A Dinâmica Da Vida Da Igreja

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A DINÂMICA DA VIDA DA IGREJA

Jesus prediz ser o fundamento e o edificador de Sua Igreja


Mt 16.18: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela ”.

A Igreja haveria de ser o centro da vida comunitária dos


discípulos
Mt 18:17: “E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a
igreja, considera-o como gentio e publicano”.

Obra, Extensão, Capacitação


Mt 28.18-20 → Fazer discípulos = ganhar vidas para Cristo (At 14.20-23).
Obra: Fazer discípulos, batizá-los, ensiná-los a guardar os caminhos do Senhor.
Extensão: Todas as Nações.
Capacitação: presença conosco do Senhor Jesus, aquele a quem foi dada toda a
autoridade no céu e na terra.
Mc 16.14-20:
Obra: Pregar o evangelho a toda criatura e batizar os que crerem.
Extensão: Todo o mundo.
Capacitação: a cooperação de Jesus através de sinais miraculosos que confirmam a
palavra pregada.
Lc 24.46-49:
Obra: Pregar o arrependimento para remissão de pecados.
Extensão: Todas as nações, começando por Jerusalém.
Capacitação: revestimento de poder através do envio da promessa do Pai.
At 1.4-8:
Obra: Ser testemunha do Senhor Jesus.
Extensão: Jerusalém, Judéia, Samaria, confins da terra.
Capacitação: batismo no Espírito Santo.

A Igreja é Estabelecida
At 2.1-4, 15-18 → Derramar do Espírito sobre toda a carne. É pra todos!
At 2.32-41 → A Promessa do Espírito é por merecimento de Cristo, não nosso, mas é
para todos.
1Co 12.13 → “Pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado
beber de um só Espírito”.
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É pelo Espírito que somos inseridos no Corpo. O significado do Pentecostes,
além do revestimento do poder do Espírito Santo, é a nossa inclusão no Corpo de
Cristo. Se penetrarmos no pleno propósito de Deus, veremos que, apesar de sermos
salvos individualmente, Deus nos fez um só Corpo, e membros uns dos outros:
“Assim também nós, conquanto muitos, somos um corpo em Cristo, e
membros uns dos outros” (Rm 12.5).
Isso significa dizer que nada podemos fazer uns sem os outros, que
necessitamos de todos os irmãos e irmãs; nada podemos fazer sem qualquer irmão e
irmã; ninguém é dispensável; todos os membros são necessários.

O Modo de Vida da Igreja


At 2.42 → Perseveravam em quatro pontos:

 Doutrina dos Apóstolos: eram os ensinos que tinham ouvido do Senhor Jesus;

 Comunhão: estavam juntos, cuidavam uns dos outros;

 Partir do pão: comiam juntos, celebravam a Ceia do Senhor juntos;

 Orações: oravam pelo avanço do evangelho e uns pelos outros (At 4.24-31, 12.5).

At 2.43 → Em cada alma havia temor.

At 2.44-45 → Havia comprometimento para com Deus e para com os irmãos;

At 2.46 → Reuniam-se no Templo (publicamente) e nas casas;

At 2.47 → Caíram na graça do povo. Portanto, tinham forte testemunho e grande


influência sobre as pessoas e muitas eram salvas.

At 5.12-14 → As pessoas não eram ganhas em reuniões públicas (no Templo).

At 5.42 → Reuniam-se no Templo (Pórtico de Salomão) e nas casas;

At 6.1-7 → O crescimento produziu mudanças nas estruturas de trabalho.


→ Esse texto também mostra que temos que priorizar nosso trabalho nas
coisas focadas com nosso chamado. Servir as mesas, sem dúvida, era um
trabalho importante e necessário, mas não era razoável que os apóstolos
gastassem todo o seu tempo nesse trabalho, pois foram chamados para
atuar no ministério da palavra e da oração.

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A obra é para Todos
At 6.8-7.60 → Estevão era apenas um dos irmãos da igreja em Jerusalém, mas fazia
prodígios e grandes sinais entre o povo. Foi perseguido e morto por
sua fé em Cristo. No capítulo 7 de Atos ele faz um resumo
maravilhoso de toda a Bíblia, o que mostra que ele tinha um grande
conhecimento das Escrituras.

At 8.1-8 → Aqueles que foram dispersos iam por toda a parte cumprindo a grande
comissão de Cristo. Filipe era um desses irmãos, que deu origem à
igreja em Samaria, pregando o evangelho e operando sinais.

