A Expressao Da Sexualidade de Pessoas Com Autismo

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A expresso da sexualidade das pessoas com autismo

Marina da Silveira Rodrigues Almeida Consultora em Educao Inclusiva. Psicloga e Pedagoga Especialista. Instituto Incluso Brasil

O homem a nica criatura que se recusa a ser o que ela . (Albert Camus)

A pessoa com Autismo tem necessidade de expressar seus sentimentos de modo prprio e nico, como qualquer pessoa, por isso neste artigo vamos conversar um pouco sobre os mitos e realidades em torno da sexualidade destas pessoas. A represso da sexualidade usualmente encontrada e entendida nestes grupos, como conseqncia de um desequilbrio interno, dos afetos, dos comportamentos, da maneira de se relacionar no mundo, diminuindo assim as possibilidades de se tornarem seres psiquicamente saudveis. Observamos nos casos em que a sexualidade bem encaminhada na vida destas pessoas: melhora o seu desenvolvimento afetivo, transcurso da puberdade/adolescncia/vida adulta mais tranqila e feliz, facilita a capacidade de se relacionar, melhora a auto-estima, permite a construo da identidade adulta e a adequao sociedade. O tema sexualidade em nossa cultura vem sempre acompanhado de preconceitos e discriminaes, e talvez sempre permanea assim, pois pertence a ordem dos tabus, das questes inerentes a origem do ser humano. Notamos que a sobrecarga de valores morais e preconceitos aumentam quando o tema passa a ser sexualidade da pessoa autista, geram polmica quanto s diferentes formas de abord-lo, isto acontece na sociedade, na famlia, com os pais e na escola. Destacamos que pouco se tem escrito na literatura, h poucos artigos, livros e referncias sobre a pessoa autista e sua sexualidade, visto a complexidade desta discusso a diculdades em v-los como pessoas como uma identidade sexual, humana e com desejos; em contrapartida os materiais

publicados referente a pessoa com autismo, via de regra encontramos as orientaes baseadas nas abordagens de extino do comportamento sexual, atravs de mtodos e tcnicas aversivas. Pouco se tem escrito numa abordagem humanstica sobre o protagonismo juvenil. A palavra Autismo vem do grego autos, que signica si mesmo. Refere-se a algum que est retrado em si mesmo, porm isto se aplica a crianas autistas de pouca idade. A medida que elas crescem, podem tornarem-se mais sociveis ou no. Junto a esse retraimento, esto os problemas e condutas especcas de cada criana em seu intento de encontrar ou criar uma ordem no mundo catico que ela no consegue entender. Autismo um transtorno de desenvolvimento. No pode ser denida simplesmente como uma forma de decincia intelectual embora muitos quadros de autismo apresentem QI abaixo da mdia. A palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas sndromes. Os sintomas variam amplamente, o que explica por que atualmente refere-se ao autismo como um espectro de transtornos; o autismo manifesta-se de diferentes formas, variando do mais alto ao mais leve comprometimento, e dentro desse espectro o transtorno, que pode ser diagnosticado como autismo, pode tambm receber diversos outros nomes, concomitantemente. Os atuais critrios de diagnstico do autismo esto formalizados na norma DSM-IV (Manual Diagnstico e Estatstico da Associao Americana de Psiquiatria). Um esquema de diagnstico parecido encontrado na CID10 (Classicao Internacional de Doenas), publicado pela Organizao Mundial de Sade. A sndrome autista foi denida como "isolamentos e recusa profunda de contato com as pessoas, desejo obsessivo de manter a mesma uniformidade, relao afetuosa e habilidosa com objetos, sionomia inteligente e mutismo ou, pelo menos, um tipo de linguagem que no parece destinada comunicao interpessoal", por Leo Kanner, psiquiatra americano, em 1943. Segundo a ASA (Autism Society of America), autismo um distrbio do desenvolvimento permanente e severamente incapacitante. Normalmente aparece durante os trs primeiros anos de vida. No momento, entretanto, no h exames de sangue ou de cromossomos para o autismo: o diagnstico comportamental e feito com base nos trs eixos: interao social, comunicao e imaginao, e na presena de um repertrio restrito de interesses. (American Psychiatric Association, 1987). Por mais que educadores, prossionais, pais e demais pessoas envolvidas lembrem que a sexualidade uma funo natural, existem em todos os indivduos toda diculdade em tratar do assunto de maneira prtica, porque teoria esta vastamente publicada explicada, nomeada, por diversos autores de maneira pertinente e fundamentada. A questo ento no mais teorizar, explicar, como uma regrinha de jogo, ou pertinente ao campo cientco, da psiquiatria, da psicanlise, da abordagem cognitiva comportamentalista, da psicologia do desenvolvimento, etc. Pensar e falar sobre o tema sexualidade envolve nossa angstia, reporta-nos a nossas instncias do que acreditados ser sexo, na nossa vida, na relao com o outro, sobre nossos desejos, fantasias, represses, mitos e realidades. Propomos estas questes para pensar: Como lidamos com sexo? O que fazemos? Como nos relacionamos afetivamente? Criativamente? Com as demais pessoas? . A partir do momento que pudermos pensar em sexualidade relacionada a afetos, relacionamentos afetivos e no mais puramente da esfera dos genitais, conseguiremos intervir criativamente nas situaes, sem tantos sobressaltos, medos, reservas, preconceitos, autoritarismos, castigos. Nos ltimas dcadas a melhora dos cuidados de sade concomitante aos avanos cientcos e da medicina, como por exemplo, s intervenes precoces na gravidez, cuidados pr-natais, ps-parto, vacinas e a qualidade de vida social, as pessoas com decincia ganharam longevidade, sua

