Monique Santos - Prova de VS OI 1 2024

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AVALIAÇÃO VS DE ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL -2024-1

Departamento de Economia-CEC
Polo Universitário Campos dos Goytacazes-PUCG
Total da prova: 10 pontos
Entrega às 18h.
Aluna: Monique da Silva dos Santos
Matrícula: 118066019
Campos dos Goytacazes, 03/ 09/2024

RESPONDA ÀS QUESTÕES A SEGUIR.

Faça a exposição gráfica (apresentando os respectivos pressupostos) dos modelos de


concorrência perfeita e de concorrência imperfeita, destacando as críticas de Joan
Robinson ao primeiro modelo, na definição dos paradigmas da “concorrência
imperfeita”, estabelecidas, particularmente, em seu trabalho: “Concorrência
Imperfeita Re-examinada.

A análise dos modelos de concorrência perfeita e concorrência imperfeita, revela a


evolução do entendimento econômico sobre o comportamento dos mercados e as
limitações dos modelos tradicionais.

O modelo de concorrência perfeita é caracterizado por uma série de pressupostos como:


número Infinito de pequenas firmas: as empresas são pequenas em relação ao mercado
total, o que significa que nenhuma delas tem poder para influenciar o preço de mercado
e são todas tomadoras de preço; homogeneidade dos produtos: todos os produtos
oferecidos pelas empresas são idênticos, o que faz com que os consumidores sejam
indiferentes quanto à escolha do fornecedor; livre entrada e saída do mercado: não
existem barreiras à entrada de novas empresas ou à saída das existentes, o que significa
que qualquer empresa pode entrar no mercado se houver possibilidade de obterem
lucros econômicos; perfeita informação: Todos os participantes do mercado têm acesso
completo e imediato a todas as informações relevantes, incluindo preços e qualidades
dos produtos.mobilidade perfeita dos fatores de produção (diversidade produtiva): os
recursos produtivos podem ser realocados entre diferentes usos e indústrias sem custos
ou atrasos.

A curva de oferta é perfeitamente elástica ao nível do preço de mercado. Cada firma


opera onde o preço de mercado é igual ao seu custo marginal (CMg), e a quantidade de
equilíbrio é determinada pela interseção da curva de oferta e demanda agregada.
O modelo de concorrência imperfeita, por sua vez, reflete as condições de mercado onde
algumas empresas têm poder de mercado e os produtos não são completamente
homogêneos: Esse modelo é baseado em pressupostos tais quais: número finito de
firmas: as empresas podem ser suficientemente grandes para influenciar os preços de
mercado;diferenciação de produtos: os produtos oferecidos pelas empresas são
diferenciados, o que dá às empresas algum controle sobre o preço devido às
preferências dos consumidores por certas características específicas dos produtos;
barreiras à entrada e saída: podem existir barreiras significativas que dificultam a
entrada de novas empresas, como altos custos iniciais, patentes, ou outras restrições
legais e econômicas; informação imperfeita: os consumidores e empresas podem não
têm acesso a todas as informações relevantes sobre os produtos e preços disponíveis no
mercado; poder de mercado: devido à diferenciação dos produtos as empresas podem
exercer algum grau de poder de mercado, o que lhes permite cobrar preços superiores
aos custos marginais.

As empresas enfrentam uma curva de demanda negativamente inclinada. Elas escolhem


o nível de produção onde a receita marginal (RMg) é igual ao custo marginal (CMg), mas
o preço que cobram (P) é superior ao CMg devido ao poder de mercado que detêm.
Joan Robinson criticou o modelo de concorrência perfeita por ser irrealista e incapaz de
refletir as condições dos mercados reais. Ela argumentou que a mobilidade dos fatores
de produção é limitada por obstáculos e custos, que as empresas enfrentam curvas de
demanda com elasticidades variadas e que, devido ao poder de mercado e à
diferenciação de produtos, muitas firmas não atuam como tomadoras de preço. Além
disso, Robinson destacou que as economias de escala frequentemente conduzem à
formação de monopólios naturais, desafiando a ideia de um mercado composto por
muitas pequenas empresas.

2- i)Apresente a hipótese de definição de preços segundo Hall e Hitch “princípio do


custo total”; ii) Apresente e explique a curva de demanda quebrada”; iii) apresente as
principais críticas da abordagem do Custo Total à doutrina ortodoxa.

Hall e Hitch observaram que muitos empresários não seguem o modelo tradicional de
maximização de lucros, que seria a igualdade entre Receita Marginal (RMg) e Custo
Marginal (CMg). Em vez disso, é adotado o "princípio do custo total" para definir os
preços. Segundo essa abordagem, o preço é fixado somando-se ao custo médio total
(que inclui custos diretos, indiretos e uma margem de lucro) para determinar o preço de
venda "justo". Este método não visa maximizar lucros no curto prazo, mas sim assegurar
a cobertura total dos custos e uma margem de lucro razoável, levando em consideração
a imagem da empresa e a estabilidade a longo prazo.

