Mônica Kitazuka Yoshimoto: Guaratinguetá 2015
Mônica Kitazuka Yoshimoto: Guaratinguetá 2015
Guaratinguetá
2015
MÔNICA KITAZUKA YOSHIMOTO
Guaratinguetá
2015
Y65d Yoshimoto, Mônica Kitazuka
Diagnóstico e proposição de medidas para o controle das perdas de
água no sistema de abastecimento de Guaratinguetá / Mônica Kitazuka
Yoshimoto – Guaratinguetá : [s.n], 2015.
47 f. : il.
Bibliografia : f. 45-47
CDU 628.15
DADOS CURRICULARES
Agradeço em primeiro lugar à minha família, por todo o amor e apoio que sempre me
deram.
À minha orientadora, Profa Dra Isabel Cristina, por ter sido uma orientadora atenciosa,
que me auxiliou e aconselhou durante todo o desenvolvimento deste estudo.
Ao Prof Msc. Daniel Clemente, pela paciência em me ajudar quando mais precisei.
Às minhas amigas da República Bico Doce, por todo o apoio que sempre me deram,
foram anos incríveis morando juntas.
RESUMO
Nos últimos dois anos, o Brasil tem enfrentado uma das maiores crises hídricas da sua história
e o estado de São Paulo é o que vem passando por maiores dificuldades. Diante desse cenário,
todos os usuários da água devem fazer o possível para que o consumo dos recursos hídricos
seja realizado de forma sustentável. Neste contexto, as empresas responsáveis pelo
abastecimento público de água precisam aumentar a eficiência da gestão dos recursos
hídricos, sendo imprescindível, o combate às perdas no sistema de abastecimento público.
Quando ocorre um vazamento não-visível em uma tubulação, o volume de água desperdiçada
pode ser elevado, mas nesse caso, a água retorna à natureza e continua participando do ciclo
hidrológico. A perda econômica corresponde ao valor agregado ao produto água, que inclui os
custos intrínsecos de exploração, tratamento e distribuição. Esse prejuízo tem como
consequência a menor disponibilidade de recursos financeiros das empresas de saneamento
para o investimento em soluções ecologicamente corretas. Este estudo teve como objetivo
diagnosticar o sistema de distribuição de água do município de Guaratinguetá (SP), realizado
pela Companhia de Serviços de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá (SAEG), para
propor medidas de combate às perdas de água. Entre as medidas propostas, destacam-se o
monitoramento das perdas por macro e micromedidores, o planejamento para a substituição
das tubulações antigas, a conscientização da empresa quanto à importância do combate às
perdas de água e da população para o uso sustentável da água de abastecimento.
ABSTRACT
Over the past two years, Brazil has been facing a major water crisis in its history and the state
of Sao Paulo is the one that has been going through worst difficulties. In this scenario, all
water users should do everything possible so that the consumption of water resources is
carried out in a sustainable manner. In this context, the companies responsible for the public
water supply must increase the efficiency of water resource management. It is indispensable
combating losses in the public supply system. When there is a non-visible leak in a pipe, the
wastewater volume can be high, but in this case, the water returns to nature and continues to
participate in the hydrological cycle. The economic loss corresponds to the value added to the
product water, which includes the intrinsic costs of exploration, processing and distribution.
This damage results in a reduced availability of financial resources of sanitation companies to
invest in environmentally friendly solutions. This study aimed to diagnose the water
distribution system in the city of Guaratinguetá (SP), held by the Companhia de Serviços de
Água, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá (SAEG), to propose measures to combat water
loss. Among the proposed measures, there is the monitoring of losses, planning for
replacement of old pipes and company awareness as a whole in relation to combat water
losses.
KEYWORDS: Water resources. Basic sanitation. Water crisis. Water supply. Planning.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
2 OBJETIVOS....................................................................................................................... 12
2.1 Objetivo Geral................................................................................................................... 12
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 12
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 45
10
1 INTRODUÇÃO
Fonte: IBNET(2015)
11
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo foi diagnosticar o potencial de perdas de água no sistema
de distribuição de água do município de Guaratinguetá (SP), visando a proposição de medidas
mitigadoras e a conscientização da importância da atuação das políticas públicas no combate
às perdas no abastecimento público.
