Trabalho de Vias
Trabalho de Vias
Trabalho de Vias
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................5
1.1. Objectivos.......................................................................................................................5
2. HISTORIAL DAS VIAS FÉRREAS.....................................................................................6
Os Caminhos-De-Ferro E A História Mundial..........................................................................6
3. CONSTITUIÇÃO DAS VIAS FÉRREAS.............................................................................8
4. SUPERESTRUTURA E SUBESTRUTURA FERROVIÁRIA............................................9
4.1. Os Trilhos.....................................................................................................................10
4.1.1. Composição Do Aço Para Trilhos............................................................................11
4.1.2. Classificação Dos Trilhos.........................................................................................12
4.1.3. Marcas De Classificação..........................................................................................12
5. DEFEITOS EM TRILHOS FERROVIÁRIOS....................................................................13
5.1.1. Defeitos De Fabricação............................................................................................14
5.1.2. Contacto Roda-Trilho...............................................................................................14
5.2. Trilhos Especiais..........................................................................................................15
6. DORMENTE....................................................................................................................15
6.1.1. Tipos De Travessa Ou Dormentes............................................................................16
6.1.2. Dormentes De Madeira............................................................................................16
6.1.3. Dormentes De Aço...................................................................................................17
6.1.4. Dormente De Betão..................................................................................................18
7. LASTRO..............................................................................................................................18
7.1. Material Para O Lastro.................................................................................................19
8. SUBLASTRO.......................................................................................................................20
8.1. Material Para O Sub-Lastro..........................................................................................20
9. ESPECIFICAÇÕES PARA ENSAIOS DE RECEBIMENTO............................................22
9.1.1. Dimensões E Peso:...................................................................................................22
9.1.2. Prova De Choque:....................................................................................................22
9.2. Ensaio De Tracção........................................................................................................23
9.3. Ensaio De Dureza Brinnel............................................................................................23
9.4. Ensaio De Resiliência...................................................................................................24
9.5. Ensaio Micrográfico.....................................................................................................24
9.6. Ensaio Macrográfico....................................................................................................25
9.7. Ensaio De Entalhe E Fratura........................................................................................25
10. ASSENTAMENTO DA LINHA......................................................................................25
1
10.1. Características Do Assentamento Da Linha.............................................................26
10.1.1. Bitola........................................................................................................................26
10.1.2. Distribuição De Dormentes......................................................................................27
10.2. Processos De Assentamento De Linhas...................................................................29
10.2.1. Processo Clássico.....................................................................................................29
10.2.2. Processo Moderno....................................................................................................30
10.2.3. Outros Processos Modernos De Construção............................................................30
11. SOLDAGEM DE TRILHOS............................................................................................31
11.1.1. Métodos De Soldagem.............................................................................................31
12. ARRASTAMENTO DOS TRILHOS..............................................................................33
12.1. Causas Do Arrastamento:.........................................................................................33
13. ESFORÇOS ATUANTES NA VIA.................................................................................34
13.1. Classificação Dos Esforços Atuantes Na Via...........................................................34
13.1.1. Esforços Verticais.....................................................................................................34
13.1.2. Esforços Longitudinais.............................................................................................35
13.1.3. Esforços Transversais...............................................................................................35
14. COEFICIENTES DE AMPLIFICAÇÃO DINÂMICA...................................................36
15. MOMENTOS FLETORES..............................................................................................37
15.1. Cálculo Dos Momentos Fletores Nos Trilhos..........................................................37
16. ESCOLHA DO PERFIL DE TRILHO............................................................................39
16.1. Módulo De Elasticidade Da Via...............................................................................40
17. TENSÃO NO CONTATO RODA-TRILHO...................................................................40
17.1. Mecânica Do Contacto.............................................................................................41
17.1.1. Teoria De Hertz........................................................................................................41
17.1.2. O Método Dos Elementos Finitos............................................................................42
17.1.3. Força Centrífuga...........................................................................................................43
18. SUPERELEVAÇÃO........................................................................................................44
18.1. Superelevação Teórica.............................................................................................44
18.2. Superelevação Prática...............................................................................................45
18.3. Limites De Superelevação........................................................................................47
18.4. Superelevação Nas Curvas De Concordância.................................................................47
19. VELOCIDADE LIMITE..................................................................................................47
19.2. Velocidade Minima Dos Trens De Carga Que Trafegam Na Mesma Via Dos Trens
De Passageiro...........................................................................................................................48
20. SOBRECARGA NOS TRILHOS....................................................................................49
21. SUPERLARGURA..........................................................................................................49
2
22. DESCARRILAMENTO...................................................................................................50
22.1. Critérios De Descarrilamento...................................................................................51
23. SEGURANÇA CONTRA DESCARRILAMENTO........................................................51
24. OBRAS E INSTALAÇÕES ACESSÓRIAS DA VIA.....................................................52
25. ESTAÇÕES, PÁTIOS E TERMINAIS (INSTALAÇÕES ACESSÓRIAS DA VIA)....53
26. CONCLUSÃO..................................................................................................................55
27. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................56
3
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Locomotiva a vapor alemã
(Fonte:0.https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio)……………..…6
Figura 4 (a) Seção típica de via-férrea convencional e (b) Seção de via sobre laje de
concreto. Fonte : INDRARATNA; SALIM e RUJIKIATKAMJORN (2011)……………...9
Figura 15: Sistema Drouard - Matisa (Suiça). Para tramos pré-fabricados de até 24m.
