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Usuário(a):Xavier1824/Testes: diferenças entre revisões

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{{Info/Religião/Islão}}
{{Info/País|
|nome_nativo = საქართველო<br /> ''Sak'art'velo''
{{Islã}}
|nome_longo_convencional = Geórgia
{{PEPB|Islão|islã}} ({{langx|ar|إسلام||''Islām''}}), tabém chamado de '''islamismo''',{{Nota de rodapé|O termo '''islamismo/islamista''', unicamente utilizado em português como sinónimo daquele que segue o islão<ref>{{Harvnb|Lello Universal|2014|p=1321}}</ref> é um [[galicismo]] aparecido no {{séc|XX}} que hoje em dia é usado em alguns países para definir,<ref name=cites>{{Harvnb|Étienne|2003|pp=45–55}}</ref> não só a sua visão religiosa, mas principalmente uma visão mais política dessa mesma doutrina.{{ref infopedia dic|islamismo|24-6-2019}} Assim, em {{ling|fr}} o islamismo tanto se pode referir a uma "escolha consciente da doutrina do islão como guia para a acção política" como de uma "ideologia de manipulação do islão com vistas de projectos políticos". Nesta ultima acepção fala-se também do "islamismo radical", o [[fundamentalismo islâmico]], como forma de combater a agressão que supostamente seria feita pelos ocidentais à identidade árabe-muçulmana, com o fim de transformar um sistema político e social de um [[Estado]] usando a [[xaria]], ou seja a interpretação unívoca é imposta à sociedade.<ref name=cites/>}} é uma [[Religiões abraâmicas|religião abraâmica]] [[Monoteísmo|monoteísta]] centrada no [[Alcorão]] e nos ensinamentos de [[Maomé]].<ref>{{Harvnb|Esposito|2009}}</ref><ref name="OEIW-allah2">{{Harvnb|Peters|2009}}</ref> Os adeptos do Islã, chamados de [[muçulmano]]s, totalizam aproximadamente {{tooltip|1,9 [[bilhão]]|1 900 000 000}}[[Escalas curta e longa|*]] de pessoas em todo o mundo e são a [[Principais grupos religiosos|segunda maior população religiosa]] do mundo depois dos [[Cristianismo|cristãos]].<ref name="pewresearch.org"/><ref name="WPR">{{citar web|url=https://worldpopulationreview.com/country-rankings/muslim-population-by-country|título=Muslim Population By Country 2024|website=World Population Review|acessodata=22-07-2021}}</ref><ref>{{citar web|título=Religious Composition by Country, 2010-2050 |url=https://www.pewresearch.org/religion/interactives/religious-composition-by-country-2010-2050/|acessodata=2023-01-26|website=[[Pew Research Center|Pew Research Center's Religion & Public Life Project]]|língua=en-US|wayb=20200615053333}}</ref>
|nome_pt = Geórgia
|imagem_bandeira = Flag of Georgia.svg
|descrição_bandeira = Bandeira da Geórgia
|imagem_brasão = Greater_coat_of_arms_of_Georgia.svg
|leg_bandeira = [[Bandeira da Geórgia|Bandeira]]
|descrição_brasão = Brasão de armas da Geórgia
|leg_brasão = [[Brasão de armas da Geórgia|Brasão de armas]]
|lema = ძალა ერთობაშია<br />"A Força está na União."
|hino = "[[Tavisupleba|თავისუფლება]]"<br />"Liberdade"<small><center>[[Imagem:Georgian national anthem.oga]]</center>
|localização = Georgia_(orthographic_projection_with_inset).svg
|localização_legenda = Localização da Geórgia (em verde escuro)
Regiões de facto independes mas não reconhecidas - Abecásia e Ossétia do Sul (em verde claro)
|gentílico = [[georgianos|Georgiano]],<br />geórgico<ref name="Geórgico">{{citar web|url= http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=gentilicos&search=Ge%F3rgia |titulo= Dicionário de Gentílicos e Topónimos |publicado= Portal da Língua Portuguesa |autor = Instituto de Linguística Teórica e Computacional |lingua= inglês |data= |acessodata= 6 de fevereiro de 2018 }}</ref>
|fronteira = [[Rússia]], [[Azerbaijão]], [[Arménia|Armênia]], [[Turquia]] e [[Mar Negro]]
|capital = [[Tiblíssi]]
|latitude = 41º43'N
|longitude = 44º47'E
|maior_cidade = Tiblíssi
|língua_oficial = [[Língua georgiana|Georgiano]]<sup>1</sup>
|tipo_governo = [[República]] [[Parlamentarismo|parlamentarista]]
|título_líder1 = [[Presidente da Geórgia|Presidente]]
|nome_líder1 = [[Salome Zurabishvili]]
|título_líder2 = [[Lista de primeiros-ministros da Geórgia|Primeiro-ministro]]
|nome_líder2 = [[Irakli Garibashvili]]
|evento_tipo = [[História da Geórgia|Formação]]
|evento1 =<small> Formação dos reinos georgianos da [[Cólquida]]<br />e da [[Reino da Ibéria|Ibéria]]</small>
|evento_data1 = {{AC|2000|x}}
|evento2 = Unificação do [[Reino da Geórgia]]
|evento_data2 = [[1008]]
|evento3 = [[República Democrática da Geórgia]]
|evento_data3 = [[26 de maio]] de [[1918]]
|evento4 = Independência da [[União Soviética]]
|evento_data4 = [[9 de abril]] de [[1991]]
|evento5 = Reconhecida
|evento_data5 = [[25 de dezembro]] de [[1991]]
|área_total = {{fmtn|69700}}
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|população_estimada = {{fmtn|3688647}}
|população_estimada_pos = 123
|população_estimada_ref = <ref name=geostatpop>{{Cite web |url=https://www.geostat.ge/en/modules/categories/41/population |title=Population and Demography – Population by cities and boroughs (daba), as of 1 January |date=1 de janeiro de 2021 |access-date=2 de fevereiro de 2022 |work=National Statistics Office of Georgia, Geostat}}</ref>
|demog_densidade = 65,1
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|PIB_PPC_ano = 2017
|PIB_total = 39,3 bilhões<ref>{{citar web|título = World GDP Ranking 2017 |url=https://knoema.com/nwnfkne/world-gdp-ranking-2015-data-and-charts |acessodata= 6 de fevereiro de 2018 | publicado = Knoema }}</ref>
|PIB_pos = 114
|PIB_total_ref = <ref name="Economia">{{citar web|url= https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gg.html |titulo= Georgia - Economy |publicado= CIA - The World Factbook |lingua= inglês |data= 2012 |acessodata= 5 de outubro de 2013 }}</ref>
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|IDH_ano = 2021
|IDH = 0,802
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|IDH_categoria = {{Muito elevado}}<ref name="IDH">{{citar web|url=https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2021-22overviewptpdf.pdf|titulo=Relatório do Desenvolvimento Humano 2021/2022|publicado=Programa de Desenvolvimento das Nações Unida|acessodata=8 de setembro de 2022}}</ref>
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|rodapé = 1. O [[Língua abecásia|abecásio]] também é falado na [[Abecásia|República Autônoma da Abecásia]].
}}


A '''Geórgia''' (em [[Língua georgiana|georgiano]]: საქართველო, [[Transliteração|transl]] ''Sak'art'velo'', {{IPA-tudo|sɑkʰɑrtʰvɛlɔ|pronunciado:|Sakartvelo.ogg}}) é um país da [[Europa|Europa Oriental]].<ref name="Geographic Encyclopaedia">''International Geographic Encyclopaedia and Atlas.'' [[Springer Science+Business Media|Springer]],
Os muçulmanos acreditam que o Islã é a versão completa e universal de uma fé primordial que foi revelada muitas vezes através de profetas anteriores, como [[Adão]] (que se acredita ser o primeiro homem), [[Abraão]], [[Moisés]] e [[Jesus]], entre outros;<ref>{{Harvnb|Reeves|2004|p=177}}</ref><ref>{{Harvnb|Özdemir|2014}}.</ref> essas revelações anteriores são atribuídas ao [[judaísmo]] e ao [[cristianismo]], que são considerados no Islã como [[Povos do Livro|religiões predecessoras espirituais]].<ref>{{citar web|título=Global Connections. Religion|url=https://www.pbs.org/wgbh/globalconnections/mideast/themes/religion/index.html|acessodata=2022-05-09|website=PBS}}</ref> Os muçulmanos consideram o Alcorão a palavra literal de Deus e a revelação final inalterada.{{sfnp|Bennett|2010|p=101}} Juntamente com o Alcorão, os muçulmanos também acreditam nas revelações anteriores, como o Tawrat ([[Torá]]), o Zabur ([[Salmos]]) e o [[Injil]] ([[Evangelho]]). Eles também consideram Maomé como o principal e último [[profeta]] islâmico, por meio de quem a religião foi completada. Os ensinamentos e exemplos normativos de Maomé, chamados de ''[[suna]]'', documentados em relatos chamados de ''[[hadith]]'', fornecem um modelo constitucional para os muçulmanos.<ref>{{Harvnb|Goldman|1995|p=63}}</ref> O Islã ensina que Deus ([[Alá]]) é [[Tawhid|único e incomparável]].{{sfnp|Campo|2009|p=34|loc="Allah"}} Afirma que haverá um "[[Julgamento Final]]" em que os justos serão recompensados no [[paraíso]] ([[Jannah]]) e os injustos serão punidos no [[inferno]] ([[Jahannam]]).<ref>{{citar web|editor-sobrenome=Esposito|editor-nome=John L.|título=Eschatology|publicado=The Oxford Dictionary of Islam|url=http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e588|via=Oxford Islamic Studies Online|wayb=20100913062714|urlmorta=sim}}</ref> Os [[Cinco pilares do Islamismo|Cinco Pilares]] - considerados atos obrigatórios de [[adoração]] - compreendem o [[juramento]] e [[credo]] islâmico (''[[shahada]]''); orações diárias (''[[salah]]''); esmola (zakat); [[jejum]] (''[[sawm]]'') no mês do [[Ramadã]]; e uma [[peregrinação]] (''[[hajj]]'') a [[Meca]].<ref name=":1"/> A lei islâmica, a ''[[xaria]]'', abrange praticamente todos os aspectos da vida, desde bancos, finanças e bem-estar até os papéis masculinos e femininos e o meio ambiente.<ref name=":16">{{citar enciclopédia|primeiro=Noel James|último=Coulson|url=https://www.britannica.com/topic/Shariah|título=Sharīʿah|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|acessodata=17-09-2021}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.dictionary.com/browse/sharia|título=Sharia|website=[[Lexico]]|wayb=20200122164555}}</ref>{{sfnp|Esposito|2002b|pp=17, 111–112, 118}} Festivais religiosos proeminentes incluem o [[Eid al-Fitr]] e o [[Eid al-Adha]]. Os três locais mais sagrados do Islã em ordem decrescente são [[Masjid al-Haram]] em [[Meca]], [[Al-Masjid an-Nabawi]] em [[Medina]] e a [[Mesquita Al-Aqsa]] em [[Jerusalém]].<ref>{{Harvnb|Trofimov|2008|p=79}}</ref>
24 nov. 1979, p. 273</ref><ref>{{citar web|url= http://www.nationalgeographic.com/travel/features/10-places-that-deserve-more-travelers/georgia/ |titulo= Georgia |publicado= National Geographic Society |autor= |lingua= inglês |data= |acessodata= 6 de fevereiro de 2018 }}</ref> Limita-se com a [[Rússia]] a norte e a leste, a sul com a [[Turquia]] e a [[Arménia]], a leste e a sul com o [[Azerbaijão]] e a oeste com o [[mar Negro]].<ref>{{citar livro|titulo=Encyclopedic World Atlas|local=Oxford|editora=Oxford University Press|ano=2002|página=104|url=https://books.google.com/books?id=8UD0kOEb1XIC&printsec=frontcover&dq=%27Encyclopedic+World+Atlas+oxford&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiqk6nb-KjOAhWDPiYKHTDjBtMQ6AEIHDAA#v=onepage&q&f=false|acessodata=7 de fevereiro de 2018}}</ref> Sua capital é [[Tiblíssi]], que também é sua maior cidade. O país é uma [[Estado unitário|república unitária]], [[Semipresidencialismo|semipresidencial]], com o governo eleito através de uma [[democracia representativa]]. Seu território é de {{fmtn|69700}} km² e sua população, conforme estimativas de 2017, é de cerca de 3,718 milhões de habitantes. Mais de um quarto da população vive na região de Tiblíssi, com outras grandes cidades sendo [[Cutaisi]], [[Batumi]] e [[Rustavi]].


Durante a [[Antiguidade clássica|era clássica]], reinos independentes estabeleceram-se no que hoje é a Geórgia. Os reinos da [[Cólquida]] e [[Reino da Ibéria|Ibéria]], cujas orientações religiosas vinham do [[Mitologia georgiana|paganismo georgiano]] com posterior influência [[Zoroastrismo|zoroastriana]], adotaram o [[Cristianização da Ibéria|cristianismo no início]] do {{séc|IV}}. O [[Reino da Geórgia]] atingiu o auge de sua força política e econômica durante o reinado de {{lknb|Davi|IV|da Geórgia}} e {{lknb|Tamara|I|da Geórgia}}, nos séculos XI e XII. No início do {{séc|XIX}}, a Geórgia foi anexada pelo [[Império Russo]].<ref name="Dados sobre a Geórgia">David M. Lang, A Modern History of Georgia, p. 109</ref> Depois de um [[República Democrática da Geórgia|breve período de independência]], após a [[Revolução Russa de 1917]], a Geórgia foi [[Invasão soviética da Geórgia|ocupada pela União Soviética]] em 1921, tornando-se a [[República Socialista Soviética Geórgia]] e parte da [[União Soviética]]. Após a independência, em 1991, a Geórgia pós-socialista sofria de [[Guerra Civil na Geórgia|distúrbios civis]] e de crise econômica na maior parte do {{séc|XX}}. Isso durou até a [[Revolução Rosa]] de 2003, depois que o novo governo introduziu reformas democráticas e econômicas.<ref name="Dados sobre a Geórgia 2">{{citar web|url= http://www.opendemocracy.net/article/conflicts/mikheil_saakashvili_bitter_victory |titulo= Mikheil Saakashvili’s bitter victory |publicado= [[Open Democracy]] |autor= Parsons, Robert |lingua= inglês |data= 11 de janeiro de 2008 |acessodata= 1 de maio de 2014 }}</ref>
O Islã, em sua forma atual e final, originou-se no [[século VII]] em [[Meca]].<ref>{{Harvnb|Watt|2003|p=5}}</ref> O domínio muçulmano expandiu-se para fora da [[Arábia]] sob o [[Califado Ortodoxo]] e o subsequente [[Califado Omíada]] governou da [[Península Ibérica]] ao [[Vale do Indo]]. Na [[Era de Ouro Islâmica]], principalmente durante o reinado do [[Califado Abássida]], grande parte do [[mundo muçulmano]] experimentou um [[Ciência islâmica|florescimento científico]], econômico e [[Cultura islâmica|cultural]].<ref>{{Harvnb|Saliba|1994|pp=245, 250, 256–57}}</ref> A [[Expansão islâmica|expansão do mundo muçulmano]] envolveu [[Lista de Estados e dinastias muçulmanas|vários Estados e califados]], bem como um extenso comércio e conversão religiosa como resultado das atividades missionárias islâmicas (''[[dawa]]''){{sfnp|Arnold|1896|pp=125–258}} e por meio de [[Expansão islâmica|conquistas]].<ref>{{Harvnb|Kuiper|2021|p=85}}</ref><ref name="Lapidus2014">{{Harvnb|Lapidus|2014|pp=60–61}}</ref>


Seu relevo se caracteriza por regiões muito montanhosas, abrigando a maior cordilheira do Cáucaso que serve como limite de fronteira com a Rússia. Na parte norte, há vários pontos que ultrapassam os 4 000 metros de altitude, no que é conhecido como [[Grande Cáucaso]]. A Geórgia possui uma cultura bastante peculiar, sendo o único Estado no mundo a ter a [[língua georgiana]] como oficial, a principal entre as [[Línguas cartevélicas|cartevélicas]]. Os [[georgianos]], etnicamente, não se encaixam em nenhuma das etnias predominantes da Europa ou Ásia, e eram chamados na Antiguidade de colcos ou iberos.<ref name="Georgianos na Antiguidade 1">Rosen, Roger. ''Georgia A Sovereign Country of the Caucasus'', p. 18</ref><ref name="Georgianos na Antiguidade 2">Suny, Ronald Grigor. ''The Making of the Georgian Nation'', p. 4</ref> A maior parte da população é adepta ao [[Igreja Ortodoxa|cristianismo ortodoxo]], o qual é representado pela [[Igreja Ortodoxa Georgiana]].<ref>{{Citar web |url=https://www.infoescola.com/europa/georgia/ |titulo=Geórgia - país europeu |acessodata=2021-01-15 |website=InfoEscola |lingua=pt-BR}}</ref>
Existem duas grandes denominações islâmicas: [[sunismo]] (85–90%)<ref name="Denny">{{Harvnb|Denny|2010|p=3}}</ref> e [[xiismo]] (10–15%).<ref name="CIA Factbook">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2122.html|título=Field Listing: Religions|acessodata=25-10-2010|website=[[The World Factbook]]|publicado=[[Central Intelligence Agency]]|urlmorta=sim|wayb=20100706231326}}</ref><ref name="berkleycenter-sunni">{{citar web|url=https://berkleycenter.georgetown.edu/essays/sunni|título=Sunni|publicado=Berkley Center for Religion, Peace, and World Affairs|acessodata=24-05-2020|urlmorta=sim|wayb=20200614103622}}</ref> Enquanto as diferenças entre sunitas e xiitas surgiram inicialmente de divergências sobre a sucessão de Maomé, elas cresceram para cobrir uma dimensão mais ampla, tanto teológica quanto [[Fiqh|jurídica]].<ref name="EMMENA">{{Harvnb|El-Hibri|Faruqi|2004}}</ref> Os muçulmanos constituem a maioria da população em [[Lista de países por população muçulmana|49 países do planeta]].<ref name="MMC">{{citar web|título=Muslim Majority Countries 2024|url=https://worldpopulationreview.com/country-rankings/muslim-majority-countries|acessodata=25-07-2021|website=World Population Review|wayb=20220101055328}}</ref><ref name="The Global Religious Landscape"/> Aproximadamente 12% dos muçulmanos do mundo vivem na [[Indonésia]], o país de maioria muçulmana mais populoso;<ref name="10 Countries">{{citar web|url=https://www.pewforum.org/2015/04/02/muslims/pf_15-04-02_projectionstables74/|título=10 Countries With the Largest Muslim Populations, 2010 and 2050|autor=Pew Forum for Religion and Public Life|data=Abril de 2015|publicado=[[Pew Research Center]]|wayb=20170207115222}}</ref> 31% vivem no [[sul da Ásia]];<ref>{{Harvnb|Pechilis|Raj|2013|p=193}}</ref> 20% vivem no [[MENA|Oriente Médio–Norte da África]]; e 15% vivem na [[África subsaariana]].<ref name=":3">{{citar relatório|data=27-01-2011|url=http://www.pewforum.org/2011/01/27/the-future-of-the-global-muslim-population/|título=The Future of the Global Muslim Population|publicado=[[Pew Research Center]]|acessodata=27-12-2017|wayb=20181224211126|urlmorta=não}}</ref> Comunidades muçulmanas consideráveis também estão presentes nas [[Américas]], [[China]] e [[Islão na Europa|Europa]].<ref name="Islam in Russia">{{citar web|data=07-03-2018|título=Islam in Russia|website=[[Al Jazeera]]|publicado=Anadolu News Agency|url=https://www.aljazeera.com/amp/features/2018/03/07/islam-in-russia/|acessodata=15-06-2021|wayb=20231228024349}}</ref><ref name="the national">{{Citar web|título=Book review: Russia's Muslim Heartlands reveals diverse population|data=21-04-2018|url=https://www.thenational.ae/arts-culture/book-review-russia-s-muslim-heartlands-reveals-diverse-population-1.723230|publicado=[[The National (Abu Dhabi)|The National]]|acessodata=13-01-2019|wayb=20190114210257}}</ref> Devido em grande parte a uma [[taxa de fertilidade]] mais alta, o Islã é o principal grupo religioso que mais cresce no mundo e, se as tendências atuais se mantiverem, ultrapassará ligeiramente o cristianismo como a maior religião do mundo até o final do século XXI.<ref name="pew2015"/>

Possui duas regiões independentes ''de facto'', a [[Abecásia]] e a [[Ossétia do Sul]], que obtiveram [[Reconhecimento internacional da independência de Abecásia e Ossétia do Sul|reconhecimento internacional limitado]] após a [[Guerra Russo-Georgiana]]. O Estado, e grande parte da comunidade internacional, considera as regiões como parte integrante de seu território soberano, sob ocupação militar russa. A Geórgia é atualmente um membro do [[Conselho da Europa]], da [[Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro]], da [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa]] (OSCE), e do [[Eurocontrol]]. A nação também aspira aderir à [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN) e à [[União Europeia]] (UE).


