Resumo REUMATOLOGIA

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1: ARTRITE REUMATOIDE

• Epidemiologia
o Sexo feminino, 35-55 anos

• Origem idiopática
o Há uma predisposição genética.
o De todos os gatilhos ambientais potenciais, o único claramente associado ao desenvolvimento de AR é o
tabagismo.

• Marcadores
o Fator reumatoide (IgM contra IgG)
§ Achado em mais de 85% dos pacientes com a doença estabelecida e em 40 a 50% de pacientes com AR inicial;
§ Não é específico e não estabelece o diagnóstico de AR: tem baixo valor preditivo positivo;
§ Valor prognóstico: doença articular mais grave e progressiva, manifestações extra-articulares, como nódulos ou
vasculite.
o Anti-CCP
§ Em casos iniciais, se erosão e com dúvida diagnóstica, a dosagem do anti-CCP tem valor diagnóstico.

• Manifestações clínicas
o Curso intermitente
o Poliartrite simétrica periférica com rigidez matinal prolongada
§ Artralgia inflamatória, que é pior após longos períodos de repouso, com melhora ao movimento,
edema e espessamento articular, além de rigidez matinal prolongada (mais de 1 hora de duração).

Poliarticular;
Artrite em mãos e punhos – punhos, MCFs e IFPs;
Característica da doença
As mãos são o principal local de acometimento na grande maioria dos pacientes.
articular na artrite
Raro acometer IFDs (interfalangianas distais), diferente de osteoartrite e artrite psoriática;
reumatoide
Artrite cumulativa ou aditiva;
Rigidez matinal >1h.

§ Sinovite crônica (ataque da membrana) resultando em formação de Pannus articular


§ Deformidade articular em mão (desvio ulnar dos dedos, dedo em pescoço de cisne ou abotuadura,
poupa IFD), punho (dorso de camelo, Sd túnel do carpo) e pé
• Deformidades “em pescoço de cisne” (swan neck), com hiperextensão da IFP e flexão da IFD;
• Dedos “em botoeira” (boutonnière) por hiperextensão da MCF e flexão da IFP;
• Polegar “em Z”, pela subluxação da 1ª MCF e IF.
§ Poupa esqueleto axial, mas pode haver subluxação atlanto-axial, comprometimento da
cricoaritenoide e cisto de Baker
o Manifestações extra-articulares:
§ Nódulos reumatoide subcutâneos
• Bursa do olecrano;
• Face extensora proximal do antebraço;
• Tendão de Aquiles;
• Occípito.
§ Vasculite
• Formas de apresentação: manchas castanhas periungueais e úlceras cutâneas em membros inferiores
(mais comuns), polineuropatia, mononeurite múltipla, necrose dérmica, gangrena digital e, mais
raramente, infarto visceral.
§ Manifestações cardíacas
• Arritmias, pericardite, aterosclerose acelerada
§ Manifestações pleuropulmonares
• Derrame pleural
• Nódulos e vasculites pulmonares
• Síndrome de Caplan
§ Acometimento ocular: episclerite
§ Associação com Sjogren
• Diagnóstico: DIAS (maior ou igual a 6)
o Duração > 6 semanas (1 ponto)
o Inflamação: VHS/PCR aumentados (1 ponto)
o Articulações (artrite e artralgia): 1 grande = 0 pontos, 2-10 grandes = 1 ponto, 1-3 pequenas (2 pontos), 4-10
pequenas = 3 pontos, > 10 pequenas = 5 pontos
o Sorologia: FR e anti-CCP (1 ou ambos positivos em baixos títulos = 1 ponto, altos títulos = 2 pontos)

• Exames complementares: VHS e PCR, FR e anti-CCP, hemograma, FAN, hepatite B e C, HIV e VDRL e TSH. Radiografia
simples mãos em AP e antepés

• Tratamento
o Sintomáticos: AINEs, corticoides (prednisona 5 a 20 mg)
o Alteram evolução:
§ ANTIMALÁRICOS: cloroquina e hidroxicloroquina
§ Metotrexato (hepatotóxico, requer suplementação de ácido fólico)
§ Sulfassalazina
§ Drogas biológicas
• Agentes anti-TNF-alfa
• Rituximabe
• Abatacepte
• Tocilizumabe

• Acompanhamento: hemograma, VHS, PCR, transaminases (metotrexato), função renal (ciclosporina)


