Aptidão Física, Composição Corporal e Maturação Sexual: Ana Carina Moreira Loureiro
Aptidão Física, Composição Corporal e Maturação Sexual: Ana Carina Moreira Loureiro
Aptidão Física, Composição Corporal e Maturação Sexual: Ana Carina Moreira Loureiro
e Maturação Sexual
Porto, 2007
I
Loureiro, A. (2007). Aptidão Física, Composição Corporal e
Maturação Sexual. Estudo realizado em crianças e adolescentes de
ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 13 e os 18
anos, matriculados no ano lectivo 2006/2007 na Escola Secundária
de Valongo. Porto: A. Loureiro. Dissertação de Licenciatura
apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
II
Agradecimentos
Ao Professor Rui Garganta pelo seu auxílio, pois sem ele este trabalho
não teria sido possível.
Aos professores de seminário por todo o auxílio e acompanhamento.
Um muito obrigado à Professora Luísa Aires, que me recebeu no referido
projecto, onde colaborei e pude retirar os meus dados, e que me ajudou e
esclareceu prontamente sempre que necessitei.
A todos os meus colegas que me acompanharam ao longo destes cinco
anos, pois jamais irei esquecer tudo o que vivemos.
III
Índice Geral
Agradecimentos III
Índice Geral IV
Índice de Figuras VI
Índice de Quadros VII
Resumo VIII
Abstract X
Résumé XII
Lista de abreviaturas XIV
1. Introdução 16
1.1. Estrutura do trabalho 18
2. Revisão da Literatura 34
1 - Aptidão Física 19
1.1 - Conceptualização 19
1.2 - Operacionalização da Aptidão Física 25
1.3 - Avaliação da Aptidão Física 29
1.4 - Baterias de Testes da Aptidão Física – Fitnessgram 32
1.5 - Componentes da Aptidão Física da Bateria de Testes
34
Fitnessgram
2. Maturação biológica 41
2.1 - Conceptualização e avaliação 41
2.2. O processo de maturação e a relação com as componentes da
46
aptidão física
3. Objectivos e Hipótese 49
Objectivos 49
Hipóteses 50
4. Metodologia 51
4.1 - Caracterização da Amostra 51
4.2 - Instrumentos 55
4.2.1 - Avaliação Antropométrica 55
IV
4.2.2 - Avaliação da Aptidão Física 56
4.2.2.1 - Interpretação dos resultados do Fitnessgram 61
4.2.3 - Avaliação da Maturação Sexual 63
5. Apresentação e Discussão dos Resultados 64
Composição corporal segundo os pontos de corte estabelecidos para
64
a idade por Cole et al. (2000):
Correlação da Composição Corporal com os Estágios Maturacionais 66
Correlação da Aptidão Física com o Estágio Maturacional 68
Correlação da Aptidão Física com a Composição Corporal 69
Comparação dos resultados obtidos na aptidão física com os valores
72
critério determinados na bateria de testes Fitnessgran
6. Conclusões 76
7. Referências Bibliográficas 78
V
Índice de Figuras
VI
Índice de Quadros
Quadro 1 – Evolução do conceito de ApF ao longo dos tempos
20
(adaptado de Freitas et al., 1997)
Quadro 2 – Componentes, sub-componentes e testes de aptidão
25
física segundo Fleishman (1964).
Quadro 3 – Componentes da capacidade motora geral, aptidão
26
motora e aptidão física proposta por Clarke (1967)
VII
Resumo
O presente estudo pretende realizar a caracterização do nível de aptidão
física, da composição corporal e da maturação sexual, bem como as suas
relações, em crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades
compreendidas entre os 13 e os 18 anos, matriculados no ano lectivo
2006/2007 na Escola Secundária de Valongo. A amostra é constituída por 143
sujeitos dos quais 78 são do sexo feminino e 65 do sexo masculino.
O instrumento utilizado neste estudo para avaliar a Aptidão Física foi a
bateria de testes Fitnessgram, para avaliar a Maturação Sexual foi tomado
como base a identificação das características sexuais secundárias proposta por
Tanner (1962) e para a avaliar a Composição Corporal recolheu-se os valores
do peso corporal e da altura do sujeitos, calculando-se desta forma o Índice de
Massa Corporal
Para o tratamento de questões fundamentais relativas à temática do
estudo foram utilizados os seguintes procedimentos estatísticos: Estatística
Descritiva (média, desvio-padrão e ainda frequências), Correlação de Pearson
e ainda T Teste de Medidas Independentes
A análise dos dados indicou como principais conclusões:
I) A existência de uma correlação positiva do Índice de Massa corporal
(IMC) com o teste Senta e Alcança (perna direita) e Extensão do Tronco, e
entre a Maturação Sexual e a Aptidão Física com a excepção no Teste de
Vaivém.
II) Uma correlação negativa do o IMC com o teste de Vaivém, de Extensão
de Braços, Senta e Alcança (perna esquerda) e com o teste Abdominal
III) O sexo masculino apresenta valores médios superiores nos testes de
força e resistência muscular abdominal, força e resistência muscular corporal
superior e no teste de aptidão aeróbia
IV) Existência de diferenças estatisticamente significativas entre sexos em
todos os testes de Aptidão Física com excepção do teste dos abdominais.
VIII
IX
Abstract
X
XI
Résumé
XII
XIII
Lista de Abreviaturas
XIV
XV
Introdução
16
deverá garantir a cada um a aquisição de um reportório de actividades físicas
que lhe permita gerir a sua aptidão física e o seu bem-estar geral.
Motivar e encorajar os alunos a participarem e a manterem uma actividade
física necessária para a obtenção de um bom nível de aptidão física, deve ser
um dos objectivos da Educação Física. Segundo Pate e Hohn (1994) citados
por Cooper Institute (2002), a missão da Educação Física é “promover nos
jovens a adopção de um estilo de vida activo que se mantenha na vida adulta”.
É neste sentido, que os testes de aptidão física tem sido utilizados, ou
seja, os seus propósitos pedagógicos são desenvolver a aptidão nas crianças e
jovens e encorajar a um estilo de vida activo (Pate e Shepard 1989).
Ao falarmos de crianças e adolescentes parece-nos importante evidenciar
as mudanças ocorridas nesta fase, causada pelo período pubertário e pela
maturação sexual. A faixa etária do nosso estudo, situa-se entre os 13 e os 18
anos de idade, este intervalo etário caracteriza-se pela existência de rápidas
alterações tanto a nível estrutural, funcional como comportamental. São
exemplos, as alterações ao nível dos valores antropométricos, como a
composição corporal, peso e altura, e ao nível das capacidades motoras. Neste
sentido, podemos referir que no seio de uma população de crianças e jovens
reúne-se uma forte heterogeneidade nos seus níveis de aptidão física,
nomeadamente na aptidão física associada á saúde e algumas das explicações
são entre outros os valores distintos de estatura, peso corporal e maturação
biológica.
Assim sendo, e tendo em conta a importância do que foi enunciado
anteriormente, foi estabelecido como objectivo geral do nosso trabalho realizar
a caracterização do nível de aptidão física, da composição corporal e da
maturação sexual, bem como as suas relações, em crianças e adolescentes de
ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos,
matriculados no ano lectivo 2006/2007 na Escola Secundária de Valongo.
17
1.1 - Estrutura do trabalho
18
2. REVISÃO DA LITERATURA
1 - Aptidão Física
1.1 - Conceptualização
19
A atribuição de múltiplas expressões para o significado deste conceito,
revela que este não se encontra ainda definido de forma clara (Pate, 1988).
Contudo, segundo o Concelho da Europa (1993) através da sua
Recomendação NºR (87) 9, a ApF é uma componente importante, não apenas
do desporto e da Educação Física mas também da saúde, e é necessária para
uma condição de bem-estar geral. Assim sendo, é de todo importante que a
compreensão deste conceito esteja o mais definido possível.
A definição do conceito de ApF tem sofrido substanciais alterações ao
longo dos anos (Gomes, 1996). Estas alterações, embora ligeiras (Malina,
1992), reflectem as diferentes preocupações dos pesquisadores de acordo com
a sua área de interesse.
Desta forma, de seguida é apresentado um quadro (quadro 1) onde é
possível verificar a sua evolução:
Quadro 1: Evolução do conceito de ApF ao longo dos tempos (adaptado de Freitas et al.,
1997)
20
Capacidade para produzir trabalho
OMS 1968
satisfatoriamente.
Continuum multifacetado que se prolonga desde
o nascimento até à morte. Os níveis de aptidão
física são afectados pela actividade física e
AAHPERD 1980
variam desde a capacidade óptima em todos os
aspectos da vida até limites de doença e
disfunções.
Sobral e Capacidade de efectuar, de modo eficiente, um
1980
Barreiros determinado esforço.
Conjunto de atributos que as pessoas têm ou
Caspersen et
1985 adquirem e que estão relacionados com a
al.
capacidade de exercitar actividades físicas.
A relação íntima, em adultos saudáveis, entre a
quantidade adequada de exercício para
A.C.S.M. 1988 desenvolver e manter a aptidão
cardiorespiratória, a composição corporal, a força
muscular e a resistência.
Estado de bem-estar físico que permite às
pessoas realizar actividades diárias com vigor,
reduzir o risco de problemas de saúde associado
AAHPERD 1988
à ausência de exercício, e estabelecer uma base
de aptidão para permitir a participação numa
variedade de actividade física.
É a capacidade de realizar com vigor as tarefas
do quotidiano, bem como a demonstração de
Bouchard et
1994 traços e capacidades que estão associadas ao
al.
risco reduzido de desenvolvimento de doenças
hipocinéticas.
Estado caracterizado pela capacidade de realizar
ACSM 1995
actividades diárias com vigor, demonstrando
21
características e capacidades associadas ao
baixo risco de desenvolvimento prematuro de
doenças hipocinéticas.
Capacidade e habilidade para realizar
Rikli e Jones 1998 actividades normais, diárias, de uma forma
satisfatória.
Capacidade fisiológica e/ou física para executar
1999 e
Rikli e Jones as actividades da vida diária de forma segura e
2001
autónoma, sem revelar fadiga.
22
Com o surgir da bateria AAHPER em 1958, deixou-se de utilizar como
referência o conceito bidimensional da ApF (Corbin, 1991; Corbin e Pangrazi,
1992) e adoptou-se a muitidimensionalidade do conceito, bem evidente no seu
estado dinâmico e nas associações que faz com o rendimento-motor e com a
saúde (Franks e Howley, 1989; Marsh, 1993). Contudo, foi a partir dos
resultados do estudo de Edwin Fleishamn em 1964 que a ApF se impulsionou
verdadeiramente para aquisição do conceito multidimensional tal como hoje o
conhecemos.
A aptidão física é ao mesmo tempo um conceito estático e dinâmico. É
dinâmico na medida em que o nível de aptidão muda de acordo com as
mudanças que ocorrem no crescimento e maturação e com o nível de
actividade física e é estático na medida em que o nível de ApF individual pode
ser mantido ao longo do tempo, usualmente em conjugação com uma
actividade física regular, uma dieta alimentar e hábitos de vida saudável (Maia,
Lopes e Morais, 2001).
Para Maia (1999) a importância do estudo da ApF é inquestionável. Este
autor tem sido um dos principais promotores de estudos nesta área, ele refere
quatro exemplos, que na sua opinião, são esclarecedores da importância que
pesquisadores de diferentes quadros dão a este tema:
I) Em 1987, a prestigiada revista Research Quarterly, no seu número 4
do volume 58 dedicava-lhe uma parte substancial do seu conteúdo ao
lidar com a temática a partir do enquadramento pedagógico e de saúde
pública.
II) Em 1988, o prestigiado Colégio Americano de Medicina Desportiva
emitia a sua posição oficial em torno da relevância do estudo e
implicações da expressão da Aptidão Física de crianças e jovens.
III) Em 1992, uma vez mais, a revista Research Quarterly, no seu número
2 do volume 63 retoma o tema a partir da questão: será que crianças e
jovens americanos possuem níveis adequados de aptidão? As
implicações decorrentes desta questão, bem como as das respostas
avançadas são mais do que evidentes.
23
IV) Em 1995, a revista Quest, no seu número 3 do volume 47 avança uma
questão altamente relevante que pretende ver resolvida – a da relação
entre actividade física, aptidão física e saúde.
24
1.2 - Operacionalização da Aptidão Física
25
Posteriormente Clarke (1967;1971) ao distinguir capacidade motora geral
“motor hability”, aptidão motora “motor fitness” e aptidão física “phisical fitness”
permitiu a depuração do conceito e das componentes da ApF inicialmente
apresentadas por Fleishamn, e operacionalizou o conceito de ApF de uma
forma mais restrita a partir da identificação de 3 componentes, todas elas
relacionadas com a área da saúde, como podemos “observar pelo quadro
número 3”.
Potência Muscular X X
Agilidade X X
Força Muscular X X X
Endurance Muscular X X X
Endurance Cardio-Respiratoria X X X
Flexibilidade X X
Velocidade X X
Coordenação Óculo-pedal X
26
Aptidão Física
27
A partir de meados de 1970 a preocupação em avaliar a ApF
relacionada com saúde leva á inclusão, nas baterias, de itens que avaliassem
componentes relacionadas com a aptidão normal da vida do quotidiano (Pate,
1994).