At 8.14-15 → Somente mais tarde é que os apóstolos foram para lá, para confirmar o
trabalho iniciado por Filipe.
At 11.19-24 → Não foram os apóstolos que iniciaram a obra em Antioquia, mas uns
irmãos cíprios e cirenenses . Eles foram os primeiros a anunciar o
evangelho a povos gentios e a mão do Senhor era com eles. Somente
mais tarde a igreja em Jerusalém enviou Barnabé para consolidar o
trabalho iniciado por eles. Temos que lembrar que foi desta igreja
que Barnabé e Paulo, e depois Paulo e Silas, partiram para
evangelizar a Ásia e a Europa, obra esta que deu origem a mais da
metade do conteúdo no Novo Testamento. Que coisa tremenda foi
iniciada por esses irmãos cíprios e cirenenses, de quem não sabemos
nem o nome!

Reuniões Públicas e nas Casas


At 1.13,15, 2.1-2 → A Igreja nasceu numa casa em Jerusalém. Já vimos alguns textos
que mostram que a vida cotidiana da igreja em Jerusalém se
dava nas casas, mas que os irmãos também se reuniam
publicamente no Tempo, no Pórtico de Salomão. Porém, como
seria nas igrejas gentílicas, para quem não havia o Tempo?
At 19.8-10 → Os discípulos reuniam-se publicamente na Escola de Tirano.
At 20.7-12 → Esse texto mostra os irmãos reunidos publicamente num lugar amplo,
pois Êutico caiu do terceiro andar.
At 20.20 → Publicamente e de casa em casa.
At 18.4-7 → A igreja também se reunia nas casas.
Rm 16.3-5, 10, 14, 15 → Várias igrejas nas casas.
1Co 16.19; Cl 4.15; Fl 1.2

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Igrejas nascendo em Casas
Mt 10.1-2,7-13 → Jesus mostra aos 12 a casa como base de operação da pregação do
Evangelho → Quem nela é digno.
Lc 10.1-9 → Jesus mostra aos 70 a casa como base de operação da pregação do
Evangelho → Filho da paz.
At 10.1-5; 11.12-15 → A igreja entre os gentios nasceu em uma casa.
→ Cornélio era um homem piedoso e temente a Deus, com toda
sua casa.
At 16.13-15,40 → A igreja em Filipos começou na casa de Lídia. Lídia era uma mulher
temente a Deus.

Vantagens da Igreja nas Casas


 Facilita a evangelização de parentes, amigos e vizinhos;
 Abre espaço para todos trabalharem, sem necessidade de preparação acadêmica;
 Evidencia a necessidade da operação dos dons ministeriais, dados pelo Senhor
Jesus para equipar os santos para desempenharem seu serviço;
 Permite uma verdadeira comunhão e integração dos irmãos;
 Contempla um ambiente apropriado para a instrução, o aconselhamento, a correção
fraternal, elementos essenciais para a formação de novos discípulos;
 Faz com que os discípulos, desde o início de sua vida cristã, tenham a
oportunidade de servir os irmãos e de se envolverem com a obra evangelizadora;
 Faz a obra de Deus atingir todos os cantos da cidade;
 Não deve reproduzir os encontros públicos da igreja, mas ser um ambiente
informal onde a vida de Cristo é compartilhada.

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Visão Esquemática da Dinâmica da Vida da Igreja

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Dons, Ministérios, Operações
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade
de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1Co 12.4-6).
 Dons (Charisma ) = dádivas da graça (Charis) divina;
 Ministérios (Diakonia ) = serviços;
 Operações (Energema ) = realizações através do poder de Deus.

As Operações do Espírito Santo


“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo
mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; e a outro, pelo mesmo Espírito,
a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação
de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os
espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das
línguas” (1Co 12.7-10)..
Esse texto, em continuidade ao verso 6, parece referir-se ao “ Energema de Deus”, ou
seja, às operações de Deus na vida de todos os discípulos de Jesus Cristo,
experimentadas à medida que se submetem à direção do Espírito Santo e uns aos
outros, em amor. O verso 11 diz:
“Mas um só e o mesmo Espírito opera (energeo) todas estas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”.
A principal característica dessa manifestação do Espírito é que ela pode ser dada a
qualquer membro do Corpo de Cristo (1Co 12.7,11; 14.26,31; Mc 16.17-18). Esse fato
deve nos motivar a nos colocarmos à disposição do Senhor para sermos usados por
Ele para o que for útil. É no contexto desses dons de operação do Espírito Santo que
Paulo nos encoraja a buscar os dons mais excelentes (1Co 12.31) e os melhores dons
são aqueles que buscam o interesse do próximo (1Co 14.1-5).

