2ª Prova Não Programada 2021

2ª PROVA NÃO PROGRAMADA – SOI 1
EIXO: Sistemas Orgânicos Integrados 1 –

SOI 1
CURSO: MEDICINA – 1P – 2021.2
GABARITO
FORMA CORRETA DE
PREENCHIMENTO:
Observação: Questões com mais de uma marcação serão

anuladas.
Item 1:
Em alguns filmes, novelas e seriados, você já deve ter visto uma cena na qual
uma pessoa come algo e obstrui a via aérea superior ou então ingere algum
alimento no qual seja alérgico e acaba apresentando dispneia (falta de ar)
súbito. Nesse momento entra o herói da cena, pega um objetivo cortante, faz
um “corte” na face anterior do pescoço e introduz uma caneta na via aérea da
pessoa e a salva.
Esse procedimento é denominado cricotireoideostomia de emergência e é
considerada justificada em função do colapso da via respiratória e de edema
(inchaço) da via aérea superior grave.
Considerando a situação clínica e a anatomia da laringe, podemos afirmar:

A) A cricotireoideostomia é realizada entre a cartilagem tireoide e cartilagem
cricoide, sendo que o ligamento cricotireóideo está localizada
imediatamente superior à cartilagem tireoide.
B) Para realizarmos esse procedimento, necessitamos conhecer a anatomia
da laringe. O esqueleto cartilaginoso da laringe é formado por 9
cartilagens, sendo as cartilagens aritenoide, cuneiformes e cricoide pares.
C) As cartilagens tireoide, epiglote e cricoide são cartilagens ímpares, sendo
a cartilagem tireoide a maior delas.
D) A cartilagem cricoide é a última cartilagem da laringe, tendo como principal
característica a abertura posterior na sua circunferência.
Alternativa correta: C
RESPOSTA COMENTADA: Levando em consideração a anatomia da laringe e o
procedimento exposto, a única alternativa que define corretamente o esqueleto
cartilaginoso da laringe é a letra C. As demais alternativas contem pelo menos um
erro.
MOORE, Keith L.; AGUR, Anne R.; DALLEY, Arthur F. Fundamentos de anatomia
clínica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. ISBN: 978-85-277-2429-6.
Item 2:
O médico esportista reconhece os mecanismos fisiológicos de controle da
frequência respiratória durante uma atividade física intensa. Ele sabe que o
quimiorreceptores centrais, localizados no bulbo, exercem um papel
importante, pois recebem e processam informações sobre os parâmetros
respiratórios liberados no organismo.
Nesse contexto, assinale a alternativa correta que justifique o aumento da

frequência respiratória de um atleta em atividade física:
A) As células musculares aumentam a produção de gás oxigênio, tornando o
pH plasmático mais ácido o que excita quimiorreceptores centrais,
aumentando a frequência respiratória.
B) A atividade física diminui a concentração de gás carbônico pelos miócitos

e, consequentemente, o pH torna-se mais ácido, inibindo
quimiorreceptores centrais, o que aumenta a frequência respiratória.
C) As células musculares aumentam a produção de gás carbônico, tornando o

pH plasmático mais básico o que excita os quimiorreceptores centrais,
aumentando a frequência respiratória.
D) Os quimiorreceptores centrais podem ser estimulados pela diminuição do

pH em razão da alta concentração gás carbônico, o que resulta no aumento
da frequência respiratória.
Alternativa correta: D
RESPOSTA COMENTADA: Quando a PCO2 arterial aumenta, o CO2 atravessa a
barreira hematoencefálica e ativa os quimiorreceptores centrais. Esses receptores
sinalizam para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento na
frequência e na profundidade da ventilação, melhorando, assim, a ventilação alveolar
e a remoção de CO2 do sangue.
Os quimiorreceptores respondem diretamente às mudanças de pH no líquido
cerebrospinal. O dióxido de carbono que se difunde através da barreira
hematoencefálica é convertido em ácido carbônico, que se dissocia em bicarbonato
e em H+ (deixando o microambiente mais ácido e com pH menor). Estudos indicam
que o H+ produzido por essa reação inicia o reflexo quimiorreceptor.
Assim, com o pH sanguíneo mais ácido, a frequência da respiração é aumentada para
eliminar o CO2 e rapidamente oxigenar o sangue. Em resposta ao aumento do CO2
sanguíneo, o centro respiratório do bulbo cerebral estimula a contração dos músculos
respiratórios intercostais e do diafragma, aumentando a frequência respiratória.
SILVERTHORN, D. U.. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Capítulo 18.

