Realism o Naturalism o
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NATURALISMO
Leia o fragmento abaixo e responda.
Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma
pelos olhos enamorados. Naquela mulata estava o
grande mistério, a síntese das impressões que ele
recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-
dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era
o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o
atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e
esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o
veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce
que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas
com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e
traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava
havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os
desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade
da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do
sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota
daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela
nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e
espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.
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Capítulo XI
O menino é pai do homem
Surge et ambula!
Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,
Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate.