AULA 03 - Figuras de Linguagem

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).

FIGURAS DE
LINGUAGEM

Professora Samara Meireles


Corrigindo os exercícios
da semana passada
.

Qual é o Gênero textual?


Qual é o tipo textual predominante?
Qual é a função da linguagem?
Questão 1

Gênero textual artigo científico


Tipo textual predominante expositivo
Função da linguagem Referencial
Questão 2
.

Gênero textual poema


Tipo textual predominante
narrativo, pois existe começo
meio e fim na narrativa do
poema
Função da linguagem
metalinguística, pois o poema
trata do poeta construindo um
poema, logo o poema fala do
poema.
Questão 3

Gênero textual romance


Tipos textuais narração e descrição
Função da linguagem poética, pois o foco é a linguagem literária, oposto, por exemplo, a uma
notícia de jornal que só pretende contar um fato sem trabalhar a linguagem .
Questão 4

Tutorial de estilingue
Questão 5
Introdução de Redação do ENEM

Gênero textual redação do ENEM


Tipo textual dissertativo argumentativo porque o ponto de vista é marcado através dos
argumentos
Agora sim, Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos criativos que


utilizamos na comunicação para dar mais
expressividade ao enunciado, especialmente nos
gêneros artísticos e publicitários. Por isso, esse
conteúdo costuma ser cobrado no Enem de modo a
testar a capacidade do(a) candidato(a) de perceber o
uso das figuras de linguagem em textos e
enunciados, explicando seus efeitos e usos.
As figuras de linguagem afetam o discurso, dando
a ele novos sentidos ou explorando a estrutura
dos enunciados e mesmo o som das palavras. No
Enem, as questões analisarão se você consegue
perceber esses efeitos, sabendo identificar a
figura de linguagem correspondente a eles.
No Enem, espera-se que você perceba quando
as figuras de linguagem foram utilizadas em
um enunciado bem como o efeito que elas
geram e a justificativa para seu uso.
1. Polissemia
2. Ocorre quando uma mesma palavra apresenta
dois ou mais sentidos.

3. a) A letra da música do Chico Buarque é incrível.

4. b) A letra daquele aluno é inteligível

5. c) Meu nome começa com a letra D.


2. Metáfora
Trata do emprego da palavra fora do seu sentido básico,
sendo uma comparação entre seres de universos distintos.
Metáfora no poema de Luís de
Camões:
Metáfora em imagem
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

Aqui o amor é comparado ao fogo,


à ferida, contentamento descontente,
à dor que desatina sem doer

Já na imagem a metáfora está na comparação


do sistema penitenciário à uma panela de
pressão
3. Comparação
Não confunda metáfora com “comparação” porque na
metáfora não há conectivo explicitando a relação de
comparação. Na comparação sempre há um
conectivo ou uma expressão estabelecendo a
relação de comparação:

– “Meu coração tombou na vida tal qual uma estrela ferida pela
flecha de um caçador.” (Cecília Meireles)

– “É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma


orquestra santa.” (Castro Alves)

– “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de


igreja.” (Oswald de Andrade)
4. Catacrese
É um tipo de metáfora que se cristalizou na cultura
popular, caracterizada pela falta de um termo
adequado a um ser ou por ignorância,
desconhecimento da comunidade linguística sobre
um termo exato.

– Com os dentes do serrote, ele serrou a perna da


cadeira.

– Estou com coceira no céu da boca


5. Sinestesia
Ocorre quando há uma combinação de diversas
impressões sensoriais (visuais, auditivas, olfativas,
gustativas e táteis) entre si, e também entre as
referidas sensações e sentimentos.

"Agora, o cheiro áspero das flores leva-me os olhos por dentro de


suas pétalas."(Cecília Meireles)

A sinestesia ocorre com a mistura de olfato “cheiro” e tato


“áspero”.
6. Hipérbato
Consiste na inversão violenta da ordem normal dos
membros de uma frase. Lembrando que a ordem
natural da Língua Portuguesa é:
Sujeito-verbo-complemento.

