Etapas para Tomar Cruz

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação: Ana Paula Costa.


Edição Março/2008.
Transcrição: Else Albuquerque.
Copidesque: Jussara Fonseca.
Revisão: Adriana Santos.
Capa e Diagramação: Luciano Buchacra.

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Introdução

O
Senhor Jesus disse que “não só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que procede da boca
de Deus” (Mateus 4.4). Jesus estava dizendo que
o alimento natural não é capaz de suprir a fome que nosso
espírito tem de Deus. A Palavra de Deus é viva e eficaz. Ela
supre todas as necessidades do nosso coração, alimenta o
nosso espírito e é saúde para o nosso corpo. E é por inter-
médio dela que vamos crescer no conhecimento de Deus e
da sua vontade para nós.
Jesus, certa vez, falou para grandes multidões que o ver-
dadeiro discípulo é aquele para o qual Ele, Cristo, é tudo na
vida.
“Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se,

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lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e
mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria
vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a
sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.” (Lucas
14.25-27).
Por várias vezes, nos Evangelhos, encontramos o Senhor
Jesus falando sobre “tomar a cruz”: “[...] Se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem
perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará
o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou
que dará o homem em troca da sua alma? [...] Porque qualquer
que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se
envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e
na do Pai e dos santos anjos.” (Mateus 16.24-26; Lucas 9.26).
Por mais bens que o homem acumule nesta vida, por mais
tempo de vida que ele tenha, por mais amigos que conquis-
te, por mais vitórias que consiga, tudo isso perde o valor se
comparado com a eternidade. Aqui, tudo deixaremos, a úni-
ca “coisa” que podemos levar deste mundo é a nossa Salva-
ção, ela é o nosso passaporte para a eternidade ao lado de
Deus. Jesus veio ao mundo para fazer diferença, para mudar
nossa vida, para nos salvar. Quem aceita Jesus como seu Se-
nhor e Salvador não pode mais concordar com as coisas do
mundo, contrárias às de Deus, ainda que as ofertas venham

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de pessoas queridas. Jesus veio fazer divisão entre o reino
das trevas e o reino da luz. Ele disse:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz,
mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai;
entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os ini-
migos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu
pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem
ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de
mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno
de mim.” (Mateus 10.34-38). Note que, por três vezes, Jesus
usa a expressão: “Não é digno de mim.”
Algumas pessoas acham que, quando aceitam Jesus
como Senhor e Salvador, estão fazendo um grande favor a
Ele. Isso é um grande engano. Aceitar Jesus é um privilégio
nosso, que nos é dado pelo sacrifício de Jesus. Ele é o doa-
dor da vida eterna, e não nós. Ele é digno. E Ele possui essa
dignidade desde antes da fundação do mundo. Não foi algo
comprado no shopping ou pela internet. Nossa Salvação foi
paga pelo sangue de Jesus. Como alguém pode desprezar
isso? Não estamos fazendo nenhum favor a Jesus, mas rece-
bendo dele uma inefável graça.
Ore ao Senhor, agora: Pai, esta mensagem fala da sua
Palavra. Peço-lhe para vivificá-la em meu coração, manifes-
tando o seu querer, o seu propósito e a sua vida para que,
mediante a sua Palavra, sejamos transformados de glória em

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glória à imagem do seu Filho, Jesus. Senhor, toca o meu co-
ração, que haja transformação, Salvação e vida abundante
em mim. Que haja consolo e edificação. Exorta-me, Senhor,
e que mediante a sua Palavra, o seu nome seja honrado pela
minha vida. Em nome de Jesus. Amém.

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PARTE I
O verdadeiro
sentido da cruz

O
Senhor Jesus morreu, não porque os homens o
levaram à morte, mas porque Ele se entregou. Ele
doou a sua vida. A Palavra diz, de maneira bastan-
te clara, que o propósito final do Senhor é transformar-nos à
sua própria imagem. O sonho, o ideal, o propósito de Deus
é que a nossa vida realmente reflita a vida do Senhor Jesus
aqui na Terra. Seguir o Senhor é ter a vida de Jesus em nos-
sa própria vida. Passar pelas sensações e emoções que Ele
passou. Passar pelas perseguições, pelas prisões e, acima de

