Com isso fica difícil competir, e as
grandes corporações que acabam controlando grande parte do mercado mundial,
apesar de sabermos que há muitos outros fatores por trás de tudo isso. A
descentralização das fábricas em direção aos países subdesenvolvidos, e, apoiadas
pelas facilidades da globalização, ocasiona na exploração de matérias-primas e mão
de obra barata, reduzindo os salários e aumentando a exploração ao trabalhador,
desregulando os progressos em leis trabalhistas.

2.1 GLOBALIZAÇÃO E DESEMPREGO

Podemos entender o desemprego gerado pela globalização a partir da evolução da


técnica. Nesse ponto de vista, notamos que desde a Primeira Revolução Industrial,
com a manufatura se tornando uma tarefa fundamental para o desenvolvimento da
tarefa estabelecida pela empresa, houve um aumento das pesquisas em tecnologia,
culminando na criação das máquinas que passaram a substituir o trabalho humano,
com uma eficiência bem maior.
As fábricas estão substituindo operários por robôs, os bancos estão substituindo
funcionários por caixas eletrônicos. Como possuem máquinas para fazer o trabalho
básico, as pessoas com menos conhecimento técnico foram trocadas por máquinas,
ocasionando assim o desemprego tecnológico ou estrutural. Para Santos (2001):
O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em
qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em
todos os continentes. Novas enfermidades como a SIDA se instalam e velhas doenças,
supostamente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. (SANTOS, 2001, p 31)

É valido frisar que, existe também a criação de novos pontos de trabalho, mas
obviamente demanda de uma qualificação profissional, logo, o desemprego continua
nas camadas mais pobres da sociedade. Num outro ponto de vista, vemos esse
desemprego também no setor comercial, as grandes empresas multinacionais acabam
com as empresas locais. Prova disso é o aumento constante de shoppings e a redução
do comércio nas ruas da cidade.
A globalização é um fenômeno extremamente excludente onde os países com mercados
mais desenvolvidos têm maior relevância que os menos desenvolvidos, causando dessa
forma uma dependência. Ricardo (2000) faz um belo destaque acerca do assunto:
Tal realidade tornou-se, de certa forma, assustadora para alguns analistas, que acusam os
mercados financeiros de serem insensíveis aos fundamentos econômicos e indiferentes a
qualquer preocupação social, apesar de terem o poder de influenciar o nível de emprego e
diferentes tipos de políticas sociais. Pior ainda, esta influência não seria exercida por governos
democraticamente eleitos, mas apenas determinada por especuladores egoístas e irracionais,
interessados puramente na realização de gigantescos lucros. Estes receios têm gerado demandas
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por soluções que permitam aos governos eliminar o excessivo poder dos mercados financeiros.
(RICARDO, J. 2000, p. 07 e 08).

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Os mercados mais estruturados buscam o lucro a todo custo, e quando os números