2: Lúpus eritematoso s.
• O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória, crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e
natureza autoimune, na qual ocorre lesão mediada por autoanticorpos e complexos imunes contra órgãos, tecidos e
células.
o Sexo feminino, 20-40 anos
o Fatores genéticos (imunidade humoral, formação de autoanticorpos antinucleares e de membrana, deficiência
de fatores de complemento, perda de auto-tolerância e produção de autoanticorpos...), hormonais
(estrogênio = mulheres em idade fértil), ambientais (infecções virais/bacterianas, luz ultravioleta, tabagismo)

• Autoanticorpos
o Antinucleares (compõem o FAN): anti-DNA nativo = 2º mais específico, anti-histona, anti-ENA (anti-Sm = mais
específico, anti-RNP, anti-La, anti-Ro)
§ FAN é considerado positivo a partir de 1:80 e tem alto valor preditivo negativo
o Anticitoplasmáticos: anti-P
o Anti-membrana: anti-linfócito, anti-neurônio, anti-plaqueta, anti-hemácia, antifosfolipídeos (anticoagulante
lúpico, anticardiolipina)

• Manifestações clínico-laboratoriais
o Sistêmicas: febre, fadiga, mialgia, inapetência, linfadenopatia, edema
o Cutâneo-mucosas:
§ Fotossensibilidade
• Eritema fotossensível na face de paciente lúpica, que compromete regiões malares e dorso do nariz
(lesão “em asa de borboleta”), mas também fronte e mento, poupando o sulco nasolabial.
§ Erupção malar (agudas)
§ Lesões eritematodescamativas difusas (subagudas)
§ Lúpus discoide
§ Nódulos subcutâneos (crônica);
§ Alopecia
§ Úlceras mucosas
• Erosões no palato e úlcera oral em paciente com LES
o Articulares:
§ Artralgias transitórias e migratórias; predomínio de padrão poliarticular, distal e simétrico.
§ Artrite não erosiva
o Vasculares: vasculite, fenômeno de Raynaud
o Hematológicas: leucopenia, anemia (normo/normo, geralmente), trombocitopenia
o Renais (fator de mau prognóstico)
§ Deposição de imunocomplexos e ativação do complemento > lesões glomerulares. Anti-DNAdh e
redução do complemento
§ Mais comum: glomerulonefrite proliferativa difusa
o Pulmonares: pleurite, derrame pleural, etc
o Cardíacas: pericardite, miocardite, endocardite
o Neuro-psiquiátricas: convulsões, AVC, cefaleia refratária, psicose lúpica, disfunção cognitiva
o Oculares: xeroftalmia, ceratoconjuntivite seca, vasculite retiniana, neurite óptica, esclerite, uveíte anterior

• Gravidade
o Brando: acometimento de pele + articulações + serosas
o Moderado: acometimento hematológico
o Grave: acometimento renal ou neurológico
• Exames complementares
o Fator antinúcleo (FAN)
• Ele é positivo em 99% dos pacientes com LES não tratado.
• A presença de FAN positivo isolado não indica diagnóstico de LES, mas é um bom teste de triagem pela
sua alta sensibilidade.
• O FAN pode ser positivo em uma série de condições autoimunes e não autoimunes.
• Cerca de 20% das mulheres adultas têm FAN positivo.
o Outros anticorpos (sua positividade, em um contexto clínico compatível, indica fortemente o diagnóstico de LES)
§ Anti-DNA de dupla hélice ou dupla cadeia (anti-dsDNA);
§ Anti-SM;
§ Anti-P.
o Hemograma, PCR e VHS, Ur, Cr, EAS, complemento (C3, C4 e CH50), perfil glicêmico e lipídico, rastreio de
doenças infecciosas

• Critérios diagnósticos (4 ou +, 3 = provável)


o Pele/mucosa: rash malar; fotossensibilidade; lúpus discoide; úlceras orais indolores
o Articulações: artrite não erosiva de 2 ou mais articulações
o Serosas: pleurite/derrame pleural OU pericardite/derrame pericárdio
o Hematológico: anemia hemolítica (Rt > 3%) OU leucopenia OU linfopenia OU plaquetopenia
o Renal: proteinúria > 500mg/dia OU EAS com 3 cruzes de proteína ou cilindros celulares
o Neurológico: convulsão ou psicose
o Imunológicos: FAN positivo; anti-DNAdh ou anti-Sm ou anti-fosfolipídeo