(Fonte: Togno, 1968)…………………………………………………………………………...31
Figura 17: Esquema de Forças Actuantes em uma Curva. Fonte: Brina (1983)……….45
4
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objectivos
a) Geral
Desenvolver os conceitos, constituição, esforços e processos construtivos dos principais
elementos duma via-férrea, e saber como relaciona-los com o curso de engenharia civil.
b) Específicos
Conhecer o histórico da constituição das vias férreas e funções da superestrutura;
- Descrever os Ensaios para o recebimento;
- Classificar os diferentes tipos de trilho; 4. Descrever os processos de
assentamento da linha;
- Explicar os tipos de soldagem nos trilhos;
- Identificar as causas do arrastamento dos trilhos;
- Descrever os métodos para o cálculo dos momentos fletores;
- Explicar como ocorrem as tensões no contacto roda-trilho;
- Dar a conhecer a velocidade limite nas curvas e a segurança contra o
descarrilamento e indicar as obras e instalações acessórias da via-férrea;
5
2. HISTORIAL DAS VIAS FÉRREAS
Os primeiros vestígios da existência de uma linha férrea remontam à Grécia Antiga, por
volta do século 6 a.C., servindo, na altura, para o transporte de barcos na zona
de Corinto. Uma espécie de carruagem era empurrada por escravos ao longo de sulcos
de calcário, que formavam os carris naquela época.[1]
6
Nascido nas minas de carvão, o caminho-de-ferro ganhou outras utilidades muito
rapidamente, desenvolvendo-se e espalhando-se para fora das minas. Passou de um
transporte lento e limitado dos minérios, para o transporte de passageiros e outro tipo de
mercadorias, sendo já capaz de atingir, em 1835, os 100 km/h. Foi a causa da criação de
novas indústrias e categorias profissionais, algo de grande importância para o
desenvolvimento socioeconómico das sociedades. Foi muito importante
na colonização do norte da América, ajudando a desbravar o território do oeste
americano, que recebia os empresários que se propunham a construir as vias-férreas,
com o apoio do governo.
7
Para se ter uma noção das proporções das linhas férreas no mundo, pode dizer-se que
em 1850 existiam 32 000 km e em 1947, cerca de um século depois, 1 260 000 km.
Depreende-se destes valores que os caminhos-de-ferro vieram ter nos tempos modernos
a importância que as vias romanas tiveram na antiguidade.
A utilização deste meio de transporte varia entre os países do mundo. Nos Estados
Unidos e na Rússia, por exemplo, a maioria dos fluxos de carga ocorre por meio
ferroviário. Na parte ocidental da Europa, os caminhos-de-ferro têm o seu uso bastante
difundido, tanto para o transporte de cargas como de passageiros.[4]
Para atingir estes objectivos, a geometria da via deve ser mantida, e cada componente da
estrutura deve desempenhar suas funções de forma satisfatória, sob diferentes condições
ambientais e operacionais (INDRARATNA; SALIM e RUJIKIATKAMJORN, 2011).
8
apoiadas sobre placas de concreto Figura4 (a) e (b). O modelo ferroviário convencional
é amplamente adoptado, embora ultimamente vias não apoiadas sobre lastro vem sendo
utilizadas em alguns países da Europa, dependendo das características de carga de
deformação do subleito.
Figura 4 (a) Seção típica de via-férrea convencional e (b) Seção de via sobre laje de
concreto. Fonte : INDRARATNA; SALIM e RUJIKIATKAMJORN (2011).
4. SUPERESTRUTURA E SUBESTRUTURA FERROVIÁRIA.
9
Trilhos,
Dormentes,
Fixação e
Lastro.
Além destes quatro elementos, alguns autores (ESVELD,2001; PAIVA, 2016) incluem
o sub-lastro como o quinto componente da superestrutura.
4.1. Os Trilhos
Segundo Porto (2004), são elementos da via permanente que guiam o veículo no trajecto
e dão sustentação ao mesmo.
Cabeça: A cabeça deve ser maciça, para que o desgaste não afecte o momento de
inércia da secção.
10
Alma: Deve possuir altura suficiente para resistir à flexão. Quanto maior for a alma,
maior é a distancia da cabeça do trilho e do patim em relação à linha neutra da secção.
Consequentemente, maior será o seu momento de inércia.
Patilha: É base do caril. Não deve ser muito esbelta, garantindo dessa forma que a alma
continue perpendicular à travessa durante as solicitações transversais (em curvas, por
exemplo). Se não possuir espessura adequada ao nível de solicitação transversal, pode
acumular deformações permanentes ao longo da vida útil e provocar acidentes, como o
descarrilamento.
Para exercer a sua função de superfície de rolamento e suporte das cargas transportadas
pelos veículos, é necessário que o trilho tenha dureza, tenacidade, elasticidade e
resistência à flexão. Entre todos os materiais, é o aço o que oferece as melhores
vantagens no emprego na fabricação dos trilhos (BRINA, 1979).
11
Silício: este elemento minimiza o efeito do desgaste e, indirectamente, é
benéfico às outras propriedades mecânicas por ser o principal agente
desoxidante que ajuda a evitar a formação de bolhas ou inclusões não metálicas.
Fósforo: tem como principal característica negativa o aumento significativo da
fragilidade do aço. Desta forma, para o trilho, o fósforo deve ser considerado um
elemento exclusivamente nocivo e prejudicial às propriedades mecânicas
desejadas.