Porto Alegre: Artemed, 2017. P. 580-584.
Item 3:
Paciente de 4 anos, sexo masculino, admitido no hospital acompanhado da mãe
com quadro clínico de trauma no pé esquerdo após queda de um balanço
resultando numa lesão com sangramento e hematoma persistentes. A equipe
médica optou por internação, processo de debridamento local e pedido de
exames sanguíneos. Os exames laboratoriais alterados na admissão foram o
tempo diminuído de trombina e baixos níveis plasmáticos de um fator
importante da via intrínseca de coagulação. Com exames complementares, os
médicos consideraram um quadro clínico de hemofilia A.
Considerando essa história clínica, assinale qual foi o fator da cascata de

coagulação que apresentou níveis diminuídos constituindo o principal
parâmetro para a suspeita e investigação mais aprofundada no diagnóstico da
doença:
A) VIII
B) I
C) XI
D) XII
Alternativa correta: A
RESPOSTA COMENTADA: As hemofilias são distúrbios genéticos que desencadeiam
episódios hemorrágicos. O tipo mais comum é a hemofilia A que decorre da
deficiência de fator VIII. Outros fatores também podem estar envolvidos, como é o
caso da hemofilia B, causada quando o portador apresenta deficiência do fator IX da
coagulação.
Cabe lembrar que a coagulação é dividida em duas vias de ativação proteolítica
sequencial de pró-enzimas por proteases do plasma que, eventualmente, convergem
a uma via comum resultando na formação de trombina que, então, quebra a molécula
de fibrinogênio em monômeros de fibrina. Uma dessas vias de coagulação é a via
extrínseca (chamada de via de lesão celular ou via do fator tecidual) que se inicia
quando os tecidos danificados expõem o fator tecidual (FT), também chamado de
trombo-plastina tecidual ou fator III que ativa o fator VII plasmático, formando o
complexo fator VII ativado/FT (FVIIa/FT), responsável pela ativação do fator X (via
comum). Essa via é a mais rápida. A outra, é a via intrínseca iniciada quando o dano
aos tecidos expõe o colágeno. Tal processo é denominado "ativação por contato" e
requer ainda a presença de outros componentes do plasma. O colágeno ativa a
primeira enzima dessa cascata, o fator XII que, em seguida, ativa o fator XI que, por
sua vez, ativa o fator IX. O fator IX ativado, na presença de fator VIII ativado por
traços de trombina, e na presença de íons cálcio (complexo tenase), ativa o fator X
da coagulação (via comum), desencadeando a geração de trombina e,
subsequentemente, formação de fibrina.
A gravidade e frequência dos episódios hemorrágicos nas hemofilias estão
relacionadas à deficiência ou ausência da atividade de fator VIII ou IX presente no
plasma; e estes relacionam-se ao tipo de mutação associada à doença.
SILVERTHORN, D. U.. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Capítulo
16. Porto Alegre: Artemed, 2017. p. 524-529.
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. Capítulo 37. 13 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. p. 485.
Item 4:
No tecido sanguíneo existem corpúsculos anucleados, com forma de disco,
medindo cerca de 2-4 µm de diâmetro, derivados de células gigantes e
poliplóides de medula óssea, os megacariócitos. Estes corpúsculos promovem
a coagulação do sangue e auxiliam a reparação da parede dos vasos
sanguíneos, evitando perda de sangue.
Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que lista corretamente o