Em estudos como o de Bidle (1986), Safrit (1990) e Corbin e Pangrazi
(1992) verifica-se uma maior atenção pelo desenvolvimento do conceito de ApF
associado à saúde, no entanto estudos como o de Fleishamn (1964), Simons et
al (1969) e Zuidema e Baumgartener (1974) o conceito de ApF está fortemente
associado à participação atlética (Freitas et al., 1997).
Contudo a importância reconhecida à avaliação da ApF
independentemente de estar orientada para a vertente performance ou para a
saúde, está bem patente nas várias baterias de testes construídas ao longo do
tempo.
28
Faculdade ciência de Desporto e Educação
FACDEX 1991
Física – Universidade do porto
29
ApF associada á saúde. Contudo, vários autores como Safrit (1989), Plowman
(1992), Maia (1996, 2001) e Freitas et al., (2002), julgam que esta avaliação
não é a mais adequada nesta vertente.
Maia (1996), refere que neste contexto as baterias de testes de aptidão
física mais conhecidos e utilizados são as da AAHPERD tanto nas vertentes
associadas á performance como á saúde. São exemplos a AAHPERD Youth
Fitness Test, publicada em 1958, sendo revista em 1975 e 1976; a AAHPERD
Health Related Physical Fitness publicada em 1980 e a Physical Best Program.
Avaliação referenciada ao critério ou avaliação criterial, pretende
classificar os indivíduos em função do sucesso ou insucesso na realização de
determinada tarefa bem definida (Maia, 1996). Este tipo de avaliação requer e
recorre à utilização de tabelas com critérios de referência (pontos de corte) que
avaliam o grau de proficiência do sujeito em face de uma determinada aptidão
numa relação dicotómica – zero (se falha) e um (se passa) – classificando-se
os indivíduos em função do seus sucesso ou insucesso na realização de uma
tarefa previamente definida (Safrit 1989, Maia et al., 2002) que se pensa estar
associado á saúde (Freitas et al, 2002).
Com esta avaliação tem-se tentado dar resposta de forma precisa à
seguinte questão: “how fit is fit enough?” – nível de aptidão quanto baste,
estabelecendo valores a serem alcançados pelos indivíduos em cada teste,
que se pensa estarem associados a níveis desejados de saúde (Polwman
1992).
Na perspectiva da ApF associada à saúde, mais que comparar o resultado
atingido pelo sujeito com os grupos, é importante avaliar a capacidade de
realização de tarefas que se julga ser fundamental para considerar o indivíduo
apto fisicamente e com saúde (Conceição, 2005)
Para Cureton (1994) o maior problema das baterias de testes
referenciadas ao critério é que os testes desenvolvidos para avaliar o mesmo
item em diferentes baterias são diferentes.
Polwman (1992) chama também à atenção para a imprecisão da
informação existente acerca da validade dos pontos de corte, bem como do
seu significado prático para avaliar a associação da ApF do indivíduo à saúde
30
do mesmo. Por outro lado, salienta que a avaliação dicotómica proficiente/não
proficiente pode conduzir a erros interpretativos, uma vez que, uma falha na
avaliação pode influenciar negativamente a conduta do indivíduo em face do
exercício físico.
Maia (1996), também dá relevo às limitações que envolvem os pontos de
corte, pois segundo o autor, estes conduzem a um julgamento subjectivo que
depende, por um lado, da posição do investigador e por outro do conhecimento
disponível. Parece então que este autor encontra suporte nas conclusões de
Plowman (1992) referidas anteriormente.
Contudo para Cureton e Warren (1990) a avaliação criterial apresenta as
seguintes vantagens: representam um valor absoluto desejado do
comportamento, que se pode traduzir em informação específica individual e
diagnóstica sobre a habilidade, e caracteriza os indivíduos com base nos
padrões definidos, de proficientes ou não proficientes, consoante atinjam ou
não o critério.
Apesar das evidências demonstrarem as vantagens da utilização da
avaliação criterial, parece haver consenso de que estas não invalidam a
continuação dos padrões referenciados á norma. Maia (1996) é da opinião que
ambas são relevantes no contexto da educação para aptidão da saúde.
Neste contexto, as baterias de testes mais conhecidas referenciadas ao
critério foram: South Carolina Physical Fitness Test que foi desenvolvida em
1978, depois surgiram em 1986 o Fit Youth Today, em 1987 o Fitnessgram e o
Physical Best da AAHPERD.
Segundo Maia (1995) as conclusões a que se procuram extrair dos
resultados obtidos nos testes assentam em 2 grandes pilares: a fiabilidade, e a
validade dos itens e dos próprios testes. A ideia de validade tem sido balizada
por três perspectivas segundo este autor, vejamos:
1º) Perspectiva funcional: baseia-se no pressuposto de que um teste só é
valido se medir, efectivamente, aquilo que pretende medir (Baumgartner e
Jackson, 1991)
31
2º) Perspectiva operacional: centra a sua ideia na relação que um teste
evidencia com o conteúdo de uma faceta particular da performance ou da
aptidão física
3º) Perspectiva explanatória reflecte a ideia de convergência e
aglomeração das perspectivas anteriores.
A fiabilidade tem a ver com a consistência dos resultados recolhidos. Se
um instrumento de medida é totalmente fiável pode ser administrado varias
vezes num dia, ou em vários dias diferentes, que o individuo testado obteria o
mesmo resultado. Este aspecto é importante uma vez que se espera que o
resultado obtido seja um bom indicador da verdadeira aptidão do sujeito. Se um
resultado contiver erros substanciais, se varia nesse dia, ou vários dias depois,
então o teste não tem fiabilidade (Baumgartner, 1989).
32
Quadro 5: Itens da bateria Prudential Fitnessgram associados á saúde e respectivas
componentes de aptidão física (The Cooper Institute for Aerobisc Research, 2002).
33
que se baseiam na perspectiva de programas de aptidão física funcionarem
como um elemento motivador ou de incentivo para um estilo de vida activo, ou
ainda como um instrumento cognitivo, para informar as crianças e adolescentes
acerca das implicações que a ApF e actividade física regular tem para a saúde
(The Cooper Institute Aerobiscs Research, 2002).
- Aptidão aeróbia
34
máximo de oxigénio é geralmente aceite como o mais válido e confiável padrão
para relatar esta componente.
Vários estudos indicam que níveis aceitáveis de aptidão aeróbia estão
relacionados com um menor risco de hipertensão arterial, doenças coronárias,
obesidade, diabetes, algumas forma de cancro e outros problemas de saúde
em adultos (Blair et al., 1989, 1992).
