02 - Direito - Civil - Seção - 2 - Agravo de Instrumento

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AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL

Processo de origem nº ...

FLÁVIO DUTRA, brasileiro, 51 anos, desempregado, estado civil,


CPF nº …, RG nº …, e-mail …, residente à Rua dos Lestrigões Épicos, 725,
apartamento 42, na cidade de Serraville, estado do Rio Grande do Sul, por
intermédio de seu advogado infra-assinado (procuração anexa), com endereço
profissional para receber intimações (endereço), com fulcro no artigo 1015 e
seguintes do Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em face da decisão interlocutória que indeferiu a concessão da


Justiça Gratuita, proferida pelo juízo da 62ª Vara Cível de Serraville/RS, nos autos
da Ação de Responsabilidade Civil por Danos Morais e Materiais, registrada sob o
número de distribuição..., promovida em desfavor de JOANA BRADIBURGO
DUMONT.

Requer-se o recebimento do presente recurso de agravo de


instrumento, dentro do prazo legal de 15 dias úteis, portanto tempestivo, com as
razões anexas, COM CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO, na forma do art.
1019, I, do CPC, intimando-se o Agravado para oferecer contrarrazões, no prazo de
15 dias. Como se trata de processo eletrônico, deixa de juntar os documentos
previstos no art. 1017 do CPC, na medida do permissivo legal existente em seu
parágrafo 5º (“Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças
referidas nos incisos I e II do caput, facultando ao Agravante anexar outros
documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia”).

Nesses termos, pede deferimento.

(Local), (data).

(Nome, assinatura, advogado e OAB)


AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Processo nº …
Origem: 62ª VARA CÍVEL DE SERRAVILLE/RS.
Agravante: FLÁVIO DUTRA

COLENDA CÂMARA,

1. DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

É plenamente admissível o presente recurso, em face da decisão


proferida pelo juízo a quo, conforme prevê o art.1.015, inciso V, do CPC/15, que
autoriza a interposição do agravo de instrumento sempre que a decisão
interlocutória tratar da rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento
do pedido de sua revogação.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre:

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

Assim, é cabível o agravo de instrumento no caso em questão.

2. DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO

Douto relator, conforme se depreende, o Agravante fora intimado


da decisão que denegou o benefício da justiça gratuita, na data (dia/mês/ano), como
previsto no art. 1.003, § 5º do CPC/15, o prazo de 15 dias úteis para interposição do
recurso termina na data (dia/mês/ano).

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os


advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e


para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
Assim, é incontestável a tempestividade do presente Agravo.

Nos termos do § 1ª do Art. 101 do CPC/15, o Agravante deixa de


recolher o preparo do presente recurso:

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de
sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for
resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.

§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do


relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.

É desnecessário preparar o recurso quando o próprio mérito discute


a legitimidade do direito ao benefício da assistência judiciária gratuita.

3. DOS FATOS E DA DECISÃO AGRAVADA

De forma respeitosa, o Agravante interpõe o presente Agravo de


Instrumento contra a decisão proferida pelo digno magistrado da 62ª Vara Cível de
Serraville/RS, a qual indeferiu o pedido de gratuidade de justiça formulado pelo
Agravante.

A discussão envolve uma Ação de Responsabilidade Civil por


Danos Morais e Materiais, onde se pleiteia a quantia de R$ 72.000,00 (setenta e dois
mil reais) a título de danos materiais e R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de
danos morais, em desfavor de JOANA BRADIBURGO DUMONT

Na exordial, o Agravante fundamentou seu pedido de gratuidade


justificando que não possui qualquer fonte de renda desde que perdeu o emprego e
enfrenta sérias dificuldades financeiras.

Ao analisar a petição inicial, o magistrado de primeiro grau


indeferiu a solicitação de gratuidade, determinando o pagamento das custas iniciais,
sob a justificativa que apesar do desemprego, o valor do veículo do autor sugere que
ele tem condições de arcar com as despesas processuais.

Vale ressaltar que o veículo em questão foi adquirido quando o


autor ainda estava empregado. Após o acidente, o veículo encontra-se danificado e
praticamente inutilizável, impossibilitando o autor de suportar tais custas sem
comprometer seu próprio sustento, o qual, atualmente, é provido por doações
recebidas dos moradores da localidade onde reside.

A fim de assegurar o direito ao acesso à justiça, o Agravante,


levando em consideração suas limitações financeiras, solicitou a concessão dos
benefícios da gratuidade de justiça. Infelizmente, este pedido foi negado pelo juízo
de primeiro grau, levando à presente interposição do Agravo de Instrumento.