4.1.2. Classificação Dos Trilhos
São feitas para permitir a identificação dos trilhos, quanto às suas qualidades e
características e comparação das possíveis avarias, com as qualidades reveladas nos
ensaios de recebimento. As marcas podem ser de dois tipos:
a) Estampadas na Alma
1. De um dos lados:
12
2. Do outro lado:
Exemplo: 380195 – C – 15
b) Cor
Exemplo:
Sem cor; topo azul; topo verde; topo amarelo; topo branco; topo marrom.
Defeitos de Fabricação;
Defeitos Originados em Serviço.
13
5.1.1. Defeitos De Fabricação
As altas tonelagens (locomotivas de 180 t e vagões de 120 t), trens de tração múltipla e
grandes composições (100 a 200 vagões), passaram a exigir trilhos com maior
resistência ao desgaste, onerando em muito a operação das ferrovias.
Duas técnicas são utilizadas para ampliar a vida útil dos trilhos, quanto ao fator
desgaste:
As principais funções dos dormentes são a distribuição das cargas de roda transferidas
pelos trilhos e sistema de fixação para a camada de lastro, e a restrição do movimento
do trilho pela ancoragem da superestrutura no lastro. Já o sistema de fixação mantém os
trilhos atrelados aos dormentes mantendo a bitola da via. Oferecem resistência ao
deslocamento longitudinal e horizontal do trilho, provocado por variação de temperatura
15
ou frenagem dos veículos. Elas devem permitir a substituição do trilho sem afrouxar
seus embutimentos nos dormentes (ESVELD, 2001).
Quanto ao material de que são feitos, os dormentes empregados, atualmente, são de três
tipos:
- Madeira;
- Aço;
- Betão.
A madeira reúne quase todas as qualidades exigidas ao bom dormente e continua a ser,
até o presente, o principal material utilizado em sua fabricação.
16
Figura 7: Dormentes de madeira em diferentes situações
Outro ponto negativo é a perda de efectiva socaria logo abaixo do dormente em função
do perfil da peça, (Figura 8), não se conseguindo a consolidação necessária para que não
ocorra o deslocamento transversal da linha, ou recalques diferenciados em função da
passagem do veículo.
O aço é, também, grande propagador dos ruídos devidos às vibrações do tráfego e sendo
bom condutor de electricidade, dificulta o isolamento entre as duas filas de trilhos que é
necessário para os circuitos de sinalização da linha. O dormente de aço apresenta maior
rigidez e fixação do trilho mais difícil.
17
6.1.4. Dormente De Betão
Os dormentes de Betão passaram a ser desenvolvidos, como alternativa, aos altos custos
atingidos pelo dormente de madeira, em vista da escassez de matéria-prima e ainda
pelos inconvenientes apresentados quando da utilização dos dormentes de aço.
Os primeiros dormentes deste tipo eram de betão armado e imitavam na sua concepção
a forma dos dormentes de madeira, sendo constituídos como um bloco monolítico de
seção constante. Os resultados não foram satisfatórios, pois os choques e vibrações
produzidas pelas cargas dinâmicas dos veículos causavam trincas ou fissuras, apesar da
armação metálica colocada para resistir aos esforços de tracção. Essas fissuras
degeneravam, frequentemente, em verdadeiras rupturas, devido à grande rigidez desses
dormentes e apareciam, geralmente, na parte média do dormente, em consequência
apoio irregular do dormente, sobre o lastro.
7. LASTRO
18
Formar um suporte, até certo limite elástico, atenuando as trepidações
resultantes da passagem de veículos;
Sobrepor-se à plataforma, suprimindo suas irregularidades, formando uma
superfície contínua e uniforme para os dormentes e trilhos;
Impedir os deslocamentos dos dormentes, quer no sentido longitudinal, quer no
sentido transversal;
Facilitar a drenagem da superestrutura;
Ainda segundo BRINA (1979), para o lastro desempenhar bem as suas funções, deve
atender as seguintes características:
19
e) Pedra Britada - É o melhor tipo de lastro. É resistente, inalterável pelos agentes
atmosféricos e químicos. É permeável e permite um perfeito nivelamento
(socaria) do lastro. É, limitadamente, elástico e não produz poeira.
As rochas mais apropriadas para utilização em lastro ferroviário, são: Arenito, Calcário,
Mármore, Dolomita, Granito, Micaxisto, Quartzito, Diorito, Diabásio e Gneiss.
8. SUBLASTRO
O sublastro é o elemento que está ligado à subestrutura da via. Segundo Paiva (1999), é
empregado para evitar a penetração do lastro no solo e a contaminação do lastro por
material fino decorrente do leito. A maior impermeabilidade do sublastro, em relação ao
solo, melhora a drenagem, evitando a erosão e a penetração da água no solo.
sendo acamada superior à plataforma e inferior ao lastro, e pode ser definida, segundo
Stopatto (1987), como “... a camada de material drenante colocada sobre a plataforma
acabada e regularizada deterra plenagem, com a finalidade de absorver os esforços
transmitidos pelo lastro e transferi-los para as camadas subjacentes, na taxa adequada à
capacidade de suporte dessas camadas, impedindo a penetração do lastro”.
Solo;
20
Mistura de solos de jazidas;
Quanto às características desses materiais, Brina (1979) observa que se devem obedecer
aos seguintes limites:
Expansão máxima de 1 %;
CBR: mínimo de 30 %.
