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REVISÃO

PROFESSORA I SABEL C RISTINA G UIMARÃES AQUINO DE


O LIVEIRA
Contratos no Direito Civil
Os contratos nada mais são do que um acordo de
vontades que visa criar, modificar ou extinguir
algum direito.
Ao levar essa definição em conta, percebemos que
quase tudo ao nosso redor poderia ser objeto de
um contrato.
Por conta disso, é importante que o advogado, seja
ele integrante de sociedade advocatícia ou de
departamento jurídico, conheça as peculiaridades
deste instrumento legal.
O que é contrato?
É um negócio jurídico que envolve a vontade
consensual de duas partes (bilateral) ou mais
(plurilateral) sobre um mesmo objeto, criando,
modificando ou extinguindo direitos e obrigações.
É através dos contratos que as pessoas irão definir
os meios para alcançar os fins acordados, fazendo
uso de cláusulas e artigos baseados na legislação do
país.
Definição de garantias e multa
Além de conferir segurança jurídica aos
contratantes, o contrato também permite impor
garantias e multas em favor da parte que
eventualmente for prejudicada no cumprimento do
acordo.
Isso pode ocorrer por conta de atrasos na entrega,
entrega de serviço ou produto equivocado ou
defeituoso, trabalho realizado fora do pactuado ou
sem a qualidade esperada, entre outras situações.
Elementos subjetivos
Os requisitos subjetivos de um contrato dizem
respeito às partes e sua manifestação de vontade.
Basicamente, são 4 características que você deve
analisar no aspecto subjetivo:
Pluralidade das partes: Os contratos devem
envolver duas ou mais pessoas;
Capacidade das partes: As partes devem possuir
capacidade para praticar os atos civis;
Aptidão das partes: As partes devem possuir
aptidão e autonomia para decidir;
Consenso: As partes devem agir em consenso, de
forma livre e espontânea.
Elementos objetivos
Enquanto os elementos subjetivos estão associados
às partes de um contrato, os elementos objetivos
estão ligados ao seu objeto.
Portanto, são 4 os requisitos que compõem o
aspecto objetivo dos contratos:
Licitude: O objeto deve ser lícito;
Possibilidade: o objeto do contrato deve ser
possível física ou juridicamente.
Determinação: O objeto deve ser determinado ou
passível de determinação em quantidade e gênero;
Patrimonialidade: o objeto deve envolver o
patrimônio das partes, seja em forma de bens ou
dinheiro.
Elementos formais
Os elementos formais de um contrato se referem à
forma do instrumento.
Neste caso, o Código Civil, em seu artigo 104, inciso
III, prevê que o negócio jurídico deve ter uma forma
prescrita em lei, ou não proibida por ela.
Se a lei não exigir a observação de nenhuma
formalidade específica, a declaração de vontade das
partes poderá ser livre.
A regra da legislação civil é, portanto, a liberalidade
da forma dos contratos.
Quais são os princípios que
regem os contratos?
Autonomia da vontade
Também conhecido como princípio da liberdade das
partes, a autonomia da vontade está ligada à ampla
liberdade e poder dos contratantes de disciplinar e
regular seus interesses, conforme vontade e
consenso de ambos.
Desta forma, a lei dá às partes a possibilidade de
dispor, entre si, sem intervenção do Estado, sobre
as obrigações, interesses e contratações que bem
entenderem.
Entretanto, destacamos que a autonomia das partes
não é ilimitada, pois possui limitações legais.
Isso quer dizer que existem alguns requisitos,
chamados de elementos essenciais de um contrato,
que devem ser atendidos para que o instrumento
seja considerado válido.
Respeitados tais elementos, as partes podem
prosseguir com autonomia e liberdade nas
disposições contratuais.
Consensualismo
Como o próprio nome do princípio indica, o
consensualismo consiste na manifestação mútua
da vontade de todas as partes envolvidas no
contrato.
A premissa do consensualismo é que bastam as
partes estarem de comum acordo para o contrato
ser aperfeiçoado, não se exigindo o início da
execução das obrigações acordadas.
Obrigatoriedade da convenção
A obrigatoriedade da convenção ou do contrato é
conhecida, no mundo jurídico, como pacta sunt
servanda.
Este princípio consiste na força vinculante do
instrumento contratual.
As partes, antes de realizarem a manifestação da
vontade, possuem ampla liberdade para aceitar e
negociar os termos do contrato; portanto, uma vez
formalizado o acordo, este é considerado lei entre
os envolvidos.
Função social do contrato
A função social do contrato refere-se à uma
limitação na liberdade contratual.
Todos os contratos devem ser realizados dentro dos
limites da função social.
Isso quer dizer que, se a autonomia da vontade
estiver em conflito com o interesse social, ela não
deverá predominar e o contrato não deverá ser
formalizado.
Relatividade dos efeitos do contrato
Como visto até então, o contrato é um acordo de
vontades estipulado de forma consensual entre os
envolvidos. Desta forma, as obrigações constantes
no instrumento contratual devem ser cumpridas
pela parte que lhes couber.
A relatividade dos efeitos do contrato, por sua vez,
diz respeito ao cumprimento exclusivo de tais
obrigações somente por aqueles que fazem parte
do acordo, não envolvendo terceiros, nem seu
patrimônio.
Boa-fé objetiva
O princípio da boa-fé está previsto no art. 422 do
Código Civil, o qual prevê que os contratantes
devem agir com probidade e boa-fé em todas as
etapas do contrato.
A boa-fé objetiva, então, é uma conduta ética que
se espera dos envolvidos em um negócio jurídico.
Sua atuação deve ser honesta e leal ao que foi
pactuado, bem como deve se manter dentro do que
prevê a lei.
Quanto aos efeitos
A classificação dos contratos quanto aos efeitos
que eles podem produzir envolve três tipos:
contratos unilaterais, bilaterais ou plurilaterais.