vão evidenciando problemas na economia, uma das principais alternativas é
demissão do quadro de funcionários, possibilitando com isso a exploração dos
trabalhadores, esses que precisam dessa fonte de renda para sua subsistência.
Infelizmente tais pessoas se submetem a essa exploração devido ao medo de não
conseguir novos empregos, visto que o número de desempregados está crescendo
demasiadamente nos últimos anos, principalmente após a Crise estadunidense,
ocorrida no ano de 2008.
Mas para entender a crise estadunidense e suas consequências para o mundo, é
importante compreender as causas. Os ataques sofridos as torres gêmeas, em solo
americano, no onze de setembro têm relação com a crise, pois, depois do ataque
terrorista, o governo americano entrou em duas guerras no território Asiático
(Afeganistão e Iraque), e com isso, gastou muito dinheiro, mais do que eles
tinham planejado.
É importante considerar, também, que enquanto os Estados Unidos aplicavam
dinheiro na guerra, sua economia já estava em colapso, visto que na época vigente
o país estava importando mais do que exportava. Enquanto sua economia estava
em colapso, os americanos ao invés de conterem seus gastos em armas, optaram
por receber ajuda de alguns países que economicamente estão bem, como à
Inglaterra, do continente europeu, e a China, do continente Asiático.
Somado a tudo isso, havia uma grande bolha imobiliária, estimulado por uma
política de empréstimo a juros baixos, que culminou no excesso de investimentos
no mercado de ações desse ramo. Como consequência, houve uma grande
supervalorização das ações do setor, e quando o governo americano teve que
aumentar os juros (devido aos gastos militares) houve grande problema com o
pagamento dessas dívidas com os bancos, que quebraram, levando a economia
norte-americana a falência. Como tinha mais dinheiro em caixa, e esse estava
sendo constantemente enviados ao exterior, os bancos começaram ver a guerra
como “vantagem” e passaram a oferecer mais créditos, também, a clientes
considerados inadimplentes e de risco. Com isso, ocorreu o principal fator da
expansão da crise: a crise imobiliária.
Com as grandes ofertas, e com baixíssimas taxas de juros, os consumidores
consumiram e compraram muito, imóveis principalmente, esses que começaram a
valorizar cada vez mais, isso provocou uma elevação no preço, por causa da alta
demanda. Mas esse progresso mostrou seus efeitos colaterais, chegou uma ocasião
onde as taxas de juros cresceram cada vez mais, fazendo com que a procura pelos
imóveis diminuísse consideravelmente, derrubando assim com os preços. Diante
disso houve excesso de inadimplências visto que as pessoas já não viam lógica em
continuar pagando as hipotecas absurdas enquanto os imóveis estavam valendo
bem menos. Todos esses fatores contribuíram para a crise dos Estados Unidos, e
consequentemente para o mundo, visto que os Americanos possuem grande
influência no mercado global.

2.2 METODOLOGIA
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Em virtude do grande acervo de números referente aos panoramas ano após ano foi
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utilizado o método quantitativo de análise para comparar a crise em período igual


no Brasil e no município de Arapiraca, estado de Alagoas. No que se refere à linha
de raciocínio, analisamos de forma indutiva as problemáticas existentes na
globalização.
Para que isso fosse possível, era necessária à coleta de indicadores em campo:
notícias de jornais renomados da região; coleta de dados na casa da cultura de
Arapiraca (biblioteca municipal) em prol de encontrar principais notícia de cunho
econômico da considerada ‘capital do agreste alagoano’; coleta de dados na
prefeitura municipal de Arapiraca com o intuito de extrair informações acerca do
desemprego após 2008. Contudo, problemas burocráticos e empecilhos
relacionados a política municipal não permitiram que tivéssemos acesso em tempo
hábil a informações municipais sobre desemprego. Nesse

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caso, nos pautamos pelos recortes de jornais da região e jornais e fontes de


comunicação renomadas nacionalmente, quando se tratando do município de
Arapiraca.
Indicadores e dados sobre o desemprego no Brasil foi possível obter através do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É importante ressaltar que a
metodologia oficial de cálculo se dava pelo PME (Pesquisa Mensal de Emprego).
Após 2012 o cálculo das pessoas desempregadas se deu pelo PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) e os resultados mudaram de forma radical. O
PME calculava os índices de desocupação apenas nas grandes metrópoles e
capitais enquanto o PNAD calcula os índices também em diversas cidades do
interior, possibilitando (tecnicamente) maior precisão no resultado. É importante
salientar que o PME ainda calcula o desemprego, mas deixou de ser a metodologia
de cálculo oficial há seis anos.
Portanto, em se tratando de dados coletados e metodologia, podemos dizer que o
trabalho se resume a um comparativo da situação econômica do Brasil e de
Arapiraca a partir de 2008, pautando-nos pela ideia de que existe uma
interferência na crise mundial de 2008, com a queda da economia do Brasil, e
consequentemente queda na economia arapiraquense. Quando trabalhamos com a
economia brasileira, permeamos em falar sobre o desemprego, através de dados
extraídos do IBGE. Quando trabalhamos com a economia arapiraquense,
permeamos em falar sobre a economia num contexto geral, através de noticiários
regionais importantes que circulavam naquele período.
A partir daí foi realizada uma análise conjuntural acerca dos dados obtidos, para
compreendermos qual a relevância da crise de 2008 para a situação econômica
atual de Arapiraca no estado de Alagoas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No que se refere à temática de desenvolvimento mundial, logo pensamos em