• Tratamento
o AINEs p/ manifestações músculo-esqueléticas e de serosites
o Lesões de pele bem localizadas: hidrocortisona ou betametasona tópicas
§ Corticoide sistêmico está indicado em casos de dermatites extensas
§ A pedra angular no tratamento do LES é o corticoide.
o HIDROXICLOROQUINA/CLOROQUINA: todos os pacientes sem contraindicações
§ A toxicidade da ocular é responsável pela maior preocupação significativa no que diz respeito ao tratamento
antimalárico.
§ Lesão precoce geralmente é reversível, mas é, na maioria das vezes, assintomática, por isso a necessidade de
exame oftalmológico regular, incluindo acuidade visual, lâmpada de fenda, teste de campo visual e fundoscopia,
normalmente a cada 6 a 12 meses.
o Serosite: corticoides (prednisona)
o Hematológico e SNC: corticoides em dose imunossupressora
o Nefrite: leve = prednisona, grave = citotóxicos (ciclofosfamida ou micofenolato) + corticoide
§ GNRP: pulsoterapia com metilprednisolona
3: OSTEOARTRITE
• Doença degenerativa das articulações sinoviais, caracterizada:
o Clinicamente por dor e limitação funcional;
o Radiologicamente por presença de osteófitos, redução do espaço articular e esclerose do osso subcondral

• Fatores de risco: idade (> 45 anos), sexo feminino, predisposição genética, obesidade, desalinhamento anatômico da
articulação, doenças metabólicas sistêmicas.
o Osteoporose e tabagismo são fatores protetores

• Fisiopatologia
o Alterações na cartilagem (perda progressiva da cartilagem articular) resultam em alterações do osso
subcondral (esclerose, necrose e osteófitos). Em casos avançados, ocorre sinovite
o Na osteoartrite, a degradação da matriz cartilaginosa é superior à síntese.

• Manifestações clínicas
o Articulações mais acometidas: 1ª metatarsofalangeana; interapofisárias, interfalangeanas distais e proximais,
carpometacarpiana do 1º quirodáctilo, joelhos, quadril
o Dor articular após o início do movimento (DOR DE PADRÃO MECÂNICO), cessando horas após o repouso, em
aperto
o Rigidez articular desencadeada pelo repouso (< 30 min)
§ Instabilidade articular
§ Perda da amplitude do movimento
§ OBS: A rigidez matinal do segmento afetado pode ocorrer, porém na OA, diferentemente do que
ocorre na doença reumatoide e em outras artrites inflamatórias, é de curta duração, sempre inferior
a 30 minutos.
o Fraqueza e atrofia dos músculos periarticulares

• Exame físico
o Aumento de volume da articulação, consistência firme, pontos dolorosos periarticulares
o Movimentação passiva dolorosa, crepitações e limitação de movimento
o SINOVITE: muita dor à movimentação, edema, aumento de temperatura e derrame articular

• Achados radiológicos: osteófitos, redução do espaço articular, esclerose do osso subcondral, cistos subcondrais (grave),
colapso do osso subcondral
o TRÍADE RADIOLÓGICA DA OSTEOARTRITE:
§ 1: Redução do espaço articular;
§ 2: Esclerose do osso subcondral;
§ 3: Presença de osteófitos (proliferação óssea nas margens articulares).
• OBS: Não se espera erosão óssea na OA.

• Exame do líquido sinovial: <2000 leucócitos, predomínio de mononucleares, glicose normal

