Reciclagem em NR 10 Rev2 09 06

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 235

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR10
NR10
Sumário
1.- Objetivo e Campo de Aplicação
2.- Medidas de Controle
3.- Segurança em Projetos
4.- Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção
5.- Segurança em Instalações Desenergizadas
6.- Segurança em Instalações Energizadas
7.- Trabalho Envolvendo Alta Tensão
8.- Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos Trabalhadores
9.- Proteção Contra Incêndios e Explosão
10. - Sinalização de Segurança
11. - Procedimentos de Trabalho
12. - Situação de Emergência
13. - Responsabilidades
14.- Disposições Finais
Glossário
Anexo I - Zona de Risco e
Zona Controlada
Anexo II - Treinamento
Anexo III - Prazos para
Cumprimento dos Itens da
Norma Regulamentadora
RECICLAGEM NR10
Apresentação da Norma NR 10

A constante atualização da legislação brasileira referente à prevenção de


acidentes do trabalho é uma das principais ferramentas à disposição de
trabalhadores e empregadores para garantir ambientes de trabalho seguros e
saudáveis.
A Convenção Coletiva de Segurança e Saúde no Trabalho do Setor Elétrico do
Estado de São Paulo, aprovada após amplo debate e negociação entre
representantes do Governo, Empresas e Trabalhadores, estabeleceu diretrizes
para melhoria e modernização das atividades de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica, visando prioritariamente valorizar a proteção do
trabalhador diretamente em contato com instalações e serviços elétricos.
O novo texto da Norma Regulamentadora Nº 10, instituída originalmente pela
Portaria 3214/1978 do Ministério do Trabalho, atual Ministério do Trabalho e
Emprego, em vigor desde dezembro de 2004, reflete em grande parte as
propostas emanadas do Grupo responsável pela implantação da citada
Convenção.
A principal novidade estabelecida na Convenção Coletiva foi a criação de
treinamento específico em aspectos de Engenharia de Segurança e Saúde no
Trabalho, definindo tópicos e duração mínima, cujo teor foi reforçado no texto
da NR 10.
Introdução à Eletricidade

A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual; a


facilidade em ser transportada dos locais de geração para os pontos de
consumo e sua transformação normalmente simples em outros tipos de
energia, como mecânica, luminosa, térmica, contribui em muito para o
desenvolvimento industrial.
Com características adequadas à moderna economia, facilmente
disponibilizada aos consumidores, a eletricidade sob certas circunstâncias,
pode comprometer a segurança e a saúde das pessoas.
A eletricidade não é vista, é um fenômeno que escapa aos nossos sentidos,
só se percebem suas manifestações exteriores, como a iluminação, sistemas
de calefação, entre outros.
Introdução à Eletricidade

Em consequência dessa invisibilidade, a pessoa é, muitas vezes, exposta a


situações de risco ignoradas ou mesmo subestimadas. Não se trata
simplesmente de atividades de treinamento, mas desenvolvimento de
capacidades especiais que o habilitem a analisar o contexto da função e aplicar
a melhor técnica de execução em função das características de local, de
ambiente e do próprio processo de trabalho. O objetivo deste curso básico é
permitir ao aluno o conhecimento básico dos riscos a que se expõe uma pessoa
que trabalha com instalações ou equipamentos elétricos, incentivar o
desenvolvimento de um espírito crítico que lhe permita medir tais riscos e
apresentar de forma abrangente sistemas de proteção coletiva e individual, que
deverão ser utilizados na execução de suas atividades. Desta forma, portanto, o
treinamento dirigido à prevenção de acidentes em nenhuma hipótese vai
substituir treinamentos voltados à execução de tarefas específicas dos
eletricistas, permitindo, isto sim, ampliar a visão do trabalhador para garantir sua
Introdução à Eletricidade

Neste curso básico, serão apresentados de forma sucinta, entre outros, os


conceitos básicos da eletricidade, o comportamento do corpo humano quando
é exposto a uma corrente elétrica, as diversas formas de interação e possíveis
lesões nos pontos de contato e no interior do organismo, bem como
informações sobre primeiros socorros e atendimento em emergências.
A passagem de corrente elétrica, em função do efeito (Joule), é fonte de calor
que, nas proximidades de material combustível na presença do ar, pode gerar
um princípio de incêndio, e informações gerais sobre o assunto devem ser
abordadas, sempre visando melhor preparar o trabalhador para analisar os
possíveis riscos da sua atividade.
Introdução à Eletricidade

Os trabalhos nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia


elétrica apresentam riscos diferenciados em relação ao consumidor final, e
um conhecimento geral das diversas metodologias de análise de riscos é
fundamental para permitir a esperada avaliação crítica das condições de
trabalho, sem a qual é praticamente impossível garantir a aplicação dos
meios de controle colocados à disposição dos trabalhadores.
A Segurança é um DEVER de Todos. Destacam-se que o ferramental, EPI‘s,
EPC‘s, componentes para sinalização e outros citados neste trabalho são
apenas alguns dos materiais/ferramentas necessárias para a execução das
atividades, bem como, os exemplos de passo a passo ou procedimentos de
trabalho, análise preliminar de risco e seus controles exemplificados são
orientativos e não representam a única forma para a realização das
atividades com eletricidade, devendo cada empresa ou entidade educacional
validá-los e adapta-los de acordo com suas particularidades.
Introdução à Eletricidade

A Eletricidade mata. Esta é uma forma bastante brusca, porém verdadeira, de


iniciarmos o estudo sobre segurança em eletricidade.
Sempre que trabalhar com equipamentos elétricos, ferramentas manuais ou com
instalações elétricas, você estará exposto aos riscos da eletricidade. E isso ocorre
no trabalho, em casa, e em qualquer outro lugar. Você está cercado por redes
elétricas em todos os lugares; aliás, todos nós estamos. É claro que no trabalho
os riscos são bem maiores. É no trabalho que existe uma grande concentração de
máquinas, motores, painéis, quadros de distribuição, subestações
transformadoras e, em alguns casos, redes aéreas e subterrâneas expostas ao
tempo. Para completar, mesmo os que não trabalham diretamente com os
circuitos também se expõem aos efeitos nocivos da eletricidade ao utilizar
ferramentas elétricas manuais, ou ao executar tarefas simples como desligar ou
ligar circuitos e equipamentos, se os dispositivos de acionamento e proteção não
estiverem adequadamente projetados e mantidos.
Introdução à Eletricidade

Embora todos nós estejamos sujeitos aos riscos da eletricidade, se você


trabalha diretamente com equipamentos e instalações elétricas ou próximo
delas, tenha cuidado. O contato com partes energizadas da instalação
pode fazer com que a corrente elétrica passe pelo seu corpo, e o resultado
são o choque elétrico e as queimaduras externas e internas. As
consequências dos acidentes com eletricidade são muito graves, provocam
lesões físicas e traumas psicológicos, e em muitas vezes são fatais. Isso
sem falar nos incêndios originados por falhas ou desgaste das instalações
elétricas. Talvez pelo fato de a eletricidade estar tão presente em sua vida,
nem sempre você dá a ela o tratamento necessário. Como resultado, os
acidentes com eletricidade ainda são muito comuns mesmo entre
profissionais qualificados.
Introdução à Eletricidade

No Brasil, ainda não temos muitas estatísticas específicas sobre acidentes cuja
causa está relacionada com a eletricidade. Entretanto, é bom conhecer alguns
números a esse respeito. No Brasil, se considerarmos apenas o Setor Elétrico,
assim chamado aquele que reúne as empresas que atuam em geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica, temos alguns números que
chamam a atenção.
Em 2002, ocorreram 86 acidentes fatais nesse setor, incluídos aqueles com
empregados das empreiteiras. A esse número, entretanto, somam-se 330 mortes
que ocorreram nesse mesmo ano com membros da população que, de diferentes
formas, tiveram contato com as instalações pertencentes ao Setor Elétrico. Como
exemplo desses contatos fatais, há os casos que ocorreram em obras de
construção civil, contatos com cabos energizados, ligações clandestinas,
instalações de antenas de TV, entre tantas outras causas. Um relatório completo
é divulgado anualmente pela Fundação COGE.
Introdução à Eletricidade

Para completar, entre 1.736 acidentes do trabalho analisados pelo Sistema


Federal de Inspeção do Trabalho, no ano de 2003, a exposição à corrente
elétrica encontra-se entre os primeiros fatores de morbidade/mortalidade,
correspondendo a 7,84% dos acidentes analisados. Os principais riscos
também serão apresentados neste curso e você irá aprender a reconhecê-los e
a adotar procedimentos e medidas de controle, previstos na legislação e nas
normas técnicas, para evitar acidentes. Da sua preparação, estudo e disciplina
vão depender a segurança e a vida de muitas outras pessoas, incluindo você.
Pense nisso!
Energia Elétrica - Geração, Transmissão e Distribuição

No Brasil a energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é


gerada principalmente em usinas hidrelétricas, onde a passagem da água por
turbinas geradoras transformam a energia mecânica, originada pela força d‘agua,
em energia elétrica. 80% da energia elétrica é produzida a partir de hidrelétricas,
11% por termoelétricas e o restante por outros processos como Usinas Nucleares e
Eólica.
A partir da usina a energia é transformada, em subestações elétricas, e elevada a
níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60
Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações rebaixadoras, delimitando a
fase de Transmissão.
Energia Elétrica - Geração, Transmissão e Distribuição

Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros


de consumo, a energia elétrica é convertida nas subestações, com seu nível
de tensão rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por
redes elétricas aéreas ou subterrâneas, constituídas por estruturas (postes,
torres, dutos subterrâneos e seus acessórios), cabos elétricos e
transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e
finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e
residenciais em níveis de tensão variáveis, de acordo com a capacidade de
consumo instalada de cada cliente.
Níveis de Tensão

Extra-Baixa Tensão (EBT) – Não se aplica


< 50 Vca
< 120 Vcc

Baixa Tensão (BT)


50 Vca a 1 kVca
120 Vcc a 1,5 kVcc

Alta Tensão
> 1 kVca
> 1,5 kVcc
Energia Elétrica - Geração, Transmissão e Distribuição

Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente ao Sistema


Elétrico de Potência (SEP), definido como o conjunto de todas as instalações
e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica até a medição inclusive.
Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante informar que o
SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa
tensão e normalmente com corrente elétrica alternada (60 Hz).
Energia Elétrica - Geração, Transmissão e Distribuição

Conforme definição dada pela ABNT através das NBR (Normas Brasileiras
Regulamentadoras), considera-se baixa tensão, a tensão superior a 50 volts em
corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000
volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou
entre fase e terra. Da mesma forma considera-se alta tensão, a tensão superior
a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre
fases ou entre fase e terra.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Atividades de manutenção nas unidades geradoras (Hidrelétricas,


Termelétricas, etc)
São atividades de intervenção realizadas nas unidades geradoras, para
restabelecer ou manter suas condições adequadas de funcionamento.
Essas atividades são realizadas nas salas de máquinas, salas de comando,
junto a painéis elétricos energizados ou não, junto a barramentos elétricos,
instalações de serviço auxiliar, tais como: transformadores de potencial, de
corrente, de aterramento, banco de baterias, retificadores, geradores de
emergência, etc. Os riscos na fase de geração (turbinas/geradores) de energia
elétrica são similares e comuns a todos os sistemas de produção de energia e
estão presentes em diversas atividades, destacando:
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

- Instalação e manutenção de equipamentos e maquinários (turbinas, geradores,


transformadores, disjuntores, capacitores, chaves, sistemas de medição,etc.);
- Manutenção das instalações industriais após a geração;
- Operação de painéis de controle elétrico;
- Acompanhamento e supervisão dos processos;
- Transformação e elevação da energia elétrica;
- Processos de medição da energia elétrica.
As atividades características da geração se encerram nos sistemas de medição da
energia usualmente em tensões de 138 a 500 kV, interface com a transmissão de
energia elétrica.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Transmissão de Energia Elétrica: basicamente está constituída por linhas de


condutores destinados a transportar a energia elétrica desde a fase de geração
até a fase de distribuição, abrangendo processos de elevação e rebaixamento
de tensão elétrica, realizados em subestações próximas aos centros de
consumo. Essa energia é transmitida em corrente alternada (60 Hz) em
elevadas tensões (138 a 500 kV). Os elevados potenciais de transmissão se
justificam para evitar as perdas por aquecimento e redução no custo de
condutores e métodos de transmissão da energia, com o emprego de cabos
com menor bitola ao longo das imensas extensões a serem transpostas, que
ligam os geradores aos centros consumidores.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Atividades de Inspeção de Linhas de Transmissão


Neste processo são verificados: o estado da estrutura e seus elementos, a altura
dos cabos elétricos, condições da faixa de servidão e a área ao longo da
extensão da linha de domínio.
As inspeções são realizadas periodicamente por terra ou por helicóptero.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Manutenção de Linhas de Transmissão:


- Substituição e manutenção de isoladores (dispositivo constituído de uma série de
―discos‖, cujo objetivo é isolar a energia elétrica da estrutura);
- Limpeza de isoladores;
- Substituição de elementos pára-raios;
- Substituição e manutenção de elementos das torres e estruturas;
- Manutenção dos elementos sinalizadores dos cabos;
- Desmatamento e limpeza de faixa de servidão, etc.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Construção de Linhas de Transmissão:


- Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatórios de impacto
do meio ambiente e projetos;
- Desmatamentos e desflorestamentos;
- Escavações e fundações civis;
- Montagem das estruturas metálicas;
- Distribuição e posicionamento de bobinas em campo;
- Lançamento de cabos (condutores elétricos);
- Instalação de acessórios (isoladores, para-raios);
- Tensionamento e fixação de cabos;
- Ensaios e testes elétricos. Salientamos que essas atividades de construção
são sempre realizadas com os circuitos desenergizados, via de regra,
destinadas à ampliação ou em substituição a linhas já existentes, que
normalmente estão energizadas. Dessa forma é muito importante a adoção de
procedimentos e medidas adequadas de segurança, tais como: seccionamento,
aterramento elétrico, equipotencialização de todos os equipamentos e cabos,
dentre outros que assegurem a execução do serviço com a linha desenergizada
(energizada).
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Comercialização de energia
Grandes clientes abastecidos por tensão de 67 kV a 88 kV.
Distribuição de Energia Elétrica
É o segmento do setor elétrico que compreende os potenciais após a
transmissão, indo das subestações de distribuição entregando energia elétrica
aos clientes.
A distribuição de energia elétrica aos clientes é realizada nos potenciais:
- Médios clientes abastecidos por tensão de 11,9 kV / 13,8 kV / 23 kV;
- Clientes residenciais, comerciais e industriais até a potência de 75 kVA (o
abastecimento de energia é realizado no potencial de 110, 127, 220 e 380 Volts);
- Distribuição subterrânea no potencial de 24 kV.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

A distribuição de energia elétrica possui diversas etapas de trabalho, conforme


descrição abaixo:
- Recebimento e medição de energia elétrica nas subestações;
- Rebaixamento ao potencial de distribuição da energia elétrica;
- Construção de redes de distribuição;
- Construção de estruturas e obras civis;
- Montagens de subestações de distribuição;
- Montagens de transformadores e acessórios em estruturas nas redes de
distribuição;
- Manutenção das redes de distribuição aérea;
- Manutenção das redes de distribuição subterrânea;
- Poda de árvores;
- Montagem de cabinas primárias de transformação;
- Limpeza e desmatamento das faixas de servidão;
- Medição do consumo de energia elétrica;
- Operação dos centros de controle e supervisão da distribuição.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Na história do setor elétrico o entendimento dos trabalhos executados em linha viva


estão associados às atividades realizadas na rede de alta tensão energizada pelos
métodos: ao contato, ao potencial e à distância e deverão ser executados por
profissionais capacitados especificamente em curso de linha viva.
Manutenção com a linha desenergizada (linha morta)
Todas as atividades envolvendo manutenção no setor elétrico devem priorizar os
trabalhos com circuitos desenergizados. Apesar de desenergizadas devem
obedecer a procedimentos e medidas de segurança adequado.
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
para serviços mediante os procedimentos apropriados: seccionamento,
impedimento de reenergização, constatação da ausência de tensão, instalação de
aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos,
proteção dos elementos energizados existentes, instalação da sinalização de
impedimento de energização.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Manutenção com a linha energizada (linha viva)


Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e
metodologias que garantam a segurança dos trabalhadores. Nesta condição de
trabalho as atividades devem ser realizadas mediante os métodos abaixo
descritos:
Método ao contato: o trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não
fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois está devidamente isolado desta,
utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção
coletiva adequados a tensão da rede.
Atividades de Manutenção e Inspeção na Geração, Transmissão e Distribuição

Método ao potencial: é o método onde o trabalhador fica em contato direto com a


tensão da rede, no mesmo potencial. Nesse método é necessário o emprego de
medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro
do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas,
capuzes, luvas e botas), ligadas através de cabo condutor elétrico e cinto à rede
objeto da atividade.
Método à distância: é o método onde o trabalhador interage com a parte
energizada a uma distância segura, através do emprego de procedimentos,
estruturas, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade - Choque Elétrico

Hoje em dia, com o domínio da ciência da eletricidade, o ser humano usufrui de


todos os seus benefícios. Construídas as primeiras redes de energia elétrica,
tivemos vários benefícios, mas apareceram também vários problemas de ordem
operacional, sendo o mais grave o choque elétrico.
Atualmente os condutores energizados perfazem milhões de quilômetros,
portanto, aleatoriamente o defeito (ruptura ou fissura da isolação) aparecerá em
algum lugar, produzindo um potencial de risco ao choque elétrico. Como a
população atual da Terra é enorme, sempre haverá alguém perto do defeito, e o
acidente será inevitável. Portanto, a compreensão do mecanismo do efeito da
corrente elétrica no corpo humano é fundamental para a efetiva prevenção e
combate aos riscos provenientes do choque elétrico.
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade - Choque Elétrico

Em termos de riscos fatais, o choque elétrico, de um modo geral, pode ser


analisado sob dois aspectos:

- Correntes de choques de baixa intensidade, provenientes de acidentes com


baixa tensão, sendo o efeito mais grave a considerar as paradas cardíacas e
respiratórias;
- Correntes de choques de alta intensidade, provenientes de acidentes com
alta-tensão, sendo o efeito térmico o mais grave, isto é, queimaduras externas e
internas no corpo humano.
O choque elétrico é um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela
passagem da corrente elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo onde ele
tornar-se parte do circuito elétrico, onde há uma diferença de potencial suficiente
para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo.
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade - Choque Elétrico

Embora tenhamos dito, no parágrafo acima, que o circuito elétrico deva


apresentar uma diferença de potencial capaz de vencer a resistência elétrica
oferecida pelo corpo humano, o que determina a gravidade do choque elétrico é
a intensidade da corrente circulante pelo corpo. O caminho percorrido pela
corrente elétrica no corpo humano é outro fator que determina a gravidade do
choque, sendo os choques elétricos de maior gravidade aqueles em que a
corrente elétrica passa pelo coração.
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade - Choque Elétrico

Explicando ainda mais a fundo o choque elétrico é a perturbação de natureza e


efeitos diversos que se manifesta no organismo humano quando este é percorrido
por uma corrente elétrica. Os efeitos do choque elétrico variam e dependem de:
- percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;
- intensidade da corrente elétrica;
- tempo de duração;
- área de contato;
- frequência da corrente elétrica;
- tensão elétrica;
- condições da pele do indivíduo;
- constituição física do indivíduo;
- estado de saúde do indivíduo.
Tipos de Choques Elétricos

O corpo humano, mais precisamente sua resistência orgânica à passagem da


corrente, é uma impedância elétrica composta por uma resistência elétrica,
associada a um componente com comportamento levemente capacitivo. Assim, o
choque elétrico pode ser dividido em duas categorias:
1ª -Choque Estático: é obtido pela descarga de um capacitor ou devido à
descarga eletrostática.

Descarga estática: é o efeito capacitivo presente nos mais diferentes materiais e


equipamentos com os quais o homem convive. Um exemplo típico é o que
acontece em veículos que se movem em climas secos. Com o movimento, o atrito
com o ar gera cargas elétricas que se acumulam ao longo da estrutura externa do
veículo. Portanto, entre o veículo e o solo passa a existir uma diferença de
potencial. Dependendo do acúmulo das cargas, poderá haver o perigo de
faiscamentos ou de choque elétrico no instante em que uma pessoa desce ou toca
no veículo.
Tipos de Choques Elétricos

2ª - Choque Dinâmico: é o que ocorre quando se faz contato com um elemento


energizado. Este choque se dá devido ao:
- toque acidental na parte viva do condutor;
- toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações, que
ficaram energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na isolação.
Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém
a pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente. O
corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico nos
primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo corpo, os
órgãos internos vão sofrendo consequências.
Tipos de Choques Elétricos

Isto se dá pelo fato de o choque elétrico produzir diversos efeitos no corpo humano,
tais como:
- elevação da temperatura dos órgãos devido ao aquecimento produzido pela
corrente de choque;
- tetanização (rigidez) dos músculos;
- superposição da corrente do choque com as correntes neurotransmissoras que
comandam o organismo humano, criando uma pane geral;
Tipos de Choques Elétricos

- comprometimento do coração, quanto ao ritmo de batimento cardíaco e à


possibilidade de fibrilação ventricular;
- efeito de eletrólise, mudando a qualidade do sangue;
- comprometimento da respiração;
- prolapso, isto é, deslocamento dos músculos e órgãos internos da sua devida
posição;
- comprometimento de outros órgãos, como rins, cérebro, vasos, órgãos genitais e
reprodutores.
Tipos de Choques Elétricos

Muitos órgãos aparentemente sadios só vão apresentar sintomas devido aos


efeitos da corrente de choque muitos dias ou meses depois, apresentando
sequelas, que muitas vezes não são relacionadas ao choque em virtude do
espaço de tempo decorrido desde o acidente. Os choques dinâmicos podem ser
causados pela tensão de toque ou pela tensão de passo.
Tensão de toque: é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e
inferiores do indivíduo, devido a um choque dinâmico.
Tipos de Choques Elétricos

Exemplo de um defeito de ruptura na cadeia de isoladores de uma torre de


transmissão (tensão de toque): O cabo condutor ao tocar na parte metálica da
torre produz um curto-circuito do tipo monofásico à terra. A corrente de curto-
circuito passará pela torre, entrará na terra e percorrerá o solo até atingir a malha
da subestação, retornando pelo cabo da linha de transmissão até o local do curto.
No solo, a corrente de curto circuito gerará potenciais distintos desde o "pé" da
torre até uma distância remota. Uma pessoa tocando na torre no momento do
curto-circuito ficará submetida a um choque proveniente da tensão de toque. Entre
a palma da mão e o pé haverá uma diferença de potencial chamada de tensão de
toque.
Tipos de Choques Elétricos

Tensão de Passo: é a tensão elétrica entre os dois pés no instante da operação


ou defeito tipo curto circuito monofásico à terra no equipamento.
Tipos de Choques Elétricos

No caso da torre de transmissão, a pessoa receberá entre os dois pés a tensão


de passo. Nos projetos de aterramento considera-se a distância entre os dois pés
de 1 metro. Observe que as tensões geradas no solo pelo curto-circuito criam
superfícies equipotenciais. Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma
superfície de potencial, a tensão de passo será nula, não havendo choque
elétrico. A tensão de passo poderá assumir uma gama de valores que vai de zero
até a máxima diferença entre duas superfícies equipotenciais separadas de 1
metro. Um agravante é que a corrente de choque devido à tensão de passo
contrai os músculos da perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo
com as mãos, a tensão se transforma em tensão de toque no solo. Nesse caso, o
perigo é maior, porque o coração está contido no percurso da corrente de choque.
No gado, a tensão de passo se transforma em tensão entre patas. Essa tensão é
maior que a tensão de passo do homem, com o agravamento de que no gado a
corrente de choque passa pelo coração.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

O choque elétrico pode ocasionar contrações violentas dos músculos, a fibrilação


ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar a óbito
como efeito indireto as quedas e batidas, etc.
A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor
elevado, normalmente acima de 30 mA e circular por um período de tempo
relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Daí a necessidade de
uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo
corpo. A morte por asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair
tetanicamente, cessando assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração
artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a três minutos, ocorrerá sérias
lesões cerebrais e possível morte.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente da


ordem de 15mA que circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de
segundo. A fibrilação ventricular é a contração disritimada do coração que, não
possibilitando desta forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de
oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração raramente se recupera por
si só da fibrilação ventricular. No entanto, se aplicarmos um desfibrilador, a
fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do coração pode ser
restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a aplicação da massagem cardíaca
permitirá que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o
desfibrilador, na ausência do desfibrilador deve ser aplicada a técnica de
massagem cardíaca até que a vítima receba socorro especializado.
Além da ocorrência destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto superficiais, na
pele, como profundas, inclusive nos órgãos internos.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que,
muito embora não acarretem de uma forma direta lesões, fatais ou não, como
vimos nos parágrafos anteriores, poderão originá-las, contudo, de uma maneira
indireta: a contração do músculo poderá levar a pessoa a, involuntariamente,
chocar-se com alguma superfície, sofrendo, assim, contusões, ou mesmo, uma
queda, quando a vitima estiver em local elevado. Uma grande parcela dos
acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de batidas e quedas.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Fatores determinantes da gravidade


Analisaremos, a seguir, os seguintes fatores que determinam a gravidade do
choque elétrico:
- percurso da corrente elétrica;
- características da corrente elétrica;
- resistência elétrica do corpo humano.
Percurso da corrente elétrica: tem grande influência na gravidade do choque
elétrico o percurso seguido pela corrente no corpo. A figura abaixo demonstra os
caminhos que podem ser percorridos pela corrente no corpo humano.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Características da corrente elétrica: outros fatores que determinam a


gravidade do choque elétrico são as características da corrente elétrica. Nos
parágrafos anteriores vimos que a intensidade da corrente era um fator
determinante na gravidade da lesão por choque elétrico; no entanto, observa-se
que, para a Corrente Contínua (CC), as intensidades da corrente deverão ser
mais elevadas para ocasionar as sensações do choque elétrico, a fibrilação
ventricular e a morte. No caso da fibrilação ventricular, esta só ocorrerá se a
corrente continua for aplicada durante um instante curto e especifico do ciclo
cardíaco.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

As correntes alternadas de frequência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem


maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de
fornecimento de energia elétrica, são especialmente perigosas, uma vez que elas
se situam próximas à frequência na qual a possibilidade de ocorrência da
fibrilação ventricular é maior. Ocorrem também diferenças nos valores da
intensidade da corrente para uma determinada sensação do choque elétrico, se a
vítima for do sexo feminino ou masculino. A tabela abaixo ilustra o que acabamos
de
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Diferenças de sensações para pessoas do sexo feminino e masculino:


Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Resistência elétrica do corpo humano: a intensidade da corrente que circulará


pelo corpo da vítima dependerá, em muito, da resistência elétrica que esta
oferecer à passagem da corrente, e também de qualquer outra resistência
adicional entre a vítima e a terra. A resistência que o corpo humano oferece à
passagem da corrente é quase que exclusivamente devida à camada externa da
pele, a qual é constituída de células mortas. Esta resistência está situada entre
100.000 e 600.000 ohms, quando a pele encontra-se seca e não apresenta
cortes, e a variação apresentada é função da sua espessura. Quando a pele
encontra-se úmida, condição mais facilmente encontrada na prática, a resistência
elétrica do corpo diminui. Cortes também oferecem uma baixa resistência.
Efeitos do Choque Elétrico - Contrações Musculares

Pelo mesmo motivo, ambientes que contenham muita umidade fazem com que a
pele não ofereça uma elevada resistência elétrica à passagem da corrente. A
pele seca, relativamente difícil de ser encontrado durante a execução do
trabalho, oferece maior resistência a passagem da corrente elétrica. A resistência
oferecida pela parte interna do corpo, constituída, pelo sangue músculos e
demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente
300 ohms em média e apresentando um valor máximo de 500 ohms. As
diferenças da resistência elétrica apresentadas pela pele à passagem da
corrente, ao estar seca ou molhada, podem ser grande, considerando que o
contato foi feito em um ponto do circuito elétrico que apresente uma diferença de
potencial de 120 volts, teremos:
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

A corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento cutâneo. Por esse


motivo, as vitimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria dos casos
queimaduras.
Devido à alta resistência da pele, a passagem de corrente elétrica produz
alterações estruturais conhecidas como marcas de corrente. As características,
portanto, das queimaduras provocadas pela eletricidade, diferem daquelas
causadas por efeitos químicos, térmicos e biológicos.
Em relação às queimaduras por efeito térmico, aquelas causadas pela
eletricidade são geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente
poderá destruir as terminações nervosas. Não significa, porém que sejam menos
perigosas, pois elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de
desfeito o contato elétrico ou a descarga.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

A passagem de corrente elétrica através de um condutor cria o chamado efeito


joule, ou seja, uma certa quantidade de energia elétrica é transformada em calor.
Essa energia (Watts) varia de acordo com a resistência que o corpo oferece à
passagem da corrente elétrica, com a intensidade da corrente elétrica e com o
tempo de exposição, podendo ser calculada pela expressão:

É importante destacar que não há necessidade de contato direto da pessoa com


partes energizadas. A passagem da corrente poderá ser devida a uma descarga
elétrica em caso de proximidade do individuo com partes eletricamente
carregadas. A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que
resulta na seguinte classificação;
- queimaduras por contato;
- queimaduras por arco voltaico;
- queimaduras por radiação (em arcos produzidos por curtos-circuitos);
- queimaduras por vapor metálico.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

Queimaduras por contato: quando se toca uma superfície condutora


energizada, as queimaduras podem ser locais e profundas atingindo até a parte
óssea, ou por outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena
mancha branca na pele. Em caso de sobrevir à morte, esse último caso é
bastante importante, e deve ser verificado no exame necrológico, para
possibilitar a reconstrução, mais exata possível, do caminho percorrido pela
corrente.

