Direito e Finanças Públicas Nos 30 Anos Da Constituição Experiências e Desafios Nos Campos Do Direito Tributário e Financeiro Leonardo Buissa

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Direito e finanças públicas nos 30 anos


da constituição experiências e desafios
nos campos do direito tributário e
financeiro Leonardo Buissa

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constituição experiências e desafios na promoção e
tutela dos direitos sociais e econômicos Saulo De
Oliveira Pinto Coelho Ricardo Spindola Diniz Alexandre
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Organizadores:
Leonardo Buissa
Simon Riemann
Rafael Lara Martins

DIREITO E FINANÇAS
PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA
CONSTITUIÇÃO:
EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NOS CAMPOS DO
DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO

Coleção Experiência Jurídica


nos 30 anos da Constituição Brasileira

8
ESA/OAB-GO e PPGDP-UFG

Coordenadores:
Rafael Lara Martins
Saulo Pinto Coelho
Copyright© 2018 by Leonardo Buissa, Simon Riemann & Rafael Lara Martins
Editor Responsável: Aline Gostinski
Capa e Diagramação: Carla Botto de Barros

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO:


Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot
Presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Investigador do Instituto de
Investigações Jurídicas da UNAM - México

Juarez Tavares
Catedrático de Direito Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil
Luis López Guerra
Magistrado do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Catedrático de Direito Constitucional da
Universidade Carlos III de Madrid - Espanha
Owen M. Fiss
Catedrático Emérito de Teoria de Direito da Universidade de Yale - EUA
Tomás S. Vives Antón
Catedrático de Direito Penal da Universidade de Valência - Espanha

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

D635

Direito e finanças públicas nos 30 anos da constituição : experiências e desafios nos


campos do direito tributário e financeiro / organização Leonardo Buissa, Simon
Riemann, Rafael Lara Martins ; coordenação Rafael Lara Martins, Saulo Pinto Coelho. -
1. ed. - Florianópolis [SC] : Tirant Blanch, 2018.
442 p. : il. ; 21 cm. ( Experiência Jurídica nos 30 anos da Constituição
Brasileira )

Inclui bibliografia e índice


ISBN 978-85-9477-231-2

1. Direito - Brasil. 2. Finanças públicas. 3. Direito tributário. 4. Direito financeiro. I.


Buissa, Leonardo. II. Riemann, Simon. III. Martins, Rafael Lara. IV. Coelho, Saulo Pinto.
V. Série.

18-52365
CDU: 34(81)

Leandra Felix da Cruz - Bibliotecária - CRB-7/6135

04/09/2018 06/09/2018
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/
ou editoriais.
A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art.184 e §§, Lei n° 10.695, de 01/07/2003), sujeitando-se
à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei n°9.610/98).
Todos os direitos desta edição reservados à Tirant Empório do Direito Editoral Ltda.

Todos os direitos desta edição reservados à Tirant lo Blanch.


Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1 - Barra da Tijuca
Dimension Office & Park, Ed. Lagoa 1, Salas 510D, 511D, 512D, 513D
Rio de Janeiro - RJ CEP: 22775-040
www.tirant.com.br - [email protected]

Impresso no Brasil / Printed in Brazil


Organizadores:
Leonardo Buissa
Simon Riemann
Rafael Lara Martins

DIREITO E FINANÇAS
PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA
CONSTITUIÇÃO:
EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NOS CAMPOS DO
DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO

Coleção Experiência Jurídica


nos 30 anos da Constituição Brasileira

8
ESA/OAB-GO e PPGDP-UFG

Coordenadores:
Rafael Lara Martins
Saulo Pinto Coelho
COLEÇÃO EXPERIÊNCIA JURÍDICA NOS 30 ANOS
DA CONSTITUIÇÃO - ESA/OAB-GO E PPG-DP-UFG
Coordenação:
Rafael Lara Martins (ESA/OAB-GO) e
Saulo Pinto Coelho (PPGDP-UFG)
Conselho Científico da Coleção:
Profa. Dra. Alessandra Silveira (U.Minho - Portugal)
Prof. Dr. Alexandre Walmott (UFU)
Profa. Dra. Diva Julia Safe Coelho (UFU)
Prof. Dr. Felipe Bambirra (Uni-Alfa)
Prof. Dr. Gonçal Mayos Solsona (UB - Espanha)
Prof. Dr Leonardo Nunes (UFOP)
Prof. Dr. João Porto (UniRV)
Prof. Dr. Platon Teixeira de Azevedo Neto (UFG)
Prof. Dr. Rogerio Gesta Leal (UNISC)
Prof. Dr. Saulo Pinto Coelho (UFG)
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Saulo Pinto Coelho (PPGDP-UFG)
e Rafael Lara Martins (ESA/OAB-GO)
APRESENTAÇÃO DO LIVRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Leonardo Buissa Freitas / Simon Riemann Costa e Silva / Rafal Lara Martins
APRESENTAÇÃO DOS COORDENADORES E ORGANIZADORES . 15
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Mario Engler Pinto Junior
O PLANEJAMENTO FINANCEIRO RESPONSÁVEL: BOA
GOVERNANÇA E DESENVOLVIMENTO NOS 30 ANOS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Carlos Otávio Ferreira de Almeida / Lucas Bevilacqua
INSTRUMENTALIDADE DA RESPONSABILIDADE FISCAL
EM PROL DO CUSTEIO CONSTITUCIONALMENTE
ADEQUADO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Élida Graziane Pinto
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NOS TRINTA ANOS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Fernando Aurelio Zilveti.
DIREITO TRIBUTÁRIO E CONTEMPORANEIDADE:
DESAFIOS EPISTEMOLÓGICOS DE UMA REALIDADE
COMPLEXA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Hugo de Brito Machado Segundo
A MUTAÇÃO DO CONCEITO DE SERVIÇO NA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL . . . . . 135
Caio Augusto Takano / Michell Przepiorka
O HABEAS DATA E A TUTELA DE DIREITOS DO
CONTRIBUINTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Luís Eduardo Schoueri / Ricardo André Galendi Júnior
O SIGILO FISCAL: ENTRE A REGRA CONSTITUCIONAL
E A NÃO-EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DOS CONTRIBUINTES PELO STF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
Martha Leão
6 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

O FATO GERADOR PRESUMIDO NA SUBSTITUIÇÃO


TRIBUTÁRIA “PARA FRENTE” E O SENTIDO DE SUA “NÃO
OCORRÊNCIA”: UMA GUINADA NA INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL RECONSTRUÍDA METODICAMENTE
PELO CONTROLE DE PROPORCIONALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . 201
Paulo Victor Vieira da Rocha
RESPONSABILIDADE E PUNIBILIDADE TRIBUTÁRIA –
CONCEITO DE INSUMO DOIS ASSUNTOS DISTINTOS
QUE SE ENCONTRAM EM DUAS DECISÕES IMPORTANTES . . 229
Ricardo Mariz de Oliveira
INCENTIVOS FISCAIS E DIREITO E ECONOMIA:
ALTERNATIVA DE CONTROLE E EFICIÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . 247
André Elali
Evandro Zaranza
CONCESSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS E A
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
Rodrigo Maito da Silveira
Isabella Conte Camilo Linhares
O DEVER FUNDAMENTAL DE PAGAR IMPOSTOS:
DIREITO FUNDAMENTAL A UMA TRIBUTAÇÃO JUSTA . . . . . . 293
Sergio André Rocha
RÉQUIEM PARA A AÇÃO ADMINISTRATIVA PLANEJADA:
A RUTURA ENTRE AS DIMENSÕES EXECUTIVA E
ORÇAMENTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
Vanice Regina Lírio do Valle
IGUALDADE E EQUIVALÊNCIA NAS TAXAS E SEUS
PARÂMETROS DE CONTROLE NA JURISPRUDÊNCIA DO STF 341
Carlos Augusto Daniel Neto
Hendrick Pinheiro
CONFLITOS FEDERATIVOS NA COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA: O CASO DOS IMPOSTOS SOBRE O CONSUMO . . 365
Leonardo Buissa
Gabriel Buissa
A BASE DE CÁLCULO DO ISS E OS DESCONTOS
INCONDICIONADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 393
Paulo Ayres Barreto
TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS NO BRASIL: PROPOSTAS E
QUESTÕES PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413
Victor Polizelli
APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

Mais que um a Ciência, o Direito é uma experiência. Uma


experiência social complexa. Experiência no sentido expressado
por pensadores como Hegel e Gadamer. Assim, é experiência,
tanto no sentido imediato (Erlebnis, em alemão), vivência con-
creta de algo na dimensão existencial da cognição-ação (práxis)
humana; quanto no seu sentido mediato (Erfahrung), experiência
refletida, organizada epistemologicamente.
No campo do Direito, a experiência jurídica foi pensada e prio-
rizada como a categoria fundamental dessa realidade social por juristas
como o italiano Paolo Grossi, ou o brasileiro Miguel Reale, dentre
outros.1 (COELHO, 2010, p. 98-115)
Experiência jurídica é o complexo movimento existencial do
Direito, desde a sua elaboração, à sua concreção; da abstrata dimensão
legislativa, antecedida da política legislativa e da jurisgênese da norma
abstrata, à dinâmica concreção normativa dos direitos, tanto a con-
creção vivida espontaneamente (vivência jurídico social do Direito),
como a concreção orquestrada profissionalmente (vivência jurídico
institucional), e à aplicação do Direito, que também é, em alguma
medida e com limites, um momento jurisgenético.2 (COELHO, 2017)
Entre a elaboração do Direito e a concreção dos direitos, a experiência
jurídica ainda abarca os momentos hermenêuticos de categoriza-
ção, sistematização e disputas retórico-interpretativas da linguagem