• Laboratório
o Os exames laboratoriais de rotina habitualmente são normais
o Na OA, o teste para a detecção do fator reumatoide é negativo, porém se deve lembrar que 20% dos
indivíduos idosos saudáveis têm esse teste positivo, o que pode levar à confusão com o diagnóstico de artrite
reumatoide.
• Peculiaridades das articulações acometidas
o Mãos: forma mais comum de AO primária
§ Nódulos de Heberden (IFD) e nódulos de Bouchard (IFP)
§ Forma insidiosa (dor e rigidez nas mãos) ou quadro articular agudo e recorrente + sinais de sinovite
§ Diagnóstico: dor ou rigidez nas mãos mais 3 dos seguintes critérios:
• 1) aumento de volume de pelo menos 2 de 10 articulações (2ª e 3ª IFD, 2ª e 3ª IFP,
carpometacarpianas do polegar);
• 2) aumento de volume de pelo menos duas IFD;
• 3) < 3 articulações metacarpofalangeanas aumentadas;
• 4) deformidade em pelo menos uma das 10 articulações
o Joelho (gonartrose): forma mais relacionada à obesidade
§ Uni ou bilateral, toda a articulação ou apenas 1 segmento
§ Dois quadros: mulheres de meia-idade/idosas com OA primária, relacionada à obesidade x homens de
meia-idade com OA secundária à lesão de menisco
§ Quadro clínico: dor à deambulação, dificuldade em subir escadas, rigidez articular matinal
§ Dx: dor no joelho mais
• 1) osteófitos no RX
• ou 2) rigidez matinal < 30 min + crepitação com movimentação ativa + idade > 40 anos ou
líquido sinovial típico
§ Curso insidioso com longos períodos de estabilidade e episódios de exacerbação
o Quadril (coxartrose)
§ Geralmente é unilateral
§ 20% dos casos é secundário
§ Dor à deambulação, referida na nádega, na virilha, na coxa ou no joelho
§ Dx: dor no quadril mais dois dos critérios:
• 1) VHS < 20,
• 2) osteófitos no RX,
• 3) redução do espaço articular no RX
o Coluna vertebral (espondilose)
§ Degeneração do disco intervertebral + osteoartrite das articulações interapofisárias
§ Predomínio na coluna cervical e lombar
§ RX: redução do espaço discal, osteófitos nas bordas dos corpos vertebrais, sinais de OA nas
articulações apofisárias
§ Quadro clínico: dor que pira com o movimento, mais intensa no começo e no fim do dia
• Apofisária: piora com extensão da coluna
• Discal: piora com flexão da coluna
• Tratamento
o Medidas não-farmacológicas: redução ponderal, exercícios físicos (natação, hidroginástica), frio ou calor local,
repouso programado, joelheiras fenestradas
o Medidas farmacológicas: controle de sintomas
§ Paracetamol 1g VO 6/6h (1ª escolha), AINEs (ibuprofeno 800mg 8/8h), tramadol/codeína se dor
intensa ou refratária
§ Corticoides intra-articulares em casos refratários de dor monoarticular
§ Glucosamina: condroprotetor
o Medidas intervencionistas
§ Remoção de fragmentos de cartilagem por artroscopia
§ Artroplastia total + prótese articular
4: ARTRITE GOTOSA
• Introdução
o Sexo masculino, por volta de 40 anos
o Predisposta por genética, obesidade, etilismo e dieta (carne, frutos do mar)
o Hiperuricemia: aumento da ingestão ou prejuízo na excreção. Outros fatores: tiazídicos,
HAS, síndrome metabólica
o Deposição de urato monossódico no líquido sinovial, interage com neutrófilos e promove
sinovite

• Manifestações clínicas
o Hiperuricemia assintomática (20 anos)
o Artrite gotosa aguda
§ Monoartrite de início súbito, aguda, autolimitada.
§ Causam dor noturna.
§ Há sinais flogísticos.
§ Acometimento de articulações distais (1ª metatarsofalangeana – podagra -,
metatarsofalangeanas, tornozelos, calcanhares, joelhos).
§ Urina: nefrolitíase
o Gota intercrítica: fase assintomática após crise de gota
o Gota tofosa crônica: acúmulo de cristais de urato monossódico + tecido granulomatoso
§ Dor e perda de função

• Diagnóstico - propedêutica básica: ácido úrico sérico (pode ser normal, não exclui diagnóstico),
ácido úrico urinário em 24 horas, hemograma, PCR e VHS, glicemia, perfil lipídico, função renal, TSH
e T4 livre, artrocentese, radiografia
o Artrocentese: 20 a 100000 leucócitos (PMN), Gram e cultura negativos, forte birrefringência
negativa dentro de leucócitos
o Radiografia: infiltração da cartilagem e osso subcondral, erosão em saca-bocado (processo
crônico)
o Dx confirmado: cristais no interior de leucócitos
o Dx provável: hiperuricemia + quadro clínico + boa resposta à colchicina

• Tratamento
o Crise
§ 1ª linha = AINEs
§ 2ª linha = colchicina (muitos efeitos colaterais, diarreia e vômitos).
§ Refratariedade > corticoide
o Manutenção:
§ Colchicina (1-2 semanas antes de hiperuricemiante e mantida por 3-6 meses após
ácido úrico < 6).
§ Mudança de hábitos.
§ Alopurinol,
§ Febuxostat (se refratariedade)
o Correção de hiperuricemia assintomática: se uricemia muito elevada ou excreção de ácido
úrico >1100g em urina 24h
o Tto cirúrgico se complicações de doença tofácea
5: FIBROMIALGIA
• Introdução
o Enfermidade reumática mais frequente
o Mais comum em mulheres entre 30-50 anos

• Manifestações clínicas: síndrome de dor e dolorimento à palpação, generalizada e associada a


rigidez articular (< 15 min pela manhã), fadiga e distúrbios do sono
o Início insidioso, dor ampla e difusa, de intensidade moderada a forte
o Esqueleto axial, cinturas escapular e pélvica
o Parestesias, cefaleia, depressão, ansiedade...
o Alterações do hábito intestinal
o Náuseas, vômitos, dor epigástrica e flatulência
o Ao exame clínico, bom estado geral e presença de trigger points