– “Se o penhor dessa igualdade / Conseguimos conquistar


com braço forte, / Em teu seio, ó liberdade, / Desafia o
nosso peito a própria morte!”
Na ordem direta: Se conseguimos (sujeito) - conquistar
(verbo) - o penhor dessa igualdade com braço forte, nosso
peito desafia a própria morte em teu seio, ó liberdade!
(complemento)

– Estranha, de mãos dadas vinha a mulher com ele.


Na ordem direta: A mulher estranha vinha com ele de mãos
dadas.
7. Pleonasmo
Trata da repetição de significação de vocábulo ou de
termos oracionais.
– “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os
olhos eu quis ver de perto / Quanto em visão com
os da saudade via.” (Alberto de Oliveira)

– Chorou um choro de profundo lamento.

Obs.: O pleonasmo vicioso diz respeito à repetição


inútil e desnecessária de algum termo ou ideia na
frase. Nesse caso não é uma figura de linguagem, e
sim um vício de linguagem
8. Elipse
É a omissão de um termo ou de uma expressão.

– Na sala de espera, apenas dois ou três


pacientes; dentro do consultório, um.
Obs: Explicitando o termo elíptico: “Na sala de espera, havia
apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, havia
um paciente.”
9. Assíndeto
Omissão do conectivo coordenativo, que liga
orações coordenadas.

– A tua raça quer partir,


Guerrear, sofrer, vencer, voltar.”
(Cecília Meireles)

Podemos ver a omissão dos conectivos “e”,


assim:
“A tua raça quer partir
Guerrear e sofrer e vencer e voltar”
10. Antítese
É o contraste entre duas palavras (antônimas),
expressões ou pensamentos, provocando uma
relação de oposição.

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
(...)
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
11. Hipérbole
Ideia que denota exagero.

– Eu já te falei um milhão de vezes que eu não gosto


disso.

Eu morro de rir quando assisto a essa série!


12. Gradação
Enumeração que denota crescimento ou diminuição
(clímax ou anticlímax).

“Oh, não aguardes, que a madura idade


Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada.”
(Gregório de Matos)

“Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era


amor. Só isso encontro.
Caminho, navego, voo, sempre amor.”
(Cecília Meireles)
13. Eufemismo
Suavização de uma ideia negativa.

“Quando a Indesejada das gentes chegar (…)”


(Manuel Bandeira) A “indesejada” é a morte

“Vamos todos numa linda passarela de uma


aquarela que um dia enfim... Descolorirá”.
(Vinicius de Moraes) A passarela é uma metáfora para vida e o descolorir,
“descolorirá” é morrer!
14. Ironia
Consiste em declarar o oposto do que realmente se
pensa ou do que é, com tom de deboche,
normalmente.

– Ela é ótima pessoa, afinal vive judiando das crianças.

– Que motorista excelente você, quase me atropelou.


15. Prosopopeia (Personificação)

Atribuição de características humanas a seres não


humanos.

– “A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não


há / Quando cai, cai sem vontade.” (Vinícius de
Moraes) – A Amazônia chora devido ao
desmatamento.
PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos.1. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
Questão 1
O efeito de sentido da charge é provocado pela
combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase
proferida recorre à

A. Polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede


social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
B. Ironia para conferir um novo significado ao termo “outra
coisa”.
C. Homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço
da população pobre e o espaço da população rica.
D. Personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual
rico.
E. Antonímia para comparar a rede mundial de computadores
com a rede caseira de descanso da família.
Questão 2
Urgência emocional Se tudo é para ontem, se a vida
engata uma primeira e sai em disparada, se não há
mais tempo para paradas estratégicas, caímos
fatalmente no vício de querer que os amores sejam
igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos
pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos a hora de
que fiquem estabelecidas as regras de convívio:
somos namorados, ficantes, casados, amantes?
Urgência emocional. Uma cilada. Associamos
diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo,
adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da
palavra que viabiliza esse sentimento: “paciência”.
Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser
mastigado e engolido com emergência, com fome
desesperada. É uma refeição que pode durar uma
vida.
Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas revelam
uma situação distensa e de pouca formalidade, o que
se evidencia pelo(a) Alternativas