1 Para uma articulação desses autores no que diz respeito à compreensão do direito como ex-
periência, veja-se o artigo Valor e atualidade da busca por um conceito crítico-reflexivo e
histórico-especulativo para o Direito, de Saulo Pinto Coelho. (2010, p. 98-115)
2 Em Modelos jurídicos e função atualizadora da hermenêutica em Miguel Reale: a dialética
da experiência de concreção do Direito (COELHO, 2017) é possível acessar detalhamentos
acerca da dinâmica da experiência jurídica à qual nos referimos.
8 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

jurídica. Assim, é dentro da experiência jurídica que está a ciência


jurídica, como uma parte dela; um momento importante do movi-
mento do Direito na realidade social.
As lacunas e abismos entre uma ‘ciência do direito’ e uma ‘prá-
tica jurídica’ são mais uma patologia jurídica (Grossi), a expressão
de uma realização patológica do Direito, que marca a modernidade
jurídica de algumas nações, do que um traço propriamente definidor
da experiência jurídica na sua realidade e racionalidade. O Direito
é uma práxis (um fazer, uma experiência que exige agir e pensar
sobre esse agir, crítica e performaticamente), ao mesmo tempo que
também é propriamente uma ciência, no sentido de que exige um
momento concomitante de pensar organizado sobre essa experiên-
cia: uma ciência dessa experiência. Aí entra – ou deveria entrar – a
Academia, as Faculdades, as Escolas de Direito, etc. Não há futuro
bom, nem para a prática do Direito, nem para a Ciência do Direito,
e nem para a sociedade, quando o fazer e o pensar, no Direito, se
colocam em dimensões apartadas.
Por vezes, na experiência jurídica brasileira, percebe-se essa
lacuna, esse abismo que mencionamos acima. Não estamos a falar
de uma disputa, um antagonismo ou uma oposição entre teoria e
prática. Antes fosse isso a nossa preocupação. Estamos a falar de um
certo desprezo mútuo entre esses dois âmbitos do Direito: o dos aca-
dêmicos e o dos práticos. Quando esse desprezo mútuo ocorre, se dá
junto com ele a falência do Direito como experiência social. Quanto
a isso, há que reverter esse estado de coisas. Há que resgatar a sinergia
entre essas duas dimensões da experiência jurídica. Para tal, é preciso
fomentar um duplo movimento de aproximação: desafiar e impulsio-
nar a Academia a se preocupar e dedicar mais aos problemas práticos
e concretos do Direito; e, por outro lado, conscientizar e convencer
o mundo prático do Direito do valor e importância das teorizações
jurídicas para a consolidação de uma linguagem e uma tradição jurí-
dica capaz de dar consistência às práticas.
O Programa de Pós-Graduação em Direito e Políticas Públicas
COLEÇÃO EXPERIÊNCIA JURÍDICA NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 9

da Universidade Federal de Goiás (PPGDP-UFG) e a Escola Superior


da Advocacia da Ordem dos Advogados de Goiás (ESA/OAB-GO),
desde 2016, vêm trabalhando juntos nesse propósito, conscientes
desse desafio e da importância de levar a cabo essa tarefa.
O PPGDP-UFG é um Programa Profissional (atualmente con-
tando com um Mestrado Profissional), pensado e concebido para aliar
pesquisa jurídica de excelência à formação de know-how profissional e
de aprimoramentos técnicos e institucionais, no campo da regulação,
implementação e controle de políticas públicas no Brasil.
A ESA/OAB-GO, desde 2016, produziu uma guinada qua-
litativa em suas metas institucionais, voltando seus esforços para o
fomento do aprimoramento técnico, científico e prático dos pro-
fissionais do Direito no seu contexto geográfico de atuação, com
clara preocupação em induzir a conversação sinérgica entre teoria e
prática no Direito.
Somando-se a várias outras iniciativas conjuntas, essas duas
entidades, na ocasião do trigésimo aniversário da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, propuseram e organizaram
uma Coleção de obras jurídicas voltadas a pensar a experiência jurídica
brasileira nesses 30 anos da Constituição.
A Coleção Experiência Jurídica nos 30 anos da Constituição
Brasileira (ESA/OAB-GO e PPGDP-UFG) busca fomentar o debate
jurídico entre aqueles que vivenciam nossa experiência constitucio-
nal e social, tanto de um ponto de vista teórico, quanto prático, e
em diferentes campos do Direito. A constitucionalização do debate
jurídico nacional não encontra fronteiras em nenhum ramo jurídico
específico, ainda que os campos do direito privado mantenham –
e nisso não há nenhum problema, ao contrário – suas categorias e
estatutos jurídico-conceituais próprios. Assim sendo, nas dez obras
(dez coletâneas de textos inéditos) propostas pela Coleção, diferentes
questões-chave da experiência jurídica brasileira contemporânea são
enfocadas, em diferentes áreas do Direito, todas buscando relacionar
10 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

esses debates específicos com a realidade jurídico-político-social ba-


lizada por uma ‘Constituição Cidadã’, que de forma otimista eclode
na realidade brasileira em 1988, marcando nossas interações sociais e
jurídicas nos últimos 30 anos.
Assim, ainda em 2017, PPGDP-UFG e ESA/OAB-GO publi-
caram e divulgaram amplamente as convocatórias para apresentação
de textos e contribuições aos livros da Coleção. Centenas de textos
foram enviados à coordenação do projeto. Uma equipe com orga-
nizadores das obras, selecionada dentre experts com diversificada
formação e advindos de sete diferentes Universidades brasileiras, em
Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, avaliou e selecionou cuida-
dosamente os textos. Nos dez livros, os textos selecionados somam
mais de uma centena de contribuições inéditas, com autores de oito
diferentes estados brasileiros e mais de vinte diferentes Universidades.
Com a colaboração e suporte da respeitada e engajada Editora
Empório do Direito, demos forma final aos livros da Coleção, que
vem a lume em um momento de crise política, social, econômica e,
em certo sentido, crise constitucional.
Sabe-se bem que a crise é uma excelente oportunidade para
o aprimoramento e a inovação. O estado de desconforto que a crise
provoca nos faz sair do nosso ‘modo automático’ e refletir sobre o ca-
minho trilhado e as alternativas de rota. Que os livros desta Coleção
possam servir a esse propósito!
Com agradecimentos aos organizadores, avaliadores, editores
e autores,
Saulo Pinto Coelho (PPGDP-UFG)
e Rafael Lara Martins (ESA/OAB-GO)
Coordenadores da Coleção
APRESENTAÇÃO DO LIVRO

“Ficar de frente para o mar, de costas para o Brasil,


não vai fazer desse lugar um bom país.”
(Notícias do Brasil, Fernando Brant e Milton Nascimento)

A letra elegante de Brant se entrelaça perfeitamente com o ins-


tigante ritmo de Milton e nos clama a refletir que aqui vive um povo
que merece mais respeito – outro verso da bela canção. Mas o que
tem isso a ver com uma obra de Financeiro e Tributário que celebra
os trinta anos da Constituição cidadã?
Aparentemente nada e definitivamente tudo. Essa obra coletiva
é fruto da contribuição de diversos autores; alguns já consagrados na
academia, com uma densa produção científica na área, outros jovens
estudiosos, com suas entusiasmadas e provocativas teses para Finanças
Públicas que cumpram com o objetivo constitucional de desenvolvi-
mento nacional com diminuição de desigualdades sociais e regionais.
Autores de todas as regiões do país e que não se contentam em
ficar de frente para o mar, somente observando com admiração as
construções teóricas e as experiências estrangeiras, mas que refletem
sobre a nossa realidade e propõem interessantes soluções para diversos
temas ligados ao Direito Financeiro e ao Direito Tributário. Ficar de
costas para o Brasil não faz desse lugar um bom país...
Profissionais que atuam em diferentes segmentos do Direito,
tanto no setor público como na seara privada, apresentando visões
díspares, inclusive conflitantes, por meio de reflexões fundamentadas
12 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

na Ciência do Direito, argumentações sólidas e proposições relevan-


tes e inovadoras.
Nesse contexto, o leitor, mesmo o não familiarizado com os
temas da obra, irá se deliciar com textos bem escritos, de fácil com-
preensão, que não descuidam, porém, da imprescindível profundidade
e da forma culta que uma obra acadêmica deve conter.
Os artigos abordam as principais questões de Finanças Pú-
blicas relativas à consolidação do Estado Democrático de Direito
nesses últimos trinta anos. Neste cenário, assuntos como boa
governança, planejamento orçamentário, desenvolvimento sócio
econômico, responsabilidade fiscal, financiamento de políticas
públicas, limitações ao poder de tributar, federalismo fiscal, segu-
rança e justiça na tributação são desenvolvidos com fundamentos
precisos e provocações instigantes.
Com efeito, a Constituição de 1988 tem nítido viés descen-
tralizador, colimando proporcionar efetiva autonomia aos entes
federados. Tal ideal permeou todo o trabalho do constituinte. Para
tanto, estabeleceu-se uma rígida e sistemática repartição de compe-
tências materiais e legislativas, inclusive no pertinente à competência
tributária, objetivando estatuir um federalismo cooperativo, de
equilíbrio, que fomentasse o desenvolvimento nacional com a di-
minuição das desigualdades regionais.
A Constituição atual buscou, portanto, fortalecer o espírito do
federalismo, especialmente do federalismo fiscal, promovendo a des-
centralização tanto no campo da competência arrecadatória, quanto
na distribuição das receitas auferidas, ou seja, nas transferências in-
tergovernamentais, de modo a propiciar a autonomia mais efetiva dos
entes federados, mesmo porque não há autonomia administrativa sem
a imprescindível autonomia financeira.
Importa vislumbrar ademais que, no Estado Federal, o financia-
mento das políticas públicas de tutela dos direitos humanos apresenta
séria dificuldade decorrente da partilha de competências materiais e
APRESENTAÇÃO DO LIVRO 13

