Semântica Dos Tempos Verbais
Semântica Dos Tempos Verbais
Semântica Dos Tempos Verbais
EXERCCIOS ESSENCIAIS
2
(Fuvest-SP)
Sobre o emprego do gerndio em frases como Ns vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno
assim que possvel, um jornalista escreveu uma crnica intitulada Em 2004, gerundismo zero!, da qual extramos o seguinte
trecho.
Quando a teleatendente diz: O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua ligao, ela pensa
que est falando bonito. Por sinal, ela no entende por que eu vou estar transferindo errado e ela est falando bonito
certo.
EXERCCIOS ESSENCIAIS
EXERCCIOS ESSENCIAIS
4
(UFC-CE, adaptado)
Padre Anselmo olhou com tristeza as mulheres ajoelhadas sua frente. Ia comear a missa e sentia-se extremamente
cansado. Onde aquela piedade com que celebrava nos seus tempos de jovem sacerdote, preocupado com a salvao das
almas? As coisas haviam mudado. Discutiam-se os novos ritos, as novas frmulas. (...) Sentia-se tmido, vencido, olhando para
os fiis, pronunciando palavras na lngua que falava em casa, na rua. A mesma lngua dos bbedos, dos vagabundos, das
meretrizes. De todos. Benzeu-se instintivamente:
Em nome do Pai, do Filho, do Esprito Santo.
Amm.
BEZERRA, Joo Clmaco. A vinha dos esquecidos.
Fortaleza: UFC, 2005. p.32-33.
Considere as afirmativas sobre o emprego dos verbos do texto e, em seguida, assinale a alternativa correta.
I. SENTIA-SE indica anterioridade em relao a IA COMEAR.
II. CELEBRAVA indica posterioridade em relao a SENTIA-SE.
III. HAVIAM MUDADO indica simultaneidade em relao a IA COMEAR.
a) Apenas I verdadeira.
b) Apenas II verdadeira.
c) Apenas III verdadeira.
d) Apenas I e II so verdadeiras.
e) Apenas I e III so verdadeiras.
RESPOSTA: A
EXERCCIOS ESSENCIAIS
6
(UFC-CE, adaptado)
Leia as frases de Alencar, indique V, para a afirmao verdadeira, ou F, para a falsa, e, a seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequncia correta.
I. Eu tinha-me vendido a todos os caprichos e extravagncias; deixara-me arrastar ao mais profundo abismo da depravao
(...).
II. Queria resistir e no podia! Queria matar-me trucidando a carne rebelde! Tinha instintos de fera!
ALENCAR, Jos de. Lucola. 16. ed.
So Paulo: tica, 1992. p. 111.
(
(
(
a) V, V, F
b) V, F, F
c) F, F, V
d) F, V, F
e) V, F, V
RESPOSTA: B
EXERCCIOS ESSENCIAIS
8
(UFRGS-RS)
bom a ... a senhora e... eu no tenho queixa dos meus alunos nunca precisei assim ralhar de um aluno... mas no tempo que
eu era guria havia muito respeito agora o que eu vejo que as minhas colegas contam... eu fico horrorizada n?... eles no tm
mesmo respeito eu acho que... se no tm porque eu acho que os professores que no... que no sabem exigir ou tambm
proibido passar qualquer castigo alguma coisa assim que no tempo da gente tinha n?... a gente recebia o seu castiguinho...
copiar a mesma lio uma poro de vezes... quer dizer que aquilo botava o pessoal na linha... agora hoje em dia no no o
professor no pode dizer nada ele... os alunos parece que tomam conta... dos professores... Ao menos o que eu ouo contar
n? No que eu esteja vendo porque eu no estou estudando agora no sei... s sei que... a gente ouve dizer por a n?... me
desculpe se falei demais...
HILGERT, J. G. A linguagem culta na cidade
de Porto Alegre. Passo Fundo/Porto Alegre:
Ediupf/Editora da UFRGS, 1997. p. 116-117. (Adaptado.)
Observe as seguintes propostas de reformulao da frase EU NO TENHO QUEIXA DOS MEUS ALUNOS, dita pela entrevistada.
