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Paço Arquiepiscopal Bracarense: diferenças entre revisões

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O '''[[Paço Episcopal]] [[Braga|Bracarense]]''' ou '''Paço Arquiepiscopal''', situado no centro histórico de [[Braga]], foi o [[palácio]] dos [[Arquidiocese de Braga|Arcebispos de Braga]].
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O antigo '''Paço Episcopal Bracarense''', também referido apenas como '''Paço Arquiepiscopal''', localiza-se na freguesia da [[Sé (Braga)|Sé]], no centro histórico da cidade de [[Braga]], no [[distrito de Braga|distrito de mesmo nome]], em [[Portugal]].<ref>{{Citar web|url = http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73930 |título = Paço Arquiepiscopal Bracarense |publicado = [[Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico|IGESPAR]] |língua = |acessodata = 1 de janeiro de 2020}}</ref>


O edifício é, actualmente, ocupado pela reitoria da [[Universidade do Minho]] e pela [[Biblioteca Pública de Braga]], estando as instalações do actual Paço Arquiepiscopal de Braga localizadas na [[Casa do Tanque]], em [[São Victor (Braga)|São Victor]], desde 1920.
A construção de novos edifícios ao longo dos séculos resultou num extraordinário conjunto urbano multi-arquitectónico. Tal como no passado fora a casa da maior entidade sócio-cultural da região ([[Igreja Católica]]), hoje também o continua a ser como reitoria da [[Universidade do Minho]].


O antigo Paço Episcopal Bracarense está classificado como [[Imóvel de Interesse Público]] desde 1967.<ref>[http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1106 Ficha na base de dados SIPA]</ref>
==Edifícios==
===Jardim de Santa Bárbara===
[[Imagem:Paco Arquipiscopal Braga.jpg|thumb|right|300px|Edifício voltado para o [[Jardim de Santa Bárbara]].]]
O edifício mais antigo está voltado para o [[Jardim de Santa Bárbara]] e é conhecido como '''Paço Medieval de Braga'''. É um edifício medieval, construído pelos arcebispos [[Gonçalo Pereira]] e [[Fernando da Guerra]] dos séculos XIV-XV.


== História ==
É uma edificação sóbria, com aparência de fortificação que se estaca pela solidez do aparelho regular de blocos graníticos e os vãos de janelas em arco ogival.
Constitui-se no [[palácio]] dos [[Arquidiocese de Braga|Arcebispos de Braga]]. Ao longo dos séculos, a adição de novos edifícios resultou num extraordinário conjunto urbano multi-arquitectónico.


=== Jardim de Santa Bárbara ===
Encontra-se ocupado pelo [[Arquivo Distrital de Braga]].
O edifício mais antigo do conjunto está voltado para o [[Jardim de Santa Bárbara]], sendo conhecido como '''Paço Medieval de Braga'''. Foi erguido em fins da [[Idade Média]] por iniciativa dos arcebispos D. [[Gonçalo Pereira]] e D. [[Fernando da Guerra]], nos [[século XIV|séculos XIV]] e [[século XV|XV]].


Constitui-se numa edificação sóbria com a aparência de uma fortificação, que se estaca pela solidez do aparelho regular de blocos [[granito|graníticos]], vãos de [[janela]]s em [[arco ogival]], encimado por [[ameia]]s.
===Largo do Paço===
Os edifícios com as fachadas voltadas para o [[Largo do Paço (Braga)|Largo do Paço]], são obra dos arcebispos D. Manuel de Sousa, D. Agostinho de Jesus e [[Rodrigo de Moura Teles|D. Rodrigo de Moura Teles]].


Até 2017 esteve ocupado pelo [[Arquivo Distrital de Braga]].
O largo do Paço é constituído por três alas:
====Ala Poente====
Construído no tempo do Arcebispo [[D. Agostinho de Jesus]] (1587-1609). Nele estão incrustadas as suas armas, no varandim virado para o Largo D. João Peculiar e no centro da galeria sustentada por colunas.


=== Largo do Paço ===
O varandim servia para o arcebispo ver passar as procissões.
Os edifícios com as fachadas voltadas para o [[Largo do Paço (Braga)|Largo do Paço]], são obra dos arcebispos D. [[Manuel de Sousa]], D. [[Agostinho de Jesus]] e D. [[Rodrigo de Moura Teles]]. Neste conjunto de edifícios está instalada a reitoria da [[Universidade do Minho]], incluindo o Salão Nobre, onde se realizam as cerimónias mais importantes da academia minhota.


O conjunto pode dividir-se em três alas:
No brasão central do edifício pode ler-se a inscrição latina "D Agostinho de Jesus, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas".


;Ala Poente
====Ala Nascente====
Erguida por iniciativa de D. Agostinho de Jesus (1587-1609), conforme o atesta o seu brasão de armas, inscrito no varandim virado para o Largo D. João Peculiar (de onde este arcebispo contemplava as procissões) e no centro da galeria sustentada por colunas.
O Lado Nascente é constituído por dois dois edifícios.