legislativas entre os entes federados, existindo, não raras vezes, um


desequilíbrio entre encargos e recursos, o que prejudica sobremodo
as ações governamentais.
Cumpre observar então que para a efetivação dos direitos hu-
manos por intermédio de políticas públicas se faz necessário que a
atividade financeira do Estado seja exercida de forma legal, impessoal,
moral, econômica e transparente e em que haja colaboração dos entes
políticos que integram a Federação.
É possível pois se escutar o sonoro e indispensável diálogo entre
a atividade financeira do Estado e a consecução das políticas públicas
de proteção aos direitos fundamentais sociais. Ora, sem uma atua-
ção de qualidade na obtenção, gestão e gasto dos recursos, as ações
governamentais de tutela de direitos humanos perdem eficiência e
eficácia, passando a ser tão somente objeto de discursos vazios e de
viés nitidamente populista.
Além da estrutura da discriminação constitucional de rendas no
federalismo fiscal cooperativo adotado, os textos desta obra revelam
a importância das limitações ao poder de tributar, aí compreendidos
os princípios constitucionais tributários e as imunidades tributárias.
Valores como segurança, justiça e liberdade são protegidos
pelo sistema tributário plasmado na Constituição de 1988. Os
direitos fundamentais são inerentes à pessoa humana e, portanto,
preexistentes ao pacto constitucional. Todavia, não se pode perder
de mira que alguns destes direitos fundamentais abrem espaço ao
poder de tributar do Estado.
Assim acontece com o direito à propriedade, o direito ao tra-
balho que suportam a incidência do tributo. Ademais, a privacidade,
a intimidade que não são absolutas no que tange ao poder de fisca-
lizar e arrecadar tributos. Vê-se, portanto, que a tributação pode vir
a vulnerar, ainda que de forma indireta, os direitos fundamentais.
Por isso, o objetivo final das limitações é manter resguardados os
direitos fundamentais.
14 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

Por fim, observa-se nos artigos uma relação entre o direi-


to financeiro, o tributário e econômico. Parte-se da ideia de que
as normas de finanças públicas, afastado o dogma da neutralidade
fiscal, passam a servir de instrumento do Estado na atuação sobre
o domínio econômico. Assim, nota-se que as ordens financeira,
tributária e econômica não se apresentam como compartimentos
incomunicáveis do texto constitucional. Em verdade, a Constituição
cidadã deve ser interpretada de forma harmônica, reconhecendo os
legítimos objetivos de desenvolvimento com justiça almejados pela
Carta que ora completa trinta anos.
Enfim, esta obra contribui para a reflexão do que experimenta-
mos nesses anos e do que sonhamos para o futuro. É fruto do labor,
do estudo, da generosa colaboração dos seus autores e, mais ainda,
da incurável esperança de ver reinar, no país, a vida digna objetivada
pela Constituição Federal.
De frente para o Brasil, do mar, da montanha, da caatinga, dos
pampas, do cerrado, como a frágil e forte Aninha, da simples casa da
ponte, na longínqua e próxima Vila Boa de Goiás, no centro do país,
no centro do coração, ousamos apresentar como ofertas estes textos:

Ofertas de Aninha
(aos moços)
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.
Creio numa força imanente
que vai ligando a família humana
APRESENTAÇÃO DO LIVRO 15

numa corrente luminosa


de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.
Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,
Generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciênca
e na descoberta de uma profilaxia
futura dos erros e violências
do presente
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.
(Cora Coralina)
Leonardo Buissa Freitas
Simon Riemann Costa e Silva
Rafal Lara Martins
Organziadores do livro
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES

COORDENADORES
Saulo de Oliveira Pinto Coelho
Professor efetivo da Universidade Federal de Goiás (UFG),
onde atualmente é Vice-Diretor da Faculdade de Direito (FD-UFG),
bem como Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito
e Políticas Públicas (PPGDP-UFG). Possui doutorado, mestrado e
graduação em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Realizou Pós-Doutorado como bolsista CAPES, na área de Teoria
do Direito, junto à Universitat de Barcelona–Espanha. Foi Chefe
do Departamento de Formação Jurídica Básica e Complementar
da FD-UFG, bem como Coordenador de Pesquisa da FD-UFG.
Também é professor do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar
em Direitos Humanos da UFG. Atua como pesquisador e professor
visitante da Unversitat de Barcelona.
Rafael Lara Martins
Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de
Goiás (UFG), especialista em Direito do Trabalho pela PUC-GO,
especialista em Direito Civil pela UFG e especialista em Direito
Processual Civil pela UFG. Mestrado em andamento em Direito
das Relações Sociais e Trabalhistas (UDF). Conselheiro Estadual da
OAB-GO (triênio 2013-2015 e triênio 2016-2018) e Diretor-Geral
da Escola da Advocacia da OAB-GO (triênio 2016-2018). Ex-Pre-
sidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho -IGT (biênio
2012-2013 e biênio 2014-2015).
18 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

ORGANIZADORES
Leonardo Buissa Freitas
Juiz Federal em Goiás. Doutor em Direito Econômico, Finan-
ceiro e Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (USP). Mestre em Direito pela Universidade Federal de Goiás
(UFG). Especialista em Direito Processual Civil pela UFG. Profes-
sor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação, nível
Mestrado Profissional, em Direito e Políticas Públicas na Universi-
dade Federal de Goiás. Professor da Escola Superior da Magistratura
do Estado de Goiás. Pesquisador no Grupo de Pesquisa Laborató-
rio Americano de Estudos Constitucionais Comparados (LAECC).
Pesquisador no Projeto Finanças e Políticas Públicas: análises, plane-
jamento e controle no contexto do Federalismo Fiscal cooperativo.
Pesquisador no Projeto Políticas Públicas e Jurisdição Constitucional:
Controle de Constitucionalidade e inclusão social. Associado ao Ins-
tituto Brasileiro de Direito Tributário.
Simon Riemann Costa e Silva
Advogado; contador; professor de Direito Tributário no curso
de Direito da PUC Goiás; professor de Contabilidade Tributária no
curso de Ciências Contábeis da PUC Goiás; mestre em Direito pela
Universidade de Coimbra, Portugal; Master of Laws pela Universida-
de de Hanôver, Alemanha; Conselheiro Seccional da OAB Goiás no
triênio 2016-2018; presidente da Comissão de Direito Tributário da
OAB Goiás no triênio 2016-2018.
Rafael Lara Martins
Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de
Goiás (UFG), especialista em Direito do Trabalho pela PUC-GO,
especialista em Direito Civil pela UFG e especialista em Direito
Processual Civil pela UFG. Mestrado em andamento em Direito
das Relações Sociais e Trabalhistas (UDF). Conselheiro Estadual
da OAB-GO (triênio 2013-2015 e triênio 2016-2018) e Diretor-
-Geral da Escola da Advocacia da OAB-GO (triênio 2016-2018).
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES 19

Ex-Presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho -IGT


(biênio 2012-2013 e biênio 2014-2015).

AUTORES
André Elali
Doutor em Direito Público pela Faculdade de Direito do
Recife/UFPE, com Bolsa de Estágio e Pesquisa no Max-Planck-Ins-
titut für Steurrecht, em Munique, Alemanha. Mestre em Direito
Político e Econômico pela Universidade Mackenzie/SP. Professor
Adjunto do Departamento de Direito Público da UFRN. Visiting
Scholar da Queen Mary University of London, onde realizou Estágio
de Pós-Doutoramento. Professor Visitante da Faculdade de Direito
de Lisboa. Advogado.
Caio Augusto Takano
Doutorando e Mestre pela Faculdade de Direito da Universi-
dade de São Paulo. Julgador do Tribunal de Impostos e Taxas – TIT e
Conselho Municipal de Tributos de São Paulo. Professor da Faculdade
Escola Paulista de Direito – EPD.Advogado.
Carlos Augusto Daniel Neto
Doutor em Direito Tributário pela USP. Mestre em Direito
Tributário pela PUC/SP. Conselheiro do CARF. Professor do Instituto
Brasileiro de Direito Tributário – IBDT. Advogado licenciado.
Carlos Otávio Ferreira De Almeida
Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela
USP. Mestre em Direito Público pela UERJ. Master of Laws in Ta-
xation pela Universidade da Flórida (EUA). Estágio pós-doutoral
em Direito Tributário Internacional na Vienna University of eco-
nomics and business (Áustria). Professor do Mestrado em Direito
Tributário Internacional do Instituto Brasileiro de Direito Tributá-
rio (IBDT). Professor Coordenador da Pós-Graduação lato sensu da
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Professor do Curso de
20 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

Especialização Direito & Economia da UNICAMP.


Élida Graziane Pinto
Doutora em Direito Administrativo pela UFMG. Pós-Doutora
em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e
de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ).Procuradora do
Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo.
Evandro Zaranza
Mestre em Direito pela UFRN, onde é Professor do Departa-
mento de Pós-gradução. Professor de Direito Tributário da UNI-RN
e Presidente da Comissão de Defesa do Contribuinte da OAB/
RN. Advogado.
Fernando Aurélio Zilveti
Mestre, doutor e livre-docente pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Professor do Instituto Brasileiro de Di-
reito Tributário. Advogado em São Paulo.
Gabriel Buissa Ribeiro De Freitas
Advogado. Bacharel em Direito pela PUC/GO.
Hendrick Pinheiro
Mestre e doutorando em Direito Econômico, Financeiro e Tri-
butário pela USP. Advogado.
Hugo De Brito Machado Segundo
Doutor e Mestre em Direito. Professor da Faculdade de Direito
da Universidade Federal do Ceará, de cujo Programa de Pós-Gra-
duação (Mestrado/Doutorado) é Coordenador.Visiting Scholar da
Wirtschaftsuniversität, Viena, Áustria. Membro do ICET – Instituto
Cearense de Estudos Tributários. Advogado.
Isabella Conte Camilo Linhares
Advogada. Graduada em Direito pela Faculdade de Direito da
USP e pela Université de Lyon.
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES 21