Dons de Capacitação Pessoal


“Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os
membros têm a mesma função, assim nós, que somos muitos, somos um só
corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De
modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é
profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é serviço, seja em servir; se é
ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em
exortar; o que contribui, faça-o com liberalidade; o que preside, com
diligência; o que exercita misericórdia, com alegria ” (Rm 12.4-8).
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Tanto esse texto, como 1Co 12.12-27 e Ef 4.16, mostram a igreja como o Corpo de
Cristo, formado por muitos membros, cada um com uma função específica e que
devem funcionar bem e em harmonia. Somos membros de Cristo e também uns dos
outros (1Co 6.15, Rm 12.5). É a graça de Deus, concedida particularmente a cada um
nós como um dom específico (Rm 12.6 e Ef 4.7).
“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi
concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos
eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.10)

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10)

“E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom


de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o
cativeiro e concedeu dons aos homens” (Ef 4-8).
A palavra graça (charis) e a palavra dom ( charisma) vêm da raiz char, que significa
“alegria”. Portanto, a motivação e a alegria que manifestamos quando atuamos em
alguma área na igreja são um bom indicativo do dom pessoal que recebemos do
Senhor. É por essa razão que os dons citados em Rm 12.4-8 são também chamados de
“dons motivadores”.

Os dons ministeriais
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e
mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.11-13).

Nem todos receberão os dons ministeriais, mas sua finalidade é atingir a todos.
A palavra "aperfeiçoamento" neste versículo é traduzida do termo original grego
katartismos, que significa "capacitação, equipamento". Em outras palavras,
poderíamos descrever o propósito dos dons ministeriais da seguinte forma:
“preparar o povo de Deus para que trabalhem harmoniosamente
juntos, a fim de que o Corpo de Cristo seja edificado”.

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Portanto, Cristo dá os dons ministeriais a certos discípulos, não para capacitá-los a
fazerem a obra de Deus por si próprios, mas para prepararem o Corpo de Cristo para
realizá-la na face da Terra. Esse é o trabalho principal que os pastores devem ter em
mente.
Quando falamos em dons, podemos nos referir a talentos (Mt 25.14-30). Todo
membro do Corpo, tendo recebido um dom grande ou um dom pequeno, seja este de
cinco, dois ou de um talento, deve entregar tudo o que tem para servir.
Em geral, não encontramos problemas com aqueles que têm cinco ou dois talentos,
mas com aqueles que têm apenas um talento. A dificuldade com os que têm um talento
é a tendência de enterrá-los, e esse é um problema sério para a igreja. Por outro
lado, somente quando os de um talento manifestarem seus talentos é que poderemos
ver a edificação do corpo em sua plenitude.
Isso mostra que o mais importante no trabalho dos que estão à frente da obra de
Deus não é o seu próprio trabalho, mas o quanto estão fazendo para que os que têm
apenas um talento se levantem para trabalhar e servir. Dessa forma, é o Corpo que
estará agindo e não apenas alguns membros substituindo a atividade do Corpo.
Como pastores, temos o costume natural de usarmos apenas os irmãos de cinco e dois
talentos porque não dão muito trabalho, tem habilidades e fazem as coisas bem
feitas. Os de um talento são muito mais difíceis de se lidar e antes de falarem duas
frases já se enterram novamente, ou algum aspecto da sua carne se manifesta.
Parece que a carne e o único talento sempre estão juntos! Temos que aprende a
tratar da carne, sem enterrar o talento do irmão.
Outra coisa que precisamos saber é que os irmãos não desenvolvem seu serviço e
ministério simplesmente porque lhes admoestamos para que trabalhem. É preciso dar
a eles uma estrutura adequada. Ninguém trabalha só porque o mandam trabalhar.
Muitas vezes, nossas estruturas de trabalho não cooperam para o trabalho dos que
possuem 1 talento. Por exemplo, se o trabalho nas casas consiste apenas de reuniões
onde alguém dirige o louvor, outro fala e os demais participam passivamente,
estaremos colaborando para enterrar os talentos de muitos irmãos. Nosso foco de
trabalho, mesmo nas casas, não pode visar reuniões, mas, sim, pessoas. Somos
chamados a velar pelas almas, não para dirigir reuniões. Embora tenhamos muitas
reuniões, nosso foco de trabalho deve visar cada pessoa, individualmente.