• Etiopatogenia: sensibilização do SNC ® alodinia, hiperalgesia, dor persistente

• Exames complementares: exclusão de outras causas


o Hemograma, PCR, testes sorológicos, TSH e T4 livre, FAN, FR, complemento, eletroforese de
proteínas, vitamina D, B12...
o Exames de imagem em caso de dor na coluna com dúvida diagnóstica

• Diagnóstico: CLÍNICO!
o Dor difusa, contínua, crônica, que não impede realização de atividades, excluídas outras
causas

• Tratamento
o Analgésicos fixos
o Antidepressivos tricíclicos em dose baixa/ISRS (duloxetina)
o Pregabalina
o Exercício físico
6: ESPONDILOARTRITE
• Introdução
o Espondiloartrites soronegativas = diferentemente da artrite reumatoide, tem fator reumatoide negativo
o O antígeno HLA-B27 é mais frequente
o Inflamação na êntese (local do osso onde se inserem ligamentos e tendões)

Envolvimento inflamatório das articulações axiais, como a coluna vertebral (espondilite) e


as articulações sacroilíacas (sacroileíte);
Características das
Presença de oligoartrite periférica assimétrica (de 2 a 4 articulações acometidas);
espondiloartrites
Entesites (inflamação na inserção óssea de tendões, ligamentos e cápsulas articulares);
Ausência de fator reumatoide.

Espondilite anquilosante
• Homem jovem (< 45 anos), branco
o Costuma ter início insidioso, no fim da adolescência ou começo da vida adulta, e é infrequente apresentar-
se após os 40 anos. A média de idade de início é de 26 anos, com prevalência maior em indivíduos da cor
branca.
o A proporção entre homens e mulheres é de 3:1.
• Entesite crônica, que evolui com calcificação dos ligamentos (pontes ósseas = sindesmófitos)
• Localizada principalmente no esqueleto axial (articulação sacroilíaca)
o Rigidez progressiva da coluna é comum, evoluindo com anquilose após anos de doença
• Padrão ascendente
• Manifestações clínicas
o Em fase inicial, ocorre lombalgia crônica e insidiosa, de caráter inflamatório

1: Não melhorar com o repouso e melhorar com a movimentação (diferente da dor de origem
A dor inflamatória mecânica, que piora com a movimentação e melhora com repouso).
caracteriza-se por: OBS: O paciente costuma acordar de madrugada pela dor e caminhar para que haja melhora.
2: Pela presença de rigidez matinal maior que 30 minutos.

o Perda progressiva de mobilidade da coluna: teste de Schober positivo


§ O envolvimento das articulações costovertebrais e costocondrais pode provocar diminuição da
expansibilidade torácica (<5cm de variação entre a inspiração e a expiração) e dor às manobras
de inspiração profunda ou Valsalva.
§ Com o passar do tempo e a calcificação dos ligamentos e ênteses na coluna em toda a sua
extensão, ocorre perda de mobilidade, e o paciente acaba ficando “anquilosado” com perda da
lordose lombar e cervical e acentuação da cifose torácica, curvando o corpo para frente.
o Em fase avançada, postura do esquiador (perda da lordose lombar; cifose cervical)
§ Para manter o equilíbrio, ele flete os quadris, os joelhos e os cotovelos e adquire a clássica
“posição de esquiador”.
o Manifestações extra-articulares: uveíte anterior, nefropatia por IgA, insuficiência aórtica, fibrose
pulmomar apical bolhosa, lesão ungueal.
• Instrumentos de avaliação clínica
o BASDAI: índice de atividade da doença que melhor acompanha periodicamente a evolução do tratamento
da EA na prática clínica.
o BASFI: empregado na avaliação de incapacidade funcional.
• Exame físico

Distância tragus-parede;
Flexão lombar;
As manobras mais utilizadas Rotação cervical;
no exame físico para pesquisar Flexão lombar lateral;
o envolvimento axial, que Distância intermaleolar;
compõem o índice Teste de Schöber modificado (envolvimento da coluna lombar);
denominado BASMI são: Palpação das sacroilíacas
Teste de Gaenslen, teste de Patrick: todas para envolvimento de
sacroilíacas;
Expansibilidade torácica e palpação das articulações costocondrais
(envolvimento das articulações costocondrais e costovertebrais).