Leonardo Buissa Freitas


Juiz Federal em Goiás. Doutor em Direito Econômico, Finan-
ceiro e Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (USP). Mestre em Direito pela Universidade Federal de Goiás
(UFG). Especialista em Direito Processual Civil pela UFG. Profes-
sor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação, nível
Mestrado Profissional, em Direito e Políticas Públicas na Universi-
dade Federal de Goiás. Professor da Escola Superior da Magistratura
do Estado de Goiás. Pesquisador no Grupo de Pesquisa Laborató-
rio Americano de Estudos Constitucionais Comparados (LAECC).
Pesquisador no Projeto Finanças e Políticas Públicas: análises, plane-
jamento e controle no contexto do Federalismo Fiscal cooperativo.
Pesquisador no Projeto Políticas Públicas e Jurisdição Constitucional:
Controle de Constitucionalidade e inclusão social. Associado ao Ins-
tituto Brasileiro de Direito Tributário.
Lucas Bevilacqua
Doutor e Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tribu-
tário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Professor-orientador GVlaw Direito Tributário/FGV DIREITO/SP.
Conselheiro Titular do CARF. Procurador do Estado.
Luís Eduardo Schoueri
Doutor e Livre-Docente pela Faculdade de Direito da USP.
Mestre em Direito pela Universidade de Munique, Alemanha. Pro-
fessor Titular de Direito Tributário da USP. Professor do Tax Law
Summer School, na Universidade de Lisboa. Professor-in-Residence
do International Bureau of Fiscal Documentation, Amsterdã, Holan-
da. Professor do LLM em Tributação Internacional do Amsterdam
Center for Tax Law, da Universidade de Amsterdã, Holanda. Professor
do LLM em Tributação Internacional da Wirtschaftsuniversität Wien,
Aústria. Vice-Presidente do IBDT, Advogado.
Martha Leão
Mestre e Doutora em Direito pela Faculdade de Direito da
22 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

USP. Professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Michell Przepiorka
Mestrando pelo Instituto Brasileiro de Direito Tributário. Jul-
gador do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo. Advogado.
Paulo Ayres Barreto
Doutor em Direito pela PUC/SP. Livre docente pela USP.Pro-
fessor Associado ao Departamento de Direito Econômico, Financeiro
e Tributário da Universidade de São Paulo–USP. Professor dos Cursos
de especialização do IBET, da PUC/SP e do IBDT. Advogado.
Ricardo André Galendi Júnior
Mestrando em Direito pela USP. Especialista em Direito Tri-
butário Internacional pelo IBDT. Advogado.
Ricardo Mariz De Oliveira
Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Tributário. Profes-
sor em cursos de pós-graduação lato sensu do IBDT e do Centro de
Extensão Universitária. Advogado.
Rodrigo Maito Da Silveira
Mestre e Doutor em Direito Econômico e Financeiro pela Fa-
culdade de Direito da USP. Conselheiro do Conselho Municipal de
Tributos de São Paulo – CMT/SP (biênios 2006/2008 e 2010/2012).
Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo – TIT/
SP (biênio 2018-2019). Membro do Instituto Brasileiro de Direito
Tributário – IBDT, da Associação Brasileira de Direito Financeiro
– ABDF, do Instituto de Pesquisas Tributárias – IPT/SP e da Interna-
tional Fiscal Association – IFA. Professor dos cursos de especialização
e do Mestrado Profissional de Direito Tributário do IBDT. Membro
do Conselho Jurídico do SINDUSCON. Advogado.
Sérgio André Rocha
Doutor e mestre em Direito pela Universidade Gama Filho.
Livre-docente pela Faculdade de Direito da USP. Professor ad-
junto de Direito Financeiro e Tributário da UERJ. Membro da
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES 23

Associação Brasileira de Direito Tributário e do Conselho Consultivo


do IBDT. Advogado.
Vanice Regina Lírio Do Valle
Doutora em Direito pela Universidade Gama Filho. Visiting
Fellow junto ao Human Rights Program da Harvard Law School.
Pós-doutorado em Administração pela EBAPE – Escola Brasileira
de Administração Pública e de Empresas (FGV/Rio). Professora
Permanente do PPGD/UNESA, Membro do Instituto de Direito
Administrativo do Estado do Rio de Janeiro e Procuradora do Mu-
nicípio do Rio de Janeiro.
Victor Borges Polizelli
Mestre e Doutor em Direito Econômico, Financeiro e
Tributário pela Faculdade de Direito da USP. Professor do Mes-
trado Profissional em Direito Tributário Internacional do IBDT.
Coordenador do Curso de Especialização em Direito Tributário
Internacional do IBDT. Membro do Instituto Brasileiro de Direito
Tributário, da Associação Brasileira de Direito Financeiro e da In-
ternational Fiscal Association (IFA). Advogado.
PREFÁCIO

A obra coletiva coordenada por Rafael Lara Martins e Saulo


Pinto Coelho é um exemplo de projeto editorial primorosamente
estruturado e merecedor de aplausos da comunidade jurídica.
A escolha do título “Direito e Finanças Públicas”, como eixo
temático, denota a louvável preocupação de compreender e debater
o ciclo completo da atuação estatal, a partir de uma visão jurídica
abrangente. A abordagem mais ampla busca correlacionar as ações
de planejamento, orçamentação, gestão financeira, políticas de tri-
butação e incentivos ficais, que no seu conjunto cumprem o papel
instrumental de viabilizar a execução das políticas públicas. São
políticas públicas indispensáveis ao atendimento dos direitos fun-
damentais previstos na Constituição Federal, tanto em relação aos
destinatários das atividades prestacionais do Estado, quando aos que
contribuem para o seu custeio.
O tema central funciona como elemento de organização em
torno do eixo comum dos vários textos individuais, dando à obra
um sentido verdadeiramente coletivo. Os trabalhos expressam visões
e opiniões nem sempre convergentes entre si. Ao contrário, a cole-
tânea preserva e valoriza a liberdade dos autores de divergir sobre o
mesmo fenômeno jurídico, além de criticar posicionamentos dou-
trinários e jurisprudenciais, com o salutar propósito de qualificar
o debate e avançar o conhecimento sobre questões sensíveis. Não
por acaso, os autores formam um grupo heterogêneo em termos de
currículo acadêmico e experiência profissional, mantendo diferentes
relações com o objeto pesquisado.
26 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

Vale lembrar que a eficiência da arrecadação e o controle do


gasto público são duas faces da mesma moeda, razão pela qual faz todo
sentido que sejam estudadas e pesquisadas de forma integrada. A boa
articulação entre ambas é essencial para permitir ao Estado cumprir o
seu papel de impulsionador do desenvolvimento social e econômico.
No mundo atual, o saber jurídico relevante não se amolda às
fronteiras disciplinares tradicionais do Direito, que se tornaram cla-
ramente artificiais em face da complexidade dos problemas a serem
enfrentados. Tampouco o Direito pode ser corretamente aplicado,
sem levar em conta a realidade concreta e as consequências práticas
das soluções propostas. Para cumprir sua missão, tanto o pesquisador
docente quanto o profissional militante devem ser capazes de transitar
entre os vários ramos do Direito e manter diálogo com outras áreas
afins do conhecimento.
O tema das Finanças Públicas é exemplar nesse aspecto, uma
vez que demanda necessariamente uma abordagem multidiscipli-
nar para ser bem compreendido e permitir o manuseio adequado
de seus instrumentos. A obra coletiva reflete essa preocupação, na
medida em que propicia o tratamento do assunto sob óticas diversas,
evitando a visão simplista e estanque do Direito Tributário ou do
Direito Financeiro.
Por outro lado, as polêmicas abordadas na coletânea não são
apresentadas de forma maniqueísta ou sustentadas por argumentos
puramente dogmáticos. Como regra, os textos procuram discutir as
questões jurídicas considerando o contexto fático em que estão inseridas
e as consequências práticas sob o ponto de vista individual e coletivo.
Não basta ao jurista moderno responder a questões sobre lega-
lidade ou licitude de condutas. Ele precisa também formular juízos de
equidade ou de conveniência, dentro da moldura legal previamente
definida. Nesse particular, as inovações trazidas pela Lei nº 13.655,
de 25 de abril de 2018, que alterou a Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro, são bastante sintomáticas e exigirão esforço
PREFÁCIO DE MARIO ENGLER PINTO JUNIOR 27

adicional dos operadores do direito para construir argumentos e de-


fender interesses afetados pelas políticas públicas.
Em suma, a coletânea traz uma significativa amostra de tra-
balhos cuidadosamente elaborados a partir de uma reflexão jurídica
contextualizada, que dialoga com a realidade concreta e incorpora
preocupações de natureza consequencialista. A redação dos textos é
clara e objetiva, o que facilita e estimula a sua leitura.
Esses são motivos mais do que suficientes para parabenizar
os coordenadores, organizadores e autores da obra coletiva, cuja
consulta se mostra imprescindível a todos que se interessem pelo
tema das Finanças Públicas, ou busquem soluções para os problemas
nacionais nessa área.