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tudo, pela cruz que Ele enfrentou. O livre arbítrio é a única
coisa que realmente podemos dizer que é nossa. Jesus sem-
pre foi enfático ao dizer: “Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16.24).
O Brasil ainda é um país católico, e não, evangélico,
como almejamos. Quando a mensagem do Evangelho co-
meçou a ser anunciada, aqui, houve uma grande rejeição a
tudo aquilo que vinha da igreja romana. É muito comum,
em países de formação católica, ver cruz nos templos. Exis-
tem pessoas que andam com uma “cruzinha” pendurada no
pescoço e coisas semelhantes. Na nossa cultura evangélica,
no entanto, não temos o costume de usar a cruz.
A mensagem da cruz é a mensagem do Evangelho. O
centro do Evangelho está na cruz. Quando participamos da
ceia, estamos anunciamos a morte de Jesus até que Ele vol-
te. O Evangelho que pregamos, o Evangelho da cruz, é lou-
cura para os que se perdem, mas para nós, a mensagem da
cruz enche a nossa vida, porque a cruz nos fala de redenção.
A palavra redenção significa adquirir de novo, pagar uma dí-
vida, resgatar, livrar do cativeiro, e foi exatamente isso que o
Senhor Jesus fez por nós. Uma das últimas frases que Jesus
proferiu, antes de render o espírito, foi: “Está consumado”.
Está consumado significa que está pago, está redimido, a
obra está completa.
Em Gálatas, capítulo 4, os versículos 4 e 5 nos dizem que

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o Senhor veio nos resgatar da escravidão da lei: “vindo, po-
rém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”
O propósito de Deus sempre foi o de ter uma família.
Jesus, quando nos ensinou a orar, introduziu o conceito de
família na oração ao nos ensinar a conhecer Deus como Pai.
Quando oramos “Pai nosso que estás no céu”, estamos colo-
cando em prática o privilégio da intimidade de família, da
intimidade de filhos.
O Senhor nos resgatou da maldição, nos livrou da es-
cravidão da lei e, ali na cruz, nos redimiu para que recebês-
semos a adoção de filhos. Alguns carregam o forte entendi-
mento de que são apenas servos. Realmente somos servos,
mas, em primeiro lugar, somos filhos. A nossa autoridade
vem da nossa identidade de filhos de Deus. Enquanto não
absorvermos em nosso coração a realidade de que somos
filhos de Deus, não seremos como filhos. E, enquanto não vi-
vermos a graça como filhos de Deus, o nosso coração nunca
viverá a verdadeira liberdade.
Tenho conversado com muitas pessoas. Tenho conheci-
do mais intimamente algumas delas e orado com elas. Te-
nho percebido, também, que em todas as igrejas legalistas,
cheias de regrinhas e preceitos humanos, onde as pessoas
se vêem apenas servas, elas não desfrutam a verdadeira li-

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berdade de viverem como filhos de Deus. O filho corre para
os braços do pai, assenta-se no colo do pai, tem liberdade
dentro de casa, senta-se na cama do pai e abre a geladeira.
Mas o servo não tem essa “liberdade”. A parábola do filho
pródigo (Lucas 15.11-32), expressa esse conceito de maneira
bastante profunda e nos leva a entender com mais facilida-
de esse pensamento.
Aquele moço saiu de casa e foi para uma terra distan-
te. Lá, ele viveu de maneira dissoluta, mas quando caiu em
si, arrependeu-se e tomou a atitude de voltar. O pai foi se
encontrar com ele ainda no caminho. O moço já estava pre-
parado para dizer ao pai o que estava sendo repetido em
sua mente: “[...] Pai, pequei contra o céu e pequei diante de ti,
já não sou digno de ser chamado teu filho [...]” (lembre-se do
que Jesus alertou: “Não é digno de mim”). Mas aquele moço
dizia a si mesmo: Eu não sou digno de ser seu filho. Eu sou
digno de ser seu servo, de ser um empregado da casa. Mas,
quando o pai o encontrou, abraçou-o, beijou-o, trocou-lhe a
veste, colocou-lhe sandálias em seus pés, tirou o seu próprio
anel e colocou-o no dedo do seu filho. E o filho dizia: “Meu
pai, eu voltei, mas não sou digno de ser chamado de seu fi-
lho, trata-me como um de seus trabalhadores.” O pai já tinha
muitos trabalhadores, ele não queria mais um, o pai queria
o seu filho de volta. Enquanto o rapaz se lamentava, o pai se
alegrava, o abraçava e dizia: “Meu filho, você estava morto