- Propor à SAEG técnicas de controle das perdas reais e aparentes de água no sistema de
distribuição.
13
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Embora o Brasil apresente cerca de 12% da reserva de água doce, considerada a maior
do mundo, diante do aumento da demanda e do conflito de usos, foi necessária a criação de
leis para a proteção de seus recursos hídricos. Com esse objetivo foi criada a Lei Federal nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997, da Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH),
conhecida como a lei das águas, que estabeleceu a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento e de implementação da PNRH.
Assim, as bacias hidrográficas têm sido adotadas como unidades físicas de
reconhecimento, caracterização e avaliação, como forma de facilitar o planejamento e a
gestão dos recursos hídricos. O comportamento de uma bacia hidrográfica pode ser alterado
ao longo do tempo por dois fatores, sendo eles, de ordem natural, responsáveis pela pré-
disposição do meio físico à degradação ambiental, e antrópicos, onde as atividades humanas
interferem de forma direta ou indireta no funcionamento da bacia. (FIGUEIRA, 2013)
Após a criação desta lei, outros instrumentos de gestão dos recursos hídricos foram
criados, como pode ser observado na Tabela 1.
O art 1o da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, baseia-se nos seguintes fundamentos:
I – A água é um bem de domínio público: corresponde ao domínio público das águas e surgiu
do fato da água ser um elemento do meio ambiente com funções indispensáveis à
sobrevivência da vida na Terra e à manutenção do equilíbrio ecológico, sendo um bem de
interesse comum.
II – A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico: define a água como
bem econômico e procura estabelecer critérios para seu uso e garantir o acesso das presentes e
futuras gerações e a eficiência em sua utilização. Sobre essa questão, Pereira (2002) apud
Ferreira (2006) relata que a “definição de bem econômico está baseada nos princípios de
escassez de um recurso, que ocorre quando este recurso não apresenta quantidade suficiente
para satisfazer a totalidade da procura”.
III – Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e
a dessedentação de animais: define os usos prioritários da água em casos de escassez e parte
do princípio de que a água é um elemento essencial para a existência de todos os organismos
vivos do planeta. Assim sendo, sua prioridade deve ser ao consumo humano e a
dessedentação de animais.
IV – A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas:
baseia-se na equidade do acesso à água, buscando a otimização e equilíbrio do uso dos
recursos hídricos, de forma que cada modalidade os utilize na menor quantidade possível.
15
1.Manancial, 2.Captação, 3.Adutora de água bruta, 4.Estação de Tratamento de Água (ETA), 5.Adutora,
6.Reservatório superficial, 7.Reservatório elevado, 8.Rede de distribuição: (a)em anéis, (b)ramificada,
9.Registro, 10.Hidrante, 11.Zona alta, 13.Zona baixa.
com esta finalidade, definidas a partir das condições locais, para assegurar a qualidade da
água, estabelecendo-se áreas para desenvolvimento de pesca, natação e outras atividades a
uma distância segura do local de captação. Se existirem casas isoladas na bacia, estas deverão
ser providas de instalações sanitárias adequadas para o destino adequado dos resíduos.
Desinfecção: o reservatório, antes de ser posto a funcionar, deve ser desinfetado com uma
solução de 50mg/l de cloro útil, com um tempo de detenção mínima de 24 horas.
Proteção do reservatório: nos reservatórios de distribuição não deve ser permitida a entradas
de pessoas estranhas nas suas cercanias, tanto para evitar uma poluição ou contaminação no
caso semi-enterrados, enterrados e apoiados, como também para se evitar acidentes no caso
dos elevados. As tampas de acesso ao interior dos reservatórios, devem ser mantidas em boas
condições sanitárias e de vedação, devendo ser periodicamente limpas. As escadas de acessos
devem ser mantidas em boas condições de segurança e as paredes sempre protegidas por uma
boa pintura.
