A Arte Como Recurso para Problematizar G

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A arte como recurso para problematizar gênero e violência: relatos

de experiências extensionistas em tempos pandêmicos

Jocy Meneses dos Santos Junior, Jarlisse Nina Beserra da Silva, Diêgo Jorge
Lobato Ferreira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus São
Luís / Centro Histórico, Especialização em Arte, Mídia e Educação
[email protected]

Resumo:De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2020),


no primeiro semestre de 2020, marcado pelo distanciamento social decorrente da
pandemia de SARS-Cov-2, ocorreu o crescimento de 1,9% nos casos de feminicídio
no país, desfecho brutal do ciclo da violência de gênero. Em meio a esse cenário,
a busca por estratégias de conscientização que contribuam na transformação de
mentalidade necessária para o efetivo enfrentamento da violência de gênero se
faz salutar. Uma vez que no contexto pandêmico o uso de ferramentas digitais
se estabeleceu como uma importante forma de promoção de debates, utilizamos
esses recursos para viabilizar ações extensionistas promovendo discussões sobre
o tema, objetivando, a partir da problematização da arte, estimular uma postura
crítica e reflexiva acerca das relações de gênero, incentivando o repúdio e o combate
à violência contra a mulher. As apresentações foram concebidas e executadas de
modo a elucidar, a partir da discussão sobre obras específicas e o sistema da arte
de modo geral, a historicidade da assimetria de gênero, com embasamento nos
escritos de Berger (1999), Chicago e Lucie-Smith (1999) e Wolfthal (1999) sobre
a construção simbólica do gênero e da violência na arte, e de Chadwick (2002),
Heller (1997) e Nochlin (2017) acerca da sistemática exclusão das mulheres no
sistema artístico. Os relatos dos participantes evidenciam que essas provocações
fizeram despertar uma significativa transformação no modo de perceber as obras
e a realidade, fomentando diversas discussões sobre as estereotipações, exclusões e
violências sofridas por mulheres dentro e fora das artes.

Palavras-chave: Artes Visuais. Questões de Gênero. Violência de Gênero.


Mulheres Artistas. Pandemia.

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Referências Bibliográficas:

ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. São Paulo: Fórum


Brasileiro de Segurança Pública, v. 14, 2020. ISSN 1983-7364 versão on-line.
Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-
publica/. Acesso em: 19 nov. 2020.

BERGER, J. Modos de ver. Lisboa: Edições 70, 1999.

CHADWICK, W. Women, art and society. 3. ed. London: Thames and


Hudson, 2002.

CHICAGO, J; LUCIE-SMITH, E. Women and art: contested territory.


London: Weidenfeld & Nicolson, 1999.

HELLER, N. G. Women artists. 3. ed. New York: Abbeville Press, 1997.

NOCHLIN, L. Por que não existiram grandes artistas mulheres? In: PEDROSA,
A.; MESQUITA, A. (Orgs.). Histórias da sexualidade: antologia. São Paulo:
MASP, 2017. p. 16-37.

WOLFTHAL, D. Images of rape: the “heroic” tradition and its alternatives.


New York: Cambridge University Press, 1999.

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ISBN: 978-85-88221-63-5
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)

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