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Falangismo: diferenças entre revisões

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'''Falangismo''' é a ideologia política da [[Falange Española de las JONS]] mais tarde [[Falange Española Tradicionalista y de las Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista]] (ambas conhecidas simplesmente por "Falange"), bem como os derivados da mesma noutros países. Em sua forma original, o Falangismo é amplamente considerado uma ideologia [[fascismo|fascista]]. <ref>Stanley G. Payne. ''A History of Fascism, 1914–1945''. University of Wisconsin Press, 1995. Pp. 263.</ref> Sob a liderança de [[Francisco Franco]], muitos dos elementos radicais do Falangismo considerados como fascistas foram diluídos e em grande parte tornou-se uma ideologia [[autoritarismo|autoritária]] e [[conservadorismo|conservadora]] ligada à [[Espanha franquista]]. <ref>Martin Blinkhorn. ''Fascists and Conservatives: The Radical Right and the Establishment in Twentieth-Century Europe''. Reprinted edition. Oxon, England, UK: Routledge, 1990, 2001. Pp. 10</ref> Os oponentes das mudanças franquistas no partido incluem o ex-líder da Falange [[Manuel Hedilla]]. O Falangismo coloca uma forte ênfase na identidade religiosa [[catolicismo|católica]], embora tenha mantido alguns pontos de vista seculares sobre influência direta da Igreja na sociedade, uma vez que acreditava que o Estado deveria ter a autoridade suprema sobre a nação. <ref name="StanleyPayne">Stanley Payne. ''A History of Fascism, 1914–1945''. Madison, Wisconsin, USA: University of Wisconsin Pres, 1995. Pp. 261.</ref> O Falangismo enfatiza a necessidade de autoridade, [[Estratificação social|hierarquia]] e [[ordem social|ordem]] na sociedade. <ref name="StanleyPayne" /> O Falangismo é [[Anticapitalismo|anticapitalista]], anti-democrático e anti-liberal. <ref>Sheelagh M. Ellwood. Spanish fascism in the Franco era: Falange Española de las Jons, 1936–76. Macmillan, 1987. Pp. 99–101.</ref>
'''Falangismo''' é a ideologia política da [[Falange Española de las JONS]] mais tarde [[Falange Española Tradicionalista y de las Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista]] (ambas conhecidas simplesmente por "Falange"), bem como os derivados da mesma noutros países. Em sua forma original, o Falangismo é amplamente considerado uma ideologia [[fascismo|fascista]]. <ref>Stanley G. Payne. ''A History of Fascism, 1914–1945''. University of Wisconsin Press, 1995. Pp. 263.</ref> Sob a liderança de [[Francisco Franco]], muitos dos elementos radicais do Falangismo considerados como fascistas foram diluídos e em grande parte tornou-se uma ideologia [[autoritarismo|autoritária]] e [[conservadorismo|conservadora]] ligada à [[Espanha franquista]]. <ref>Martin Blinkhorn. ''Fascists and Conservatives: The Radical Right and the Establishment in Twentieth-Century Europe''. Reprinted edition. Oxon, England, UK: Routledge, 1990, 2001. Pp. 10</ref> Os oponentes das mudanças franquistas no partido incluem o ex-líder da Falange [[Manuel Hedilla]]. O Falangismo coloca uma forte ênfase na identidade religiosa [[catolicismo|católica]], embora tenha mantido alguns pontos de vista seculares sobre influência direta da Igreja na sociedade, uma vez que acreditava que o Estado deveria ter a autoridade suprema sobre a nação. <ref name="StanleyPayne">Stanley Payne. ''A History of Fascism, 1914–1945''. Madison, Wisconsin, USA: University of Wisconsin Pres, 1995. Pp. 261.</ref> O Falangismo enfatiza a necessidade de autoridade, [[Estratificação social|hierarquia]] e [[ordem social|ordem]] na sociedade. <ref name="StanleyPayne" /> O Falangismo é [[Anticapitalismo|anticapitalista]], antidemocrático e antiliberal. <ref>Sheelagh M. Ellwood. Spanish fascism in the Franco era: Falange Española de las Jons, 1936–76. Macmillan, 1987. Pp. 99–101.</ref>