== Etimologia ==
== Etimologia ==
Os [[georgianos]] chamam-se a si mesmos de ქართველები (''kartvelebi'') e a sua língua de ქართული (''kartuli''). Estes termos derivam do nome de um lendário chefe [[Paganismo|pagão]], Kartlos, de quem se diz ser o "pai" dos georgianos.<ref>Mikaberidze, Alexander (2015). Historical Dictionary of Georgia (2 ed.). Rowman & Littlefield. p. 3. ISBN 978-1442241466.</ref> A denominação estrangeira ''Geórgia'', utilizada por grande parte das línguas do mundo, vem do [[Língua grega|grego]] ''γεωργ''- (''geōrg''-), o que levou a acreditar que o nome derivaria do seu santo padroeiro, [[São Jorge]], ou do termo grego para cultivar, ''γεωργία'' (''gueōrguía'').<ref>Romer, Frank E. (ed., 1998), Pomponius Mela's Description of the World, p. 72. University of Michigan Press, ISBN 0-472-08452-6</ref><ref>Peradze, Gregory. "The Pilgrims' derivation of the name Georgia". Georgica, Autumn, 1937, nos. 4 & 5, 208-209</ref>


O nome nativo é ''Sakartvelo'' (საქართველო; "terra dos ''kartvelebi''"), derivado da região georgiana núcleo central de Cártlia, gravado a partir do {{séc|IX}}, e no uso prolongado referindo-se a todo o reino medieval da Geórgia por volta do {{séc|XIII}}. A autodesignação usada por pessoas de etnia georgiana é ''kartvelebi'' (ქართველები) As crônicas medievais georgianas apresentam um ancestral homônimo dos ''Kartvelebi'', Kartlos, um bisneto de Jafé. O nome ''Sakartvelo'' (საქართველო) consiste em duas partes. Sua raiz, ''kartvel-i'' (ქართველ-ი), especifica um habitante da região georgiana centro-leste do núcleo de Cártlia, ou Ibéria, como é conhecido em fontes do [[Império Romano do Oriente]].<ref name="Império Corásmio" />
"Islão" provem do {{ling|ar}} {{lang|ar|''Islām''}}, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz ''slm'', ''aslama'', e significa "submissão (a Alá)".<ref>[[Mircea Eliade]], ''Dicionário das Religiões'', Lisboa, Publicações D.&nbsp;Quixote</ref> Segundo o arabista e [[filologia|filólogo]] [[José Pedro Machado]], a palavra "Islão" não teria surgido na [[língua portuguesa]] antes de 1843, ano em que aparece no capítulo IX da obra ''[[Eurico, o Presbítero]]'', de [[Alexandre Herculano]].<ref>{{Harvnb|Machado|1993|p=810}}</ref>


Os Gregos antigos ([[Estrabão]], [[Heródoto]], [[Plutarco]], [[Homero]], etc.) e os Romanos ([[Tito Lívio]], [[Tácito]], etc.) referem-se aos Georgianos antigos ocidentais como colcos, e aos Georgianos orientais como Iberos (''Iberoi'' em algumas fontes gregas).<ref name="Império Corásmio" /> Na Antiguidade, os habitantes da Geórgia eram também denominados iberos, em razão do [[Reino da Ibéria]], que muito confundia os geógrafos antigos, que pensavam que este termo só se aplicava aos habitantes da [[Península Ibérica]].<ref name="Império Corásmio" />
O Islão é descrito em árabe como um "''diin''", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação [[Etimologia|etimológica]] com outras palavras árabes como ''Salaam'' ou ''Shalam'' (Shalaam / Shalom), que significam "paz".<ref>{{citar web|url=http://www.islam.com.br/islam/compreendo/compreendo2.htm|titulo=O Que o Islam Significa?|publicação=Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu|acessodata=31-07-2008|wayb=20080320100451|urlmorta=sim}}</ref>


== História ==
''Muçulmano'', por sua vez, deriva da palavra árabe ''muslim'' (plural,'' muslimún''), [[particípio]] activo do [[verbo]] ''aslama'', designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no português a partir do [[Língua castelhana|castelhano]], sendo provável que essa língua o tenha tomado do {{ling|it}} ou do {{ling|fr}}, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como ''mossulmani'', na obra ''Viaggi'', de [[Pietro della Valle]], e no segundo como ''mousulmans'', na obra ''Voyages'', de [[Le Gouz de la Boullaye]]).<ref>{{Harvnb|Machado|1977|p=176}}</ref>
{{Artigo principal|História da Geórgia|Dinastia Bagrationi}}
=== Pré-história e Antiguidade ===


O território da atual Geórgia era habitado por ''[[Homo erectus]]'' desde o [[Paleolítico]]. As tribos proto-georgianas apareceram pela primeira vez na história escrita no {{-séc|XII}}<ref name="PhoenixThe">Phoenix: The Peoples of the Hills: Ancient Ararat and Caucasus by Charles Burney, David Marshall Lang, Phoenix Press; New Ed edition (31 de dezembro de 2001)</ref> Os primeiros indícios de [[vinho]] foram encontrados até hoje na Geórgia, onde jarros de vinho datados de 8 000 anos foram descobertos.<ref name=independent8k>{{citar web |autor = KEYS, David |titulo = Now that's what you call a real vintage: professor unearths 8,000-year-old wine |url = http://www.independent.co.uk/news/science/now-thats-what-you-call-a-real-vintage-professor-unearths-8000yearold-wine-84179.html |publicado = The Independent |data = 28 de dezembro de 2003 | lingua = inglês }}</ref><ref>{{citar web |titulo = Evidence of ancient wine found in Georgia a vintage quaffed some 6,000 years BC|url = http://www.euronews.com/2015/05/21/evidence-of-ancient-wine-found-in-georgia-a-vintage-quaffed-some-6000-years-bc/|acessodata = 24 de maio de 2015| publicado = Euronews |data = 21 de maio de 2015 }}</ref> Achados arqueológicos e referências em fontes antigas revelam elementos de formações políticas e estaduais, caracterizados por uma avançada metalurgia e técnicas de ourivesaria que remontam ao {{-séc|VII}}<ref name="PhoenixThe" /> Na verdade, a prática da metalurgia na Geórgia iniciou-se durante o sexto milênio a.C., como uma forma de associação com a [[Cultura de Shulaveri-Shomu]].<ref name="PhoenixThe" />
Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos",<ref>{{citar web|url=https://dicionario.priberam.org/maometano|titulo=Maometano|editor=[[Priberam]]|acessodata=24-04-2023}}</ref> este termo tem vindo a cair em desuso porque implica, incorrectamente, que os muçulmanos adoram [[Maomé]] (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o [[Ocidente]] pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a [[Idade Média]] e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como [[sarraceno]]s.<ref name=eb>{{Citar web|título=Saracen|publicado=[[Encyclopædia Britannica]]|língua=en|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/523863/Saracen|acessodata=01-05-2015}}</ref><ref name=dan>{{Harvnb|Daniel|1979|p=53}}</ref>


[[Imagem:State Museum of History of Georgia (Tbilisi Archaeological Museum) 5.jpg|thumb|Uma [[pátera]], que descreve [[Antínoo]], desenterrada perto de Tiblíssi e exposta hoje no [[Museu Nacional da Geórgia]]]]
== Crenças ==
=== Deus ===
{{Vertambém|Deus no Islã|Alá|Noventa e nove nomes de Alá}}
[[Imagem:Istanbul, Hagia Sophia, Allah.jpg|thumb|[[Alá]] (''Allah'') em {{ling|ar}} em um medalhão na [[Hagia Sofia]], em [[Istambul]]]]


O primeiro povo conhecido da história da Geórgia são os [[Diauehi]] ({{-séc|XXIII}}). Muitos séculos depois surgem os primeiros Estados da região: [[Cólquida]] ({{-séc|VII}}), Ispir ({{-séc|VII}}) e [[Reino da Ibéria|Ibéria]] ({{-séc|VI}}). No {{-séc|IV}}, um reino unificado da Geórgia - um exemplo precoce da avançada organização estatal sob um rei e uma hierarquia aristocrática – foi estabelecido.{{esclarecer}}<ref>{{citar livro|título=Lives and Legends of the Georgian Saints|publicadopor= St. Vladimir's Seminary Press|edição=2|ano=1997|autor = David Marshall Lang |ISBN=978-0913836293}}</ref>
A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no [[monoteísmo]]. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com a exceção de um) começa com a frase "''Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso''". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo ([[Surahs|sura]]) 59: "Ele é Deus e não há outro deus senão Ele, que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso! Ele é Deus e não há outro deus senão Ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens lhe associam! Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).<ref>{{Harvnb|Khan|2009|p=298}}</ref><ref>{{Harvnb|Turfe|1985|p=37}}</ref><ref>{{Harvnb|Zarabozo|2005|p=37}}</ref><ref>{{Harvnb|Agwan|Khan|2000|p=357}}</ref>


Na [[mitologia grega]], Cólquida era o local do [[Velo de ouro|Velocino de Ouro]] procurado por [[Jasão]] e os [[Argonautas]] em [[Apolônio de Rodes]], no conto épico ''[[As Argonáuticas (Apolónio de Rodes)|Argonáutica]]''. A incorporação do Velocino de Ouro no mito pode ter derivado da prática local de utilização de lã para peneirar pó de ouro dos rios.<ref name="LOCge15">"Christianity and the Georgian Empire" (early history) Library of Congress, março 1994, p. 18.</ref> Conhecido por seus nativos como Egrisi ou [[Lázica]], Cólquida também foi o campo de batalha da [[Guerra Lázica]], travada entre o [[Império Bizantino]] e o [[Império Sassânida]] da [[Pérsia]].<ref name="Guerra Lázica">Martindale, 1992. p.559-639</ref><ref>Bury, 1958. p. 101–102.</ref>
Os muçulmanos acreditam que a criação de tudo no [[universo]] foi pura ordem de Deus, "Seja e por isso é",<ref name="islam Britannica">{{citar enciclopédia|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/295507/Islam|título=Islām|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|acessodata=2010-08-25}}</ref> e que o [[Sentido da vida|propósito da existência]] é adorar a Deus.<ref>{{citar web|url=http://www.patheos.com/Library/Islam/Beliefs/Human-Nature-and-the-Purpose-of-Existence.html|título=Human Nature and the Purpose of Existence|publicado=Patheos.com|acessodata=29-01-2011}}</ref> Ele é visto como um Deus pessoal que responde sempre que uma pessoa está em necessidade ou quando clamam por seu socorro.<ref name="islam Britannica"/> Não há intermediários, como um [[clero]], para entrar em contato com Deus, que afirma: "Eu sou mais perto dele do que (sua) [[veia jugular]]". A reciprocidade é mencionada no [[hádice]]: "Eu sou como o meu servo acha (espera) que sou".<ref>{{citar web|url=http://hadithaday.org/hadith-qudsi-collection/had-152-%E2%80%93-i-am-as-my-servant-thinks-expects-i-am/|título=I am as My Servant Thinks (expects) I am|publicado=Hadithaday.org|acessodata=2011-11-06|wayb=20111107042535|urlmorta=sim}}</ref>


Depois que o Império Romano completou sua breve conquista da região do Cáucaso, sobre seu [[Guerras romano-persas|arquirrival]], o [[Império Parta]],<ref>Philip Johnston [https://books.google.nl/books?id=TwNiFW7I06gC&pg=PA147&dq=parthians+roman+arch+rival&hl=nl&sa=X&ei=dPhXVZLrNaLn7gaQjoHgCA&ved=0CCcQ6AEwAQ#v=onepage&q=parthians%20roman%20arch%20rival&f=false ''IVP Introduction to the Bible: Story, Themes and Interpretation'''] Inter-Varsity Press, 2006 ISBN 1844741540 p 147</ref> os reinos da Geórgia foram, de forma intermitente, aliados dos romanos por quase 400 anos.<ref name="Armenia, Azerbaijan 1996, p. 158">Ronald Grigor Suny. ''Armenia, Azerbaijan, and Georgia'' - "Christianity and the Georgian Empire". DIANE Publishing, Apr 1, 1996, p. 158</ref> Desde o {{séc|I}}, o culto de Mitra, [[Paganismo|crenças pagãs]] e o [[zoroastrismo]] eram comumente praticados na Geórgia.<ref name="Antiguidade na Geórgia 2">{{citar web|url = http://www.iranicaonline.org/articles/georgia-iii-art-and-archeology-|titulo = GEORGIA iii. Iranian elements in Georgian art and archeology |data = 22 de abril de 2015 | acessodata = 28 de janeiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Em 337, o rei {{lknb|Meribanes|III|da Ibéria}} declarou o cristianismo como religião oficial do Estado, dando um grande estímulo para o desenvolvimento da literatura, artes, e, finalmente, resultando numa significativa ação na formação da nação georgiana unificada.<ref>{{citar livro|autor = Cyril Toumanoff |ano = 1967|título = Studies in Christian Caucasian History| páginas = 83–84, 377|publicadopor = Georgetown University Press.}}</ref>
=== Anjos ===
[[Imagem:Miniatura_Maometto.jpg|thumb|Uma imagem de [[Siyer-i Nebi]] do século XVI representando o anjo [[Gabriel (arcanjo)|Gabriel]] visitando [[Maomé]]]]
Os [[anjo]]s são, segundo o islão, seres criados por Deus a partir da luz. Não possuem [[livre arbítrio]], dedicando-se apenas a obedecer a Deus e a louvar o seu nome. Maomé nada disse sobre o sexo dos anjos, mas rejeitou a crença dos habitantes de [[Meca]], de acordo com a qual eles seriam os filhos de Deus.<ref>Annemarie Schimmel, ''Islam an Introduction'', SUNY Press, 1992, p. 83</ref> Desempenham vários papéis, entre os quais o anúncio da revelação divina aos profetas; protegem os seres humanos e registram todas as suas ações. O anjo mais famoso é [[São Gabriel Arcanjo|Gabriel]], que foi o intermediário entre Deus e o profeta.<ref name="Anjo">Ver:
* {{Harvtxt|Esposito|2002b|pp=26–28}}
* {{citar enciclopédia|título=Malā'ika|enciclopédia=Encyclopaedia of Islam Online|autor=W. Madelung|ref=harv}}
* {{citar enciclopédia|título=Angel|enciclopédia=Encyclopaedia of the Qur'an Online|autor=Gisela Webb|ref=harv}}</ref>


A aceitação do cristianismo por parte do rei Meribanes efetivamente mostrou a forte influência do reino vizinho sobre a Geórgia, perdurando por quase um milênio, determinando muito do seu presente e de sua identidade cultural.<ref name="Armenia, Azerbaijan 1996, p. 158"/> A aceitação levou ao declínio do zoroastrismo, embora de forma lenta, que até o {{séc|V}}, parece ter se tornado algo como uma segunda religião estabelecida na Ibéria (Geórgia Oriental), e foi amplamente praticada lá.<ref>Dr Stephen H Rapp Jr. [https://books.google.nl/books?id=T8VIBQAAQBAJ&pg=PA160&dq=zoroastrianism+in+georgia+decline&hl=nl&sa=X&ei=b_lXVfD4CYiS7AbDjYCoCg&ved=0CDkQ6AEwAw#v=onepage&q=zoroastrianism%20in%20georgia%20decline&f=false ''The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature''] Ashgate Publishing, Ltd., 28 sep. 2014. ISBN 1472425529 p 160</ref><ref>Ronald Grigor Suny. [https://books.google.nl/books?id=riW0kKzat2sC&pg=PA22&dq=zoroastrianism+in+east+georgia+second+established+religion&hl=nl&sa=X&ei=ivpXVc7wK5SV7Abr5IOYDw&ved=0CCkQ6AEwAA#v=onepage&q=zoroastrianism%20in%20east%20georgia%20second%20established%20religion&f=false ''The Making of the Georgian Nation''] Indiana University Press, 1994 ISBN 0253209153 p 22</ref><ref>Roger Rosen, Jeffrey Jay Foxx. [https://books.google.nl/books?id=mEAjAQAAMAAJ&q=zoroastrianism+widely+practised+in+georgia&dq=zoroastrianism+widely+practised+in+georgia&hl=nl&sa=X&ei=-vtXVfH2HaOy7QbsqoPICA&ved=0CCgQ6AEwAQ ''The Georgian Republic, Volume 1992''] Passport Books, 1992 p.34</ref>
Para além dos anjos, o islão reconhece a existência dos ''[[Gênio (mitologia árabe)|jinnis]]'', espíritos que habitam o mundo natural e que podem influenciar os acontecimentos. Ao contrário dos anjos, os ''[[jinn]]is'' possuem vontade própria; alguns são bons, mas de uma forma geral são maus. Um desses espíritos maus é ''[[Iblis]]'' ([[Azazel]]), também ele um ''jinn'', segundo a crença islâmica, que desobedeceu a Deus e dedica-se a praticar o mal.<ref name="Anjo"/>


