Pé Infantil

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PÉ INFANTIL

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
GILSON CAMPELO DA FONSECA JÚNIOR
HUUFMA
Pé Torto Congênito
(Talipe Equinovaro Congênito)
CONCEITO
CONCEITO
• Deformidade isolada do pé no recém-nascido
ou associada a outras afecções, caracterizada
por:
- Equinismo acentuado do retro e antepé.
- Varismo do complexo da articulação sub-talar
- Adução e supinação do antepé.
- Cavo plantar acentuado da parte anterior
GENERALIDADES
• Sexo masculino (2:1).
• 1:1000 nascidos vivos.
• Caucasianos > Orientais (2:1).
• Polinésios > Ocidentais (5:1).
• Bilateralidade (50%)
• Gêmeos monozigóticos (30%).
ETIOLOGIA
• Desconhecida.
• Hipóteses:
1) Fatores mecânicos intra-uterinos.
2) Defeito neuromuscular.
3) Parada do desenvolvimento fetal (fases).
4) Defeito primário do plasma germinativo.
PATOLOGIA
• Alterações macroscópicas:
- Flexão plantar.
- Inversão do retropé.
- Adução do médio e antepé.
- Equino.
PATOLOGIA
(Deformidades Ósseas)
• TÁLUS:
- Deformidade básica.
- Ângulo de declinação:150-160°.
- Obliqüidade do colo do tálus.
- Facetas anterior e média deformadas
- Acetabulum pedis / Pes acetabulum
- navicular (superficie articular posterior)
- Facetas anterior e média do calcâneoc
DIAGNÓSTICO
• Diminuição do tamanho do pé.
• Borda lateral encurvada.
• Prega cutânea medial.
• Aumento do arco plantar.
• Tensionamento do tendão calcâneo.
• Palpação do tálus no dorso do pé.
EXAMES RADIOGRÁFICOS
• Evolução do tratamento
• Confirmação da correção ou para identificar
deformidades residuais na criança
Correlação Clínico-
Radiológica
TRATAMENTO
• Menor idade: melhor prognóstico.
• Tratamento precoce: elasticidade e sem
alterações secundárias.
TRATAMENTO
• Objetivos:
1- Correção deformidades.
2- Anatomia normal, esteticamente corrigido.
3- Pés flexíveis, mobilidade normal.
4- Pés indolores (marcha, esportes).
5- Evitar recidiva.
6- Início da marcha na idade normal.
7- Deambulação sem claudicação.
8- Uso de calçados normais.
TRATAMENTO
• Método de Ponseti
– Dorsiflexão do 1º raio – esticar fáscia plantar +
destravar talonavicular
– Abdução da parte anterior do pé com eversão do
segmento posterior pelo complexo da articulção
subtalar em torno do tálus
– Dorsiflexão da parte posterior do pé
Método de Ponseti
(1ª troca – correção do cavo)
Método de Ponseti
(aparência do gesso e do pé)
TRATAMENTO
• Indicações do tratamento cirúrgico:
- Pés resistentes ao tratamento conservador.
- Pés não tratados.
- Pacientes com mielomeningocele,
artrogripose múltipla e doenças
neuromusculares.
TRATAMENTO
• Técnica cirúrgica
de Turco (1979):
- Incisão medial e
póstero-interna.
- Incisão retilínea.
- Menor
elasticidade da
pele.
TRATAMENTO
• Técnica cirúrgica de McKay: incisão de
Cincinnati (única, retilínea, da borda medial à
lateral do pé – menos complicações cutâneas).
• Técnica cirúrgica de dupla incisão:
- Incisão medial: curvilínea, sobre o arco
plantar.
- Posterior: retilínea, oblíqua, de medial para
lateral, de superior para inferior.
TRATAMENTO
• Liberação posterior:
1. Tendão calcâneo (em “z”).
2. Fáscia profunda.
3. Capsulotomia posterior da articulação tibiotársica e
articulação subtalar.
4. Secção ligamento transverso posterior do tornozelo.
5. Secção longitudinal da sindesmose tibiofibular e do
ligamento fibulotalar e fibulocalcâneo.
6. Alongamento do tendão tibial posterior (em “z” ou em
“v” na junção miotendínea).
TRATAMENTO
• Liberação medial:
1. Feixe anterior do ligamento deltóide.
2. Ligamento calcaneonavicular.
3. Articulação talonavicular.
4. Alongamento do tibial anterior, flexor longo do
hálux e dos dedos.
5. Ligamento calcaneonavicular plantar (ligamento
mola), ligamento bifurcado (calcaneonavicular e
calcaneocubóide).
6. Articulação calcaneocubóide.
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO

