Apostila - Manutencao de Maquinas de Costura
Apostila - Manutencao de Maquinas de Costura
Apostila - Manutencao de Maquinas de Costura
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máquina que funcionasse. A criação desagradou costureiras e alfaiates da época, que
fizeram motim e quebraram a máquina. Barthelemy ganhou prêmios em feiras e
exposições, porém, morreu como alfaiate e na pobreza. Foi apenas quatro anos mais
tarde que o americano Walter Hunt fez uma máquina de costura que funcionasse,
porém, não fez patente devido ao medo da repercussão negativa junto aos profissionais
da costura. Hunt desistiu de aprimorar o invento que apenas costurava em linha reta,
sem curvas, zigue-zagues, voltas ou rendas.
A Revolução Industrial trouxe diversas mudanças ao cotidiano das pessoas,
especialmente quanto ao tempo de trabalho, medido por relógio ou pelo tempo do
trabalho nas máquinas. Nesta época ainda surgiram novos equipamentos, como o do
americano Elias Howe, que criou e patenteou um sistema de costura de pesponto
duplo. A criação era baseada em quatro pontos principais: agulha com “olho” na ponta,
calcador pelo qual passava a agulha, sistema de bloqueio e direcionamento do tecido e
alimentação do sistema. O sistema possuía algumas limitações e era muito simples.
2.1. Nomeclatura
2.1.1. Bordadeira
A bordadeira computadorizada conta com programas para bordados em alto e
baixo relevo. Conforme o tipo de bordado, são utilizadas cores e linhas variadas. Como
é um equipamento grande, deve permanecer em local fixo.
2.1.2. Portátil
Embora a máquina de costura portátil seja um modelo compacto, ela apresenta
diversas funções, como acabamentos e costura em ziguezague. Sem falar dos
acessórios, como calcadores para zíper invisível e franzido. Além disso, o equipamento
apresenta o braço livre para acabamentos em barras de calça e punhos.
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2.1.3. Caseadeira
A caseadeira industrial é própria para fazer caseados com vários tamanhos e
espessuras, o que facilita o trabalho da costureira.
2.1.4. Fechadeira
A fechadeira é uma máquina de costura própria para fechar cós e laterais de
roupas, inclusive, em jeans, o que descarta a necessidade da máquina overloque.
2.1.5. Galoneira
A galoneira utiliza entre uma e três agulhas, além de duas linhas e um fio. Sua
função é realizar acabamentos em tecidos de malha e lingeries. O equipamento não
apenas coloca viés como também rebate elásticos.
2.1.6. Interloque
Usada na confecção de camisas e malhas, a interloque possui três agulhas, que
fazem costuras retas, inclusive em tecidos elásticos. Seu tamanho é compacto, o que
facilita o transporte de um local a outro.
2.1.7. Overloque
2.1.8. Pespontadeira
A pespontadeira conta com duas a três agulhas para pesponto em jeans e
tecidos pesados. Normalmente, ela é utilizada para otimizar os processos na linha de
produção de jeans. O equipamento também é utilizado para pesponto em bancos de
carros na indústria automobilística.
2.1.9. Reta
Própria para confecção de grande volume de peças, a máquina de costura reta
industrial apresenta tamanho grande e, por isso, deve se manter em local fixo. O
equipamento é projetado para trabalhar em materiais pesados, como jeans, lona e
couro. Ele conta com acessórios, como calcadores e colocadores de elástico, mas
costura apenas em ponto reto.
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2.1.10. Travete
A travete é uma máquina de costura robusta, perfeita para fazer travas em bolsos
de calças jeans e passantes de cinto, onde há maior tensão. O equipamento também
tem a função de aplicar zíperes com grande eficiência.
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Volante: Abaixa e levanta a agulha, quando a máquina estiver parada, é responsável
por movimentar todo o mecanismo da máquina.
Porta fios: Suporte para colocar os tubos ou cones de linha.
Interruptor: É a Peça que liga e desliga o motor da máquina.
centímetro.
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3.3. Encontre os centímetros
Os centímetros são a próxima subunidade indo
da menor para a maior até chegar nos metros. Eles
são representados por marcas grandes e
numeradas na fileira métrica. Você também verá
uma linha ou pouco mais comprida no meio do
caminho entre um centímetro e outro. Ela indica
Fig. 6
meio centímetro, que é composto por cinco
milímetros. Ela é mais comprida que as linhas de milímetros, mas mais curta que as dos
centímetros e não costuma ser numerada.