Mario Engler Pinto Junior


Coordenador do Mestrado Profissional da FGV Direito SP
O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
RESPONSÁVEL: BOA GOVERNANÇA E
DESENVOLVIMENTO NOS 30 ANOS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Carlos Otávio Ferreira de Almeida
Lucas Bevilacqua1

1. A CONTEXTUALIZAÇÃO DO DIREITO FINANCEIRO


NOS DIREITOS HUMANOS
Com o advento da Constituição de 1988, o Brasil adotou a
valorização do ser humano como núcleo difusor de seus preceitos
jurídicos, políticos, sociais e econômicos. Assim, grafa o art. 1º da
Carta Política que a República Federativa do Brasil é Estado Demo-
crático de Direito fundamentado, dentre outros, na cidadania e na
dignidade da pessoa humana.
Democracia e direitos humanos seriam, assim, pilares centrais,
verdadeiros “fundamentos de legitimidade e elementos estruturantes
do Estado Democrático de Direito.” (BINENBOJM 2010:234) Sob
esta premissa, não resta alternativa à atividade financeira do Estado
Brasileiro senão a de incorporar e bem cumprir o ideário constitucional.
A correlação de forças entre a sociedade e o Estado de Direi-
to pressupõe o poder do povo, os direitos decorrentes da cidadania,
dentre os quais a liberdade. Immanuel Kant já nos havia legado a
aliança de cidadãos como a via para o exercício das liberdades in-
dividuais e reciprocamente concomitantes (MILOVIC 2006:501),

1 Doutores em Direito Econômico e Financeiro pela USP.


30 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

imperativo categórico que de ético passa a ser jurídico no trato dos


direitos fundamentais (BINENBOJM 2010:234).
Luís Roberto Barroso explica que a Constituição Brasileira
promoveu mudança significativa no sistema normativo, ao confor-
mar sua superioridade formal agora de forma material e axiológica,
pois que os diversos ramos do direito devem-lhe observância para
a concreção dos valores que encerra. Trata-se da chamada filtragem
constitucional,(BARROSO 2004: 340) por meio da qual as normas
de direito financeiro vêem-se obrigadas formal e materialmente ao
cumprimento dos valores encerrados na Lei Maior, especialmente
aqueles afetos aos direitos fundamentais.
Basicamente, ocupa-se o direito financeiro da atividade fi-
nanceira do Estado, o que significa arrecadar, gerenciar e despender
recursos. Tal atividade deve ser executada visando a finalidades es-
pecíficas, decorrentes do planejamento orçamentário e focadas, em
último grau, na consecução dos objetivos fundamentais do Estado
Brasileiro–construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir
o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e reduzir as desi-
gualdades sociais e regionais; promover o bem de todos – conforme
art. 3º da Constituição Federal (CF).
Portanto, a atuação de legisladores, gestores e servidores pú-
blicos deve se guiar pelo farol da justiça, o que adquire um caráter
ainda mais rígido quando se trata de finanças públicas, já que, tipica-
mente, a Administração lida com recursos extraídos da propriedade
particular. Nesse mister, é obrigação do Estado dotar-se da logística
adequada, material e pessoal, para que, no exercício de sua atividade
arrecadatória, respeite a capacidade contributiva nos impostos, bem
como o sinalagma nas taxas e contribuições (SCHOUERI 2005:169).
Da mesma forma, quando na gestão ou no gasto dos recursos públi-
cos, atente à eficiência e à economicidade, sem prescindir, em toda a
atividade pública, da moralidade, responsabilidade e transparência.
Luís Eduardo Schoueri descreve o fim da relação conflituosa
entre contribuinte e Estado, típico Leviatã na época do liberalismo.
CARLOS OTÁVIO FERREIRA DE ALMEIDA - LUCAS BEVILACQUA 31

Ocorre, em dias atuais, uma relação de dependência ente ambos em


que ao primeiro compete o dever de lealdade para com o Estado e a
este último, cabe fortalecer, assegurar a prosperidade da sociedade.
Daí decorre o duplo dividendo do tributo, pois que pode ser utiliza-
do tanto para fim arrecadatório como para alavancar a prosperidade
econômica (FERRAZ 2009: 145).
Se a atuação arrecadatória encontra limites na Carta Política
(arts. 150 a 152), a opção pela desoneração tributária também encon-
tra restrições. Logo, a renúncia de receitas deverá obedecer a limites
e condições que não prejudiquem o equilíbrio das contas públicas e
nem a meta de resultados prevista para determinado exercício.
Ademais, seja na arrecadação, seja na desoneração dos recursos
públicos, o Estado não se pode afastar dos valores morais que dima-
nam da dignidade humana. Isto é relevante para o direito financeiro,
na medida em que o planejamento orçamentário não está autorizado
a efetivar excesso de exação nem desonerações injustas, cabendo ob-
servância da capacidade contributiva ou do efetivo benefício trazido
à coletividade em decorrência do incentivo fiscal concedido a um
grupo específico.
A grande dificuldade está em efetivar um planejamento estra-
tégico, por via das leis orçamentárias, que concretize esses princípios,
dotando-os de efetividade. Os óbices dessa tarefa não podem servir
de justificativa para a falta de um rumo claro, nítido no planejamen-
to da máquina brasileira.
Se cumprir a legislação é tão-só atingir as metas fiscais, pode-se
inferir que o desenvolvimento será construído em ritmo lento, por in-
junções variadas, mas não por uma política de investimentos contínua
e eficaz. Afinal, manutenção da máquina e dívida pública impedem o
carrear de recursos para investimentos. Logo, do ponto de vista jurídi-
co, está em xeque o modelo orçamentário brasileiro, pois a estratégia
de longo prazo costuma sofrer alterações por interesses imediatistas
que nem sempre visam ao benefício do ser humano.
32 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

2. O PLANEJAMENTO FINANCEIRO RESPONSÁVEL


2.1 O SETOR PÚBLICO ANTE OS DESAFIOS PÓS-CRISE
ECONÔMICA
A crise econômica 2008/2009 marcou seriamente vários países
nesse início de século. Organizações internacionais têm promovido
debates e estudos com o fim de acelerar o processo de retomada da
economia ao redor do globo. Nesta esteira, o Banco Mundial (WB),
em sua série Global Development Debates 2010, tomou por tema o
desenvolvimento na América Latina. Como resultado das discussões,
foram indicadas, aos Estados, medidas voltadas para o desenvolvimen-
to pós-crise, dentre as quais, destacam-se:
i) aumentar a qualidade da Administração: profissionalismo, efi-
ciência e transparência das instituições públicas;
ii) aumentar a credibilidade do Estado: melhoria dos servi-
ços públicos;
iii) promover a coesão social: envolver os cidadãos nas políticas
públicas; e
iv) introduzir mecanismos de combate à corrupção
Em recente encontro promovido pela OCDE, em Veneza–
Toward Recovery and Partnership With Citizens: The Call for Innovative
and Open Government-, as conclusões acerca do papel do Estado na
recuperação da economia não foram diferentes daquelas a que che-
garam os experts do WB. Entende a OCDE que os Estados devem
se concentrar em:
i) melhorar a produtividade do setor público: inovação na Ad-
ministração, qualidade na gestão pública e na prestação de
serviços públicos;
ii) aumentar a credibilidade do Estado: abertura, integridade e
transparência;
iii) promover parceria com cidadãos e setor produtivo; e
iv) combater a corrupção: modernização por meio de novas tec-
nologias que aumentem transparência e dificultem corrupção
CARLOS OTÁVIO FERREIRA DE ALMEIDA - LUCAS BEVILACQUA 33

Como o instrumento realizador das finalidades do Estado é o


orçamento, torna-se vital conhecer o planejamento orçamentário,
que sob a reserva do possível, deverá dotar o Estado de condições de
bem atender à inovação da administração, a fim de prestar melhores
serviços, com mais agilidade e credibilidade aos cidadãos, ao mesmo
tempo em que demonstra bem gerir os recursos que deles extrai, fa-
zendo-o de forma clara, aberta, democrática e responsável. Destarte,
a participação dialética entre sociedade e administração no desen-
volvimento das políticas públicas fortalece as instituições públicas.
Cabe reforçar que esta coesão social tende a minorar o solo fértil à
corrupção, que, para desenvolver-se, necessita de representantes de
ambos os setores: particular e público.

2.2 VINCULAÇÃO ENTRE LEIS ORÇAMENTÁRIAS


A Carta de 1988 e a estabilização monetária em 1994, apenas
para citar dois exemplos, promoveram alterações na estrutura e funcio-
nalidade da gestão pública brasileira, culminando com a positivação
da responsabilidade fiscal, autêntico princípio legitimador do Estado
Financeiro (TORRES 2009:128), através da LC 101/00.
O princípio da responsabilidade fiscal equivaleria ao conceito de
accountability, termo de difícil precisão semântica ao ser traduzido à
língua vernácula (TORRES 2009:128). Pode-se, contudo, enaltecer
sua dimensão ética ao permitir que se conheça da gestão dos recursos
não apenas por parte dos órgãos de controle, mas pela sociedade.
Não se trata apenas de realizar a obra ou implantar o projeto, mas
fazê-lo da melhor forma, identificando e assumindo possíveis equí-
vocos para futura melhoria.
Os relatórios do WB e da OCDE, ao indicarem práticas
de boa governança como instrumentos de desenvolvimento, vão
ao encontro da tutela constitucional das atividades da Adminis-
tração, especialmente a financeira. Logo, corroboram os objetivos
fundamentais da República que visam, dentre outros fins, ao desen-
volvimento (CF, art. 3º, II), desde que baseado na dignidade da pessoa
34 DIREITO E FINANÇAS PÚBLICAS NOS 30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO

humana (CF, art. 1º, III).