No brasão central do edifício pode ler-se a inscrição [[latim|latina]]: "''D Agostinho de Jesus, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas''".
O edifício do lado da [[Rua do Souto (Braga)|Rua do Souto]] deve-se ao Arcebispo [[Rodrigo de Moura Teles|D. Rodrigo de Moura Telles]], e nele estão gravadas as suas armas. Era a casa da guarda.


;Ala Nascente
O edifício do lado interior deve-se ao Arcebispo D. Manuel de Sousa (1544-1549) e funcionou como Tribunal da Relação. Funcionou também durante muitos anos o Tribunal de Primeira Instância Civil. Inicialmente foi destinado aos vários cartórios eclesiásticos, arquivos.
É constituída por dois dois edifícios:


* o do lado da [[Rua do Souto (Braga)|rua do Souto]] foi erguido por iniciativa de D. Rodrigo de Moura Teles, conforme o atestam as suas armas. Tinha a função de Casa da Guarda.
Tem sobre a porta de entrada por baixo do brasão dos Sousas uma inscrição latina que se traduz por "Para ilustrar a cidade, e haver um tribunal permante, onde se administre a justiça e não instável como dantes, D. Manuel de Sousa, pai e senhor da cidade e grande sacerdote da Justiça mandou construir este célebre edifício".
* o do lado interior deve-se a D. Manuel de Sousa (1544-1549) e tinha a função de abrigar os vários cartórios e os arquivos eclesiásticos. Posteriormente abrigou o Tribunal da Relação. Aí funcionou também, durante muitos anos, o Tribunal de Primeira Instância Civil. Tem sobre a porta de entrada, por baixo do brasão dos Sousas, uma inscrição latina que se traduz por "Para ilustrar a cidade, e haver um tribunal permante, onde se administre a justiça e não instável como dantes, D. Manuel de Sousa, pai e senhor da cidade e grande sacerdote da Justiça mandou construir este célebre edifício".


====Ala Norte====
;Ala Norte
O edifício da Ala Norte foi edificado pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles.
Foi edificado também por D. Rodrigo de Moura Teles.


Nele podemos ver, por baixo do brasão do arcebispo, a inscrição latina: ''Ó domus antiqua quam dispari domino dominaris'' ano de [[1709]], ou seja ''Ó casa antiga! Quanto é diferente o Senhor que te possue''. Esta frase foi proferida por [[Frei Bartolomeu dos Mártires]] quando ali chegou. Ainda acrescentou modestamente, lembrando os seus antecessores: "Como é indigno o que hoje vem ocupar o vosso lugar" A frase latina deve-se a [[Cícero]].
Por baixo do brasão de armas deste arcebispo, encontra-se a inscrição latina: "''Ó domus antiqua quam dispari domino dominaris''", ano de [[1709]]. A expressão pode ser traduzida como "Ó casa antiga! Quanto é diferente o Senhor que te possui", frase proferida por Frei [[Bartolomeu dos Mártires]] quando ali chegou. Ainda acrescentou modestamente, recordando os seus antecessores: "Como é indigno o que hoje vem ocupar o vosso lugar", frase latina que se deve a [[Cícero]].


=== Praça do Município ===
[[Imagem:Paço Episcopal Bracarense Barroco.jpg|thumb|300px|right|Edifício voltado para a [[Praça do Município]].]]
O edifício voltado para a [[Praça do Município (Braga)|praça do Município]] foi erguido por [[José de Bragança (1703)|D. José de Bragança]] no início do [[século XVIII]], com projeto da autoria do arquiteto [[André Soares]], em estilo [[barroco]].
===Praça do Município===
O edifício voltado para a [[Praça do Município (Braga)|Praça do Município]] é da responsabilidade do arcebispo [[José de Bragança (1703)|José de Bragança]] é [[barroco]], foi construído no início do século dezoito e é da autoria do arquitecto [[André Soares]].


Este edifício foi vítima de um grande incêndio em 16 de Abril de 1866, sendo reconstruído, sob a orientação do arquitecto Fernandes de Sá, durante os anos 30 do século vinte.
Este edifício foi consumido por um [[incêndio]] em [[16 de abril]] de [[1866]], vindo a ser reconstruído, sob a orientação do arquiteto [[Manuel Fernandes de Sá]], durante a [[década de 1930]].


Actualmente encontra-se instalado neste edifício a [[Biblioteca Pública de Braga]].
Atualmente o edifício serve de instalações da [[Biblioteca Pública de Braga]].