globalização, fenômeno que nos trouxe inúmeros avanços em larga escala para a
sociedade. Mas será que foram somente avanços ou a globalização também
promove retrocessos?
A globalização gerou a chamada “aldeia global”, onde o contato entre os mais
diferentes Estados é instantâneo, fazendo de nós peças de uma “engrenagem
mundial”, e para que essa engrenagem funcione, é necessário consumamos cada
vez mais produtos e serviços.
Diante disso, a globalização faz uso do sistema econômico capitalista no intuito
de acumular o capital, explorando cada vez mais os padrões de consumos e
comportamentos das pessoas. Somos bombardeados de publicidade todos os dias,
como se fôssemos peças de um sistema, e de fato, é isso que o capitalismo faz
com a sociedade; enxerga tudo como um sistema lucrativo, onde as questões
regionalistas perdem força, nas palavras de Santos (1998) et al:
Região, regionalismos, desigualdades – complexas organizações das diferentes formações
sociais e territoriais. Temas que reaparecem com vigor neste “Sistema Mundo, nesta
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Sociedade Global”. Temas que fazem do território a sua moeda essencial. Século XX,
crivado de novas territorialidades e que possibilita a exorcizarão de velhos mitos, como a
cidade e o reaparecimento de velhos estigmas: a amplificação de antigas globalizações
disseminadas sem a interveniência da técnica, globalizações perversas e eternas, como a
fome e a guerra, transformando- as, especialmente com a técnica, em banalidades ou
espetáculo da informação. (SANTOS, M; SOUZA, M. A. A; SILVEIRA, M. L. 1998, p.
24)

Para Oliveira (2009) essa é uma das consequências do capitalismo e da falta de


atuação do Estado frente à Globalização e nas palavras de Benko (1996), uma
exploração da força de trabalho resulta na cidade, espaços exclusivos do
capital.

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Sobre os resultados da pesquisa foi possível observar que durante os anos de 2008
e 2012 as Taxas de desemprego no Brasil estavam baixas, oscilando muito pouco,
garantindo dessa forma, estabilidade e credibilidade para o país de maior PIB da
América do Sul naquele momento. No ano de 2008, segundo o IBGE (2018), o
desemprego fixou- se nos 7,9%, e no ano seguinte a taxa de desocupação subiu de
forma discreta chegando à casa dos 8,1%, logo após esse aumento nos anos
subsequentes às taxas foram diminuindo ano após ano, ficando com 7% no ano de
2010, 6% no ano de 2011 e ficando com apenas 5,5% de pessoas desempregadas
no ano de 2012, ano esse que foi o último a ser usado a PME como forma de
cálculo oficial. No tocante a Arapiraca, a chamada “cidade sorriso”, estava
recebendo muitos investimentos da iniciativa privada, gerando empregos, renda e
desenvolvimento da cidade, além de diversos empreendimentos, como por
exemplo, o primeiro shopping da região Agrestina do estado de Alagoas,
tornandose uma cidade muito relevante no cenário nacional atuando na contramão
da crise mundial. Comprova-se isso através de matérias jornalísticas do período em
análise (Figura 1).

Figura 1 - Imagem do jornal local de Arapiraca demonstrando a dinâmica econômica do município naquele período.
Fonte: Xereta – 2008.

Porém, a partir de 2012 vemos que a situação não foi como parecia ser e Arapiraca
passou de cidade modelo para cidade mergulhada na crise. Foi possível observar
que a globalização foi um fenômeno importante e necessário, mas com inúmeras
problemáticas que precisam ser sanadas. Segundo Leda Velloso (2017):
De fato, em consonância à teoria anunciada, destaca-se a criação de diversos Ministérios
como o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com políticas nacionais de
desenvolvimento social, segurança alimentar e nutricional, assistência social e programas
de transferência de renda. (L. VELLOSO, 2017 p.5- 6)

Com isso, obter respostas frente ao lado negativo e quais as políticas públicas que
os gestores fizeram em prol de amenizar o que Globalização catalisou para as
pessoas de baixa renda e vulnerabilidade social foi, também, mais um porquê de
pesquisar sobre a globalização e seus efeitos na sociedade.
Observando os dados disponíveis do IBGE (2018) sobre o desemprego, no ano de
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2010, a taxa de desemprego estava baixa, com apenas 7%. Muito disso se deve a
uma série de possíveis fatores: programas de transferência de renda como bolsa
família tiraram parte da população da linha da pobreza, gerando maior circulação
de mercadorias e consequentemente aumento nos postos de trabalho; outra possível
explicação são as grandes Parcerias Públicas Privadas (PPP) em obras públicas
com grandes empresas, o