Assim é que a LRF cuida do planejamento da ação governamen-
tal logo em seu art. 1º, nos seguintes termos:
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de
metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites
e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão
de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (grifo nosso)
Para o Brasil, portanto, a meta de desenvolvimento requer a
etapa do planejamento, mas não um planejamento qualquer e sim um
univocamente responsável. Planejamento responsável exige conjunto
de ações transparentes, focadas no equilíbrio das contas, obedientes a
limites e condições para renunciar receitas e despender recursos públicos
(CONTI 2009: 39-41).
Para qualificar-se como responsável, é preciso que o planeja-
mento não apenas atenda, friamente, a este conjunto de prescrições
legais, mas não prescinda dos princípios constitucionais que in-
formam todas as atividades da Administração. Como bem alerta
Humberto Ávila, o fato de o art.37 da CF incluir a moralidade
como um dos princípios fundamentais da Administração, significa
mero ponto de partida, já que a construção da moralidade dá-se por
vários dispositivos contitucionais que fixam valores fundamentais
(dignidade, trabalho, justiça, igualdade, liberdade, propriedade e
segurança); determinam ação objetiva e impessoal da Administração
(legalidade, impessoalidade, princípios do Estado de Direito); criam
mecanismos de defesa do cidadão (universalização da jurisdição,
controle da atividade administrativa por mandado de segurança
ou ação coletiva); criam requisitos para ingresso na função pública
(concurso público, vedação de acumulação de cargos etc.); e fixam
mecanismos de controle da atividade da Administração (Tribunais
de Contas). Minimamente, pode-se concluir que a moralidade
CARLOS OTÁVIO FERREIRA DE ALMEIDA - LUCAS BEVILACQUA 35

exige “condutas sérias, leais, motivadas e esclarecedoras”, refutando


a subjetividade, o arbítrio e o desrespeito à boa-fé objetiva e à trans-
parência (ÁVILA 2009: 94-96)
A ausência de um planejamento responsável gera dois efeitos in-
versamente proporcionais: o não atingimento dos objetivos e o gasto
de má qualidade. Com efeito, sem planejamento, chegar a algum
objetivo torna-se tanto menos possível, quanto mais provável se torna
o desperdício de recursos (CONTI 2009: 40-1).
A ação planejada do Estado traduz-se pelo conjunto de leis
orçamentárias–Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), de cuja inter-relação
resultam políticas de curto e longo prazo (CONTI 2009: 40).
Embora formalmente sejam leis de mesma hierarquia – leis
ordinárias-, o próprio planejamento da ação governamental exige
que a vinculação entre elas obedeça a uma lógica sistêmica que pri-
vilegia o PPA, já que a este cabe estabelecer, de forma regionalizada,
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada. Portanto, o PPA pode ser entendi-
do como um instrumento estratégico de longo prazo, determinando
o rumo da política de investimentos e programas que perpassem mais
de um exercício financeiro.
Como a aproximação entre os objetivos do PPA e os efetivos
custos para realizá-los são de difícil estimativa, a LDO faz o elo entre
o PPA e a LOA, compreendendo, basicamente, as metas e priori-
dades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital, para o exercício financeiro subseqüente, vindo, desta forma,
a orientar a elaboração da LOA.2 Na prática, deve a LDO dividir as
metas fixadas no PPA para a sua concretização anual, confrontando
disponibilidade de recursos e prioridades.
À LOA cabe concretizar, realizando as despesas fixadas para
2 CF, art. 165, §2º.
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sounding cataract haunted me, The, etc., vii. 59.
Sounding on his way, iv. 214; xii. 265.
source of thirty years’ uninterrupted enjoyment and prosperity to
him, the, vi. 12.
spake, And when she, etc., viii. 364; ix. 207.
Spaniard or Moor, the saucy slave shall die, v. 209.
Spanish nation, the universal, xi. 339.
speak evil of dignities, xii. 172 n.
speak, In act to, ix. 48.
speak it profanely, not to, vii. 234.
Speak out, Grildrig, i. 387.
speaking a word in season, x. 373.
speaking face, a, xi. 316.
speech bewrayeth them, Their, vi. 162; vii. 249.
Speech was given to man to conceal his thoughts, vi. 303; xi. 474 n.
Speed thou the work, etc., iii. 117.
sphere of humanity, i. 211.
Spins the thread of his verbosity, etc., xii. 280.
Spirit and fire, the, vii. 293 n.; xi. 548 n.
spirit is willing, but the flesh is weak, the, etc., xi. 320; xii. 330.
Spiritus precipitandus est, iv. 309; vii. 62.
spite of shame, in erring reason’s spite, in, vi. 268.
splendour of Majesty leaving the British metropolis, etc., vii. 13.
spoiled child of disappointment, iv. 278.
spoiled child of Fortune, iv. 278.
spoken with authority and not as the scribes, vii. 269; ix. 320; x.
325.
spolia opima, ix. 373, 425.
sport, as good, i. 143.
sport, But now a, etc., viii. 17.
spot of green, a little, i. 18; v. 100.
spreads its light wings, ix. 477.
spring comes slowly, the, etc., xii. 321.
sprightly runnings, The first, i. 8; viii. 97.
spun his brains, iii. 92 n.
squint, a sort of, iii. 194.
Sta viator, heroem calcas, iii. 183.
stage of society, There is a certain, etc., viii. 154 n.
stain like a wound, which felt a, etc., v. 267; viii. 289.
stamp exclusive and professional, xi. 590.
stamp exclusive and provincial, a, vi. 162.
stand now with her sorceries and her lies, etc., iii. 178.
Stand off, etc., iii. 267.
standing like greyhounds, etc., xii. 7.
Stars had gone their rounds, etc., i. 45 n.
stars, in favour with their, i. 58.
start of the majestic world, to get the, vii. 200; xii. 275.
Stat nominis umbra, vi. 205, 337; xi. 449.
stately heights (Windsor’s), v. 118.
statesman, chemist, fiddler, and buffoon, ix. 479.
statuary must represent the emotions, etc., x. 347, 348.
statue of Mars upon a carte stood, The, etc., v. 30.
statue that enchants the world, viii. 149, 304; ix. 107, 212, 491; xi.
196, 424.
Sternhold and Hopkins had great qualms, When they translated
David’s Psalms, v. 298.
Still green with bays, each ancient altar stands, etc., i. 4; v. 74.
still prompts the eternal sigh, viii. 110; x. 29; xii. 201.
still sad music of humanity, v. 118.
still, small, iii. 5; vi. 98; ix. 40; xii. 122, 345, 400.
stilts, a man walking upon, etc., x. 118.
Stock-dove’s plaint amid the forest deep, v. 88; vii. 114; xii. 153.
stone tied about his neck, and had been cast into the sea, vii. 206.
stone which the builders rejected, etc., iii. 80.
stones and tower, The, etc., xi. 497.
Stony-hearted, ii. 314.
Stood all astonied, like a sort of steers, etc., vi. 280; xi. 48, 579.
stoops to earth, vii. 16.
Stores of ladies, whose bright eyes, etc., vii. 215.
storms, A thousand winters’, ix. 229.
stout notions on the metaphysical score, vii. 72.
straight another with his flambeau, And, etc., viii. 64.
Strain out the last dull dropping of their sense, etc., v. 75.
strains that once did sweet in Zion glide, Those, xi. 452 n.
strange child-worship, ix. 224.
strange power of speech, xi. 534.
Strange that such difference, etc., iii. 44, 48 n.; vii. 186; xii. 383.
stream of tendency, a mighty, iv. 290; v. 280; vi. 256.
strength below, and all above is grace, Where all is, etc., ix. 257.
strength of his desires, by the sole, x. 63.
strides on so far before you, that he dwindles in the distance, He,
vi. 280.
strife, At this time it came to pass that there was, etc., xi. 328.
strike his lofty head against the stars, viii. 455.
strong passion deprives the lover, xii. 193 n.
Strip it of its externals, etc., xii. 241.
stript of all her charms, etc., iii. 23.
strong, marked and peculiar character, the, etc., vi. 138.
stronger Shakespear felt for man alone, i. 252; x. 116.
Struck with these great concurrences of things, etc., v. 316 n.
Struggling in vain with ruthless destiny, iv. 216.
stubble is yellow, the corn is green, The, etc., x. 271.
stud of night-mares, vi. 225.
study with joy her manner, and with rapture taste her style, vi. 5.
stuff o’ the conscience, xii. 208.
stuff of which life is composed, the, viii. 116; x. 34.
stuffed with paltry blurred sheets, i. 376.
stumbling block, to the Jews a, etc., v. 184; ix. 314.
stupidly good, ii. 365.
sublime to the ridiculous, From the, etc., viii. 23, 159.
sublime piety, iii. 139.
sublime restriction added by Leibnitz, the, etc., xi. 166, 168.
submits to the soft collar, etc., xii. 286.
Subtle as the fox, etc., xii. 298.
Subtleties for men to have recourse to, etc., xi. 172.
succeed at the gaming-table, the candidate, to, etc., vi. 288.
succession of persons and things, i. 133.
Such a one aims at the throat of his adversary, etc., xi. 464.
Such a one is a man of sense, etc., viii. 20.
Such are many disquisitions which I have read, etc., vi. 143.
Such are their ideas, such their religion, etc., vii. 11.
such as he could measure with a two-foot rule, etc., i. 175; iii. 23; vi.
105.
Such gain the cap, etc., xii. 139 n.
Such is the modern man of high-flown fashion, etc., ii. 121.
such very poor spelling, v. 289.
such was the lustre with which, etc., x. 46.
such were the joys of our dancing days, viii. 437; xi. 300.
Such were the notes our once-loved poet sung, iii. 153; xii. 261.
sudden illness seized her in the strength, A, etc., i. 121.
suffering all, who suffers nothing, as one, in, etc., viii. 211.
Sufficient to the day is the evil thereof, xi. 313.
sugar’d sonnetting, v. 301.
suit of office, viii. 388.
summer shade in winter fire, ix. 176.
Summum jus summa injuria, xi. 476.
sun had long since in the lap, The, etc., viii. 16.
sun is warm, the sky is clear, The, etc., x. 269.
Sun of our table, the, vi. 213; vii. 76.
sun to bed, and to arise, To see the, etc., ix. 64.
sun which doth the greatest comfort bring To absent friends, The,
etc., v. 297.
suns and skies so pure, those, etc., vi. 23.
sunshine, made a, etc., viii. 389; xii. 189.
sung, but broke off in the middle, was, viii. 301.
sunken wreck, like, etc., xii. 167.
superficial parts of learning, the, x. 375.
Sure never were seen, etc., ix. 73.
Surely like as many substances in nature which are solid, etc., v.
330.
surely Mandricardo was no baby, And, vi. 319 n.
Surely never lighted on this orb, i. 71.
surrounded by a thick cloud or mist, On a sudden I was, etc., ix. 66.
Survey mankind from China to Peru, iv. 277.
swaggering paradox sinks into unmeaning common-place, a, iii.
367; iv. 18.
swallows total grist unsifted husks and all, vi. 161.
swan’s down, the, v. 323.
sweepings of mind, the, xii. 349.
Sweet bird, thy bower is ever green, etc., ii. 328 n.
sweet flowers! that from your humble beds, etc., iv. 304.
sweet in the mouth, etc., vii. 222.
Sweet is the dew of their memory, etc., vii. 224; viii. 199.
Sweet is the dialect of Arno’s vale, etc., ix. 218; x. 62.
Sweet object of the zephyr’s kin, etc., ii. 80.
sweet smelling gums, xii. 294.
sweet voices, the most, viii. 403.
sweets of the evening, Then come in, vi. 190.
swell’d the war-whoop, iii. 243.
swelling figures and sonorous epithets, i. 175.
swept and garnished, iii. 256; xi. 456.
Swiche sorrow he maketh that the grete tour, Resouned, etc., v. 21.
swinish multitude, xii. 76, 204.
swoop, at one fell, xii. 211.
sword a dagger had his page, This, etc., viii. 63.
sword, true as o’er billows dim, And every, iv. 358.
synge untoe my roundelaie, O, etc., v. 126.
Syria’s land of roses, Now, upon, etc., iv. 356.