O manifesto original da Falange, os "Vinte e Sete Pontos", declaram que o Falangismo apoia: a unidade da [[Espanha]] e a eliminação do separatismo regional; estabelecimento de uma [[ditadura]] liderada pela Falange; utilização da violência para regenerar a Espanha; promoção da revitalização e desenvolvimento do [[Império Espanhol]]; uma [[revolução social]] para criar: uma economia [[sindicalismo nacional|sindicalista nacional]], que cria [[sindicatos]] nacionais tanto dos empregados e empregadores para organizar mutuamente e controlar a atividade econômica, reforma agrária, expansão industrial, respeito à [[propriedade privada]] com exceção de nacionalizar os mecanismos de [[crédito]] para evitar a [[usura]] capitalista.<ref name="HansRogger">Hans Rogger, Eugen Weber.'' The European Right''. Berkeley and Los Angeles, California, USA: University of California Press; London, England, UK: University of Cambridge Press, 1965. Pp. 195.</ref> Apoia [[criminalização]] de [[greve]]s por funcionários e [[locaute]]s por empregadores como atos ilegais. <ref name="BenjaminWelles">Benjamin Welles. ''Spain: the gentle anarchy''. Praeger, 1965. Pp. 124.</ref> O Falangismo suporta que o estado deve ter jurisdição de fixação de salários. <ref name="BenjaminWelles" /> Sob Franco, a Falange abandonou suas tendências anticapitalistas originais, declarando a ideologia como sendo totalmente compatível com o [[capitalismo]]. <ref name="Stanley">Stanley G. Payne. ''Fascism in Spain, 1923–1977''. Madison, Wisconsin, USA: Wisconsin University Press, 1999. Pp. 281.</ref> No entanto, a Falange da Era Franco apoiou o desenvolvimento de cooperativas não-capitalistas, como a [[Corporação Mondragon]], pois reforçava a reivindicação franquista da não existência de classes sociais na Espanha durante seu regime. <ref>Sharryn Kasmir. The Myth of Mondragón: Cooperatives, Politics, and Working-class Life in a Basque Town. State University of New York, 1996. Pp. 75.</ref>
O manifesto original da Falange, os "Vinte e Sete Pontos", declaram que o Falangismo apoia: a unidade da [[Espanha]] e a eliminação do separatismo regional; estabelecimento de uma [[ditadura]] liderada pela Falange; utilização da violência para regenerar a Espanha; promoção da revitalização e desenvolvimento do [[Império Espanhol]]; uma [[revolução social]] para criar: uma economia [[sindicalismo nacional|sindicalista nacional]], que cria [[sindicatos]] nacionais tanto dos empregados e empregadores para organizar mutuamente e controlar a atividade econômica, reforma agrária, expansão industrial, respeito à [[propriedade privada]] com exceção de nacionalizar os mecanismos de [[crédito]] para evitar a [[usura]] capitalista.<ref name="HansRogger">Hans Rogger, Eugen Weber.'' The European Right''. Berkeley and Los Angeles, California, USA: University of California Press; London, England, UK: University of Cambridge Press, 1965. Pp. 195.</ref> Apoia [[criminalização]] de [[greve]]s por funcionários e [[locaute]]s por empregadores como atos ilegais. <ref name="BenjaminWelles">Benjamin Welles. ''Spain: the gentle anarchy''. Praeger, 1965. Pp. 124.</ref> O Falangismo suporta que o estado deve ter jurisdição de fixação de salários. <ref name="BenjaminWelles" /> Sob Franco, a Falange abandonou suas tendências anticapitalistas originais, declarando a ideologia como sendo totalmente compatível com o [[capitalismo]]. <ref name="Stanley">Stanley G. Payne. ''Fascism in Spain, 1923–1977''. Madison, Wisconsin, USA: Wisconsin University Press, 1999. Pp. 281.</ref> No entanto, a Falange da Era Franco apoiou o desenvolvimento de cooperativas não capitalistas, como a [[Corporação Mondragon]], pois reforçava a reivindicação franquista da não existência de classes sociais na Espanha durante seu regime. <ref>Sharryn Kasmir. The Myth of Mondragón: Cooperatives, Politics, and Working-class Life in a Basque Town. State University of New York, 1996. Pp. 75.</ref>


A Falange espanhola e de suas afiliadas nos estados hispânicos em todo o mundo promoveram uma forma de [[pan-hispanismo]] conhecida como ''[[Hispanidad]]'' que promovia tanto a união cultural como econômica das sociedades hispânicas em todo o mundo. <ref name="Stein Ugelvik Larsen 2001. Pp. 120">Stein Ugelvik Larsen (ed.). Fascism Outside of Europe. New York, New York, USA: Columbia University Press, 2001. Pp. 120–121.</ref>
A Falange espanhola e de suas afiliadas nos estados hispânicos em todo o mundo promoveram uma forma de [[pan-hispanismo]] conhecida como ''[[Hispanidad]]'' que promovia tanto a união cultural como econômica das sociedades hispânicas em todo o mundo. <ref name="Stein Ugelvik Larsen 2001. Pp. 120">Stein Ugelvik Larsen (ed.). Fascism Outside of Europe. New York, New York, USA: Columbia University Press, 2001. Pp. 120–121.</ref>
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Edição atual tal como às 00h48min de 7 de outubro de 2023

Bandeira da Falange Espanhola.

