Estrutura Fina
Estrutura Fina
Estrutura Fina
Física e Astronomia
Cláudio Ichiba
Colégio Anglo Maringá, NUPINA (orientador),
[email protected]
Resumo: Este artigo discute a constante de estrutura fina (α), um parâmetro adimensional
crucial na física, que caracteriza a força da interação eletromagnética entre partículas
carregadas. A constante foi inicialmente introduzida para explicar as variações sutis nas linhas
espectrais dos átomos, conhecidas como estrutura fina. Além de conectar a teoria quântica e a
relatividade, α é fundamental para a precisão em previsões teóricas e experimentais na física
moderna. O estudo revisa a origem teórica da constante, suas aplicações e implicações,
destacando sua relevância no entendimento das interações subatômicas e no comportamento
da luz e da matéria. A constante de estrutura fina é, portanto, essencial para a compreensão
das leis universais da física.
Palavras-chave: constante de estrutura fina; interação eletromagnética; física quântica.
1
Abstract: This article discusses the fine-structure constant (α), a crucial dimensionless
parameter in physics that characterizes the strength of the electromagnetic interaction
between charged particles. The constant was initially introduced to explain subtle variations
in the spectral lines of atoms, known as fine structure. In addition to linking quantum theory
and relativity, α is fundamental to the accuracy of theoretical and experimental predictions in
modern physics. The study reviews the theoretical origin of the constant, its applications, and
implications, highlighting its relevance in understanding subatomic interactions and the
behavior of light and matter. The fine-structure constant is, therefore, essential for
understanding the universal laws of physics.
Keywords: fine-structure constant; electromagnetic interaction; quantum physics.
1 INTRODUÇÃO
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante
nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a
língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua
matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras
geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem
eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. (Galilei, G. O Ensaiador.
Coleção Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1999, p. 46).
Nós reconhecemos que há ordem na natureza – padrões, por exemplo, a sucessão dos
dias, das estações do ano, a regularidade das migrações das aves, o ciclo lunar, o ciclo das
marés, entre tantas outras (Sagan, 1997). Esse padrão pode ser descrito, explicado e previsto
por meio de uma linguagem (Bronowski, 1997), pois há um comportamento a ser contado.
A linguagem estrutura uma troca simbólica - capacidade de possibilitar comunicação
(Liráucio, 2016). A comunicação nas Ciências da Natureza, em especial na física, tem
característica própria: transmitir ideias sem ambiguidade (Hewitt, 2002). Para tanto, elas
devem ser expressas em símbolos sem duplos significados e o argumento lógico que mostra
as relações entre os conceitos deve ser compacto. Assim, a linguagem adequada que possui
essas características é a matemática.
A física utiliza-se da matemática porque lida com grandezas, coisas que podem ser
quantificadas, ou seja, medidas. Quantificar uma grandeza é fazer comparação (maior, menor
ou igual) com outra medida de mesma natureza (Hewitt, 2002). A matemática expressa as
relações entre as grandezas físicas. Essas relações expressam a troca simbólica, ou seja,
apresentam a nossa capacidade de comunicar como interpretamos os eventos da natureza.
A capacidade da matemática de representar a realidade por meio de símbolos e
equações faz dela não apenas uma ferramenta, mas uma forma de linguagem que transcende
barreiras culturais e temporais, permitindo uma comunicação universal entre cientistas
(Barrow, 1994).
As equações que representam a síntese das leis da natureza contêm certos números
invariantes chamados de “constantes físicas”. Barrow (1994) afirma que,
2
Dar, a uma quantidade o epíteto de “constante da natureza” é atribuir-lhe uma
condição privilegiada no esquema das coisas. (Barrow, J. D. Teorias de Tudo – A
Busca da Explicação Final. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994, p. 122).
que descrevem a propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo, estabelecendo que a luz se
da luz, mas também o limite superior de velocidade para qualquer partícula ou informação no
(Nogueira, 2017).
Para Barrow (2005), a precisão na determinação desses valores é vital, pois influencia
diretamente a precisão das previsões teóricas e a confiabilidade dos experimentos científicos.
Além de sua importância teórica, as constantes físicas são reflexos das características
intrínsecas do universo. Essas constantes fornecem uma compreensão profunda da estrutura
do universo, mostrando como as forças fundamentais e as partículas interagem em escalas
variadas, desde o microscópico até o cosmológico. Sem essas constantes, as leis físicas que
conhecemos não teriam a mesma forma, e o próprio universo seria substancialmente diferente.
Entre esses números,
É preciso concentrar a atenção sobre constantes que não têm unidades – são
números puros -, de maneira que seus valores sejam os mesmos em qualquer
sistema. Um exemplo simples é a razão entre duas massas, como a do próton e a do
elétron. (BARROW, J. D .; WEBB, J. K. Constantes Inconstantes. Scientific
American Brasil, São Paulo, Ano 4, n. 38, jul. 2005, p. 30).
Entre essas constantes físicas, há uma que desempenha um papel unificador na ciência,
conectando diferentes áreas do conhecimento combinando a velocidade da luz no vácuo, c, a
carga elétrica do elétron, e, a constante de Planck, h, e a chamada permissividade do vácuo,
e²
0, chamada de constante de estrutura fina (α = 2 ε hc ). Ela é um exemplo de como uma única
0
constante pode interligar a eletrodinâmica quântica e a física de partículas, contribuindo para
a unificação das forças fundamentais da natureza (Codata, 2018). Essa interconexão é
fundamental para o desenvolvimento de teorias abrangentes que buscam descrever o universo
de forma coerente e integrada, sugerindo que as constantes físicas não apenas caracterizam,
mas também conectam os diferentes aspectos da realidade física.
No presente trabalho iremos apresentar a constante de estrutura fina (𝛼) como uma
quantidade que possui um papel central na descrição da interação eletromagnética. Sua
importância transcende os limites da teoria quântica, influenciando a compreensão das
conhecida tem implicações diretas para a validade de modelos teóricos e para a precisão das
previsões experimentais. As bases teóricas que fundamentam a constante de estrutura fina,
3
analisa como ela se integra nos modelos existentes e explorando as possíveis implicações de
variações na sua magnitude para o nosso entendimento do universo.
2 APORTE TEÓRICO
A constante de Estrutura Fina (α), foi introduzida por Arnold Johannes Wilhelm
Sommerfeld a fim de encontrar a explicação da divisão relativística das linhas espectrais
atômicas e a capacidade da força eletromagnética (Braga, 2016). Ela é adimensional e isso
significa que se existisse qualquer civilização inteligente no universo, além da nossa, eles
conseguiriam chegar ao mesmo número, independentemente das suas unidades de medidas
tornando-se uma constante universal.
No início do século XX, os físicos precisavam explicar as linhas espectrais do átomo
de hidrogênio, na qual a teoria de Bohr era eficaz apenas ao descrever as linhas principais,
mas não obtinha resultados satisfatórios com o fenômeno conhecido como estrutura fina das
linhas espectrais (Eisberg; Resnick, 1979). A estrutura fina refere-se aos pequenos detalhes
nas linhas espectrais que não podiam ser explicados apenas pela teoria de Bohr. Sommerfeld
resolveu esse problema ao introduzir a ideia de que os elétrons não se moviam apenas em
órbitas circulares, mas em órbitas elípticas, e ao incorporar os conceitos da teoria da
relatividade restrita e o momento angular orbital (Sherbon, 2019). Ele generalizou o modelo
de Bohr, incluindo correções relativísticas e magnetostáticas, que resultaram no
desdobramento das linhas espectrais que observamos nos espectros atômicos. Esta abordagem
forneceu uma explicação mais precisa das diferenças nas energias dos níveis atômicos e a
base para a constante de estrutura fina como um parâmetro crítico (Braga, 2016).
Para entender essa constante, primeiramente devemos falar de outras constantes que
fazem parte dela. São elas: a velocidade da luz no vácuo, c, a constante de Planck, h, a carga
elétrica do elétron, e, e a chamada permissividade do vácuo, 0.
Nos casos da carga do elétron, e = 1,6002711. 10−19 C, e da permissividade do vácuo,
2
−1 2 C
0 = 8 , 854 . 10 2 são constantes intrínsecas ao elétron e ao espaço que o rodeia (vácuo).
N .m
Todavia, a velocidade da luz no vácuo e a constante de Planck necessitam de uma melhor
compreensão.