Algumas diferenças em relação a esses valores são citadas por Stopatto (1987),
reproduzindo valores da ASTM-1241-64-T. As principais variações quanto aos
materiais são:
LL da fracção que passa pela peneira nº 40 deve ser < 25% e para solos
lateríticos < 35%;
Valor do “Los Angeles” do material que passa na peneira nº 10 deve ser 50%.
21
Existem, ao redor do mundo, especificações tratando deste assunto, elaboradas pelas
mais diversas organizações técnicas e ferroviárias:
UIC – União Internacional das Estradas de Ferro;
ASTM – American Society for Testing and Materials;
AREA – American Railway Engineering Association;
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Estas especificações tratam, especificamente, dos ensaios a serem efetuados no
recebimento dos trilhos, sendo tanto mais rigorosas, quanto mais evoluída a tecnologia
de fabricação do aço.
Tolerâncias:
Comprimento: ± 3 mm;
Dimensões da seção transversal: 0,5 mm;
Peso: até 2%, na pesagem dos lotes de 50 pç, desde que na totalidade da
encomenda, seja ≤ 1%.
9.1.2. Prova De Choque:
É um ensaio efetuado em uma máquina (padrão AREA) que deixa cair um peso
de 2.000 libras (907,2 kgf), de uma altura padronizada conforme o peso do perfil
ensaiado, em queda livre no meio do vão, de uma amostra de trilho apoiada em
suportes ajustáveis, vão este que pode variar de 91 a 142 cm. A altura de queda
varia de 4,88 a 6,10 m, dependendo da seção do trilho ensaiado. O comprimento
do corpo de prova varia entre 120 e 180 cm e sua temperatura não deve exceder
a 38° C. São ensaiadas amostras de todas as corridas, (uma por lingote).
Cada corrida produz diversos lingotes que divididos em blocos, são laminados à quente,
para fabricação dos trilhos. Os corpos de prova são tirados do topo dos trilhos
seleccionados e testados na seguinte sequência:
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Trilho B (2º trilho), do lingote nº 2;
Trilho C (3º trilho), do lingote nº 3.
Assim, são testados os Trilhos A, de cada corrida. Se todos os C.P. passarem no ensaio,
todos os trilhos da corrida serão aceitos e serão ainda sujeitos a uma inspeção quanto à
superfície, seção e acabamento.
Se um dos corpos de prova não passar, serão rejeitados todos os trilhos da corrida.
Serão, então, então retirados C.P. dos trilhos B. se houver alguma falha, todos os trilhos
B, da corrida, também serão rejeitados.
Três corpos de prova adicionais são então retirados dos trilhos C, dos mesmos lingotes.
Não havendo falha, todo o restante da corrida será aceito. Se algum destes não passar no
ensaio, toda a corrida será sucateada.
Do boleto dos trilhos já ensaiados ao choque, são retirados C.P. que serão levados à
máquina de tração. Os resultados deste ensaio de tração deverão enquadrar-se, como
segue:
DB = P / S = 3 000 / S, onde:
23
(π × D)
S= 1
( D2 −d 2 ) 2
24
Zonas de diferentes concentrações de carbono;
Estruturas de grãos muito grossos;
Fissuras superficiais.
9.6. Ensaio Macrográfico
25
10.1.1. Bitola
Varia conforme o país, sendo que, no Brasil, são adoptadas as seguintes bitolas: 1,00 m;
1,435m, 1,60m e bitolas mistas, sendo preponderante a bitola métrica ou estreita, com
1,00 m. Para Lima (1998), a bitola da via é o parâmetro de maior importância na
definição das características geométricas da via, exactamente por definir a base do
rolamento dos veículos da uma ferrovia.
a) Tolerância na bitola
Com a utilização continuada, a via adquire defeitos que alteram a bitola, com
alargamentos e estreitamentos, o que obriga a Ferrovia a manter uma conservação
permanente, de modo a impedir que os defeitos ultrapassem determinados limites de
tolerância.
b) Jogo da Via
É a diferença entre a bitola da via, em tangente e a distância entre as faces externas dos
frisos das rodas, sendo esta, medida a 10 mm, abaixo do plano de rodagem. Temos,
assim: j=b−d
26
Onde:
j – jogo da via;
b – bitola;
d – bitola do material rodante.
O jogo da via depende do material rodante e foi fixado entre 9 mm e 15 mm, pela
Conferência de Berna, para o caso de frisos novos. Reduzindo-se o Jogo da Via, obtém-
se maior suavidade no deslocamento sendo, entretanto, maior o desgaste dos trilhos e
dos frisos das rodas. Nas curvas, a folga total aceitável, é a soma da “super-largura”
com o “jogo da via”.
27
Esta taxa de distribuição dos dormentes é função do peso médio das composições que
trafegam na via. Assim:
Se for maior que 2 000 pç/km, a “socaria” do lastro deverá ser feita, obrigatoriamente,
por meios mecânicos já que os métodos manuais ficam inviáveis. Nas juntas de trilhos,
os dormentes são aproximados, gradativamente, para garantir melhor sustentação às
mesmas.
Juntas
Juntas entre os trilhos são necessárias para compensar a variação do comprimento dos
trilhos em
As juntas alternadas são dispostas de modo a coincidirem com o ponto médio do trilho
oposto ao da junta. A prática mostra que o movimento de “galope da composição”, é
mais prejudicial, por estar associado à maior quantidade de acidentes. As juntas podem
ainda ser classificadas em:
Apoiadas;
Em balanço.