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Necessitamos uma revisão corajosa dos nossos métodos e buscar de Deus
criatividade e graça para que nosso trabalho seja mais efetivo em trazer para os
irmãos o equipamento necessário para que cada um desempenhe seu serviço a Deus.
Uma parte desse equipamento é que cada um esteja bem vinculado, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta. Juntas falam de relacionamentos fortes, de
cuidado pessoal, de companheirismo. Quando dois ou três irmãos começam a caminhar
juntos, evangelizar juntos, fazer discípulos juntos, podemos ficar tranqüilos que irão
“deslanchar” na obra de Deus.
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a
edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16).

Fatores que Produzem a “Casta Sacerdotal”


1. Reunionismo: acúmulo de reuniões desenvolvem ministérios de poucos;

2. Templismo: se for em grandes salões, é ainda pior;

3. Pulpitocentrismo: o povo ouve um sermão e vai embora;

4. Títulos: Pr, Dr, Missionário, Bispo, Apóstolo, ...

5. Expressões Espúrias: “ungido do Senhor”, “grande servo de Deus”,


“levitas”, “leigos”, ...

Ministério dos Santos

a) MINISTÉRIOS COMUNS A TODOS OS SANTOS

1. Temos todos uma comissão dada por Cristo e não devemos perder o foco dela
 Em Mateus 28.18-20: fazer discípulos (ganhar vidas para Cristo), batizá-
los, ensiná-los a caminhar nos caminhos do senhor;
 Em Marcos Mc 16.14-20: pregar o evangelho a toda criatura e batizá-los;
 Em Lucas 24.46-49: pregar o arrependimento para remissão de pecados
 Em Atos 1.4-8: ser testemunha de Cristo em todos os lugares.
Atos 20.24: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus
para testemunhar o evangelho da graça de Deus”

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2. Servir a todos, seguindo o exemplo de Jesus

Mateus 20.28: “... tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido , mas
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
Lucas 22.25-27: “Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os
que exercem autoridade são chamados benfeitores”. Mas vós não
sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e
aquele que dirige seja como o que serve. Pois qual é maior: quem
está à mesa ou quem serve ? Porventura, não é quem está à mesa?
Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve”.
João 13.14-15: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós
deveis lavar os pés uns dos outros. “Porque eu vos dei o exemplo, para
que, como eu vos fiz, façais vós também”.

b) MINISTÉRIOS ESPECÍFICOS

1 Pedro 4.10- 11: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus. “Se alguém fala,
fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve , faça-o na
força que Deus supre, para que, em todas as coisas”, seja Deus
glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o
domínio pelos séculos dos séculos. Amém!
Rom 12.4-8: “Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos
os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos,
somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros. T endo, porém,
diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja
segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério;
ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com
dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com
diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.
Colossenses 4.17: “Também dizei a Arquipo: atenta para o ministério que recebeste
no Senhor, para o cumprires”.
2 Timóteo 4.5: “Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o
trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério”.
2 Coríntios 6.3: “não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para
que o ministério não seja censurado”.

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Edificando a Casa de Deus
Atos 9.31: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria,
edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do
Espírito Santo, crescia em número”.
1Co 14.1-5, 12, 26 – Operar nos dons edifica.
1Co 8.1 – O amor edifica → 1Co 13
Rm 14.15-19; 15.1-3 – Considerar os irmãos mais fracos edifica.
Ef 4.29 – Palavras boas edificam.
Rm 14.19: “Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns
para com os outros”.
Jd 1.20 – Agir por fé e oração no espírito edifica.
1Co 10.23 – Nem todas as coisas edificam.
1 Co 3.10-14 – Veja cada um como edifica.

Perguntas para Discussão em Grupo


1. Comparando Mt 28.19 e At 14.21, o que você entende por “fazer discípulos”?
Para quem é esse comissionamento?

2. O que a descida do Espírito Santo capacitou a cada discípulo para realizar sua
missão externa? E para realizar sua missão interna na Igreja?

3. Quais os pilares da vida comunitária dos discípulos encontrados no Capítulo 2


de Atos? O que isso tem a ver com a vida do “Corpo de Cristo”?

4. Explique o significado de “juntas e ligamentos” em Cl 2.19 e Ef 4.16. Como isso


se relaciona a sujeição e vínculos fortes entre os irmãos?

5. Podemos caminhar sozinhos como cristãos? O que significa não caminhar


sozinhos?

6. Que ministérios (serviços) são comuns a todos os santos? E quais são


particulares a cada um?