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que fomentou o mercado da construção civil, gerando uma reação em cadeia


positiva ou mesmo o fato de ainda usarmos como indicador principal de
desemprego o que era calculado pela Pesquisa Mensal de Emprego, que naquele
contexto, era apenas realizada nos grandes centros metropolitanos. Fato é que em
Arapiraca durante 2010, o PIB era R$ 1.882.445.000, segundo a Secretaria de
Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) em parceria
com o IBGE, sendo considerado o PIB mais alto da região Agrestina do estado
alagoano, e sabemos que quanto maior o PIB que é poder de controle sobre sua
região e as cidades que a circundam. Isso é comprovado pelo aumento do setor
imobiliário na região como demonstra a Figura 2.

Figura 2 - Jornal local demonstrando o crescimento do setor imobiliário na cidade de Arapiraca-AL. Fonte: O
jornal – Outubro de 2010.

A renda atrelada a programas sociais como Minha Casa Minha Vida possibilitou
mais de 14 mil moradias para os trabalhadores. Apesar de entendemos que o brasil
caminhava na contramão da Globalização, ainda sim sabemos que é um sistema
que apesar de contribuir para o avanço tecnológico e encurtamento das distâncias,
proporciona por outro lado problemáticas muito graves para o desenvolvimento
humano das classes menos abastadas, essas nas quais precisam desse fenômeno
como um aliado, ajudando e dando o suporte necessário, mas infelizmente temos
um sistema no qual prioriza uma classe em detrimento das “menos interessantes
economicamente falando”.
Por ser um sistema econômico mundial, obviamente os líderes desse processo são
as grandes potências mundiais. Por serem os líderes e terem suas empresas
espalhadas em todo o globo os demais países ficam submissos e dependentes do
país e dos empregos que aquele proporcionou a sua nação. Se a potência vai bem, o
subdesenvolvido dependente daquele também caminhará bem, haja vista a
quantidade de investimentos. Se aquelas potências vão mal, os países dependentes
possivelmente terão problemas, é como um “efeito dominó”, se aquela peça
principal cai todas as demais também seguem o mesmo caminho. O desemprego é
um reflexo desse lado maléfico da Globalização, visto que se o país vai mal, as
empresas começam a sentir, com isso buscarão alternativas para a solução: na

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maioria dos casos é a redução do quadro de funcionários, tirando a fonte de renda


de milhares de pessoas.
Vide os últimos casos de corrupção que foram surgindo ao final do governo Dilma,
onde grandes empresas da área de construção civil envolvidas em casos de
pagamento de propina e superfaturamento de obras, que não atuavam apenas no
Brasil, mas em outros países da América Latina, como o caso da Oderbrecht,
empresa essa que pagou, segundo a Policia Federal, pouco mais de R$ 113 milhões
de propinas para conseguir diversos contratos com a Petrobrás, o qual se repetiu
com outras companhias, além das filiais envolvidas nesse tipo de esquema na
Angola, Colômbia, Argentina, entre outros governos. É importante, ressaltar que
tais casos de corrupção começaram a ser desvendados a partir de 2012 (esses
citados ocorreram em 2012, 2014, 2016 respectivamente). Foi exatamente em 2012
que em tese foi o primeiro ano de constante queda de empregos. Segundo o IBGE
(2018) em 2013 o desemprego subiu para 7,2%, no ano de 2014 a taxa baixou um
pouco para
6.7%, após esses anos moderados o desemprego cresceu em 2015 para 8.3%, em