28
10.2. Processos De Assentamento De Linhas
As placas de apoio são colocadas após a distribuição dos dormentes, nos entalhes,
previamente, preparados. Os trilhos são posicionados com auxílio de um “gabarito de
bitola” (figura)
29
de modo a com isso, atingir-se o “greide” final, projectado para os trilhos. (Esta
operação é conhecida como socaria).
O acabamento é feito após o nivelamento e o puxamento final. (É quando se
corrige alguma distorção havida durante o nivelamento).
Consiste no enchimento do intervalo existente entre os dormentes, com lastro,
até o nível de sua face superior e composição dos taludes do lastro, conforme o
projecto. Este serviço é, normalmente, mecanizado.
10.2.2. Processo Moderno
Tais grades são depois transportadas, em veículos especiais até a frente de construção,
onde são lançadas e instaladas com a utilização de guindastes, treliças lançadoras ou
pórticos móveis sob trilhos, providos de talhas manuais que são usadas para a suspensão
e colocação das grades em seu local definitivo (figura).
30
11. SOLDAGEM DE TRILHOS
As juntas são os pontos fracos das vias, pontos iniciais dos defeitos mais graves e
ocasionam ou estão relacionadas ao maior número de acidentes.
A soldagem das juntas também proporciona um movimento mais suave dos trens, maios
conforto e maior velocidade. Como, 18 m é o limite de comprimento de fabricação de
trilhos, recorre-se à soldagem das pontas.
a) Soldagem em Estaleiro
De forma geral, em estaleiro a soldagem de trilhos pode ser feita por dois processos:
Processo eléctrico;
Processo oxiacetilênico.
1. Soldagem Eléctrica de Topo
Após o aquecimento “ao rubro”, as pontas são comprimidas, uma contra a outra, com
pressão variando entre 500 e 600 kgf/cm2, de modo que se forma um “bulbo” de metal
fundido. Após a fundição, é feito um tratamento térmico da solda e um acabamento, por
esmerilhamento, para garantir-se a continuidade geométrica do trilho.
Após o aquecimento “ao rubro”, as pontas são comprimidas, uma contra a outra, com
pressão variando entre 500 e 600 kgf/cm2, de modo que se forma um “bulbo” de metal
fundido. Após a fundição, é feito um tratamento térmico da solda e um acabamento, por
esmerilhamento, para garantir-se a continuidade geométrica do trilho.
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2. Soldagem Oxiacetilênica
Neste processo, o aquecimento das pontas é produzido por bicos periféricos de chamas
oxiacetilênicas, atingindo uma temperatura, relativamente, baixa de no máximo 1 150°
C (que está muito abaixo da linha do “solidus”).
As pontas dos trilhos são então comprimidas uma contra a outra, com uma pressão
superior a 200 kgf/cm2 e assim mantidas por algum tempo até que a soldagem se
verifique.
b) Soldagem “in-situ”
1. Soldagem Aluminotérmica
Neste processo, as pontas dos trilhos são preparadas para a soldagem e ligadas por uma
forma que envolve a junta. Sobre a forma é instalado um “cadinho”, dentro do qual se
processará a reacção química entre uma mistura de óxido de ferro granular e pó de
alumínio, que é produzida em proporções correspondentes às dimensões da solda a ser
executada.
Após a reacção alumino térmica o aço líquido resultante é despejado na forma pelo
fundo do cadinho ficando no mesmo, o óxido de alumínio sobre nadante (por ter menor
densidade).
32
Todo o processo pode ser executado “in-situ” em apenas 26 minutos, com um consumo
de mão-de-obra de, aproximadamente, 4 Hh/solda, em serviço bem organizado. O
processo tem a desvantagem de ter custo unitário bastante alto.
33
13.1. Classificação Dos Esforços Atuantes Na Via
De modo geral, os esforços atuantes derivam da ação das cargas estáticas e dinâmicas e
nesse caso dos diversos movimentos a que estão sujeitos os veículos em seu
deslocamento sobre a linha. De uma forma mais objetiva podemos agrupar os esforços
atuantes na via em três categorias principais:
Esforços Verticais;
Esforços Longitudinais e
Esforços Transversais
13.1.1. Esforços Verticais
Carga Estática - é a carga originada pelo peso dos veículos quando os mesmos
estiverem parados sobre a via;
Força centrífuga vertical – qualquer massa excêntrica do material rodante e
dotada de movimento de rotação vai gerar uma força centrífuga vertical que
variando de posição aumenta e reduz a carga do veículo, alternadamente,
causando choques cuja intensidade é proporcional ao quadrado da velocidade;
c) Movimento de galope – movimento que existe em virtude de irregularidades
na via, como no caso das juntas paralelas e de juntas defeituosas. É um
movimento em plano vertical, paralelo aos trilhos que sobrecarrega ora um eixo
traseiro, ora um eixo dianteiro da composição;
Movimento de trepidação – é um movimento semelhante ao anterior, também
causado por irregularidades da via e no qual as molas do truque dianteiro e do
truque traseiro de um vagão são comprimidas ao mesmo tempo, ocasionando
“trepidação” que sobrecarrega todos os eixos;
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Movimento de balanço ou “roulis” – é um movimento causado pelas
irregularidades da via (como as juntas alternadas, por exemplo) e que se
desenvolve no sentido perpendicular à via, sobrecarregando, alternadamente, as
rodas de um dos lados do veículo;
Repartição desigual do peso nas curvas – como a superelevação do trilho
externo, em uma curva, é calculada para uma determinada velocidade, ao
passarem os trens com velocidade diferente daquela, a resultante das forças
deixa de passar pelo centro da via, aproximando se mais de um dos trilhos, o
qual recebe então uma sobrecarga;
Defeitos da linha qualquer defeito na linha geram uma sobrecarga na
distribuição das cargas verticais;
13.1.2. Esforços Longitudinais
São esforços paralelos ao eixo dos trilhos e cujas causas principais, são as seguintes:
35
que as rodas se choquem, alternadamente, com os trilhos no sentido de
provocarem alargamento da bitola;
Vento – como a “área batida” da lateral dos veículos é considerável, um vento
forte pode criar um esforço transversal razoável nos trilhos, através dos frisos
das rodas.