Queimaduras por arco voltaico: o arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de


corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito,
provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco elétrico possui
energia suficiente para queimar as roupas e provocar incêndios, emitindo
vapores de material ionizado e raios ultravioletas.
Queimaduras por vapor metálico: na fusão de um elo fusível ou condutor, há
a emissão de vapores e derramamento de metais derretidos (em alguns casos
prata ou estanho) podendo atingir as pessoas localizadas nas proximidades.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

Relação dos Sintomas e Efeitos da Queimadura Devido ao Choque Elétrico


Como já vimos acima, quando uma corrente elétrica passa através de uma
resistência elétrica é liberada uma energia térmica. Este fenômeno é denominado
Efeito Joule. O calor liberado aumenta a temperatura da parte atingida do corpo
humano, podendo produzir vários efeitos e sintomas, que podem ser:
- queimaduras de 1º, 2º ou 3º graus nos músculos do corpo;
- superaquecimento do sangue, com a sua consequente dilatação;
- aquecimento, podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
- queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
- queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-se gelatinosas.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

Estas condições citadas não acontecem isoladamente, mas sim associadas,


advindo, em consequência, outras causas e efeitos nos demais órgãos.
O choque de alta-tensão queima, danifica, fazendo buracos na pele nos pontos
de entrada e saída da corrente pelo corpo humano. As vítimas do choque de alta-
tensão morrem devido, principalmente, a queimaduras. E as que sobrevivem
ficam com seqüelas, geralmente com:
- perda de massa muscular;
- perda parcial de ossos;
- diminuição e atrofia muscular;
- perda da coordenação motora;
- cicatrizes; etc.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

Choques elétricos em baixa tensão têm pouco poder térmico. O problema maior é
o tempo de duração, que, se persistir, pode levar à morte, geralmente por fibrilação
ventricular do coração. A queimadura também é provocada de modo indireto, isto
é, devido ao mau contato ou a falhas internas no aparelho elétrico. Neste caso, a
corrente provoca aquecimentos internos, elevando a temperatura a níveis
perigosos.
Veja a seguir (imagem de forte impacto), uma queimadura originária do choque
com a alta tensão que resultou na amputação pela queima do braço.
Efeitos do Choque Elétrico - Queimaduras

Proteção Contra Efeitos Térmicos


As pessoas, os componentes fixos de uma instalação elétrica, bem como os
materiais fixos próximos devem ser protegidos contra os efeitos prejudiciais do
calor ou irradiação térmica produzidos pelos equipamentos elétricos,
particularmente quanto a:
- riscos de queimaduras;
- prejuízos no funcionamento seguro de componentes da instalação;
- combustão ou deterioração de materiais.

Proteção Contra Queimaduras


As partes acessíveis de equipamentos elétricos situados na zona de alcance
normal não devem atingir temperaturas que possam causar queimaduras em
pessoas e devem atender aos limites de temperaturas, ainda que por curtos
períodos, determinados pela NBR14039 e devem ser protegidas contra qualquer
contato acidental.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

A seguir serão especificados os meios através dos quais são criadas condições
para que uma pessoa venha a sofrer um choque elétrico:
Contato com um condutor nu energizado
Uma das causas mais comuns desses acidentes é o contato com condutores
aéreos energizados. Normalmente o que ocorre é que equipamentos tais como
guindastes, caminhões basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte do
circuito elétrico; ao serem tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, ou
mesmo pelo motorista, se este, ao sair do veículo, mantiver contato simultâneo com
a terra e o mesmo, causam um acidente fatal.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

Com frequência, pessoas sofrem choque elétrico em circuitos com banca de


capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam
por determinado intervalo de tempo sua carga elétrica. Daí a importância de se
seguir as normativas referentes a estes dispositivos. Grande cuidado deve ser
observado, ao desligar-se o primário de transformadores, nos quais se pretende
executar algum serviço. O risco que se corre é que do lado do secundário pode ter
sido ligado algum aparelho, o que poderá induzir no primário uma tensão
elevadíssima. Daí a importância de, ao se desligarem os condutores do primário de
um transformador, estes serem aterrados.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

Falha na isolação elétrica


Os condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas instalações
elétricas, quer como partes de equipamentos, são usualmente recobertos por uma
película isolante. No entanto, a deterioração por agentes agressivos, o
envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do equipamento
podem comprometer a eficácia da película, como isolante elétrico.
Veremos, a seguir, os vários meios pelos quais o isolamento elétrico pode ficar
comprometido:

Calor e Temperaturas Elevadas: a circulação da corrente em um condutor


sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura do mesmo. Este
aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns
materiais isolantes, dos condutores elétricos.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

Umidade: alguns materiais isolantes que revestem condutores absolvem umidade,


como é o caso do nylon. Isto faz com que a resistência isolante do material
diminua.

Oxidação: esta pode ser atribuída à presença de oxigênio, ozônio ou outros


oxidantes na atmosfera. O ozônio torna-se um problema especial em ambientes
fechados, nos quais operem motores, geradores. Estes produzem em seu
funcionamento arcos elétricos, que por sua vez geram o ozônio. O ozônio é o
oxigênio em sua forma mais instável e reativa. Embora esteja presente na
atmosfera em um grau muito menor do que o oxigênio, por suas características,
ele cria muito maior dano ao isolamento do que aquele.

Radiação: as radiações ultravioleta têm a capacidade de degradar as


propriedades do isolamento, especialmente de polímeros. Os processos
fotoquímicos iniciados pela radiação solar provocam a ruptura de polímeros, tais
como, o cloreto de vinila, a borracha sintética e natural, a partir dos quais o cloreto
de hidrogênio é produzido. Esta substância causa, então, reações e rupturas
adicionais, comprometendo, desta forma, as propriedades físicas e elétricas do
isolamento.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

Produtos Químicos: os materiais normalmente utilizados como isolantes


elétricos degradam-se na presença de substâncias como ácidos, lubrificantes e
sais.
Desgaste Mecânico: as grandes causas de danos mecânicos ao isolamento
elétrico são as abrasões, as cortes, as flexões e torções do recobrimento dos
condutores. O corte do isolamento dá-se quando o condutor é puxado através
de uma superfície cortante. A abrasão tanto pode ser devida à puxada de
condutores por sobre superfícies abrasivas, por orifícios por demais pequenos,
quanto à sua colocação em superfícies que vibrem, as quais consomem o
isolamento do condutor. As linhas de pipas com cerol (material cortante) também
agridem o isolamento dos condutores.
Causas Determinantes de Choques Elétricos

Fatores Biológicos: roedores e insetos podem comer os materiais orgânicos de


que são constituídos os isolamentos elétricos, comprometendo a isolação dos
condutores. Outra forma de degradação das características do isolamento elétrico
é a presença de fungos, que se desenvolvem na presença da umidade.
Altas Tensões: altas tensões podem dar origem à arcos elétricos ou efeitos
corona, os quais criam buracos na isolação ou degradação química, reduzindo,
assim, a resistência elétrica do isolamento.
Pressão: o vácuo pode causar o desprendimento de materiais voláteis dos
isolantes orgânicos, causando vazios internos e consequente variação nas suas
dimensões, perda de peso e consequentemente, redução de sua resistividade.
Os Perigos do Arco Elétrico

Toda vez que ocorre a passagem de corrente elétrica pelo ar ou outro meio
isolante (óleo, por exemplo) está ocorrendo um arco elétrico. O arco elétrico (ou
arco voltaico) é uma ocorrência de curtíssima duração (menor que ½ segundo), e
muitos são tão rápidos que o olho humano não chega a perceber. Os arcos
elétricos são extremamente quentes. Próximo ao "laser", eles são a mais intensa
fonte de calor na Terra. Sua temperatura pode alcançar 20.000°C. Pessoas que
estejam no raio de alguns metros de um arco podem sofrer severas
queimaduras. Os arcos elétricos são eventos de múltipla energia. Forte explosão
e energia acústica acompanham a intensa energia térmica. Em determinadas
situações, uma onda de pressão também pode se formar, sendo capaz de atingir
quem estiver próximo ao local da ocorrência.
Os Perigos do Arco Elétrico

Consequências de Arcos Elétricos (Queimaduras e Quedas)


Se houver centelha ou arco, a temperatura deste é tão alta que destrói os
tecidos do corpo. Todo cuidado é pouco para evitar a abertura de arco através
do operador. Também podem desprender-se partículas incandescentes que
queimam ao atingir os olhos. O arco pode ser causado por fatores
relacionados a equipamentos, ao ambiente ou a pessoas. Uma falha pode
ocorrer em equipamentos elétricos quando há um fluxo de corrente não
intencional entre fase e terra, ou entre múltiplas fases.
Os Perigos do Arco Elétrico

Isso pode ser causado por trabalhadores que fazem movimentos bruscos ou
por descuido no manejo de ferramentas ou outros materiais condutivos quando
estão trabalhando em partes energizadas da instalação ou próximo a elas.
Outras causas podem estar relacionadas a equipamentos, e incluem falhas em
partes condutoras que integram ou não os circuitos elétricos. Causas
relacionadas ao ambiente incluem a contaminação por sujeira ou água ou pela
presença de insetos ou outros animais (gatos ou ratos que provocam curtos-
circuitos em barramentos de painéis ou subestações).
Os Perigos do Arco Elétrico

A quantidade de energia liberada durante um arco depende da corrente de curto-


circuito e do tempo de atuação dos dispositivos de proteção contra
sobrecorrentes. Altas correntes de curto-circuito e tempos longos de atuação
dos dispositivos de proteção aumentam o risco do arco elétrico.

A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende


da energia liberada durante a falha, da distância que separa as pessoas do
local e do tipo de roupa utilizada pelas pessoas expostas ao arco.
Os Perigos do Arco Elétrico

As mais sérias queimaduras por arco voltaico envolvem a ignição da roupa da


vítima pelo calor do arco elétrico. Tempos relativamente longos (30 a 60
segundos, por exemplo) de queima contínua de uma roupa comum aumentam
tanto o grau da queimadura quanto a área total atingida no corpo. Isso afeta
diretamente a gravidade da lesão e a própria sobrevivência da vítima.
A proteção contra o arco elétrico depende do cálculo da energia que pode ser
liberada no caso de um curto-circuito. As vestimentas de proteção adequadas
devem cobrir todas as áreas que possam estar expostas à ação das energias
oriundas do arco elétrico. Portanto, muitas vezes, além da cobertura completa
do corpo, elas devem incluir capuzes.
Os Perigos do Arco Elétrico

O que agora nos parece óbvio, nem sempre foi observado, isto é, se em
determinadas situações uma análise de risco nos indica a necessidade de
uma vestimenta de proteção contra o arco elétrico, essa vestimenta deve
incluir proteção para o rosto, pescoço, cabelos, enfim, as partes da cabeça
que também possam sofrer danos se expostas a uma energia térmica muito
intensa.

Veja um exemplo do risco ao usar equipamento de proteção inadequado em uma


determinada situação, nesse caso o arco elétrico foi tão forte que resultou em
óbito, veja a imagem do que sobrou do capacete de proteção:

Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também
está presente o risco de ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de
pressão que podem se formar pela expansão do ar. Na ocorrência de um arco
elétrico, uma onda de pressão pode empurrar e derrubar o trabalhador que
está próximo da origem do acidente. Essa queda pode resultar em lesões
mais graves se o trabalho estiver sendo realizado em uma altura superior a
dois metros, o que pode ser muito comum em diversos tipos de instalações.
Os Perigos do Arco Elétrico

Proteção Contra Perigos Resultantes do Arco Elétrico


Os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a sua operação
devem ser selecionados e instalados de forma a garantir a segurança das
pessoas que trabalham nessas instalações. Vamos relacionar algumas medidas
para garantir a proteção contra os perigos resultantes da ignição por arco.
Utilização de um ou mais dos seguintes meios:
- dispositivos de abertura sob carga;
- chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
- sistemas de intertravamento;
- fechaduras com chave não intercambiáveis.
Os Perigos do Arco Elétrico

Corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível;


Coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas ou telas;
Equipamentos ensaiados para resistir aos arcos internos;
Emprego de dispositivos limitadores de corrente;
Seleção de tempos de interrupção muito curtos, o que pode ser obtido através
de relés instantâneos ou através de dispositivos sensíveis a pressão, luz ou
calor, atuando em dispositivos de interrupção rápidos;
Operação da instalação.
Campos Eletromagnéticos

Um campo elétrico é uma grandeza vetorial (função da posição e do tempo)


que é descrita por sua intensidade. Normalmente campos elétricos são medidos
em volts por metro (V/m).
Experiências demonstram que uma partícula carregada com carga Q,
abandonada nas proximidades de um corpo carregado com carga, pode ser
atraída ou repelida pelo mesmo sob a ação de uma força F, a qual
denominamos força elétrica. A região do espaço ao redor da carga, em que isso
acontece, denomina-se campo elétrico.
Campos Eletromagnéticos

Denomina-se campo magnético toda região do espaço na qual uma agulha


imantada fica sob ação de uma força magnética. O fato de um pedaço de ferro
ser atraído por um ímã é conhecido por todos nós. A agulha da bússola é um
ímã. Colocando-se uma bússola nas proximidades de um corpo imantado ou
nas proximidades da Terra, a agulha da bússola sofre desvio. A exposição aos
campos eletromagnéticos pode causar danos, especialmente quando da
execução de serviços na transmissão e distribuição de energia elétrica, nos
quais se empregam elevados níveis de tensão.
Campos Eletromagnéticos

Embora não haja comprovação científica, há suspeitas de que a radiação


eletromagnética possa provocar o desenvolvimento de tumores. Entretanto, é
certo afirmar que essa exposição promove efeitos térmicos e endócrinos no
organismo humano. Especial atenção deve ser dada aos trabalhadores expostos
a essas condições que possuam próteses metálicas (pinos, encaixes, hastes),
pois a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos, podendo
provocar lesões. Da mesma forma, os trabalhadores que portam aparelhos e
equipamentos eletrônicos (marca-passo, amplificador auditivo, dosadores de
insulina, etc.) devem se precaver dessa exposição, pois a radiação interfere nos
circuitos elétricos, podendo criar disfunções nos aparelhos.
Campos Eletromagnéticos

Uma outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser
particularmente importante quando há diferentes circuitos próximos uns dos
outros.
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético
que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores próximos. Assim,
pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito desenergizado se
ele estiver próximo a outro circuito energizado. Por isso é fundamental que você,
além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira, com equipamentos
apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está efetivamente
sem tensão.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente

Podemos considerar como outros perigos e riscos, além dos elétricos já


conhecidos, os que são específicos de cada ambiente ou processo de trabalho
que direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde dos que
trabalham com a eletricidade, são eles:
- Altura: em trabalhos com energia elétrica feitos em alturas como torres de
transmissão e postes, deve ser seguido as instruções relativas a segurança para
estas atividades.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente

- Ambientes Confinados: nas atividades que exponham os trabalhadores a


riscos de asfixia, explosão, intoxicação e doenças do trabalho, devem ser
adotadas medidas especiais de proteção.
- Áreas Classificadas: são ambientes de alto risco aqueles nos quais existe a
possibilidade de vazamento de gases inflamáveis em situação de funcionamento
normal devido a razões diversas, como, por exemplo, desgaste ou deterioração
de equipamentos. Estas áreas, também chamadas de ambientes explosivos,
são classificadas conforme normas internacionais e de acordo com a
classificação exigem a instalação de equipamentos e/ou interfaces que atendam
às exigências prescritas nas mesmas como exaustores, entre outros.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente

- Instalações Elétricas em Ambientes Explosivos: as instalações e serviços


de eletricidade devem ser projetados, executados, operados, mantidos,
reformados e ampliados de forma que permitam a adequada distribuição de
energia e isolamento, correta proteção contra fugas de corrente, curtos-
circuitos, choques elétricos, entre outros riscos.
- Condições Atmosféricas (chuva, umidade e ventos): como já vimos num
capítulo anteriormente, sabemos que a existência de umidade no ar propicia a
diminuição da capacidade disruptiva do ar, aumentando assim o risco de
acidentes elétricos.Todo o trabalho em equipamentos energizados só deve ser
iniciado com boas condições meteorológicas, não sendo permitidos trabalhos
sob chuva, neblina densa ou ventos.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente

- Descargas Atmosféricas (Raios):é um fenômeno da natureza


absolutamente imprevisível tanto em relação às suas características elétricas
como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre
as edificações, as pessoas ou animais.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente

- Sobretensões Transitórias Provocadas por Raios: Um raio ao cair na terra


pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua corrente elétrica,
que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc. Além dos danos
causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio pode
provocar sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de
telecomunicações, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de transmissão de
dados, etc. Essa sobretensão é denominada Sobretensão Transitória, podendo
inclusive chegar até as instalações elétricas internas ou de telefonia, de TV a
cabo ou de qualquer unidade consumidora (casa/escritório/indústria).
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade

Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do


trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que
decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança.
É a maneira como os trabalhadores se expõem (consciente ou
inconscientemente) aos riscos de acidentes.
É falsa a ideia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento
humano. Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a
ocorrência dos atos inseguros e controlá-los.
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade

Descrevemos alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticarem atos


inseguros sendo causas diretas de acidentes:

- Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais: exemplos;


sexo, idade, tempo de reação aos estímulos, coordenação motora, agressividade,
impulsividade, nível de inteligência, grau de atenção.
- Os fatores circunstanciais que influenciam no desempenho do indivíduo no
momento da execução da atividade. Podem ser fatores como problemas
familiares, abalos emocionais, discussão com colegas, alcoolismo, estado de
fadiga, doença, etc.
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade

- Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: Estes


fatores são na maioria das vezes causados por seleção ineficaz, falhas ou falta de
treinamento.
- Desajustamento: este fator é relacionado com certas condições específicas do
trabalho como: problema com a chefia, problemas com os colegas, políticas
salariais impróprias, política promocionais própria, clima de insegurança.
- Personalidade: fatores que fazem parte das características da personalidade do
trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios com a atividade
exercida como: o desleixado, o machão, o exibicionista, o desatento, o brincalhão.
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade

Podemos então especificar como causas diretas de acidentes elétricos as


propiciadas pelo contato direto por falha de isolamento, podendo estas ainda
serem classificadas quanto ao tipo de contato físico:
Contatos diretos: é o contato com partes metálicas normalmente sob tensão
(partes vivas).
Contatos indiretos: é o contato com partes metálicas normalmente não
energizadas(massas), mas que podem ficar energizadas devido a uma falha de
isolamento. O acidente mais comum a que estão submetidas as pessoas,
principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou
desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais, é o
toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado
eletricamente sob tensão entre fase e terra.
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade

As causas indiretas de acidentes com eletricidade podemos especificar por três


grandes causas como: originadas por descargas atmosféricas, originadas por
tensões induzidas eletromagnéticas e originadas por tensões estáticas.
Segue uma breve descrição de cada causa:

Descargas Atmosféricas: As descargas atmosféricas induzem surtos de


tensão que chegam a centenas de milhares de volts. A fricção entre as
partículas de água que formam as nuvens, provocada pelos ventos
ascendentes de forte intensidade, dão origem a grandes quantidades de cargas
elétricas.
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade

Realizando-se uma experiência observou-se que as cargas elétricas positivas


ocupam a parte superior da nuvem, enquanto as cargas elétricas negativas se
posicionam na parte inferior, acarretando consequentemente uma intensa
migração de cargas positivas na superfície da terra para a área
correspondente à localização da nuvem, dando dessa forma uma característica
bipolar às nuvens. A concentração de cargas elétricas positivas e negativas
numa determinada região faz surgir uma diferença de potencial entre a terra e
a nuvem. No entanto, o ar apresenta uma determinada rigidez dielétrica,
normalmente elevada, que depende de certas condições ambientais. O
aumento dessa diferença de potencial, que se denomina gradiente de tensão,
poderá atingir um valor que supere a rigidez dielétrica do ar interposto entre a
nuvem e a terra, fazendo com que as cargas elétricas migrem na direção da
terra, num trajeto tortuoso e normalmente cheio de ramificações, cujo
fenômeno é conhecido como descarga piloto (raio).
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade

Tensão Estática: Os condutores possuem elétrons livres e, portanto, podem ser


eletrizados por indução. Os isoladores, conhecidos também por dielétricos,
praticamente não possuem elétrons livres. Normalmente, os centros de
gravidade das massas dos elétrons e prótons de um átomo coincidem-se e
localizam-se no seu centro. Quando um corpo carregado se aproxima desses
átomos, há um deslocamento muito pequeno dos seus elétrons e prótons, de
modo que os centros de gravidade destes não mais se coincidem, formando
assim um dipolo elétrico.
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade

Um dielétrico que possui átomos assim deformados (achatados) está


eletricamente polarizado gerando o choque de tensão estática (descarga) ao
tocar.
Tensões Induzidas em Linhas de Transmissões de Alta-Tensão: Devido ao
atrito com o vento e com a poeira, e em condições secas, as linhas sofrem
uma contínua indução que se soma às demais tensões presentes. As tensões
estáticas crescem continuamente, e após um longo período de tempo podem
ser relativamente elevadas.
Ao aterrarmos uma linha, as correntes, devido às tensões induzidas
capacitivas e às tensões estáticas ao referencial de terra, são drenadas
imediatamente. Todavia, existirão tensões de acoplamento capacitivo e
eletromagnético induzidas pelos condutores energizados próximos à linha.
Medidas de Controle do Risco Elétrico - MCRE

Os riscos à segurança e saúde dos trabalhadores no setor de energia elétrica


são elevados, podendo levar a lesões de grande gravidade e são específicos a
cada tipo de atividade. Porém, o maior risco à segurança e saúde dos
trabalhadores é o de origem elétrica. A eletricidade constitui-se um agente de alto
potencial de risco ao homem. Mesmo em baixas tensões ela representa perigo à
integridade física e saúde do trabalhador. Sua ação mais nociva é a ocorrência
do choque elétrico com consequências diretas e indiretas (quedas, batidas,
queimaduras indiretas e outras). Também apresenta risco devido à possibilidade
de ocorrências de curtos-circuitos ou mau funcionamento do sistema elétrico
originando grandes incêndios e explosões.
O que vamos mostrar agora é uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na
identificação dos riscos/perigos potenciais decorrentes de novas instalações ou
da operação das já existentes.
Medidas de Controle do Risco Elétrico - MCRE

Em uma instalação programada, para cada evento perigoso identificado em


conjunto com as respectivas consequências, um conjunto de causas é
levantado, possibilitando a classificação qualitativa do risco associado, de
acordo com categorias Pré estabelecidas; de frequência, de ocorrência, do
cenário, de acidente e de severidade das consequências.
Mais conhecida como APR/APP (Análise preliminar de risco e/ou perigos)
permite uma ordenação qualitativa dos cenários de acidentes encontrados,
facilitando a proposição e a priorização de medidas para redução dos riscos da
instalação, quando julgadas necessárias, além da avaliação da necessidade de
aplicação de técnicas complementares de análise.
Medidas de Controle do Risco Elétrico - MCRE

A metodologia adotada nas APR/APP compreende na execução das seguintes


tarefas:
a) definir os objetivos e o escopo da análise;
b) definir as fronteiras das instalações analisadas;
c) coletar informações sobre a região, das instalações, das substâncias perigosas
envolvidas e dos processos;
d) subdividir a instalação em módulos para análise;
e) realizar a APR/APP (fazer a planilha de riscos);
f) elaborar estatísticas dos cenários identificados por categorias de freqüência e
de severidade;
g) e por fim analisar os resultados, elaborar recomendações quando necessáro e
preparar o relatório final.
Medidas de Controle do Risco Elétrico - MCRE

As principais informações requeridas para a fazer uma APR/APP são as


seguintes:
das instalações: especificações técnicas de projeto, especificações de
equipamentos, layout das instalações e descrição dos principais sistemas de
proteção e segurança;
dos processos: descrição dos processos envolvidos;
das substâncias: características e propriedades físicas e químicas das
mesmas.
Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são divididas
em "módulos de análise", os quais podem ser: unidades completas, locais de
serviço elétrico, partes de locais de serviço elétrico ou partes específicas das
instalações, tais como subestações, painéis, etc.
A divisão das instalações é feita com base em critérios de funcionalidade,
complexidade e proximidade física.
Medidas de Controle do Risco Elétrico - MCRE
MCRE - Desenergização

A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e


controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito,
trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob
controle dos trabalhadores envolvidos.
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a
sequência a seguir:
Seccionamento: é o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com
afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida
mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora,
interruptor, disjuntor), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda
através de ferramental apropriado e segundo procedimentos específicos.
MCRE - Desenergização

Impedimento de reenergização: É o estabelecimento de condições que


impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reenergização do circuito ou
equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do
seccionamento. Na prática trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por
meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou com
sistemas informatizados equivalentes.
Deverá ser utilizado um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento,
para o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo
impedimento de reenergização involuntária ou acidental do circuito ou
equipamento durante a execução da atividade que originou o seccionamento.
Deve-se também fixar placas de sinalização alertando sobre a proibição da
ligação da chave e indicando que o circuito está em manutenção.
MCRE - Desenergização

O risco de energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades que


envolvam equipes diferentes, onde mais de um empregado estiver trabalhando.
Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de tantos bloqueios
quantos forem necessários para execução da atividade.
Dessa forma, o circuito será novamente energizado quando o último empregado
concluir seu serviço e destravar os bloqueios. Após a conclusão dos serviços
deverão ser adotados os procedimentos de liberação específicos.
A desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação
deve ser sempre programada e amplamente divulgada para que a interrupção
da energia elétrica reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes.
MCRE - Desenergização

A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação a todos os


envolvidos e somente depois da retirada dos lacres e cadeados de proteção.
Constatação da ausência de tensão: é a verificação da efetiva ausência de
tensão nos condutores do circuito elétrico. Deve ser feita com detectores
testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por
contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
MCRE - Desenergização

Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos


condutores dos circuitos: constatada a inexistência de tensão, um condutor do
conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado a uma haste conectada à
terra. Na sequência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos
condutores fase, previamente desligados.
OBS.: Trabalhar entre dois pontos devidamente aterrados.
Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada: define-
se zona controlada como, área em torno da parte condutora energizada,
segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com nível de
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados, como
disposto no anexo II da Norma Regulamentadora Nº10. Podendo ser feito com
anteparos, dupla isolação invólucros, etc.
MCRE - Desenergização

Instalação da sinalização de impedimento de reenergização: deverá ser


adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à
identificação da razão de desenergização e informações do responsável.
MCRE - Desenergização

Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou


bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de método
alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a comunicação da
condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do sistema.
Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de
anormalidades, o trabalhador providenciará a retirada de ferramentas,
equipamentos e utensílios e por fim o dispositivo individual de travamento e
etiqueta correspondente.
Os responsáveis pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada
de todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciará a remoção dos
conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de liberação do sistema
elétrico para operação.
MCRE - Desenergização

A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá ocorrer em ordem


inversa à de sua instalação.
Os serviços a serem executados em instalações elétricas desenergizadas, mas
com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender
ao que estabelece o disposto no item 10.6. da NR 10, que diz respeito a
segurança em instalações elétricas desenergizadas.
Aterramento Funcional, de Proteção e Temporário (TN / TT / IT)

O Aterramento nada mais é que uma ligação intencional à terra através da qual
correntes elétricas podem fluir.
O aterramento é classificado por:
Funcional: ligação através de um dos condutores do sistema neutro.
De Proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos
à instalação.
Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional à terra,
destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a
intervenção na instalação elétrica.
Aterramento Funcional, de Proteção e Temporário (TN / TT / IT)

Tipo de Aterramento
Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada uma simbologia
padrão, onde a primeira letra indica a situação da alimentação em relação à
terra:
T = um ponto diretamente aterrado;
I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um
ponto através de impedância.
Aterramento Funcional, de Proteção e Temporário (TN / TT / IT)

Já a segunda letra indica a situação das massas da instalação elétrica em


relação à terra:

T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual


de um ponto da alimentação;
N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o
ponto aterrado é normalmente o ponto neutro);
E outras letras (eventuais) indicam a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção:
S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;
C = funções de neutro e de proteção combinada sem um único condutor
(condutor PEN).

Esquemas de aterramento

Conforme a NBR-5410/2004 são considerados os esquemas de aterramento TN /


TT / IT, cabendo as seguintes observações sobre as ilustrações e símbolos
utilizados:
As figuras na sequência, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser
interpretadas de forma genérica. Elas utilizam como exemplo sistemas trifásicos.
Aterramento temporário

Aterramento temporário
O aterramento elétrico temporário de uma instalação tem por função evitar
acidentes gerados pela energização acidental da rede, propiciando rápida
atuação do sistema automático de seccionamento ou proteção. Também tem
o objetivo de promover proteção aos trabalhadores contra descargas
atmosféricas que possam interagir ao longo do circuito em intervenção. Esse
procedimento deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do
ponto de intervenção do circuito e derivações se houver, salvo quando a
intervenção ocorrer no final do trecho. Deve ser retirado ao final dos serviços.
Aterramento temporário

Para cada classe de tensão existe um tipo de aterramento temporário. O mais


usado em trabalhos de manutenção ou instalação nas linhas de distribuição é um
conjunto ou Kit padrão composto pelos seguintes elementos:
- vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de manobra;
- grampos condutores – para conexão do conjunto de aterramento com os
condutores e a terra;
- trapézio de suspensão - para elevação do conjunto de grampos à linha e conexão
dos cabos de interligação das fases, de material leve e bom condutor, permitindo
perfeita conexão elétrica e mecânica dos cabos de interligação das fases e
descida para terra;
Aterramento temporário

- grampos – para conexão aos condutores e ao ponto de terra;


- cabos de aterramento de cobre, extraflexível e isolado;
- trado ou haste de aterramento – para ligação do conjunto de aterramento com o
solo, deve ser dimensionado para propiciar baixa resistência de terra e boa área
de contato com o solo.
Nas subestações, por ocasião da manutenção dos componentes, se conecta os
componentes do aterramento temporário à malha de aterramento fixa, já existente.
Equipotencialização

Podemos definir equipotencialização como o conjunto de medidas que visa


minimizar as diferenças de potenciais entre componentes de instalações
elétricas de energia e de sinal (telecomunicações, rede de dados, etc.),
prevenindo acidentes com pessoas e baixando a níveis aceitáveis os danos
tanto nessas instalações quanto nos equipamentos a elas conectados.
Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas os condutores de
proteção. Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização
principal, em condições especificadas, e tantas equipotencializações
suplementares quantas forem necessárias.
Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal (BEP)da edificação e, dessa forma, a
um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de
equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção
contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
Equipotencialização

Massas simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo


eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que
se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de
compatibilidade eletromagnética.
Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro
das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem
estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento (BEP), sem prejuízo de
equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de
proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. Todo circuito
deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão.
*BEP: Barra de Equipotencialização Principal
Equipotencialização

Veja a seguir um esquema de Equipotencialização por BEP:


1- Condutor de aterramento
2- Estrutura do prédio
3- a) Água (*) = Válvula
3- b) Gás
3- c) Esgoto
3- d) Duto de ar condicionado
4- a) Eletroduto de Sinal
4- b) Eletroduto de elétrica
5 - Eletrodo de ligação BEP x Estrutura do Prédio
BEP = Barra de Equipotencialização Principal
EC = Condutor de Equipotencialização
Equipotencialização
Seccionamento Automático da Alimentação

O seccionamento automático possui um dispositivo de proteção que deverá


seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele
protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e massa, entre parte
viva e condutor de proteção e ainda entre partes vivas) no circuito ou
equipamento der origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo
de proteção, levando-se em conta o tempo de exposição à tensão de contato.
Seccionamento Automático da Alimentação

Cabe salientar que estas medidas de proteção requerem a coordenação entre o


esquema de aterramento adotado e as características dos condutores e
dispositivos de proteção. O seccionamento automático é de suma importância
em relação a:
- proteção de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais;
- proteção do sistema com altas temperaturas e arcos elétricos;
- quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito;
- proteção contra correntes de curto-circuito;
- proteção contra sobre tensões.