7. A igreja nas casas é um modismo atual, ou um ensino bíblico?

8. Que valores você pode atribuir aos encontros públicos da Igreja? E nos
encontros nas casas?

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A Responsabilidade dos Presbíteros e Líderes

Deus não designa anciãos para fazer a obra por seus irmãos. Compete a cada homem
salvo servir ao Senhor segundo sua capacidade e em sua própria esfera. O termo
“bispo” significa supervisor e um supervisor não é aquele que trabalha em lugar dos
outros, mas aquele que supervisiona outros enquanto trabalham. Jamais esteve na
mente de Deus que os crentes se dedicassem somente aos negócios desta vida e
deixassem os trabalhos da igreja para um grupo de especialistas espirituais. Os
presbíteros não constituem um grupo de homens contratados para fazer o trabalho
da igreja em lugar de seus membros. Eles são apenas aqueles que supervisionam o
trabalho. Compete-lhes estimular os que ficam para trás, frear os precipitados,
jamais fazendo a obra em lugar deles, mas simplesmente orientando sua execução.
Os presbíteros são ordenados por Deus para liderar, instruir e pastorear a igreja.
Pregação da Palavra e ensino fazem parte do seu trabalho pastoral de alimentar o
rebanho.
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino” (1Tm 5.17).

A palavra grega para “governar” no texto acima significa “estar à frente”, “presidir”,
“superintender”.
“Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas
espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa
vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes,
tornando-vos modelos do rebanho” (1Pe 5.2-3).

Pedro exorta que o trabalho de pastoreamento dos presbíteros não seja feito por
obrigação, mas, voluntariamente; não com intenção de obter algum tipo de lucro
pessoal (de dinheiro ou poder), mas, prontamente, de boa vontade; não com
dominação, mas, estando à frente para servirem de modelos a serem seguidos
voluntariamente pelo rebanho.
“Olhai, pois por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com
o seu próprio sangue” (At 20.17).

Uma melhor tradução para a palavra “sobre” no versículo acima seria “entre”,
“no meio de”. Não devemos visualizar uma estrutura hierárquica de poder no trabalho
dos presbíteros na igreja. Eles não estão sobre o rebanho, mas no meio do rebanho,
diante do rebanho, à frente do rebanho. Sob um ponto de vista hierárquico, podemos
até dizer que estão abaixo do rebanho, para servi-lo.
“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os
dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não será assim
entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja
vosso serviçal” (Mt 20.25-26).

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Em vez de se tornarem senhores, Jesus disse aos seus discípulos para se tornarem
servos uns dos outros, e que o maior é aquele que é servo de todos. Através dessas
palavras Jesus indica que um sistema de governo completamente diferente daquele
empregado no mundo deve prevalecer entre cristãos. A autoridade entre cristãos
não vem da mesma fonte de autoridade do mundo, nem é para ser exercida da mesma
maneira que aquela. A visão de autoridade do mundo coloca homens sobre outros
homens, como uma estrutura de comando militar, uma estrutura hierárquica
executiva empresarial, ou um sistema governamental. Porém, Jesus afirmou que não
deve ser assim entre nós. Os cristãos são irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai e
membros uns dos outros.
“... pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja
de Deus? (1Tm 3.5).

Esse último verso, situado no contexto das qualificações que devem ser encontradas
nos presbíteros, toca no trabalho de servo a ser feito por eles no cuidado da igreja.
Esse verbo, “cuidar”, aparece apenas mais uma vez no Novo Testamento, na passagem
do “bom samaritano”. Quando o samaritano viu aquele homem todo machucado qual foi
sua atitude?
“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e,
pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele”
(Lc 10.34).

Aqui está o exemplo de alguém que realizou a tarefa voluntariamente, prontamente e


sem intenção de obter lucro, pelo contrário, com perda pessoal. Ele teve que entrar
literalmente “por baixo” para carregar aquele homem até seu animal. Provavelmente
ele teve que ir a pé até a estalagem, enquanto o homem era carregado pelo animal e
ainda teve que pagar pelos gastos de sua hospedagem, Esse é o coração de pastor que
o Senhor requer de cada presbítero no cuidado da igreja. A verdadeira autoridade
dos presbíteros e outros líderes na igreja, então, é aquela resultante do respeito
gerado através do exemplo amoroso e cheio de Deus que apresentam.
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por
vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria
e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hb 13.17).

