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: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região

Ação Civil Pública Cível


0000978-78.2023.5.06.0001

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 18/11/2023


Valor da causa: R$ 98.707,99

Partes:
AUTOR: SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
ADVOGADO: JOAO GABRIEL VIEIRA WANICK
RÉU: VACCINE - CLINICA DE VACINACAO E IMUNIZACAO S/S LTDA
ADVOGADO: EDUARDO CERQUEIRA DE ARRUDA CABRAL
CUSTOS LEGIS: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA 1ª


VARA DO TRABALHO DO RECIFE-PE.

PROCESSO Nº 000978-78.2023.5.06.0001

VACCINE – CLÍNICA DE VACINAÇÃO E IMUNIZAÇÃO S/S LTDA já


devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado
que abaixo subscreve, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar CONTRARRAZÕES aos embargos de declaração da
parte autora, pelas razões fáticas e de direito a seguir aduzidas:
I- DAS NOTIFICAÇÕES:
Inicialmente requer o Embargante que todas as notificações sejam
expedidas em nome do Bel. Eduardo Cerqueira de Arruda Cabral,
OAB/PE:23544, com base no que dispõe o §5º do art.272 do CPC.
II- DA TEMPESTIVIDADE DA MANIFESTAÇÃO:
Ciente de que o recurso de embargos de declaração deve ser interposto
no prazo legal de 05 (cinco) dias, a Embargante foi intimada do teor da v. decisão
através do sistema eletrônico PJE em 16/10/2024 (quarta-feira), razão pela qual
uma vez protocolado nesta data, apresenta-se tempestivo.
III- DAS CONTRARRAZÕES DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
1. DA PRETENSÃO DE COBRANÇA DE MULTA EM CONVENÇÃO
COLETIVA PELO EMBARGANTE:
É preciso destacar, em ordem preliminar, que o autor se encontra por
manejar uma Ação Civil Pública para a cobrança judicial de multa convencional
em face da empresa Ré, deixando de observar que objeto de uma ACP é, na
verdade, a defesa de direitos coletivos e difusos e em respeito às hipóteses
legais previstas pela legislação de interesse da sociedade.
Dito isso, o autor ignora as normas processuais, tendo em vista que a
Ação Civil Pública não tem um foco voltado para a execução de obrigações
individuais e caso o sindicato desejasse cobrar uma multa por
descumprimento de norma coletiva, cabia-lhe o caminho mais apropriado
que é a propositura de uma ação de cumprimento, medida específica e
apropriada.
Portanto a via eleita é inadequada a pretensão, mesmo porque patente
nos autos do processo que tal pedido é o único a subsistir na ação, haja

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vista que os demais foram corretamente extintos sem julgamento do mérito


justamente pela perda total do objeto.
Neste sentido, segue, abaixo, vasta jurisprudência, tanto do TST como
dos demais Tribunais Regionais do trabalho:
Processo: Ag-AIRR-10507-48.2018.5.15.0001
“(...) o sindicato tem legitimidade para atuar como substituto processual da
categoria na defesa de direitos individuais homogêneos. Para tanto, basta que
a lesão tenha origem comum.
No caso, porém, o direito pretendido (contribuição sindical) refere-se às
contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias
econômicas ou profissionais representadas pelas entidades. Portanto, trata-
se de direito devido ao próprio sindicato, e não de direito individual
homogêneo.”
decisão unânime.

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No mais, cabe destacar que a pretensão exordial igualmente não merece


prosperar e prosseguir, pelo fato de que a parte autora sequer comprova que
tenha notificado a empresa Ré quanto cobrança de pretendida multa
convencional, o que é, segundo a jurisprudência trabalhista, um requisito
necessário para a cobrança judicial. Segue, abaixo, ampla jurisprudência nesse
sentido e sempre a concluir pela improcedência da demanda, ou até mesmo a
extinção sem julgamento do mérito. Vejamos:

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E não obstante tais relevantes considerações acima, convém destacar,


também, que a peça de defesa sempre advertiu ao MM Juízo que doravante a
parte autora tenha apresentado inúmeros documentos nos autos, não se dignou
a demonstrar sequer que os trabalhadores da empresa Ré eram sindicalizados
(pois de fato não eram). Logo, não se justifica a aplicação indiscriminada de
multa em Convenção Coletiva de Trabalho.
Outrossim, percebe-se, também, que não consta na dita Convenção
Coletiva Cláusula específica estipulando que empregados e empresas não
sindicalizados tivessem que seguir tal convenção, e se sujeitar a suas
multas. E isso é uma condição exigida e não cumprida pelo autor.
No mais, não se pode esquecer, também, que o ordenamento jurídico
precisa ser analisado como um todo, e existem tantas outras legislações
que demonstram que a empresa Ré sempre agiu em estrita legalidade, a
exemplo da Lei Geral de Proteção de Dados Lei 10010/2020, a qual dispõe
que o repasse de informações pessoais depende de consentimento e
autorização.
Tal legislação é do ano de 2020, anterior e contemporânea aos fatos
da exordial, e penaliza justamente empresas que repassam informações
pessoais de trabalhadores. E como dito, in casu, não sendo os empregados
sindicalizados não havia respaldo legal o agir da empresa Ré nesse
sentido. E ninguém pode ser penalizado por cumprir a lei.
Portanto, não cabe sequer aos empregadores violarem legislações em
prol do sindicato laboral, cabendo a este último criar mecanismos diretos de
interagir com quem ele representa ou queira representar e, ainda, através
de normas coerentes com todo ordenamento jurídico brasileiro. O fato do
negociado prevalecer sobre o legislado no aspecto trabalhista, não exclui o dever
de observância das demais legislações que incidem sobre o assunto, ou seja,
sobre o repasse de informações de terceiros e quando há matéria regulada por
legislação específica e vigente.