T.
Tables are not full, iv. 295.
tables of our hearts, the red-leaved, v. 235; vi. 192.
take no thought for the morrow, They, etc., vi. 249.
take the good the Gods provide us, iv. 278; vii. 176; x. 209.
take up his bed and walk, vi. 71.
take up the isles as a very little thing, etc., vi. 169.
takes an inventory, x. 388.
tale, but if you think it is no, iii. 172 n.
tale of other times, i. 155.
Talents, The, xi. 447.
talked far above singing, He, v. 262; vi. 183; viii. 389.
talk with some old lover’s ghost, I long to, etc., viii. 52.
talking of marrying, While you are, etc., vi. 150.
talking of me, They were, for they laughed consumedly, viii. 9.
talking potatoe, vii. 101.
tall deer, the, that paints a dancing shadow, etc., v. 346.
tall, opaque words, vi. 243.
Tam knew what’s what, etc., iii. 312.
Tartarean darkness overspreads the groaning nations, etc., iii. 37.
taste of the ancients, ’tis classical lore, ’Tis the, viii. 456.
tasted of all earth’s bliss, He has, etc., xi. 421.
tasteless monster that the world ne’er saw, viii. 429.
See faultless.
taught with the little nautilus to sail, iv. 221.
tawny beard was th’ equal grace, His, etc., viii. 63.
tear forgot, as soon as shed, the sunshine of the breast, the, vi. 29.
tears were tears of oil and gladness, His, etc., viii. 468.
tears of sensibility, iv. 262.
tears such as angels shed, xii. 67.
Tearing our pleasures with rough strife, etc., v. 258.
tease him together, they all, xi. 427.
teazed me, But he so, etc., viii. 194.
tediousness of a king, Had I the, etc., viii. 79.
tel petit bon homme, un, viii. 121; x. 39.
Tell him if he i’ th’ blood-siz’d field lay swoln, etc., v. 257.
Tell me, pray good Mr Carmine, vii. 216.
Tell me your company, etc., vi. 202; xi. 196, 519; xii. 133.
temperance that may give it smoothness, xii. 67.
temples not made with hands, etc., i. 145; viii. 148; xi. 456 n.
Templum in modum arcis, vii. 12 n.
tempora mollia fandi, iii. 93; xii. 181.
tempt but to betray, ix. 61.
tempter glozed, so well the, xii. 290.
tender bloom, A certain, etc., xii. 207, 262.
tenth transmitter of a foolish face, the, i. 367; iv. 261; xii. 204.
Tenth or ten thousandth break the chains alike, viii. 477.
Ten thousand great ideas filled his mind, etc., vii. 199.
teres et rotundus, iv. 263; vii. 238; ix. 197; xii. 255.
terræ filii, vii. 57; x. 186.
Terra plena nostri laboris, x. 204.
testimony of Dr Knox, the, does equal credit, etc., v. 123.
than which what’s truer, xii. 375.
That deals in destiny’s dark counsels, etc., viii. 64.
That house’s form within was rude and strong, etc., v. 42.
That if I did not like them, it was because I did not dream, viii. 14.
That is the effect I intended to produce, but thought I had failed, vi.
8.
That is true fame, iii. 149; v. 88.
That is true history, x. 197.
that it is not his purpose to enter into a laudative of learning, etc.,
v. 332.
That Milton had not the pleasure of reading “Paradise Lost,” i. 40.
That pleasure over, our work became very arduous, etc., v. 141.
That stondeth at a gap with a spere, etc., v. 21.
that they must live, i. 149.
That those times are the ancient times, vi. 154.
That was Arion crowned:—So went he playing on the watery plain,
i. 71; v. 38; xii. 30.
That which is, is, etc., xii. 351.
That’s every one’s conceit that sees a Duke, etc., v. 215.
their hearts burn within them, xii. 383.
theme in crowds, my solitary pride, My, ix. 107.
Then, oh farewell, viii. 189.
Then, perhaps he’s but half a fool, viii. 74.
Then saw I how he smiled with slaying knife, etc., v. 195.
Then when there hath been thrown Wit able enough, etc., vi. 192.
Ther maist thou se coming with Palamon, etc., v. 25.
there are not so many wrong opinions, etc., vi. 432.
There died the best of passions, Love and Fame, v. 75.
There goes my wicked self, xi. 530; xii. 218, 242, 404.
there is but one perfect, iii. 211; v. 75.
there is not so much difference between good and evil, that, iv. 375.
There is nothing so true as habit, vi. 33; x. 42.
there is old Alderman Ox, etc., vii. 171 n.
There is one precept, however, etc., vi. 122.
there needs no ghost, xii. 96.
There through the prison of unbounded wilds, etc., v. 89.
There was a time when all my youthful thought, etc., iii. 112.
There was also a nonne, a Prioresse, etc., v. 22.
there where we have treasured up our hearts, v. 346.
there would be another Raphael, etc., x. 300.
There’s nought so sweet on earth, etc., vii. 70.
These dignities, Like poison, make men swell, etc., v. 209.
These three bear record on earth: vice, misery, and population, iii.
373; iv. 24.
They are not sought for, etc., x. 124.
They found it poor at first, etc., x. 195.
they had learned the trick of imposing ... upon their readers, etc., i.
127.
they had nothing else to do, viii. 17.
They make everybody else laugh, etc., vi. 400.
They receive him like a virgin at the Magdalen, iv. 235 n.
They say Green’s a good clown, etc., v. 290.
they should love one another, v. 183.
they take in vain, vii. 124.
they toiled not, neither did they spin, etc., iii. 136; v. 67.
they two can be made one flesh, viii. 303.
they were sought after because they were scarce, etc., v. 179.
they will have them to show their mitred fronts, iii. 280.
they will receive an open allowance, v. 329.
thief, the judge, and the gallows, xi. 375.
thieves break through and steal, when, vii. 249.
Thigh bone or a skull, etc., v. 340 n.
thin partitions do their bounds define, For, vi. 156; viii. 21; xi. 442.
thing of life, a, ix. 177, 225; xi. 504.
thing no more difficile, a, etc., vi. 394.
things themselves are neither new nor rare, the, iii. 391.
Think of its crimes, its cares, its pain, etc., vii. 114.
Think not that lapse of ages, etc., iii. 118.
think that I should make my Molly weep, to, viii. 167, 317.
think that his immortal wings, And when I, etc., vii. 85; ix. 164.
thinks nothing done, etc., vii. 167.
thirsty earth soaks up the rain, The, etc., viii. 59.
This argument, however, from Judge Blackstone, etc., iv. 297.
This devil and I walked arm in arm, etc., v. 279.
This fellow comes to me ... you slave, said he, hold my horse, etc., v.
294.
This glass is too big, viii. 22.
This I like, that I loathe, viii. 403; xi. 486.
This is my wife, xi. 297.
This is no world in which to pity men, v. 214.
This lovely pair, etc., iii. 115.
This Malerole is one of the most prodigious affections, etc., v. 228.
This night thou shalt sup, etc., xi. 322.
This vice, therefore, brancheth itself into two sorts, etc., v. 330.
This we among ourselves may speak, etc., viii. 64.
This will never do, iii. 361; vii. 367.
thorn in the side of freedom, a, xi. 515.
thorn in the side of poetry, as a, iv. 353.
thorny queaches, v. 303.
thoroughbred metaphysician, i. 434.
Those that are not with us are against us, i. 174; iii. 280; iv. 311; xi.
526.
Those who run may read, xii. 358.
Those wholesale critics, etc., viii. 64.
Thou art the man, iii. 193.
Thou, boy! how is this possible?... there were sects of philosophy
before thou wert born, etc., v. 293.
Thou gladder of the mount of Cithaeron, v. 82.
Thou hast a wild hand indeed; thy small cards shew, etc., v. 290.
Thou noblest monument of Albion’s isle, etc., v. 121; vii. 256.
Thou should’st have followed me, but death to blame Miscounted
years, etc., v. 297.
thou strong heart! There’s such a covenant, oh! etc., vi. 324.
Thou wert not so, e’en now, Sickness’ pale hand Laid hold on thee,
etc., v. 239.
Though equal to all things, etc., vii. 198.
though he was no duke, yet he was wise, v. 227.
though I had rather you did not do all this, viii. 311.
Though I’m old, I’m chaste, etc., viii. 14.
Though listening senates hung on all he spoke, etc., vii. 168; xii.
388.
Though some resemblance may be traced between the charms, etc.,
v. 222.
Though that their joy be joy, etc., xii. 291.
thought, his body, vi. 11; ix. 362; xii. 357.
thought that thou shouldst tread, And it was, etc., xii. 305.
thought it a bad French custom, he, etc., vi. 182.
thoughts burn like a hell, His, etc., xii. 193.
Thoughts that glow and words that burn, iv. 256; v. 378; vii. 46,
370.
thoughts that often lie too deep for tears, v. 140.
thousand years at least to answer, iv. 288.
threads of shrewd and politic design, iii. 405.
threaten to swallow them up quick, should, viii. 471.
thrice happy fields, etc., xi. 212.
Thrice howl’d the caves of night, etc., v. 317.
Thrills in each nerve, and lives along the line, vi. 83; ix. 342; xi.
158, 179.
throne or chair of State in the understandings of other men, to set
a, vi. 7.
through happiness or pains, vii. 120.
through the blaze of war, xii. 168.
through the hush’d air the whitening shower descends, etc., v. 90.
throw a cruel sunshine on a fool, To, ii. 363; vii. 100.
Throw aside your books of chemistry, iv. 201.
Throw him on the steep Of some loose hanging rock asleep, v. 8.
throw honour to the dogs, etc., xii. 104.
throw our bread upon the waters, etc., vii. 163; xii. 412.
Throwing a gaudy shadow upon life, xii. 24.
thrown into the pit, ix. 106.
thrust us from a level consideration, iii. 93.
Thus by himself compelled, etc., iv. 352.
Thus far shalt thou come, etc., iv. 207.
Thus I confute him, Sir, xii. 266.
Thus painters write their names at Co, i. 378.
Thus passeth yere by yere, etc., v. 20.
Thus shall we try the doctrines, etc., xii. 400.
Thus stopp’d their fury and the basting, etc., viii. 65.
Thy stone, oh Sisyphus, stands still, etc., iii. 159.
tiger-moth’s wings, vii. 225.
tile, In cut and die so like a, etc., xii. 449.
Till Contemplation has her fill, iv. 257.
time-hallowed laws, vi. 148; xi. 197.
That time is past, etc., xii. 158.
Timeo Danaos, et dona ferentes, iv. 172.
Tintoret, spirit and fire of, xi. 548 n.
’Tis here, ’tis done! Behold, you fearful viewers, etc., v. 253.
’Tis, I believe, this archery to show, etc., viii. 58.
’Tis late to join when we must part so soon, etc., v. 358.
’Tis not a life, ’Tis but a piece of childhood thrown away, v. 262 n.,
296.
’Tis not enough, no harshness gives offence, etc., v. 75.
’Tis now, since I sat down before, that foolish fort, a heart, viii. 55.
’Tis three feet long and two feet wide, viii. 421.
’Tis with our judgments as our watches, etc., v. 73; viii. 24.
’Tis woman that seduces all mankind, viii. 255.
Titian’s manner was then new to the world, etc., vi. 135.
Titianus faciebat, vii. 126.
To be a spy on traitors is honourable vigilance, v. 263.
To be sure she will, etc., viii. 456.
To church was mine husband, i. 422; xi. 274 n.
To let a fellow that will take rewards, i. 229.
To make us heirs of truth, vii. 11.
To shew that power of love, how great, etc., v. 148.
των ὐπὲρ θουληυ ἀπιστῶυ λόγοι, x. 15.
Tongue with a garnish of brains, vii. 198.
too deep for his hearers, vii. 202.
too fond of the right to pursue the expedient, x. 359.
torrent of passion rolls along precipices, viii. 308.
torrents of delight had poured into his heart, ix. 296.
total grist, unsifted, husks and all, the, iv. 322.
totus in illis, vii. 370.
To stand himself, etc., iii. 142.
T’ the full as genteel a man, vii. 379.
To the principle I have laid down, etc., vi. 142.
To the winds, to the waves, to the rocks, I complain, ii. 318.
To twine the illustrious brow of Scotch nobility, v. 131.
toad, ugly and venomous, like the, etc., iv. 289.
toil-worn cotter frae his labour goes, the, etc., v. 137.
tokay, from humble porter to imperial, xii. 75.
tomb of Pope Anastasius, I am the, etc., v. 18; x. 63.
tombs of the brave, the, ix. 183.
tomb, Even from the, vi. 120; xii. 159.
totidem verbis et literis, iv. 348; vii. 258.
touch the root, they do not, etc., xi. 559.
toujours perdrix, iv. 275; xi. 304.
Tous ces sous là vont au cœur! ix. 170.
Tout homme reflechi est mechant, i. 117, 136; xii. 220.
tomb in Arqua, xi. 423.
tragedy the chief object is the poetry, In, etc., viii. 324.
tragedies of the last age, the, v. 297.
tragedy was skill, i. 177.
tragic scenes, In his, there is always something wanting, etc., i. 177.
trampled in the mire, under the hoofs, be, etc., vii. 271; xi. 311; xii.
171.
tranquillity and smiles, all, iv. 325; vi. 109; vii. 218.
travelling out of the record, vii. 14.
Tray, you don’t know the mischief you have done, Ah, vi. 239.
treason consists in supporting a monarch, etc., viii. 254.
treason domestic, etc., xii. 160.
treasure is, there his heart is also, Where his, viii. 132; xi. 509.
trembling hope repose, where they in, etc., viii. 104.
trembling year, While yet the, etc., v. 96; xii. 270.
trespasses and sins, multitude of, i. 129.
Tricking’s fair in Love, viii. 195.
trinal simplicities, viii. 535.
Troja fuit, vi. 153 n.
Trop heureuse d’acheter, vii. 24.
triumph and to die are mine, To, xii. 223.
trouble deaf Heaven, etc., xii. 127.
true pathos and sublime of human life, v. 139, 266; xi. 495; xii. 130.
true, there might be inconvenience attending the measure
proposed, etc., iii. 16.
Truly he hath a devil, viii. 344.
trumpet with a silver sound, loud as a, xi. 336.
trumpet make the spirits dance, Which like a, ix. 349.
truth is, that in these days the grand primum mobile, The, etc., xi.
494.
truth, the whole truth, etc., iv. 193, 280.
Tu y seras, ma fille, x. 98.
tub to a whale, ix. 244.
tug and war, the, viii. 378.
Tumbled him down upon his Nemean hide, etc., v. 257.
Tummy! Well, viii. 286.
tuning his mystic harp, iii. 206.
Turn we to survey, viii. 411.
turn what is serious into farce, to, xi. 342.
turned from black to red, xii. 450.
turning like the latter end of a lover’s lute, vii. 37.
turnpike men their gates wide open threw, The, etc., xi. 306.
Turk, a malignant and a turbaned, xi. 283.
turnspit of the King’s kitchen, i. 105, 427; xii. 291.
turretted, crown’d, and crested, etc., viii. 465.
Tutus nimium, timidusque procellarum, v. 149.
twa lang Scotch miles, xi. 316.
Twang, twang darillo, xi. 364.
twanging off, It came, etc., viii. 277.
’Twas I that did it, xi. 398.
twinkling of a star, There’s but the, etc., vii. 196; viii. 18.
twisted tail, The while his, he gnawed for spite, v. 317.
two at a time, there’s no mortal could bear, For, etc., viii. 273.
Two of Sejanus’ blood-hounds, whom he breeds With human flesh,
to bay at citizens, v. 263.
two or three conclusive digs in the side at it, i. 373.
’Twould thin the land, etc., xi. 313.
Tyrants swim safest in a crimson flood, v. 208.