A palavra “guias” neste texto significa “aqueles que vão à frente”, “aqueles que
conduzem”, “líderes”, sendo um termo mais abrangente do que presbíteros. Envolve
todos aqueles que cuidam de vidas, logicamente incluindo os presbíteros. Algumas
vezes essa palavra é traduzida como “pastores”, mas não é assim no grego, muito
embora tenha esse sentido. Esse versículo mostra que, juntamente com o trabalho de
liderar está o trabalho de cuidar de vidas, ou de almas. Aqui precisamos entender
uma coisa. Quando nos convertemos a Cristo, a obra em nosso Espírito já está
completa pelo novo nascimento. Porém, para nossa alma, é nesse momento que começa
um longo caminho de renovação, tratamento e cura. Pode-se dizer que cuidar de vidas
é o maior trabalho, e o mais difícil, para aqueles que Deus chama para estar a frente
de seu povo.

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Muito embora a responsabilidade dos presbíteros envolva liderança, devemos nos
lembrar que uma igreja bíblica não se constitui de um grupo de irmãos ativos e um
grupo de irmãos passivos, aqueles controlando estes e estes, simplesmente,
submetendo-se ao controle daqueles.
“pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos
outros” (1Co 12.25).

A mutualidade deve ser a principal característica do corpo de Cristo. Se os


presbíteros perdem isso de vista, então sua liderança se transformará em dominação.
Temos que lembrar que os presbíteros não são a cabeça, mas, sim, Cristo:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio
de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu
próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16).

A tarefa dos presbíteros não é a de conduzir a igreja por si mesmos, mas entender
como o Senhor, no meio deles, deseja conduzir Sua igreja. Portanto, a autoridade
suprema, até mesmo em assuntos práticos, é do Senhor e de ninguém mais.

A Pluralidade de Presbíteros
Nas Escrituras vemos sempre mais de um presbítero na igreja local. Colocar a
responsabilidade nas mãos de diversos irmãos, ao invés de nas mãos de um só
indivíduo, é a forma que Deus providenciou para resguardar a igreja de cair na
dominação de uma personalidade forte. Na pluralidade de presbíteros, eles
aprenderão a dependerem uns dos outros, a se submeterem uns aos outros, e a
buscarem a vontade de Deus através da unanimidade de entendimento. No livro de
Atos vemos que os presbíteros buscavam a mente do Espírito, e quando ficava claro
para eles, agiam com unidade de pensamento e propósito:
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo ...”
(At 15.28).

A autoridade, então, não era a autoridade de homens, mas de Deus, e foi expressa
não através de homens agindo como indivíduos, mas através do acordo coletivo
unânime de homens que tinham sido ordenados pelo Espírito Santo.

Os Presbíteros e a Igreja
Vemos nas Escrituras várias recomendações de Deus à igreja relativas aos seus
líderes:
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino, pois a
Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O
trabalhador é digno do seu salário” (1Tm 5.17-18).

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Aqueles que se dedicam em alimentar o rebanho com a Palavra de Deus devem ser
dignos de dupla honra. Fica claro pelo texto que a igreja deve prover para o sustento
dos irmãos na realização do seu trabalho.
“Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o
depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado,
repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam”
(1Tm 5.19-20).

Como parte da honra, deve haver confiança, de modo que não sejam acatadas
acusações infundadas contra eles. Porém, aos que se desviam, que é o sentido do
texto, deve haver repreensão pública para cair temor na congregação.
“E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que
presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam e que os tenhais em grande
estima e amor, por causa da sua obra” (1Te 5.12-13).

Aqui também a tradução “presidir sobre vós” pode dar uma idéia errada de domínio.
Uma tradução melhor seria “que vos lideram no Senhor”. A recomendação é para os
irmãos prestarem atenção naqueles que trabalham e conduzem o rebanho, e para
considerá-los com o maior amor possível, por causa do trabalho que fazem.
“Lembrai-vos dos vossos guias, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos
quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13.7).

A recomendação aqui é para termos em mente a maneira de viver daqueles que nos
lideram no Senhor e para os termos como modelos a serem seguidos e imitados.
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por
vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria
e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hb 13.17).

Nesse texto a palavra “obedecer” significa “deixar-se persuadir”. A recomendação é


para que nos deixemos ser liderados, para termos uma atitude de submissão, não de
resistência, para facilitarmos o trabalho difícil de velar pelas almas dos irmãos.
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes
façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5.14).

Esse versículo mostra a forma como Deus age no meio do seu povo. Muito embora o
poder de cura seja dado a todo discípulo (Mc 16.17-18), a bênção de Deus se derrama
de modo especial para os que reconhecem a autoridade de Deus na vida dos
presbíteros que ele ordena.

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