Os contratos unilaterais são aqueles cujas


obrigações afetarão apenas uma parte. É o caso, por
exemplo, de DOAÇÕES OU MANDATOS OU
COMODATO.
Os contratos bilaterais envolvem duas partes,
sendo que ambas terão obrigações e direitos. Estas
obrigações, por sua vez, não necessariamente
precisam ser equivalentes, devendo apenas ser
recíprocas. Dois exemplos são o CONTRATO DE
COMPRA E VENDA E O DE LOCAÇÃO.
Os contratos plurilaterais são realizados entre mais
de duas pessoas, as quais almejam um um fim
comum. Um exemplo desse tipo de CONTRATO É O
DE SOCIEDADE, no qual várias pessoas se unem
para se tornar sócios de um empreendimento
comum.
Contratos mais comuns na
área jurídica
Contratos administrativos
Contrato de compra e venda
Contrato de comodato
Contrato de prestação de serviços
Contrato de Transportes entre outros.
Contratos administrativos
O contrato administrativo regula a relação entre
entes privados – pessoas físicas ou jurídicas – e a
Administração Pública.
Assim, os contratos administrativos podem ter uma
série de finalidades, que são particulares desse
meio: a concessão, a realização de obras públicas, a
gestão de bens públicos, a alienação de bens
móveis, entre outros.
Obs.: será estudado em Direito Administrativo.
Contratos de compra e venda
Essa é uma modalidade mais comuns de relação
contratual, principalmente quando se tratam de
pessoas físicas. Por meio de um contrato de compra
e venda, duas ou mais partes estabelecem uma
relação de por meio da qual a posse e propriedade
de um bem móvel ou imóvel é transferida, com a
devida compensação financeira.
Contratos de compra e venda são firmados para a
aquisição de veículos, apartamentos, terrenos, mas
também para bens de menor valor.
Venda de coisa futura
A compra e venda pode ter por objeto coisa atual
ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato
se esta não vier a existir, salvo se a intenção das
partes era de concluir contrato aleatório.
Venda de amostras
Se a venda se realizar à vista de amostras,
protótipos ou modelos, entender-se-á que o
vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a
elas correspondem.
Valores
A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de
terceiro, que os contratantes logo designarem ou
prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo
quando acordarem os contratantes designar outra
pessoa.
Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa
de mercado ou de bolsa, em certo e determinado
dia e lugar.
É lícito às partes fixar o preço em função de índices
ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva
determinação.
Convencionada a venda sem fixação de preço ou de
critérios para a sua determinação, se não houver
tabelamento oficial, entende-se que as partes se
sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais
do vendedor.
Na falta de acordo, por ter havido diversidade de
preço, prevalecerá o termo médio.
Nulidade
Nulo é o contrato de compra e venda, quando se
deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a
fixação do preço.
Despesas e riscos
Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de
escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo
do vendedor as da tradição. Não sendo a venda a
crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a
coisa antes de receber o preço.
Até o momento da tradição, os riscos da coisa
correm por conta do vendedor, e os do preço por
conta do comprador.
Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de
contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente
se recebem, contando, pesando, medindo ou
assinalando, e que já tiverem sido postas à
disposição do comprador, correrão por conta deste.
Correrão também por conta do comprador os riscos
das referidas coisas, se estiver em mora de as
receber, quando postas à sua disposição no tempo,
lugar e pelo modo ajustados.