Esta componente é também um marcador de menor desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (DCV), uma vez que, a elevada aptidão aeróbia se
encontra associada a uma redução de riscos de desenvolvimento de DCV
(Despres et al., 1990; Gutin et al., 1990; Young et al., 1995). Andersen e
Haraldsdottir (1993) verificaram no seu estudo longitudinal, realizado desde a
adolescência até início da vida adulta que o VO2 max, ou seja, o consumo
máximo de O2 é uma estimativa da aptidão aeróbia que está associada com
baixos níveis de factores de risco.
Os resultados destes estudos realçam portanto a importância do aumento
ou manutenção da aptidão aeróbia como intervenção para prevenir o
desenvolvimento da obesidade em crianças, diabetes e para reduzir o risco de
doenças cardiovasculares por exemplo.
No nosso estudo o teste utilizado para avaliar esta componente foi o
“Shutle Run”. Este teste, descrito por Leger e Lambert (1982), é identificado
como o mais utilizado para avaliar esta componente em diversos estudos
epidemiológicos com crianças e adolescentes. Duarte e Duarte, (2001)
verificaram a validade do “Sutle Run Test” e recomendam a sua utilização para
estimar a condição cardiorespiratória de jovens.
35
Para Rocha (2002), a força muscular é das valências físicas a mais
importante de todas, pois ela é elemento indispensável na realização de
qualquer tipo de movimento, do mais elementar ao mais complexo. Esta
aptidão é definida como segundo o mesmo autor como sendo a capacidade de
usar a energia mecânica, produzindo contracções que levam o segmento ou o
corpo a vencer resistências e a superar oposições criadas pela acção das leis
da natureza que regem o universo.
A importância do treino da força provém de estudos que indicaram uma
associação positiva entre a prevenção de patologias do fórum esquelético e a
força muscular (Eurofit 1988; AAHPERD 1980). De facto, muitas das lesões do
sistema músculo-esquelético são devido a disfunções ou desequilíbrios
musculares numa determinada articulação, por isso, é fundamental ter
músculos “fortes” que consigam trabalhar sob tensão, com carga e/ou durante
um certo período de tempo e ainda suficientemente flexíveis para permitir aos
membros explorarem toda amplitude articular disponível.
Weineck (2003), refere que o treino da força além de influenciar a
aparência, também tem efeitos preventivos, auxiliando tanto no aparelho
locomotor, mas também actuam significativamente sobre a capacidade
cognitiva de rendimento de nossa mente. Segundo o mesmo autor, um
programa de treino de força e resistência muscular localizada nas crianças,
visa também prevenir lesões articulares, e auxiliar a prevenir futuros desvios
posturais, visto que, uma grande parcela das crianças sofre de fraquezas
posturais que pioram na idade escolar devido à maneira incorrecta de sentar,
ocasionadas, segundo o autor por uma falta de aptidão física na forma de força
muscular. Também Ramos (2000), refere que um grande número de crianças,
apresenta vícios de postura relacionados ao desenvolvimento precário de
diversos músculos do corpo.
A força e a resistência dos músculos abdominais são capacidades
importantes para auxiliar a postura correcta e para um alinhamento eficaz da
cintura pélvica. Este alinhamento é particularmente importante para manter a
zona lombar da coluna vertebral saudável (Cooper Institute for Aerobics
36
Research 2002) reduzindo dessa forma a probabilidade de surgirem dores na
região lombar e de restrições de autonomia e independência de movimento.
Para a avaliação da força abdominal no nosso estudo recorremos ao teste
de “Curl Up”. Este teste não envolve a contracção dos músculos flexores da
anca, minimizando dessa forma os efeitos de compressão na coluna vertebral
quando comparado com teste “Sit Up” em que os pés estão fixos e seguros
(Cooper Institute for Aerobics Research, 2002). Por sua vez para a avaliação
da força e da resistência da região superior do corpo o teste recomendado e
utilizado no nosso estudo foi o denominado teste de Extensão de Braços ou
“Push Up”.
A flexibilidade é também uma importante componente da aptidão física,
por isso é de fundamental importância a sua avaliação (Pitanga, 2005). Esta,
pode ser definida como qualidade motriz que depende da elasticidade muscular
e da mobilidade articular, e é expressa pela máxima amplitude de movimentos
necessária para a perfeita execução de qualquer actividade física sem que
ocorram lesões (Araújo 1983).
A flexibilidade músculo-articular, aparece normalmente associada
segundo os seguintes autores (Corbin & Noble, 1980; Malina et al., 1982) a três
aspectos fundamentais, nomeadamente: rendimento; saúde e reabilitação.
Segundo Pitanga (2005) de um modo geral, a baixa flexibilidade na região
sacro-iliaca em combinação com pouca força/resistência muscular na região
abdominal são responsáveis pelas lombalgias, ou seja, dores na região lombar.
De facto, problemas de postura principalmente na região lombar, estão
associados a falta de distensibilidade dos músculos e ligamentos da região,
assim como a debilidade muscular (Collet, 2005). No entanto Feldman et al,
(2001) concluíram no seu estudo que ao modificar alguns factores de risco tais
como a redução da flexibilidade dos músculos posteriores da coxa, poderá
potencialmente servir para prevenir o desenvolvimento de dores lombares em
adolescentes.
Spidurso (1995) salienta que a perda de flexibilidade não reduz apenas a
quantidade e a natureza do movimento realizado em torno da articulação, mas
também aumenta a possibilidade de lesão articular ou muscular.
37
A flexibilidade desenvolve-se até à idade adulta entre os 20 e 25 anos e
diminui posteriormente com a idade, sendo observada uma redução mais
evidente a partir dos 50 e 55 anos (Carvalho & Mota 2001). As mulheres
geralmente apresentam maior flexibilidade em relação aos homens, facto que
pode ser explicado pelo desenvolvimento da massa muscular dos homens,
bem como pela ausência de trabalho específico (Oliveira, 1999).
O teste de flexibilidade utilizado neste estudo foi o da bateria
“Fitnessgarm” “Sit and Reach”.
Finalizando gostaria de referir que embora os alunos avaliados não devam
apresentar problemas deste tipo, estes devem ser educados no sentido da
prevenção, ou seja, informar que a força, flexibilidade e resistência muscular
podem ajudar a minimizar e prevenir este tipo de problemas na idade adulta.
- Composição corporal
38
Os Métodos Duplamente Indirectos são os mais acessíveis de usar no
terreno contudo são também os que podem manifestar um maior erro. Incluído
nestes encontramos as técnicas antropométricas, o IMC e a impedância
bioelétrica.