Órgãos Acessórios: os órgãos acessórios de um reservatório de distribuição são: 1) Tubo de
ventilação - destinado a circulação do ar; 2) Indicador de nível - para acompanhar variações
de consumo; 3) Registros - a fim de regular a entrada e saída de água.
O IP é uma análise superficial das perdas de água do sistema. Ainda deve-se analisar o
sistema qualitativamente e em relação às perdas aparentes, como número de fraudes e
ligações clandestinas encontradas. Entretanto, o IP serve como um ponto de partida para um
estudo sobre as perdas do setor. De acordo com Santos (2008), o IP superior a 40%, indica
que o sistema de distribuição apresenta gerenciamento ruim, IP entre 25 e 40% corresponde a
níveis médios e IP inferior a 25% é obtido em sistemas de distribuição de água com bom
gerenciamento.
De acordo com Tsutiya (2006), a perda real ou física da água corresponde ao volume
de água tratada que não chega ao consumidor final (residências). Essa perda ocorre devido aos
vazamentos das adutoras, das redes/ramais de distribuição, dos reservatórios e
extravasamentos em reservatórios setoriais.
Sobre as perdas reais de água, duas questões precisam ser consideradas. A primeira
está relacionada à conservação dos recursos hídricos, pois quanto menos se perde no sistema,
menor é a necessidade de explorar ou ampliar as captações de água e, portanto, menor será o
impacto ambiental. É importante destacar que, embora o volume de água das perdas reais
recarregue os aquíferos, os investimentos em seu tratamento serão perdidos. Para atender a
crescente demanda por água tratada é necessária a execução de obras de custos elevados, com
fortes impactos ambientais, como barragens, represas e até a transposição de água de outras
bacias, entre outras obras de engenharia. Desta forma, quando as perdas reais de água são
controladas, é possível diminuir os impactos ambientais, em especial, sobre os recursos
hídricos.
A segunda questão relacionada às perdas reais de água, diz respeito à saúde pública.
Neste aspecto, existem vazamentos na rede de distribuição de água, onde qualquer
despressurização do sistema, por exemplo, devido à intermitência no abastecimento para
manutenção, pode levar à contaminação da água pela entrada de agentes patogênicos na
tubulação.
23
As causas dos vazamentos podem ser internas e externas. Nas bombas, as causas dos
vazamentos são internas e ocorrem devido ao desgaste das gaxetas1; ajustes inadequados nos
registros, válvulas e juntas; ou devido às pressões elevadas. Nos reservatórios, as perdas
também ocorrem devido às causas internas, em consequência da baixa qualidade dos
materiais, de falhas de execução da obra e envelhecimento dos materiais.
Nas tubulações, as causas podem ser internas e externas. As internas ocorrem devido à
baixa qualidade dos materiais, à corrosão, ao envelhecimento, ao projeto inadequado,
encaixes inadequados, golpe de aríete, pressão alta e baixa qualidade da água, que pode causar
corrosão interna. As causas externas são devidas à carga de tráfego e agressividade do solo,
que podem causar corrosão externa, poluição do solo, movimentos de terra ocasionados por
obras, deslizamentos e movimentos sísmicos (AGUIAR, 2007). Sarzedas (2009) descreve os
fatores mais relevantes que causam as falhas e vazamentos nas tubulações apresentados na
Tabela 2.
Makar e Kleiner (2000) apud Sarzedas (2009) inferem que os custos associados a uma
falha na tubulação podem ser divididos em três categorias principais: diretos, indiretos e
sociais. Os custos diretos são devidos ao reparo em si, ao volume de água que vazou durante a
falha, custo do dano nos arredores e responsabilidades (danos, acidentes, etc). Os custos
indiretos incluem a interrupção do abastecimento (perda de negócios durante a falha), taxa de
deterioração da infraestrutura e queda na capacidade de combate a incêndios. Os custos
sociais englobam o custo da degradação da qualidade da água devido à entrada de
contaminantes causada pela despressurização, diminuição da confiança pública, custos pela
interrupção do trânsito e atividades comerciais e prejuízo no abastecimento de água para
clientes especiais (hospitais e escolas, por exemplo).
