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Micoplasmose

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS CECA - UNIDADE EDUCACIONAL VIÇOSA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
DOENÇAS INFECCIOSAS

MICOPLASMOSES

M.v. Mayara Costa


mayara.costa@arapiraca.ufal.br
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES

➢ Menores microrganismos procariotas


de vida livre capazes de se
autoreplicar;
➢ Possuem tripla camada de membranas
limitantes, mas falta parede celular;
➢ Suscetiveis a dessecação, ao
aquecimento, a detergentes e a
desinfetantes;
Fonte: Quinn et al (2005)
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES

➢ Meios enriquecidos para crescimento


formando microcolonias de forma
arredondada convexa quando iluminadas
obliquamente, e microcolonias com
aparencia de “ovo frito” sob luz transmitida ;
➢ Anaerobios facultativos (alguns crescem
otimamente em uma atmosfera de 5 a 10%
de CO2);
➢ Encontrados em mucosas do trato
respiratório e urogenital, nos olhos, no tubo
digestivo, na glândula mamária e nas
articulações

Fonte: Quinn et al (2005)


PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Etiologia e Epidemiologia

➢ Mycoplasma capricolum subesp. Capripneumoniae


✓ Mycoplasma mycoides subesp. mycoides Large Colony (LC)
✓ Mycoplasma mycoides subesp. capri,
✓ Mycoplasma ovipneumoniae e Mycoplasma arginini
➢ Mortalidade: de acordo com a espécie de micoplasma;
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES

Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Etiologia e Epidemiologia

Aguda Hiperaguda Crônica


Aparecimento dos Resolução pela
Morte ocorre entre encapsulação da lesão
sinais clínicos:
três a cinco dias aguda, determinando
entre 15 a 30 dias ou não o término do
pós-infecção processo infeccioso
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Etiologia e Epidemiologia

➢ Transmissão
✓ introdução de animais infectados em rebanhos susceptíveis
✓ contato de animais sadios com secreções contaminadas
➢ Animais de todas as idades e sexo podem ser acometidos;
➢ Influenciada por diversos fatores ambientais e de manejo- associação de
outros agentes infecciosos
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Etiologia e Epidemiologia

➢ M. capricolum capripneumoniae: alta patogenicidade= agravamento dos sinais


clínicos;
➢ M. Ovipneumoniae: baixa patogenicidade= pode alterar a atividade de
macrófagos alveolares em ovinos sem que seja fagocitado, permanecendo infectante
no animal
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Aspectos Clínicos e Patológicos

Fonte: embrapa caprinos.


➢ Incubação em torno 10 dias (varia de 2 a 28 dias);
➢ Dificuldade na locomoção e febre (variações entre
41ºC e 42ºC),
➢ Continuam se alimentando e ruminando- pode evoluir;
➢ Dispnéia, episódios de tosse, corrimentos nasais
mucopurulentos e salivação intensa.
➢ Fase terminal: animal não se locomove e vem à óbito.
➢ Nas formas subagudas e crônicas os sinais clínicos
apenas quando submetidos a condições de exercício.
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Aspectos Clínicos e Patológicos

Fonte: embrapa caprinos.


➢ Lesões patológicas
✓ localizadas principalmente nos pulmões e na
pleura (pleuropneumonia);
✓ áreas unilateral de hepatização unilateral;
✓ pleurite e acúmulo de líquido pleural;
✓ pleura, em muitos casos, está aderida ao
diafragma, pericárdio e caixa torácica.
✓ exsudato pleural pode ser solidificado em forma
gelatinosa (fibrina) revestindo os pulmões.

Lobo cardíaco de caprino infectado.


PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Aspectos Clínicos e Patológicos

Fonte: embrapa caprinos.


➢ Lesões patológicas
✓ localizadas principalmente nos pulmões e na
pleura (pleuropneumonia);
✓ áreas unilateral de hepatização unilateral;
✓ pleurite e acúmulo de líquido pleural;
✓ pleura, em muitos casos, está aderida ao
diafragma, pericárdio e caixa torácica.
✓ exsudato pleural pode ser solidificado em forma
gelatinosa (fibrina) revestindo os pulmões.

Lobo cardíaco de caprino infectado.


PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Pleuropneumonia Contagiosa Caprina (PPCC)

Aspectos Clínicos e Patológicos

➢ Histopatologia do tecido pulmonar,


✓ infiltrados serofibrinosos com presença de células inflamatórias;
✓ neutrófilos nos alvéolos, brônquios, septo intersticial e tecido conectivo subpleural.
✓ edemas intra e interlobular também podem estar presentes, assim como infiltrados
constituídos por células mononucleares
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Ceratoconjuntivite Infecciosa

Etiologia e Epidemiologia

➢ Afeta a região ocular de ovinos e caprinos;


➢ Mycoplasma conjunctivae e o Mycoplasma agalactiae;
➢ Épocas chuvosas ou quando existe um aumento de um tipo de mosca
pequena;
➢ Animais despigmentados nas pálpebras e/ou conjuntivas + suscetíveis;
➢ Transmissão ocorre: contato direto entre animais doentes ou portadores
com animais sadios e transporte do agente, de um animal doente para o
sadio, pelas moscas.
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Ceratoconjuntivite Infecciosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

➢ Envolve a superfície ocular

Fonte: embrapa.
✓ lacrimejamento, hiperemia da
conjuntiva (conjuntivite) e
blefaroespasmos;
✓ Com o agravamento dos
sintomas a enfermidade evolui
envolvendo a córnea, tornando-a
opaca (irite e ceratite), podendo
levar o animal à perda da visão.
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Ceratoconjuntivite Infecciosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

Fonte: embrapa.
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Ceratoconjuntivite Infecciosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

➢ Histopatologia:
✓ abundante infiltrado de neutrófilos determina áreas de necrose de
liquefação e neoformação vascular na córnea, que está associada à migração
de neutrófilos e células mononucleares, induzindo uma ceratite aguda ou
subaguda
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Etiologia e Epidemiologia

➢ Mycoplasma agalactiae;
➢ Baixa mortalidade, alta morbidade (30% e 60%);
➢ Acomete animais de ambos os sexos, determinando quadros inaparentes, leves,
agudos ou crônicos;
➢ A redução ou completa parada na produção de leite, quadros de mastite, ou a
ocorrência de abortos, torna a enfermidade responsável por consideráveis perdas
econômicas
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Etiologia e Epidemiologia

➢ Mycoplasma agalactiae agente estiológico clássico em ovinos;


➢ Sensibilidade do agente:
✓ aumento de temperatura- inativado em cinco minutos a 60º C/ um minuto a 100º C;
✓ radiação ultravioleta e à degradação do ambiente;
✓ desinfetantes (formalina, cloro) destroem o agente de 15 a 20 minutos
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Etiologia e Epidemiologia

➢ Disseminação rápida;
➢ Transmissão:
✓ contato de animais sadios com portadores;
✓ animais e meio ambiente infectados por descar- gas nasais, fezes, urinas e excreções
articulares;
✓ animais jovens, a ocorrência da doença acontece pela ingestão de leite e colostro
contaminados (agente ser excretado no leite por no mínimo 12 meses e no máximo 8
ano)
➢ A presença de portadores do microrganismo representa um sério risco para a saúde
animal, pois estes, carreiam o agente no trato genital ou no conduto auditivo.
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa
Aspectos Clínicos e Patológicos

Fonte: embrapa caprinos.


➢ bacteremia + febre : disseminação do agente à
glândula mamária, olhos, linfonodos, articulações e
tendões;
➢ Aborto;
➢ Período de incubação ocorre entre um e dois meses.
➢ Anorexia, letargia, indisposição e mastite
(diminuição da produção de leite e a agalaxia);
➢ Articulações: a artrite ocorre normalmente no
carpo e no tarso, com acúmulo de líquido sinovial;
➢ Casos crônicos: anquilose;
Artrite em articulação carpo metacarpiana de caprino, decorrente
de infecção crônica por Mycop/asma aga/actiae..
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

Rodriguez (2021).
➢ Exame macroscópico post-mortem: sinovite/artrite muco-purulenta nas articulações
afetadas, fibrose e a atrofia do tecido glandular do úbere
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

Rodriguez (2021).
PRINCIPAIS MICOPLASMOSES EM PEQUENOS RUMINANTES
Agalaxia Contagiosa

Aspectos Clínicos e Patológicos

Rodriguez (2021).
DIAGNÓSTICO DAS MICOPLASMOSES

Diagnóstico Epidemiológico e Clínico

➢ Fornecem informações valiosas para um correto diagnóstico;


➢ Não podem ser utilizados separadamente dos exames
laboratoriais;
➢ Diagnóstico diferencial da micoplasmose: Listeriose, Lentiviroses,
abortos ocasionados por Chlamydia ou Campylobacter,
ceratoconjuntivites e mastites ocasionadas por outros
microrganismos;
➢ Dificulta o diagnóstico dos portadores inaparentes
DIAGNÓSTICO DAS MICOPLASMOSES
Isolamento e Identificação

➢ Macerado de fragmentos de tecidos lesionados (pulmão,


linfonodos regionais e glândula mamária) , obtidos de animais
necropsiados;
➢ Material obtido através de swab nasal, orofaringe, vaginal e
ocular;
➢ Coleta de leite, sangue e urina;
➢ Coleta de exsudatos articulares;
➢ Material obtido de lavados bronco-alveolares e conduto auditivo
(portadores).
DIAGNÓSTICO DAS MICOPLASMOSES
Isolamento e Identificação

➢ Amostras são cultivadas em meios específicos


(Hayflick modificado, Agar PPLO e SP4);

Fonte: embrapa caprinos.