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2016 subindo para 11.2%, aumentando ainda em 2017 para 12.7% e estando
em 2018, até então com 12.3% de pessoas que perderam seus empregos e não
conseguiu outro.
Diante desses números assustadores do cenário nacional, percebemos que
Arapiraca sofreu tais influências, que mesmo em virtude de uma grande empresa
de Call Center se instalando na cidade e possibilitando para Arapiraca ganhar o
título de 4º cidade que mais gerou empregos em 2015, Arapiraca mergulhou na
crise, que segundo o IBGE (2016, online)1 é uma cidade na qual apenas 17% das
pessoas tem carteira de trabalho assinada. Ou seja, de uma população total de
230.417 pessoas, desprezando os idosos de 65 anos acima, e as crianças de até 15
anos (esses dois que não são impossibilitados de trabalho), temos um total de
158.323 pessoas em Arapiraca que possui condição para trabalhar. Desse montante
apenas 26.914 pessoas trabalham (17%). Quando fazemos a subtração entendemos
que os 83% das pessoas correspondem a 131.408 pessoas que estão trabalhando de
forma informal ou estão desempregadas. Enquanto as manchetes da cidade dizem
que a população tem “espírito empreendedor” percebemos que esse espírito na
verdade é por falta de oportunidades de se manter em uma sociedade sem alguma
fonte de renda.
Dado isso, Milton Santos (2001) ressalta que “o desemprego crescente torna-se
crônico [...] a pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida.
O salário médio tende a baixar [...] a fome e o desabrigo se generalizam em todos
os continentes” (MILTON SANTOS 2001, p.10). Logo, o mundo todo perde,
aumentando as taxas de desempregos e de dívidas para com as contas públicas.
Podemos perceber então os inúmeros os malefícios desse sistema quando
recorremos a Canclini (2007):
As investigações sobre cidades globais vêm revelando, junto com os sistemas de integração
(forte papel das empresas transnacionais, misturas culturais, crescente número de turistas), a
exclusão de zonas tradicionais e pobres, o aumento da marginalização, do desemprego e da
insegurança. Coexistem oportunidades de incorporação global e movimentos de
degradação. As fraturas entre integrados e excluídos, conectados mundialmente e
localizados à força não são exclusivas dos países subdesenvolvidos; encontram-se e
agravam-se também nas urbes europeias e estadunidenses. (Canclini, 2007 p. 252).

Isso pode ser corroborado quando comparamos os efeitos causados pelo crescente
poder das construtoras no Brasil durante os governos passados. À medida que as
empresas foram ganhando espaço, a partir de fornecimento financeiro em
campanha, foi possível realizar a chamada “troca de favores” permitindo certo
“controle” das grandes empresas sobre o capital do estado. Além disso, a simples
investigação de desemprego em grandes capitais talvez tenha mascarado a real
realidade do interior do Brasil, uma vez que a PME demonstrava desemprego de
6.8% enquanto a PNAD apresentou os índices de desemprego com 1.5% a mais, no
período de janeiro a dezembro de 2015, esse número maior se explica sendo uma
possível realidade que é o desemprego em massa no interior brasileiro, que não era
calculado pela antiga metodologia.

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Assim, para diminuírem o custo de produção as grandes empresas tendem a


diminuir no que pesa mais no orçamento: o salário. Desta forma, acabam
praticando salários baixos por onde se instalam. Com o gradativo aumento da
concorrência internacional gerado pela Globalização, se faz necessário o corte de
gastos a fim de diminuir os preços. Sérgio Buarque (1998) ressalta que:
Em resumo, as evidências que existem até agora sobre a “economia global” são
amplamente desfavoráveis à posição relativa dos países em desenvolvimento. Na área
comercial, embora haja argumentos muito mais fortes em favor de alguma proteção para o
caso das economias em desenvolvimento (mesmo que isso não seja aceito pela teoria
tradicional), o que se vê, na prática, é um aumento das

1
Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/arapiraca/panorama >. Acesso em: 14/12/18.

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pressões liberalizantes sobre essas nações em contraste com a manutenção de uma posição
protecionista por parte dos países desenvolvidos em setores para os quais não lhes convêm
uma abertura. (BUARQUE, 1998, p. 40)