Um dispositivo de proteção deve seccionar automaticamente a alimentação do


circuito ou equipamento protegido contra contatos indiretos sempre que uma
falta entre a parte viva e a massa no circuito ou equipamento considerado der
origem a uma tensão de contato superior ao valor apropriado de [UL (V)].
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

Antes de falar diretamente sobre o dispositivo DR é preciso esclarecer alguns


pontos importante quanto à utilização destes dispositivos.
Na verdade independentemente do esquema de aterramento que está sendo
usado (TN / TT / IT), o uso de proteção DR, mais particularmente de alta
sensibilidade (isto é, com corrente diferencial-residual nominal igual ou inferior a
30 mA), tornou-se expressamente obrigatório nos seguintes casos:
- circuitos que sirvam a pontos situados em locais contendo banheiro ou
chuveiro;
- circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à
edificação;
- circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a
alimentar equipamentos no exterior;
- circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias,
áreas de serviço, garagens e, no geral, de todo local interno molhado em uso
normal ou sujeito a lavagens.
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

O DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que percorrem


os condutores. Enquanto o circuito se mantiver eletricamente igual, a soma
vetorial das correntes nos seus condutores é praticamente nula. Ocorrendo a
falha de isolamento em um equipamento alimentado por esse circuito,
interromperá uma corrente de falta à terra, ou seja, haverá uma corrente
residual para a terra. Devido a este "vazamento" de corrente para a terra, a
soma vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR não é mais
nula e o dispositivo detecta justamente essa diferença de corrente.
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

Se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido: a porção
de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará igualmente um
desequilíbrio na soma vetorial das correntes – a diferença, então, é detectada
pelo dispositivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta à terra.
Quando essa diferença atinge um determinado valor, é ativado o relé. Este relé
irá provocar a abertura dos contatos principais do próprio dispositivo ou de um
disjuntor, desligando o circuito instantaneamente.
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

Os dispositivos fabricados atualmente, normalmente têm capacidade de


interromper o fornecimento de energia elétrica a equipamentos ou a circuitos
elétricos que operem com correntes até 160A. A sensibilidade exigida do
dispositivo, para detectar correntes de fuga, dependerá das características do
circuito em será instalado (relés de sobre corrente de fase e neutro, relés de alta
impedância, etc).
A sensibilidade determina se um DR pode ser aplicado à proteção contra contatos
indiretos e à proteção contra contatos diretos. A aplicação do DR pode ser dividido
em:
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

- Uso obrigatório de DR de alta sensibilidade (30 mA): Na proteção


complementar contra choques elétricos em circuitos de banheiros, tomadas
externas, tomadas de cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e
assemelhados.
- Uso de DR de alta sensibilidade (30 mA) como alternativa: Na proteção de
equipamentos situados próximos à piscinas.
- Uso previsto de DR de baixa sensibilidade (500 mA): Um dos meios
prescritos para limitar as correntes de falta/fuga à terra em locais que processem
ou armazenem materiais inflamáveis.
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual –DR

Na prática a proteção diferencial-residual pode ser realizada através de:


- interruptores diferenciais-residuais;
- disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada;
- tomadas com interruptor DR incorporado (pouco usadas atualmente);
- blocos diferenciais acopláveis e disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores
modulares (mini disjuntores);
- peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal) que são
associadas apenas a um elemento de sinalização e/ou alarme, se
eventualmente for apenas este, e não um desligamento, que é o objetivo da
detecção diferencial-residual (normalmente usado na indústria em equipamentos
com suspeita de curto ou fuga).
 
Proteção por Extrabaixa Tensão: SELV E PELV

Visando a segurança este método é excelente, pois neste caso o fator de


segurança é 3x maior devido a três fatores: a isolação funcional, a isolação do
sistema (transformadores) e a redução da tensão. Porém na prática este método
de proteção tem algumas desvantagens como: necessidade de uma instalação
elétrica de baixa tensão, grandes secções transversais para os condutores de
fornecimento da baixa tensão e, frequentemente, construção de equipamentos
de dimensões relativamente grandes quando comparados com equipamentos
que se utilizam de tensões mais altas para o seu funcionamento.
Vamos às definições dos sistemas:
Sistema SELV (do inglês: separated extra-low voltage): Sistema de extra baixa
tensão que é eletricamente separada da terra de outros sistemas e de tal modo
que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico.
Sistema PELV (do inglês: protected extra-low voltage): Sistema de extra baixa
tensão que não é eletricamente separado da terra mas que preenche, de modo
equivalente, todos os requisitos de um SELV.
Proteção por Extrabaixa Tensão: SELV E PELV

Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas.
Os circuitos PELV podem ser aterrados ou ter massas aterradas.
Dependendo da tensão nominal do sistema SELV ou PELV e das condições
de uso, a proteção básica é proporcionada por:
- Limitação da tensão;
- Isolação básica ou uso de barreiras ou invólucros;
- Condições ambientais e construtivas em o equipamento esta inserido.
As partes vivas de um sistema SELV ou PELV não precisam necessariamente
ser inacessíveis, podendo dispensar isolação básica, barreira ou invólucro,
porém deve atender as exigências mínimas da norma NBR 5410/2004.
Barreiras e Invólucros

São dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das
instalações elétricas. São componentes que visam impedir que pessoas ou
animais toquem acidentalmente as partes energizadas, garantindo assim que as
pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através das aberturas
estão energizadas e não devem ser tocadas.
As barreiras devem ser fortes e fixadas de forma segura e que tenham
durabilidade, tendo como fator de referência o ambiente em que está inserido. Só
poderão ser retirados com chaves ou ferramentas apropriadas e também como
predisposição uma segunda barreira ou isolação que não possa ser retirada sem
ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas.
Ex.: Telas de proteção com parafusos de fixação e tampas de painéis, etc.
Barreiras e Invólucros

O uso de barreiras ou invólucros, como


meio de proteção básica, destina-se a
impedir qualquer contato com partes vivas.
As partes vivas devem ser confinadas no
interior de invólucros ou atrás de barreiras
que garantam grau de proteção.
Quando o invólucro ou barreira
compreender superfícies superiores,
horizontais, que sejam diretamente
acessíveis, elas devem garantir grau de
proteção mínimo.
Bloqueios e Impedimentos

Bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos um dispositivo de


manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma ação não
autorizada, em geral utilizam cadeados.
Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou
religamento de dispositivos de manobra (chaves, interruptores). É importante que
tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de
um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de
manutenção.
Bloqueios e Impedimentos

Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com


o nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de
comunicação.
Bloqueios e Impedimentos

Os obstáculos e anteparos devem impedir:


- uma aproximação física não intencional das partes vivas (como por meio de
corrimãos ou de telas de arame);
- contatos não intencionais com partes vivas por ocasião de operação de
equipamentos sob tensão (por exemplo, por meio de telas ou painéis sobre os
seccionadores).
Isolamento

O isolamento é feito para impedir todo o contato com as partes vivas da


instalação elétrica. As partes vivas devem ser completamente recobertas por
uma isolação que só pode ser removida através de sua destruição.
Isolamento em partes vivas (rede)
O isolamento para este tipo serviço é feito com materiais dielétricos (não
condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras
partes da estrutura que esta energizadas, para que os serviços possam ser
executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador.
Isolamento

Também devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes


elétricos anualmente. Exemplos:
- Coberturas circular isolante (em geral são de polietileno, polipropileno e
polidracon);
- Mantas ou lençol de isolante;
- Tapetes isolantes;
- Coberturas isolantes para dispositivos específicos (Ex. postes).
Isolamento

Isolação Dupla ou Reforçada


Este tipo de proteção é normalmente aplicado a equipamentos portáteis, tais
como furadeiras elétricas manuais, os quais por serem empregados nos mais
variados locais e condições de trabalho, e mesmo por suas próprias
características, requerem outro sistema de proteção, que permita uma
confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento
elétrico.
A utilização de isolação dupla ou reforçada propicia uma dupla linha de defesa
contra contatos indiretos. A isolação dupla é constituída de:
Isolamento

Isolação Dupla ou Reforçada


- Isolação básica: isolação aplicada às partes vivas, destinada a assegurar
proteção básica contra choques.
- Isolação suplementar: é uma isolação independente e adicional à isolação
básica, destinada a assegurar proteção contra choques elétricos em caso de
falha da isolação básica (ou seja, assegurar proteção supletiva). Comumente,
são utilizados sistemas de isolação dupla em alguns eletrodomésticos e
ferramentas elétricas portáteis (furadeiras, lixadeiras, etc.). Neste caso, em sua
plaqueta de identificação haverá um símbolo indicativo gravado, ou seja, dois
quadrados de lados diferentes, paralelos, um dentro do outro.
Proteção por Colocação Fora de Alcance e Separação Elétrica

A 'colocação fora de alcance' destina-se somente a impedir os contatos


involuntários com as partes vivas. Quando há o espaçamento, este deve ser
suficiente para que se evite que pessoas circulando nas proximidades das
partes vivas possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou
por intermédio de objetos que elas manipulem ou transportem.
Proteção por Separação Elétrica
Regulamentada na NBR-5410/2004, consiste em abaixar a tensão para níveis
seguros (extra baixa tensão: menor que 50 V para ambientes secos e menor
que 25 V para ambientes úmidos e molhados) através do uso de transformador
de separação.
Proteção por Colocação Fora de Alcance e Separação Elétrica

A proteção por separação elétrica pode ser realizada por um transformador de


separação ou por um grupo motor-gerador com enrolamentos que fornecem
uma separação equivalente à de um transformador.
Os circuitos eletricamente separados podem alimentar um único ou vários
equipamentos. O ideal é que tenhamos um único equipamento conectado ao
circuito. Sua massa deve ser aterrada. Com vários equipamentos alimentados
pelo mesmo circuito, estes devem ser ligados entre si por condutores de
equipotencialidade e não aterrados.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso


individual, utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Exemplos:
- capacete;
- óculos de proteção;
- luvas;
- calçados de segurança;
- cintos de segurança;
- máscaras de proteção respiratória;
- protetor auricular;
- vestimentas de trabalho (especiais);
- creme protetor solar;
- capa de chuva; etc.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Observamos que a norma NR-6 que trata da regulamentação do EPI, onde


especifica no item 6.3 que:
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do
trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Os equipamentos de proteção coletiva(EPC) compreendem


prioritariamente a desenergização elétrica, e na sua impossibilidade, o
emprego de tensão de segurança, conforme já vimos no capítulo anterior.
Essas medidas visam à proteção não só de trabalhadores envolvidos com a
atividade principal que será executada e que gerou o risco, como também à
proteção de outros funcionários que possam executar atividades paralelas
nas redondezas ou até de pessoas que estão por perto, cujo percurso pode
levá-los à exposição ao risco existente.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Conjunto de Aterramento: equipamento destinado à execução de aterramento


temporário, visando à equipotencialização e proteção pessoal contra
energização indevida do circuito em intervenção.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Tapetes Isolantes: utilizado principalmente em subestações, sendo aplicado na


execução da isolação contra contatos indiretos, minimizando assim as
consequências por uma falha de isolação nos equipamentos. Pode ser
encontrado de borracha ou outro material que não conduza energia.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Cones e bandeiras de sinalização: destinados a fazer a isolação de uma área


onde estejam sendo executadas intervenções.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Placas de sinalização: utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e


situação dos equipamentos (equipamentos energizados, não manobre este
equipamento sobre carga, etc.), visando assim à proteção de pessoas que
estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que venham a manobrar os
sistemas elétricos
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção


coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos,
devem ser adotados equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos
e adequados às atividades desenvolvidas, de acordo com a norma NR-6. As
vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, considerando-
se, também, a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências
eletromagnéticas.
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
ou em suas proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem
a condução de energia. Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação
(CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Capacetes: destina-se a proteção do crânio contra impactos e perfurações


provenientes da queda de objetos e riscos associados a choques elétricos. Em
serviços com eletricidade usa-se o capacete classe B tipo II, devido a alta
resistência dielétrica.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Óculos de segurança: proteção dos olhos do usuário contra impactos de


partículas volantes multidirecionais. Quando colorido, serve além do que foi
descrito anteriormente, como também filtro de luz.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Luvas Isolantes: as luvas isolantes apresentam identificação no punho, próximo


da borda, onde informa algumas especificações como a tensão de uso, com as
cores correspondentes a cada uma das seis classes existentes. Essa
classificação é regulamentada pela norma ABNT/NBR10622 através do nível de
tensão de trabalho e de teste:
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Luvas de cobertura: são de vaqueta e servem para proteção de mãos contra


agentes abrasivos e escoriantes, devendo ser aplicada sobre as luvas isolantes
em serviços com sistemas elétricos energizados.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Calçado de Segurança (Sapatos/Botas):utilizado para minimizar as


consequências de contatos com partes energizadas, as botinas são
selecionadas conforme o nível de tensão de isolação e aplicabilidade (trabalhos
em linhas energizadas ou não). Devem ser acondicionadas em local apropriado,
para a não perder suas características de isolação.
Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

Cinturão de segurança: destinado à proteção contra queda, sendo obrigatória


sua utilização em trabalhos acima de 2 metros de altura. Pode ser basicamente
de dois tipos: abdominal e de três pontos (paraquedista). Para o tipo
paraquedista, podem ser utilizados trava-quedas instalados em cabos de aço
ou flexível fixados em estruturas a serem escaladas.
Documentação de Instalações Elétricas

De acordo com a norma NR 10, todas as empresas estão obrigadas a manter


documentado todos os diagramas unifilares das instalações elétricas com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção. Devem ser mantidos atualizados os diagramas unifilares das
instalações elétricas com as especificações do sistema de aterramento e demais
equipamentos e dispositivos de proteção.
Outro item obrigatório documental é ter o Prontuário de Instalações Elétricas,
contendo todos os documentos necessários para a prevenção dos riscos,
durante a construção, operação e manutenção do sistema elétrico, que inclui:
esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus
estabelecimentos, especificações do sistema de aterramento dos equipamentos
e dispositivos de proteção, entre outros que iremos listar a seguir.
Documentação de Instalações Elétricas

O Prontuário de instalações elétricas deve ser organizado e mantido pelo


empregador ou por pessoa formalmente designada pela empresa e permanecer
à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em
eletricidade. Este prontuário deve ser revisado e atualizado sempre que
ocorrerem alterações nos sistemas elétricos. Os documentos previstos no
Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissionais
legalmente habilitados.
Documentação de Instalações Elétricas

Veja alguns itens necessário no Prontuário de Instalações Elétricas, que na


verdade é a reunião de toda documentação de uma instalação elétrica:
- projeto original aprovado por um engenheiro habilitado
- características dos equipamentos/máquinas/funcionamento
- informações das proteções existentes
- eventuais modificações ocorridas (objetiva evitar trabalho as cegas)
- documentos relativos às instalações
- trabalhos realizados nas instalações
Estes são alguns ítens básicos que deverão ser documentados.
Documentação de Instalações Elétricas

Agora os estabelecimentos/empresas/indústrias com potência instalada igual ou


superior a 75 kW, devem constituir de um Prontuário de Instalações Elétricas de
forma a organizar o memorial contendo, no mínimo:
- os diagramas unifilares, os sistemas de aterramento e as especificações dos
dispositivos de proteção das instalações elétricas;
- o relatório de auditoria de conformidade à NR-10, com recomendações e
cronogramas de adequação, visando ao controle de riscos elétricos;
- o conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas à NR-10 e descrição das medidas
de controle existentes;
Documentação de Instalações Elétricas

- a documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra


descargas atmosféricas;
- os equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental aplicáveis,
conforme determina a NR-10;
- a documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos profissionais e dos treinamentos realizados;
- as certificações de materiais e equipamentos utilizados em área classificada.
Documentação de Instalações Elétricas

O próprio item 10.2.4 da NR 10 deixa bem claro essa exigência:


10.2.4. Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem
constituir e manter o Prontuário deInstalações Elétricas, contendo, além do
disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança
e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de
controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
Documentação de Instalações Elétricas