expectativa de vida melhorou qualitativamente, esto a os adolescentes, os adultos, e muitos com certeza caminharo para a senilidade. Falar sobre sexo no dar uma aula de Biologia da Reproduo Humana. Por isso a importncia do trabalho em conjunto, dos professores unirem-se para estudar, discutir seus casos, discutir com os pais e a famlia. Todos possuem um nvel de compreenso, mesmo apresentando resistncias. A resistncia muitas vezes de cunho religioso ou por falta de informaes adequadas. A maior parte dos indivduos portadores de TID (transtorno invasivos do desenvolvimento) apresentam um desenvolvimento biolgico normal da sexualidade. Entretanto, no desenvolvimento psicolgico ocorre uma srie de alteraes que se manifestam na conduta e podem variar de intensidade e freqncia, dependendo do grau de distrbio e do nvel intelectual. Em alguns deles predomina a necessidade de satisfao imediata dos prprios impulsos. Segundo Haracopos e Pederson (1989), em outros casos, a capacidade de conter os impulsos sexuais e agressivos rudimentar, havendo pouca ou nenhuma autocrtica. Pode ocorrer tambm uma distoro da percepo da realidade, bem como capacidade limitada ou ausente de fantasiar ou imaginar, assim como ansiedade ligada ao sentimento de excitao sexual, associaes bizarras e pensamento concreto. Haracopos e Pederson (1989) Limite de quem? No entendemos que eles no tenham limites, talvez no saibam parar e quando podem ou no podem pegar em seus genitais. A questo da masturbao est no limite de onde pode, quando, intensidade e frequncia. Eles estavam obtendo prazer, se entretendo com seus genitais, talvez at insistiu no comportamento por falta de algo melhor na realidade para investir, se ligar... Ento esse nosso gancho, bom se ligar com gente, este o nosso papel! No vimos ningum se masturbando ou se exibindo com cara de coitadinho, alis, estavam curtindo toda a situao, salvo excees de alguns casos podem se machucar numa tentativa pouco organizada de tentarem prazer de maneira mais adequada. Poderamos ouvir no silncio das falas destas pessoas como, algo assim: Tudo bem gosto de vocs, gosto da minha casa, da escola, ento vou fazer o que me mandam,... Acho que isto que sinto muito ruim, devo me submeter ao que vocs querem. Ento vou tomar o remdio e carei quietinho. No aborrecerei mais ningum com minhas angustias de no saber tambm o que sinto, o que fao. Tudo isso est to chato e desinteressante, meu corpo me d um sensao boa quando eu mexo nele, bom car assim desligado. Achei que esta vontade louca de me masturbar fosse bom, estava aqui sozinho... estava muito bom. Descobri que no posso ter prazer com meu corpo na escola! Por que ser? Vou experimentar em outros lugares? Aonde ser que pode?. Os mais valentes ou agressivos com a vida respondem com a subverso, no querem tomar a medicao, cam hostis, conseguem expressar atravs de seus desmandos, desobedincias que no disto que precisam, no se submetem, podem dizer algo assim: Preciso continuar a fazer isso(...) estou falando do meu jeito, vocs que no entendem, no consigo saber o que querem e o que sentem sobre isso que fao...