• Precoces:
1. Hemorragias.
2. Necrose de pele e deiscência de sutura.
3. Infecção.
4. Úlcera de compressão.
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO

• Tardias:
1.Quelóide e retração cicatricial.
2.Varismo dos metatarsianos.
3.Equinismo do retropé.
4.Necrose avascular talar ou navicular.
5.Deformidade óssea (compressão do tálus).
6.Hipercorreção.
PÉ PLANO VALGO
Definição
• Condição na qual a maior parte da planta do
pé fica em contato com o solo, como
resultado de redução ou ausência do arco
longitudinal medial do pé.
Pé Plano
• Etiologia:

1- Alterações ósseas

2- Alterações neuromusculares

3- Alterações musculoligamentares
Pé Plano
Alterações ósseas
• congênitas - alt do escafóide ( escafóide acessório)
- sinostose (coalizão– TC/CN)
- tálus vertical
• Traumático – (# tálus)
• 2º a enfermidades ósseas – (infecção; tíbia vara)
• Iatrogênica – (hipercorreção pé cavo)
Pé Plano
• Alterações neuromusculares
- retração tendão calcâneo
- Seqüelas polimielíticas  paralisia tibial ant e post
- Paralisias espásticas  lesão cerebral ou medular (atrofias musc, retração
dos fibulares...)
- Miopatias ( Duchenne...)
- Trauma do tibial posterior
- Pé torto hipercorrigido
Pé Plano Valgo Flexível
• Queixa comum no consultório

• Pé chato

• QP dos parentes: deformidade, alteração no calçado,


quedas freqüentes, dor na vida adulta

• Faixa etária 0 aos 3-4 anos(fisiológico)

• Coxim de gordura/maturação SN/alt tecido conjuntivo(hipermobilidade)


Pé Plano Valgo Flexível
• Achados clínicos:

- Retro-pé EVERTIDO/VALGO

- Ante-pé ABDUZIDO/PRONADO

- Médio-pé “CAIDO”

- Alongamento coluna medial

- Pé/ante-pé  pronado ???


Pé Plano Valgo Flexível
• Ante-pé x retro-pé  SUPINADO
Pé Plano Valgo Flexível
• Achados radiográficos  SEMPRE EM ORTOSTASE

1) Verticalização do talus em perfil

2) Medialização do talus em AP
Pé Plano Valgo Flexível
• Tratamento  CONSERVADOR

- Tratar os pais  evolução natural benigna


• Alongamentos
Pé Plano Valgo Flexível
• Tratamento
• Casos selecionados  frouxidão ligamentar maior que apresentam
desgaste importante sapatos, sintomas inespecíficos ( dor, fadiga)  tipo
de suporte

- Melhora dos sintomas e não a CURA da DEFORMIDADE


Pé Plano Valgo Flexível
• Tratamento cirúrgico : não é a regra
• Casos excepcionais
• Indicação  pés planos dolorosos em que o tt*
conservador não tenha sido bem sucedido (>10
anos), calosidades, fadiga...
• Procedimentos em partes moles  recidivas (
isolado)
- Procedimentos ósseos
Pé Plano Valgo Flexível
• Procedimentos ósseos