=== Livros sagrados ===
=== Idade Média e Idade Moderna ===
[[Imagem: Tamar (Vardzia fresco detail).jpg|thumb|esquerda|180px|[[Tamara da Geórgia|Rainha Tamara]] (1160-1213), a primeira mulher a governar a Geórgia em seu próprio direito, presidiu a Idade de Ouro na monarquia georgiana medieval]]
{{AP|Alcorão}}
[[Ficheiro:Qur'an_and_Rehal.jpg|thumb|Um manuscrito do [[Alcorão]] sobre um ''rehal'', um [[atril|descanso de livro]] para o texto sagrado]]


Os primeiros reinos desintegraram-se em várias regiões feudais por volta dos primeiros anos da [[Idade Média]]. Isso facilitou a conquista dos árabes da maior parte do território oriental georgiano no {{séc|VII}}. A partir deste período ao {{séc|X}}, a Geórgia estava envolta na influência e domínio do [[Cazares|Império Cazar]]. As várias regiões independentes não se uniram em um único reino até o início do {{séc|XI}}.<ref>L. Baker, Patricia; Smith, Hilary; Oleynik, Maria (2014). Iran. London, United Kingdom: Bradt Travel Guides. p. 158. ISBN 1841624020.</ref>
O preeminente texto sagrado do Islã é o [[Alcorão]]. Os muçulmanos acreditam que os versículos do Alcorão foram revelados a Maomé por Deus, por meio do arcanjo [[Gabriel (anjo)|Gabriel]] (''Jibrīl''), em várias ocasiões entre os anos 610 e 632, o ano em que o profeta morreu.{{sfnp|Esposito|2004|pp=17–18, 21}} Enquanto Maomé estava vivo, essas revelações foram escritas por seus companheiros, embora o principal método de transmissão fosse oralmente por meio da [[Hafiz (islão)|memorização]].<ref name="al faruqi">{{citar periódico|último=Al Faruqi|último2=Lois Ibsen|ano=1987|título=The Cantillation of the Qur'an|periódico=Society for Asian Music|número=Autumn – Winter 1987|páginas=3–4}}</ref> O Alcorão é dividido em 114 capítulos (''[[Sura|sūrah]]'') que combinados contêm 6.236 versos (''[[Ayat|āyāt]]''). Os capítulos cronologicamente anteriores, revelados em [[Meca]], tratam principalmente de tópicos espirituais, enquanto os capítulos posteriores de [[Medina]] discutem mais questões sociais e legais relevantes para a comunidade muçulmana.<ref name="islam Britannica"/><ref name=":8">{{citar enciclopédia|último=Ringgren|primeiro=Helmer|url=https://www.britannica.com/topic/Quran|título=Qurʾān|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|acessodata=17-09-2021}}</ref> Os juristas muçulmanos consultam o ''[[hadith]]'' ('contas'), ou o registro escrito da vida do profeta Maomé, tanto para complementar o Alcorão quanto para auxiliar em sua interpretação. A ciência do comentário e [[exegese]] do Alcorão é conhecida como ''[[tafsir]]''.<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|url=https://www.britannica.com/topic/tafsir|título=Tafsīr|acessodata=17-09-2021}}</ref>{{sfnp|Esposito|2004|pp=79–81}} Além de seu significado religioso, é amplamente considerado como o melhor trabalho da [[literatura árabe]]<ref>{{Harvnb|Jones|1994|p=1}}</ref><ref>{{Harvnb|Arberry|1996|p=191}}</ref> e influenciou a arte e a [[língua árabe]].<ref>{{Harvnb|Kadi|Mir|2002|p=213, 216}}</ref>


Embora os árabes tenham capturado a cidade capital de Tiblíssi em 645, Ibéria manteve considerável independência sob governantes árabes locais.<ref name=LOCge15/> O príncipe {{lknb|Asócio|I|da Ibéria}} - também conhecido como Asócio Curopalata - tornou-se o primeiro integrante da [[Dinastia Bagrationi]] a governar o reino. A dinastia manteve seu reinado por um período de quase {{fmtn|1000}} anos, durante o qual o Bagrationi, como a casa nobre era conhecida, governou boa parte do território que hoje é a república da Geórgia. {{lknb|Pancrácio|III|da Geórgia}} uniu a Geórgia Ocidental e Oriental.<ref name="Idade Média na Geórgia 2">{{citar web|url = http://www.britannica.com/biography/Bagrat-III |titulo = Bagrat III King of Georgia |data = | acessodata = 28 de janeiro de 2016 |publicado = Encyclopædia Britannica | lingua = inglês }}</ref>
O Islã também sustenta que Deus enviou revelações, chamadas ''wahy'', a diferentes profetas inúmeras vezes ao longo da história. No entanto, o Islã ensina que partes das escrituras reveladas anteriormente, como o ''Tawrat'' ([[Torá]]) e o ''Injil'' ([[Evangelho]]), foram distorcidas - seja na interpretação, no texto ou em ambos,<ref name="harvp|Esposito|2002b|pp=4–5">{{harvp|Esposito|2002b|pp=4–5}}</ref><ref name="harvp|Peters|2003|p=9">{{harvp|Peters|2003|p=9}}</ref> enquanto o Alcorão (lit. 'Recitação') é visto como a palavra final, literal e inalterada de Deus.<ref name=":8" /><ref>{{harvp|Teece|2003|pp=12–13}}</ref><ref>{{harvp|Turner|2006|p=42}}</ref>


O [[Reino da Geórgia]] atingiu o seu apogeu no início do {{séc|XII}}. Este período, durante os reinados de [[David IV da Geórgia|David IV]] (também chamado David Builder) e sua neta [[Tamara da Geórgia|Tamara]], tem sido amplamente denominado como a [[Idade de Ouro da Geórgia]] ou da Renascença georgiana.<ref>{{citar livro|título = Modern History of Soviet Georgia |autor = David Marshall Lang |publicadopor = Greenwood Press|city = London|ano = 1976 | página = 29|isbn = 978-0837181837 }}</ref> Este início do renascimento georgiano, que precedeu o seu análogo da Europa Ocidental, foi caracterizado por vitórias militares impressionantes, expansão territorial e um renascimento cultural em arquitetura, literatura, filosofia e as ciências.<ref>{{citar livro|título=Trust and Conflict: Representation, Culture and Dialogue|editores= Ivana Marková, Alex Gillespie|página=43|series=Cultural Dynamics of Social Representation|ano=2011|ISBN=978-0415593465}}</ref> A Idade de Ouro georgiana deixou um legado de grandes catedrais, poesias românticas e literatura, e o poema épico ''"[[O Cavaleiro na Pele de Pantera]]"''.<ref name="Idade de Ouro da Geórgia">{{citar livro|título=Georgian Literature and Culture|autor1 =Howard Aronson|autor2 =Dodona Kiziria|publicadopor=Slavica |ano=1999|página=119|isbn= 978-0893572785}}</ref>
=== Profetas ===
[[Ficheiro:Medieval Persian manuscript Muhammad leads Abraham Moses Jesus.jpg|thumb|[[Miniatura persa]] do século XV<ref>{{citar web|título=BnF. Département des Manuscrits. Supplément turc 190|url=https://gallica.bnf.fr/view3if/ga/ark:/12148/btv1b8427195m/f16|publicado=[[Bibliothèque nationale de France]]|acessodata=07-09-2023|wayb=20230909130407|urlmorta=não}}</ref> mostrando [[Maomé]] liderando [[Abraão]], [[Moisés]], [[Jesus no Islã|Jesus]] e outros profetas em oração]]


David IV iniciou a Idade de Ouro da Geórgia enfrentando a [[Grande Invasão Turca]], promovida pelos [[turcos seljúcidas]]. Sob seu comando, o reino venceu a [[Batalha de Didgori]], em 1121, garantindo a expansão da influência cultural e política da Geórgia em direção ao sul e o leste, da Arménia ao Mar Cáspio.<ref name=LOCge15/>
O islão ensina que Deus revelou a sua vontade à humanidade através de [[profetas do islão|profetas]]. Existem dois tipos de profeta: os que receberam de Deus a missão de dar a conhecer aos homens a vontade divina (''anbiya''; singular ''nabi'') e os que para além dessa função lhes foi entregue uma escritura revelada (''rusul''; singular ''rasul'', "mensageiro"). Cada profeta foi encarregado de relembrar a uma comunidade a existência ou a unicidade de Deus, esquecida pelos homens. Para os muçulmanos, a lista dos profetas inclui [[Adão e Eva|Adão]], [[Abraão]] (''Ibrahim''), [[Moisés]] (''Musa''), [[Jesus]] (''[[Isa (profeta)|Isa]]'') e Maomé (''Muhammad''), todos eles pertencentes a uma sucessão de homens guiados por Deus. Maomé é visto como o ''Último Mensageiro'', trazendo a mensagem final de Deus a toda a humanidade sob a forma do Alcorão, sendo por isso designado como o "Selo dos Profetas". Quando Maomé começou a revelar o Alcorão, ele não acreditou que isso teria proporções mundiais, mas sim que somente reforçaria a fé no Deus.<ref>Ver:
* {{Harvtxt|Momem|1987|p=176}}
* {{citar enciclopédia|título=Islam|enciclopédia=Encyclopædia Britannica|ref=harv}}</ref>


O reinado de [[Tamara da Geórgia|Tamara]], a primeira governante feminina da Geórgia, é considerado o mais bem sucedido na história do país.<ref name="Eastmond">{{citar livro|título=Royal Imagery in Medieval Georgia|autor =Antony Eastmond|publicadopor=Penn State Press |ano=2010|página=93|ISBN=978-0271016283}}</ref> Ela foi proclamada como [[Herdeiro aparente|herdeira aparente]] e co-governante pelo seu pai, [[Jorge III da Geórgia|Jorge III]], em 1178, mas enfrentou uma significativa oposição da aristocracia devido a sua ascensão e total controle do poder, após a morte de seu pai. Entretanto, Tamara conseguiu neutralizar a oposição e embarcou em uma série de viagens para promover uma política externa energética, ajudada pela queda dos poderes rivais dos [[Império Seljúcida|Seljúcidas]] e [[Império Bizantino|Bizantinos]]. Apoiada por uma poderosa elite militar, Tamara foi capaz de dar continuidade à expansão do reino, consolidando um império que dominou o Cáucaso e se estendeu por grande parte do atual Azerbaijão, Armênia e Turquia oriental, bem como partes do norte do Irã,<ref name="Reinado de Tamara">Stephen H. Rapp. ''Imagining history at the crossroads: Persia, Byzantium, and the architects of the written Georgian past, Volume 2'' University of Michigan, 1997 p.652</ref> até o seu colapso sob os ataques mongóis, ocorrido somente duas décadas após sua morte, em 1213.<ref>Eastmond, Antony (1998), Royal Imagery in Medieval Georgia. Penn State Press</ref>
=== Julgamento Final ===
{{Artigo principal|Escatologia islâmica}}
[[Ficheiro:Syria,_Damascus,_The_Umayyad_Mosque.jpg|thumb|A [[Mesquita Omíada]] em [[Damasco]], [[Síria]], onde a tradição islâmica diz que [[Issa (profeta)|Issa]] (Jesus, visto como um profeta islâmico) aparecerá perto do Dia do [[Juízo Final]]]]
Segundo as crenças islâmicas, o dia do [[Julgamento Final]] (''Yaum al-Qiyamah'') é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas ações que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados diretamente para o [[Paraíso]], enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no [[Inferno]], antes de poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de facto nunca o foram. Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.<ref>Ver:
* "Resurrection", ''The New Encyclopedia of Islam'' (2003)
* {{citar enciclopédia|título=Avicenna|enciclopédia=Encyclopaedia of Islam Online|ref=harv}}: Ibn Sīnā, Abū ʿAlī al-Ḥusayn b. ʿAbd Allāh b. Sīnā is known in the West as "Avicenna".
* {{citar enciclopédia|título=Qiyama|enciclopédia=Encyclopaedia of Islam Online|autor=L. Gardet|ref=harv}}</ref>


[[Imagem: Vakhtang VI (miniature, 1703-24).jpg |180px|thumb|[[Vactangue VI de Cártlia|Vactangue VI]], rei da Geórgia, foi o mais proeminente teórico e jurista do país]]
=== Predestinação ===
O renascimento do Reino da Geórgia foi adiado depois que Tiblíssi foi capturada e destruída pelo [[Império Corásmio]], liderados por [[Jalaladim Mingueburnu]] {{nwrap|r.|1220|1231}}, em 1226.<ref name="Império Corásmio">{{citar livro|autor =Rene Grousset, Rene|título='The Empire of the Steppes|publicadopor=Rutgers University Press|ano=1991|página=260}}</ref> Os mongóis foram expulsos por [[Jorge V de Geórgia|Jorge V]], filho de [[Demétrio II da Geórgia|Demétrio II]], que foi nomeado ''"Brilhante"'' por seu papel na restauração da antiga força do país e da cultura cristã. Jorge V foi o último grande rei do estado da Geórgia unificada. Após sua morte, diferentes governantes locais lutaram pela sua independência do controle georgiano central, até a total desintegração do reino no {{séc|XV}}. A Geórgia foi ainda mais enfraquecida por [[Invasões de Tamerlão na Geórgia|várias invasões desastrosas]] de [[Tamerlão]], entre 1386 e 1403. Outras invasões também se sucederam, principalmente por parte das federações tribais do [[Confederação do Cordeiro Branco|Cordeiro Branco]] e [[Confederação do Cordeiro Negro|Cordeiro Negro]], que constantemente invadiam as províncias do sul georgiano. Como resultado, o Reino da Geórgia entrou em colapso por volta de 1466, fragmentando-se em três reinos independentes e cinco principados semi-independentes. Grandes impérios vizinhos, posteriormente, exploraram a divisão interna do país enfraquecido, e do início do {{séc|XVI}} até o início do XIX, os [[Império Safávida|Safávidas]], [[Império Afexárida|afexáridas]] e a [[dinastia Cajar]], do Irã, juntamente com a [[Império Otomano|Turquia otomana]], subjugaram as regiões leste e oeste da Geórgia, respectivamente.<ref name="Império Corásmio" /><ref name="Queen Tamar the Great and the Golden Age 1184–1213" />
Os muçulmanos acreditam no ''quadar'', uma palavra geralmente traduzida como "[[predestinação]]", mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou "decidir quantidade ou qualidade". Uma vez que, para o islão, Deus foi o criador de tudo, incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas características a omnisciência, ele já sabia, quando procedeu à criação, as características que cada elemento da sua obra teria. Assim sendo, cada coisa que acontece a uma pessoa foi determinada por Deus. Essa crença não implica a rejeição do livre arbítrio, pois o ser humano foi criado por Deus com a faculdade da razão, pelo que pode escolher entre praticar ações positivas ou negativas.<ref>Ver:
* {{Harvtxt|Farah|2003|pp=119–122}}
* {{Harvtxt|Patton|1900|p=130}}</ref>


Os governantes das regiões que permaneciam parcialmente autônomas organizavam rebeliões em diversas ocasiões. No entanto, as invasões iranianas e otomanas subsequentes enfraqueceram ainda mais reinos e regiões locais. Como resultado de guerras incessantes e deportações, a população da Geórgia diminuiu para 250 000 habitantes, no final do {{séc|XVIII}}.<ref name="Idade Média na Geórgia 3">{{citar web|url = http://everything.explained.today/Georgia_(country)/ |titulo = Georgia (country) explained |data = | acessodata = 29 de janeiro de 2016 |publicado = Everything | lingua = inglês }}</ref> A Geórgia Oriental, composta pelas regiões de [[Caquécia]] e [[Ibéria (região do Cáucaso)|Ibéria]], tinha estado sob a suserania iraniana desde 1555 na sequência da [[Paz de Amásia]], assinada com a vizinha, Turquia otomana.<ref name="Queen Tamar the Great and the Golden Age 1184–1213">Mikaberidze, Alexander (2011). Conflict and Conquest in the Islamic World: A Historical Encyclopedia, Volume 1. Santa Barbara, California, USA: ABC-CLIO. p. 196. ISBN 1598843362.</ref>
== Práticas ==
{{AP|Cinco pilares do Islamismo}}
[[Imagem:Supplicating Pilgrim at Masjid Al Haram. Mecca, Saudi Arabia.jpg|thumb|A peregrinação ([[haje]]) a [[Meca]] é um dos "cinco pilares do islão"]]


Desde pelo menos meados do {{séc|XV}}, os governantes de ambos os reinos da Geórgia Ocidental e Oriental procuravam repetidamente ajuda das potências da Europa Ocidental sem sucesso.<ref>Donald Rayfield. ''Edge of Empires: A History of Georgia''. 15 February 2013, p. 158</ref><ref>Giusy Maria Ausilia Margagliotta, Andrea Aldo Robiglio. ''Art, Intellect and Politics: A Diachronic Perspective.'' BRILL, 30 de novembro de 2012, p. 592</ref><ref>Alexander Mikaberidze. ''Historical Dictionary of Georgia''. Rowman & Littlefield, 6 February 2015, p. 516</ref> Um episódio notável deste tipo de esforço foi liderado no início do {{séc|XVIII}} por um diplomata georgiano chamado [[Sulkhan-Saba Orbeliani]], que foi enviado por seu ex-aluno, o rei [[Vactangue VI de Cártlia]], à [[Reino da França|França]] e aos [[Estados Papais]], a fim de negociar assistência à Geórgia. Orbeliani foi bem recebido pelo rei francês [[Luís XIV de França|Luís XIV]] e pelo [[Papa Clemente XI]], mas nenhuma assistência tangível poderia ser assegurada.<ref>Kalistrat Salia. ''History of the Georgian Nation''. 1983, p.&nbsp;315</ref> A falta de ajuda ocidental não só deixou a Georgia impressionada, mas selou o destino pessoais de Orbeliani e o rei Vactangue: empurrados pelo invasor exército otomano, ambos foram forçados a aceitar a oferta de proteção de [[Pedro I da Rússia|Pedro, o Grande]] e escaparam para o [[Império Russo]], de onde nunca mais voltaram.<ref>Adrian Brisku. Bittersweet Europe: Albanian and Georgian Discourses on Europe, 1878-2008. Berghahn Books, 15 August 2013, p. 23</ref> A história da missão diplomática de Orbeliani à França tornar-se-ia um símbolo de como o Ocidente ignorou os apelos da Geórgia por sua proteção.<ref>Bruno Coppieters, Alekseĭ Zverev, Dmitriĭ Trenin. ''Commonwealth and Independence in Post-Soviet Eurasia''. 1 de janeiro de 1998, p. 16</ref>
Os [[Cinco pilares do Islamismo|cinco pilares do islã]] são cinco deveres básicos de cada muçulmano:<ref name= Intro>{{citar web|url=http://www.sbmrj.org.br/Islam-BreveIntro.htm|titulo=Breve Introdução ao Islã|publicação=Sociedade Beneficente Muçulmana|acessodata=31-07-2008|wayb=20081203140952|urlmorta=sim}}</ref>
# a recitação e aceitação da crença (''[[Chahada]]'' ou ''Shahada'');
# [[Oração|orar]] cinco vezes ao longo do dia ([[Salá]],''Salat'' ou ''Salah'');
# pagar [[esmola]] (''[[Zakat]]'' ou ''Zakah'');
# observar o [[jejum]] no [[Ramadão]] (''[[Saum]]'' ou ''Siyam'');
# fazer a peregrinação a [[Meca]] (haje) se tiver condições físicas e financeiras.