James Clerk Maxwell, descobriu que a velocidade da luz no vácuo era constante e igual
para todo o espectro eletromagnético (Gaspar, 2002). Ele chegou a essa conclusão
qualitativamente e quantitativamente após ser influenciado pelas ideias de seu mentor e amigo
Michael Faraday que considerou que a luz era uma forma de onda eletromagnética (Tyson,
2014).
Qualitativamente, Maxwell argumentou que a luz era produzida pela contínua
regeneração da oscilação de um campo eletromagnético, então se questionou: o que
aconteceria se a luz desacelerasse ou acelerasse em seu caminho no vácuo (Hewitt, 2002)? Se
a luz diminuísse a sua velocidade, seu campo elétrico oscilante mais fraco geraria um campo
magnético oscilante mais fraco, que por sua vez geraria o próximo campo elétrico ainda mais
fraco, que numa sucessão faria a onda se extinguir. Mas aí haveria um problema: o que
aconteceria com a energia desse campo magnético que se extinguiu? Uma análise semelhante,
porém, inversa seria se a luz acelerasse, de onde viria a energia extra? Esses dois aspectos são
4
incompatíveis com o princípio da conservação da energia. Portanto, concluiu ele, a velocidade
da luz no vácuo é constante.
Quantitativamente, ele obteve a velocidade da luz no vácuo, c, ao se utilizar da lei de
Faraday e com isso relacionar os vetores campo elétrico (E) e magnético (B) (Chaves, 2007)
E
c= , (1)
B
que leva a
1 1 m
c= = = 299 792 458 ,
√ μ0 ε 0
√
s
( )
2
-7 Tm -12 C
4π.10 .8,854187817.10 ( )
A N.m
2
(2)
que de fato é uma velocidade constante.
5
Fonte: http://www.sarmento.eng.br/Historia/HERTZ_TABLE.JPG
Este experimento foi feito com ondas na faixa das ondas de rádio. No entanto, quando
a centelha secundária (na abertura da antena receptora) era iluminada diretamente pela luz da
centelha primária (na abertura da antena emissora) o brilho da centelha secundária era mais
intenso (Nussenzveig, 2010). O efeito fotoelétrico como ficou conhecido é a emissão de
elétrons excitados de um material, geralmente metálico, quando exposto a uma radiação
eletromagnética (como a luz ultravioleta) de frequência suficientemente alta e que depende do
material.
Philipp Eduard Anton von Lenard, verificou posteriormente que o aumento na
intensidade das faíscas observadas por Hertz era um aumento na emissão de elétrons, quando
os terminais metálicos da antena eram irradiados pela luz ultravioleta. Lenard, chamou esses
elétrons emitidos de foto-elétrons (Hewitt, 2002).
Esse efeito não foi surpresa para os cientistas que acreditavam na teoria
ondulatória da luz, pelo contrário, já era previsto (Hewitt, 2002). Pela teoria vigente na
época, a emissão de elétrons podia ser explicada pela absorção das ondas luminosas.
Neste caso, os elétrons passariam a oscilar com mais energia, portanto com amplitudes
maiores. Se a frequência de oscilação da luz fosse a mesma frequência natural de
oscilação do elétron, então a sua absorção seria mais eficiente, ou seja, ressonante. Deste
modo, ao atingir um limite de energia, os elétrons finalmente se livrariam da superfície
do metal. Se a luz fosse fraca e ressoante, levaria mais tempo para isso acontecer, se a
luz fosse mais intensa e ressoante, levaria menos tempo. Se a luz não fosse ressoante,
dificilmente arrancaria os elétrons. Como se esperava que a frequência de vibração dos
elétrons dos metais fosse grande, logo se acreditava que a radiação ultravioleta com alta
frequência fosse capaz de produzir o efeito (Nussenzveig, 2010).
Sendo assim, como o efeito fotoelétrico abalou a teoria ondulatória da luz?
O que chamou a atenção de Lenard e outros foi o que não se previu (Eisberg;
Resnick, 1979):
- os elétrons eram imediatamente emitidos quando a luz incidia sobre o metal
polido mesmo quando a luz era fraca;
- quando se aumentava a frequência sem aumentar a intensidade os elétrons
arrancados eram mais energéticos (maior energia cinética);
- quando se aumentava a intensidade e não a frequência, aumentavam o número
de elétrons emitidos.