4. DO MÉRITO

No que tange à concessão do benefício da gratuidade de justiça,


cumpre destacar que a Lei Federal nº 7.115/1983, em seu artigo 1º, foi enfática ao
conferir presunção de veracidade às declarações de hipossuficiência econômica,
consoante:

Art. 1º - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,


dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo
próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-
se
verdadeira. (Brasil, 1983, [s. p.])

O Agravante, em seu procedimento, demonstra uma alinhamento


impecável com as respectivas normas jurídicas. Ao analisar seu pedido em conjunto
com os documentos apresentados no processo, observa-se a aderência às normas do
Código de Processo Civil. Destaca-se, em particular, o artigo 98, que atua tanto
como um regulamento quanto como um dispositivo que consolida a interpretação do
inciso LXXIV e XXXV do artigo 5º da Constituição Federal. Este inciso refere-se à
ameaça a direito e necessidade de comprovação de falta de recursos.

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;

Com o objetivo de cumprir o mandamento constitucional, nossa


legislação processual civil não estabelece nenhum critério que possa avaliar o nível
de pobreza de uma pessoa e determinar quem deve receber o benefício e a quem ele
deve ser negado. Da mesma forma, o próprio texto do artigo 98 é didático ao
definir:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência
de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

No entanto, o juízo de primeira instância indeferiu a assistência


judiciária, justificando que, apesar do desemprego do Agravante, o valor do veículo,
que é exatamente o objeto da ação na inicial, sugere que ele possui recursos para
cobrir as despesas processuais.

Portanto, apesar do habitual acerto, a decisão proferida pelo juízo a


quo merece ser reformada, pois nega o acesso à justiça a uma parte que
comprovadamente não tem recursos suficientes.

Assim, verifica-se que a decisão do juízo é arbitrária uma vez que a


própria legislação pertinente à matéria, bem como o pensamento unânime da
jurisprudência brasileira, converge para a orientação de que, para a concessão do
benefício da gratuidade de justiça, basta comprovar a falta de recursos.

Dessa forma, considerando a sólida evidência da delicada


instabilidade financeira enfrentada pelo Agravante, e não havendo prova em
contrário, o Agravo deve ser provido, para que, reformando a r. decisão, seja
concedido ao Agravante o benefício requerido a concessão da assistência judiciária
gratuita é necessária.

5. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO


PRESENTE AGRAVO

Assim, é importante enfatizar que, na situação em análise, fica


evidente a necessidade de se impor o efeito suspensivo ao presente agravo de
instrumento, nos termos do art. 1019, I do CPC/15.

Essa medida é justificada devido à proximidade e iminência da


realização da audiência, na qual, persistindo a atual distribuição do ônus da prova, a
parte apelante estará impossibilitada de fornecer elementos de prova pertinentes ao
assunto em questão no agravo.

No contexto em questão, o impacto do efeito suspensivo se


manifestaria precisamente pela suspensão da obrigação de recolher as custas
processuais até que a deliberação sobre o presente recurso seja realizada por este
honrado tribunal.

6. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

a) Reconhecimento do recurso por ser cabível e tempestivo, em consonância


com os artigos 1.015, inc. V, 1.003, § 5º, 219 e 231, todos do CPC/15;
b) Seja atribuído o efeito suspensivo ao agravo, amparado no artigo 1.019, I,
CPC/15;
c) Que o presente agravo seja conhecido e provido para que seja deferido o
benefício da justiça gratuita à parte exequente, por não se encontrar em
condições de arcar com as despesas e custas processuais, conforme o artigo
98 e seguintes do CPC/15;
d) A intimação da parte agravada para apresentar resposta em até 15 (quinze)
dias, conforme estabelece o artigo 1.019, inc. II, do CPC;
e) A concessão do recurso e a reforma da decisão interlocutória agravada que
negou os benefícios da assistência judiciária gratuita, uma vez que todos os
requisitos necessários foram atendidos adequadamente.

Por fim, esclarece-se que a juntada dos documentos previstos no


art. 1017 do CPC/15 foi omitida devido à natureza eletrônica do processo.

Ademais, informa-se que os seguintes advogados estão


devidamente constituídos nos autos da ação:

ADVOGADO DO AGRAVANTE: Nome e endereço completo

ADVOGADO DO AGRAVADO: Nome e endereço completo

Nesses termos, pede deferimento.

(Local), (data).
(Nome, assinatura, advogado e OAB)

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