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e reviveu, você estava perdido e foi achado.” O pai deu uma
festa! Mandou que seus servos preparassem tudo o que ha-
via de melhor, com muita música e alegria.
Entretanto, aquele moço tinha um irmão que estava no
campo e, quando ele voltou, não ficou tão alegre quanto o
pai. Ele viu a casa toda iluminada, ouviu o som da música
e percebeu que havia muita alegria, Então, ele pensou: “En-
graçado, não é meu aniversário, porque meu pai está dando
uma festa?” Quando o moço chegou, veio um servo e lhe
disse que o irmão havia voltado e que, por isso, o pai estava
dando uma festa para ele. Ouvindo isto, ele ficou emburra-
do e muito irado Com ciúmes, ele não entrou na casa para
abraçar o irmão e se alegrar com ele e com o pai. A inveja
havia envenenado o seu coração, mas o pai, amoroso, saiu
ao encontro dele, procurando conciliá-lo. Ao ver o pai, aque-
le moço começou a reclamar dizendo-lhe:
“[...] Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir
uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para ale-
grar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que
desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar
para ele o novilho cevado.” (Lucas 15.29-30).
Mas o pai lhe disse:
“[...] Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu
é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos
alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu,

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estava perdido e foi achado. Meu filho, teu irmão voltou e tudo
o que eu tenho é teu.” (Lucas 15.31-32).
O irmão do filho pródigo não havia saído de casa, en-
tretanto, ele não desfrutava da condição de filho. Ele não se
alegrava com o pai, não tinha comunhão com ele. Ele não
havia desenvolvido um relacionamento de amor, de amiza-
de e confiança com o pai. Não havia alegria no coração dele,
embora vivesse ao seu lado e tivesse toda a riqueza do pai à
sua disposição. E, quando viu a felicidade do pai, o ambiente
de alegria que pela volta do irmão, ele murmurou com in-
veja: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma
ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-
me com os meus amigos.”
O pai, então, disse ao filho enciumado que tudo que lhe
pertencia também era dele: “Meu filho, você poderia pegar
qualquer um, poderia pegar não só um cabritinho, mas todo
o rebanho, pois tudo o que eu tenho é seu.”
Muitos cristãos vivem exatamente como o irmão do fi-
lho pródigo. São filhos de Deus, mas não vivem a plenitude
dessa realidade, não tomam posse das bênçãos que o Pai
tem para eles. E esta é uma das armas de Satanás para nos
destruir: questionar o amor de Deus por nós. O diabo faz de
tudo para nos fazer pensar que Deus tem filhos prediletos,
que Ele não nos ama tanto quanto ama outros filhos.
Você precisa deixar em seu espírito uma fortíssima e ir-

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removível marca com os seguintes dizeres: “Eu sou filho de
Deus, e Ele me ama incondicionalmente.” Jesus nos resgatou
e isso está escrito, garantido em sua Palavra: ”[...] Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os
que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos.” (Gálatas 4.5).
Como filhos de Deus, não podemos ser ciumentos e in-
vejosos. Como filhos de Deus, temos de ser sábios, amoro-
sos, perdoadores e sinceros. Não podemos agir de acordo
com a nossa sabedoria, mas temos de viver pautados pela
sabedoria que vem do alto, do Pai.
“Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas
ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar
água doce. Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em
mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas
obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amar-
gurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem min-
tais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do
alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja
e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas
ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura;
depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e
de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se
semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.” (Tiago
3.12-18).

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Se toda vez que um filho de Deus se sentisse injustiçado
e humilhado, ele olhasse para a cruz de Cristo, certamente
todo esse sentimento de autocomiseração acabaria imedia-
tamente. Ninguém sofreu mais que Jesus. E Ele fez isso por
amor.
A obra da cruz é totalmente redentora, não há mais por-
que ficarmos sofrendo com sentimentos da velha natureza.
Não podemos deixar que nossos sentimentos entristeçam o
coração de Deus. Assim como na parábola do filho pródigo,
Deus tem tudo de que precisamos e, ainda mais, com fartu-
ra. Além disso, Ele nos ensina a não ficarmos ansiosos, mas,
antes, apresentar-lhe todas as nossas necessidades:
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,
sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela ora-
ção e pela súplica, com ações de graças.” (Filipenses 4.6).
Cada pessoa tem o próprio jeito para orar. Eu, por exem-
plo, não consigo orar sem dizer: “Meu Deus e meu Pai.” Ou-
tros, ao levantarem na madrugada para orar, não conse-
guem fazê-lo antes de trocarem de roupa. Outros antes de
iniciarem a oração, ficam em silêncio profundo por um bom
tempo. Conheço outros que não conseguem orar se não es-
tiverem caminhando de um lado para outro como que mar-
chando. Mas todos sempre reconhecem, no início de suas
orações, que Deus é Pai.
As Escrituras afirmam que, ali na cruz, o Senhor nos re-