U.
ugly all over with affectation, ii. 130; xii. 62.
ugly all over with hypocrisy, i. 211; ii. 337.
ultima ratio philosophorum, iv. 192.
ultimate end, an, xii. 213.
ultima ratio regum, iii, 44; vi. 37.
Ultra-Crepidarian, i. 368, 394; vi. 226 n.
unbought grace of life, iii. 284; iv. 285; v. 91; x. 188; xi. 445.
Under him his genius is rebuked, iv. 237.
understanding and a tongue, an, xi. 421.
Undoes creation at a jerk, etc., xi. 123.
Undoing all, as all had never been, etc., xii. 291.
unhoused, free condition, etc., viii. 429.
unfeathered, two-legged thing, viii. 419.
Unfortunate boy, short and evil were thy days, etc., v. 125.
un-idead girls, with some, viii. 103.
Universal Pan, etc., ix. 394.
Universality belongs not to things, etc., xi. 127.
unkempt and wild, vii. 215.
unkind and cruel fair, for one, etc., xii. 190.
unmerited fall, like to see the, etc., xi. 299.
unquenchable flame, the etc., xii. 461 n.
unreason our reason, iv. 207.
unreasonableness of their reason, the, etc., iii. 90; iv. 207.
unrivalled power of illustration, his, iv. 373.
unslacked of motion, iii. 171.
unsuccessful adventurer, an, vii. 183.
un tel petit bon homme, x. 39.
upland swells echoing to the bleat of flocks, iv. 46; ix. 285.
upon account of a slight the artist conceived, etc., vi. 10.
Upon the top of all his lofty crest, etc., v. 35.
used to shew himself, He is, vi. 275.
ut lucus a non lucendo, iii. 313; xii. 15.

V.
Va Zanetto e studia la Matematica, i. 90.
vain to attend to the variation of tints, It is in, etc., vi. 135.
Vale augusta sedes, etc., ix. 229.
vanity, chaotic vanity, xi. 373.
variableness, there is no, etc., viii. 377; xi. 207.
Vashti, his, v. 92.
vast cerulean, ix. 291.
vast species alone, a, vii. 77; viii. 57; xii. 34.
vast, the unbounded prospect, The; etc., xii. 151.
veil of the Temple ... rent asunder, vii. 57.
Venus, when she did dispose, They say that, etc., viii. 437.
verd et riant, ix. 296.
Verily we have our reward, vii. 27.
very lees of such, The, millions of rates Exceed the wine of others,
v. 258.
very top of our lungs, to the, viii. 427.
Vesuvius in an eruption, etc., viii. 301.
vicariously torturing and defacing, iv. 379 n.
Vice is undone, etc., xii. 248.
vice loses half its evil in losing all its grossness, i. 26; viii. 135; ix.
14, 77; x. 380.
vice that most easily besets us, the, i. 60.
Vice to be hated needs but to be seen, ix. 130; xi. 365.
Video meliora proboque, etc., ii. 378; xii. 331, 381.
Veluti in speculum, xi. 384.
view with scornful yet with jealous eyes, To, etc., vii. 380.
vindicates the ways of God to man, And, ii. 400.
vine-covered hills and gay regions of France, the, vi. 189; viii. 465;
xii. 134.
violets dim, i. 177; xii. 340.

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