Teste de Gaenslen Teste de Patrick (Fabere)

Teste de Schöber modificado. Fonte: ASAS Handbook, 2009

• Diagnóstico
o Nível 1: < 45 anos, dor lombar crônica (> 3 meses)
o Nível 2: RX de articulação sacroilíaca (sacroileíte) OU HLA-B27 (sensibilidade de 60-70%)
o Nível 3: dor de padrão inflamatório, HF positiva, aumento de PCR, uveíte
• Tratamento
o Fisioterapia e atividade física
o AINEs
o Se refratário: inibidor do TNF-a
Artrite psoriásica
• Artrite na pessoa que tem psoríase (25% dos pcts pode apresentar o quadro articular antes)
• Tendência familiar
• Manifestações clínicas (lesões cutâneas eritemato-descamativas e lesões ungueais puntiformes)
o Poliartrite simétrica (semelhante à AR, mas soronegativa)
o Artrite axial (semelhante à espondilite anquilosante)
o Oligoartrite assimétrica (semelhante à artrite reativa)
o Artrite de interfalangeanas distis
o Artrite mutilante ® dedo em telescópio (falanges se encavalam)
• Tratamento
o AINEs
o Refratário: DARMD
o Refratário: anti TNF-a
3: EXAME FÍSICO
COLUNA CERVICAL
Inspeção
Palpação
Mobilidade ativa
Mobilidade passiva / Testes especiais

COLUNA TORÁCICA
Inspeção
Palpação
Mobilidade ativa
Mobilidade passiva / Testes especiais

COLUNA LOMBAR
Inspeção
Palpação
Mobilidade ativa
Mobilidade passiva / Testes especiais

OMBRO
Inspeção:
Palpação: cinturão escapular, incisura bicipital, axila, m. deltoide, m. bíceps, m. peitoral maior, m. trapézio, m. romboide, m.
serrátil
Mobilidade ativa:
1. Aducao e rotação interna
2. Abducao e rotação externa
3. Abdução completa
4. Abducao e rotação externa
Mobilidade passiva / Testes especiais
1. Teste de jobe (m. supraespinhal)
2. Teste de patê (m. infraespinal)
3. Teste de gelber (m. subescapular)
4. Teste de yergarson: luxação do m. bíceps no sulco bicipital
5. Teste da queda do braço: ruptura do manguito rotador
6. Teste de apreensão: deslocamento do ombro

COTOVELO
Inspeção
Palpação: n. ulnar (olecrano e epicôndilo medial)
Reflexos: bicipital (c5), braquirradial (c6), tricipital (c7)
Mobilidade ativa: flexão, extensão, supinação e pronacao
Mobilidade passiva / Testes especiais
1. Teste de cozen (cotovelo tenista): epicondilite latetal
2. Teste do cotovelo de golfista: epidoncilite medial

MÃO E PUNHO
Inspeção: abaulamento, cistos sinoviais, edema articular
Palpação: dedo em gatilho (nódulo do tendão inflamado preso na bainha), contratura de dupuytren (fibromatose palmar)
Mobilidade ativa
Mobilidade passiva / Testes especiais
1. Teste de filkelstein: adução do polegar
2. Teste de phalen
3. Teste de tinel
QUADRIL
Inspeção: comprimento de cada perna
Palpação: espinha ilíaca anterosuperior, crista ilíaca, ligamento inguinal, espinha ilíaca posterossuperior, tuberosidade isquiática,
trocanter maior do fêmur, m adutor longo, m. sartório, m. femoral
Mobilidade ativa: flexão (iliopsoas e reto abdominal), extensão (m. posteriores da coxa e glúteo maximo), abdução (glúteo
máximo e mínimo), aducao (pctineo, grácil, adutor longo, curto e magno), rotação interna, rotação externa
Mobilidade passiva / Testes especiais
1. Sinal de Lasegue
2. Sinal de Patrick fabere: testa articulação coxofemoral homolateral e sacroiliaca contralateral
3. Sinal de trendelemburg
4. Teste de ober: contratura do m tensor da fascia lata
5. Articulcao sacroilíaca
a. Volkmann
b. Lewin
c. Mennel
d. Patrick: apoia uma das mãos sobre o joelho fletido, a fim de forçar o movimento da articulação o sacrilíaca e
desencadear a dor, quando o teste é positivo.

JOELHO
Inspeção
Palpação: crepitação e irregularidades das superfícies articulares
Mobilidade ativa: flexão, extensão, rotação interna e externa
Mobilidade passiva / Testes especiais
1. Sinal da tecla
2. Teste de apley (compressão e tração)
3. Teste de mcmurray
4. Esforço em valgo: ligamento colateral medial
5. Esforço em varo: ligamento colateral lateral
6. Teste da gaveta: deslocamento anterior e posterior