De acordo com Chiara e Arnesen (2015), para controlar as perdas reais de água
algumas técnicas podem ser aplicadas:
- Renovação de ativos: substituição de redes e ramais de forma criteriosa, por implicar em
altos investimentos, priorizando os trechos de maior incidência de vazamentos e com maior
idade;
- Gestão da pressão: por meio da definição das intervenções necessárias nos sistemas de
abastecimento, visando manter a continuidade do abastecimento (pressão dinâmica de 10
mca) e a diminuição das perdas pela redução da pressão média do sistema, considerando que a
vazão dos vazamentos está relacionada com essa pressão média. A definição das intervenções
necessárias, como a criação de novos setores, implantação de Válvulas Redutoras de Pressão
1
Gaxetas: Elemento de vedação em um sistema, usado por exemplo em válvulas e bombas.
24
(VRP) e a substituição de trechos com alta perda pode ser feita por modelagem hidráulica dos
setores estudados. A melhoria da gestão operacional dos setores pode ocorrer com a criação
de Distritos de Medição e Controle (DMC), possibilitando o monitoramento online da vazão
mínima noturna da área e a análise diária da necessidade de realização de ações de combate às
perdas, por meio de pesquisa ativa de vazamentos e execução dos seus reparos.
Quanto à pesquisa ativa dos vazamentos e ações a serem tomadas, para cada tipo de
vazamento é necessária uma medida de mitigação, como pode ser observado na Figura 3 e
descrito a seguir.
- Vazamentos visíveis: Afloram à superfície, comunicados pela população e detectados pela
SAEG. Correspondem a 45% dos volumes perdidos e devem, portanto, serem consertados
imediatamente. O tempo de execução do conserto é um fato importante, pois a demora para
chegar ao local, pode aumentar o desperdício de água tratada. Quando o registro da rua é
fechado, não se deve demorar também, pois pode ocorrer um extravasamento do reservatório,
dimensionado para abastecer o setor o dia todo. Outra ação a ser tomada é a diminuição
(gerenciamento) da pressão da água, que pode estar vazando com maior intensidade em um
horário em que não há necessidade de tanta pressão (de madrugada, por exemplo).
- Vazamentos não visíveis: Não afloram à superfície, são localizados por equipamentos de
detecção acústica. Correspondem a 30% do volume perdido e pode ser neutralizado através de
pesquisas de vazamento utilizando instrumentos adequados. Também pode ser atenuado com
um adequado gerenciamento da pressão da água. Trata-se de um vazamento mais perigoso
que exigem uma gestão especial, pois devido a não aflorarem à superfície, se não houver uma
monitoria desses vazamentos pode correr uma perda de água em um longo período.
- Vazamentos inerentes: Não visíveis e não detectáveis, geralmente uma vazão menor que 250
L h-1 (LAMBERT, 2002). Por não haver um método viável de detecção de tais vazamentos,
deve-se tomar medidas de prevenção, como é o caso da utilização de materiais de boa
qualidade e execução correta de sua construção, pela contratação de mão de obra qualificada.
Figura 3 - Principais tipos de vazamentos em um sistema de distribuição de água e ações para controle.
De acordo com a figura 3, o nível de perdas pode ser reduzido por meio de ações como
gerenciamento de pressão, pesquisa de vazamentos, agilidade e qualidade nos reparos, até
atingir um controle razoável. A área compreendida entre os dois quadrados de “Potencial de
Recuperação do Volume de Perdas Reais” e “Perdas inevitáveis” representa o volume de
perdas potencialmente recuperável. O “nível econômico de perdas reais” encontra-se,
portanto, em algum ponto entre os dois quadrados (AGUIAR, 2007).
O componente relativo ao “gerenciamento de pressão” representa a compatibilização
das pressões em valores mais adequados a cada caso, de forma a otimizar a operação do
sistema de distribuição, sem aumentar o número de vazamentos e a potência de suas vazões.
De acordo com Aguiar (2007), uma forma de aplicar o gerenciamento é por meio da
setorização ou instalação de Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs).