Com a morte de [[Nader Xá]], em 1747, dois grandes reinos da Geórgia Oriental conseguiram se libertar do controle iraniano e foram reunificados com o nome de [[Reino de Cártlia-Caquécia|Cártlia-Caquécia]], sob o reinado de [[Heráclio II da Geórgia|Heráclio II]], em 1762. Ele estabilizou a Geórgia Oriental e foi capaz de garantir a sua autonomia durante todo o período de ascensão do Estado iraniano de [[Império Zand|Zand]].{{sfn|Fisher|Avery|Hambly|Melville|1991|p=328}}
Os muçulmanos [[Xiismo|xiitas]] consideram ainda três práticas como essenciais à religião islâmica: além da ''[[jihad]]'', que também é importante para os [[Sunismo|sunitas]], há o ''[[Amr-Bil-Ma'rūf]]'', "exortar o bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo; e o ''[[Nahi-Anil-Munkar]]'', "proibir o mal", que orienta os muçulmanos a se abster do [[vício]] e das más ações, e também encorajar os outros a fazer o mesmo.<ref>Momen (1987), p.180</ref>


=== ''Chahada'' ===
=== Domínio do Império Russo ===
{{Artigo principal|Geórgia dentro do Império Russo}}
{{AP|Chahada}}
Em 1783, a Rússia e o Reino de Cártlia-Caquécia, no leste da Geórgia, assinaram o [[Tratado de Georgievsk]], que reconhecia o vínculo da Ortodoxia Oriental entre o povo russo e georgiano e prometia proteção especial à Geórgia oriental contra as novas tentativas iranianas de recuperar a Geórgia, ou ainda, de tentativas de invasões por outros agressores.<ref name="Império russo">{{citar web|url=http://www.hist.msu.ru/ER/Etext/georgia.htm |titulo = Георгиевский трактат - Treaty of Georgievsk |data = 24 de julho de 1783 |publicado = Universidade de Moscou |acessodata = 1 de fevereiro de 2016| lingua = russo }}</ref>
[[Ficheiro:Silver_Rupee_Akbar.jpg|thumb|Moeda de prata do [[imperador mogol]] [[Aquebar]] do século XVI inscrita com a [[Chahada]]]]
{{multiple image
A [[profissão de fé]] consiste numa frase — que deve ser dita com a máxima sinceridade — através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro".<ref>{{citar web|url=http://www.sbmrj.org.br/Islam-Shahada.htm|titulo=A Shahada e sua Importância|publicação=Sociedade Beneficente Muçulmana|acessodata=31-07-2008|wayb=20081203152255|urlmorta=sim}}</ref>
| caption_align = center
| header_align = center
| width = 150
| image1 = George XII of Georgia.jpg
| image2 = Patriarch Antonius II of Georgia.jpg
| footer = Devido a alterações desencadeadas pela indesejada anexação russa, [[Jorge XII da Geórgia|Jorge XII]] (à esquerda) se tornou o último monarca georgiano, enquanto [[Antônio II da Geórgia|Antônio II]] (à direita) o último patriarca georgiano do {{séc|XIX}}
}}
No entanto, apesar deste compromisso em defender a Geórgia, a Rússia não lhe ofereceu nenhum auxílio quando os iranianos invadiram o território em 1795, capturando e saqueando Tiblíssi enquanto massacrava seus habitantes, como uma tentativa do novo herdeiro do trono iraniano em reafirmar a hegemonia do Irã sobre a Geórgia.<ref>{{citar web|url=http://www.academia.edu/9137125/Relations_between_Tehran_and_Moscow_1979-2014|título=Relations between Tehran and Moscow, 1797-2014|acessodata = 17 de maio de 2015}}</ref> Apesar de uma campanha punitiva lançada posteriormente contra o Irã, em 1796, esse período culminou com a violação russa do Tratado de Georgievsk e a anexação do leste da Geórgia, seguida pela [[autocefalia]] da [[Igreja Ortodoxa Georgiana]]. Pyotr Bagration, um dos descendentes da casa de Bagrationi, viria a se juntar ao exército russo e subir para ser um general pelas guerras napoleônicas.<ref name="Ottoman and Iranian domination 1">R. J. Abisaab, Converting Persia. Religion and Power in the Safavid Empire, London, 2004.</ref><ref name="Ottoman and Iranian domination 2">L. Shengelia, Iran-ruset’is urt’iert’obebi da amierkavkasia XIX saukunis dasatskhisshi (Iranian–Russian relations and the Caucasus at the beginning of the 19th century), Tbilisi, 1988.</ref><ref name="Ottoman and Iranian domination 3">{{citar web|url = http://www.kavehfarrokh.com/wp-content/uploads/2009/07/Georgia_and_Iran_Article.pdf|titulo = Georgia and Iran |acessodata = 15 de outubro de 2016 | lingua = inglês | formato = PDF}}</ref>


Em 22 de dezembro de 1800, o czar [[Paulo I da Rússia|Paulo I]], no alegado pedido do rei Jorge XII, assinou a proclamação sobre a incorporação da Geórgia (Ibéria-Caquécia) dentro do [[Império Russo]], que foi finalizado por um decreto em 8 de janeiro de 1801,<ref>Gvosdev (2000), p. 85</ref><ref>Avalov (1906), p. 186</ref> e confirmado pelo czar [[Alexandre I da Rússia|Alexandre I]] em 12 de setembro do mesmo ano.<ref>Gvosdev (2000), p. 86</ref><ref>Lang (1957), p. 249</ref> O enviado georgiano à [[São Petersburgo]] reagiu com uma nota de protesto, que foi apresentada ao vice-chanceler russo, o príncipe Kurakin.<ref>Lang (1957), p. 251</ref> Em maio de 1801, sob a supervisão do general Carl Heinrich von Knorring, a Rússia Imperial transferiu o poder no leste da Geórgia ao governo liderado pelo general Ivan Petrovich Lazarev.<ref>Lang (1957), p. 247</ref> A nobreza georgiana não aceitou o decreto até que, em 12 de abril de 1802, o general Knorring obrigou boa parte da nobreza a subir à Catedral Sioni de Tiblíssi e os forçou a fazer um juramento sobre a coroa imperial da Rússia. Aqueles que discordaram foram presos temporariamente.<ref>Lang (1957), p. 252</ref>
=== ''Salat'' ===
{{AP|Salat}}
[[Imagem:Mosque.jpg|thumb|Homens muçulmanos em prosternação durante uma prece em uma mesquita]]


No verão de 1805, as tropas russas no rio Askerani, perto de Zagam, derrotaram o exército iraniano durante a [[Guerra Russo-Persa (1804-1813)|Guerra Russo-Persa]], salvando Tiblíssi de uma reconquista e tornando-a oficialmente parte dos territórios imperiais. A suserania russa sobre o leste da Geórgia foi oficialmente finalizada com o Irã em 1813, na sequência do [[Tratado de Gulistan]].<ref>Timothy C. Dowling ''Russia at War: From the Mongol Conquest to Afghanistan, Chechnya, and Beyond'' pp 728 ABC-CLIO, 2 dec. 2014 ISBN 1598849484</ref> Após a anexação da Geórgia Oriental, a Geórgia Ocidental, com o [[reino de Imerícia]], foi anexada pelo czar Alexandre I. O último rei imerécio, Salomão II, morreu no exílio em 1815. A partir de 1803-1878, como resultado de inúmeras guerras russas – dessa vez contra a Turquia otomana – vários dos territórios anteriormente perdidos da Geórgia – como Ajária – foram recuperados, e também incorporados ao império. O principado de Guria foi abolido e incorporada ao Império em 1828, e o de Mingrélia em 1857. A região de Suanécia foi gradualmente anexada entre 1857 e 1859.<ref name="Geórgia dentro do Império russo, Chew">Allen F. Chew. "Um Atlas da História da Rússia: Séculos Onze de alterações das fronteiras",Yale University Press, 1970, p. 74</ref>
A oração no islão (conhecida como ''[[Salá]]'') é composta por cinco partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No islão não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ''[[ummah]]'', escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.<ref name= Salat>{{citar web|url=http://www.sbmrj.org.br/Islam-Salat.htm|titulo=A Importância da Oração (''Salat'')|publicação=Sociedade Beneficente Muçulmana|acessodata=31-07-2008|wayb=20080924051030|urlmorta=sim}}</ref>


=== Declaração de independência e incorporação à União Soviética ===
Durante essas orações, são recitadas [[suratas]] do Alcorão, geralmente ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da [[mesquita]], tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha feito antes sua [[Purificação ritual|purificação]].<ref name=Intro/> A purificação é realizada através da higiene especifica e detalhada, que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés.<ref name= Salat/> Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (''[[tayammum]]''). A oração abre-se com a orientação do crente na direcção de [[Meca]] ([[quibla]]).<ref name=Salat/>
{{Artigo principal|República Democrática da Geórgia|República Socialista Soviética da Geórgia|Invasão soviética da Geórgia}}
[[Imagem:Georgien Parlament Unabhängigkeit.jpg|thumb|esquerda|Declaração de independência pelo parlamento georgiano de 1918]]


Após a [[Revolução Russa de 1917]], a Geórgia declarou sua independência em 26 de maio de 1918, no meio da [[Guerra Civil Russa]]. O Partido Social-Democrata, de caráter [[menchevique]], venceu as eleições parlamentares. Seu líder, [[Noi Jordania]], tornou-se primeiro-ministro.<ref name="Declaração de independência da Geórgia em 1918">Suny, Ronald Grigor (1994), ''The Making of the Georgian Nation'', 2nd edição, p. 207. Indiana University Press, ISBN 0-253-20915-3.</ref> Apesar da aquisição Soviética, Noi Jordania foi reconhecido como o legítimo chefe do governo da Geórgia pela França, [[Reino Unido]], [[Bélgica]] e [[Polônia]] durante os anos 1930.<ref name="Noi Jordania">Stefan Talmon (1998), ''Recognition of Governments in International Law'', p. 289-290. [[Oxford University Press]], ISBN 0-19-826573-5.</ref>
=== ''Zakat'' ===
[[Ficheiro:Slot_at_the_Zaouia_Moulay_Idriss_II_1.jpg|thumb|Local para doar o ''[[zakat]]'' na [[zauia]] Moulay Idriss II em [[Fez]], [[Marrocos]]]]
{{AP|Zakat}}
O islão estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro.<ref name="AhmedGianci">{{Harvnb|Ahmed|Gianci|2005|p=479}}</ref> Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (''[[sadaqa]]''), mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade.<ref>{{Harvnb|Said|Abu-Nimer|Sharify-Funk|p=145}}</ref>{{sfnp|Stefon|2010|p=[https://archive.org/details/islamicbeliefspr0000stef/page/72 72]}}


Ainda em 1918, eclodiu a [[Guerra Georgiano-Armênia]], em partes das províncias georgianas povoadas principalmente por armênios. A guerra findou por causa da intervenção britânica. Entre 1918 e 1919, o general georgiano Giorgi Mazniashvili liderou um ataque contra o Exército Branco liderado por Moiseev e Denikin, a fim de reivindicar a costa do Mar Negro de [[Tuapse]] para [[Sochi]] e Adler, com a intenção de anexar a região aos limites da independência da Geórgia.<ref name="shirokov">{{citar livro|último1 =Широков|primeiro1 =И. В. |último2 =Тарасов|primeiro2 =А. А. |título=Наша маленькая Хоста - Исторический очерк|url=http://www.sss-tmas.org/index.php/component/docman/doc_download/14-our-little-khosta?Itemid=|ano=2010|local=Sochi|língua=ru}}</ref> A independência do país não durou muito tempo, e a Geórgia passou a vigorar sob proteção britânica até 1920.<ref name="shirokov" />
=== ''Saum'' ===
{{AP|Saum}}
[[Ficheiro:Iftar_for_Ramadhan.jpg|thumb|Um banquete rápido, conhecido como [[Iftar]], é tradicionalmente servido com [[tâmara]]s]]
Durante o [[Ramadão]] (o nono [[mês]] do [[calendário islâmico]]), cada muçulmano adulto deve abster-se de [[Alimentação|alimento]], de [[Bebida alcoólica|bebida]], de [[Tabagismo|fumar]] e de ter [[Ato sexual|relações sexuais]], desde o nascer até ao [[pôr do sol]]. Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do [[jejum]].<ref>{{Harvnb|Molly|2009}}</ref>


[[Imagem:Ordzhonikidze, Stalin and Mikoyan, 1925.jpg|thumb|direita|O armênio [[Anastas Mikoyan]] e os georgianos [[Joseph Stalin]] e [[Sergo Ordzhonikidze]] em Tiblíssi em 1925]]
=== ''Haje'' ===
Em fevereiro de 1921, a Geórgia foi atacada pelo [[Exército Vermelho]]. O exército georgiano foi derrotado e o governo social-democrata fugiu do país. Em 25 de fevereiro de 1921, o Exército Vermelho entrou em Tiblíssi e instalou um governo comunista leal a [[Moscovo|Moscou]], liderado pelo georgiano bolchevique [[Filipp Makharadze]].<ref name="Kort">Kort, M (2001), ''The Soviet Colossus'', p.154. M.E. Sharpe, ISBN 0-7656-0396-9</ref> No entanto, restava uma oposição significativa para os bolcheviques, e isso culminou na [[Revolta de Agosto]] de 1924. O regime soviético foi firmemente estabelecido somente após esta revolta ser reprimida.<ref>Knight, Amy. ''Beria: Stalin's First Lieutenant'', Princeton University Press, Princeton, New Jersey, p. 237, ISBN 978-0-691-01093-9.</ref> Assim, a Geórgia foi incorporada na [[República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana|RSFS Transcaucasiana]], que uniu Geórgia, Arménia e Azerbaijão. Mais tarde, em 1936, o RSFS foi desagregado em seus elementos componentes e a Geórgia tornou-se a República Socialista Soviética da Geórgia.<ref name="República Socialista Soviética da Geórgia 1">{{citar livro|título=The Europa World Year Book 2004, Volume I |edição=45th |series = Europa World Year Book |ano= 2004 |anooriginal=1928 |publicadopor= Europa Publications |local= London |isbn=1-85743-254-1 |página=1806 |citação= No entanto, a Geórgia foi invadida por tropas bolcheviques no início de 1921, e a República Socialista Soviética da Geórgia (SSR) foi proclamada em 25 de fevereiro}}</ref>
{{AP|Haje}}
[[Imagem:Hajj.ogg|thumb|A [[Caaba]] durante o [[haje]]]]


[[Josef Stalin]], um georgiano étnico nascido Ioseb Besarionis Dze Jugashvili (em georgiano: იოსებ ბესარიონის ძე ჯუღაშვილი) em [[Gori]], foi destaque entre os bolcheviques. Stalin estava a subir para a posição mais alta, dirigindo a União Soviética a partir de 3 de abril de 1922 até sua morte, em 5 de março de 1953.<ref name="Martin">{{citar livro|autor=Martin McCauley | título="Stalin and Stalinism" |capítulo=1 |ano=1995|página=13-14 |editora=Longman Group Limited|local=London |ISBN=0-582-27658-6}}</ref> De 1941 a 1945, durante a [[Segunda Guerra Mundial]], quase 700 000 georgianos lutaram no Exército Vermelho contra a [[Alemanha Nazi|Alemanha nazista]]. Havia também alguns que lutaram no lado alemão. Cerca de 350 mil georgianos morreram nos campos de batalha da Frente Oriental.<ref name="Martin"/>
Esse pilar consiste na [[haje|peregrinação]] a [[Meca]], obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico. Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da [[Kaaba]], os peregrinos correm entre as duas colinas de [[Safa]] e [[Marwa]]. Na última parte do haje, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de [[Arafat]], onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.<ref>{{harvp|Goldschmidt|Davidson|2005|p=48}}</ref><ref>{{harvp|Farah|1994|pp=145–147}}</ref><ref>{{citar enciclopédia|título=Hajj|enciclopédia=Encyclopædia Britannica Online}}</ref><ref>{{Harvnb|Cornell|2007|p=29}}</ref><ref>{{Harvnb|Glassé|Smith|2003|p=207}}</ref><ref>{{Harvnb|Goss|Bornstein|1986|p=208}}</ref>