PÉ E TORNOZELO
Inspeção
Palpação
Mobilidade ativa
Mobilidade passiva / Testes especiais
Artrite enteropática
• Associação com doença inflamatória intestinal – Doença de Crohn (mais associada a
manifestações articulares) e retocolite ulcerativa
• Manifestações clínicas
o Artrite periférica: oligoartrite de grandes articulações, assimétrica, não erosiva.
Atividade se relaciona à atividade intestinal
o Artrite axial: sacroleíte e espondiloartrite (semelhante à espondilite anquilosante).
Atividade independe do quadro intestinal
• Tratamento: messalazina

Artrite séptica
• Urgência reumatológica e ortopédica
• Agentes etiológicos: cocos Gram + (S. aureus e estrepto), considerar N. gonorrhoeae em adulto
sexualmente ativo
• Manifestações clínicas: monoartrite exuberante (derrame, muita dor, eritema, comprometimento
função), principalmente no joelho. Pode haver febre, calafrios e comprometimento do estado
geral
• Propedêutica: hemograma, hemocultura, PCR, artrocentese, radiografia (se suspeita tumor/fratura)
o Análise do líquido sinovial: líquido turvo, purulento, com predomínio de PMN com >50000
leucócitos. Ausência de cristais, presença de microorganismo
• Tratamento
o Gram +: vancomicina ou oxacilina
o Gram – (imunossuprimidos, usuários de drogas): ceftriaxona ou cefepime
o Drenagem articular

Síndrome antifosfolípide
• Trombofilia autoimune
• Diagnóstico: 1 clínico e 1 laboratorial
o Clínicos: 1 ou mais episódios de trombose comprovado por imagem ou histopatologia e sem
evidência de inflamação na parede dos vasos; 1 ou mais mortes intrauterinas de fetos
morfologicamente normais com mais de 10s; 1 ou mais partos prematuros de fetos
morfologicamente normais < 34s, em decorrência de pré-eclâmpsia, eclampsia ou
insuficiência placentária; 3 ou mais abortamentos espontâneos consecutivos com menos de
10 semanas, excluindo-se diagnósticos diferenciais
o Laboratoriais: 1 ou mais anticorpos (2x com intervalo de 12 semanas): anticardiolipina
IgM/IgG, anticoagulante lúpico, anti-beta 2 glicoproteína IgM/IgG
• Tratamento: anticoagulação
o Evento embólico prévio: Marevan
o Profilaxia em gestantes: evento trombótico prévio > heparinização plena (baixo peso
molecular ou não fracionada); perda fetal prévia e anticorpos positivos > AAS em baixas
doses + heparina subcutânea
o Assintomática com anticorpos positivos + LES: AAS em dose baixa + hidroxicloroquina

Osteoporose
• Doença esquelética caracterizada pela diminuição da resistência óssea: diminuição da densidade
mineral óssea (quantidade) e da qualidade do osso
• Aumento do risco de fraturas por fragilidade (após 50 anos): vértebras, costelas, quadril, úmero,
antebraço
• Fatores de risco: sexo feminino, caucasianas e asiáticas, familiar com osteoporose e história de
fratura, hipoestrogenismo, idade, tabagismo, sedentarismo e imobilização, alcoolismo, uso de
bebidas cafeinadas
• Mulheres pós-menopausa e homens > 50 anos
• Osteoporose secundária: glicocorticoide, baixa massa óssea, doenças endocrinológicas,
insuficiência renal, neoplasias, artrite reumatoide
• Diagnóstico
o História clínica: assintomáticos, ocorrência de fraturas, avaliação do risco de queda
o Exames laboratoriais: hemograma, cálcio, fósforo, 25-OH vit D, calciúria de 24 horas,
paratormônio, fosfatase alcalina, função renal, TSH, função hepática, testosterona livre e
FSH ® são normais na osteoporose pós-menopausa
o Densitometria óssea (padrão de referência para Dx e monitorização): estima densidade
óssea. Realizado em colo do fêmur, quadril, vértebras e antebraço
§ Indicação: mulheres ³ 65 anos, homens ³ 70 anos; se fratura por fragilidade,
doença ou uso de medicamentos associados à baixa massa óssea: mulheres na pós-
menopausa e homens a partir de 50 anos
§ T escore: até - 1 = normal, entre - 1 e - 2,5 = osteopenia, ≤ - 2,5 = osteoporose, ≤ 2,5
c/ história fratura por fragilidade = osteoporose severa
• Tratamento
o Garantir aporte de cálcio (1000-1500 mg/dia), manter nível adequado vitamina D, estimular
atividade física, reduzir risco de queda, evitar polifarmácia, cessar tabagismo e etilismo
o Medicamentoso (em pacientes com fraturas prévias ou sem fraturas prévias, mas T-score < -
2,5): bifosfonados (alendronado) em jejum com água