A "curva de demanda quebrada" é um conceito utilizado para explicar a rigidez de


preços em mercados oligopolísticos. De acordo com este modelo, cada empresa
enfrenta uma curva de demanda que é elástica para aumentos de preço e inelástica
para reduções de preço. Se uma empresa aumenta seu preço, os consumidores tendem
a comprar dos concorrentes, o que faz a demanda cair drasticamente, tornando-a
altamente elástica. Por outro lado, se a empresa reduz o preço, os concorrentes
rapidamente ajustam seus preços para baixo, resultando em um ganho de mercado
limitado, o que faz a demanda ser inelástica. Essa quebra na curva de demanda cria
uma descontinuidade na curva de receita marginal, tornando o preço rígido em um
ponto de equilíbrio, onde pequenas variações no custo marginal não levam a mudanças
no preço.
Hall e Hitch criticam a doutrina ortodoxa de maximização de lucros por não refletir a
realidade empresarial. Eles apontam que muitos empresários desconhecem suas curvas
de demanda e receita marginal, em parte por não compreenderem plenamente as
preferências dos consumidores ou preverem as reações dos concorrentes. Além disso, a
incerteza sobre essas reações, a complexidade e os custos associados à alteração de
preços, tornam impraticável o ajuste constante dos preços para maximizar lucros. Em
vez disso, as empresas preferem fixar preços com base no custo total, o que promove a
estabilidade dos preços e evita uma competição destrutiva que poderia comprometer a
rentabilidade geral.

A abordagem do "custo total" adotada por muitas empresas reflete uma busca por
estabilidade e previsibilidade, em contraste com o foco ortodoxo na maximização de
lucros de curto prazo, destacando a desconexão entre a teoria econômica tradicional e
as práticas empresariais reais.

3 i) Apresente o modelo de formação de preços na indústria oligopolizada proposto


por Kalecki, destacando a indústria; ii)Na proposta de Kalecki, explique como atua o
poder de monopólio das empresas no processo de formação de preços.

Michal Kalecki propôs um modelo de formação de preços nas indústrias oligopolizadas


que se diferencia das abordagens neoclássicas tradicionais. Em seu modelo, os preços
não são definidos exclusivamente pelas forças de oferta e demanda, mas pelo poder de
monopólio das empresas. Nas indústrias oligopolizadas, há uma reserva de capacidade
produtiva, o que permite que as empresas controlem seus preços acima dos custos de
produção. Essas empresas estabelecem os preços com base no custo médio de produção
e acrescenta uma margem de lucro, que depende da estrutura de mercado e do grau de
monopólio que detém. Essa margem é maior quanto mais concentrado for o mercado,
ou seja, quanto menos concorrência efetiva houver.

p=mu+np

Sendo:
p é o preço final do produto estabelecido pela empresa.
u é o custo direto unitário (custo médio de produção).
pmédia é o preço médio dos produtos das outras empresas no mercado
m e n são coeficientes que refletem o grau de monopólio da empresa.

m representa a sensibilidade do preço em relação ao custo direto unitário. Quanto maior


for m, maior será o preço final em relação ao custo de produção, enquanto n mede a
influência do preço médio dos concorrentes no preço estabelecido pela empresa. n deve
ser menor que 1 (n<1), refletindo a capacidade limitada da empresa de ajustar seu preço
em relação ao dos concorrentes sem perder significativamente sua participação de
mercado.

A equação indica que o preço 𝑝 é determinado por uma combinação do custo de


produção 𝑢 e da média dos preços dos concorrentes, pmédia​. O grau de monopólio é
crucial aqui: quanto maior for m em relação a n, maior será a autonomia da empresa em
definir um preço elevado em relação ao custo direto, independentemente dos preços
dos concorrentes. Em um mercado altamente concentrado (alto grau de monopólio), m
tende a ser maior, o que significa que as empresas podem definir preços mais altos,
enquanto 𝑛 diminui, indicando menor dependência dos preços dos concorrentes.

O poder de monopólio, segundo Kalecki, é crucial no processo de formação de preços


nas indústrias oligopolizadas. Esse poder permite às empresas fixarem preços que não
apenas cobrem os custos de produção, mas que também incluem uma margem de lucro
significativa. Quanto maior o grau de monopólio, maior será o preço em relação ao custo
de produção. Essa capacidade de controlar os preços ocorre porque as empresas
oligopolistas enfrentam pouca concorrência e, portanto, não precisam reduzir preços
para manter sua participação no mercado. Elas podem, assim, evitar uma guerra de
preços e garantir margens de lucro mais elevadas, resultando em preços que são
"rígidos" ou "pegajosos" e não respondem rapidamente às mudanças na demanda,
mantendo uma estabilidade relativa nos mercados em que atuam.

Observação: por se tratar de uma avaliação “não presencial”, portanto, que possibilita
a consulta, as respostas deverão ser bem fundamentadas.

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