Estou crescendo e no sei o que fazer com este meu corpo novo, com estas mudanas, com meu crescimento, com estes desejos... Fico muito atrapalhado com as mudanas em meu corpo, desejos, excitaes, meu corpo modicou-se, eu no consigo compreender, co muito desorganizado, com medo, assustado, ao mesmo tempo tudo muito bom, uma confuso na minha cabea. No entendo direito porque me batem me ameaam, cam bravo comigo, tem algo que fao que no para fazer, por que ser?Por que as pessoas cam assim quando pego no meu corpo? Para a famlia, a segregao do lho(a) com decincia uma forma de proteo para o prprio ncleo familiar que tambm tenta se poupar e evitando a exposio do lho(a). No entanto, isto acaba por dicultar as noes de regras sociais e de bom convvio, fora de seu ambiente escolar e familiar. Para piorar, a pessoa com decincia raramente tem privacidade, o que diculta o entendimento do que privado ou pblico: o quarto s vezes mantido as portas abertas ou sendo proibido fechar a porta ou apagar a luz. Muitas vezes os pais, irmos no batem na porta do quarto, invadem a dentro. Os banhos so supervisionados, impedem que possam ter contato com seu corpo, que possam notar suas modicaes fsicas, sobra pouco tempo para que eles possam desenvolver sentido de privacidade, de liberdade, de respeito, de contato corpreo. Alm disso, a maioria das pessoas acredita que o deciente no tem auto-percepo, precisam ser controlados, repreendidos, ameaados, chantageados. Tanto a famlia como muitos prossionais tendem a impor condutas de comportamento, passando por cima dos seus sentimentos, no consideram que as pessoas com decincia intelectual e autismo podem ter limitaes intelectuais mas no tm limitaes de seus sentimentos. Vejamos as diferenas entre s singularidades das pessoas com Autistas. A pessoa com Autismo vai precisar de apoios para compreender o mundo a sua volta de forma a desenvolverem sua identidade como jovem e futuro adulto libertando-se do modelo infantilizado, de maneira concreta, rme, vivenciando a experincia atravs de teatros, escrevendo, desenhando, expressando-se artisticamente. Para podermos manejar as expresses sexuais inadequadas, precisamos observar alguns aspectos, tais como: quando ocorrem, em que contexto, em que lugar, qual a freqncia, e principalmente tentar descobrir qual o estmulo (interno ou ambiental ) desencadeante da conduta em questo. A partir desses dados, estratgias podem ser cridas para tentar compreender, traduzir em linguagem verbal (escrita, gestual, simblica etc.) evitar, modicar e adequar a expresso ou comportamento sexual. A primeira das trs categorias principais do TID o Distrbio da Interao Social. evidente que dentro desta categoria encontramos numerosos sintomas, tais como: diculdade em aceitar mudanas na rotina diria, muitos apresentam resistncia ao contato fsico, embora alguns possam tolerar algum contato dependendo do momento, de quem o toca e da intensidade e durao. Em outros casos, o individuo quer abraar ou agarrar uma ou vrias pessoas, de maneira invasiva e fora de contexto, geralmente sem percepo do sentimento alheio. A agressividade (chutes, mordidas, socos, tapas, belisces, puxar os cabelos, cuspir, etc.) tambm pode ser um distrbio social importante, que muitas vezes causada por uma pequena frustrao ligada a alguma atividade da vida cotidiana e, outras vezes ocorre sem uma causa aparente. Pode-se dizer que a