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dimiu do poder do pecado, o Senhor nos redimiu das vãs
tradições dos homens e de tantas coisas que não têm nada
a ver com a nossa fé.
O Senhor disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mes-
mo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-me”. Isso tem
de ser a cada dia, porque no dia em que você não tomar
a sua cruz, sua vida se tornará um caos. Carregar a cruz é
uma escolha, é uma atitude, é algo que faz parte da nossa
própria vida. Tomar a cruz é nossa responsabilidade diária, e
não apenas quando eu quero.
Você pode estar se perguntando, agora, como posso
saber se estou realmente tomando a minha cruz? Tomar a
nossa cruz não é uma questão de “carma”, como alguns acre-
ditam, ou de se conformar com o sofrimento. Devemos dei-
xar que a nossa vontade, ao encontrar a vontade de Deus,
se renda totalmente a ela e continue subindo em direção ao
Pai. Basicamente, a cruz significa que quando a nossa vonta-
de, que é horizontal, se cruza com a de Deus, que é vertical,
optamos pela vontade de Deus. Isso é tomar a cruz.
A cruz é símbolo de morte. A cruz é símbolo de iden-
tificação. A cruz é a proclamação de tudo o que o Senhor
tem para nós, porque ela revela o sacrifício que Jesus fez na
cruz.
Você acredita que uma pessoa pode se autocrucificar?
Se achar que sim, então pense comigo: Ela pode pregar

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os cravos nos seus próprios pés? Sim, pode. Ela pode pregar
o cravo em uma das mãos? Sim, ela até que consegue, mas
na outra, como ela faria? Então, sabe quem vai pregar o cra-
vo na outra mão? Será o seu marido, ou a sua esposa, ou a
sua sogra, ou aquele vizinho inoportuno, ou o seu chefe, ou
o seu empregado... Enfim, sempre haverá alguém para dei-
xar você na cruz. É por isso que você nunca deve amaldiçoar
o outro, porque a única posição que o Senhor tem nos dado
é a de abençoar sempre. A Palavra de Deus diz: “abençoai os
que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.” (Romanos
12.14).
Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, tome a sua cruz
[...]” (Mateus 16.24). Tomar a cruz, não é carregar a cruz no
sentido de levá-la, mas de estar na cruz, de estar pregado
nela, rendendo a própria vontade à vontade de Deus. As
pessoas não verão uma cruz de madeira. Elas verão o princí-
pio da cruz na sua vida.

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PARTE II
10 realidades da
cruz na vida do
cristão

1 – Sempre para frente – A primeira realidade daquele


que está na cruz é que ele só pode olhar para frente, ele não
consegue olhar para trás. Uma pessoa que não está na cruz
desiste facilmente, entretanto, se ela estiver na cruz, não há
possibilidade de recuar.
Vejamos o que Jesus mencionou no livro de Lucas, ca-
pítulo 9, versículo 62: “[...] Ninguém que, tendo posto a mão

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no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”. Isso
quer dizer que quando você está na cruz você não pode
olhar para trás. Quantas vezes, você está caminhando com
Deus, e o inimigo lhe sussurra aos ouvidos: “Olhe o que
você está perdendo, olha para a sua vida, ficou tudo para
trás, você não pode fazer mais nada!” Que mentira! Nunca
abandone o caminho do Pai para andar a esmo como um
peregrino.
Lembra-se da mulher de Ló? Ela desobedeceu ao Se-
nhor, olhou para trás e virou uma estátua de sal. Na cruz não
há como olhar para trás. Aquele que está na cruz só pode
olhar para frente. Como diz o autor do livro de Hebreus: “[...]
olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra
do trono de Deus.” (Hebreus 12.2).
Se você está na cruz, olhe firmemente para o Autor e
Consumador da fé: Jesus.
Não são poucas as pessoas que se perdem porque pas-
sam a olhar para muitas outras coisas, outras vozes que não
a do nosso Salvador. Quando estamos na cruz, o nosso co-
ração sabe identificar a voz do Bom Pastor. O nosso coração
arde pela presença do Senhor. Quando olhamos firmemen-
te para o Senhor, esse olhar nos impulsiona a viver inteira-
mente para Ele.