Em 9 de abril de 1989, uma manifestação pacífica em Tiblíssi terminou com várias pessoas sendo mortas por tropas soviéticas.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" /> Antes das eleições de outubro de 1990 para a Assembleia Nacional, o ''Umaghlesi Sabcho'' (Conselho Supremo) - as primeiras eleições na URSS realizadas em uma base formal multipartidária – o cenário político foi remodelado novamente. Enquanto os grupos mais radicais boicotaram as eleições e convocaram um fórum alternativo (o Congresso Nacional) com suposto apoio de Moscou,<ref name="Geórgia dentro do Império russo, Chew" /> outra parte da oposição anticomunista uniu-se em torno dos antigos dissidentes, como Merab Kostava e Zviad Gamsakhurdia. Este último ganhou as eleições por uma margem clara, com 155 dos 250 assentos parlamentares, enquanto o Partido Comunista (PC) recebeu apenas 64 assentos. Todas as outras partes não conseguiram superar o limiar de 5 por cento e foram assim distribuídas unicamente alguns lugares do círculo eleitoral uninominais.<ref name="Geórgia dentro do Império russo, Chew" />
== História ==
{{Artigo principal|História do Islão}}


=== Restauração da independência ===
=== Maomé e o nascimento do Islã (570-632) ===
Em 9 de abril de 1991, pouco antes do colapso da União Soviética, a Geórgia declarou sua independência. A iniciativa foi feita depois de um [[Referendo sobre a independência da Geórgia em 1991|referendo]] realizado em 31 de março de 1991, sendo protagonizada pelo Conselho Supremo da Geórgia. Em 26 de maio de 1991, [[Zviad Gamsakhurdia]] foi eleito o primeiro presidente da Geórgia independente, com propostas de cunho nacionalista e prometendo fazer valer a autoridade de Tiblíssi sobre regiões como a [[Abecásia]] e [[Ossétia do Sul]], que tinham sido classificadas como oblasts autônomos sob a União Soviética.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano">{{citar web |url = http://gov.ge/index.php?lang_id=ENG&sec_id=193 |titulo = Government of Georgia: About Georgia |publicado = Governo da Geórgia |acessodata = 12 de outubro de 2016 | data = |autor = | lingua = inglês }}</ref> Ele logo foi deposto em um sangrento golpe de Estado, a partir de 22 de dezembro de 1991 a 6 de janeiro de 1992. O golpe foi instigado por parte dos guardas nacionais e uma organização paramilitar chamada "Mkhedrioni" ("cavaleiros"). O país tornou-se envolvido em uma amarga [[Guerra Civil na Geórgia|guerra civil]], que durou até cerca de 1995. Eduard Shevardnadze, Ministro dos Negócios Estrangeiros Soviéticos entre 1985-1991, voltou à Geórgia em 1992 e juntou-se aos líderes do golpe - Tengiz Kitovani e Jaba Ioseliani - um triunvirato que ficou conhecido como "O Conselho de Estado".<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" />
{{Artigo principal|Maomé}}
[[Imagem:Maome.jpg|thumb|Profeta [[Maomé]] recitando o Alcorão em [[Meca]] (gravura do {{séc|XV}})]]
[[Ficheiro:Hira_Cave.jpg|miniaturadaimagem|Caverna de Hira]]
De acordo com a tradição islâmica, Maomé nasceu em [[Meca]] no ano 570 e ficou [[órfão]] ainda jovem. Crescendo como um comerciante, ele se tornou conhecido como o "de confiança" ({{Lang-ar|الامين}}) e foi procurado como árbitro imparcial. Mais tarde, ele se casou com sua empregadora, a empresária [[Cadija]].{{Sfnp|Esposito|2010|p=6}} No ano 610, perturbado pelo declínio moral e pela [[idolatria]] predominantes na cidade de [[Meca]] e buscando [[reclusão]] e contemplação espiritual, Maomé retirou-se para a Caverna de Hira, na montanha Jabal al-Nour, próxima de Meca. Foi durante seu tempo na caverna que ele teria recebido a primeira revelação do [[Alcorão]] do anjo [[Gabriel (anjo)|Gabriel]]. O evento da retirada de Maomé para a caverna e a subsequente revelação é conhecido como a "[[Noite do Destino|Noite do Poder]]" (''Laylat al-Qadr'') e é considerado um evento significativo na [[história islâmica]]. Durante os 22 anos seguintes de sua vida, a partir dos 40 anos, Maomé continuou a receber revelações de Deus, tornando-se o último dos profetas enviados à humanidade por Deus.<ref name="harvp|Esposito|2002b|pp=4–5"/><ref name="harvp|Peters|2003|p=9"/><ref>
{{Citar enciclopédia|titulo=Muhammad|enciclopédia=Encyclopædia Britannica Online}}</ref>


[[Imagem:1993 Georgia war1.svg|thumb|200px|[[Guerra Civil na Geórgia]], em 1993]]
Durante este tempo, enquanto estava em Meca, Maomé pregou primeiro em segredo e depois publicamente, implorando aos seus ouvintes que abandonassem o [[politeísmo]] e [[Monoteísmo|adorassem um Deus]]. Muitos dos primeiros convertidos ao Islã eram mulheres, pobres, estrangeiros e escravos como o primeiro [[Almuadem|muezim]] [[Bilal ibne Rabá]].<ref>Rabah, Bilal B. ''Encyclopedia of Islam.''</ref> A elite de Meca sentiu que Maomé estava a desestabilizar a sua ordem social ao pregar sobre um Deus único e ao incentivar os pobres e os escravos a questionar os lucros obtidos pelas peregrinações aos ídolos da [[Caaba]].<ref>{{Harvnb|Ünal|2006|pp=1323–}}</ref><ref>{{Harvp|Holt|Lambton|Lewis|1977}}</ref>
Disputas dentro de duas regiões da Geórgia, Abecásia e Ossétia do Sul, entre os separatistas locais e as populações de maioria georgiana, acabaram em violência e guerras inter-étnicas generalizadas.<ref>{{citar web|título=Georgia: Abkhazia and South Ossetia |url=https://pesd.princeton.edu/?q=node/274 |website=www.pesd.princeton.edu |publicado=Encyclopedia Princetoniensis}}</ref> Apoiada pela Rússia, a Abecásia e a Ossétia do Sul alcançaram ''de facto'' a independência, com a Geórgia mantendo o controle apenas em pequenas áreas dos territórios disputados. Em 1995, Shevardnadze foi oficialmente eleito como presidente da Geórgia.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" />


Cerca de 230 000 a 250 000 georgianos foram massacrados ou expulsos da Abecásia por separatistas e voluntários do Norte do Cáucaso (incluindo chechenos), entre 1992 e 1993. Cerca de 23 mil georgianos fugiram da Ossétia do Sul, bem como muitas famílias da Ossétia foram forçadas a abandonar suas casas na região de [[Borjomi]] e seguirem rumo à Rússia.<ref>{{citar web|publicadopor=Human Rights Watch/Helsinki |url= http://hrw.org/reports/1996/Russia.htm |título=Russia - The Ingush-Ossetian conflict in the Prigorodnyi region |data=maio de 1996}}</ref><ref name="hrwreport">{{citar web|url=http://www.hrw.org/reports/1995/Georgia2.htm |título= Georgia/Abchasia: Violations of the laws of war and Russia's role in the conflict |data=março de 1995 |publicadopor=Hrw.org }}</ref>
Após 12 anos de perseguição aos muçulmanos pelos habitantes de Meca, Maomé e seus [[Sahaba|companheiros]] realizaram a ''[[Hégira]]'' ("emigração") em 622 para a cidade de Yathrib (atual [[Medina]]). Ali, com os convertidos de Medina (os ''[[Ansar]]'') e os migrantes de Meca (os ''[[muhajirun]]''), Maomé estabeleceu em Medinaa sua [[Teocracia|autoridade política e religiosa]] A [[Constituição de Medina]] foi assinada por todas as tribos locais e estabeleceu [[Liberdade religiosa|liberdades religiosas]] e autonomia para utilizar suas próprias leis entre as comunidades muçulmanas e não muçulmanas, bem como um acordo para defender Medina de ameaças externas.{{Sfnp|Serjeant|1978|p=4}} As forças de Meca e seus aliados perderam contra os [[muçulmanos]] na [[Batalha de Badr]] em 624 e depois travaram uma batalha inconclusiva na [[Batalha de Uude]]<ref>{{Harvnb|Crawford|2013|p=83}}</ref> antes de sitiar Medina sem sucesso na [[Batalha da Trincheira]] (março-abril de 627). No ano 628, o [[Tratado de Hudaibia]] foi assinado entre Meca e os muçulmanos, mas foi quebrado por Meca dois anos depois. À medida que mais tribos se convertiam ao Islã, as rotas comerciais de Meca começaram a ser cortadas pelos muçulmanos.<ref>{{Harvp|Peters|2003}}</ref><ref>{{Harvp|Lapidus|2002}}</ref> Em 629, Maomé foi vitorioso na conquista quase sem derramamento de sangue de Meca e, no período da sua morte, no ano 632 (aos 62 anos), ele tinha unido as tribos da Arábia num único sistema religioso.
{{panorama|Madina_Haram_at_evening.jpg|1200px|Panorama da mesquita [[Mesquita do Profeta]], em [[Medina]]}}


[[Imagem:OP13.JPG|thumb|200px|A [[Revolução Rosa]], em 2003]]
=== Período islâmico inicial (632-750) ===
{{Artigo principal|Expansão islâmica|Primeira Guerra Civil Islâmica|Segunda Guerra Civil Islâmica}}
{{Mapa da expansão dos califados árabes|esquerda|upright=1.5|antes=Mapa da expansão dos califados árabes}}


Shevardnadze foi reeleito em 2000. Entretanto, em 2003, foi deposto pela [[Revolução Rosa]], depois da oposição georgiana e monitores internacionais afirmarem que houve fraude nas eleições legislativas de 2 de novembro.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" /> A revolução foi liderada por [[Mikheil Saakashvili]], [[Zurab Zhvania]] e [[Nino Burjanadze]], ex-membros e líderes do partido no poder de Shevardnadze. Mikhail Saakashvili foi eleito presidente da Geórgia em 2004.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" />
Maomé morreu em 632 e os primeiros sucessores, chamados [[Califado|califas]] – [[Abacar]], [[Omar]], [[Otomão]], [[Ali]] e por vezes [[Haçane ibne Ali]]<ref>{{Harvnb|Melchert|2020|pp=70–71}}</ref> – são conhecidos no Islã [[sunita]] como ''al-khulafā' ar-rāshidūn'' ("califas bem guiados").{{Sfnp|Esposito|2010|p=40}} Algumas tribos abandonaram o Islã e rebelaram-se sob líderes que se declararam novos profetas mas foram esmagados por Abacar nas [[Guerras Ridda]].<ref>{{Harvp|Holt|Lewis|1977}}</ref><ref>{{Harvp|Hourani|2002}}</ref><ref>{{Harvp|Lapidus|2002}}</ref><ref>{{Harvp|Madelung|1996}}</ref><ref>{{Harvp|Ṭabāṭabāʼī|1979}}</ref> As populações nativas locais de [[judeus]] e [[cristãos]], perseguidos como minorias religiosas e [[hereges]] e fortemente tributados, muitas vezes ajudaram os muçulmanos a assumir o controle de suas terras,{{Sfnp|Esposito|2010|p=38}} resultando na rápida expansão do califado nos impérios [[Império Sassânida|persa]] e [[Império Bizantino|bizantino]].<ref>{{Harvp|Holt|Lewis|1977}}</ref><ref name="harvp|Gardet|Jomier|2012">{{Harvp|Gardet|Jomier|2012}}</ref><ref>{{Harvnb|Kuiper|2021}}</ref><ref name="Lapidus2014"/> Otomão foi eleito em 644 e seu assassinato por rebeldes levou Ali a ser eleito o próximo califa. Na [[Primeira Guerra Civil Islâmica|Primeira Guerra Civil]], a viúva de Maomé, [[Aixa]], levantou um exército contra Ali, tentando vingar a morte de Otomão, mas foi derrotada na [[Batalha do Camelo]]. Ali tentou destituir o governador da Síria, [[Moáuia I]], que era visto como corrupto. Moáuia então declarou guerra a Ali e foi derrotado na [[Batalha de Sifim]]. A decisão de Ali de arbitrar irritou os [[carijitas]], uma seita extremista, que sentiram que, por não lutar contra um pecador, Ali também se tornou um pecador. Os carijitas se rebelaram e foram derrotados na Batalha de Nahrawan, mas um assassino carijita mais tarde conseguiu matar Ali. O filho de Ali, Hasan ibn Ali, foi eleito califa e assinou um tratado de paz para evitar mais combates, abdicando em favor de Moáuia com a contrapartida que ele não nomeasse um sucessor.{{Sfnp|Holt|Lewis|1977}}
[[Ficheiro:Kairouan Mosque Stitched Panorama.jpg|thumb|A [[Grande Mesquita de Cairuão]], estabelecida em 670 em [[Cairuão]], [[Tunísia]], representa um dos melhores marcos arquitetônicos da civilização islâmica<ref>{{citar web|url=http://www.muslimheritage.com/topics/default.cfm?articleID=358|título=Great Mosque of Kairouan|publicado=Muslim Heritage.com|data=24-04-2003|acessodata=16-05-2010|wayb=20111018065839|urlmorta=sim}}</ref>]]
[[Ficheiro:Palestine-2013(2)-Jerusalem-Temple Mount-Dome of the Rock (SE exposure).jpg|thumb|[[Domo da Rocha]], construído por [[Abedal Maleque ibne Maruane]]; concluído no final da [[Segunda Guerra Civil Islâmica]]]]


Após a Revolução Rosa, uma série de reformas foram lançadas para reforçar as capacidades militares e econômicas do país. Os esforços do novo governo para reafirmar a autoridade da Geórgia na [[Ajária|República Autônoma de Ajária]], no sudoeste do país, levou a uma grande [[Crise na Ajária de 2004|crise no início de 2004]]. O sucesso na iniciativa do governo, em Ajária, encorajou Saakashvili a intensificar seus esforços na região separatista da Ossétia do Sul, mas sem sucesso.<ref name="História recente da Geórgia publicada pelo governo georgiano" />
Moáuia iniciou a [[dinastia omíada]] com a nomeação de seu filho [[Iázide I]] como sucessor, desencadeando a [[Segunda Fitna|Segunda Guerra Civil]]. Durante a [[Batalha de Carbala]], [[Huceine ibne Ali]] foi morto pelas forças de Iázide; desde então o evento tem sido [[Ashura|comemorado anualmente]] pelos [[xiitas]]. Os [[sunitas]], liderados por [[Abedalá ibne Zobair]] e contrários a um califado dinástico, foram derrotados no cerco de Meca. Essas disputas sobre liderança dariam origem ao cisma [[Sunismo|sunita]]-[[Xiismo|xiita]],<ref name="NYT-20160103">{{Citar jornal|ultimo=Harney|primeiro=John|url=https://www.nytimes.com/2016/01/04/world/middleeast/q-and-a-how-do-sunni-and-shia-islam-differ.html|titulo=How Do Sunni and Shia Islam Differ?|data=03-01-2016|acessodata=04-01-2016|website=The New York Times|wayb=20200511081444|urlmorta=não}}</ref> sendo que os xiitas acreditando que a liderança pertence à família de Maomé através de Ali, chamada de [[Ahl al-Bayt|''ahl al-bayt'']].{{Sfnp|Waines|2003|p=46}} A liderança de [[Abu Bakr]] supervisionou o início da compilação do Alcorão. O califa [[Omar II]] criou o comitê, Os Sete Fuqaha de Medina,{{Sfnp|Ismāʻīl ibn ʻUmar Ibn Kathīr|2012|p=505}}<ref>''Umar Ibn Abdul Aziz'' By Imam Abu Muhammad Abdullah ibn Abdul Hakam died 214 AH 829 C.E. Publicado Zam Zam Publishers Karachi, pp. 54–59</ref> e Malik ibn Anas escreveu um dos primeiros livros sobre jurisprudência islâmica, o ''Muwatta'', como um consenso da opinião daqueles juristas.<ref>{{Harvnb|Coulson|1964}}</ref><ref>{{Harvnb|Houtsma|Wensinck|Lévi-Provençal|Gibb|1993|pp=207–}}</ref><ref>{{Harvnb|Sharon|1986}}</ref> Os [[carijitas]] acreditavam que não havia meio termo entre o bem e o mal e qualquer muçulmano que cometesse um pecado grave se tornaria um infiel. O termo "carijites" também seria usado para se referir a grupos posteriores como o [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]].<ref>{{Citar jornal|ultimo=Mamouri|primeiro=Ali|url=https://www.al-monitor.com/originals/2015/01/islamic-state-kjarijites-continuation.html|titulo=Who are the Kharijites and what do they have to do with IS?|data=8 de janeiro de 2015|acessodata=6 de março de 2022|website=Al-monitor|wayb=20220306213145|urlmorta=não}}</ref> O Murji'ah ensinou que a retidão das pessoas poderia ser julgada somente por Deus. Portanto, os transgressores podem ser considerados equivocados, mas não denunciados como incrédulos.{{Sfnp|Blankinship|2008|p=43}} Esta atitude passou a prevalecer nas principais crenças islâmicas.{{Sfnp|Esposito|2010|p=87}}