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,


autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; e
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas
de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
Documentação de Instalações Elétricas

Além desta documentação básica para estabelecimentos com carga instalada


superior a 75 kW, é exigido ainda, conforme consta nos itens10.2.3 e 10.2.4 da
NR 10, a seguinte documentação:
- Conjunto de procedimentos, instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das
medidas de controle existentes para as mais diversas situações (Manobras,
manutenção programada, manutenção preventiva, manutenção emergencial,
etc,.);
- Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
- Especificação dos equipamentos de proteção coletiva, proteção individual e do
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
Documentação de Instalações Elétricas

- Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,


autorização dos trabalhadores, os treinamentos realizados e descrição de
cargos/funções dos empregados que são autorizados para trabalhos nestas
instalações;
- Resultados dos testes de isolação elétrica realizada em equipamentos de
proteção individual e coletiva que ficam a disposição nas instalações;
- Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
- Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de "a" a "f".
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

As normas técnicas oficiais brasileiras são desenvolvidas pela Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional de
Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado
de uma ampla discussão de profissionais e instituições, organizados em grupos
de estudos, comissões e comitês. A sigla NBR que antecede o número de
muitas normas significa Norma Brasileira Registrada. A ABNT é a representante
brasileira no sistema internacional de normalização, composto de entidades
nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com eletricidade, há
diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos,
entre elas destacamos:
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão


Esta Norma estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa
tensão devem ter a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Esta Norma
aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificação, residencial,
comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

Ela se aplica nas instalações elétricas de:


- áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
- reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings),
marinas e instalações análogas;
- canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
- aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 V
em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em
corrente continua;
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

- aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob
uma tensão superior a 1000 V e alimentados através de uma instalação de tensão
igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de
lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos etc.);
- a toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas
relativas aos equipamentos de utilização;
- às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos
equipamentos).
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

Ela não se aplicará em:


- instalações de tração elétrica;
- instalações elétricas de veículos automotores;
- instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
- equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que
não comprometam a segurança das instalações;
- instalações de iluminação pública;
- redes públicas de distribuição de energia elétrica;
- instalações de proteção contra quedas diretas de raios.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

No entanto, esta Norma considera as consequências dos fenômenos atmosféricos


sobre as instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra
sobretensões);
- instalações em minas;
- instalações de cercas eletrificadas. Os componentes da instalação são
considerados apenas no que concerne à sua seleção e condições de instalação.
Isto é igualmente válido para conjuntos em conformidade com as normas a eles
aplicáveis.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

Demais informações sobre esta norma podem ser consultados direto no site da
ABNT pelo endereço http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=10146
NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão, de 1,0 kV a 36,2 kV
Esta norma abrange as instalações de consumidores, incluindo suas
subestações, dentro da faixa de tensão especificada. Não se inclui nesta norma
as redes de distribuição das empresas concessionárias de energia elétrica. Além
de todas as prescrições técnicas para dimensionamento dos componentes
dessas instalações, a norma estabelece critérios específicos de segurança para
as subestações consumidoras, incluindo acesso, parâmetros físicos e de infra-
estrutura. Procedimentos de trabalho também são objeto de atenção da referida
norma que, a exemplo da NBR 5410, quem também especifica as características
de aceitação e manutenção dessas instalações. Existem muitas outras normas
técnicas direcionadas às instalações elétricas, cabendo aos profissionais
conhecerem as prescrições que elas estabelecem, de acordo com o tipo de
instalação em que estão trabalhando.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que devem


obedecer as instalações elétricas às quais se refere, para que não venham, por
suas deficiências, prejudicar e perturbar as instalações vizinhas ou causar danos
a pessoas e animais e à conservação dos bens e do meio ambiente. Esta Norma
aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações existentes e às
instalações de caráter permanente ou temporário.
Esta norma se aplica em:
- na construção e manutenção das instalações elétricas de média tensão de 1,0 a
36,2 kV a partir do ponto de entrega definido pela legislação vigente incluindo as
instalações de geração, distribuição de energia elétrica. Devem considerar a
relação com as instalações vizinhas a fim de evitar danos às pessoas, animais e
meio ambiente.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

Ela não se aplica em:


- instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções
em serviço de utilidade pública;
- instalações de cercas eletrificadas;
- trabalhos com circuitos energizados.
Veja mais algumas normas da ABNT na qual você deverá se familiarizar:
NBR IEC 60079-14:2009 (Versão Corrigida 2013) -Atmosferas explosivas-
Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas: Esta
parte da série ABNT NBR IEC 60079 contém os requisitos específicos para o
projeto, seleção e montagem de instalações elétricas em áreas classificadas
associadas com atmosferas explosivas.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Fixa as


condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de
proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de
pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido. Está
dividida em 4 partes: Parte 1: Princípios gerais, Parte 2: Gerenciamento de risco,
Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida, Parte 4: Sistemas elétricos
e eletrônicos internos na estrutura
NBR 13571 -Haste de aterramento aço-cobreada e acessórios: Esta Norma
fixa os requisitos mínimos exigíveis para hastes de aterramento aço-cobreadas
e seus acessórios, utilizados em instalações de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica, em instalações elétricas industriais, comerciais,
rurais, prediais e residenciais em geral, instalações de telecomunicação e centro
de processamento de dados e outros.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

NBR 5370 -Conectores de cobre para condutores elétricos em sistemas de


potência: Esta Norma fixa as condições exigíveis para conectores de cobre que
ligam condutores de cobre a condutores de cobre ou alumínio ou a
equipamentos elétricos em sistema de potência e em instalações industriais.
NBR 5460 -Sistemas elétricos de potência: Esta Norma define termos
relacionados com sistemas elétricos de potência, explorados por
concessionários de serviços públicos de energia elétrica.
NBR 5456 -Eletricidade geral - Terminologia: Esta Norma define termos de
matemática, aplicados ao estudo dos campos e de circuitos, termos de física
geral (não elétricos) e de química, relacionados com o estudo de fenômenos
eletromagnéticos, termos fundamentais de eletricidade, magnetismo e
eletromagnetismo, termos fundamentais sobre ondas, termos gerais de
tecnologia elétrica.
Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

NBR 8664 -Sinalização para identificação de linha aérea de transmissão de


energia elétrica: Esta Norma estabelece os requisitos para sinalização de
identificação de linha aérea de transmissão de energia elétrica, bem como,
quando necessário, da sua faixa e/ou de seus acessos.
NBR 16081 - Isolador de porcelana ou vidro para tensões acima de 1000 V
em corrente contínua — Especificação, método de ensaio e critério de
aceitação: Esta Norma é aplicável a cadeias de isoladores de porcelana ou vidro
para uso em linhas de transmissão de alta tensão, em corrente contínua, com
uma tensão nominal acima de 1000 V. Esta Norma não é aplicável a isoladores
compostos. A aplicação desta Norma para isoladores a serem utilizados em
outras situações que não sejam linhas de corrente contínua será deixada aos
comitês técnicos pertinentes.
O incêndio aconteceu depois de uma pane elétrica

https://www.metropoles.com/colunas/pipocando/casa-de-paolla-
oliveira-pega-fogo-apos-pane-eletrica-veja-fotos
Riscos Elétricos

Evitando Perigos Ocultos - Medições Elétricas - Acidentes

RECICLAGEM NR10
INTRODUÇÃO

O sistema de energia é uma rede que consiste em sistema de geração, distribuição e


transmissão. Ele usa a forma de energia (como carvão e diesel) e converte em energia
elétrica. O sistema de potência inclui os dispositivos conectados ao sistema como o
gerador síncrono, motor, transformador, disjuntor , condutor, etc. A usina, o
transformador, a linha de transmissão, as subestações, a linha de distribuição e o
transformador de distribuição são os seis principais componentes do sistema de
potência. A usina gera a potência que é aumentada ou reduzida através do
transformador para transmissão.
A linha de transmissão transfere a energia para as várias subestações. Através da
subestação, a energia é transferida para o transformador de distribuição, que diminui a
potência para o valor apropriado que é adequado para os consumidores.
Estrutura do sistema de energia
O sistema de energia é o empreendimento complexo que pode ser subdividido nos
seguintes sub-sistemas.
Os subsistemas do sistema de energia são explicados abaixo em detalhes.
Gerando Subestação
Na estação geradora, o combustível (carvão, água, energia nuclear, etc.) é convertido em
energia elétrica. A energia elétrica é gerada na faixa de 11kV a 25kV, que é um passo
para a transmissão de longa distância. A usina da subestação geradora é principalmente
classificada em três tipos, ou seja, usina termelétrica, usina hidrelétrica e usina nuclear
O gerador e o transformador são os principais componentes da estação geradora. O
gerador converte a energia mecânica em energia elétrica.
A energia mecânica vem da queima de carvão, gás e combustível nuclear, turbinas a
gás ou, ocasionalmente, do motor de combustão interna.
O transformador transfere a potência com eficiência muito alta de um nível para
outro. A transferência de energia do secundário é aproximadamente igual à primária,
exceto por perdas no transformador. O transformador elevador reduzirá as perdas na
linha que faz a transmissão de energia por longas distâncias.
Subestação de Transmissão A subestação de
transmissão transporta as linhas aéreas que
transferem a energia elétrica gerada da
geração para as subestações de distribuição.
Ela fornece apenas o grande volume de
energia para subestações de energia em massa
ou para grandes consumidores. As linhas de
transmissão executam principalmente as duas
funções: 1. Ele transporta a energia das
estações geradoras para as estações de
recebimento em massa. 2. Ele interconecta as
duas ou mais estações geradoras. As
subestações vizinhas também são interligadas
através das linhas de transmissão.
A tensão de transmissão está operando em
mais de 66kv e é padronizada em 69kv, 115KV,
138KV, 161KV, 230KV, 345KV, 500KV e 765KV,
linha-a-linha. A linha de transmissão acima de
230KV é geralmente A chamada
linha de alta tensão
de alta é terminada em
tensão
extra (EHV) subestações que são denominadas
subestações de alta tensão, recebendo
subestações ou subestações primárias. Na
subestação de alta tensão, a tensão é reduzida
para um valor adequado para a próxima parte
do fluxo em direção à carga. Os grandes
consumidores industriais podem ser atendidos
diretamente no sistema de transmissão
Subestação Sub-transmissão A parte do
sistema de transmissão que conecta as
subestações de alta tensão através do
transformador redutor para as subestações de
distribuição é chamada de sistema de Sub-
transmissão. O nível de tensão de Sub-
transmissão varia de 90 a 138KV. O sistema de
Sub-transmissão serve diretamente algumas
grandes indústrias. O capacitor e o reator estão
localizados nas subestações para manter a
tensão da linha de transmissão.
O funcionamento do sistema de Sub-
transmissão é semelhante ao de um sistema
de distribuição. Sua diferir de um sistema de
distribuição da seguinte maneira. 1. Um
sistema de Sub-transmissão tem um nível de
tensão mais alto que um sistema de
distribuição. 2. Ele fornece apenas cargas
maiores. 3. Ele fornece apenas algumas
subestações em comparação a um sistema de
distribuição que fornece algumas cargas
Subestação de Distribuição O componente de
um sistema de energia elétrica conectando
todos os consumidores em uma área às fontes
de energia a granel é chamado de sistema de
distribuição
As usinas a granel estão conectadas às
subestações geradoras por linhas de
transmissão. Eles alimentam algumas
subestações que geralmente estão situadas em
pontos convenientes perto dos centros de
carga
As subestações distribuem a energia para os consumidores domésticos, comerciais e
relativamente pequenos. Os consumidores exigem grandes blocos de energia que geralmente
são fornecidos em Sub-transmissão ou mesmo sistema de transmissão.
História dos Sistemas Elétricos de Potência

James Watt 1736 – 1819 (Escocês) − Mecânico, concebeu o


princípio da máquina a vapor, que possibilitou a revolução
industrial. − A unidade de potência útil foi dada em sua
homenagem (watt

Alessandro Volta 1745 - 1827 (Italiano) − Em 1800 anunciou a


invenção da bateria. − A unidade de força eletromotriz foi criada em
sua homenagem (volt).

André Marie Ampère 1775 - 1836 (Francês) − Iniciou pesquisa em


1820 sobre campos elétricos e magnéticos a partir do anunciado de
Oersted (Oe – intensidade de campo magnético). − Descobriu que as
correntes agiam sobre outras correntes. − Elaborou completa teoria
experimental e matemática lançando as bases do eletromagnetismo.
− A unidade de corrente elétrica foi escolhida em sua homenagem
(ampère).
História dos Sistemas Elétricos de Potência

Georg Simon Ohm 1789-1854 (Alemão) − Em 1827 enunciou a lei de


Ohm. − Seu trabalho só foi reconhecido pelo mundo científico em
1927. − As unidades de resistência, reatância e impedância elétrica
foram escolhidas em sua homenagem (ohm).

Michael Faraday 1791-1867 (Inglês) − Físico e químico, em 1831


descobriu a indução eletromagnética. − Constatou que o
movimento de um imã através de uma bobina de fio de cobre
causava fluxo de corrente no condutor. − Estabeleceu o princípio do
motor elétrico. − Considerado um dos maiores experimentalistas de
todos os tempos. − A unidade de capacitância é em sua
homenagem (F).

Joseph Henry 1797-1878 (Americano) − Descobriu a indutância de


uma bobina. − Em sua homenagem seu nome foi dado à unidade
de indutância (henry).
História dos Sistemas Elétricos de Potência

Gustav Robert Kirchhoff 1824–1887 (Alemão) − Em 1847 anunciou as


leis de Kirchhoff para correntes e tensões.

William Stanley 1858-1968 (Americano) – Em 1885/6 desenvolveu


comercialmente o transformador.

George Westinghouse 1846-1914 (Americano) − Inventor do


disjuntor a ar. − Comprou a patente do recém inventado
transformador dos ingleses Lucien Gaulard e John D. Gibbs. −
Comprou a patente do motor elétrico de Tesla. − Em 1886
organizou a Westinghouse Electric Company. − Venceu a batalha
das correntes contra Edison.
Thomas Alva Edison 1847-1931 (Americano) − Em 1879 inventou a
lâmpada elétrica. − Patenteou 1100 invenções: cinema, gerador
elétrico, máquina de escrever, etc. − Criou a Edison General Electric
Company. − Foi sócio da ‘General Electric Company’. − Instalou em
1882 a primeira usina de geração de energia elétrica do mundo com
fins comerciais, na área de Wall Street, Distrito Financeiro da cidade
de New York. A Central gerava em corrente contínua, com seis
unidades geradoras com potência total de 700 kW, para alimentar
7200 lâmpadas em 110 V. O primeiro projeto de êxito de central
elétrica havia sido instalado no mesmo ano em Londres, com
capacidade de geração para 1000 lâmpadas.

Nikola Tesla 1856-1943 (Croata-Americano) − Em 1888 inventou


dos motores de indução e síncrono. − Inventor do sistema
polifásico. − Responsável pela definição de 60 Hz como
frequência padrão nos EUA. − A unidade para densidade de fluxo
magnético é em sua homenagem (T).
História do Setor Elétrico Brasileiro

A história da eletricidade no Brasil inicia-se em 1879, com a primeira experiência


pública de utilização de lâmpada elétrica. A experiência consistiu na iluminação da
Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II, atual Central do Brasil, na cidade do
Rio de Janeiro. A partir disso, a eletricidade passou a ter maior importância no
contexto de evolução e crescimento das cidades e, no início do século XX, uma
empresa passou a dominar o setor de eletricidade no Brasil: Light.
A Light foi a empresa pioneira e a principal concessionária no setor de eletricidade no
Brasil, compartilhando. por muitos anos a responsabilidade pelo atendimento alo
mercado consumidor do setor elétrico brasileiro com diversas outras empresas, de
porte e abrangência de área de concessão bastante inferior à da própria Light. Em
meados dos anos 20 surgiu a empresa Anforp, oriunda da aquisição de diversas
empresas menores do setor, que passou a dividir os serviços do setor com a Light,
porém numa proporção bem menor do que a sua concorrente.