impossibilidade de estabelecer empatia ou perceber os sentimentos alheios so alguns dos pontos marcantes da personalidade de muitos desses indivduos. Em outras palavras, eles no conseguem se colocar no lugar de outra pessoa. A Habilidade de Imaginar o que se passa na mente do outro no faz parte do repertrio social desses indivduos (Frith,1989). Esta inabilidade afeta diretamente tanto a capacidade de perceberem os sentimentos, necessidades e desejos alheios, como tambm os seus prprios. De certa maneira isso afetar signicativamente a possibilidade de compreenderem e respeitarem uma srie de regras sociais. A Segunda categoria: Distrbios da Comunicao. Todos sabemos que se no houvesse comunicao entre as pessoas no haveria possibilidade de organizao social. Pois bem, praticamente todos os indivduos portadores de TID apresentam distrbios da comunicao, que podem variar desde um isolamento e mutismo absolutos at um desenvolvimento da comunicao muito prximo do normal, sendo que este ltimo uma ocorrncia rara. Alguns indivduos no se comunicam nem verbalmente nem atravs de gestos, parecem estar completamente indiferentes ao que acontece ao seu redor. Outros, apesar do mutismo, acabam apontando para as coisas que desejam, estabelecendo assim algum tipo de comunicao intencional (...). A terceira categoria: Estereotipias e Rituais. Estes comportamentos estereotipados e ritualizados podem ser: girar objetos, abanar as mos, mexer os dedos das mos ou o corpo de forma rtmica e estranha, andar na ponta dos ps, apego no apropriado a objetos, restrio da variedade de alimentos ingeridos. Tambm podem estar presentes risos imotivados ou descontextualizados, agressividade e destrutividade. De qualquer forma, essas condutas podem ser freqentes ou intermitentes. (Transtorno Invasivos do Desenvolvimento- 3.milnio Dr. Walter de Camargos Jr., 2005) As pessoas com Autismo precisam ser ajudadas na compreenso da interao social, adequando-se melhor as relaes sociais, atravs de vivencias com guras, pranchas com imagens, de maneira a ajudarem a construir sua identidade como jovem e futuro adulto sexual. Estas pessoas no so vistas como tal. A interao da comunicao precisa ser encorajada ou devermos abrir formas de comunicao alternativas para que possam expressar seus sentimentos e suas fantasias envolvendo seu corpo, suas experincias sensrias, perceptivas. O uso da criatividade precisa ser investido, num campo, artstico, musical, plstico, a m de que possam expressar sua subjetividade concomitante as transformaes da sua sexualidade. Atravs destes contatos o confronto do ser adolescente encontrou vazo para expresso, e precisam ter o direito de vivenciarem, experimentarem e conhecerem as transformaes fsicas, afetivas e sociais que so pertinentes deste processo de juventude. E ns temos o dever de ajud-los a desenvolver estas transformaes de maneira adequada. Ter que enfrentar a sexualidade dos lhos na poca da adolescncia j um tabu, gerador de conitos, impasses, medos para a maioria dos pais. Agora imaginem o quanto incrementado de fantasias e preconceitos quando se trata das preocupaes de um lho com decincia. Os pais por medo de expor o adolescente a riscos fsicos e emocionais optam eventualmente por negar, reprimir ou infantilizar a existncia do crescimento do lho ou lha na puberdade, lutam para manter seus lhos assexuados. uma luta perdida, pois no h como parar o crescimento de algum, o que encontramos que escapa por outra via, aparecendo a regresso de aptides que a pessoa havia adquirido, comportamentos auto ou hetero-agressivos, isolamento, tristeza, adoecimento psquico, sofrimento. Nas instituies escolares encontramos os prossionais, tambm se defendendo, acabam por criarem estigmas, rtulos como se as pessoas autistas fossem ora hiper-sexualizados ora assexuados.

