Cultura Do Palco
Cultura Do Palco
Cultura Do Palco
O Barroco
1600-1750
. Europa dilacerada com guerras quase ininterruptas (1ª metade do séc. XVII)
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) - série de guerras que diversas nações
europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por
motivos variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais.
As rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais
germânicos foram gradualmente transformados numa luta europeia. Apesar de os
conflitos religiosos serem a causa directa da guerra, ela envolveu um grande
esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia
dos Habsburgos, que governavam a Áustria. As hostilidades causaram sérios
problemas económicos e demográficos na Europa Central e tiveram fim com a
assinatura, em 1648, de alguns tratados que, em bloco, são chamados de
Tratados de Vestfália.
Fim da União Ibérica (1640) – restauração da independência de Portugal, com a
deposição da dinastia Filipina que governava Portugal desde 1580.
Luis XIV, Rei Sol (Luis de Borubon 1638-1715) – reinou de 1643 a 1715; foi o
maior monarca absolutista da França – L´Etat c´est moi ! (O Estado sou eu).
Construiu o Palácio des Invalides em Paris e o luxuoso Palácio de Versailles
que transformou em residência oficial e onde morreu. No seu reinado uma série
de transformações foram levadas a cabo nas artes que alteraram o rumo da
artes europeia.
Expansão territorial e influência da cultura europeia – geografia, política,
religiosa
.Organização política:
Unificação das artes num mesmo espaço (arquitectura, escultura, pintura, música,…)
Caraterísticas da arquitectura Barroca
Para os arquitectos barrocos, o edifício era uma grande escultura.
Procura de movimento, quer real (uso de linhas e superfícies onduladas,
côncavas, convexas, plantas com formas geométricas complexas e dinâmicas –
elipses, ovais, elaborados traçados geométricos,…), quer sugerido;
Tentativa de representar ou sugerir o infinito;
Importância dada à luz e aos efeitos luminosos na percepção final e na
concepção da obra:
Gosto pelo teatral, pelo cenográfico, pelo faustoso;
Tendência para não respeitar os limites das disciplina (onde acaba a
arquitectura e começa a escultura ou a pintura…)
Planta Fachada
Pormenor da fachada
Planta e fachada
Baldassare Longhena (1598-1682)
Igreja de Stª Maria da Saúde. Veneza. 1630-1651
Guarino Guarini (1624-1683)
Interior
Igreja de San Lourenzo.
Turim. 1668-80
Palácio Carignano. Turim. 1679
Urbanismo
As cidades converteram-se em autênticas manifestações de poder e
conheceram um desenvolvimento extraordinário
Traçam-se os primeiros planos urbanos de cidades como Londres ou
Paris, pensando a cidade como uma unidade integrada num sistema muito mais
vasto que a simples aglomeração de edifícios que perdem a sua individualidade
para se tornarem parte integrante de uma totalidade urbana mais complexa.
A cidade converte-se num espaço simbólico, cenário de festas, procissões,
desfiles, manifestações religiosas ou civis, de grande afirmação simbólica de
poder, autoridade e domínio.
A praça, em frente da igreja/catedral ou do palácio é o espaço urbano
por excelência do Barroco e o palco onde se desenrolam os grandes
acontecimentos públicos.
Não há praça sem, fonte, pois elas são o elemento predilecto do
urbanismo barroco. De formas variadas, são ornamentadas com figuras
mitológicas e jogos de água, em cascata ou em repuxos jorrantes. Salientam-se
a Fonte dos 4 Rios na Praça Navona que Bernini esculpiu com naturalismo e a
Fonte de Trevi de Nicola Salvi que é uma das últimas obras do Barroco em
Roma, apresentando já algumas influências rocaille (rocócó).