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2 – De cima para baixo – A segunda realidade daquele
que está na cruz, é que ele olha de cima para baixo. Ele não
consegue olhar de baixo para cima. Aos lermos Efésios, capí-
tulo 1, versículo 3, vamos entender o que significa olhar de
cima para baixo. Está escrito: “Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, [...]”, ou
seja, o Senhor já tem nos abençoado com toda a sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais.
Quando oramos, tomamos aquilo que o Senhor já nos
deu nas regiões celestiais e trazemos para o presente. Tudo
de que o nosso coração necessita, tudo de que a nossa alma
precisa nós recebemos das regiões celestiais para a nossa
vida. Por isso é que aquele que está na cruz olha de cima
para baixo, olha das regiões celestiais, e, por isso, ele pode
trazer as bênçãos de cima, de Deus, para baixo, para si, na
Terra.

3 – Compromisso – A terceira realidade daquele que


está na cruz é que ele tem compromisso e não volta atrás.
Ele não pode dizer: “Eu vou descer da cruz, vou dar uma vol-
tinha ali no mundo e depois eu volto.” A cruz é um caminho
sem volta, no sentido de que aquele que verdadeiramente
está em Cristo, que passou pela verdadeira conversão não
consegue mais viver sem Cristo, ou, mais ou menos com Ele:

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um dia convertido, outro dia pervertido. Não! Somos novas
criaturas, verdadeiramente convertidas a Jesus; 100% du-
rante as vinte e quatro horas do dia.
Em João 15.6, Jesus diz assim: “Se alguém não permane-
cer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e seca-
rá: e o apanham, lançam no fogo e o queimam.”
Ao lermos a história do apóstolo Paulo, vemos que ele
foi um grande homem. Paulo foi esse homem tão usado por
Deus porque ele entendeu a mensagem da cruz, ele enten-
deu todo o seu significado. Em Gálatas, no capítulo 2, no
final do versículo 19, Paulo diz assim: “[...] Estou crucificado
com Cristo”. Todo o segredo da vida de Paulo é este: “Estou
crucificado com Cristo”. Não tem jeito, eu não posso voltar
atrás, eu estou crucificado com Cristo. Sabe o que isso sig-
nifica? Isso significa atitude de escolha. E o versículo 20 diz:
“[...] logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e
esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de
Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” Paulo
havia abdicado da sua natureza terrena com todas as suas
paixões para que a natureza de Deus vivesse nele.
Estamos vivendo um período em que muito se prega
um evangelho “água com açúcar”, um evangelho descom-
prometido. Para muitos, um evangelho sem a cruz. Como
se diz no popular: um evangelho “Maria vai com as outras”.
Não há comprometimento. Se der para fazer alguma coisa,

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eu faço; se não, fica para quando eu puder fazer. Quem sabe
amanhã eu esteja descansado, ou se der uma folga no sá-
bado. Tudo o que acontece é motivo de desculpas para se
abster do compromisso com Deus.
O Senhor nos ama e deseja que a vida dele seja manifes-
tada em nós. Algumas vezes, ficamos correndo de um lado
para o outro, clamando por ajuda e pedindo oração sem que
as respostas venham. Nós oramos, mas as coisas parecem
não acontecer, elas não fluem porque está faltando viver a
escolha da afirmação: “Eu estou crucificado com Cristo, logo,
já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
No livro de Gálatas, capítulo 5, versículos 24 a 26, Paulo
diz assim: “E os que são de Cristo crucificaram a carne, com as
suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, ande-
mos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de van-
glória, provocando uns aos outros”. Uma vez que nascemos
de novo, da água e do espírito (João 3.5), devemos andar
segundo as leis espirituais, as leis de Deus, e viver segundo
a nova criatura, ou seja, como filhos de Deus. Isso é viver o
verdadeiro Evangelho, o Evangelho da cruz de Cristo.