- Artrodese  desenvolvimento artrose ( + útil no pé plano doloroso do adulto)

- Artrorise  estabilização da subtalar c/ implante por tempo limitado ( deixada


de lado)

- Osteotomias  + usado atualmente


PÉ CAVO
DEFINIÇÃO
• O pé cavo é uma deformidade em eqüino fixo
do antepé sobre o retropé. Quando associada
com artelhos em garra, o termo pé em garra
as vezes é usado para descrever a condição.
• Arco anormalmente alto
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE
• A deformidade em cavo do pé usualmente é
manifestação de alguma doença neuromuscular
subjacente
• A lesão pode ser no músculo (pé cavo miopático)
• Nervos (periféricos ou raízes espinhais lombossacras,
células do corno anterior da medula, sistemas
piramidal ou extra piramidal, ou cortical cerebral)
Na patogênese
• Vários fatores devem ser considerados:
• Desequilíbrio muscular entre os músculos tibial anterior
fraco e fibular longo forte.
• Fraqueza isolada do músculo fibular curto
• Paralisia dos músculos intrínsecos do pé.
• Músculo tríceps sural
• Hiperatividade dos músculos intrínsecos do pé
• Fibrose e contraturas musculares
• Fatores genéticos
ASPECTOS CLÍNICOS
• VÁRIOS TIPOS DE PÉ CAVO QUE DEVEM SER
DISTINGUIDOS:
• Pé cavo simples – deformidade em flexão plantar do
antepé é igual nas suas colunas medial e lateral, com
distribuição uniforme de peso sobre a primeira e
quinta cabeças metatarsianas. O calcanhar está em
posição neutra o calcanhar está em posição neutra
ou em alguns poucos graus de valgo
• Pé cavo-varo – somente a coluna medial do antepé está caída
em flexão plantar e o eixo do primeiro e segundo meta estão
em acentuado ângulo eqüino, enquanto que o quinto meta
esta em posição normal (horizontal) , o primeiro meta esta em
20 a 30 graus de pronação, o arco longitudinal está elevado
• Inicialmente a deformidade em varo do retropé é redutível ,
com o tempo a deformidade torna-se rígida e não pode ser
corrigida alinhando o antepé.
• Deformidade calcâneo-cava – usualmente ocorre na
paralisia flácida (poliomielite ou mielomeningocele)-
o músculo tríceps sural esta paralisado, o retropé
esta em posição calcânea e o antepé esta fixado em
posição eqüina
• Pé eqüino-cavo- usualmente e secundário a talipe
eqüino-varo além do antepé o retropé e o tornozelo
estão em posição eqüina
O exame do antepé do pé cavo-varo
• O 1 meta esta fletido plantarmente e pronado enquanto que
o retropé esta em supinação em varo
• O antepé e o retropé são interdependentes ( a pronação do
antepé supina o retropé)
• O arco longitudinal medial está elevado e os tecidos moles na
face plantar estão retesados, fixando o antepé em posição de
flexão plantar
• A cabeça do 1 metatarso e proeminente embaixo da planta do