A resposta a estas questões fizeram com que a natureza da luz fosse novamente
reformulada.
O fato de acender uma luz ultravioleta mais intensa e arrancar apenas maior
número de elétrons e não com mais energia causava muita estranheza. Tanto quanto
uma luz vermelha muito intensa não arrancar nenhum elétron, enquanto uma luz
ultravioleta fraca ejetava um número pequeno, mais com energia individual alta. Estes
resultados pareciam contraintuitivos.
6
No modelo clássico do átomo, o elétron está se movendo continuamente com
aceleração diferente de zero. Entretanto, uma carga acelerada, emite radiação, e por
conseguinte perde energia de forma também contínua, aproximando-se do núcleo
(Nussenzveig, 2010). Por conseguinte, de forma contrária, quanto mais energia o
elétron recebe continuamente, mais continuamente distante ele estaria do núcleo, ver
sequência na figura 2. Em ambos os casos, o átomo apresenta dificuldades insuperáveis
pela física clássica. O primeiro pelo elétron colapsar para o núcleo e o segundo por ele
alcançar em algum momento uma velocidade de escape orbital.
Figura 2 – modelo clássico de átomo com o elétron recebendo energia luminosa de forma contínua se
afastando continuamento do núcleo.
Figura 3 – salto quântico do elétron de um nível de menor para outro de maior energia.
7
Fonte: autores (2024)
A medida desse pacote de energia, variação de energia entre um nível e outro (E), um
quantum, foi proposto por Planck como sendo proporcional à diferença de frequência de
vibração (f – f0) do elétron entre cada nível de energia na forma da equação
ΔE = h .(f - f 0 ),
(3)
h = 6,62607015.10-34J.s. (4)
Pela equação (3) a energia do elétron num nível energético é dada por
E=h . f. (5)
Em 1905 Albert Einstein, publicou um artigo com o título Sobre um Ponto de Vista
Heurístico a Respeito da Produção e Transform ação da Luz (Nussenzveig, 2010). Ele
usou a ideia de Planck, porém estendeu o conceito de quantum à luz. Ele definiu que ela era
formada por pequenos pacotes de energia, partículas-onda de luz, que Einstein definiu como
fóton (numa analogia a próton, nêutron e elétron). Apesar de ele não ter sido o primeiro a
usar esse termo, quem fez isso foi Gilbert Newton Lewis, os fótons, segundo Einstein,
possuíam características tanto de partícula quanto de onda. No ano de 1911, Arthur Holly
Compton obteve experimentalmente a confirmação dos fótons de Einstein, quando ele
obteve experimentalmente a colisão entre um fóton e um elétron que fora desviado de sua
trajetória anterior, fenômeno conhecido como efeito Compton (Nussenzveig, 2010). A partir
disto, estava demonstrado que o fóton apresentava um comportamento material.
Louis-Victor-Pierre-Raymond, geralmente conhecido por Louis de Broglie em 1924
propôs que o caráter dual de onda-partícula não deveria caracterizar apenas a natureza da
luz, mas sim de toda a matéria (Hewitt, 2002). Para ele, um fóton – possui uma frequência e
comprimento de onda, e, portanto, tem propriedades de onda, e comporta-se também como
partícula. Simetricamente, para ele uma partícula material diminuta também deveria ter as
mesmas propriedades de uma onda. Deste modo, ele desenvolveu um trabalho teórico que
leva em conta esta hipótese, o resultado foi que o elétron, uma partícula material diminuta,
poderia se comportar como uma onda (Gaspar, 2002). No caso, bastaria igualar da equação
8
da energia relativística de uma partícula com massa m com a energia do fóton equivalente de
frequência f, obtendo assim a expressão do comprimento de onda, , de uma partícula
h
λ= , (6)
m. v
Quando uma fonte vibratória, como por exemplo, uma antena tem os seus elétrons
livres vibrando ao longo de seu comprimento, a onda produzida pode estar entre as ondas de
rádio e microondas; se são moléculas ou átomos que vibram, a onda produzida deve estar
entre as microondas e o infravermelho; se são os elétrons no interior das camadas
eletrônicas dos átomos que vibram a onda pode estar entre a luz visível, ultravioleta e raios-
x; se são os núcleos atômicos que vibram, a onda pode estar entre os raios-x e os raios-
(Trefil; Hazen, 2006). O conjunto dessas ondas é chamado de espectro eletromagnético,
ver figura 4
Figura 4 – O espectro eletromagnético relacionando a frequência, comprimento de onda com as fontes físicas.