4 – Submeter os planos – A quarta realidade daquele


que está na cruz é que ele submete seus planos à vontade
de Deus. Ele é uma pessoa decidida, que sonha e faz planos,
que trabalha para conquistar seus sonhos, mas submete

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cada um deles a Deus. Quem está na cruz tem facilidade para
renunciar a um sonho seu para fazer a vontade de Deus.
Tiago 4.13-17: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou
amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e
negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá
amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que
aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis
dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos como também
faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vos-
sas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa
é maligna. Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e
não o faz nisso está pecando.”
Nós, que estamos crucificados com Cristo, andamos
conforme a vontade de Deus, sempre, mesmo que isso im-
plique em não fazermos aquilo que queremos. Agimos as-
sim porque temos confiança de que a vontade do Pai é o
melhor para nós.
Os planos daquele que está na cruz são sempre os pla-
nos divinos. Aquele que carrega a cruz, sempre anda con-
forme o que o Senhor quer. Quando você marcha com o
Senhor, você reconhece a sua soberania, e o seu domínio
sobre a sua vida.
Os planos de Deus podem, à primeira vista, parecer ab-
surdos aos nossos olhos. O primeiro obstáculo do povo de
Israel para possuir a terra de Canaã era a cidade de Jericó. O

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Senhor ordenou que o povo rodeasse a cidade, marchan-
do em silêncio. No sétimo dia, teriam de rodeá-la sete vezes
e depois tocar as trombetas e gritar. Parecia absurdo, mas
você conhece a história: os muros de Jericó foram abaixo.
Quando declaramos “seja conforme Deus quiser”, as coisas
acontecem.

5 – Vida diferenciada – A quinta realidade de quem


está na cruz é que ele vive uma vida diferente. Muitos pen-
sam que viver uma vida diferente é simplesmente se isolar
em uma montanha, é viver arredio às leis e às normas da
sociedade. Desde os primórdios, vemos pessoas isoladas
da sociedade sem que isso implique em vida com Deus. O
comportamento delas é totalmente diferente. Os hippies fo-
ram os “diferentes” dos anos 1950 a 1960 e, ainda hoje, pre-
servam esse estilo de vida. Enfim, sempre teremos pessoas
querendo mostrar um estilo de vida diferente.
A vida daquele que vive na cruz é diferente porque ele
não tem tempo para choramingar, lamuriar, resmungar, ficar
amuado num canto se lamentando. Ele vive a vida diferen-
te porque dedica sua vida para Deus. Sendo assim, Deus se
dedica a ele, numa troca incessante de amor. E a medida de
Deus é incomensuravelmente maior que a nossa. Não é a
maquiagem berrante no rosto ou as argolas penduradas no
pescoço, nas orelhas, no nariz, no umbigo ou coisas dessa

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natureza que denotam um estilo de vida diferente. Quem
está na cruz é reconhecido como discípulo de Cristo pelas
atitudes, pelas palavras e pelo seu estilo cristão de viver.

6 – Graça e intrepidez – A sexta realidade de quem está


na cruz é a constante graça de Deus e a intrepidez no Espírito
Santo em sua vida. Jesus disse: “Assim brilhe também a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.16). E
em Atos 4.13, lemos: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João,
sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se;
e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.”
A pessoa que escolhe viver pautada pelo Evangelho da
cruz é reconhecida não apenas por Deus e pelos seus anjos,
mas até o inferno tem conhecimento da sua existência. Atos
19.13-15 relata o episódio em que o filho do sumo sacerdote
estava tentando expulsar um demônio, veja o que aconte-
ceu: “E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar
o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos,
dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Os que
faziam isto eram sete filhos de um judeu chamado Ceva, sumo
sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”
Os demônios conhecem a Jesus e sabem quem são
aqueles que estão crucificados com Ele. Os demônios co-

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nhecem aqueles que têm as marcas do Senhor. Eles sabem
quem realmente leva a fé a sério. O diabo diz: “Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo, mas vós quem sois?” E, no versículo
16: “E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subju-
gando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, des-
nudos e feridos, fugiram daquela casa.” Aquele que leva a fé a
sério jamais será subjugado por qualquer espírito maligno.
Os que estão cheios da graça de Deus e da intrepidez do Es-
pírito nunca fugirá deixando para trás um endemoninhado.
Ele não vai fugir de demônios, são os demônios que fugirão
dele.