A. impessoalização ao longo do texto, como em: “se


não há mais tempo”.
B. B. construção de uma atmosfera de urgência, em
palavras como "pressa"
C. C. repetição de uma determinada estrutura sintática,
como em: “Se tudo é para ontem”. D. ênfase no
emprego da hipérbole, como em: "uma refeição que
pode durar uma vida”.
D. E. emprego de metáforas, como em: “a vida engata
uma primeira e sai em disparada”.
Questão 3
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.

Este açúcar veio


de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:
A antítese que configura uma imagem da divisão social
do trabalho na sociedade brasileira é expressa
poeticamente na oposição entre a doçura do branco
açúcar e

A. o trabalho do dono da mercearia de onde veio o


açúcar.
B. o beijo de moça, a água na pele e a flor que se
dissolve na boca.
C. o trabalho do dono do engenho em Pernambuco,
onde se produz o açúcar.
D. a beleza dos extensos canaviais que nascem no
regaço do vale.
E. o trabalho dos homens de vida amarga em usinas
escuras.
Questão 4
PALAVRA — As gramáticas classificam as palavras em
substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção,
pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas
classificam as palavras pela alma porque gostam de
brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter
intimidade primeiro. É a alma da palavra que define,
explica, ofende ou elogia, se coloca entre o
significante e o significado para dizer o que quer, dar
sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem
chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A
palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A
palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra
"palavra" diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As
palavras têm corpo o alma, mas são diferentes das
pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que
querem, está dito, e pronto.

Falcão, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013


Esso texto, que simula um verbete para a palavra
“palavra”, constitui-se como um poema porque

A. tematiza o fazer poético, como em “Os poetas


classificam as palavras pela alma”.
B. utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em
“As palavras têm corpo e alma”.
C. valoriza a gramática da língua, como em 'substantivo,
adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”.
D. estabelece comparações, como em "As palavras têm
* corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”.
E. apresenta informações pertinentes acerca do
conceito de “palavra”, como em “As gramáticas
classificam as palavras”.
Questão 5
O ouro do século 21
Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário,
térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de
nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a
escalação de um time de futebol, que ainda teria no
banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio,
európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais
chamados de terras-raras, fazem parte da vida de
quase todos os humanos do planeta. Chamados por
muitos de “ouro do século 21", "elementos do futuro"
ou “vitaminas da indústria", eles estão nos materiais
usados na fabricação de lâmpadas, telas de
computadores, tablets e celulares, motores de carros
elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de
tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior
reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los
e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar
sua exploração.
As aspas sinalizam expressões metafóricas
empregadas intencionalmente pelo autor do texto
para

A. imprimir um tom irônico à reportagem.


B. incorporar citações de especialistas à reportagem.
C. atribuir maior valor aos metais, objeto da
reportagem.
D. esclarecer termos científicos empregados na
reportagem.
E. marcar a apropriação de termos de outra ciência
pela reportagem.
Questão 6
Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de
problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil.
Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para

A. informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os


perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la.
B. denunciar ocorrências de abuso sexual contra
meninas, com o objetivo de colocar criminosos na
cadeia.
C. dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para
uma criança, enfatizando a importância da denúncia.
D. destacar que a violência sexual infantil predomina
durante a noite, o que requer maior cuidado dos
responsáveis nesse período.
E. chamar a atenção para o fato de o abuso infantil
ocorrer durante o sono, sendo confundido por algumas
crianças com um pesadelo.
Gabarito
1. A
2. E
3. E
4. B
5. C
6. C

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