Esses eventos, juntamente com acusações de envolvimento georgiano na segunda guerra chechena,<ref>{{citar jornal|último = Gorshkov |primeiro = Nikolai | url= http://news.bbc.co.uk/2/hi/world/europe/2269057.stm |título= Duma prepares for Georgia strike |obra=BBC News |data=19 de setembro de 2002 |acessodata=24 de julho de 2009}}</ref> resultaram em uma grave deterioração de [[Relações entre Geórgia e Rússia|relações com a Rússia]], alimentada também pela assistência aberta da Rússia e apoio para as duas áreas separatistas, Abecásia e Ossétia do Sul. Apesar destas relações cada vez mais difíceis, em maio de 2005 a Geórgia e a Rússia chegaram a um acordo bilateral, através do qual bases militares russas (que datavam da era soviética) em Batumi e Akhalkalaki foram retiradas.<ref>{{citar web |url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=10007 |título=Russia, Georgia strike deal on bases |publicadopor=Civil Georgia, Tbilisi |data=30 de maio de 2005 |acessodata=2016-02-04 |arquivourl=https://wayback.archive-it.org/all/20080813052136/http://www.civil.ge/eng/article.php?id=10007 |arquivodata=2008-08-13 |urlmorta=yes }}</ref> A Rússia retirou todo o pessoal e equipamentos destes locais, finalizando o processo em dezembro de 2007.<ref>{{citar web|url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=16321|título=Russia Hands Over Batumi Military Base to Georgia|publicadopor=Civil Georgia, Tbilisi|data=13 de novembro de 2007|acessodata=24 de julho de 2009}}</ref> No entanto, a base militar russa em [[Gudauta]], na Abecásia, não foi retirada, ocorrendo a desocupação apenas após a adoção e homologação do Tratado Adaptado das Forças Armadas Convencionais na Europa, durante a Cimeira de Istambul de 1999.<ref name="Período pós-independência na Geórgia">{{citar web |url = http://www.leader.viitorul.org/print.php?l=ro&idc=48&id=271 |título = Russia's retention of Gudauta base - An unfufilled cfe treaty conmitment |publicado = Leader Org |data = 22 de maio de 2006 |acessodata = 6 de fevereiro de 2018 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20170205180219/http://www.leader.viitorul.org/print.php?l=ro&idc=48&id=271 |arquivodata = 5 de Fevereiro de 2017 |urlmorta = yes }}</ref>
A dinastia omíada conquistou o [[Magrebe]], a [[Península Ibérica]], a [[Gália Narbonense]] e o [[Sinde]].<ref>{{Harvnb|Puchala|2003}}</ref> Os omíadas lutaram contra a falta de legitimidade e dependiam de militares fortemente patrocinados.{{Sfnp|Esposito|2010|p=45}} Como o imposto [[jizya]] era um imposto pago por não-muçulmanos que os isentava do serviço militar, os omíadas negaram o reconhecimento da conversão de não-árabes, pois reduzia as receitas.{{Sfnp|Esposito|2010|p=87}} Embora o [[Califado Ortodoxo]] enfatizasse a austeridade, com Omar até exigindo um inventário dos bens de cada oficial,<ref>{{Harvnb|Al-Biladhuri|Hitti|1969}}</ref> o luxo omíada gerou insatisfação entre os piedosos.{{Sfnp|Esposito|2010|p=87}} Os carijitas lideraram a [[Revolta Berbere]], levando aos primeiros Estados muçulmanos independentes do califado. Na [[Revolução Abássida]], convertidos não-árabes (''[[Maula|mawali]]''), clãs árabes afastados pelo clã omíada e alguns xiitas se reuniram e derrubaram os omíadas, inaugurando a dinastia abássida mais cosmopolita em 750.{{Sfnp|Lapidus|2002|p=56}}{{Sfnp|Lewis|1993}}


=== Era clássica (750-1258) ===
=== Guerra Russo-Georgiana ===
{{Artigo principal|Guerra Russo-Georgiana|Limpeza étnica dos georgianos na Abecásia|Limpeza étnica dos georgianos na Ossétia do Sul}}
{{Artigo principal|Idade de ouro islâmica}}
As tensões entre a Geórgia e a Rússia se intensificaram em abril de 2008.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8281990.stm |título=Georgia 'started unjustified war' |obra=[[BBC News]] |data=30 de setembro de 2009}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.spiegel.de/international/world/eu-report-independent-experts-blame-georgia-for-south-ossetia-war-a-650228.html |título= EU Report: Independent Experts Blame Georgia for South Ossetia War |obra=[[Der Spiegel]] |data=21 de setembro de 2009}}</ref><ref name="shelling">{{citar web| url=http://www.rferl.org/content/Is_The_Clock_Ticking_For_Saakashvili/1199512.html |publicadopor=RFE/RL |autor =Brian Whitmore |título=Is The Clock Ticking For Saakashvili?' |data=12 de setembro de 2008}}</ref><ref name="tall_order">{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7364544.stm |título=Russia criticised over Abkhazia |publicadopor=BBC News |data=24 de abril de 2008}}</ref><ref name="counterproductive">{{citar jornal|url=http://en.ria.ru/russia/20080516/107542587.html |título=Russia says UN Abkhazian refugee resolution counterproductive |publicadopor=RIA Novosti |data=16 de maio de 2008}}</ref> Os separatistas da Ossétia do Sul cometeram o primeiro ato de violência, ao explodirem um veículo militar georgiano em 1 de agosto de 2008. A explosão feriu cinco soldados de paz da Geórgia. Em resposta, ''snipers'' georgianos agrediram os milicianos da Ossétia do Sul durante a noite.<ref>{{citar web|url=http://www.ft.com/cms/s/0/af25400a-739d-11dd-8a66-0000779fd18c,dwp_uuid=f2b40164-cfea-11dc-9309-0000779fd2ac.html|título=Countdown in the Caucasus: Seven days that brought Russia and Georgia to war|publicado = Financial Times |data=26 de agosto de 2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080920023223/http://www.ft.com/cms/s/0/af25400a-739d-11dd-8a66-0000779fd18c,dwp_uuid=f2b40164-cfea-11dc-9309-0000779fd2ac.html|arquivodata=20 de setembro de 2008}}</ref><ref name="feud">{{citar web|url=http://online.wsj.com/articles/SB121884450978145997 |título=Smoldering Feud, Then War |autor1 =Marc Champion |autor2 =Andrew Osborn |publicadopor=The Wall Street Journal |data=16 de agosto de 2008}}</ref> Os separatistas ossetas passaram a bombardear aldeias georgianas em meados de agosto, com uma resposta esporádica das forças de paz da Geórgia e outras tropas na região.<ref name="shelling"/><ref name="feud"/><ref>{{citar web|url=http://www.theguardian.com/world/2008/nov/19/georgia-russia-eu-media-inquiry|título=Georgia calls on EU for independent inquiry into war|autor =Luke Harding|publicadopor=The Guardian|data=19 de novembro de 2008}}</ref> Incidentes graves ocorreram na semana seguinte após os ataques da Ossétia contra aldeias georgianas e posições na Ossétia do Sul.<ref name="Allison">{{citar periódico|formato=PDF|autor =Roy Allison|url=http://commonweb.unifr.ch/artsdean/pub/gestens/f/as/files/4760/39349_201918.pdf|título=Russia resurgent? Moscow's campaign to 'coerce Georgia to peace'|periódico = International Affairs |volume=84|número=6|ano=2008|páginas=1145–1171|doi=10.1111/j.1468-2346.2008.00762.x}}</ref><ref>{{citar web |url = https://lop.parl.ca/content/lop/ResearchPublications/prb0836-e.pdf |título = The Conflict Between Russia and Georgia |autor = Jean-Rodrigue Paré |publicadopor = Parliament of Canada |data = 13 de fevereiro de 2009 |acessodata = 6 de fevereiro de 2018 |formato = PDF |lingua = inglês |arquivourl = https://web.archive.org/web/20170607090622/https://lop.parl.ca/Content/LOP/ResearchPublications/prb0836-e.pdf |arquivodata = 7 de Junho de 2017 |urlmorta = yes }}</ref>
{{VT|Filosofia islâmica}}
[[Imagem:Cheshm_manuscript.jpg|thumb|O olho, de acordo com [[Hunaine ibne Ixaqueq]] de um manuscrito datado de c. 1200]]
[[imagem:Tskhinval after Georgian attack4.jpg|thumb|200px|esquerda|[[Tskhinvali]], 18 de agosto de 2008]]
Em 7 de agosto de 2008, o então presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili anunciou um cessar-fogo unilateral por parte da Geórgia.<ref>{{citar jornal|url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=18931 |título=Saakashvili Appeals for Peace in Televised Address |publicadopor=Civil.Ge |data=7 de agosto de 2008}}</ref> No entanto, os separatistas da Ossétia intensificaram seus ataques contra aldeias georgianas situadas na zona de conflito da Ossétia do Sul. Tropas georgianas abriram fogo e avançaram em direção à capital da auto-proclamada República da Ossétia do Sul, [[Tskhinvali]], durante o período noturno de 8 de agosto.<ref name="Jamestown Goals">{{citar web|url=https://jamestown.org/program/the-goals-behind-moscows-proxy-offensive-in-south-ossetia/ |título = The Goals Behind Moscow's Proxy Offensive in South Ossetia |publicadopor= The Jamestown Foundation |data=8 de agosto de 2008 | acessodata = 6 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref><ref>{{citar web|url=http://articles.chicagotribune.com/2008-08-09/news/0808080649_1_south-ossetia-russian-peacekeeping-troops-russian-president-dmitry-medvedev/2|título=Georgian conflict puts U.S. in middle|publicadopor=Chicago Tribune|data=9 de agosto de 2008 | lingua = inglês | acessodata = 6 de fevereiro de 2018 }}</ref> Com a notável situação e o aumento da instabilidade entre Geórgia e Ossétia do Sul, a Rússia invadiu a região osseta, ocupando-a com tropas militares.<ref>{{citar web|url=https://jamestown.org/program/the-russian-georgian-war-was-preplanned-in-moscow/ |título=The Russian-Georgian War was preplanned in Moscow |data=14 de agosto de 2008 |autor =Pavel Felgenhauer | publicado = The Jamestown | lingua = inglês | acessodata = 22 de outubro de 2015 }}</ref> De acordo com a inteligência da Geórgia e vários relatos da mídia russa, o Exército russo já havia se mudado para o território da Ossétia do Sul através do [[túnel de Roki]], antes da operação militar georgiana.<ref name="NYTFreshev">{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2008/09/16/world/europe/16georgia.html |publicadopor = The New York Times |primeiro =C.J. |último =Chivers |título=Georgia Offers Fresh Evidence on War's Start |data = 15 de setembro de 2008 | acessodata = 13 de janeiro de 2015 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Guerra russo-georgiana 2">{{citar web |url=http://www.newsru.com/russia/11sep2008/voshli.html |script-title= СМИ: российские войска вошли в Южную Осетию еще до начала боевых действий |publicadopor = NEWSru |data = 11 de setembro de 2008 | língua = russo }}</ref>
[[imagem:South Ossetia war 58 army.jpg|thumb|200px|Militares russos na Ossétia do Sul durante a guerra da Geórgia contra a Rússia]]


O centro de Tskhinvali foi ocupado por 1 500 homens das forças terrestres da Geórgia na manhã do dia 8 de agosto de 2008.<ref name="washingtonpost.com">{{citar jornal|autor =Peter Finn|url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/08/16/AR2008081600502_pf.html |título=A Two-Sided Descent into Full-Scale War |publicadopor=The Washington Post |data=17 de agosto de 2008}}</ref> Em entrevista ao ''Kommersant'', jornal russo, um diplomata georgiano afirmou que "assumir o controle de Tskhinvali era uma demonstração de que a Geórgia não toleraria a matança de seus cidadãos".<ref name="rmd_source_1">{{citar jornal|primeiro =Olga|último =Allenova|script-title=ru:Первая миротворческая война|url=https://www.kommersant.ru/doc/1009540|publicadopor=Kommersant|data = 8 de agosto de 2008|língua = russo }}</ref> A Rússia passou a acusar a Geórgia de "agressão contra a Ossétia do Sul", iniciando uma invasão em larga escala da Geórgia sob a alegação de operação de paz.<ref name="Allison"/> Militares russos recuperaram o controle de Tskhinvali em cinco dias, expulsando as tropas da Geórgia e lançando ataques aéreos contra a infraestrutura militar do país.<ref name="hindu2">{{citar jornal|url=http://www.thehindu.com/todays-paper/tp-international/status-quo-not-possible-moscow/article1315790.ece |título=Status quo not possible: Moscow |publicadopor=The Hindu |data=13 de agosto de 2008}}</ref> As forças da Abecásia abriram uma segunda frente de ataque, no que ficou conhecido como [[Batalha do vale Kodori]],<ref>{{citar jornal|url=http://www.reuters.com/article/2008/08/09/us-georgia-abkhazia-kodori-idUSL932653720080809 |título=Abkhaz separatists strike disputed Georgia gorge |publicadopor=Reuters |data=9 de agosto de 2008}}</ref> enquanto a Rússia ocupava as cidades georgianas de [[Zugdidi]], [[Senaki]], [[Poti]] e [[Gori]] (a última após a negociação do cessar-fogo). A costa da Geórgia também foi bloqueada pela [[Frota do Mar Negro]].<ref name="Allison"/><ref name="gori_central">{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2008/08/12/world/europe/12georgia.html |publicadopor=The New York Times |primeiro1 =Michael |último1 =Schwirtz |primeiro2 =Anne |último2 =Barnard |primeiro3 =Andrew E. |último3 =Kramer |título=Russian Forces Capture Military Base in Georgia |data=11 de agosto de 2008}}</ref><ref name="Russia_NYTimes">{{citar jornal|url=http://www.nytimes.com/2008/08/13/world/europe/13georgia.html |título=Russia, in Accord With Georgians, Sets Withdrawal |publicadopor=[[The New York Times]] |data=12 de agosto de 2008 |primeiro1 =Andrew E. |último1 =Kramer |primeiro2 =Ellen |último2 =Barry}}</ref><ref name="retort">{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2008/08/15/world/europe/15georgia.html |publicadopor=The New York Times |primeiro =Clifford J. |último =Levy |título=Russia Vows to Support Two Enclaves, in Retort to Bush |data=14 de agosto de 2008}}</ref> Durante e depois da guerra, as forças da Ossétia do Sul e da milícia irregular realizaram uma campanha de [[Limpeza étnica dos georgianos na Ossétia do Sul|limpeza étnica contra os georgianos na Ossétia do Sul]], com aldeias georgianas em torno de Tskhinvali sendo destruídas.<ref name="Fact-finding">{{citar web | formato = PDF |url = http://www.ceiig.ch/pdf/IIFFMCG_Volume_I.pdf | arquivourl = https://web.archive.org/web/20091007030130/http://www.ceiig.ch/pdf/IIFFMCG_Volume_I.pdf | arquivodata = 7 de outubro de 2015 |título = Report. Volume I | data = setembro de 2009 |publicado = Independent International Fact-Finding Mission on the Conflict in Georgia |página = 27}}</ref><ref name="Damage">{{citar jornal|título=Amnesty International Satellite Images Reveal Damage to South Ossetian Villages After... |url=http://www.reuters.com/article/2008/10/09/idUS200979+09-Oct-2008+PRN20081009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140222225015/http://www.reuters.com/article/2008/10/09/idUS200979+09-Oct-2008+PRN20081009 |arquivodata=22 de fevereiro de 2014 |publicadopor=Reuters |data=9 de outubro de 2008}}</ref> A guerra deslocou cerca de {{fmtn|192000}} pessoas.<ref>{{citar web|url=http://www.refworld.org/pdfid/4922c0b22.pdf |título=Civilians in the line of fire |publicadopor=Amnesty International |data=novembro de 2008}}</ref><ref>{{citar web|script-title=ru:Эдуард Кокойты: мы там практически выровняли все | url=http://www.kommersant.ru/doc/1011783 |data=15 de agosto de 2008 |publicadopor=Kommersant|língua=ru}}</ref><ref>{{citar web|título=Rights Groups Say South Ossetian Militias Burning Georgian Villages | url=http://www.rferl.org/content/Ossetian_Militias_Burn_Georgian_Villages/1292746.html |data=30 de setembro de 2008 |publicadopor=RFE/RL}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Georgia Marks Anniversary of War |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8188904.stm |data=7 de agosto de 2009 |publicadopor=BBC News}}</ref>
[[Al-Shafi'i]] codificou um método para determinar a confiabilidade do ''[[hadith]]''.{{sfnp|Lapidus|2002|p=86}} Durante o início da era do [[Império Abássida]], estudiosos como [[Muhammad al-Bukhari]] e [[Muslim ibn al-Hajjaj]] compilaram as principais coleções de hadith [[sunitas]], enquanto estudiosos como [[Al-Kulayni]] e [[Ibn Babawayh]] compilaram as principais coleções de hadith [[xiitas]]. As quatro ''[[Madhhab]]'' sunitas ([[hanafismo]], [[hambalismo]], [[maliquismo]] e [[xafeísmo]]) foram estabelecidas em torno dos ensinamentos de [[Abū Ḥanīfa]], [[Amade ibne Hambal]], Malik ibn Anas e al-Shafi'i. Em contraste, os ensinamentos de [[Jafar Alçadique]] formaram a jurisprudência do [[jafarismo]]. No século IX, [[Al-Tabari]] completou o primeiro comentário do [[Alcorão]], que se tornou um dos comentários mais citados no Islã sunita, o ''[[Tafsir al-Tabari]]''. Alguns muçulmanos começaram a questionar a piedade da [[indulgência]] na vida mundana e enfatizaram a pobreza, a humildade e a evitação do pecado com base na renúncia aos desejos corporais. Ascetas como Hasan al-Basri inspirariam um movimento que evoluiria para o ''tasawwuf'' ou [[sufismo]].<ref name=EB-Sufism>{{citar enciclopédia|último=Schimmel|primeiro=Annemarie|url=https://www.britannica.com/topic/Sufism|título=Sufism|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|acessodata=17-09-2021}}</ref>{{sfnp|Lapidus|2002|pp=90, 91}}