Síndrome de Sjogren
• Síndrome Seca: glândulas exócrinas são tomadas por infiltrado linfocitário
• Mulheres de 30 a 40 anos
• Manifestações clínicas: xerostomia (resulta em cáries, doença periodontal e é fator de risco para
linfoma de parótida e MALT), xeroftalmia (ceroconjuntivite seca), artralgia/poliartrite não erosiva,
mialgia, vasculites cutâneas, gastrite atrófica, neuropatias periféricas sensitivo-motoras (vasculite
dos vasa nervorum), nefrite intersticial linfocitária, pneumopatia intersticial
• Diagnóstico: xerostomia ® cintilografia salivar, xeroftalmia ® teste de Schimer, teste de Rosa-
bengala
• Exames laboratoriais
o Biópsia de lábio inferior/glândulas salivares
o Hemograma, VHS, PCR
o FAN (não costuma positivar anti-DNA e anti-SM)
o Anti-Ro ou Anti-LA
o Eletroforese de proteínas (rastreio de linfoma)
o Função renal e hepática
o Sorologia hepatites e HIV
• Tratamento: sintomáticos (lágrima artificial, saliva artificial/hidratação abundante); se
manifestações sistêmicas corticoide ou imunossupressores

Esclodermia
• Mulher de meia idade
• Ataque imune contínuo e permanente que gera fibrose, atacando sobretudo a pele, o esôfago, os
rins e os pulmões
• Formas clínicas
o Localizada ® acomete a pele: morfeia (cicatriz no tórax) e lesão em golpe de sabre (fibrose
na fronte)
o Sistêmica ® acometimento de órgãos internos (com ou sem acometimento da pele)
§ Cutânea difusa: anticorpo antitopoisomerase
• Acometimento renal (evolui para hipertensão maligna) e alveolite (TC em
vidro fosco)
§ Cutânea limitada (pele distal): anticorpo anti-centrômero
• Síndrome CREST e hipertensão pulmonar
§ Visceral
• Achados característicos
o Esclerodactilia ® evolui para mãos em garra
o Fáscies da esclerodermia: microstomia, afinamento do nariz
o Calcinose
o Telangiectasias
o Fenômeno de Raynaud: palidez, cianose, rubor
• Acometimento visceral
o Esôfago: distúrbios da musculatura ® refluxo, disfagia
§ Síndrome CREST (cutânea limitada): calcinose, Raynaud, esofagopatia,
esclerodactilia, telangiectasia
o Rim: forma cutânea difusa. Hipertensão, oligúria e anemia hemolítica. Pode ocorrer crise
hipertensiva maligna
§ Tratamento: iECA
o Pulmão
§ Alveolite que pode evoluir para fibrose (cutânea difusa) ® tto = imunossupressão
§ Hipertensão pulmonar (cutânea limitada)
• Diagnóstico: clínica + anticorpos + capilaroscopia do leito ungueal
• Tratamento
o Evitar situações que podem induzir vasoconstrição periférica (frio, betabloq, tabagismo)
o Crise renal ® iECA
o Alveolite ® imunossupressão

Polidermatomiosite
• Mulheres (35-50 anos)
o Acima de 50 anos, suspeitar de neoplasia (síndrome paraneoplásica)
• Quadro clínico
o Fraqueza muscular simétrica e proximal, podendo haver disfagia e disfonia
o Doença pulmonar intersticial: anticorpo anti-Jo1
o Pode haver arritmias
o Artrite, Raynaud
• Diferenças
o Histopatológico: dermatomiosite é mediada por imunidade humoral sobre vasos que
irrigam músculo e polimiosite consiste em agressão muscular direta, mediada por
imunidade celular
o Alterações cutâneas – patognomônicas de dermatomiosite
§ Pápulas de Gottron
§ Heliotropo
• Diagnóstico: dosagem de CPK, eletroneuromiografia, biópsia muscular
• Tratamento: fotoproteção, corticoide em dose imunossupressora, associação de DARMs

TEMAS DA PROVA
-artrite reumatoide
-lupus
-osteoartrite
-fibromialgia
-artrites microcristalinas (gota)
-espondiloartrites
Nome do arquivo: Resumo REUMATOLOGIA.docx
Diretório:
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microsoft.Word/Data/Documents
Modelo: Normal.dotm
Título:
Assunto:
Autor: Microsoft Office User
Palavras-chave:
Comentários:
Data de criação: 05/01/2023 00:18:00
Número de alterações: 2
Última gravação: 05/01/2023 00:18:00
Salvo por: Joao Santos
Tempo total de edição: 0 Minutos
Última impressão: 05/01/2023 00:18:00
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Número de palavras: 4.366
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