Fonte: http://www.scb.org.br/fc/imagens/FC58_Radiacao.JPG
O modelo atômico clássico foi substituído por uma proposta apresentada em 1913,
pelo físico Niels Bohr utilizando a quantização da energia do elétron proposto anteriormente
por Planck e Einstein (BRAZ, 2002). No modelo de Bohr, havia uma restrição quanto às
orbitas permitidas para os elétrons. Ele chamou de órbitas de estados estacionários, cujos
raios seriam dados pela expressão
9
2 ε0 . h ²
r n =n . 2
, (7)
π μ.Z .e²
onde n = 1 (estado fundamental), 2, 3, 4, ... para cada órbita permitida – número quântico
principal, 0 é a permissividade elétrica do vácuo, h é a constante de Planck, é o número
conhecido, é a massa reduzida do elétron, e é o módulo da carga do elétron e Z é o
número atômico do elemento considerado.
A energia associada ao elétrons nas órbitas que ele denominou de nível de energia
dada por
4
−1 μ . Z ².e
En = 2 . 2
. (8)
n 8 ε0 . h ²
Figura 5 – Elétron de um nível de menor energia absorve um fóton com energia quantizada e realiza um salto
quântico para um nível mais energético.
Fonte: http://www.profpc.com.br/FIG7.JPG
Quando fazem o contrário, ou seja, emitem fótons quando passam de um nível mais
energético para um menos energético, é dito que sofreram um processo de relaxação, ver
figura 6,
Figura 6 – Elétron de um nível de maior energia emite um fóton com energia quantizada e realiza um salto
quântico para um nível menos energético.
10
Fonte: http://www.profpc.com.br/FIG8.JPG
No caso de luz emitida composta de várias cores visíveis elas se originam nos
elétrons excitados que se encontram distribuídos nos níveis de energia dos átomos que irão
produzir a luz. Quando esses elétrons relaxam, eles emitem fótons com frequências e
comprimentos de onda características de cada cor dessas partículas. Por exemplo, quando
um sal de estrôncio é colocado na chama de um fogareiro, a alta temperatura, portanto a
intensa agitação, e a consequentes colisões moleculares ou atômicas aleatórias fornecem a
energia de excitação. O resultado é que em seguida os elétrons relaxam e emitem fótons de
cores com frequências características. No caso do estrôncio, emite predominantemente
frequências na faixa da cor vermelha, ver figura 7 (Trefil; Hazen, 2006),
Figura 7 – chama colorida produzida pela excitação dos átomos de estrôncio durante a queima
Se a luz desse vapor em chama passar por um prisma de vidro formará um espectro e
nesse caso é chamado de espectro de emissão, ver figura 8
Fonte: http://tadeununessouza.blog.terra.com.br/files/2008/10/bohr-5.jpg
11
Qualquer elemento possui um espectro de emissão, na figura 9 há alguns outros tipos
de espectro, os três de cima são os espectros de emissão do hidrogênio, mercúrio e neônio
para a faixa da luz visível, figura 9(a), o de baixo é o espectro de absorção do hidrogênio,
figura 9(b). Perceba que o de emissão e absorção do hidrogênio se complementam e formam
o espectro contínuo. Isto acontece porque o mesmo fóton que é absorvido é também
emitido.
Figura 9 – espectros de emissão do hidrogênio, mercúrio e neônio 9(a) e de absorção do hidrogênio 9(b).
Fonte: http://www.physics.umd.edu/courses/Phys401/bedaque07/discrete_spectra.jpg
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2017/05/modelo-atomico-sommerfeld1.jpg
Na medida da energia obteve uma relação um pouco diferente da de Bohr (Braga.
2016) dada por,
2 4
−1 μ.Z .e
En = 2
. 2 2
, (9)
( nR + nθ ) 8 ε 0 . h
12
(subnível 1). A priori, isso não mostrou diferença na energia, para o átomo de hidrogênio.
Tanto a equação de Sommerfeld quanto a de Bohr, apresentam a mesma medida de energia.
