Portfólios Como Instrumentos de Avaliação Dos Processos de Ensinagem
Portfólios Como Instrumentos de Avaliação Dos Processos de Ensinagem
Portfólios Como Instrumentos de Avaliação Dos Processos de Ensinagem
PROCESSOS DE ENSINAGEM1[1]
Entende-se o termo ensinagem, como ação conjunta, deliberada e intencional entre professor e aluno na
1[1]
vem sendo apontado como uma das mais recentes contribuições para
uma avaliação eficaz do ensino.
Historicamente, esse instrumento vem se constituindo com diversas
nomenclaturas que se diferenciam de acordo com suas finalidades e espaços
geográficos. Dentre os mais correntes estão: porta-fólios, processo-fólios,
diários de bordo, dossiê. Esse instrumento já se apresenta com algumas
3[3]
CAMARGO, Alzira Leite Carvalhais. Mudanças na avaliação da aprendizagem escolar na
perspectiva da progressão continuada: questões teórico-práticas. In: BICUDO, Maria Aparecida
Viggiani e SIVA JÚNIOR, Celestino Alves da. (org). Formação do Educador: avaliação
institucional, ensino e aprendizagem. v.4. São Paulo : UNESP, 1999.
4[4]
CENTRA, J. The use of the teaching portfolio and student evaluation for summative
evaluation. Journal of Higher Education. 1994.
classificações: portfólio particular, de aprendizagem, demonstrativo5[5] e,
recentemente, passa-se a incluir o webfólio.
5[5]
SHORES, Elizabeth F. & GRACE, Cathy. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para
professores. Trad. ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre : Artmed. 2001.
6[6]
ARTER, J.A.; SPANDEL, V. and CULHAN, R. Portfolios for Assessment and Instrutcion.
ERIC Digest. Greesnsboro : Eric Clearenghouse on couseling and Student Services, University
of North Carolina, 1995.
7[7]
Fita de Vídeo: Inteligências Múltiplas, apresentado por Katia Stocco Smole, com
participação especial de Howard Gardner.
aprendem melhor, e de uma forma mais integral, a partir de um
compromisso com as atividades que acontecem durante um período de tempo
significativo e que se constrói sobre conexões naturais com os conhecimentos
escolares.
11[11]
Carlos Ceia, Professor da Universidade Nova de Lisboa, construiu um roteiro para adopção
do porta-fólio da prática pedagógica, como documento orientador do Estágio e do Seminário
Pedagógico. No site - acessado dia 20.10.2002
http://www.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/pdfs/carlosceia.pdf .
Entendendo o portfólio como facilitador da reconstrução e reelaboração,
por parte de cada estudante, do processo de ensinagem ao longo de um curso
ou de um período de ensino, sua elaboração oferece oportunidade de refletir
sobre o progresso dos estudantes em sua compreensão da realidade, ao
mesmo tempo que possibilita introduzir mudanças necessárias imediatas.
Como também, permite aos professores considerarem o trabalho não de forma
pontual (como a prova e os teste) mas, no contexto do ensino e como uma
atividade complexa baseada em elementos de aprendizagem que se
encontram relacionados. A construção do portfólio permite que a ação de
aprendizagem seja algo que lhe pertence, pois decide sobre quais trabalhos e
momentos são representativos de sua trajetória, enquanto os relaciona numa
tentativa de dotar de coerência as atividades de ensino com as finalidades de
aprendizagem que se havia proposto e as que se havia negociado com o
projeto em que participa (WINOGRAD et al., 1991)12[12].
4 A EXPERIÊNCIA
12[12]
WINOGRAD, P. et al. Improving the assessment of literacy. The reading Teacher, 1991.
13[13]
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho.
Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre : Artmed, 2000.
... um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, experiências
de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas
fora da escola, representações visuais, etc) que proporciona evidências do
conhecimento que foram sendo construídos, as estratégias utilizadas para aprender e a
disposição de quem o elabora para continuar aprendendo.
15[15]
Na UNERJ a nota é regimental e possui uma fórmula específica para a média semestral.
Com todas as exposições dos colegas que ouvi hoje, sobre as atitudes de um professor
em sala de aula, fiquei pensando, se de fato eu permito o diálogo na sala, se dou
abertura às minhas crianças, se sou tolerante sempre que precisa, se cultivo paz no
meio deles (...) é bom ter equilíbrio nas relações professora e alunos, pois as crianças
são nossos aliados e não os opositores (Portfólio 2000).