14. COEFICIENTES DE AMPLIFICAÇÃO DINÂMICA
De facto, os métodos existentes para o cálculo dos efeitos dinâmicos em pontes através
de análises estáticas revelaram-se insuficientes quando ocorria o fenómeno de
ressonância. O problema estava nas acelerações excessivas que ocorriam ao nível do
tabuleiro e que colocavam em risco o contacto entre a roda e o carril, bem como a
integridade do balastro no caso das pontes balastradas. Sugeriuse, então, que fossem
estabelecidos limites aos valores máximos de aceleração no tabuleiro para garantir a
segurança, uma vez que nas normas existentes as verificações para o dimensionamento
não eram adequadas face ao fenómeno de ressonância.
36
Uma fórmula citada também pela AREA (American Railway Engineering Association),
que exprime o valor do coeficiente dinâmico é adoptada por Brina (1983, p. 17):
2
V
C d=1+
3000
Onde:
𝑉 é a velocidade em km/h
𝐶𝑑 é o coeficiente dinâmico
Para Brina (1983, p.17) o coeficiente dinâmico resulta em valores muito baixos ao se
utilizar esta equação, por isso, é sugerido adoptar o valor de 1,4 para este coeficiente,
considerando a possibilidade de defeito na linha férrea.
No cálculo dos momentos fletores os trilhos são, em princípio, considerados como vigas
contínuas sendo, entretanto, bastante variáveis as condições reais de vinculação e de
carregamento a que estão sujeitos. Desta forma, na busca da melhor formulação
matemática, são empregadas hipóteses simplificadoras de carregamento.
Devido à natureza dos esforços actuantes nos trilhos os momentos actuantes estarão
sempre em um plano ortogonal ao eixo dos trilhos.
Hipótese de Winkler:
Considera um carregamento alternado (Fig. 67). É uma hipótese pouco realista e deve
ser usada como caso limite. Sua aplicação prática restringe-se ao caso de vias assentadas
sobre obras metálicas (pontes sem estrado contínuo) e algumas obras de concreto.
Esquema de Carregamento:
37
Figura 16: Esquema de Carregamento de Winkler. Fonte: Brina (1983).
Neste caso, o trilho é considerado como viga contínua com um número infinito de vãos.
A expressão dos momentos fletores é obtida aplicando se a equação dos três momentos:
𝑀𝑚á𝑥 = 0.1875 ∗ 𝑃 ∗ 𝐶𝑑 ∗a
Onde:
b) Método de Zimmermann
a a a
38
𝑀′𝑚á𝑥 = [ 7+8𝛾 8 ∗ (5 + 2𝛾)] ∗ 𝑃 ∗ Cd ∗ a
Onde: 𝛾 = (6 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼)/(𝐷 ∗ 𝑎 3 )
𝐷 = 0.9 ∗ 𝐶 ∗ 𝑏 ∗ c
𝛾 - Coeficiente de superestrutura;
C – coeficiente de lastro (kgf/cm3);
P – carga por roda (kgf);
b – largura do dormente (cm);
c – comprimento efetivo de suporte (faixa de socaria).
𝜎 = 𝑀𝑚á𝑥/𝑊 ≤ δ
Onde:
𝜎 - Tensão de trabalho;
W – módulo resistente do trilho (tabelado);dos dois valores obtidos que
representaria o valor máximo “maximorum”
39
δ tensão admissível à flexão (δ = 1 500 kgf/cm2).
Tensão corresponde a uma força ou carga, por unidade de área, aplicada sobre um
material, e
σ
E=
ε
Onde:
𝜀 é a deformação elástica
Foi no âmbito da Mecânica dos Meios Contínuos Elásticos que, entre 1880 e 1895,
foram estabelecidas as teorias de Boussinesq e Cerutti para a análise dos semi‐espaços
elásticos, e a teoria de Hertz para o contacto normal entre sólidos elásticos. É em áreas
como a Resistência dos Materiais e a Tribologia que os conceitos da Mecânica do
Contacto vêm a sua aplicabilidade. Em Resistência dos Materiais é importante conhecer
as tensões e deformações que ocorrem nos pontos de aplicação das forças, de modo a
conceber correctamente as ligações e evitar fenómenos de fadiga ou outros danos
irreversíveis.
Contacto pontual: ocorre segundo um ponto, como por exemplo nos contactos
esfera/esfera, roda/trilho, came/impulsor;
Contacto linear: ocorre segundo uma linha, como por exemplo no contacto
cilindro / cilindro de eixos paralelos;
Contacto superficial: ocorre segundo uma superfície, como por exemplo no
contacto plano / plano; A teoria de Hertz só é aplicável aos contactos pontuais e
lineares.