7 – O perdão – Facilidade para perdoar é a sétima reali-


dade de quem está na cruz. Perdoar não é esquecer, porque
não perdemos a memória, mas perdoar significa não mais
levar em conta as ofensas sofridas.
Quando Jesus estava na cruz, a multidão lhe lançava
impropérios, blasfemando e zombando dele. Passando por
tudo aquilo, Ele apenas diz: “[...] Pai, perdoa-lhes porque não
sabem o que fazem.” (Lucas 23.34). Estêvão foi um homem
que também carregou a sua cruz e teve uma facilidade mui-
to grande de perdoar. Mesmo quando as pedras lhe eram
atiradas: “E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor
Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em
alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas pa-

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lavras, adormeceu.” (Atos 7.59-60).
Certa vez, Pedro se aproximou de Jesus e lhe perguntou:
“[...] Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim,
que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” E Jesus lhe respondeu:
“Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
(Mateus 18.21-22).
Se você tem dificuldade em perdoar, ore e peça a Deus
para mudar o seu coração, leia e medite na Palavra e deixe
que o Espírito Santo forme o caráter de Cristo em você.

8 – Amor pelos perdidos – A oitava realidade de quem


está na cruz é que ele ama intensamente os perdidos. Jesus
nos ordenou a pregar o Evangelho a toda criatura em todo
o mundo: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura.” (Marcos 16.15).
Jesus não condenava o pecador, mas, sim, o pecado.
Quando estava na cruz, Ele ouviu as palavras dos dois mal-
feitores que estavam sendo crucificados com Ele, mas ape-
nas um Ele perdoou, porque no coração deste houve arre-
pendimento.
“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele,
dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós tam-
bém. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizen-
do: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?
Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que

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os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescen-
tou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus
lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso.” (Lucas 23.39-43).
O Senhor ouviu as palavras daquele pecador e viu a sin-
ceridade do seu coração e liberou o perdão.

9 – Reconhecer a soberania de Deus – A nona realida-


de de quem está na cruz é que ele reconhece a soberania
de Deus e compreende que Ele tem o controle de tudo. Ele
sabe “que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu pro-
pósito” (Romanos 8.28).
Em um domingo, depois de um glorioso culto, recebi
uma terrível notícia. Era aproximadamente 14 horas e nós,
todos os pastores da igreja, estávamos no final de uma
reunião de oração. Foi então que a notícia chegou: minha
casa havia sido assaltada. Chamei a Ana Paula, minha filha,
e voltamos para casa. O interessante é que uma paz muito
grande havia dominado o meu coração. Quando chegamos
lá, encontrei tudo revirado e muitas coisas haviam sido rou-
badas. Foi aí que eu exclamei: “Senhor, eles podem roubar
tudo, mas não podem roubar o que tenho de mais precioso
que está dentro de mim, no meu coração.”
Os dois ladrões fugiram em um táxi com as coisas rou-

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badas. A polícia agiu rápido e interceptou o carro em que
eles estavam e prendeu um deles, o outro conseguiu fugir.
Eu não queria deixar de ir à igreja à noite. Então, pedi à Ana
Paula que fosse até a delegacia em meu lugar. Lá, cheia da
graça do Senhor, ela cantou e falou de Jesus. Coisas come-
çaram a acontecer ali. O delegado pediu que ela pregasse
para as prisioneiras, e ela pregou, falou do amor e da graça
de Jesus para aquelas mulheres ali. Elas gostaram tanto que
pediram que Ana Paula voltasse lá. Alguns dias depois, eu
comprei uma Bíblia e dei de presente para o rapaz que havia
roubado a minha casa. Fiz uma dedicatória dizendo que Je-
sus poderia mudar a vida dele. Hoje, ele é convertido e está
nos caminhos do Senhor.
Por situações como essas, podemos ver que todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que estão na cruz.