De um modo geral, os métodos directos são mais precisos k os indirectos,
mas o facto de serem muito mais dispendiosos sobretudo em grandes amostra,
limita a sua aplicação. Neste sentido, recorrer á antropometria parece ser mais
adequado para estudos da composição corporal no nosso meio, considerando
principalmente o menor custo dos aparelhos utilizados, a não-invasividade do
método, a rapidez na medida e a facilidade para a interpretação dos resultados,
(Almeida, 2006).
Almeida (2006), refere que apesar de tudo a avaliação da composição
corporal em crianças e adolescentes através de dados antropométricos é um
problema, uma vez que, nestas idades o corpo sofre muitas alterações
resultantes do processo de crescimento, desenvolvimento, e maturação, cujas
características dinâmicas tornam difícil o diagnóstico do excesso de peso e da
obesidade em crianças e adolescentes dificultado ainda pela enorme
variabilidade inter e intra individual no que se refere á velocidade do
crescimento.
Em termos epidemiológicos o método mais frequentemente utilizado,
entre outros, motivos pela facilidade de aplicação e de recolha dos dados, é o
índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet (Conceição 2005). O IMC
não exige muita experiência sendo também mais fácil de obter entre os
diferentes momentos de avaliação (Dietz, 1995). Outra vantagem apontada
para a contínua avaliação desta medida é de ser um indicador simples de
avaliação, de baixo custo, não invasivo e bastante utilizado na prática clínica
(Guerra, 2002).
Este índice desenvolvido por Quetelet em 1869 é definido pelo resultado
da divisão do peso pelo quadrado da altura (Peso(kg)/Altura2(M)). Este é muito
utilizado como indicador da adiposidade relativa, não só em adultos mas
também em crianças e adolescentes, constituindo nesta população a principal
39
medida de determinação do excesso de peso e da obesidade no âmbito da
investigação (Lobstein et al., 2004).
Manter uma composição corporal saudável é essencial para a prevenção
da obesidade que está associada a um maior risco de doença das artérias
coronárias, trombose e diabetes.
Crianças e adolescentes com percentagens de gordura superiores a 25 e
30% para rapazes e raparigas, respectivamente, têm maior probabilidade de
desenvolverem factores de risco primários de doenças das artérias coronárias,
tais como a hipertensão e o colesterol elevado (Williams et al., 1992).
40
2 - Maturação biológica
De acordo com a literatura, foi possível verificar que a maturação tem sido
visionada de uma forma genérica como o processo de se tornar “maduro” ou
completamente desenvolvido (Freitas et al., 2002). Esta ideia, parece ser
consensual entre a comunidade científica, contudo, esta proposta é
considerada ampla e complexa (Freitas et al., 2002).
Subjacente a esta ideia do conceito de maturação biológica, podemos por
exemplo referir Guedes e Guedes (1997), que definem maturação biológica
como sucessivas modificações que se processam em um determinado tecido,
sistema ou função, até que a sua forma final seja alcançada. Contudo, outras
definições foram aparecendo ao longo dos tempos resultado dos esforços de
vários pesquisadores, como podemos “verificar pelo quadro 6”:
41
preciso encontrar um outro critério para definir a
maturação fisiológica que seja comum a todos os
indivíduos normais e que percorra todo o período
de crescimento.
42
A maturação dá-nos indicação da distância
percorrida ao longo da estrada para o estado
Beunen 1996
biológico maduro. É o processo de tornar-se
completamente maduro.
A maturação refere-se ao timing e ‘tempo’ do
progresso em direcção ao estado biológico
Malina 1998
maduro. A maturação é um processo celular e
baseia-se na medição e na observação.
43
relacionados com a saúde, mudanças que ocorrem através da interacção de
genes, hormónios, e influência de aspectos ambientais (Fragoso e Vieira 2000)
Enquanto o crescimento se caracteriza pelo aumento do tamanho,
evidenciado pelo aumento da estatura e da massa corporal, isto é, o aspecto
quantitativo do desenvolvimento biológico, o desenvolvimento caracteriza-se
por um processo de mudanças graduais, de um nível simples para o mais
complexo dos aspectos físicos, mental e emocional pelo qual todo o ser
humano passa desde o nascimento até morte. Por fim a maturação pelo
processo em que há um desenvolvimento de características somáticas,
biológicas e psicológicas até que se alcance a plena estabilização do estado
adulto, geneticamente determinada, isto e o tempo em que se inicia o
progresso maturacional, havendo uma variação a nível biológico até que se
alcance o estado maturado (Malina e Bouchard, 2002: Araújo, 1985; Barbanti
1984).
O processo de maturação biológica alcança níveis intensos de
modificação durante a puberdade, e manifesta-se por um surto de crescimento,
mudanças na composição corporal, desenvolvimento do sistema
cardiorespiratório, desenvolvimento do sistema endócrino e das características
sexuais secundárias (Galhahue, 1989). Esta época é marcada por
características bem definidas como aceleração do crescimento, aparecimento
de pilosidade (púbica e axilar) e mamas (telarca), activação funcional do
sistema neuroendócrino (adrenaca e gonodarca), menstruação (menarca) e
finalmente a ossificação dos discos epifisários das epífises (Halbe, Cunha e
Mantese, 1981). Verifica-se assim, que nenhum conjunto de fenómenos
isolados descreve o crescimento, a maturação, o desenvolvimento e o
desempenho de uma criança (Malina e bouchard 1991).
Segundo (Freitas, 2002) o desenvolvimento das características sexuais
secundárias (maturação sexual), idade dentária (maturação dentaria), idade
esquelética (maturação esquelética) e idade morfológica (maturação somática)
são, respectivamente, os indicadores e sistemas utilizados na avaliação do
nível de maturação alcançado por um indivíduo (Tanner 1962)
44
Malina (1988) ressalta que são estes os indicadores geralmente utilizados
para determinar a maturação biológica nos estudos de crianças e jovens. Em
geral os indicadores de maturação esquelética, sexual e somática estão
positivamente relacionados entre si (Malina e Bouchard 1991).
A idade cronológica é avaliada através da contagem numérica da data de
nascimento do indivíduo até à ocorrência da data, a avaliação da idade
biológica pode ser realizada através de diferentes métodos, entre eles a
avaliação da maturação esquelética, sexual, somática e dental. Estas
possibilitam a divisão dos estados maturacionais em três grupos: pré-puberes,
púberes e pós púberes (Malina e Bouchard, 2002).
A avaliação através da idade óssea ou maturação esquelética tem sido
referida na literatura como o melhor sistema para avaliar o estatuto
maturacional já que o desenvolvimento do esqueleto percorre todo o período
de crescimento (Malina e Beunen 1996; Roche 1992; Faulkner 1996). Contudo,
no nosso estudo utilizamos outra opção existente, refiro-me nomeadamente á
avaliação através das características sexuais secundárias, maturação sexual.