No entanto, muitas instituies de ensino j comeam a aceitar/pensar a importncia de tal processo na vida do aluno. O tema sexualidade vem sendo tratado com uma certa freqncia nas escolas, em contraste com a mentalidade do nal do sculo passado, quando havia a viso do sexo como algo sujo e imoral (exceto quando para a procriao). Os pais e professores da rea de sade e educao precisam lembrar que a vivncia sexual das pessoas com decincia favorece o desenvolvimento afetivo, a capacidade de estabelecer contatos interpessoais, fortalecendo a auto-estima o bem-estar, o amor-prprio, e a adequao comunidade. Para que os comportamentos e manifestaes sexuais no se tornem problemticos, existe a necessidade de investimentos na educao sexual; sempre com a participao dos pais e familiares, pois atravs destes que h o desenvolvimento psico-emocional e a transmisso de valores para a aquisio de limites. Os valores, princpios e regras sociais existem porque tm nalidade, nos ajudam a nos proteger e aos outros de situaes de abusos e violncias, situaes constrangedoras e no ticas. Toda sociedade precisa para se organizar e se manter, de algum tipo de ordenao, de regras que possam colocar ordem na desordem. Isto implica em restringir, selecionar, e estabelecer critrios, alm de dar valor e hierarquizar. Portanto, sempre encontraremos aquilo que acaba sendo considerado mais ou menos doentio, errado, impuro e anormal, dependendo do perodo histrico e do grupo social em que se est numa dada sociedade. O importante pensar, reetir, questionar, conversar, indignar-se, para no incorporarmos passivamente tudo o que nos apresentado! Isto implica em aprender a impor respeito aos nossos valores, mas saber respeitar os valores dos outros tambm. Na escola a educao sexual, deve apresentar-se com disponibilidade do prossional, amor e cincia. No adianta tratar o assunto como disciplina de contedo ou como algo que ir conter a sexualidade. A orientao sexual para pessoas com decincia, um trabalho organizado com diversos objetivos: como por exemplo preveno de gravidez indesejada, transmisso de informaes sobre sexualidade, o aumento da compreenso sobre o prprio corpo, a orientao sobre os cdigos do comportamento sexual, a melhora do relacionamento com sua famlia e os prossionais, favorecendo o desenvolvimento da identidade. O educador sexual deve guiar-se por atitudes ticas, no esquecendo de estar atento a suas concepes pessoais em face da sexualidade, vericando com preciso aquilo que a pessoa com decincia intelectual ou autismo quer saber, interpretando aquilo os acontecimentos afetivos sobre sua perspectiva e no a pessoal, lidando com comportamentos inadequados atravs da colocao de limites claros e objetivos, atravs de acordos criados pelo prossional, aluno e ou grupo. A higiene pessoal e os cuidados ntimos devem ser enfatizados, uma forma de desenvolver a autoimagem e auto-estima, desenvolvendo a capacidade de adequao social e o sentimento de posse do corpo. Na adolescncia os meninos com decincia intelectual ou autismo precisam ser informados sobre a ejaculao e a poluo noturna, orientando sobre os cuidados e limpeza. As meninas necessitam de orientao sobre como lidar com a menstruao e ambos precisam ser informados sobre as mudanas que esto ocorrendo com seus corpos.

Nos casos de impossibilidade funcional devido a problemas motores ou em razo severidade do comprometimento cognitivo e ou afetivo os pais devem assumir tais cuidados, ou pedir que ao jovem os realize com superviso constante. A educao sexual deve ser includa na educao geral, integradas estimulao sensrio-motora, intelectual e das capacidades adaptativas ao meio social, de modo natural. Os recursos pedaggicos podero ser ldicos, criativos e desportivos como, por exemplo, os jogos, a msica, o esporte, a pintura, modelagem, de modo adequado idade e ao nvel de compreenso, so elementos integradores e interativos para trabalhar o corpo, crescimento, diferenas sexuais, rivalidades, atraes, etc... essencial enfatizar a importncia do relacionamento afetivo dos pais e familiares, para um adequado desenvolvimento da sexualidade. A famlia nuclear representa o prottipo de todos os relacionamentos que a pessoa ter com os outros no decorrer de toda a vida, mas ainda para o portador de necessidades especiais que precisa ser aceito pelo seu ncleo familiar; mas na impossibilidade desta faz-lo cabe a escola resgatar este papel oferecendo suporte dos valores integrativos, de auto-estima, conana e esperana. Tanto a pessoa com decincia intelectual como autismo necessita de respostas coerentes s suas solicitaes afetivo-sexuais, que favoream sua autoconana, sua auto-estima e seu senso de valor. A ambigidade no comportamento dos pais e prossionais frente sexualidade do deciente levam aos conitos e atitudes incoerentes de ambas as partes, gerando frustrao, dor e muita angstia. A ansiedade e falta de conana no potencial afetivo-sexual das pessoas com decincia intelectual e autismo, faz com que quemos agitados e irracionais quando temos de lidar com um problema, uma situao. O que sabemos que tanto as pessoas com decincia intelectual e autismo sentem, desejam, sonham, sofrem, como qualquer ser humano, portanto ns que precisamos libertar-nos dos nossos preconceitos frente sexualidade humana e proporcionar uma vida com qualidade e respeito as singularidades individuais.

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