Teste do bloco de Coleman
• Flexibilidade da parte
posterior do pé
• Em pé com borda lateral
• Flexão plantar do primeiro
metatarsal
• Deformidade vara flexível
corrige para valgo
• Se houver deformidade varo
rígido e contraído, não haverá
correção
Tratamento
• Medidas conservadoras estão indicadas nos casos
iniciais e brandos:
• Exercícios passivos de estiramento da fáscia plantar
contraída
• Palmilhas de suporte com coxim de 1 cm
imediatamente atrás dos metatarsianos, cunha de 3
a 4,5 mm no lado lateral do retropé – objetivo
fornecer alívio da dor
• Calçados especiais
Tratamento
• Cirurgia
– Evidencia de deformidade progressiva
– Calosidades dolorosas sobe as cabeças
metatarsais ou base do quinto metatarso
– Instabilidade do tornozelo
– Corrigir deformidades individuais
– Equilibrar as forças musculares remanescentes
TRATAMENTO
• Flexibilidade das deformidades segmentares
• Liberação de tecidos moles (fasciotomias,
capsulotomias, alongamentos musculares ou
tendinosos)
TRATAMENTO
• Cavovaro
– Fasciotomia plantar
– Liberação proximal do abdutor do hálux
– Capsulotomias da articulação talonavicular
– Alongamentos do tendão do tibial posterior
– Osteotomias (em cunha com abertura do
cuneiforme medial)
TRATAMENTO
• Calcaneovaro
– Fasciotomia plantar radial
– Osteotomia ( deslocamento dorsal de uma
osteotomia do calcâneo posterior baixa o arco
longitudinal)
POLIDACTILIA/SINDACTILIA
INTRODUÇÃO
• Condição congênita em que ocorre
duplicidade de um ou mais dedos
• Metatarsal também pode está duplicado
• Polissindactilia simples – tecido mole
• Polissindactilia complexa- tecido ósseo
• Não há predileção por sexo
INTRODUÇÃO
• 50 % bilateralidade
• 62% das deformidades bilaterais são
simétricas
• 34% ocorrem na mesma mão
• Causa desconhecida
ASPECTOS CLÍNICOS
• Classificação
– Pré-axial – hálux (15%)
– Pós-axial – 5º dedo (79%)
– Central – 2º,3º ou 4º dedos (6%)
• Pode existir mais de um tipo no mesmo pé
CLASSIFICAÇÃO DE VENN-
WATSON
TRATAMENTO
• Preservação do dedo se bem formado,
alinhado;
• Cirurgia
– Por volta de 1 ano
– Aumentar a tolerância com uso de sapatos
– Dedo mais desarticulado
– Divisão de uma sincondrose na base da falange é
procedimento bastante seguro
– Redução da cabeça metatarsal aumentada com
osteotomia
TRATAMENTO
• Ressecção metatarso duplicado
• Ramo anormal do metatarso em forma de Y
ACAVALAMENTO CONGÊNITO DO
5º DEDO
INTRODUÇÃO
• Subluxação dorsomedial da articulação
metatarsofalângica do quinto dedo
• Deslocamento dorsal e proximal, adução e
rotação externa
• Transversalmente na base do quarto dedo
• Condição comum
• Sem predileção por sexo
• Causa desconhecida
ASPECTOS CLÍNICOS
• Dedo exibe aspectos característicos
• Articulação interfalângicas encontram-se em
extensão completa normal
• Cerca de 50% exibem dor e incapacitação
TRATAMENTO
• Conservador exibe poucos resultados
satisfatórios
• Procedimento de Butler
– Incisão em duplo cabo de raquete
– Liberação dos tecidos moles e feixes
neurovasculares
– Translação plantar lateral do dedo
HÁLUX VALGO JUVENIL
INTRODUÇÃO
• Desvio lateral do hálux superior a 14º com
relação ao 1º metatarsal
• Pré-adolescência ou adolescência
• Placas de crescimento do 1 º metatarsal e da
falange proximal encontram-se abertas
• Mais comuns em meninos do que em meninas
• Causa desconhecida
• Uso de sapatos apertados
ASPECTOS CLÍNICOS
• Pé plano e frouxidão ligamentar
• Ângulo articular metatarsal distal (AAMD)
– Quantifica a relação angular entre a superfície
articular e a diáfise metatarsal
• Assintomáticos –aprendem a escolher seus
sapatos para evitar pressão e dor no aspecto
medial da cabeça do 1 º metatarsal
• Dor
TRATAMENTO
• Tratamento com finalidades estéticas fica
contra-indicado
• Aliviar dor X Corrigir deformidades
• Cirurgia = indicada quando tentativas
prolongadas de tratamento conservador não
conseguem aliviar a dor

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