Falangismo é a ideologia política da Falange Española de las JONS mais tarde Falange Española Tradicionalista y de las Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista (ambas conhecidas simplesmente por "Falange"), bem como os derivados da mesma noutros países. Em sua forma original, o Falangismo é amplamente considerado uma ideologia fascista. [1] Sob a liderança de Francisco Franco, muitos dos elementos radicais do Falangismo considerados como fascistas foram diluídos e em grande parte tornou-se uma ideologia autoritária e conservadora ligada à Espanha franquista. [2] Os oponentes das mudanças franquistas no partido incluem o ex-líder da Falange Manuel Hedilla. O Falangismo coloca uma forte ênfase na identidade religiosa católica, embora tenha mantido alguns pontos de vista seculares sobre influência direta da Igreja na sociedade, uma vez que acreditava que o Estado deveria ter a autoridade suprema sobre a nação. [3] O Falangismo enfatiza a necessidade de autoridade, hierarquia e ordem na sociedade. [3] O Falangismo é anticapitalista, antidemocrático e antiliberal. [4]

O manifesto original da Falange, os "Vinte e Sete Pontos", declaram que o Falangismo apoia: a unidade da Espanha e a eliminação do separatismo regional; estabelecimento de uma ditadura liderada pela Falange; utilização da violência para regenerar a Espanha; promoção da revitalização e desenvolvimento do Império Espanhol; uma revolução social para criar: uma economia sindicalista nacional, que cria sindicatos nacionais tanto dos empregados e empregadores para organizar mutuamente e controlar a atividade econômica, reforma agrária, expansão industrial, respeito à propriedade privada com exceção de nacionalizar os mecanismos de crédito para evitar a usura capitalista.[5] Apoia criminalização de greves por funcionários e locautes por empregadores como atos ilegais. [6] O Falangismo suporta que o estado deve ter jurisdição de fixação de salários. [6] Sob Franco, a Falange abandonou suas tendências anticapitalistas originais, declarando a ideologia como sendo totalmente compatível com o capitalismo. [7] No entanto, a Falange da Era Franco apoiou o desenvolvimento de cooperativas não capitalistas, como a Corporação Mondragon, pois reforçava a reivindicação franquista da não existência de classes sociais na Espanha durante seu regime. [8]

A Falange espanhola e de suas afiliadas nos estados hispânicos em todo o mundo promoveram uma forma de pan-hispanismo conhecida como Hispanidad que promovia tanto a união cultural como econômica das sociedades hispânicas em todo o mundo. [9]

O Falangismo atacava tanto a esquerda como a direita política como seus "inimigos", declarando não ser nem de esquerda nem de direita, mas uma terceira posição sincrética. [10] No entanto, fontes acadêmicas analisam o Falangismo colocando-o na direita política.[11]

Referências

  1. Stanley G. Payne. A History of Fascism, 1914–1945. University of Wisconsin Press, 1995. Pp. 263.
  2. Martin Blinkhorn. Fascists and Conservatives: The Radical Right and the Establishment in Twentieth-Century Europe. Reprinted edition. Oxon, England, UK: Routledge, 1990, 2001. Pp. 10
  3. a b Stanley Payne. A History of Fascism, 1914–1945. Madison, Wisconsin, USA: University of Wisconsin Pres, 1995. Pp. 261.
  4. Sheelagh M. Ellwood. Spanish fascism in the Franco era: Falange Española de las Jons, 1936–76. Macmillan, 1987. Pp. 99–101.
  5. Hans Rogger, Eugen Weber. The European Right. Berkeley and Los Angeles, California, USA: University of California Press; London, England, UK: University of Cambridge Press, 1965. Pp. 195.
  6. a b Benjamin Welles. Spain: the gentle anarchy. Praeger, 1965. Pp. 124.
  7. Stanley G. Payne. Fascism in Spain, 1923–1977. Madison, Wisconsin, USA: Wisconsin University Press, 1999. Pp. 281.
  8. Sharryn Kasmir. The Myth of Mondragón: Cooperatives, Politics, and Working-class Life in a Basque Town. State University of New York, 1996. Pp. 75.
  9. Stein Ugelvik Larsen (ed.). Fascism Outside of Europe. New York, New York, USA: Columbia University Press, 2001. Pp. 120–121.
  10. Roger Griffin (ed). Fascism. Oxford, England, UK; New York, New York, USA: Oxford University Press, 1995. Pp. 189.
  11. Rodney P. Carlisle (general editor). The Encyclopedia of Politics: The Left and the Right, Volume 2: The Right. Thousand Oaks, California, USA; London, England, UK; New Delhi, India: Sage Publications, 2005. Pp. 633.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Falangism».