Um acordo de cessar-fogo entre a Geórgia, Rússia, Ossétia do Sul e Abecásia foi negociado em 12 de agosto de 2008, tendo a França como mediadora.<ref name="Cessar fogo Geórgia-Rússia 1">{{citar web |url=http://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080823_russiaupdate.shtml |titulo = EUA e França criticam recuo russo na Geórgia |publicado = BBC Brasil |data = 23 de agosto de 2008 | acessodata = 5 de fevereiro de 2016 }}</ref><ref name="Cessar fogo Geórgia-Rússia 2">{{citar web |url = http://www.tsf.pt/internacional/interior/presidente-russo-assina-acordo-de-cessarfogo-com-georgia-980387.html |titulo = Presidente russo assina acordo de cessar-fogo com Geórgia |publicado = TSF |data = 16 de agosto de 2008 | acessodata = 5 de fevereiro de 2016 }}</ref> Em 17 de agosto, os russos retiraram suas tropas da Geórgia e, em 8 de outubro, deixaram as zonas-tampão adjacentes à Abecásia e Ossétia do Sul, com o controle sobre estas transferido para a Missão de Observação da União Europeia na Geórgia.<ref name="http">{{citar jornal|url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/08/17/AR2008081700294.html|título=Bush, European Leaders Urge Quick Withdrawal From Georgia|publicadopor=Washington Post|data=18 de agosto de 2008 |primeiro =Fredrick|último =Kunkle}}</ref><ref name="en.rian">{{citar jornal|url=http://en.rian.ru/world/20081009/117637460.html|título=Russia hands over control of Georgian buffer zones to EU|publicadopor=RIA Novosti|data=9 de outubro de 2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081012093601/http://en.rian.ru/world/20081009/117637460.html|arquivodata=12 de outubro de 2008|urlmorta= sim}}</ref>
Nessa época, os problemas teológicos, notadamente sobre o [[livre-arbítrio]], foram abordados com destaque, com Hasan al Basri afirmando que, embora Deus conheça as ações das pessoas, o bem e o mal vêm do abuso do livre-arbítrio e do [[Iblis|diabo]].{{sfnp|Blankinship|2008|pp=38-39}}<ref>{{Harvnb|Hamdan|2006|p=291–292}}</ref> A [[filosofia racionalista]] grega influenciou uma escola especulativa de pensamento conhecida como [[muʿtazila]], que defendeu a famosa noção de livre-arbítrio, originada pela primeira vez por [[Wasil ibn Ata]].{{sfnp|Blankinship|2008|p=50}} Califas como [[Almamune]] e [[Almotácime]] fizeram disso um credo oficial e tentaram, sem sucesso, impor sua posição à maioria.{{sfnp|Esposito|2010|p=88}} Eles realizaram inquisições com o tradicionalista [[Amade ibne Hambal]], recusando-se notavelmente a se conformar com a ideia muʿtazila de que o [[Alcorão]] foi criado em vez de ser eterno e foi torturado e mantido em uma cela de prisão sem iluminação por quase trinta meses.<ref>{{Harvnb|Doi|1984|p=110}}</ref> No entanto, outras escolas de [[Calâm|teologia especulativa]] - [[maturidismo]] fundada por [[Abu Mansur al-Maturidi]] e [[alaxarismo]] fundada por [[Alboácem Alaxari]] - tiveram mais sucesso em serem amplamente adotadas. Filósofos como [[Alfarábi]], [[Avicena]] e [[Averróis]] procuraram harmonizar as ideias de [[Aristóteles]] com os ensinamentos do Islã, semelhante ao [[escolasticismo]] posterior dentro do [[cristianismo]] na [[Europa]] e o trabalho de [[Maimônides]] dentro do [[judaísmo]], enquanto outros como [[Algazali]] argumentaram contra tal [[sincretismo]] e finalmente prevaleceram.<ref>{{harvp|Lapidus|2002|p=160}}</ref><ref>{{harvp|Waines|2003|pp=126–127}}</ref>
[[Imagem:University_of_Al_Qaraouiyine.jpg|thumb|[[Universidade al Quaraouiyine]], no [[Marrocos]], fundada no ano 859]]


A Rússia reconheceu a Abecásia e a Ossétia do Sul como repúblicas independentes em 26 de agosto de 2008.<ref name="kremlin">{{citar web|url=http://kremlin.ru/eng/speeches/2008/08/26/1543_type82912_205752.shtml|título = Statement by President of Russia Dmitry Medvedev|publicadopor=The Kremlin|data=26 de agosto de 2008|arquivourl= https://web.archive.org/web/20080902001442/http://www.kremlin.ru/eng/speeches/2008/08/26/1543_type82912_205752.shtml|arquivodata=2 de setembro de 2008|urlmorta= sim}}</ref> Em resposta à ação da Rússia, o governo georgiano rompeu as relações diplomáticas com o país.<ref name="break">{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7588428.stm |título=Georgia breaks ties with Russia |publicadopor=BBC News |data=29 de agosto de 2008}}</ref> Desde a guerra, a Geórgia mantém sua posição de que a Abecásia e a Ossétia do Sul são territórios georgianos ocupados pela Rússia.<ref name="parliament.ge">{{citar web|url=http://www.parliament.ge/index.php?lang_id=ENG&sec_id=98&info_id=20047 |título=Resolution of the Parliament of Georgia on the Occupation of the Georgian Territories by the Russian Federation |data=29 de agosto de 2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080903224516/http://www.parliament.ge/index.php?lang_id=ENG&sec_id=98&info_id=20047 |arquivodata=3 de setembro de 2008}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=19330 |título=Abkhazia, S.Ossetia Formally Declared Occupied Territory |publicadopor=Civil.Ge |data=28 de agosto de 2008}}</ref><ref name="Georgia, Abecásia e Ossétia do Sul">{{citar web |url = http://www.nytimes.com/2008/11/07/world/europe/07georgia.html?_r=1&scp=4&sq=georgia&st=cse&oref=slogin |titulo = Georgia Claims on Russia War Called Into Question |publicado = The New York Times | acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês | data = 6 de novembro de 2008 }}</ref><ref name="Georgia, Abecásia e Ossétia do Sul 2">{{citar web |url = https://elpais.com/internacional/2008/08/26/actualidad/1219701601_850215.html |titulo = Rusia reconoce la independencia de Abjazia y Osetia del Sur: La OTAN rechaza la decisión del Kremlin como una "violación directa" de las resoluciones de la ONU.- Medvédev dice no temer "una nueva guerra fría" |publicado = El País | acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = espanhol | data = 26 de agosto de 2008 }}</ref><ref name="Georgia, Abecásia e Ossétia do Sul 3">{{citar web |url = https://www.washingtonpost.com/news/monkey-cage/wp/2014/03/20/how-people-in-south-ossetia-abkhazia-and-transnistria-feel-about-annexation-by-russia/?utm_term=.44d31066dea0 |titulo = How people in South Ossetia, Abkhazia and Transnistria feel about annexation by Russia |publicado = The Washington Post | acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês | data = 20 de março de 2014 }}</ref>
Este período às vezes é chamad de "[[Era de Ouro Islâmica]]".<ref>{{harvp|Holt|Lewis|1977|pp=80, 92, 105}}</ref><ref>{{harvp|Holt|Lambton|Lewis|1977|pp=661–663}}</ref><ref>{{harvp|Lapidus|2002|p=56}}</ref><ref>{{harvp|Lewis|1993|p=84}}</ref><ref name="harvp|Gardet|Jomier|2012"</> As realizações científicas islâmicas abrangeram uma ampla gama de áreas, especialmente [[Medicina na Era Medieval Islâmica|medicina]], [[Matemática islâmica|matemática]], [[Astronomia islâmica|astronomia]], [[agricultura]], bem como [[Física islâmica medieval|física]], [[economia]], [[engenharia]] e [[Alhazém|óptica]].<ref>{{Harvnb|King|1983|pp=531–55}}</ref><ref>{{Harvnb|Hassan|1996|pp=351–99}}</ref><ref>{{Harvnb|Faruqi|2006|pp=391-399}}</ref><ref>{{citar web|título=The greatest scientific advances from the Muslim world|website=The Guardian|data=Fevereiro de 2010|url=https://www.theguardian.com/science/2010/feb/01/islamic-science}}</ref> [[Avicena]] foi um pioneiro na medicina experimental,<ref name="Jacquart, Danielle 2008">{{Harvnb|Jacquart|2008|pp=219–227}}</ref><ref>{{Harvnb|Tschanz|2003}}</ref> e sua obra ''[[O Cânone da Medicina]]'' foi usada como um texto medicinal padrão no [[mundo islâmico]] e na Europa durante séculos. [[Rasis]] foi o primeiro a distinguir as doenças [[varíola]] e [[sarampo]].<ref>{{citar web|url=http://www.sciencemuseum.org.uk/broughttolife/people/alrazi.aspx|título=Abu Bakr Mohammad Ibn Zakariya al-Razi (Rhazes) (c. 865-925)|publicado=Science Museum|acessodata=31-05-2015|wayb=20150506072259|urlmorta=sim}}</ref> Os hospitais públicos da época emitiram os primeiros diplomas médicos para licenciar médicos.<ref name="Alatas">{{Harvnb|Alatas|2006|pp=112–132}}</ref><ref>{{Harvnb|Imamuddin|1981|p=169}}</ref> [[Alhazém]] é considerado o pai do [[método científico]] moderno e muitas vezes referido como o "primeiro verdadeiro cientista do mundo", em particular no que diz respeito ao seu trabalho em [[óptica]].<ref name="Haq">{{Harvnb|Haq|2009}}</ref><ref>{{Harvnb|Toomer|1964|p=464}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Al-Khalili|primeiro=Jim|data=04-01-2009|título=The 'first true scientist'|publicado=BBC News|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/7810846.stm|acessodata=24-09-2013}}</ref><ref>{{Harvnb|Gorini|2003|pp=53–55}}</ref> Na engenharia, o [[flautista]] [[autômato]] dos irmãos [[Banu Muça]] é considerado a primeira [[máquina]] programável.<ref name="Koetsier2">{{Harvnb|Koetsier|2001|pp=589–603}}</ref> Na [[matemática]], o conceito do [[algoritmo]] é nomeado em homenagem a [[Alcuarismi]], que é considerado um dos fundadores da [[álgebra]], que recebeu o nome de seu livro ''al-jabr'' (''[[Livro da Restauração e do Balanceamento]]''),<ref>{{Harvnb|Toomer|1990}}</ref> enquanto outros desenvolveram o conceito de [[Função (matemática)|função matemática]].<ref>{{Harvnb|Katz|Barton|2007|pp=185–201}}</ref> O governo pagava aos cientistas o salário equivalente ao de atletas profissionais de hoje.<ref name="Ahmed">{{harvp|Ahmed|2006|pp=23, 42, 84}}</ref> O ''[[Guinness World Records]]'' reconhece a [[Universidade al Quaraouiyine]], fundada em 859, como a universidade mais antiga do mundo que concede diplomas.<ref>{{Harvnb|Young|1998|p=242}}</ref> Muitos não-muçulmanos, como [[cristãos]], [[judeus]] e [[sabeus]],<ref name="Brague 2009"/> contribuíram para a [[civilização islâmica]] em vários campos,<ref>{{Harvnb|Hill|1993|p=4}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.christiansofiraq.com/assyriancontributionstotheislamiccivilization.htm|título=Assyrians contributions to the Islamic civilization|autor=Rémi Brague|wayb=20130927015958|urlmorta=sim}}</ref> e a instituição conhecida como [[Casa da Sabedoria]] empregou estudiosos cristãos e [[persas]] para traduzir obras em [[Língua árabe|árabe]] e desenvolver novos conhecimentos.<ref>{{Harvnb|Meri|Bacharach|2006|p=304}}</ref><ref name="Brague 2009">{{Harvnb|Brague|2009|p=164}}</ref>


== Geografia ==
Soldados romperam com o [[Império Abássida]] e estabeleceram suas próprias dinastias, como a dos [[Reino Tulúnida|tulúnidas]] em 868 no Egito<ref>{{Harvnb|Holt|2004|p=6}}</ref> e dos [[Império Gasnévida|gasnévidas]] em 977 na Ásia Central.<ref>{{Harvnb|Levi|Sela|2010|p=83}}</ref> Nessa fragmentação surgiu o Século Xiita, aproximadamente entre 945 e 1055, que viu o surgimento do movimento missionário [[milenarista]] conhecido como [[ismaelismo]]. Um grupo [[ismaelita]], a [[Califado Fatímida|dinastia fatímida]], assumiu o controle do [[norte da África]] no século X<ref>Neue Fischer Weltgeschichte ''Islamisierung in Zentralasien bis zur Mongolenzeit'' Band 10: Zentralasien, 2012, p. 191 (Alemão)</ref> e outro grupo ismaelita, os [[carmatas]], saquearam [[Meca]] e roubaram a [[Pedra Negra]], uma rocha colocada dentro da [[Caaba]], durante a sua rebelião fracassada.<ref>{{citar enciclopédia|último=Glubb|primeiro=John Bagot|título=Mecca (Saudi Arabia)|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|url=https://www.britannica.com/place/Mecca#ref887188|acessodata=18-09-2021}}</ref> Ainda outro grupo ismaelita, a [[Império Buída|dinastia buída]], conquistou [[Bagdá]] e transformou os [[abássidas]] em uma monarquia figurativa. A dinastia sunita dos [[Turcos seljúcidas|seljúcidas]] fez campanha para reafirmar o Islã sunita promulgando a opinião acadêmica da época, notadamente com a construção de instituições educacionais conhecidas como [[Nezamiyeh]], associadas a Algazali e [[Saadi de Xiraz]].<ref>{{Harvnb|Graeser|1975|p=260}}</ref>
{{Artigo principal|Geografia da Geórgia}}
[[Imagem:Svaneti, georgia.jpg|400px|thumb|[[Suanécia]], uma região histórica no noroeste da Geórgia]]


A Geórgia está situada no [[Transcaucásia|Sul do Cáucaso]],<ref name="Localização da Geórgia">{{citar web |url = https://www.britannica.com/place/Caucasus |titulo = Caucasus: Region and Mountains, Eurasia |publicado = Enciclopédia Britannica |data = | acessodata = 8 de março de 2017| lingua = inglês }}</ref><ref name="Dados sobre a Geografia da Geórgia">{{citar web |url = http://cesww.fas.harvard.edu/ces_definition.html |titulo = CESWW – Definition of Central Eurasia |publicado = Cesww.fas.harvard.edu |acessodata = 26 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> entre as latitudes 41° e 44° N e longitudes 40° e 47° E, ocupando uma área de 69 700&nbsp;km². É um país muito montanhoso, sendo que a faixa [[Likhi]] divide o país em duas metades orientais e ocidentais.<ref name="Cac">{{citar web |url = http://www.cac-biodiversity.org/geo/geo_geography.htm |titulo = Georgia:Geography |publicado = Cac-biodiversity.org |acessodata = 26 de fevereiro de 2016 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20110511110424/http://www.cac-biodiversity.org/geo/geo_geography.htm |arquivodata = 11 de Maio de 2011 |urlmorta = yes }}</ref> Historicamente, a porção ocidental da Geórgia era conhecida como Cólquida, enquanto o planalto oriental foi chamado Ibéria. Por causa de uma configuração geográfica complexa, montanhas também isolam a região norte do [[Suanécia]] do restante da nação.<ref name="Cac" />
A expansão do mundo muçulmano continuou com missões religiosas convertendo a [[Bulgária do Volga]] ao Islã. O [[Sultanato de Déli]] atingiu profundamente o [[subcontinente indiano]] e muitos se converteram ao Islã,{{sfnp|Arnold|1896|pp=227–228}}<ref>{{Harvnb|Majumdar|2006}}</ref> em particular os [[hindus]] de casta inferior, conhecidos como ''[[dalit]]s'', cujos descendentes constituem a grande maioria dos muçulmanos indianos.<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-asia-india-36220329|título=Why are many Indian Muslims seen as untouchable?|publicado=BBC News|data=10-05-2016|acessodata=06-10-2022}}</ref> O comércio trouxe muitos muçulmanos para a [[China]] e eles praticamente dominaram a indústria de importação e exportação da [[dinastia Song]]<ref name="china">{{citar web|título=Islam in China|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/islam/history/china_1.shtml|acessodata=10-08-2011|publicado=BBC}}</ref> e os muçulmanos foram recrutados como uma classe minoritária governante na [[dinastia Yuan]].<ref>{{Harvnb|Lipman|1997|p=33}}</ref>


A maior cordilheira do Cáucaso forma a fronteira norte da Geórgia<ref name="Cac"/> As principais estradas que atravessam a cordilheira adentram no território russo através do túnel Roki, entre a [[Ibéria Interior]], a Ossétia do Norte e o Darial Gorge (na região georgiana da Khevi). O túnel Roki é a única rota direta através das montanhas do Cáucaso. A parte sul do país é delimitada pelas montanhas do [[Cáucaso Menor]].<ref name="Cac"/> O [[Grande Cáucaso]] é muito maior na elevação do que as montanhas do Cáucaso Menores, com os picos mais altos subindo mais de 5 000 metros acima do nível do mar.<ref name="Cac"/>
=== Era pré-moderna (1258-século XVIII) ===
[[Imagem:GhazanConversionToIslam.JPG|thumb|[[Gazã]], governante do 7º [[Ilcanato]] do [[Império Mongol]], se converte ao Islã. representação do século XIV]]


O [[Lista de países por ponto mais alto|ponto mais alto da Geórgia]] é a montanha [[Chkhara]], na fronteira com a Rússia, com 5 201 metros de altitude, sendo também o terceiro maior ponto culminante da Europa. O segundo ponto mais alto é o Monte Janga ([[Dzhangi-Tau]]), com 5 059 metros acima do nível do mar. Outros picos proeminentes incluem o [[Monte Kazbek]] (5 047 metros),<ref>{{en}} {{citar livro |título=Georgia: A Sovereign Country of the Caucasus |editora=Odyssey Publications|local = Hong Kong |ano= 1999 |isbn= 9622177484
Por meio das redes comerciais muçulmanas e da atividade das ordens [[sufistas]], o Islã se espalhou para novas áreas{{sfnp|Gardet|Jomier|2012}}<ref>{{citar web|título=The Spread of Islam|url=http://www.yale.edu/yup/pdf/cim6.pdf|acessodata=02-11-2013|wayb=20030828223759|urlmorta=sim}}</ref> e os muçulmanos foram assimilados a novas culturas. Sob o [[Império Otomano]], o Islã se espalhou para o [[sudeste da Europa]].<ref>{{citar web|data=06-05-2008|título=Ottoman Empire|publicado=Oxford Islamic Studies Online|url=http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e1801?_hi=41&_pos=3|acessodata=26-08-2010|wayb=20130121025235|urlmorta=sim}}</ref> A conversão ao Islã muitas vezes envolvia um grau de [[sincretismo]],<ref>{{Harvnb|Adas|1993|p=25}}</ref> como ilustrado pela aparição de [[Maomé]] no folclore [[hindu]].<ref>{{Harvnb|Metcalf|2009|p=104}}</ref> Os [[povos turcos]] muçulmanos incorporaram elementos das crenças do [[Tengriismo|xamanismo turco]] ao Islã.{{sfnp|Peacock|2019|p=20–22}}{{sfnp|Çakmak|2017|pp=1425–1429}} Muçulmanos na [[China]] da [[Dinastia Ming]] que eram descendentes de imigrantes anteriores foram assimilados, às vezes por meio de leis que determinavam a assimilação,<ref>{{Harvnb|Farmer|1995|p=82}}</ref> adotando nomes e cultura chineses,sendo que a cidade de [[Nanquim]] se tornou um importante centro de estudo islâmico.<ref>{{Harvnb|Israeli|2002|p=292}}</ref><ref>{{Harvnb|Dillon|1999|p=37}}</ref>
}}</ref> Shota Rustaveli (4 860 metros), Tetnuldi (4 858 metros) e Monte Ushba e Ailama, com 4 700 metros e 4 547 metros, respectivamente.<ref name="Cac"/> Fora dos picos acima mencionados, apenas Kazbek é de origem vulcânica. A região entre Kazbek e Shkhara (uma distância de cerca de 200 quilômetros ao longo do Cáucaso principal Range) é dominado por numerosas regiões glaciares. Das 2 100 geleiras que existem no Cáucaso, hoje, cerca de 30% estão localizados no interior da Geórgia.<ref name="Geleiras no interior da Geórgia">Stokes, Chris R (2011). Singh, Vijay P.; Haritashya, Umesh K., eds. Encyclopedia of Snow, Ice and Glaciers. Spring Science & Business Media. p. 127. ISBN 9789048126415.</ref>