A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação


expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava,
ao tempo da venda.
Se a coisa for expedida para lugar diverso, por
ordem do comprador, por sua conta correrão os
riscos, uma vez entregue a quem haja de
transportá-la, salvo se das instruções dele se
afastar o vendedor.
Não obstante o prazo ajustado para o pagamento,
se antes da tradição o comprador cair em
insolvência, poderá o vendedor sobrestar na
entrega da coisa, até que o comprador lhe dê
caução de pagar no tempo ajustado.
Anulação
É anulável a venda de ascendente a descendente,
salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido.
Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento
do cônjuge se o regime de bens for o da separação
obrigatória.
Sob pena de nulidade, não podem ser comprados,
ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e
administradores, os bens confiados à sua guarda ou
administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou
direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que
estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais,
arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que
se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar
onde servirem, ou a que se estender a sua
autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de
cuja venda estejam encarregados.
Essas proibições estendem-se à cessão de crédito.
A proibição contida no tópico III antecedente, não
compreende os casos de compra e venda ou cessão
entre coerdeiros, ou em pagamento de dívida, ou
para garantia de bens já pertencentes a pessoas
designadas no referido inciso.

Cônjuges
É lícita a compra e venda entre cônjuges, com
relação a bens excluídos da comunhão.
Contratos de comodato
Contratos de comodato são utilizados para firmar o
empréstimo de bens de modo gratuito. Sua
principal diferença está justamente no fato de não
haver contraprestação financeira.
A título de exemplo, contratos de comodato são
utilizados para que empresas emprestem bens aos
seus colaboradores, com o intuito de que eles os
utilizem no desempenho de suas funções.
É importante, no entanto, não confundir contratos
de comodato com outras modalidades de
empréstimo, como o contrato de mútuo
(empréstimo de coisas fungíveis, oneroso ou
gratuito).
Contrato de prestação de
serviços
Os contratos de prestação de serviço servem para
regular a prestação de uma determinada atividade
ou serviço, a partir de uma contraprestação em
valor monetários.
Por sua natureza, os contratos de prestação de
serviço exigem que o jurídico estabeleça cláusulas
para regular de que modo e com quais parâmetros
de qualidade o serviço será prestado. Também é
comum que esses contratos tenham tempo
determinado, e condicionantes diversos para
renovação.
Contratos no Transporte
Contratos de transporte de grandes volumes, de
cargas fracionadas, de cargas perigosas, ou de
passageiros: não importa a área, os contratos de
transporte estão presentes, em grande volume, em
todas as empresas.

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