O componente referente à “pesquisa de vazamentos” representa a realização de
campanhas para a detecção de vazamentos não visíveis e pode ser feito por meio de aparelhos
de detecção de ruídos.
O componente referente à “agilidade e qualidade dos reparos” representa o
encurtamento do tempo entre conhecimento/localização do vazamento e o efetivo conserto do
27
Figura 5 – Cruz de Lambert utilizada para o combate às perdas aparentes de água tratada.
4 MATERIAL E MÉTODOS
- Zona Norte: Parque das Alamedas, Mirante, Portal das Colinas, Parque do Sol, Beira Rio I e
II, Jardim do Vale I e II, Jardim Esperança, Nova Guará, Vila Paraíba, Jardim Pérola, entre
outros menores.
- Zona Sul: São Benedito, Campinho, Santa Rita, Vila Santa Rita, Campo do Galvão,
Pedreira, Chácara Selles, Jardim Tamandaré, Vila Santa Maria, Residencial Augusto Filippo,
Jardim David Fernandes Coelho, entre outros menores.
- Zona Oeste: Pedregulho, Parque das Árvores, Jardim Rony, Vila Mollica, Vila Indiana,
Parque São Francisco, Jardim Independência, Vila Comendador, Matadouro, Parque Santa
Clara, Vila Municipal I e II, Vila dos Funcionários, entre outros menores.
30
- Zona Leste: Vila Rosa, Vila Guará, Vila Santa Mônica, Vila Angelina, Chácaras Paturi,
Clube dos 500, Jardim Primavera, Nova República, entre outros menores.
- Centro: centro histórico e centro expandido.
Captação
O município de Guaratinguetá é, predominantemente, abastecido pelo ribeirão
Guaratinguetá e, além deste, tem-se também a captação no ribeirão Lemes, ambos
apresentados na Figura 7. Estas duas captações se somam na ETA principal do sistema. Além
do abastecimento por estes cursos d’água superficiais, há também 6 poços artesianos nos
bairros: João Daniel, Comerciários, Santa Clara, Engenho d’Água, Vila Ofélia e Montes
Verdes. O município conta com duas ETAs compactas nos bairros, Rocinha e Pedrinhas.
Fonte: Autora
Reservatórios
O sistema de abastecimento do município de Guaratinguetá conta com 29
reservatórios atualmente, descritos a seguir, com seus respectivos bairros abastecidos:
CR 01/10 – Reservatório Geral Caixa Velha (Setor 10): Centro, Chácara Selles, Jardim
Padroeira, Vila Santa Maria, Alto São João, Campo do Galvão, Mercado Municipal, Vila
Alves, Ilha dos Ingás, Residencial Augusto Fillipo, Jardim Tamandaré, Figueira, Pedreira,
Antonio Paula Santo, Jardim Nova Era, Morro Frio e Olaria José Benedito.
CR 01/20 – Reservatório Geral Caixa Velha (Setor 20): Campinho, Vil Broca, Santa Rita,
Vila Antunes, Vila São José, São Benedito, Vila Angelina e Jardim Modelo.
CR 01/30 – Reservatório Geral Caixa Velha (Setor 30): Jardim Bela Vista, São Dimas, Jardim
Esplanada, Adhemar de Barros, Pedregulho, Jardim Pérola, Vila Galvão, Cecap, Jardim
Coelho Neto, Jardim Independencia e Village Santana.
CR 01/40 – Reservatório Geral Caixa Velha (Setor 40): Vila Paraíba, Nova Guará, Alberto
Byngton, Afonso José C. Neto e Morro Frio.
32
CR 03/20 – Reservatório Geral Caixa Nova (Setor 20): Chácara Santa Maria, Jardim
Primavera, Chácara Vitor, Vila Paulista, Vila Brasil, Engenheiro Neiva e Vila Regina.
CR 03/40 – Reservatório Geral Caixa Nova (Setor 40): Chácara Agrícolas, Jardim do Vale I e
II, Beira Rio I e II, Portal das Colinas, Jardim Esperança, Cohab Bandeirantes, Parque do Sol,
Parque das Alamedas, Nova Guará, Mirante do Vale e Afonso José C. Neto.