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Use a conversão se o que você mediu tem
menos de um centímetro. Cada metro contém
1000 milímetros. Sendo assim, divida o número
em milímetros por 1000 para encontrar a medida
em metros.
Por exemplo, se você mediu cinco
Fig. 8
milímetros, divida 5 por 1000 e chegue a 0,005
metro.
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4.2 Máquina Ponto Fixo Eletrônica
o Reta - BROTHER
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5. TRANSMISSÃO E TRANSFORMAÇÃO DE MOVIMENTOS
Os tipos de transporte são basicamente seis:
Transporte Simples ou Comum;
Transporte Duplo;
Transporte Triplo;
Transporte Inferior Comum e Superior Variável;
Transporte Inferior Diferencial e Superior Variável;
Transporte inferior com Diferencial.
Transporte Triplo: Neste tipo de transporte existe uma sincronização da serrilha com a
agulha e os calcadores, no início do transporte o calcador de arraste abaixa-se e o
calcador que segura o material sobe, o calcador de arraste desloca o material
juntamente como a serrilha e a agulha, no final do transporte, o calcador de arraste
levanta-se e o que segura o material abaixa-se, o calcador de arraste volta a sua posição
de partida.
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Transporte inferior com Diferencial: Neste tipo de transporte a máquina possui duas
serrilhas que trabalham em conjunto ou separadas uma da outra, e a barra da agulha
só realiza movimentos na vertical.
Ex: Para dar franzimento extra da camada inferior, ou para esticamento de
alguns materiais.
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Costura de perímetro – em que a medida que ocorre o processo de costura o
tecido vai girando à volta do perímetro da base da máquina.
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Classe 100 – ponto corrente simples
Classe 200 – ponto feito à mão, originalmente.
Classe 300 – ponto fixo
Classe 400 – ponto corrente de duas ou mais linhas
Classe 500 – ponto corrente de acabamento de bordas
Classe 600 – ponto corrente de cobertura
Classe 700 - ponto fixo de uma linha
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6.2 Classe 100 – Ponto corrente simples
Esse ponto é formado a partir de uma ou mais linhas de agulha, introduzida a partir
de apenas um dos lados do material. É geralmente utilizado para costurar
temporariamente (alinhavos - 101) ou para ponto invisível (103)
Ponto 101
Este ponto é formado por uma linha conduzida pela agulha,
que entra no seu próprio laço formando uma corrente e pode
se desfazer facilmente a partir do último ponto.
Fig. 10
Ponto 103
Fig. 11 E feito pela máquina de bainha invisível. Este ponto é
formado por uma linha conduzida pela agulha, que entra
no seu próprio laço formando uma corrente e pode se
desfazer facilmente a partir do último ponto.
Ponto 201
Fig. 12
Ponto formado por duas linhas 1 e 2 que devem ser passadas
através do material pela mesma perfuração, seguindo direções
opostas, sem se entrelaçarem.
Ponto 202
Fig. 13
É formado por uma linha que atravessa o tecido e cujo
processo de formação é o seguinte:
A linha entra no tecido e sai dois pontos à frente;
Atrasa um ponto.
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Ponto 204
Fig. 14
É formado por uma linha, conforme o esquema da figura.
Um exemplo, é o ponto X, muito utilizado para fazer
bainhas.
Ponto 209
É um tipo de alinhavo. (Pontos Largos)
Fig. 15
Ponto 301
É formada por duas linhas, uma da agulha (a) e outra da bobina
Fig. 16
(b). O laço da linha (a) passa através do tecido e é entrelaçado
pela linha (b). A linha (b) é depois puxada para cima para fixar
a costura.
Ponto 304
Fig. 17 Este ponto é igual ao 301, com exceção de que os sucessivos
pontos simples formam um desenho simétrico em zigue-
zague.
Ponto formado por três linhas: duas linhas das agulhas (1) e
(2) e uma linha do looper (a). As laçadas das linhas (1) e (2)
devem ser passadas através do material, vindas pelo lado
da agulha, e entrelaçadas com a linha do looper (a) na parte
Fig. 18 de baixo.
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Classe 400 – Ponto corrente de duas ou mais linhas
Ponto formado por três linhas: duas linhas das agulhas (1) e (2)
e uma linha do looper (a). As laçadas das linhas (1) e (2) devem
ser passadas através do material, vindas pelo lado da agulha,
e entrelaçadas com a linha do looper (a) na parte de baixo.