Os serviços foram crescendo gradativamente e, nessa época, não havia


nenhuma, ou quase nenhuma, regulamentação e fiscalização por parte do
governo. Dessa forma, as empresas poderiam celebrar contratos de
fornecimento de energia elétrica da maneira que entendessem mais
conveniente e nos casos que julgassem ser necessário.
Referente à tarifa utilizada nessa época, no início não havia regulamentação, sendo
que cabia as empresas prestadoras do serviço de geração e distribuição de energia
definir o valor a ser cobrado dos contribuintes, sem qualquer interveniência do
governo. Posteriormente, surgiu o primeiro indício de regulamentação de tarifas, que
consistia no reajuste tarifário de 50% do valor da cotação do ouro da época.

Essa metodologia de reajuste ficou conhecida como a "Cláusula Ouro", uma vez que o
reajuste era efetuado em função da cotação do ouro na época. O setor foi evoluindo e
no ano de 1934, o Ministério de Agricultura, ao qual o setor elétrico estava afeto,
promulgou o Código das Águas.

A promulgação desse código foi de suma importância para o setor elétrico, pois foi a
primeira regulamentação efetiva dos serviços e da indústria de energia elétrica no
país, através do qual a União passou a ser o único poder concedente
A partir de então, o aproveitamento do potencial hidrelétrico passou a depender de
autorização ou de outorga de concessão. As tarifas passaram a ser fixadas segundo os
custos de operação e o valor histórico dos investimentos, não sendo reajustadas de
acordo com a variação da inflação, o que na prática provocaria graves efeitos
colaterais para novos investimentos no seto

No final dos anos 30 foi criado o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica -
CNAEE, reforçando a questão da regulamentação dos serviços de eletricidade. A
tímida intervenção do governo não coibiu a crise energética que se iniciou no
período pós-guerra e estendeu sobre o país na década de 50, uma vez que as
empresas privadas da época não reinvestiam no próprio país os lucros obtidos
com a venda de energia elétrica.
Sendo assim, o governou interveio no setor elétrico com maior veemência criando a
Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (Chesf), com a tarefa principal de construir e
operar a Usina de Paulo Afonso — inaugurada em 1955. Os governos estaduais
resolveram seguir o mesmo rumo do governo federal e criaram as suas próprias
empresas de energia elétrica. Os anos 60 foram marcados por grandes mudanças no
setor elétrico, como o crescimento da capacidade instalada e da malha de transmissão
de energia elétrica
Além disso, houve grandes mudanças no que tange a regulamentação do setor, como a
criação do Ministério de Minas e Energia – MME, do Departamento Nacional de Águas
e Energia Elétrica – DNAEE, e da Eletrobrás.

No período compreendido entre as décadas de 70 e 80, o setor elétrico atingiu seu


ápice, representado pelo "milagre econômico", experimentando também o início de
seu declínio, passando incólume pela crise do petróleo em 1973.

Nessa época, conhecida como "milagre brasileiro", o setor deu início às maiores obras
de geração hidrelétrica do País, ao início do programa nuclear brasileiro (usina nuclear
Angra I, entrando em fase de testes em 1981, em operação experimental em março de
1982 e em operação comercial em janeiro de 1985 — Angra II somente entraria em
operação em 2000), desenvolveu os grandes sistemas de transmissão em 440 e 500 kV
e os sofisticados sistemas de supervisão e controle, celebrando ainda o tratado de
Itaipu, cuja obra iniciou-se em 1975.
O final dos anos 80 foi marcado pelo fim do ciclo dos governos militares, com a eleição
do Presidente Tancredo Neves em 1984.

Para o setor elétrico, esse período pode ser considerado como o mais conturbado de
sua história, pois, além do controle tarifário para uma frustrada tentativa de controle
inflacionário por parte do governo, houve também a corrida de algumas empresas, já
endividadas pelas obras da década anterior, aos suppliers credits, que acabou por
complicar ainda mais sua saúde financeira.

Houve também o RENCOR e o frustrado Projeto de Revisão do Setor Elétrico -


REVISE. Foi também a década dos black-outs e da inadimplência setorial. No início
dos anos 90, começou um amplo processo de privatização no Brasil, englobando os
mais variados setores de infra-estrutura do país, entre eles o setor elétrico.
A privatização do setor elétrico foi motivada pelo fato de que as empresas estatais
não eram geridas de uma maneira muito eficiente em algumas atividades como, por
exemplo, no corpo administrativo dessas empresas, onde muitos governantes
aproveitavam de sua posição estratégica para conseguir benefícios próprios ou a
pessoas próximas a eles. Existia a necessidade de redução da dívida pública e não
havia dinheiro para investimento do setor público.

O autor tem muitas razões ao oferecer uma bússola para uma navegação segura
diante dos mares revoltos das barreiras e indicar as rotas seguras para as
conquistas frente as lições deixadas pelas tormentas da vida.
O setor elétrico mundial tem passado por amplo processo de reestruturação
organizacional. No modelo atual os sistemas elétricos são tipicamente divididos em
segmentos como: geração, transmissão, distribuição, e comercialização. No Brasil, este
processo de re-estruturação foi desencadeado com a criação de um novo marco
regulatório, a desestatização das empresas do setor elétrico, e a abertura do mercado
de energia elétrica. Para gerenciar este novo modelo do setor elétrico, o Governo
Federal criou a estrutura organizacional apresentada na Figura 2 e definida a seguir.
a) Conselho Nacional de Política Energética – CNPE Órgão de assessoramento do
Presidente da República para formulação de políticas nacionais e diretrizes de energia,
visando, dentre outros, o aproveitamento natural dos recursos energéticos do país, a
revisão periódica da matriz energética e a definição de diretrizes para programas
específicos.

b) Ministério de Minas e Energia – MME Encarregado de formulação, do


planejamento e da implementação de ações do Governo Federal no âmbito da
política energética nacional. O MME detém o poder concedente.

c) Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE Constituído no âmbito do


MME e sob sua coordenação direta, com a função precípua de acompanhar e avaliar
permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletro energético
em todo o território.

d) Empresa de Pesquisa Energética - EPE Empresa pública federal vinculada ao MME


tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinados a
subsidiar o planejamento do setor energético.
e) Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL Autarquia vinculada ao MME, com
finalidade de regular a fiscalização, a produção, transmissão, distribuição e
comercialização de energia, em conformidade com as políticas e diretrizes do Governo
Federal. A ANEEL detém os poderes regulador e fiscalizador.

f) Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS Pessoa jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, sob regulação e fiscalização da ANEEL, tem por objetivo executar as
atividades de coordenação e controle da operação de geração e transmissão, no
âmbito do SIN (Sistema Interligado Nacional).

g) Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE Pessoa jurídica de direito


privado, sem fins lucrativos, sob regulação e fiscalização da ANEEL, com finalidade de
viabilizar a comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional - SIN.
Administra os contratos de compra e venda de energia elétrica, sua contabilização e
liquidação. A CCEE é responsável pela operação comercial do sistema
A comercialização de energia elétrica é atualmente realizada em dois ambientes
diferentes: Ambiente de Contratação Livre (ACL): destinado ao atendimento de
consumidores livres por meio de contratos bilaterais firmados com produtores
independentes de energia, agentes comercializadores ou geradores estatais. Estes
últimos só podem fazer suas ofertas por meio de leilões públicos.

Consumidor livre: consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica
junto a qualquer fornecedor, que é atendido em qualquer tensão e com demanda
contratada mínima de 3MW. (Resolução ANEEL No. 264 e 456)

Ambiente de Contratação Regulada (ACR): destinado ao atendimento de consumidores


cativos por meio das distribuidoras, sendo estas supridas por geradores estatais ou
independentes que vendem energia em leilões públicos anuais.
h) Agências Estaduais de Energia Elétrica Nos
estados foram criadas as Agências Reguladoras
Estaduais com a finalidade de descentralizar as
atividades da ANEEL. A Figura 3 apresenta as
agências reguladoras estaduais.

h) Eletrobrás A Eletrobrás controla grande parte dos sistemas de geração e transmissão


de energia elétrica do Brasil por intermédio de seis subsidiárias: Chesf, Furnas, Eletrosul,
Eletronorte, CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica) e Eletronuclear

A empresa possui ainda 50% da Itaipu Binancional e também controla o Centro de


Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o maior de seu gênero no Hemisfério Sul
A Eletrobrás dá suporte a programas estratégicos do governo federal, como o Programa
de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), o Programa Nacional
de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos) e o Programa
Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). j) Agentes Setoriais Agentes
relacionados ao setor de energia elétrica (Tabela 1).
Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica. Empresas associadas: AES TIETÊ, CDSA,
ABRAGE
CEMIG, CESP, CEEE, DUKE-GP, CHESF, COPEL, ELETRONORTE, EMAE, FURNAS, LIGHT, TRACTEBEL ENERGIA

Associação Brasileira de Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica. Empresas associadas: CEMIG,
ABRATE CTEEP, CHESF, COPEL, Transmissão S.A, ELETRONORTE, Furnas Centrais Elétricas AS, Companhia Estadual de
Geração e Transmissão de Energia Elétrica - CEEE GT, ELETROSUL Centrais Elétricas S.A.

Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Empresas associadas (48 dentre as 67


concessionárias de distribuição): AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE ENERGIA S.A.; AMPLA - COMPANHIA
DE ELETRICIDADE DO RIO DE JANEIRO; BANDEIRANTE ENERGIA S.A.; BOA VISTA ENERGIA S.A.; COMPANHIA
DE ELETRICIDADE DA BORBOREMA; EMPRESA ELÉTRICA BRAGANTINA; CAIUA SERVIÇOS DE ELETRICIDADE
S.A.; COMPANHIA FORÇA E LUZ CATAGUAZES LEOPOLDINA; CEAL - COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS;
CEAM - COMPANHIA ENERGÉTICA DO AMAZONAS (incorporada pela Manaus Energia S.A. (MASA); CEB -
COMPANHIA ENERGÉTICA DE BRASÍLIA; CEEE - COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA; CELESC -
ABRADEE
CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A.; CELG - COMPANHIA ENERGÉTICA DE GOIÁS; CELPA - CENTRAIS
ELÉTRICAS DO PARÁ S.A.; CELPE - COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO; CELTINS - COMPANHIA DE
ENERGIA ELÉTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS; CEMAR - COMPANHIA ENERGÉTICA DO MARANHÃO; CEMAT -
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A.; CEMIG - COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS; CENF -
COMPANHIA DE ELETRICIDADE DE NOVA FRIBURGO; CEPISA - COMPANHIA ENERGÉTICA DO PIAUÍ; CERON -
CENTRAIS ELÉTRICAS DE RONDÔNIA S.A; CFLO - COMPANHIA FORÇA E LUZ DO OESTE; CHESP - COMPANHIA
HIDROELÉTRICA SÃO PATRÍCIO; COELBA - COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA;

ABEER Associação Brasileira das Empresas de Energia Renovável

ABRACEEL Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica

ABRACEE Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres

Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica - Os produtores independentes (PIEs)
são empresas ou grupo de empresas reunidas em consórcio, com autorização ou concessão para produzir
APINE energia destinada ao comércio de toda ou parte da produção por sua conta e risco. Os PIs têm como garantia
o livre acesso aos sistemas elétricos, além disso, têm autonomia para fechar contratos bilaterais de compra e
venda de energia elétrica.
O objetivo de um sistema elétrico de potência (SEP) é gerar, transmitir e distribuir
energia elétrica atendendo a determinados padrões de confiabilidade, disponibilidade,
qualidade, segurança e custos, com o mínimo impacto ambiental e o máximo de
segurança pessoal.

– Confiabilidade e disponibilidade são duas importantes e distintas características que os


SEPs devem apresentar. Ambos são expressos em %.

• Confiabilidade representa a probabilidade de componentes, partes e sistemas


realizarem suas funções requeridas por um dado período de tempo sem falhar.
Confiabilidade representa o tempo que o componente, parte ou sistema levará para
falhar. A confiabilidade não reflete o tempo necessário para a unidade em reparo
retornar à condição de trabalho.
• Disponibilidade é definida como a probabilidade que o sistema esteja operando
adequadamente quando requisitado para uso. Em outras palavras, é a probabilidade de
um sistema não estar com falha ou em reparo quando requisitado para uso. A expressão
abaixo quantifica a disponibilidade:

A disponibilidade é função da confiabilidade e da manutenabilidade – exercício da


manutenção.
Se um sistema tem uma alta disponibilidade não necessariamente terá uma alta
confiabilidade.

Como pode ser visto na Tabela 2, se a confiabilidade é mantida constante, mesmo


em um valor alto, isto não implica diretamente uma alta disponibilidade. Quando o
tempo para reparo aumenta, a disponibilidade diminui. Mesmo um sistema com
uma baixa confiabilidade poderia ter uma alta disponibilidade se o tempo para
reparo é curto.
 Qualidade da energia é a condição de compatibilidade entre sistema supridor e
carga atendendo critérios de conformidade senoidal.

 Segurança está relacionado com a habilidade do sistema de responder a


distúrbios que possam ocorrer no sistema. Em geral os sistemas elétricos são
construídos para continuar operando após ser submetido a uma contingência.

A estrutura do sistema elétrico de potência compreende os sistemas de geração,


transmissão, distribuição e subestações de energia elétrica, em geral cobrindo uma
grande área geográfica.
O sistema atual de energia elétrica é baseado em grandes usinas de geração que
transmitem energia através de sistemas de transmissão de alta tensão, que é então
distribuída para sistemas de distribuição de média e baixa tensão. Em geral o fluxo de
energia é unidirecional e a energia é despachada e controlada por centro(s) de despacho
com base em requisitos pré-definidos.
Normalmente os sistemas de distribuição são gerenciados por monopólios empresariais,
enquanto o setor de geração e de transmissão apresenta certa competitividade em um
sistema desverticalizado.
Geração de Energia Elétrica

Nós dividimos o sistema de energia em três partes; geração, transmissão e distribuição de


energia.
Na verdade, na geração de energia, uma forma de energia é convertida em energia
elétrica. Nós produzimos energia elétrica a partir de várias fontes naturais.
Classificamos essas fontes em dois tipos de fontes renováveis ​e não renováveis. No atual
sistema de energia, a maior parte da energia elétrica é gerada a partir de fontes não
renováveis, como carvão, petróleo e gases naturais.
Mas essas fontes estão limitadamente disponíveis. Então, temos que usar essas fontes
com cuidado e sempre para encontrar uma fonte alternativa ou mover-se em fontes
renováveis.
As fontes renováveis ​incluem o solar, o vento, a água, a maré e a biomassa. Essas fontes
são o recurso livre e infinito disponível para o meio ambiente. Vamos obter mais
informações sobre fontes renováveis.
Sistema de energia solar

É uma melhor fonte alternativa para geração de energia. Existem duas maneiras de
gerar energia elétrica a partir da luz solar. Podemos criar eletricidade diretamente
usando células fotovoltaicas (PV) . A célula fotovoltaica é composta de silício. Muitas
células são conectadas em série ou paralelas para fazer um painel solar. Podemos
produzir calor (térmico solar) com a ajuda de espelhos à luz do sol, e usamos esse calor
para converter água em vapor . Este vapor de alta temperatura gira as turbinas.

Vantagens do sistema de energia solar


• O custo de transmissão é zero para um sistema independente.
• Sistema de geração de eletricidade solar é favorável ao meio ambiente.
• O custo de manutenção é baixo.
• É uma fonte ideal para locais remotos que não podem se conectar à rede.