CR 03B/30 – Reservatório Geral Caixa Nova (Setor 30): Jardim Panorama I e II, São Dimas,
Village Santana, Village Mantiqueira e Residencial Hípica.
CR 04B/10 – Reservatório Sucupira: Sucupira e Jardim Tamandaré.
CR 05B/10 – Reservatório Alto São João: Alto São João e David F. Coelho.
CR 05C/10 – Reservatório Alto São João: Alto São João e David F. Coelho.
CR 06B/20 – Reservatório do Clube dos 500: Clube dos 500
CR 06C/20 – Reservatório do Clube dos 500: Residencial Shangri-la, Vila Bela,
Internacional, Chácara Paturi, Jardim Vista Alegre, Vila Rosa, Granja Paturi, Polo Industrial e
Rodovia (Dutra).
CR 07/30 – Reservatório Elevado ETA Xavantes: Vila Eliana Maria, Pedregulho, Parque das
Árvores, Jardim Ícaro, Residencial Nino, Jardim Aeroporto, Vila Mollica, Jardim Rony,
Comendador R. Alves, Dr Walter Arantes, Vila Coronel Bento Ribeiro, Residencial Costa e
Silva, Vila Indiana, Cooperi, Chácara Santana, Colonia do Piagui, São Manoel e Loteamento
Cappio.
CR 08B/30 – Reservatório Parque São Francisco: Dr Andre Broca Filho, Parque São
Francisco e Santa Clara.
CR 09B/30 – Reservatório do poço artesiano Parque Santa Clara: Santa Clara.
CR 10A/30 – Reservatório Jardim Santa Luzia: Santa Luzia.
CR 10B/30 – Reservatório Jardim Santa Luzia: Santa Luzia.
CR 11A/30 – Reservatório Montes Verdes: Bom Retiro e Montes Verdes.
CR 12/30 – Reservatório Parque das Garças: Bom Jardim e Parque das Garças.
CR 13B/30 – Reservatório Los Angeles: Bosque dos Ipês, Los Angeles, Mato Seco, Pingo de
Ouro e São Sebastião.
CR14A/30 – Reservatório do poço artesiano Comerciários: Vila dos Comerciários I e II.
CR 15A/30 – Reservatório Vila Municipal: Vila Municipal I e II.
CR 16A/20 – Reservatório do poço artesiano Vila Ofélia: Vila Ofélia.
CR 17A/20 – Reservatório Jardim Modelo: Jardim Modelo.
CR 23/30 – Reservatório Pedrinha: Pedrinha e Taquaral.
CR 24/10 – Reservatório Rocinha: Rocinha
33
Macromedidores
O sistema de distribuição de água do município de Guaratinguetá conta com 12
macromedidores, sendo eles localizados no Engenho d’Água, Rocinha, Vila Ofélia, Santa
Clara, Santa Luzia, São Manoel, João Daniel, Resedas, 2 medidores no Pedregulho e mais 2
nas Pedrinhas.
IN026 = (2)
Em que:
IN026: Despesa de exploração por m³ faturado;
FN015: Despesas de exploração (DEX);
AG011: Volume de água faturado;
ES007: Volume de esgoto faturado.
VMacro = VMicro/0,61
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
IN026 =
O fator FN015 é composto pelos seguintes valores em reais na empresa SAEG no ano
de 2013:
O cálculo mostra que o custo para a exploração da água é de R$ 1,25 m-3, resultado
que pode ser também consultado na Tabela do SNIS.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 3, verificou-se que o custo para a
exploração de água no município de Guaratinguetá de R$ 1,25 m-3 se manteve abaixo da
média de custos de outros municípios do Vale do Paraíba que é de R$ 1,52 m-3, cujo número
de habitantes e consumo per capita de água são semelhantes, por volta de 170 L hab-1dia-1.
Também foi possível observar que a SABESP apresentou o maior valor de indicador de
despesa de exploração, enquanto o menor valor foi alcançado pela SAAE, de Jacareí.