Fig. 19 Estes pontos diferenciam-se dos da classe 100 porque são
formados por duas ou mais linhas. Essa classe abrange os pontos feitos por máquinas
de costura com loopers tais como a galoneira, fechadeira de braço ( engrazadeira ),
pespontadeira de base plana, essa com a mesma aparência de uma máquina reta usa
para fazer viés de ombro a ombro em camisetas, pespontadeira de ponto corrente
(P.T.F), muito empregada na área de jeans.
Devido à sua geometria, o ponto de cadeia tipo 401 é mais resistente do que o ponto
fixo do mesmo tipo, existindo ainda menor possibilidade de causar costuras franzidas.
É possível utilizar tensões mais baixas aumentando a elasticidade das costuras, sendo
a produtividade mais elevada em relação ao ponto fixo devido ao fato de as linhas serem
alimentadas diretamente de cones de grandes dimensões sem necessidade de parar
frequentemente para a troca de bobina.
Ponto 401
Ponto usado para unir duas ou mais peças de materiais,
Fig. 20 sempre que forem necessárias características de elasticidade
e resistência. Deve ser usado em operações similares ao do
ponto 301, onde maior elasticidade é requerida, e em
costuras longas onde se procura evitar a troca de bobina.
Ponto 406
O ponto 406 é feito pela máquina galoneira com duas linhas
nas agulhas e uma no looper e é muito utilizado em bainhas
de camisetas de malha.
Fig. 21
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Ponto 407
O ponto 407 é feito pela máquina galoneira com três linhas
nas agulhas e uma no looper. Esses pontos são largamente
empregados em malharia já que são mais elásticos do que
o ponto fixo.
Fig. 22 Em contrapartida, eles são mais salientes na parte debaixo,
o que pode causar maior desgaste com o uso da peça.
Ponto 502
É formado por duas linhas uma linha da agulha (1) e uma
linha do looper (a).
Fig. 23
Ponto 504
Fig. 24 O ponto 504 é o mais conhecido, a máquina de overloque
é um exemplo de máquina que executa esse ponto. É
formado por três linhas: uma linha da agulha (1), uma do
looper inferior (b) e outra do looper superior (a). As linhas
dos loopers entrelaçam-se no meio da espessura do
material.
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Ponto 516
Ponto 602
Fig. 26
Este tipo de ponto é formado por quatro linhas: duas linhas
das agulhas (1) e (2), uma linha do looper inferior (a) e
uma linha de cobertura (Z) (trançador).
Ponto 605
O ponto 605 é formado por cinco linhas (três linhas das
agulhas, uma do looper inferior e a quinta do looper
superior). Ambos os pontos são muito usados para recobrir
costuras em peças de malharia, principalmente as de
Fig. 27
moda praia e lingeries. A galoneira é um exemplo de
máquina que executa esses tipos de pontos.
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7. LINHAS E FIOS
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Fig. 29 - Nomenclatura de elementos. Fonte: SENAI – FIEMG.
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Fig. 30 - Enchedor de bobina. Fonte: SENAI – FIEMG.
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Fig. 31 - Colocação de linha na máquina pespontadeira. Fonte: SENAI – FIEMG.
8. AGULHAS
As condições de trabalho impostas à agulha fazem com que sua qualidade seja
fator importantíssimo no desempenho de uma máquina de costura. As diferentes
resistências oferecidas pelos diversos materiais empregados na indústria, bem como as
altas velocidades das máquinas, exigem das agulhas algumas características
essenciais, entre as quais destacam-se:
Ter alta precisão.
Ter elevada resistência ao calor provocado pelo atrito com o material costurado e
com a linha.
Ser perfeitamente cromada e polida, para evitar a quebra de linha e danos ao
material costurado.
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Fig. 32 - Partes da agulha. Fonte: SENAI – FIEMG.
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A linha utilizada na costura deve ser compatível com a grossura da agulha utilizada:
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Fig. 35 - Especificação de agulha. Fonte: SENAI – FIEMG.
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Fig.36 - Especificação de agulha. Fonte: SENAI – FIEMG.
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9. LANÇADEIRAS E LOOPER X REGULAGEM DAS MÁQUINAS
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ii. Folgar o parafuso do suporte do looper, de forma que ele fique firme no eixo.
iii. Folgar o parafuso da manivela da biela da barra da agulha (B.A.).
iv. Colocar a máquina em ponto morto inferior (P.M.I.), orientando-se pela biela da
barra da agulha (B.A.).
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ii. Colocar o eixo do looper em ponto morto superior (P.M.S.), orientando-se pelo
passa fios.
iii. Folgar o parafuso da biela do suporte do looper.