nome dado ao tipo de elemento do tecido sanguíneo descrito acima.
A) Hemácias.
B) Basófilos.
C) Glóbulos brancos.
D) Plaquetas.
RESPOSTA COMENTADA: Os megacariócitos ficam próximos aos capilares
sanguíneos e emitem por entre as células endoteliais prolongamentos que se
fragmentam pela confluência dos canais de demarcação, originando as plaquetas (2
a 4 μm). O citoplasma restante e o núcleo dos megacariócitos degeneram e são
fagocitados pelos macrófagos. A vida média das plaquetas na corrente sanguínea é
de cerca de 10 dias.
Montanari, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas [recurso
eletrônico]/ Tatiana Montanari. – 3. ed. – Porto Alegre: Edição do Autor, 2016. 229
p. : digital.
Item 5:
As várias formas de apresentação clínica dos pacientes portadores de anemia
falciforme, em diferentes localidades do mundo, variando de formas leves, quase
assintomáticas, a formas incapacitantes ou com alta taxa de mortalidade, têm
sido fonte de inúmeras pesquisas há longo tempo. É uma das doenças
hematológicas herdadas mais comuns em todo o mundo, atingindo expressiva
parcela da população dos mais diferentes países. Esta doença surgiu nos países
do centro-oeste africano, da Índia e do leste da Ásia, há cerca de 50 a 100 mil
anos, entre os períodos paleolítico e mesolítico.
Com base no texto e no aprendizado, sabemos que a primeira descrição na
literatura médica de um caso clínico de anemia falciforme deveu-se à observação
de células do sangue. Portanto, marque a alternativa correta para o que foi
observado:
A) hemácias circulares e em forma de banana em sangue fresco a olho nu;
B) hemácias alongadas e em forma de foice no esfregaço sanguíneo;
C) hemácias redondas e em forma de lança em sangue de animais;
D) hemácias achatadas e em forma de bumerangue em secreções.
Alternativa correta: B
RESPOSTA COMENTADA: Anemia falciforme deveu-se à observação de hemácias
alongadas e em forma de foice no esfregaço sangüíneo de Walter Clement Noel,
jovem negro, originário de Granada (Índias Ocidentais), estudante do primeiro ano
do Chicago College of Dental Surgery, admitido no Presbyteriam Hospital com
anemia.
Gentil Claudino de Galiza Neto Maria da Silva Pitombeira, Aspectos moleculares da

anemia falciforme. Medicina Laboratorial. J. Bras. Patol. Med. Lab. 39 (1), 2003.
Item 6:
As reações de hipersensibilidade são reações que acontecem no corpo de
forma exagerada ou inapropriada caracterizando um processo patológico.
Nesse contexto analise as assertivas abaixo:
I. A hipersensibilidade é subdividida nos tipos I, II, III e IV

II. Uma reação de hipersensibilidade acontece no primeiro contato com o
antígeno
III. A hipersensibilidade é um conjunto de reações do sistema digestório
É correto apenas o que está descrito em:

A) I, II e III
B) I e II
C) II e III
D) I
RESPOSTA COMENTADA: A hipersensibilidade é subdividida em tipos I, II, III e IV.
Esse conjunto de reações são mediados pelo sistema imunológico e acontece após o
primeiro contato com o agente antigênico.
ABBAS, LICHTMAN E PILLAI. Imunologia Celular e Molecular. 9 ed. 2019.

Item 7:
Observe a imagem abaixo:
Fonte: MORRE, PERSAUD E TORCHIA, Embriologia Clínica, 9 ed. 2013
A imagem acima ilustra o desenvolvimento embrionário de parte do:

A) Sistema linfático
B) Sistema respiratório
C) Sistema digestório
D) Sistema cardiovascular
Alternativa correta: B
RESPOSTA COMENTADA: A imagem é uma representação do início do
desenvolvimento da traqueia e dos pulmões, ou seja, ilustra o desenvolvimento
embrionário de parte do aparelho respiratório.
MORRE, PERSAUD E TORCHIA, Embriologia Clínica, 9 ed. 2013.

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EIXO: Sistemas Orgânicos Integrados 1 –

Observação: Questões com mais de uma marcação serão

Considerando a situação clínica e a anatomia da laringe, podemos afirmar:

Nesse contexto, assinale a alternativa correta que justifique o aumento da

B) A atividade física diminui a concentração de gás carbônico pelos miócitos

C) As células musculares aumentam a produção de gás carbônico, tornando o

D) Os quimiorreceptores centrais podem ser estimulados pela diminuição do

SILVERTHORN, D. U.. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Capítulo 18.

Considerando essa história clínica, assinale qual foi o fator da cascata de

Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que lista corretamente o

Gentil Claudino de Galiza Neto Maria da Silva Pitombeira, Aspectos moleculares da

I. A hipersensibilidade é subdividida nos tipos I, II, III e IV

É correto apenas o que está descrito em:

ABBAS, LICHTMAN E PILLAI. Imunologia Celular e Molecular. 9 ed. 2019.

Fonte: MORRE, PERSAUD E TORCHIA, Embriologia Clínica, 9 ed. 2013

A imagem acima ilustra o desenvolvimento embrionário de parte do:

MORRE, PERSAUD E TORCHIA, Embriologia Clínica, 9 ed. 2013.

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