Com isso há uma transferência de empregos dos países mais ricos para os mais
pobres, haja vista que a mão de obra nessas regiões é mais barata e com uma
legislação trabalhista desfavorecedora. Isso gera desemprego nos países
desenvolvidos e subempregos em países desenvolvidos.
Nos anos de 2016, 2017 e 2018 houve leve aumento na taxa de desemprego
apontada pelo IBGE (2018), contudo, com ressalvas, uma vez que foi demonstrado
um aumento considerável no emprego informal, aquele no qual as condições
mínimas de trabalho saudável não são atendidas. Segundo o próprio IBGE (2018),
40% da força de trabalho se dá de forma informal, onde atualmente são 37,3
milhões de pessoas. O emprego informal por si só é um sinal da crise, pois, diminui
a produtividade e não paga imposto, trabalhando em condições precárias em
virtude de não se inserir no mercado de trabalho formal.
Com toda essa influência, notasse que os países com grandes centros econômicos
são o reflexo da economia mundial, uma crise em um sistema tão influente, como o
dos EUA, por exemplo, pode causar diversos impactos nos demais países em
desenvolvimento, como no Brasil.
Um país desenvolvido é um país globalizado que consequentemente ganha muito
dinheiro e se desenvolve cada vez mais, com isso tende a acumular receita e
emprestar para os demais países em desenvolvimento. Por conta disso, dominam as
instituições políticas e econômicas mundiais, como por exemplo, o FMI e o Banco
Mundial (Bird). A economia hoje é movida por instituições internacionais e blocos
econômicos, o FMI e Banco Mundial fazem parte dessa lista. Segundo Vicente
(2009) essas instituições:
O papel das instituições multilaterais assim se resume: a Organização Mundial do
Comércio, que regula e fiscaliza o comércio internacional; o Banco Mundial, que ajuda
com empréstimos os países em desenvolvimento a crescer com estabilidade e
sustentabilidade e a reduzir a pobreza; e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que surgiu
com o intuito de exercer pressão sobre os países que não contribuem para o equilíbrio da
economia mundial e fornecer liquidez na forma de empréstimos para que isso ocorra,
quando necessário. (VICENTE, 2009, p. 20)

Quando um país ou um conjunto de países com grande influência econômica


entram em crise, é na verdade um colapso mundial, pois reduzirá os investimentos
nos outros países. Para Held & MCGrew (2001):
A reconstrução de um projeto social democrático exige a busca coordenada de programas
nacionais, regionais e globais que regulem as forças da globalização econômica – a
garantia, em outras palavras, de que os mercados globais comecem a servir às populações
do mundo, e não o inverso. Estender a democracia social para além das fronteiras também
depende de fortalecer os laços de solidariedade entre as forças sociais, nas diferentes
regiões do mundo, que procuram contestar ou resistir aos termos da globalização
econômica contemporânea. (Held & McGrew, 2001, p.73-4)

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Nesse caso, países subdesenvolvidos e dependentes desses órgãos mundiais para


realizarem investimentos públicos, perderão grande parte de seus ativos,
acumularão dívidas públicas e aumentarão o desemprego e consequentemente a
taxa da inflação, ocasionando, também, uma crise. Podemos entender que a relação
existente entre globalização e crises mundiais, passa pelo entendimento que com a
globalização houve maior conexão nas relações comerciais, causando um impacto
parecido com uma fileira de “dominó”, na qual um movimento pode afetar o resto
da “fileira”.

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E é exatamente nesse contexto que se enquadra o Brasil atual. Com o


neodesenvolvimentismo do governo Lula e Dilma, os investimentos públicos em
determinados setores continuaram causando certo controle do desemprego. O
problema é que a crise se aprofundou e durou mais tempo que o esperado. Logo o
país passou a não ter mais controle sobre sua dívida interna, causando baixa nas
notas de investimento e consequentemente havendo fuga de capital. Muitas
empresas perderam dinheiro e consequentemente muitas pessoas perderam seus
empregos. Observe que segundo o IBGE (2018) no período de 2012 a 2018 o
desemprego no Brasil aumentou exponencialmente de 5,5% em 2012 para 12,3%
até a última análise (calculada no trimestre agosto-setembro-outubro) de 2018. De
acordo com os números, o desemprego nesse período de 2012 a 2018 cresceu
123%. No tocante a Arapiraca o município em 2012, onde era influenciado por
uma boa gestão, conseguiu desenvolver bem, não demitindo funcionários, e
contratando de forma desacelerada. Prova disso é que chegou a atrair a presidente
vigente para a metrópole do futuro das Alagoas.
A visita se deu virtude de catalisar esse desenvolvimento, dando uma atenção
especial à zona rural, proporcionando melhorias para as pessoas residentes desse
meio, buscando evitar um êxodo rural em um momento de aceleração da
econômica arapiraquense, essa, que andava naquele momento, na contramão de
uma possível crise econômica ocorrida nos anos seguintes.