MÁQUINA INTERLOQUE:
Observação:
A agulha da direita, trabalha com o looper inferior e o looper superior, a agulha
da esquerda trabalha com o looper de segurança (reforço), a regulagem do looper
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inferior, looper superior, centralização das serrilhas, regulagem das facas, utiliza-se o
mesmo processo da máquina overloque.
Para regular a barra da agulha, girar o volante colocar a biela da barra da agulha
em ponto morto superior (P.M.S.), folgar o parafuso da manivela da biela da barra da
agulha e medir de 9,5 a 10 MM entre a ponta da agulha direita e a chapa da agulha.
Apertar o parafuso da manivela da biela da barra da agulha.
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OVELORQUE SEMI- INDUSTRIAL:
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f) Regulagem da distância da ponta do looper até a agulha:
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iv. Movimentar todo o conjunto dos loopers, para regular a distância de 0,05 MM da
ponta do looper para a cava da agulha.
v. Apertar os dois parafusos das buchas e o parafuso interno do pino.
h) Regulagem da altura da barra da agulha:
MÁQUINA GALONEIRA:
i) Regulagem do looper:
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Fig. 49 - Ilustração. Fonte: Kansai.
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Figura 26. Ilustração. Fonte: Kansai.
i. Girar o volante até que a ponta do looper chegue na cava da agulha esquerda,
colocar a ponta do looper 1MM acima do furo da agulha.
ii. Girar novamente o volante para que a ponta do looper chegue na cava da agulha
da direita, conferir 0,05 MM da ponta do looper para a cava da agulha é o mesmo
com a agulha da esquerda.
Se necessário girar a bitola da barra das agulhas, para adquirir 0,05 MM nas três
agulhas e então apertar em definitivo o parafuso da braçadeira da barra das agulhas.
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Fig. 52 - Ilustração. Fonte: Kansai.
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Fig. 54 - Ilustração. Fonte: Kansai.
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ix. Quando o trançador estiver em seu ponto morto à direita a ponta da unha do
trançador deverá ficar no meio da abertura do passa fio.
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Fig. 59 - Ilustração. Fonte: Ivomaq.
q) Regulagem da Lançadeira:
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Fig. 61 - Ilustração. Fonte: Ivomaq.
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Fig. 63 - Ilustração. Fonte: Ivomaq.
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Lubrificação Manual ou por Gravidade;
Lubrificação Semiautomática ou por Respingo;
Lubrificação por Capilares;
Lubrificação Automática ou Forçada.
Lubrificação Manual ou por Gravidade: Esse tipo de lubrificação é feito com almotolia,
através dos orifícios existentes nas máquinas que tem como finalidade levar o óleo às
buchas, eixos, mancais e todas as partes móveis da máquina a fim de manter os
elementos móveis adequadamente lubrificados
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através de tubos condutores, esse tipo de lubrificação é usado em overloques e
galoneiras.
Bomba de Hélice: Essa bomba distribui o óleo para os pontos de lubrificação através
de um rotor de palhetas que é ligado a tubos condutores de óleo, quando o rotor gira
ele injeta o óleo nos tubos que o conduz aos elementos móveis da máquina, nessa
hélice, funciona um sistema de retorno responsável por retornar o excesso de óleo para
o cárter, é usado em máquinas retas.
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Chaves de fenda com 90mm de cabo, 100mm de haste e 5/16” de largura;
Chaves de fenda com 110mm de cabo, 160mm de haste e 3/16” de largura;
Chaves de fenda com 130mm de cabo, 250mm de haste e 3/8” de largura;
Chaves de fenda com 85mm de cabo, 50mm de haste e ¼” ou 3/16” de largura;
Folhas de lixa de ferro (finas) e lixas d’água;
Machos para fazer roscas.
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13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BROTHER INDUSTRES LTD. High Speed Overlock Sewing Machine/ High Speed
Safety Stitch Sewing Machine. Nagoya: BROTHER INDUSTRES LTD, 1999. 33p.
BROTHER INDUSTRES LTD. Single Needle Straight Lock Stitcher. Nagoya: BROTHER
INDUSTRES LTD, 1997. 29p.
LANMAX. Catálogo geral de Máquinas: máquinas para confecção. São Paulo: LANMAX,
[s.d.]. 36p.
LANMAX. Catálogo Máquinas para Couro. São Paulo: LANMAX, [s.d.]. 11p.
SINGER. Illustrated parts for SINGER: Machine 831U/ 1832U/ 1842U. Taiwan: The
Singer Company, 1993. 42p.
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