No entanto é de salientar que o uso das características sexuais secundárias e
órgão reprodutores (mama e menarca nas raparigas, genitalia nos rapazes e
pelos púbicos em ambos os sexos) é limitado ao período pubertario. Outras
características secundárias para a avaliação da maturação sexual dos meninos
também frequentemente utilizadas são a observação das mudanças na voz,
avaliação dos pelos axilares entre outras (Fragoso e Vieira 2002; Malina &
Bouchard, 2002).
A avaliação da maturação sexual consiste em cinco estágios de
desenvolvimento da genitália e da pilosidade pubiana para indivíduos do sexo
masculino e do desenvolvimento mamário e da pilosidade pubiana, para o sexo
feminino. Através de uma análise visual, as características sexuais secundárias
do indivíduo são classificadas em índices de 1 a 5 por comparação a fotos
padrão. Todos os indicadores sexuais, excepto a menarca, são descritos com
base em 5 estádios directos numa escala de idade cuja unidade de medida são
os macros biológicos ou “milestones”. O estádio 1 significa a ausência de
desenvolvimento e o estádio 5 as características adultas (Tanner, 1962). As
45
técnicas utilizadas para esta avaliação são a inspecção do sujeito sem roupa
ou de uma fotografia, bem como a auto avaliação, como um recurso menos
invasivo na privacidade dos avaliados.
46
poderem estar associados ao surgimento prematuro de problemas músculo-
esqueléticos mas regiões do ombro, lombar e anca.
Tendo em conta o desenvolvimento da flexibilidade em relação á idade e
género, Pate e Shepard (1989) verificam através do teste “Sit and Reach” que
os participantes do National Children and “Youth Fitness Test” entre 6 a 10
anos, tem os valores médios de flexibilidade estáveis. A partir desta idade, as
raparigas apresentam um aumento gradual ate aos 16 anos, enquanto nos
rapazes, a melhoria nesta variável se dá a partir dos 14 anos e se estendem
aos 17.
Gallahue e Ozmun (2001) citado por Rocha (2003) afirmam que por volta
dos 17 anos inicia-se a perda da flexibilidade, relacionada com a diminuição
dos níveis de actividade e com o aumento da idade. Se fossem mantidas
actividades apropriadas ao longo da vida, os níveis de flexibilidade também se
manteriam.
Malina e Bouchard (1991) analisando um compósito de dados norte
americanos e belgas, ressaltam que as raparigas são mais flexíveis que os
rapazes em todas as idades, mas que a diferença é ainda mais acentuada
durante o salto pubertário e a maturação sexual.
Blair et al. (1992) citados pelo Cooper Institute (2002), referem que vários
estudos indicam que níveis aceitáveis de aptidão aeróbia estão relacionados
com um menor risco de hipertensão arterial, doenças coronárias, obesidade,
entre outros. Daí que seja importante fomentar a necessidade para a
exercitação e aplicabilidade desta capacidade. Esta aptidão desenvolve-se até
20-25 anos, mantém-se até os 35 e diminui com a idade, cerca de 8% e 12%
por cada década em homens e mulheres respectivamente (Soares, 2003).
A potência aeróbia máxima, isto é, máximo volume de oxigénio que o
indivíduo é capaz de consumir em uma unidade de tempo, aumenta ao longo
da segunda infância, acompanhando o crescimento das dimensões corporais
(Bar-Or, 1993).
Até aos 12 anos, as curvas de crescimento do consumo de oxigénio não
apresentam diferenças significativas entre sexos, embora os rapazes obtenham
valores superiores desde os 5 anos de idade. A diferenciação sexual instala-se
47
após os 14 anos, idade em que as garotas atingem um platô, ao passo que os
rapazes continuam apresentar valores crescentes ate aos 18 anos (Mirwald,
Bailey, Cameron e Rasmussen, 1981).
Amstrong et al. (1999) verificaram a influência do género crescimento e
maturação no consumo máximo de oxigénio (VO2máx ) em jovens entre os 11 e
13 anos, os quais foram examinados usando o modelo de regressão multinível.
Os sujeitos avaliados foram 119 meninos e 115 meninas, com 11,2 ± 0,4 anos
no início do estudo. A maturação sexual foi classificada de acordo com índices
de Tanner (1962) de pelos púbicos. O VO2máx foi determinado anualmente
durante três anos. Foi verificada uma diferença significativa entre géneros, com
meninas apresentando valores mais baixos, bem como uma integração
género/idade indicando uma divergência progressiva no VO2máx entre
meninos e meninas.
A diferença de VO2máx crescente entre géneros durante a infância e a
adolescência, foi atribuída à maior acumulação de gordura corporal com
relação a massa corporal das meninas, mais elevada concentração de
hemoglobina nos meninos, e a níveis mais baixos de actividade física habitual
nas meninas (Armstrong e Welsman, 1994).
De acordo com Sobral (1991) o exercício físico é o meio mais eficaz de
regular a composição corporal. Nesse sentido, Troiano e Flegal (1998)
salientam que durante o período de crescimento e maturação ocorrem grandes
alterações (em tempos e taxas diferentes) ao nível das proporções corporais,
da massa óssea, e da relação entre a massa gorda e a massa magra. O que é
reforçado pelos resultados do estudo desenvolvido por Taylor et al (2002) que
demonstram que a associação entre a percentagem de gordura corporal e os
valores de índice de massa corporal variam consideravelmente durante essa
fase.
48
3 – OBEJECTIVOS E HIPOTESES
3.1. Objectivos
49
3.2. Hipóteses
50
4 - METODOLOGIA
Rapazes
n= 65
Raparigas
n= 78
51
“Pela figura 3 verificamos” que os sujeitos em estudo apresentam idades
compreendidas entre os 13 e os 18 anos de idade, encontrando-se a maior
proporção de alunos na faixa etária dos 15 e 16 anos, respectivamente
quarenta e cinco (n=45) e setenta e dois alunos (n=72). Estes, perfazem um
total de cento e dezassete alunos (n=117) dos cento e quarenta e três
constituintes da amostra (n=143).
80 72
70
60
Nº Individuos
50 45
40
30
20 15
10 4 4 3
0
13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Idades dos Alunos
52
Verificamos que a predominância do sexo feminino se encontram na faixa
etária dos 16 anos de idade, nomeadamente quarenta uma alunas (n=41). O
mesmo se verifica no sexo masculino onde estão presentes trinta e um alunos
(n=31).
Contrariamente é no intervalo etário dos 17 e 18 anos de idade onde
encontramos menor proporção de alunos, onde apenas uma aluna apresenta
17 anos de idade e nenhum aluno 18 anos, dos cento e quarenta e três alunos
que compõe a amostra total. Na figura 4 é possível observarmos de uma forma
mais clara estas comparações.