4 CONCLUSÃO

Nos primeiros meses foi sentido que a hipótese inicial, talvez não seria vália,
porém, ao longo do trabalho tivemos a certeza que o problema realmente ocorreu,
e em proporções ampliadas, muito além do que previa, gerando problemáticas
muito severas nas quais antes foi despercebido, fazendo lembrar de uma frase
citada pelo renomado cientista Isaac Newton que diz que o que sabemos é uma
gota, mas o que ignoramos é um oceano.
No início da pesquisa os dados indicavam que a globalização para Arapiraca
contribuiu para caminhar na “contramão da crise”, porém sabemos que a
globalização é uma grande vila catalisadora da crise no Brasil e isso instigado a
investigação.
Após análise de jornais regionais e nacionais, além das taxas de desemprego em
Arapiraca e Brasil em um período simultâneo, tornou-se tudo evidente e
entendemos que a globalização contribuiu para a crise assim como imaginávamos.
Defendo que tal fenômeno influenciou na crise pelo fato de que a globalização
possibilita o desemprego, principalmente dos mais pobres, esses que devido ao
avanço da técnica, perde espaço para os meios tecnológicos nos quais são mais
viáveis para o empregador. Além disso, em uma crise, a primeira alternativa
empresarial é reduzir o quadro de funcionários, com isso os menos relevantes para
o funcionamento da organização acabam por receber demissão, esfriando a
economia e desfavorecendo o mercado tanto industrial quanto comercial. Com isso
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29 e 30 de outubro de 2019

aumenta o número de desempregados e instabilidade econômica, possibilitando o


aumento do trabalho informal, além do aumento da criminalidade. A globalização
é um fenômeno que enquanto aproxima e facilita os processos, diminui a mão de
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obra menos qualificada, esses que fazem parte da maioria absoluta das pessoas
inseridas no mercado de trabalho, como é o caso do Brasil e também de Arapiraca
onde temos um alto número de desempregados em virtude da falta de
oportunidades, essas que estão escassas em devido à globalização e a fatores
específicos, como por exemplo, gestores públicos irresponsáveis e corruptos. É
nítido, diante dos números, que a situação econômica brasileira está longe de
terminar. O Brasil está vive uma crise econômica, há fatores que contribuíram
para o atual momento, como políticas fiscais irresponsáveis, corrupção, crise
política, além de influência externa como a crise imobiliária dos EUA que
resultou na queda da bolsa de valores de diversos produtos. Todos esses fatores
contribuem para o aumento do desemprego no
maior país da América do Sul. Atualmente temos quase 14 milhões de desempregados, e os
números são cada vez mais preocupantes, e realizar esse estudo, contribui em prol de
demonstrar o poder de influência da Globalização para todos os países do planeta.

Atividade sobre globalização e desemprego

1- Após a leitura do artigo e a socialização ocorrida também em sala, elabore um pequeno texto
com no mínimo 20 linhas, expondo a situação da globalização como a protagonista do
desemprego, bem como no tocante ao fato de que sua evolução fez com que a sociedade
pudesse se adaptar cada vez mais ao âmbito atual.

O processo de globalização trouxe uma serie de transformações nas estruturas do sistema


capitalista entre os quais podemos citar a maior fluidez na produção internacional bem como
mudanças no sistema de produção, diante disso podemos analisar o trabalho na globalização
dando o enfoque principal no seu protagonismo no desemprego atual.
A globalização gera o desemprego de várias maneiras, dentre elas, podemos falar da
terceirização de algumas empresas que aumenta a precarização do trabalho pois ela acaba por
oferecer uma remuneração muito mais baixa para os trabalhadores que podem passar
inclusive a ter menor estabilidade em seus empregos.
Além da substituição da mão de obra, pois o desenvolvimento das tecnologias fez com que
substituíssem as pessoas no trabalho gerando maquinários cada vez mais tecnológicos e
sofisticados , aliado a isso não podemos deixar de citar que a produção com maquinas exige
maior qualificação com os trabalhadores e isso fez com que muitos deles não tenham a
qualificação necessária gerando assim o desemprego acarretando inclusive no trabalho
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informal onde os empregados autônomos não tem direitos trabalhistas contribuindo ainda
mais para a precarização do trabalho no mundo globalizado.

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