➢ Placas são incubadas a 37ºC com leituras diárias
por um período de 21 dias;
➢ As colônias apresentam aspecto de "ovo frito”,
transparentes (50 a 500 mm de diâmetro);
➢ Caracterização bioquímica das espécies: testes de
sensibilidade à digitonina, fermentação da glicose,
hidrólise da uréia e arginina, atividade da fosfatase
e digestão da caseína
DIAGNÓSTICO DAS MICOPLASMOSES
Métodos Sorológicos/Imunológicos

➢ Imunofluorescência;
➢ Imunoperoxidase Indireta;
➢ ELISA (a nível do rebanho apenas em rebanhos não
vacinados);
➢ Fixação de Complemento (FC);
➢ Teste de aglutinação em látex (maior sensibilidade
que a FC);
➢ Imunohistoquímica (a partir de fragmentos de
tecidos obtidos em animais necropsiados)
➢ Imunocitoquímica (a partir de lavados bronco-
alveolares, punção de líquido articular e punção de
glândula mamária)
DIAGNÓSTICO DAS MICOPLASMOSES

Análise Molecular (PCR)

➢ Detecção de fragmentos de DNA e RNA (podem ser


repetidamente amplificados e detectados com
maior rapidez, sensibilidade e especificidade);
➢ Desvantagens: ocorrência de falso-positivos (pela
amplificação de outros produtos);
➢ Melhor técnica para detecção direta do agente em
leite
TRATAMENTO DAS MICOPLASMOSES

➢ Antibioticoterapia sistêmica, por longo período (reicindivas e


aparecimento de cepas resistentes)
➢ Não utilizar penicilinas ou outros antibióticos b-lactâmicos com
atuação na parede celular;
➢ Podem reaparecer após o término do mesmo;
➢ Surtos: tratamento deve ser preconizado até que sejam adotadas
medidas de controle adequadas;
➢ Tratamento sintomático (secretolíticos, tratamento local da
glândula mamária, colírios à base de antibióticos
TRATAMENTO DAS MICOPLASMOSES

Principais drogas sistêmicas utilizadas nas diversas manifestações


clínicas da micoplasmose em pequenos ruminantes

Fonte: embrapa
IM: Intramuscular
CONTROLE E PROFILAXIA DAS MICOPLASMOSES

➢ Fundamental para o sucesso da criação;


➢ Erradicação da doença é desejável, porém trabalhosa

Medidas de biossegurança na propriedade, capazes de impedir a infecção de


animais sãos, tendo-se o cuidado na introdução de novos animais
Realização de quarentena para detecção de possíveis doentes
Detecção e eliminação de portadores inaparentes no rebanho
Separação das crias ao nascimento, substituindo o colostro por sucedâneo ou
termizando-se (56ºC/30 minutos) o colostro procedente das mães
Medidas higiênicas durante a ordenha
Desinfecção correta de instalações e equipamentos de ordenha
Isolamento e separação de animais com sintomatologia clínica do resto do rebanho
CONTROLE E PROFILAXIA DAS MICOPLASMOSES
VACINAS

➢ Pleuropneumonia Contagiosa Caprina:


✓ autovacinas administradas subcutâneamente, oriundas de extratos pulmonares de
animais afetados;
✓ vacinas inativadas com saponinas e fenol, como também as produzidas com culturas
da cepa F38, determinam boa imunidade;
✓ as vacinas comerciais para as micoplasmoses em pequenos ruminantes, ainda não
são encontradas Brasil.
➢ Agalaxia contagiosa:
✓ vivas atenuadas de culturas de Mycoplasma agalactiae apresentam-se mais efetivas
do que as inativadas, que determinam reduzida resposta imunológica;
✓ caso a vacina seja aplicada em animais infectados a lactação normal é reduzida e as
lesões articulares e oculares são diminuídas, entretanto o animal permanece
excretando o patógeno através do leite, por um longo período

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