== Ver também ==
{{Palácios de Portugal}}
* [[Lista de património edificado no distrito de Braga]]


== Referências ==
{{Braga-ArquitecturaReligiosa}}{{Braga-Arquitectura Civil}}
<references/>

== Ligações externas ==
{{commonscat|Archiepiscopal Court}}
* {{Link-ippar|73930|Paço Arquiepiscopal de Braga}}
* {{Link-dgemn|1106|Paço Arquiepiscopal de Braga}}
* [http://bragaon.blogspot.ch/2012/10/memoria-de-braga-novo-paco.html O actual Paço Arquiepiscopal de Braga]

{{Palácios de Portugal}}
{{Braga-ArquitecturaReligiosa}}
{{Braga-Arquitectura Civil}}
{{Controle de autoridade}}


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[[Categoria:Sé (Braga)]]
[[Categoria:Sé (Braga)]]
[[Categoria:Património edificado em Braga]]
[[Categoria:Palácios no distrito de Braga]]
[[Categoria:Palácios de Portugal]]
[[Categoria:Universidade do Minho]]
[[Categoria:Universidade do Minho]]
[[Categoria:Palácios episcopais de Portugal]]

[[Categoria:Arquitetura de Portugal do século XIV]]
[[ca:Palau episcopal de Braga]]
[[Categoria:Imóveis de interesse público em Braga]]
[[en:Archiepiscopal Court]]

Edição atual tal como às 14h15min de 10 de maio de 2022

Jardim de Santa Bárbara, Braga
Paço Episcopal, Braga: detalhe do edifício voltado ao Jardim de Santa Bárbara
Paço episcopal: edifícios voltados ao Largo do Paço

O antigo Paço Episcopal Bracarense, também referido apenas como Paço Arquiepiscopal, localiza-se na freguesia da , no centro histórico da cidade de Braga, no distrito de mesmo nome, em Portugal.[1]

O edifício é, actualmente, ocupado pela reitoria da Universidade do Minho e pela Biblioteca Pública de Braga, estando as instalações do actual Paço Arquiepiscopal de Braga localizadas na Casa do Tanque, em São Victor, desde 1920.

O antigo Paço Episcopal Bracarense está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967.[2]

Constitui-se no palácio dos Arcebispos de Braga. Ao longo dos séculos, a adição de novos edifícios resultou num extraordinário conjunto urbano multi-arquitectónico.

Jardim de Santa Bárbara

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O edifício mais antigo do conjunto está voltado para o Jardim de Santa Bárbara, sendo conhecido como Paço Medieval de Braga. Foi erguido em fins da Idade Média por iniciativa dos arcebispos D. Gonçalo Pereira e D. Fernando da Guerra, nos séculos XIV e XV.

Constitui-se numa edificação sóbria com a aparência de uma fortificação, que se estaca pela solidez do aparelho regular de blocos graníticos, vãos de janelas em arco ogival, encimado por ameias.

Até 2017 esteve ocupado pelo Arquivo Distrital de Braga.

Largo do Paço

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Os edifícios com as fachadas voltadas para o Largo do Paço, são obra dos arcebispos D. Manuel de Sousa, D. Agostinho de Jesus e D. Rodrigo de Moura Teles. Neste conjunto de edifícios está instalada a reitoria da Universidade do Minho, incluindo o Salão Nobre, onde se realizam as cerimónias mais importantes da academia minhota.

O conjunto pode dividir-se em três alas:

Ala Poente

Erguida por iniciativa de D. Agostinho de Jesus (1587-1609), conforme o atesta o seu brasão de armas, inscrito no varandim virado para o Largo D. João Peculiar (de onde este arcebispo contemplava as procissões) e no centro da galeria sustentada por colunas.

No brasão central do edifício pode ler-se a inscrição latina: "D Agostinho de Jesus, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas".

Ala Nascente

É constituída por dois dois edifícios:

  • o do lado da rua do Souto foi erguido por iniciativa de D. Rodrigo de Moura Teles, conforme o atestam as suas armas. Tinha a função de Casa da Guarda.
  • o do lado interior deve-se a D. Manuel de Sousa (1544-1549) e tinha a função de abrigar os vários cartórios e os arquivos eclesiásticos. Posteriormente abrigou o Tribunal da Relação. Aí funcionou também, durante muitos anos, o Tribunal de Primeira Instância Civil. Tem sobre a porta de entrada, por baixo do brasão dos Sousas, uma inscrição latina que se traduz por "Para ilustrar a cidade, e haver um tribunal permante, onde se administre a justiça e não instável como dantes, D. Manuel de Sousa, pai e senhor da cidade e grande sacerdote da Justiça mandou construir este célebre edifício".
Ala Norte

Foi edificado também por D. Rodrigo de Moura Teles.

Por baixo do brasão de armas deste arcebispo, encontra-se a inscrição latina: "Ó domus antiqua quam dispari domino dominaris", ano de 1709. A expressão pode ser traduzida como "Ó casa antiga! Quanto é diferente o Senhor que te possui", frase proferida por Frei Bartolomeu dos Mártires quando ali chegou. Ainda acrescentou modestamente, recordando os seus antecessores: "Como é indigno o que hoje vem ocupar o vosso lugar", frase latina que se deve a Cícero.

Praça do Município

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O edifício voltado para a praça do Município foi erguido por D. José de Bragança no início do século XVIII, com projeto da autoria do arquiteto André Soares, em estilo barroco.

Este edifício foi consumido por um incêndio em 16 de abril de 1866, vindo a ser reconstruído, sob a orientação do arquiteto Manuel Fernandes de Sá, durante a década de 1930.

Atualmente o edifício serve de instalações da Biblioteca Pública de Braga.

Ligações externas

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