Entretanto, percebe-se que para os demais átomos em que Z > 1, as órbitas elíticas apresentam
uma degenerescência (Eisberg; Resnick, 1979). Resultado que também passou a ser percebido
a medida que nos espectros de outros elementos químicos eram vistos com maior resolução.
Sommerfeld, encontra uma solução quando ele trata relativisticamente obtendo o resultado,
[ ( )]
2 4 2
−μ . Z . e α .Z ² 1 3
En = . 1+ . − , (10)
n nθ 4 n
2
2 2h
8 ε0 . n
em que a quantidade
e² ( 1,6002711. 10−19 C ) ² 1
α= = ≅
2 ε 0 hc −12 C
2
−34 m 137 ,
2.8 , 854. 10 . 2
.6,62607015. 10 N . m. s .299 792 458
N. m s
Por conseguinte, Barrow e Webb (2005) têm conseguido obter pequenas variações no
valor de estatisticamente relevantes, quando medidas com precisões não antes alcançadas.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
Este estudo sobre a constante de estrutura fina (𝛼) foi conduzido em très etapas
principais, cada uma planejada para explorar diferentes aspectos teóricos, históricos e
experimentais dessa constante fundamental.
1. Revisão Bibliográfica: O primeiro passo envolverá uma revisão abrangente da
literatura existente, com foco em trabalhos clássicos e contemporâneos a respeito da
estrutura fina. Também o contexto em que Arnold Sommerfeld, que introduziu 𝛼, foi
importância das constantes físicas e em especial aquelas que fazem parte da constante de
13
analisados. Essa revisão permitiu contextualizar a constante de estrutura fina no
desenvolvimento da física teórica.
2. Análise Teórica: Após a revisão da literatura, o estudo se concentrou na análise
teórica da constante de estrutura fina. Foram exploradas suas formulações matemáticas e
Esse percurso metodológico visou não apenas entender a constante de estrutura fina
em seu contexto histórico e teórico, mas também avaliar sua aplicabilidade e precisão em
experimentos modernos, buscando novas interpretações e possíveis variações que possam
indicar fenômenos físicos além do modelo padrão.
Este trabalho surgiu como uma proposta do NUPINA para o desenvolvimento de
alunos na iniciação científica. Os alunos escolhem o tema de trabalho dentro de uma grande
área. No caso, a grande área foi a física e o tema escolhido pelos alunos autores foi a
constante de estrutura fina.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como α está diretamente ligado ao eletromagnetismo gera uma consequência por ser
um número pequeno, no caso o eletromagnetismo se torna mais fraco entre as partículas,
induzindo as partículas carregadas formarem átomos ideais cujos elétrons orbitam a uma
distância magistral e saltam facilmente para longe, o que permite as ligações químicas,
significa dizer que α é uma constante de acoplamento de interação eletromagnética, em outros
termos, ela define a "força" da força eletromagnética que afeta partículas carregadas, como
elétrons e prótons a interagirem de várias formas determinadas pelo diagramas de Feynman
(Feynman, 2018). Por tanto conseguimos uma breve conclusão sobre o porquê essa constante
aparece por todos os lugares na física moderna.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2016-0110. Acesso em: 06 ago. 2024.
15
BRAZ Jr., D. Tópicos de Física Moderna. Campinas: Editora Companhia da Escola, 2002.
CODATA. 2018 CODATA Value: Fine-structure constant. Committee on Data for Science
and Technology, 2018. Disponível em: https://physics.nist.gov/cgi-bin/cuu/Value?alph.
Acesso em: 06 ago. 2024.
EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1979.
NOGUEIRA, S. Einstein: Para Entender de Uma Vez. São Paulo: Ed. Abril, 2017.
SAGAN, C. O Mundo Assombrado Pelos Demônios – A Ciência Vista Como Uma Vela
no Escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
TREFIL, J.; HAZEN, R. M. Física Viva – Uma Introdução à Física Conceitual. V. 2, Trad.
BIASI, R. S. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2006.
TYSON, N. deG.. COSMOS. Direção: Brannon Braga; Bill Pope; Ann Druyan. Produção:
Livia Hanich; Steven Holtzman. Estados Unidos: Fox & NatGeo. 2014. Documentário, 13
episódios, 10° episódio (44 min), color.
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