ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA - Transiçao para humanidadeGEERTZ
ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA - Transiçao para humanidadeGEERTZ
ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA - Transiçao para humanidadeGEERTZ
Daniel Coelho
Unimontes-
TRANSIÇÃO PARA A HUMANIDADE*
No entanto, se bem que os estudiosos das
ciências sociais — psicólogos, sociólogos,
especialistas em
ciências políticas — não neguem a natureza
animal do homem, revelaram a tendência de o
considerar único no seu gênero, diferente, como
às vezes eles mesmos dizem, não só de «grau»,
mas também de «qualidade».
CULTURA
“O homem é um animal que consegue fabricar
ferramentas, falar e criar símbolos. Só ele ri; só ele
sabe que um dia morrerá; só ele tem aversão a
copular com a sua mãe ou a sua irmã.; só ele
consegue imaginar outros mundos em que habitar,
chamados religiões por Santayana, ou fabricar peças
de barro mentais a que Cyril Connolly chamou arte.
Considera-se que o homem possui, não só
inteligência, como também consciência; não só tem
necessidades, como também valores, não só receios,
como também consciência moral; não só passado,
como também história. Só ele — concluindo à
maneira de grande sumário — possui cultura.
Só ele — concluindo à maneira de grande
sumário — possui cultura
Vila de Suradita, Java ocidental, Indonésia.
Homem –produtor e produto de cultura.
O Homem converte-se agora, já não só no
produtor de cultura, mas também, num
sentido biológico específico do termo, no
seu produto.
A constituição inata, genérica do homem
moderno (aquilo a que, de uma maneira
mais simples, se costuma chamar«natureza
humana») parece ser um produto tanto
cultural como biológico.
As raças modernas são apenas isto : modernas.
Elas representam adaptações muito tardias e
secundárias na cor da pele, estrutura facial, etc.,
devidas, provavelmente, em primeiro lugar, a
diferenças climáticas, à medida que o Homo
sapiens se foi estendendo por todo o planeta até
finais da era glacial.
As ferramentas, a caça, a organização familiar, e,
mais a arte, a religião e uma forma primitiva de
«ciência», moldaram o homem somaticamente, e
são, portanto, não só necessárias para a sua
sobrevivência, como também para a sua realização
existencial.