Tabela 3 – Comparativo da despesa de exploração por m³ de água de municípios do Vale do Paraíba (SP).
Empresa nº habitantes Consumo per capita Despesa de
Município -1 -1
responsável (mil hab.) (L hab dia ) exploração (R$ m-3)
Guaratinguetá SAEG 115 169,70 1,25
Caçapava SABESP 91 173,86 1,91
Jacareí SAAE 187 198,47 1,15
Lorena SABESP 87 155,73 1,46
Pindamonhangaba SABESP 103 156,14 1,84
Fonte: SNIS (2013)
Fonte: Autora
Sobre os valores de consumo, para uma visualização numérica das perdas de água em
Guaratinguetá,
- Estimando-se a perda de 39% (média brasileira) para o bairro, aplica-se as equações 3 e 4,
conforme o exemplo para o mês de Abril:
VMacro = VMicro/0,61
VMacro = 15.211 / 0,61 = 24.936,07 m3
Vp = VMacro – VMicro
Vp = 24.936,07 – 15.211 = 9.725,07 m3
A haste de escuta mecânica foi utilizada em cada residência do bairro Santa Luzia e
quando houve suspeita de vazamento, foi empregado o geofone, conforme a Figura 10, para
identificação do mesmo e posterior conserto.
Fonte: Autora
Não foi possível realizar o diagnóstico quantitativo das perdas de água no sistema de
distribuição devido a vários fatores. Entre estes, vale destacar que o tempo de análise foi
muito pequeno, pois a coleta de dados dos macromedidores por fontes confiáveis que estão de
posse da SAEG foram iniciados em março de 2015. Além disso, os maiores bairros de
Guaratinguetá, que possuem macromedidor, de tubulações mais antigas e mais propícias a
vazamentos são os bairros Pedregulho e Santa Luzia, e em ambos os macromedidores estão
com defeitos. Por outro lado, outros bairros, com o sistema fechado, como a Vila Ofélia, que é
abastecida por poço artesiano, não possui grandes extensões, apresenta baixo índice de
42
fraudes e de tubulação relativamente nova, ou seja, o dimensionamento foi feito com mais
cuidado e não possui potencial de perda de água significativo.
- Instalação de macromedidor na saída da caixa de reunião das linhas adutoras de água bruta
na ETA;
- Instalação de macromedidor na entrada de todos os reservatórios de distribuição;
- Mudança dos hidrômetros residenciais para a parte frontal da casa, com proteção e lacre para
evitar ligações clandestinas e fraudes;
- Realizar pesquisas de vazamento nas ruas onde forem verificadas perdas significativas de
água, procurando sempre uma eficiência nos consertos no quesito agilidade e qualidade do
reparo.
- Variação mensal dos vazamentos reparados de 2002 a 2007, onde o autor constatou que nos
meses de inverno foram verificados mais vazamentos;
43
- Vazamentos reparados por faixa de diâmetro, demonstrando que quanto menor o diâmetro,
maior a ocorrência de vazamentos;
- Taxa de quebra por década de implantação;
- Taxa de quebra por material inadequado usado na tubulação, onde o cimento amianto é o
que apresenta maior taxa de quebra, apesar de pouco utilizado (2,7% na região avaliada);
- Taxa de quebra por via pública, onde a maior taxa ocorre em vias arteriais (de tráfego
pesado a muito pesado) e;
- Taxa de quebra por faixa de pressão da água.
6 CONCLUSÕES
O valor estimado de perdas por bairro em um ano foi de R$ 146.638,32. Tal valor
poderia ser convertido em investimentos para melhorias no próprio sistema.
REFERÊNCIAS
HAUBERT M. A região Sudeste vive a pior crise hídrica em 84 anos, afirma ministra
<http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1579680-regiao-sudeste-vive-a-pior-crise-
hidrica-em-84-anos-afirma-ministra.shtml> Acesso em 29/05/2015
46
HENKES, S. L. Histórico Legal e Institucional dos Recursos Hídricos no Brasil, Revista Jus
Navigandi, Teresina, 2003. <http://jus.com.br/artigos/4146> Acesso em: 13/11/20150