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Por outro lado, cabe notar que a empresa Ré não se negou a fornecer
informações quando do presente processo judicial, razão pela qual tratou,
inclusive, de anexar aos autos do processo e sob o Id de nº 06f45bb e dfa1bcd
os contracheques dos seus funcionários. E não consta, também, nos autos do
processo qualquer prova produzida pela parte autora que indique que o
sindicato tenha tido qualquer iniciativa em obter informações junto à
empresa Ré de forma anterior, ou que esta, por exemplo, tenha se negado
a fornecer.
Por fim, e não menos importante cabe observar, ainda, que a cláusula
citada da Convenção Coletiva não permite sequer o entendimento seguro e em
consonância com o que está sendo esposado pela exordial. Afinal dispõe
expressamente que a mesma é direcionada à empresa que tenham empregados
por ela representados.
Afinal, a cláusula afirma que “os empregadores se obrigam a remeter ao
sindicato representativo (...) a relação de empregados que integrem as bases
de representação do sindicato profissional.”
Ocorre que tal sindicato não era quem representava esses empregados
da empresa Ré, pois este não eram sindicalizados e, em verdade, jamais houve
pelo sindicato autor qualquer proximidade com ditos funcionários e/ou tentativa
de captá-los a se integrar. O autor não prova tal condição nos autos.
Portanto, Ilustre Julgador, nota-se, então, que tal cláusula padece,
inclusive, de clareza e precisão, afinal dela é mais provável se depreender que
se trate das empresas cujos empregados sejam vinculados ao dito sindicato.
Portanto, não se sustenta, também, a aplicação de multa sob tal enfoque, e ao
sindicato deve recair o ônus da dubiedade de uma redação mal elaborada e
pouco clara.
Na verdade, Ilustre Julgador, o que não se pode deixar de perceber é o
propósito do sindicato autor em tentar galgar proveito financeiro com a presente
ação judicial, diante de uma empresa que vinha cumprindo corretamente a
legislação e o novo piso salarial.
Propõe uma ação cujo objeto nem se sustenta em si mesmo, e evidencia
uma postura pouco interessada na melhoria da qualidade da classe profissional,
pois se assim fosse, teria era estabelecido uma comunicação mais eficiente com
o setor, e principalmente no momento da definição do piso profissional de
enfermagens e técnicos de enfermagem.
Por tudo exposto, requer a improcedência dos Embargos de declaração
opostos pela parte autora.
2. DA PRETENSÃO DE JUSTIÇA GRATUITA – AUSÊNCIA DE
OMISSÃO, OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO DO JULGADO.

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Ao apreciar os termos dos Embargos de Declaração da parte autora se


percebe que, na verdade, o Reclamante busca, tão somente, a reformar da
decisão do Ilustre Julgador, desconsiderando que a Sentença possui
redação muito clara, bem fundamentada e suficientemente sobre o
assunto, e não contém quaisquer omissões, contradições ou
obscuridades.
Por outro lado, o decisium não precisa sequer qualquer lógica
argumentativa da exordial, nem perpassar pela sua fundamentação jurídica,
cabendo ao M.M Juízo firmar seu convencimento, e fundamentar sua decisão,
como de fato fez. Não padece a Sentença de qualquer vício ou irregularidade,
muito menos que justifique a oposição de Embargos de Declaração.
Na verdade, o Sindicato autor em momento algum demonstrou condição
de hipossuficiência, e na verdade nem se deu a esse trabalho, já que não consta
qualquer documento comprobatório nesse sentido e nos autos do processo.
O objetivo do Sindicato com tal pleito de gratuidade era apenas conseguir
passaporte livre para propor inúmeras ações semelhantes em face do mercado,
sempre embutindo nessas Ações Civis Públicas pretensões de cunhos
individualizadas e financeiras, em prol de galgar condenações judiciais.
Por tudo exposto, requer a embargada o não provimento dos presentes
Embargos de Declaração.

OS REQUERIMENTOS:
Que sejam os presentes Embargos Declaratórios conhecidos e providos, a fim
de sanar a omissão/obscuridade e/ou contradição apontados.

Nestes termos, pede deferimento.


Recife, 22 de outubro de 2024.

Dr. Eduardo Cerqueira de Arruda Cabral


OAB/PE: 23544

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https://pje.trt6.jus.br/pjekz/validacao/24102215534701600000081796629?instancia=1
Número do processo: 0000978-78.2023.5.06.0001
Número do documento: 24102215534701600000081796629

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