45 41
40
35 31
30 25
Nº Sujeitos
25 20
feminino
20 masculino
15
9
10 6
5 2 2 3 3
1 0
0
13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Idades dos Sujeitos
Figura 4: Gráfico representativo das idades dos sujeitos da amostra por sexos
53
120
97
100
Nº Sujeitos
80
60
40 29
17
20
0
Local e Horário
Equipamento
54
4.2 - Instrumentos
55
4.2.2 - Avaliação da Aptidão Física
Quadro 8: testes de aptidão física da bateria Fitnessgram (2002) considerados neste estudo:
Aptidão aeróbia
56
Objectivo: Percorrer a máxima distância possível numa direcção e na
oposta numa distância de 20m com uma velocidade crescente em períodos
consecutivos de 1 minuto
57
Instruções para a aplicação do teste: O aluno deverá escolher um
parceiro. O parceiro A realiza os abdominais, enquanto o parceiro B conta e
observa possíveis erros de execução. O parceiro A assume a posição de
decúbito dorsal, joelhos flectidos a um ângulo aproximado de 140º, pés
totalmente apoiados no chão, pernas ligeiramente afastadas, braços
estendidos e paralelos ao tronco com as palmas das mãos viradas para baixo e
apoiadas no colchão. Os dedos devem estar estendidos e a cabeça em
contacto com colchão.
Depois do parceiro A ter assumido a posição correcta no colchão, o
parceiro B coloca a faixa de medida em cima do colchão e por debaixo dos
joelhos do aluno executante, por forma a que apenas as pontas dos seus
dedos toquem na extremidade da faixa de medida.
A cada repetição, mantendo sempre os calcanhares em contacto com o
solo, o aluno deve executar o movimento de flexão do tronco, fazendo deslizar
os dedos, chegando com a ponta destes à outra extremidade da faixa de
medição, voltando posteriormente á posição inicial.
Este movimento deve ser efectuado lentamente e controladamente, de
forma a cumprir a cadência de execução estabelecida de 20 repetições por
minuto. (uma repetição por cada 3’’).
58
Força e Resistência Muscular Corporal Superior
59
Flexibilidade da região dorsal e posteriores da coxa
60
Equipamento/ instalações: Colchões de ginásio, uma régua com 50 cm,
fita adesiva colorida assinalar as marcas dos 15 cm aos 30 cm.
61
o valor da esquerda apresenta o limite inferior e o da direita o superior. Os
valores aconselhados situam-se entre os 2 limites.
Quadro 9: Valores de corte (cut-off) da aptidão física para a zsapf para o sexo masculino
da bateria de testes fitnessgram
Quadro 10: Valores de corte (cut-off) da aptidão fisica para a zsapf para o sexo
masculino da bateria de testes fitnessgram
62
4.2.3 - Avaliação da Maturação Sexual
63
5 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Obesidade
Sobrepeso 4%
22%
Peso
Normal
74%
Figura 6: Distribuição da amostra pelos pontos de corte para IMC estabelecidos por Cole et al.
Sobrepeso Obesidade
18% 3%
Peso Normal
79%
64
Obesidade
6%
Sobrepeso
26%
Peso Normal
68%
65
ker e james (2002) num estudo em crianças com idades compreendidas
entre os 7 e 11 anos verificaram que 23% das raparigas já tinham sobrepeso e
6% eram clinicamente obesas. Também Musaiger et al. (2000), num estudo
feito em 584 raparigas adolescentes dos 12 aos 19 anos, verificou valores
muito elevados de sobrepeso (38,5%) e obesidade (6,3%). Desta forma,
quando confrontamos estes dados com o nosso estudo, verificamos que os
resultados obtidos pelas raparigas não parecem ser muito “preocupantes”, uma
vez que, estas apresentam valores bastante mais baixos de sobrepeso e
obesidade, respectivamente 18% e 3%.
Dura et. al. (2002), realizaram um estudo a 360 adolescentes de ambos
os sexos, com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, e registaram
que 33,9 % dos adolescentes apresentavam um IMC que sugere excesso de
peso corporal. Estes resultados não estão próximos dos valores obtidos pelo
total de sujeitos da nossa amostra, contudo, são muito semelhantes quando
separada a amostra por sexos, ou seja, semelhantes com os resultados obtidos
pelo sexo masculino, cuja soma de prevalência de Sobrepeso e Obesidade
assume um total de 32%.
O nosso estudo parece então também ir ao encontro dos resultados
encontrados no estudo de Krassas et al. (2001), onde os valores de sobrepeso
e obesidade encontrados estão mais próximos dos nossos, respectivamente
25,9% e 5,1% para os rapazes e 19,1% e 3,2% para as raparigas.
66
Quadro 11: Correlação entre composição corporal e maturação sexual através da
correlação de Pearson (p<0,05).
Maturação 1 Maturação2
(Mama – Raparigas (Púbis – Raparigas
Pilosidade – Rapazes) Tamanho – Rapazes)
67
entre os 7 e 17 anos de idade, concluíram que o IMC aumentava
significantemente a cada estágio de maturação sexual.
Coelho, (1999), realizou um estudo com adolescentes de uma favela no
Rio de Janeiro, e mostrou que a maturação sexual, nessa população, estava
muito mais associada ao IMC do que com a idade. Também Kanbur et al.
(2002) realizaram um estudo com 6462 adolescentes obesos entre 9 e os 16
anos, e verificaram que no sexo feminino, o aumento do IMC teve significância
estatística entre os estágios 1 e 2, no entanto, no sexo masculino, não foi
observado aumento do IMC em relação aos estágios de desenvolvimento
pubertário, contudo, a prevalência de obesidade foi maior nos estágios 1 e 2.
Embora estes estudos não sejam idêntico ao nosso, de certo modo é de realçar
a importância dos seus resultados.
De facto, segundo a literatura, é obvio que a composição corporal do
adolescente varia em função da maturação sexual.
Quadro 12: Correlação entre aptidão física e maturação sexual através da correlação de
Pearson (p<0,05).
Maturação 1 Maturação2
(Mama – Raparigas (Púbis – Raparigas
Pilosidade – Rapazes Tamanho – Rapazes)
Coeficiente Coeficiente
Valor de prova (p) Valor de prova (p)
correlação (r) correlação (r)
Teste Extensão
0,116 0,168 0,119 0,156
Braços
Teste Senta Alcança
0,110 0,191 0,085 0,313
(Direita)
68
Teste Senta Alcança
0,044 0,599 0,066 0,431
(Esquerda)
69
Quadro 13: Correlação entre aptidão física e composição corporal através da correlação
de Pearson (p<0,05).