Desvantagens do sistema de energia solar


• As despesas iniciais são altas.
• Exigir grande área para produção em massa.
• O sistema de geração de eletricidade solar é dependente do tempo.
• Armazenamento de energia solar ( bateria ) é caro.
Sistema de energia eólica

As turbinas eólicas são usadas para converter energia eólica em energia elétrica. O vento
flui devido à mudança de temperatura na atmosfera.
As turbinas eólicas transformam a energia eólica em energia cinética.
A energia cinética rotativa gira o gerador de indução , e esse gerador converte energia
cinética em energia elétrica.

Vantagens do sistema de energia eólica

• A energia eólica é uma fonte de energia ilimitada, livre e limpa.


• O custo operacional é quase zero.
• Um sistema de geração de eletricidade eólica pode gerar energia em um local remoto.

Desvantagem do sistema de energia eólica

• Não pode produzir a mesma quantidade de eletricidade durante todo o tempo. • Precisa
de grande área aberta.
• Faz barulho.
• O processo de construção de uma turbina eólica é caro.
• Dá menor saída de eletricidade.
• Ele representa ameaças de pássaros voando.
Sistema de energia hidrelétrica
A energia obtida da água do rio ou do oceano é chamada de energia hidrelétrica. Usinas
hidrelétricas são obras baseadas nos efeitos gravitacionais. Aqui nós armazenamos água em
uma represa ou reservatório. Quando permitimos que a água caia, o movimento dessa água
à medida que ela flui rio abaixo em direção à comporta provoca energia cinética que gira as
turbinas.

Vantagens do Sistema Hidroelétrico


• Pode ser usado no serviço instantaneamente.
• Após este processo, a água pode ser usada para irrigação e outros fins.
• As barragens são projetadas por um período prolongado e, portanto, podem contribuir
para a geração de energia elétrica por muitos anos.
• Os custos de operação e manutenção são baixos.
• Nenhum transporte de combustível é necessário.

Desvantagens do Sistema Hidroelétrico


• O custo inicial de uma usina hidrelétrica é alto.
• As usinas hidrelétricas estão localizadas na área montanhosa, e estão muito longe da
carga. Então, eles exigem longa linha de transmissão .
• A construção de barragens pode inundar vilas e cidades.
• Também é dependente do tempo.
Sistema de energia de carvão

Usina termelétrica produz eletricidade pela queima de carvão na caldeira. O calor é usado
para converter água em vapor. Esse vapor de alta pressão e alta temperatura que flui para a
turbina gira um gerador para produzir energia elétrica. Depois de passar pela turbina, o
vapor é resfriado em um condensador e reutilizado na caldeira para gerar vapor
novamente. Usina termelétrica funciona de acordo com o ciclo de Rankine .

Vantagens do sistema de energia de carvão


• O carvão é barato.
• Tem menor custo inicial em comparação com usinas renováveis .
• Requer menos espaço que uma planta hidel.
• Podemos construir uma usina termelétrica em qualquer lugar, porque o carvão pode ser
transportado para a fábrica, independentemente de sua localização.
• Construção e comissionamento da usina termelétrica levam menos tempo do que uma
usina de hidel.

Desvantagens do sistema de energia de carvão


• O carvão é uma fonte de energia não renovável.
• Custo operacional alto e variável de acordo com o preço do combustível.
• Ela polui a atmosfera devido à fumaça e fumaça.
• Requer grande quantidade de água.
Sistema de Energia Nuclear

Trabalhar com energia nuclear é quase o mesmo que uma usina termelétrica. Em uma usina
termelétrica, o carvão é usado na caldeira para produzir calor. Em uma usina nuclear , o
urânio é usado no reator nuclear para gerar calor. Em ambas as usinas , a energia térmica é
convertida em energia elétrica. 1 kg de urânio pode produzir energia igual à energia
produzida pela queima de 4500 toneladas de carvão ou 2000 toneladas de petróleo.

Vantagens do sistema de energia nuclear


• Requer menos espaço que uma usina termelétrica e uma usina hidrelétrica .
• Pode produzir uma quantidade extraordinariamente alta de energia elétrica a partir da
única planta.
• Não emite CO 2
• Uma usina nuclear precisa de uma pequena quantidade de combustível.

Desvantagens do sistema de energia nuclear


• Tem alto custo inicial de construção.
• Tem alto custo de operação e manutenção.
• Tem lixo radioativo.
• Tem um alto risco de radioatividade e explosão.
A transmissão de longa distância de energia elétrica é um dos maiores desafios da era da
eletricidade.
Os objetivos que os engenheiros têm trabalhado permaneceram os mesmos, apesar de
muitas outras mudanças ao longo dos anos.

1. Eficiência - transporte de energia elétrica a distância com perdas mínimas;

2. Segurança - poder de transporte através de áreas urbanas e rurais minimizando danos


a pessoas e animais;

3. Custo - use as matérias-primas mínimas e os custos de construção / operação


possíveis;

4. Robustez - criar um sistema que não seja vulnerável a surtos de raios, explosões
solares, terremotos, tempestades de gelo, tempestades de vento e que o sistema seja
capaz de "curar-se" quando ocorrem paralisações, isolando áreas problemáticas.

Na página seguinte, mostra uma ilustração simples da rede de transmissão, mostrando


que a alta tensão desceu para as linhas de alimentação.
Desde a primeira transmissão de longa distância a Munique, Alemanha, em 1882, os
humanos cometeram todos os erros possíveis e aprenderam com isso. Engenheiros
ainda estão tentando resolver problemas muito difíceis, como controle de custos e
resistência a eventos de explosão solar, que poderiam derrubar energia em todo o
mundo.
Existem quatro maneiras de redes de transmissão em longas distâncias:
Diagrama de linha única do sistema de
transmissão de energia CA Um diagrama
típico de linha única que representa o
fluxo de energia em um determinado
sistema de energia é mostrado abaixo:
A energia elétrica é normalmente gerada a 11kV em uma estação de energia. Enquanto
em alguns casos, a energia pode ser gerada a 33 kV.
Esta tensão de geração é então aumentada para 132kV, 220kV, 400kV ou 765kV, etc.
A intensificação do nível de tensão depende da distância em que a energia será
transmitida.
Quanto maior a distância, maior será o nível de voltagem. Intensificação de tensão é o
de reduzir as perdas R na transmissão da potência (quando a tensão é intensificada, a
corrente reduz por uma quantidade relativa, de modo que a potência permanece
constante, e, portanto, perda de R também reduz).
Este estágio é chamado de transmissão primária . A tensão é diminuída em uma estação
receptora para 33kV ou 66kV.
Linhas de transmissão secundárias emergem desta estação receptora para conectar
subestações localizadas perto de centros de carga (cidades, etc.).
A tensão é reduzida novamente para 11kV em uma subestação. Grandes
consumidores industriais podem ser fornecidos a 11kV diretamente dessas
subestações.
Além disso, alimentadores emergem dessas subestações. Este estágio é chamado de
distribuição primária . Os alimentadores são cabos aéreos ou subterrâneos que
transportam energia perto dos pontos de carga (consumidores finais) até alguns
quilômetros.
Finalmente, a tensão é reduzida para 415 volts por um transformador de distribuição
montado em poste e entregue aos distribuidores.
Os consumidores finais são fornecidos através de uma linha de alimentação de
serviço dos distribuidores.
O sistema de distribuição secundária consiste em alimentadores, distribuidores e
redes de serviço.
A transmissão de energia elétrica também pode ser realizada usando cabos
subterrâneos . Mas, a construção de uma linha de transmissão subterrânea geralmente
custa de 4 a 10 vezes mais que uma linha aérea de distância equivalente. No entanto,
deve-se notar que, o custo de construção de linhas de transmissão subterrâneas
depende muito do ambiente local. Além disso, o custo do material condutor é uma das
cargas mais consideráveis ​em um sistema de transmissão. Como o custo do condutor é
uma parte importante do custo total, ele deve ser levado em consideração durante o
projeto. A escolha do sistema de transmissão é feita tendo em mente vários fatores,
como confiabilidade, eficiência e economia. Normalmente, o sistema de transmissão
aérea é usado.
Principais Elementos De Uma Linha De Transmissão Devido às considerações econômicas,
o sistema aéreo trifásico de três fios é amplamente utilizado para transmissão de energia
elétrica.

A seguir estão os principais elementos de um sistema de energia típico.

• Condutores: três para uma única linha de circuito e seis para uma linha de circuito
duplo. Os condutores devem ter o tamanho adequado (ou seja, área transversal). Isso
depende da sua capacidade atual. Normalmente, são usados ​condutores ACSR (Alumínio
com núcleo de aço reforçado).

• Transformadores : Os transformadores elevadores são usados ​para aumentar o nível de


tensão e os transformadores redondos são usados ​para reduzi-lo. Transformadores
permitem que a energia seja transmitida com maior eficiência.

• Isoladores de linha: para apoiar mecanicamente os condutores de linha, isolando-os


eletricamente das torres de suporte.

• Torres de suporte: para apoiar os condutores de linha suspensos no ar.


• Dispositivos de
proteção: proteger o
sistema de transmissão e
garantir uma operação
confiável. Estes incluem
fios terra, para-raios,
disjuntores, relés, etc.

• Reguladores de tensão:
para manter a tensão
dentro dos limites
permitidos na
extremidade receptora.
O sistema de Sub-transmissão é parte do Sistema de Distribuição entre os Sistemas de
Transmissão e as Subestações de Distribuição. A maioria desses sistemas utiliza tensões de
69 a 138 kV. As topologias utilizadas na Sub-transmissão são:
• Radial
• Radial com recurso
• Anel (loop)
• Reticulado (grid or network)
Rede de Sub-transmissão
Subestações Conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que agrupa os
equipamentos, condutores e acessórios, destinados à proteção, medição, manobra e
transformação de grandezas elétricas.” As subestações (SE) são pontos de convergência,
entrada e saída, de linhas de transmissão ou distribuição. Com frequência, constituem
uma interface entre dois subsistemas. As linhas que abastecem as subestações de
distribuição da Coelce e consumidores classe A-3 (classe de tensão 72,5kV) têm origem a
partir das subestações 230/69kV.

O subsistema elétrico suprido através de cada uma destas subestações define uma região
elétrica de operação, também denominada de ponto de entrega ou ponto de suprimento
em 69kV. Atualmente há três pontos de entrega em 69kV em operação na Cidade de
Fortaleza (Fortaleza, Delmiro Gouveia e Pici II), um na Região Metropolitana de Fortaleza
(Cauipe), um na região Norte do Estado (Sobral II) e cinco nas regiões Centro, Centro-
Oeste e Sul do Estado (Milagres, Icó, Banabuiú, Russas II e Tauá).
Características do Sistema Elétrico Brasileiro

A eletricidade entrou no Brasil no final do século 19, através da concessão de


privilégio para a exploração da iluminação pública, dada pelo Imperador D. Pedro II
a Thomas Edison.

Em 1930, a potência instalada no Brasil atingia a cerca de 350 MW, em usinas hoje
consideradas como de pequena potência, pertencentes a indústrias e a Prefeituras
Municipais, na maioria hidroelétricas operando a “fio d´água” ou com pequenos
reservatórios de regularização diária.

Em 1939, no Governo Vargas, foi criado o Conselho Nacional de Águas e Energia,


órgão de regulamentação e fiscalização, mais tarde substituído pelo Departamento
Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE- subordinado ao Ministério de Minas
e Energia.

A primeira metade do século 20 representa a fase de afirmação da geração de


eletricidade como atividade de importância econômica e estratégica para o País.
A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, o Sistema Elétrico ganhou impulso com a
construção da primeira grande usina, a de Paulo Afonso I, com a potência de 180 MW,
seguida pelas usinas de Furnas, Três Marias e outras, com grandes reservatórios de
regularização plurianual.

No final da década de 60, foi criado o Grupo de Coordenação de Operação Interligada,


tomando corpo o sistema nacional interligado.

Nos seus mais 100 anos de existência, o Sistema Elétrico Brasileiro,


predominantemente hídrico (88% da potência e 94% da energia gerada em 1999),
gerou cerca de 5.000 TWh, quantidade de energia que, na geração exclusivamente
térmica, corresponde a mais da metade da reserva brasileira de petróleo, avaliada em
20 bilhões de barris.

Nesse século, o Sistema passou por períodos com diferentes taxas de crescimento,
decorrentes ora do regime hidrológico, ora de dificuldades econômicas.
A interpretação da trajetória histórica do Sistema permitiria discriminar os efeitos
atribuíveis à sua interação com outros setores (o econômico, o petrolífero, o
ambiental, etc...) e os problemas inerentes a ele, de forma a se projetar com maior
segurança a evolução futura, em especial sua participação no parque gerador após a
instalação das termoelétricas a gás natural.

Na descrição que se segue, usamos dados do Balanço Energético Nacional, elaborado


desde 1974 e contendo séries históricas iniciadas no ano de 1970, complementados
por dados de outras fontes quando necessário.

A projeção focaliza principalmente a potência instalada que, por sua inércia,


determinada pelo tempo relativamente longo de maturação e implementação dos
aproveitamentos, é uma função relativamente “lisa” do tempo, e a geração efetiva
(energia firme) ou fator de capacidade para examinar os transientes.
As tensões de conexão padronizadas para
alta tensão (AT) e média tensão (MT) do
sistema de distribuição são: 130 kV (AT), 69
kV (AT), 34,5 kV (MT) e 13,8 kV (MT). As
tensões nominais padronizadas em baixa
tensão são mostradas na Tabela abaixo.

Os sistemas de distribuição de energia elétrica no Brasil incluem todas as redes e linhas


de distribuição de energia elétrica em tensão inferior a 230 kV, seja em baixa tensão (BT),
média tensão (MT) ou alta tensão (AT).

Alta tensão (AT) Tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou superior a 69 kV e inferior a
230 kV, ou instalações em tensão igual ou superior a 230 kV quando especificamente
definidas pela ANEEL.

Média tensão (MT) Tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e inferior a 69 kV.

Baixa tensão (BT) Tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou inferior a 1 kV.
Características dos Sistemas Elétricos
de Potência

• Normalmente são trifásicos;


• Apresentam um grande número de
componentes;
• Possuem transformadores que
particionam o sistema em seções de
diferentes níveis de tensão. Símbolos
de componentes elétricos
Representação do Sistema Elétrico

Os sistemas elétricos podem ser representados


graficamente através de:

• Diagramas Unifilares

• Diagramas Multifilares

• Diagrama Equivalente por Fase

Os sistemas elétricos podem ser representados


graficamente através de:

- Diagramas Unifilares

- Diagramas Multifilares

- Diagrama Equivalente por Fase


Bibliografia

CASELATO, Djalma. Exercícios Introdutórios a Sistemas Elétricos de Potência –Sem


editora- 1ª Edição - 2005.

SOUZA BENEDITO, Raphael Augusto. Sistemas Elétricos de Potência: Introdução a


Sistemas Elétricos de Potência. 1ª Edição. UTFPR, Paraná, 2008.

MONTICELLI, A. J.; Garcia, A. “Introdução a Sistemas de Energia Elétrica”. Editora


UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.

BARIONI DE OLIVEIRA, C.C.; Schmidt, H.P.; Kagan, N.; Robba, E.J. “Introdução a
Sistemas Elétricos de Potência: Componentes Simétricas”. Editora Edgard Blucher, 2ª.
Edição, São Paulo, 2000.

O. FRONTIN, Sérgio. GTD – EQUIPAMENTOS DE ALTA TENSÃO: Prospecção e


Hierarquização de Inovações Tecnológicas. 1ª Edição. Universidade de Brasília, Brasília,
2013.

Você também pode gostar