Praça Navona. Roma (antigo hipódromo da Roma Imperial). 1648-51.Bernini
Praça de Espanha .1660. (Fonte da Barca 1627-28. Bernini)
Praça do Povo
1784-1816
Carlo Rinaldi
Fonte de Trevi
Nicola salvi
Escultura do Barroco
A escultura foi a actividade artística do barroco que melhor caracterizou
esta época e, de certa maneira, também a mais popular : ela é presença
Constante nas igrejas e palácios, mas também nos espaços públicos, ora
assumindo carácter efémero (realizada em materiais leves – gesso e madeira)
nos cenários montados para as grandes festas, procissões e outros eventos
espectaculares, ora com carácter definitivo, presente nas fontes que animam as
praças ou rematando as construções, conferindo-lhes monumentalidade e
enriquecendo-os estética e plasticamente.
(p.e. Catedral de S. Pedro e respectiva colunata exterior).
Expressão por excelência das imagens e dos sentidos do Barroco.
Baldaquino 1624-33
Altar / Trono de S. Pedro 1657- 66
Esculturas que coroam o edifício e colunata da Praça da Catedral de S. Pedro. 1656-57
Fonte da Barca. 1627-28 (Praça de Espanha. Roma)
Capela Cornaro e Êxtase de Santa Teresa. 1645.52 Igreja de Stª Mª da Vitória. Roma.
Bacanal 1616-17
Rapto de Proserpina. 1621-22 (vista geral e pormenor)
Apolo e Dafne. 1622-25 (vista geral e pormenor)
David. 1623-24
Barroco Francês (arquitectura clássica francesa)
. linguagem deliberadamente classicista e racional, por oposição à
extravagância do barroco italiano
. muito mais contido que o barroco italiano: plantas menos complicadas,
fachadas mais severas, maior respeito pelas proporções e pelos elementos
tradicionais da arquitectura clássica (p.e. as ordens são respeitadas), renúncia
aos efeitos violentos e dramáticos
. todas as artes – arquitectura, escultura, pintura, mobiliário, objectos
utilitários transformados em objectos de luxo – convergem para um mundo
fantástico e artificial
. expressou ideais de tradição, força e permanência, aliados a uma
elegância da composição, que facilmente estabelece as diferenças com o
gosto italiano
. gigantismo da escala, repetição formal
. associado ao poder régio absolutista, assume uma afirmação de
carácter político que se materializa sobretudo na edificação de palácios reais
e/ou para a corte de proporções gigantescas, que inauguram e novo modelo de
edifício de habitação nobre, pois a fachada já não comunica directamente para a
rua, como em Itália, mas recolhe-se para trás de um muro, onde se situa um
grande pórtico de acesso à propriedade cujos jardins, cuidadosamente traçados
/desenhados são o cenário que enquadra o edifício que tem geralmente a planta
em forma de U. Interiormente destacam-se a(s) grande(s) escadaria(s) de
aparato cenográfico e a galeria – amplo corredor ornamentado, onde estavam
expostas as obras de arte mais valiosas da casa, local de ostentação.
Os grandes arquitectos do barroco (classicismo) francês são:
. Jacques Lemercier (1585-1654)
. Renovação do Palácio Real do Louvre. Paris – Ala da Torre do Relógio
. Igreja da Sorbonne. Paris.1635
. Igreja de Val-de-Grace. Paris. 1645 (projecto)
A planta da igreja e a elevação da nave até à altura do entablamento são de François Mansart que
foi substituído por Jacques Lemercier, que a concluiu.
François Mansart (1598-1666)
Hôtel Guénégaud
Paris. 1638
Castelo Maisons-Laffite
Yvelines. 1642-46
1664
1665
. Louis le Vau (1612-1670)
. Renovação do Palácio Real do Louvre. Paris. Ala de Apolo.1667-70
(em colaboração com o Arqtº Claude Perraut (arquitecto e matemático)
Palácio de Vaux-le-Vicomte.1656-61
Pequeno palácio construído numa propriedade do Ministro das Finanças de
Luis XIV, Nicolas Fouquet, constitui o exemplo de uma construção unitária entre três
elementos: o palácio, os jardins (projectados por André Le Nôtre) e o bosque. Os
interiores foram concebidos pelo pintor Le Brunn (1616-1690). Foi inaugurado, com
Uma grande festa que teve a presença do rei, em 17 de Agosto de 1661. Pouco tempo
Depois o ministro foi preso, acusado de se aproveitar dos dinheiros públicos para
financiar este esplendoroso palácio que fez inveja ao rei.