70
negativo da gordura corporal na aptidão física, penalizando o grupo de maiores
valores.
A literatura é consistente em concluir, que existe uma relação inversa
significativa entre a aptidão aeróbia e a composição corporal. Alguns estudos,
de diversos autores, como Seabra et al. (2004), Ribeiro et al. (2003), Mota et al.
(2006) estão de acordo com esta afirmação. Podemos justificar tal situação,
mencionando Astrup (1999) que refere que baixos níveis de aptidão aeróbia
induzem a uma redução da capacidade de oxidação muscular das gorduras, o
que pode reduzir a tolerância ás gorduras provenientes da dieta provocando
um aumento da gordura e peso corporal.
Segundo Antoninho (2007) num estudo onde pretendeu verificar a
influência dos valores de IMC nos níveis de ApF em adolescentes numa
perspectiva de saúde, verificou que nos testes de força (abdominais e
extensões de braços) as alunas com sobrepeso e obesidade tem uma média
de repetições mais baixa que as alunas com peso normal, e ainda, que as
alunas com obesidade apresentam uma média de repetições inferior ás suas
parceiras com sobrepeso.
No entanto, autores como Deforche et al. (2003), kim et al. (2005), Seabra
et al. (2004) Tokmakidis et al. (2006), nos seus estudos concluíram que de um
modo geral as categorias mais altas de IMC encontram-se fortemente
associadas a performances fracas nos testes de força e resistência muscular,
contudo, em relação ao teste de flexibilidade esta revelou-se inexistente.
Ambas as situações foram observadas neste estudo.
Para Minck et al. (2000) a ausência de relação entre a composição
corporal e os testes de flexibilidade não são surpreendentes, uma vez que, a
quantidade de massa gorda que tem de ser transferida contra a força da
gravidade nestes testes é baixa, não sendo provável que a carga extra tese
965 ver imposta pela gordura corporal possa prejudicar a performance. No
entanto aquando da execução de movimentos que requerem movimentação de
mais massa corporal, a acção da força da gravidade vai ser mais elevada
(Teste extensão de braços e abdominal) o que pode explicar a relação inversa
entre os testes de força e resistência muscular e a composição corporal.
71
Ribeiro (1998) constatou no seu estudo que o VO2máx apresenta uma
correlação negativa com os indicadores de sobrecarga ponderal e obesidade.
Também Martins (2005), concluiu que existe uma relação
significativamente inversa entre o IMC e a aptidão cardiorespiratória dos
adolescentes de ambos os sexos. Cureton e Plowman (2001), referem que o
excesso de gordura corporal está associado a desempenhos fracos no teste
“shuttle run” e consequentemente a valores mais baixos de VO2máx estimado
através do mesmo teste.
Conceição (2005) constatou uma correlação negativa fraca entre o IMC e
o teste de senta e alcança e estatisticamente significativas. No nosso estudo
também observamos tal situação, ou seja, também verificamos uma correlação
negativa entre teste senta alcança para a perna esquerda e o IMC, contudo,
esta não é estatisticamente significativa.
Num estudo efectuado por Almeida (2006), que pretendia avaliar a
actividade física habitual, ApF e IMC em crianças e adolescentes, foi
observado a existência de correlações negativas e significativas (moderadas a
fracas), no caso do sexo masculino, entre IMC e o VO2máx, força abdominal e
força superior, o que também se verificou em ambos os sexos na nossa
amostra, contudo, estas não foram significativas, e no sexo feminino uma
correlação positiva significativa entre IMC e o VO2máx e também entre IMC e a
flexibilidade.
72
Quadro14: quadro representativo das estatísticas descritivas Média ( X ) e Desvio
Padrão (DP) para Aptidão Física de acordo com o sexo
Média ( X )
39,4 16,1 25,8 24,2 59,9 24,5
Sexo
Masculino Desvio-
20,9 8,95 7,33 8,04 22 3,57
Padrão
73
Quadro 15: quadro representativo da análise estatística através do t test de medidas
independentes para a aptidão física de acordo com o sexo
74
força e resistência muscular abdominal, o que não se verificou no nosso
estudo.
Relativamente ao teste de força e resistência dos membros superiores,
Glaner (2002) também verificou diferenças acentuadas entre sexos.
Guedes (1994) no seu estudo com rapazes e raparigas dos 13 aos 14
anos as verificou que as raparigas apresentaram valores mais elevados na
flexibilidade.
No estudo realizado por Collet (2005) já referido anteriormente, a
diferença entre sexos não foi significativa nas categorias de flexibilidade
realizada para ambos os lados, no que diz respeito ao teste senta e alcança.
Este resultado não estão de acordo com os resultados obtidos no nosso
estudo, uma vez que, como podemos observar pelo quadro 15, verificamos a
existência de diferenças estatisticamente significativas entre sexos.
Segundo Martins (2005) num estudo epidemológico na população escolar
de Esposende com crianças e adolescentes dos 10 aos 17 anos verificou-se
que os rapazes apresentam níveis mais elevados de ApF em cada valor
discreto de idade excepto no trunk lift.
75
6 - CONCLUSÕES
Esta hipótese não foi confirmada na sua totalidade, uma vez que,
verificamos que a correlação entre o IMC e a maturação sexual, que expressa
os resultados dos rapazes em relação ao desenvolvimento dos pêlos pubianos
e das raparigas em relação ao desenvolvimento mamário, é uma correlação
positiva e não é estatisticamente significativa. A correlação entre o IMC e a
maturação sexual, que expressa as respostas dos rapazes em relação ao
desenvolvimento da genitália e das raparigas em relação ao desenvolvimento
dos pêlos pubianos, é uma correlação negativa, e não é estatisticamente
significativa.
Esta hipótese não foi confirmada na sua totalidade, uma vez que,
observamos uma correlação positiva entre a maturação sexual e as
componentes de ApF, com excepção no teste de vaivém, onde se verificou
uma correlação negativa. No entanto, estas não foram estatisticamente
significativas
Esta hipótese não foi confirmada na sua totalidade, uma vez que,
verificamos a existência de uma correlação positiva entre o IMC e o teste senta
76
e alcança para a perna direita, e entre IMC e o teste de extensão do tronco
Contudo, entre o IMC e o teste de vaivém, de extensão de braços, senta e
alcança da perna esquerda e o teste abdominal existe uma correlação
negativa. Estas não foram estatisticamente significativas.
Esta hipótese não foi confirmada na sua totalidade, uma vez que, existem
diferenças estatisticamente significativas entre sexos em todos os testes de
aptidão física com excepção do teste dos abdominais
77
7 – REFERÊNÇIAS BIBLIOGÁFICAS
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