I. Ela disse que no tivera queixa de seus alunos.
II. Ela disse que no tinha queixa dos seus alunos.
III. Ela disse que no teve queixa de alunos dela.
Quais so reformulaes corretas e compatveis, em termos de significado, com a frase dada?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
RESPOSTA: B
EXERCCIOS ESSENCIAIS
10
(Uerj)
Funo
1 Me deixaram sozinho no meio do circo
2 Ou era apenas um ptio uma janela uma rua uma esquina
3 Pequenino mundo sem rumo
4 At que descobri que todos os meus gestos
5 Pendiam cada um das estrelas por longos fios invisveis
6 E havia sbitas e lindas aparies como aquela das longas tranas
7 E todas imitavam to bem a vida
8 Que por um momento se chegava a esquecer a sua cruel inocncia de bonecas
9 E eu dizia depois coisas to lindas
10 E tristes
11 Que no sabia como tinham ido parar na minha boca
12 E o mais triste no era que aquilo fosse apenas um jogo cambiante de reflexos
13 Porque afinal um belo pio danante
14 Ou zunindo imvel
15 Vive uma vida mais intensa do que a mo ignorada que o arremessou
16 E eu dano tu danas ns danamos
17 Sempre dentro de um crculo implacvel de luz
18 Sem saber quem nos olha atenta ou distraidamente do escuro...
QUINTANA, Mrio. Antologia potica. Rio de Janeiro:
Editora do Autor, 1966.
Do incio ao verso 12, o poema apresenta exclusivamente formas verbais no tempo passado. No verso 15, porm, o poeta
introduz o tempo presente. O valor estilstico dessa modificao do tempo do verbo :
EXERCCIOS ESSENCIAIS
11
(PUC-Minas)
Com licena potica
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espcie ainda envergonhada.
Aceito os subterfgios que me cabem,
sem precisar mentir.
No sou to feia que no possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora no, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
dor no amargura.
Minha tristeza no tem pedigree,
j a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil av.
Vai ser coxo na vida maldio pra homem.
Mulher desdobrvel. Eu sou.
PRADO, Adlia.
O poema de Adlia Prado estabelece um dilogo com o Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, do qual, para
efeito de anlise, foi retirado o seguinte trecho:
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche* na vida.
ANDRADE, Carlos Drummond de.
* Gauche: palavra francesa com inmeros significados, entre os quais torto, malfeito, desajeitado.
EXERCCIOS ESSENCIAIS
11
Assinale a alternativa que apresenta anlise INADEQUADA do emprego das formas verbais ANUNCIOU, presente no poema de
Adlia Prado, e DISSE, no poema de Drummond.
EXERCCIOS ESSENCIAIS
12
(Unifesp)
por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolao. Meu engraxate me deixou. Passei duas vezes pela porta
onde ele trabalhava e nada. Ento me inquietei, no sei que doenas mortferas, que mudana pra outras portas se passaram
em mim, resolvi perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O menino um retalho de hungars, cara de infeliz,
no d simpatia alguma. E tmido, o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no propsito de
desgraar esses desgraados de nascena. Est vendendo bilhete de loteria, respondeu antiptico, me deixando numa
perplexidade penosssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam vidos, porque sou um dos que
ficam fregueses e do gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a
vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom.
ANDRADE, Mrio de. Os filhos da Candinha
EXERCCIOS ESSENCIAIS
12
Assinale a alternativa correta.
EXERCCIOS ESSENCIAIS
14
(Fafipa-PR)
Que tudo passe
Passe a noite
passe a peste
passe o vero
passe o inverno
passe a guerra
e passe a paz
passe o que nasce
passe o que nem
passe o que faz
passe o que faz-se
que tudo passe
e passe muito bem
LEMINSKI, Paulo. Caprichos & relaxos.
So Paulo: Brasiliense, 1985.
EXERCCIOS ESSENCIAIS
14
Assinale a alternativa que apresenta o modo verbal em que o verbo passar foi conjugado no texto e o efeito de sentido sugerido
por tal conjugao.