Colégio das 4 Nações (actual Academia Francesa). Paris.1719 (conclusão da edificação)
. Palácio de Versailles
Arquitectos: Louis le Vau (1661-70) e Jules Hardoins Mansart(1678-1708)
Concepção dos jardins: André Le Nôtre
Interiores: Charles Le Brunn
Luis XIV, decide edificar uma enorme palácio régio, que foi residência régia e
sede do governo da França até à Revolução Francesa, numa propriedade nos arredores
de Paris, onde o seu pai, Luis XIII, tinha construído, em 1624, um pavilhão de caça. As
Obras iniciaram-se em 1668/9 e boa parte do conjunto foi edificado durante a vida do Rei Sol.
Mas todos os monarcas que se lhe seguiram, até 1789, o foram completando.
O pátio de honra, chamado Pátio dos Mármores, em cuja fachada central, interiormente,
tem ainda as paredes originais do edifício do tempo de Luis XIII
Sala da Guerra
. Jules Hardoins Mansart ficou responsável por Versailles a partir de1678, apesar
de figurar na relação de canteiros a partir de 1673, sendo da sua exclusiva
responsabilidade os Estábulos Reais, a Orangerie (laranjal) 1681-86, o Grand
Trianon (1687) e a Capela (1689)
Le Grand Trianon
Capela do Palácio de Versailles
. Jules Hardouin-Mansart (1646-1708) (sobrinho neto de F. Mansart)
Igreja do Hospital dos Inválidos. Paris, 1680-1707
Place Vândome. Paris.1698
Itália
Annibale Carracci (1560-1609)
Pietro da Cortona (1596-1669)
Andrea del Pozzo (1642-1694)
Giambattista Tiepolo (1696-1770)
Caravaggio (1571-1610)
Flandres
Franz Halls (c. 1580-1666)
Rembrant (1606-1669)
Vermeer (1632-1675)
Peter Paul Rubens (1577-1640)
Espanha
Zurbarán (1598-1664)
Vélasquez (1599-1660)
Murillo (1617-1682)
Pintura Barroca
Suporte preferido: paredes e tectos de edifícios pintados em trompe
l´oeil, usando a técnica do escorso (desenho/composição em perspectiva vista de
baixo para cima ou vice-versa). Estas pinturas tinham como objectivo dar a
impressão de que o espaço era infinito, conferindo uma sensação de dilatação
impressionante. Nos períodos artísticos anteriores a realização de pintura de tectos
e paredes era comum em Itália, mas durante o barroco esta torna-se presença
praticamente obrigatória no interior dos edifícios, sobretudo religiosos (o que
anteriormente não acontecia) e são italianos os exemplo mais notáveis.
Frequentemente é difícil perceber onde termina a arquitectura e começa
a pintura porque esta “finge” materiais, elementos e estruturas arquitectónicas
que se fundem ou misturam com a realidade construída.
Glória de Stº Inácio. 1691-94. Tecto da nave da Igreja de Stº Inácio. Roma
Pormenor
Tecto da Capela Mór da Igreja de Stº Inácio. Roma
Giambattista Tiepolo (1696-1770)
A Leiteira. c.1658
(45 x 41 cm)
Paisagem de Delft. 1659-60
O Astrónomo. c. 1668 Rapariga com brinco. C. 1665
(50 x 45 cm) (46 x 45 cm)
A Arte de Pintar. 1665-67
120 x 100 cm
Pintura espanhola
Velásquez (1599- 1660)
Autoretrato. c. 1640
Retratos de Filipe IV
1652-53
1624-27
Triunfo de Bachus (Los Borrachos). c. 1629
Vénus ao Espelho. 1649-51
As Meninas. 1656-57
(318 x 276 cm)
Pormenores
As Fiandeiras. 1657. (220 x 289 cm)