10 – Marcas de Cristo – A décima realidade de quem


está na cruz é que ele tem as marcas de Cristo. Em Gálatas
6.17, o apóstolo Paulo diz assim: “Quanto ao mais, ninguém
me moleste, porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.”
Quais são as marcas de Jesus? Quando os apóstolos con-
taram para Tomé que Jesus havia ressuscitado, ele disse:
“[...] Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não
puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum

30
acreditarei.” (João 20.25). Quando o Senhor se apresentou a
Tomé, ele disse: “[...] Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos;
chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incré-
dulo, mas crente.” (João 20.27). Ali, estavam as marcas. Aque-
las eram algumas das marcas do seu sofrimento na cruz, as
marcas do preço da nossa Salvação.
Paulo dizia: “[...] ninguém me moleste, porque eu trago
no corpo as marcas de Jesus.” Por quais marcas o Senhor era
conhecido? Ele era obediente a Deus, o Pai; era justo, santo,
amigo, consolador, mestre... Curava cegos, cochos, surdos,
endemoninhados, ressuscitava mortos... Se estivermos real-
mente na cruz, teremos essas marcas também:
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em
meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pega-
rão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não
lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles fica-
rão curados. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que
crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores
fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Marcos 16.17-18 ; João
14.12).
O Evangelho é Jesus. O Evangelho é a cruz. O Evangelho
é o arrependimento. O Evangelho é quando você vê a his-
tória do apóstolo Paulo e começa a caminhar como ele diz:
“[...] ninguém me moleste, porque eu trago no meu corpo as
marcas de Jesus.” (Gálatas 6.17). Ter as marcas de Cristo signi-

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fica olhar para Ele e procurar viver como Ele viveu. Cada um
deve ser um exemplo para revelar Cristo.
Meu irmão, tudo o que nós temos é o dia de hoje, ame
o seu Senhor, viva com Ele. Ele disse: “[...] Se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”
(Marcos 8.34).
Aquele que está verdadeiramente crucificado com Cris-
to:
Sempre olha para frente.
Sempre olha de cima para baixo.
Tem compromisso com o Senhor.
Submete seus planos à vontade de Deus.
Tem uma vida diferente.
Está sempre cheio da graça de Deus e da intrepidez do
Espírito Santo.
Tem grande facilidade para perdoar.
Tem grande amor pelos perdidos.
Reconhece a soberania de Deus.
Tem as marcas de Cristo.

32
Conclusão

A
cruz pode ser pesada. Ela pode ser dura, amarga
e cruel. A cruz também pode ser sacrificial. A cruz
que temos de tomar a cada dia não são os nossos
problemas, como alguns pensam. Tomar a nossa cruz signi-
fica nos render à vontade de Deus durante as vinte e quatro
horas do dia, em todos os dias do mês por doze meses se-
guidos a cada ano que surge. Tomar a nossa cruz significa
abdicar da nossa vontade para que a vontade de Deus pre-
valeça sempre.
Podemos confiar que a vontade de Deus é a melhor para
nós, porque os pensamentos dele a nosso respeito são de paz
e de bem. Ele tem tudo sobre controle e nada, absolutamente
nada escapa aos seus olhos. Todas as coisas cooperam para o

33
nosso bem, mesmo que não entendamos nada no começo.
Desde que estejamos com nossa vida no altar, podemos viver
na certeza de que a vontade do Pai se cumpre em nós.
O verdadeiro Evangelho é o Evangelho da cruz que tan-
tos rejeitam. É esse Evangelho que nos leva à Salvação e nos
garante a vida eterna ao lado de Deus. E, se vivemos esse
Evangelho, estamos crucificados com Cristo nas regiões ce-
lestiais e temos em nosso corpo as suas marcas.
A Palavra de Deus diz que Senhor Jesus trocou o fardo
pesado que estava sobre nós por um leve. “Porque o meu
jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11.30). Portanto,
aquele que está na cruz não sente agonia nem medo e não
sofre com o seu jugo, porque o Senhor Jesus já pagou tudo
isso com o seu sacrifício na cruz. Não tenha medo de tomar
a sua cruz todos os dias, porque o Senhor conhece todos os
caminhos por onde você irá passar. Lembre-se de que a cruz
não é opcional, ela é a nossa Salvação. Somente quando dei-
xamos que a vontade de Deus prevaleça sobre a nossa, é
que permitimos que Jesus seja nosso único e suficiente Sal-
vador e Senhor. E disso depende nossa Salvação e o direito à
vida eterna como filhos de Deus.
Ame, viva e proclame o Evangelho da cruz!

Deus abençoe,
Pr. Márcio

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
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