17.1.1. Teoria De Hertz
Quando dois sólidos elásticos de revolução são postos em contacto um com o outro
tocam-se, inicialmente, num único ponto ou segundo uma linha. Se solicitados por uma
determinada carga, mesmo de pequena intensidade, eles deformam-se na vizinhança do
ponto inicial de contacto, originando uma área de contacto de pequenas dimensões
quando comparadas com as dos dois corpos. No caso mais geral o contacto sem atrito
entre dois corpos de revolução elásticos produz uma área de contacto elíptica.
Para derivar tal solução, Hertz partiu de algumas hipóteses base que importa recordar:
41
O material dos sólidos em contacto tem um comportamento homogéneo,
isotrópico e linear elástico, de acordo com a lei de Hooke;
Os sólidos são de revolução, as suas superfícies são contínuas e contraformais,
sendo conhecidos os seus raios principais de curvatura na vizinhança do ponto
inicial de contacto;
A solicitação aplicada é puramente normal, e as superfícies não transmitem
tracções tangenciais (superfícies sem atrito).
as dimensões da área de contacto tem de ser pequenas quando comparadas com
as dimensões de cada um dos sólidos em contacto;
3F
Pmax =
2 πab
Em que:
F = forca aplicada;
a e b = os raios da elipse
O método dos elementos finitos, desenvolvidonos anos 50, é uma técnica de análise
numérica de equações diferenciais que envolve a divisão do domínio num número finito
de sub-domínios, os elementos finitos, que se intersectam num número determinado de
pontos, os nós. Utilizando conceitos variacionais, o método permite determinar uma
solução numérica aproximada dos problemas tratados.
42
Este método foi evoluindo ao longo dos tempos e hoje em dia tem um vastíssimo campo
de aplicações que passa por diversas áreas como a transferência de calor, a mecânica
dos fluidos, a acústica, a optimização estrutural, e a mecânica do contacto, que é objecto
de interesse nesta tese.
Na Mecânica Geral aprendemos que todo corpo rígido ao percorrer uma trajectória
curva, está sujeito a uma componente da força horizontal actuante, perpendicular à
tangente à trajectória e dirigida no sentido contrário ao centro de curvatura e que é
chamada de força centrífuga e expressa por:
2
V
Fc=m× δ=m×( )
ρ
Onde:
m – massa;
v – velocidade;
ρ−¿ Raio de curvatura.
Os efeitos da força centrífuga são minimizados elevando-se o trilho externo das curvas,
criando-se com isso uma superelevação que gera uma componente de equilíbrio àquela
força.
43
18. SUPERELEVAÇÃO
Superelevação consiste em elevar o nível do trilho externo de uma curva. Esta técnica
reduz o desconforto gerado pela mudança de direção, diminui o desgaste no contato
metal-metal e o risco de tombamento devido à força centrífuga que aparece nas curvas.
A velocidade máxima de projeto de um determinado trecho (que possui em geral mais
de uma curva) será definida considerando o raio da curva mais “fechada”. Em uma via
férrea, em um plano horizontal, a força centrífuga tende a deslocar o veículo no sentido
do trilho externo, causando forte atrito entre ele e os frisos das rodas. Se a “Fc” exceder
a certos limites, poderá haver o tombamento da composição. Para compensar o efeito da
“Fc”, inclina-se a via de um ângulo “Fc”, elevando-se o trilho externo da via através da
inclinação do dormente, de modo que se crie uma componente que equilibre a força
centrífuga. A diferença de altura entre os trilhos, interno e externo, é chamada de
“superelevação”.
Figura 17: Esquema de Forças Actuantes em uma Curva. Fonte: Brina (1983).
- P – peso do veículo;
- Fc – força centrífuga
- B – distância de centro a centro de trilhos (B = b + c);
- b – bitola (mm);
44
- c – largura do boleto;
- v – velocidade, em m/s;
- V – velocidade, em km/h;
- r – raio da curva, em m;
- R – resultante de P e Fc (normal ao plano dos trilhos);
- G – centro de gravidade do veículo.
St = (B .V 2) / 127.r
St = (8,34. V2) / r
Onde:
- B = 1060 mm
- V – em km/h;
- r – em m;
St – Superelevação Teórica.
Sp = 2 / 3 St = 2 / 3 [(8,34 . V2) / r]
Sp = (5,56. V2) / r
45
Onde:
Se for aplicada a Superelevação Teórica (St), usar “V”, igual à velocidade do trem mais
lento.
b) Critérios Racionais
∆s = (B / g) . 𝛾
Onde:
𝛾 - aceleração descompensada
Logo:
Sp = St - ∆s = St – [(B / g) . 𝛾]
Observações:
46
• As normas brasileiras determinam que a resultante das forças atuantes nos veículos
deve ficar contida no terço médio da bitola, tanto para o trem mais rápido, quanto
para um veículo parado sobre a curva.