Sempre tive muita vontade de escrever sobre minha pessoa, minhas filhas, minhas
poesias, mas sempre tive medo de que eu não conseguia. Por isso nunca começava.
Agora, com a ajuda de todas, isso desapareceu. Escrevo de tudo e já compreendo muito
o que a professora fala e os livros que ela pediu para eu ler! (Portfólio 2001).
MOTA (2002)16[16], professor da Faculdade São Judas – RJ, se diz cada dia
mais convencido que o caminho que está seguindo é rico e promissor. E que as
múltiplas
...me senti feliz, pois colaborei com meu grupo, mas sei que preciso ler muito, porque a
leitura é fundamental na vida, sei que preciso melhorar em todos os sentidos. Espero, no
decorrer do curso, superar traumas e problemas que tenho e, na convivência com os
professores e amigos de classe aprendo coisas boas, sei o quanto é significativo o calor
humano (Portfólio 2000).
16[16]
MOTA, Fernando. Portfólios Avaliativos: segundo momento.
www.ensinofernandomota.hpg.com.br, acessado dia 22.10.2002.
pessoas para grandes lutas a fim de poderem pertencer a um grupo
dignamente. As crianças fazem de tudo para se incluírem. São os adultos que
não se dão conta disso" (Portfólio 2001).
Os registros coletados apontam um estudante reflexivo, envolvido,
fazendo sua parte na reconstrução da cidadania. Nisso, deixei registrado no
portfólio de L o seguinte: “Temos demonstrado que somos pessoas importantes
na Educação. Você é uma dessas pessoas e faz a DIFERENÇA”.
4.2 WEBFÓLIO
5 PORTFÓLIOS DO PROFESSOR
17[17]
SCHERER, Sueli. Doutorando em Currículo na PUCSP, linha de Pesquisa em
NovasTecnologias.
pelo professor. Essa reflexão toma por base MENEGUETTE18[18], na pesquisa
realizada em seu curso de especialização, buscando reflexões em diversos
autores: SELDIN (1997), CENTRA (1994) e
18[18]
MENEGUETTE, A. O uso de portfólios eletrônicos no processo ensino-aprendizagem-avaliação.
Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Cátedra Unesco de Educação a Distância.
Monografia de Especialização em Avaliação. 1998j.
• Material próprio: suas idéias sobre filosofia do ensino e outras reflexões
gerais; conteúdos da disciplina com objetivos, métodos, leituras,
procedimentos de avaliação, etc; avaliação pessoal da eficácia do ensino,
incluindo uma discussão dos conteúdos do portfólio.
• Material de outrem: formulários de avaliação respondidos pelos estudantes;
depoimentos escritos dos estudantes; declaração de colegas que
observaram aulas ou analisaram seus materiais de ensino; video-tapes.
• Produtos de ensino: escores dos estudantes em testes gerais; exemplares
de trabalhos dos estudantes; exemplares de trabalhos corrigidos com notas,
com explicação dos critérios para a atribuição das notas.
O autor sugere sete passos para a criação de um portfólio de ensino, mas
também alerta: o portfólio não é uma compilação exaustiva de todos os
documentos e materiais que existem sobre o desempenho do professor, ao
invés disso, ele apresenta informações selecionadas sobre as atividades de
ensino e evidências concretas de sua eficácia. Os passos sugeridos são:
resumir as responsabilidades relacionadas com o ensino; descrever sua
abordagem para o ensino; escolher ítens para o portfólio; preparar declarações
sobre cada item; organizar os ítens em ordem;
• reunir os dados de apoio; incorporar o portfólio em seu curriculum vitae.
Um portfólio de ensinagem feito por professor da Educação Superior, é o
desafio a que me proponho a desvendar no ano de 2003.
CONSIDERAÇÕES
BIBLIOGRAFIA AUXILIAR
COLE, D., RYAN, C. & KICK, F. Portfolios across the curriculum and
beyond. California: Corwin Press. 1995.
REFERÊNCIAS
CENTRA, J. The use of the teaching portfolio and student evaluation for
summative evaluation. Journal of Higher Education. 1994.
MACLAUGHLAN & MINTZ (1994) in: SOUZA, Eda C.B. Machado de (org).
Avaliação de disciplinas. 2ª ed. Brasília : universidade de Brasília, 2000.