18.3. Limites De Superelevação
Sendo “V”, a velocidade em km/h, a variação deve situar-se entre os seguintes valores
(inclusive):
47
VLim= {[(B . 𝛾 + Smax . g)] . r / B}1/2
Para a RFFSA:
A velocidade máxima e prevista para trens de passageiros. Entretanto, esta mesma via e
utilizada por veículos mais lentos como trens de carga e veículos de manutenção. Como
a velocidade desses veículos e menor(velocidade mínima),a componente da forca
centrifuga também e menor. aparece por tanto, o risco de tombamento do veiculo mais
lento para dentro da curva e de excesso de desgaste do trilho interno, caso a
superelevação da mesma tenha sido dimensionada pelo critério teórico. Além disso,
mesmo o trem de passageiros pode, por motivo algum, parar na curva A seguinte tabela
apresenta os valores dos raios mínimos calculados para velocidades de 30 a 120 km/h.
Tabela 1: valores dos raios mínimos calculados para velocidades de 30 a 120 km/h
48
20. SOBRECARGA NOS TRILHOS
Se a força centrífuga não está totalmente equilibrada, aparecerá sobrecarga num dos
trilhos.
Situações possíveis:
• As forças de reacção dos trilhos serão iguais (~P/2) se a superelevação tiver sido
calculada pelo método teórico e a velocidade de tráfego for a de projecto, ou seja, força
centrífuga equilibrada;
49
• Para velocidades de tráfego abaixo da de projecto e superelevação teórica, o trilho
interno será mais solícita que o externo (o mesmo pode acontecer para superelevação
prática no caso de menores velocidades.
21. SUPERLARGURA
6
S= −0,012 (S ≤ 2 cm)
R
6000
S= −5 (S ≤2 cm)
R
R - dado em metros e S em milímetros. Curvas com raios acima de 500 m não recebem
superlargura.
22. DESCARRILAMENTO
O descarrilamento pode ser definido segundo Iwnicky (2006), como o incidente no qual
a roda perde a sustentação provida pelo trilho, podendo ser classificados com intensos
(quando a roda se movimenta para dentro da região determinada pelos trios) ou estenos
(quando a roda se movimenta para fora da região determinada pelos trilhos). É ainda
possível classificar o descarrilamento quanto ao impacto, ou seja se ocorreu em apenas
em um rodeiro, se ocorreu em um truque ou se ocorreu no vagão.
O uso de bancos de dados deve ser avaliado com cuidado, pois os mesmos podem ser
baseados em registos cadastrados com pouco critério a respeito da real causa do
descarrilamento, ou ser registado por pessoas inexperientes quanto ao trato destas
50
informações. Além disso, durante um evento descarrilamento, os componentes
causadores desse evento podem ser destruídos ou comprometidos devido aos estragos
que o acidente pode causar, dificultando assim a real identificação do item que gerou o
mesmo.
Diversos autores como Iwnicky (2006), Wagner (2004) e Almeida (2006) abordam
critérios de descarrilamento em seus estudos. Os critérios apresentados neste estudo são
os mesmos considerados por Iwnicky (2006),que aborda o descarrilamento por falha de
parâmetros de contacto roda e trilho, e são:
51
Em suma, as acções de gerenciamento recomendadas são:
a) Obras de Terraplenagem
Cortes: em caixão e em meia encosta;
Aterros.
b) Obras de Arte Corrente São assim chamadas por que podem obedecer a
projectos padronizados.
Superficiais:
- Sarjetas;
- Valetas: de proteção de crista ou de contorno; laterais ou de captação (montante)
e de derivação (jusante);
- Descidas d’água ou rápidos;
- Bacias de dissipação;
52
- Bueiros: abertos; fechados (tubulares ou celulares); de greide;
- Pontilhões;
• Profundas
- Drenos longitudinais de corte;
- Espinhas de peixe;
- Colchão drenante; etc.
• Sub-horizontais: drenos sub-horizontais de taludes;
Estações, pátios e terminais, são instalações tão importantes quanto a própria via. A
eficiência de operação da via é função da adequação e funcionalidade destas estruturas
de apoio. Os terminais são fundamentais na recepção, transbordo e expedição de cargas
e no atendimento ao público. Uma grande parte dos custos totais do transportes
ferroviários, principalmente, de cargas esta vinculado aos terminais, pátios e estações
a) Estações
1) Classificação
- Abrigos;
- Paradas:
53
- Estações do tipo padrão;
- Estações específicas param passageiros;
- Grandes estações centrais ou terminais;
- Estações de integração intermodais.
b) Pátios
- Fraccionamento de composições;
- Formação de composições;
- Recepção, cruzamento e partida de trens;
- Estacionamento de vagões e outros veículos;
- Manobras diversas.
c) Terminais
54
- Locomotivas são reabastecidas, lubrificadas e vistoriadas;
- Vagões são submetidos à triagem;
- Vagões são carregados e descarregados
c) Localização dos pátios e terminais
55
27. BIBLIOGRAFIA
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Conference. Railways in the Greek and Roman World (PDF) (em inglês).
Londres: Newcomen Society: [s.n.] ISBN 978-0-904685-08-4. Consultado em
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railway age 1820-1845 (em inglês). Hersham, Inglaterra: Ian Allan
Ltd. ISBN 978-0-7110-3172-2
- [3] Ir para cima Azéma, Michel (1997). «"Der Reiszug" Festung Hohensalzburg
Salzburg, Austria» (em inglês). Paris, France: Funimag. Consultado em 17 de
Setembro de 2017
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Científicos Editora S/A – Rio de Janeiro/RJ,1983.
- [6] FERREIRA, João, “Intervenções de Construção, Renovação e Manutenção
na Via-Férrea” Dissertação de mestrado FEUP 2010.
- [7] 0.https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio
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