O termo "montanhas menores do Cáucaso" é frequentemente usado para descrever as áreas montanhosas da Geórgia, que estão ligadas à Cordilheira do Cáucaso pelo Likhi.<ref name="Cac"/> A área pode ser dividida em duas sub-regiões distintas; montanhas do Cáucaso Lesser, que correm paralelas à Gama, e a região vulcânica do sudeste, que fica imediatamente ao sul das montanhas do Cáucaso menores.<ref name="Cac"/>
Mudanças culturais foram evidentes com a diminuição da influência árabe após a destruição do [[Califado Abássida]] pelos [[mongóis]].<ref>{{harvp|Bulliet|2005|p=497}}</ref> Os [[canato]]s mongóis muçulmanos no [[Irã]] e na [[Ásia Central]] se beneficiaram do aumento do acesso intercultural ao [[leste da Ásia]] sob o [[Pax Mongolica|domínio mongol]] e, portanto, floresceram e se desenvolveram de forma mais distinta da influência [[Árabes|árabe]], como o [[Renascimento Timúrida]] sob a [[Dinastia Timúrida]].<ref>{{Harvnb|Subtelny|1988|pp=479–505}}</ref> [[Naceradim de Tus]] (1201–1274) propôs o modelo [[matemático]] que mais tarde foi adotado por [[Copérnico]] sem revisão em seu [[modelo heliocêntrico]] e a estimativa de [[Pi]] de [[Alcaxi]] não seria superada por 180 anos.<ref>{{citar web|ano=1999|título=Ghiyath al-Din Jamshid Mas'ud al-Kashi|publicado=University of St Andrews|url=https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Al-Kashi/|acessodata=29-12-2021}}</ref>


A região global pode ser caracterizada como sendo composta por várias montanhas (em grande parte de origem vulcânica) e planaltos que não excedem os 3 400 metros de altitude. Entre as características proeminentes da área incluem o planalto de origem vulcânica [[Javaquécia]], lagos, rios e fontes termais. [[Lista de rios da Geórgia|Dois grandes rios na Geórgia]] são o [[Rio Rioni|Rioni]] e o [[Rio Cura|Cura]] (também chamado de Mtkvari). A Georgia também possui áreas geológicas jovens e instáveis, ​​com alta atividade sísmica, e experimentou alguns terremotos significativos ao longo de sua história.<ref name="Cac"/>
A introdução de armas de [[pólvora]] levou ao surgimento de grandes Estados centralizados e os impérios muçulmanos consolidaram grande parte dos territórios anteriormente fragmentados. O [[califado]] foi reivindicado pela dinastia otomana do [[Império Otomano]] desde a conquista de [[Edirna]] por [[Murade I]] em 1362,<ref>{{Harvnb|Hassan|2018}}</ref> e suas reivindicações foram fortalecidas em 1517 quando [[Selim I]] se tornou o [[Guardião dos Lugares Santos|governante de Meca e Medina]].<ref>{{Harvnb|Drews|2011}}</ref> A dinastia [[xiita]] [[safávida]] subiu ao poder em 1501 e mais tarde conquistou todo o Irã.<ref>Peter B. Golden: An Introduction to the History of the Turkic Peoples; In: Osman Karatay, Ankara 2002, p. 321</ref> No [[sul da Ásia]], [[Babur]] fundou o [[Império Mogol]].<ref>{{Harvnb|Gilbert|2017|p=75}}</ref>


=== Relevo ===
A religião dos Estados centralizados dos impérios da pólvora influenciou a prática religiosa de suas populações constituintes. Uma [[simbiose]] entre os governantes otomanos e o [[sufismo]] influenciou fortemente o reinado islâmico dos otomanos desde o início. As ordens [[mevlevi]] e [[bektashis]] tinham uma relação próxima com os [[sultões]],<ref>{{Harvnb|A ́goston|Masters|2010|p=540}}</ref> como abordagens místicas e sufistas, bem como heterodoxas e sincréticas do Islã.<ref>{{Harvnb|Algar|1992}}</ref><ref>{{Harvnb|Wasserstein|Ayalon|2013}}</ref> A muitas vezes forçada conversão safávida do Irã para o Islã xiita garantiu o domínio final do [[xiismo duodecimano]] na região. Os migrantes [[persas]] para o sul da Ásia, como burocratas influentes e proprietários de terras, ajudam a espalhar o islamismo [[xiita]], formando algumas das maiores populações xiitas fora do Irã.<ref>{{citar web|url=https://www.iranicaonline.org/articles/conversion-iii|título=CONVERSION To Imami Shiʿism in India|publicado=Iranica Online|língua=en|acessodata=06-10-2022}}</ref> [[Nader Xá]], que derrubou os safávidas, tentou melhorar as relações com os sunitas propagando a integração do xiismo duodecimano ao Islã sunita como um quinto ''[[madhhab]]'', chamado [[jafarismo]],<ref>{{Harvnb|Tucker|1994|pp=163–179}}</ref> que falhou em obter o reconhecimento dos otomanos.<ref>{{citar enciclopédia|título=Nāder Shāh|enciclopédia=[[Encyclopædia Iranica]]|url=http://www.iranicaonline.org/articles/nader-shah|data=29-03-2006|primeiro=Ernest|último=Tucker}}</ref>
[[Imagem:Satellite image of Georgia in May 2003.jpg|thumb|esquerda|250px|Vista de satélite da Geórgia]]


A paisagem dentro do país é bastante variada. Na parte ocidental, predominam áreas de planícies, na qual se incluem pântanos e florestas. A parte oriental do país contém um pequeno segmento de planícies semi-áridas. As florestas cobrem cerca de 40% do território da Geórgia, enquanto zonas temperadas são responsáveis por cerca de 10% da área geográfica.<ref name="Informações sobre o relevo na Geórgia 3">Geography of Georgia - 9th grade book; G. Chanturia, D. Kereselidze; p. 43</ref><ref name="Informações sobre o relevo na Geórgia 4">Georgian Soviet Encyclopedia. 1981. Supplementary Edition. p. 20.</ref><ref name="Informações sobre o relevo na Geórgia 50">Levan Tielidze. "Glaciers of Georgia". Tbilisi: Publishing house "Color". 2014. 254 p.</ref>
=== Era moderna (séculos XVIII a XX) ===
[[Imagem:Portrait_Caliph_Abdulmecid_II.jpg|thumb|[[Abdul Mejide II]] foi o último [[califa]] do Islã da [[dinastia otomana]].]]


Grande parte do habitat natural nas áreas de baixa altitude do oeste da Geórgia desapareceu durante os últimos 100 anos, devido principalmente ao desenvolvimento agrícola das terras e urbanização. A grande maioria das florestas que cobriam a planície Cólquida estão agora praticamente inexistentes, com exceção das regiões que estão incluídas nos parques nacionais e reservas. Atualmente, a cobertura florestal permanece fora das áreas baixas e está localizada principalmente ao longo dos montes e montanhas. Florestas do oeste da Geórgia consistem principalmente de árvores de folha caduca abaixo de 600 metros acima do nível do mar.<ref name="Informações sobre o relevo na Geórgia">{{citar web |url = http://www.endemic-species-caucasus.info/ |titulo = Endemic Species of the Caucasus |publicado = Endemic-species-caucasus.info |data = Janeiro de 2009 | acessodata = 5 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
No início do século XIV, [[Ibne Taimia]] promoveu uma forma puritana do Islã,<ref name="ReferenceA">{{Harvnb|Hawkesworth|Kogan|2013|pp=270–271}}</ref> rejeitando abordagens filosóficas em favor de uma teologia mais simples<ref name="ReferenceA" /> e pediu para abrir os portões da ''[[ulama|itjihad]]'' ao invés da imitação cega de estudiosos.{{sfnp|Esposito|2010|p=150}} Ele convocou uma ''[[jihad]]'' contra aqueles que considerava [[herege]]s,<ref name="ReferenceD">{{Harvnb|Gauvain|2013|p=6}}</ref> mas seus escritos tiveram apenas um papel marginal durante sua vida.<ref>{{Harvnb|Spevack|2014|p=129–130}}</ref> Durante o século XVIII na [[Arábia]], [[Maomé ibne Abdal Uaabe]], influenciado pelas obras de Ibne Taimia e [[Ibn al-Qayyim]], fundou um movimento, chamado [[wahhabismo]] com sua autodesignação como ''muwahiddun'', para retornar ao que ele via como um Islã "puro".<ref>{{Harvnb|Quataert|2005|p=50}}</ref><ref name="ReferenceE">{{Harvnb|A ́goston|Masters|2010|p=260}}</ref> Ele condenava muitos costumes islâmicos locais, como visitar o túmulo de Maomé ou de homens santos, como inovações posteriores e pecaminosas,<ref name="ReferenceE" /> o que o fez destruir rochas e árvores sagradas, santuários [[Sufismo|sufistas]], as tumbas de Maomé e seus companheiros e a tumba de Hussein em [[Carbala]], um importante local de peregrinação [[xiita]].{{sfnp|Esposito|2010|p=146}}<ref>{{citar jornal|data=04-09-2013|título=Graves desecrated in Mizdah|obra=[[Libya Herald]]|url=http://www.libyaherald.com/2013/09/04/graves-desecrated-in-mizdah/#axzz2jWG0vDDO|acessodata=02-11-2013}}</ref> Ele formou uma aliança com a [[família Saud]], que, na década de 1920, completou a conquista da área que se tornaria a [[Arábia Saudita]].<ref>{{Harvnb|Laos|2015|p=177}}</ref>


Algumas áreas da Faixa da Mesquécia, em Ajária, bem como vários locais em [[Mingrélia]] e da Abecásia são cobertas por florestas temperadas, com árvores entre 600 e 1 000 metros acima do nível do mar. Geleiras e zonas glaciares encontram-se acima de 3 000 metros.<ref name="Informações sobre o relevo na Geórgia 2">{{citar web |url = http://www.worldtravelguide.net/georgia/weather-climate-geography |titulo = Georgia Weather, climate and geography |publicado = World Travel Guide |acessodata = 21 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
[[Ma Wanfu]] e Ma Debao promoveram movimentos [[Salafismo|salafistas]] no século XIX, como o ''sailaifengye'' na China, após retornarem de Meca, mas acabaram sendo perseguidos e forçados a se esconder por grupos sufistas.<ref>{{Harvnb|Rubin|2000|p=79}}</ref> Outros grupos buscaram reformar o sufismo em vez de rejeitá-lo, com os [[senussis]] e [[Maomé Amade]] travando guerras e estabelecendo Estados na [[Líbia]] e no [[Sudão]], respectivamente.{{sfnp|Esposito|2010|p=147}} Na [[Índia]], Shah Waliullah Dehlawi tentou um estilo mais conciliatório contra o sufismo e influenciou o movimento [[deobandi]].{{sfnp|Esposito|2010|p=149}} Em resposta, o movimento [[barelvi]] foi fundado como um movimento de massas, defendendo o sufismo popular e reformando suas práticas.<ref name="Canfield2002">{{Harvnb|Canfield|2002|pp=131–}}</ref><ref>{{Harvnb|Sanyal|1998|pp=635–656}}</ref>


=== Clima ===
O [[mundo muçulmano]] estava geralmente em declínio político a partir de 1800, especialmente em relação às potências europeias não muçulmanas. Anteriormente, no século XV, a [[Reconquista]] conseguiu acabar com a [[Taifa|presença muçulmana]] na [[Península Ibérica]]. No século XIX, a [[Companhia Britânica das Índias Orientais]] anexou formalmente a [[Império Mogol|dinastia mogol]] na Índia.{{sfnp|Lapidus|2002|pp=358, 378–380, 624}} Como resposta ao [[imperialismo]] ocidental, muitos intelectuais buscaram reformar o Islã.<ref>{{Harvnb|Buzpinar|2007|pp=247–258}}</ref> O [[modernismo islâmico]], inicialmente rotulado pelos estudiosos ocidentais como [[Salafismo|salafista]], abraçou valores e instituições modernas, como a [[democracia]], enquanto era orientado pelas escrituras.<ref name="ReferenceG">{{Harvnb|Rabil|2014}}</ref><ref>{{Harvnb|Lauziere|2016|pp=231–232}}</ref> Precursores notáveis incluem [[Muhammad Abduh]] e [[Jamal al-Din al-Afghani]].<ref name="ReferenceF">{{Harvnb|Lauzière|2015}}</ref> [[Abul Ala Maududi]] ajudou a influenciar o Islã político moderno.<ref>{{citar jornal|data=03-01-2014|título=Political Islam: A movement in motion|obra=Economist Magazine|url=https://www.economist.com/blogs/erasmus/2014/01/political-islam|acessodata=03-01-2014}}</ref> Semelhante à codificação contemporânea, a [[xaria]] foi pela primeira vez parcialmente codificada em lei em 1869 no código [[mecelle]] do [[Império Otomano]].<ref>{{Harvnb|Dahlen|2004}}</ref>
[[Imagem:Black Sea coast of Georgia (country), with skyline of Batumi on the horizon.jpg|350px|thumb|[[Batumi]], uma cidade costeira do Mar Negro, e Ajária, uma região histórica no sudoeste da Geórgia]]


O clima da Geórgia é diversificado, mesmo considerando que o país possui um tamanho pouco significativo. As montanhas do [[Cáucaso]] tem grande importância, moderando o clima georgiano e protegendo o país da penetração de correntes de ar gélidas provenientes do extremo setentrional. Os pequenos montes do Cáucaso protegem parcialmente a região da influência de massas de ar quentes e secas oriundas do Mar Negro. A parte oeste do território georgiano possui clima subtropical úmido e marítimo, enquanto a parte oriental varia de moderado úmido para um tipo subtropical seco.<ref name="Clima georgiano">{{citar web |url= https://global.britannica.com/place/Georgia#toc44302 |titulo= Georgia - Climate |publicado= Encyclopædia Britannica |lingua= inglês |data= 31 de julho de 2016 |acessodata= 31 de julho de 2016 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20160225081150/http://global.britannica.com/place/Georgia#toc44302#toc44302 |arquivodata= 25 de Fevereiro de 2016 |urlmorta= yes }}</ref>
O [[Dissolução do Império Otomano|Império Otomano se desintegrou]] após a [[Primeira Guerra Mundial]] e o califado foi abolido em 1924<ref>{{citar jornal|data=julho de 2000|título=New Turkey|obra=Al-Ahram Weekly|número=488|url=http://weekly.ahram.org.eg/2000/488/chrncls.htm|urlmorta=sim|acessodata=16-05-2010|wayb=20101004145229}}</ref> pelo primeiro presidente da [[República Turca]], [[Mustafa Kemal Atatürk]], como parte de suas [[Reformas de Atatürk|reformas seculares]].<ref>{{Harvnb|Mango|2002}}</ref><ref>{{Harvnb|İnalcık|1982}}</ref> Os [[Reformas de Atatürk|pan-islamistas]] tentaram unificar os muçulmanos e competiram com as crescentes forças nacionalistas, como o [[pan-arabismo]]. A [[Organização de Cooperação Islâmica]] (OIC), composta por países de maioria muçulmana, foi criada em 1969 após o incêndio da [[Mesquita Al-Aqsa]] em [[Jerusalém]].<ref>{{citar jornal|data=26-12-2010|título=Organization of the Islamic Conference|obra=[[BBC News]]|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/country_profiles/1555062.stm|acessodata=24-09-2013}}</ref>


Grande parte do setor oeste da Geórgia se apresenta como uma zona [[Humidade|úmida]] [[clima subtropical|subtropical]] com precipitação que variam entre {{fmtn|1000}} e {{fmtn|4000}}&nbsp;milímetros. As precipitações tendem a estar uniformemente distribuídas ao longo do ano, apesar de que a chuva pode ser particularmente forte durante os meses de outono. O clima da região varia significativamente com a altitude e por isso a maioria das terras baixas cartevélicas do leste da Geórgia são relativamente quentes através do ano. A pré-cordilheira e as áreas montanhosas têm [[verão|verões]] úmidos e frescos e [[inverno]]s com [[neve|nevadas]]: a neve acumulada com frequência supera os dois metros em muitas regiões. [[Ajária]] é a região mais úmida das regiões do Cáucaso.<ref name="Clima da Geórgia" />
O contato com as nações industrializadas trouxe populações muçulmanas para novas áreas através da migração econômica. Muitos muçulmanos migraram como servos contratados (principalmente da [[Índia]] e da [[Indonésia]]) para o [[Caribe]], formando a maior população muçulmana em porcentagem nas [[Américas]].{{sfnp|Haddad|Smith|2002|p=271}} A migração da [[Síria]] e do [[Líbano]] foi o maior contribuinte para a população muçulmana na [[América Latina]]. A urbanização resultante e o aumento do comércio na [[África subsaariana]] levaram os muçulmanos a se estabelecerem em novas áreas e espalharem sua fé, provavelmente dobrando sua população muçulmana entre 1869 e 1914.<ref>{{harvp|Bulliet|2005|p=722}}</ref>


O leste da Geórgia tem um clima de transição entre o úmido subtropical e o [[clima continental|continental]]. Ambos são influenciados pelas massas de ar seco provenientes da [[Ásia Central]] e do [[Mar Cáspio|Cáspio]] pelo leste e das massas de ar úmidas do Mar Negro pelo oeste. A penetração de massas de ar úmida pelo Mar Negro é frequentemente impedida pelas montanhas ([[Likhi]] e [[Mesquécia]]), que dividem o país em metades ocidentais e orientais. A precipitação anual é consideravelmente menor em comparação com a do oeste da Geórgia, e nesse sentido o leste do país apresenta verões quentes e invernos relativamente frios. Assim como nas zonas ocidentais da nação, a altitude possui papel importante na zona oriental, e as condições climáticas acima dos 1 500&nbsp;[[msnm]] são consideravelmente mais frescas, e também mais frias, que as presentes nas terras mais baixas. As regiões que estão localizadas acima dos 2 000&nbsp;[[msnm]] frequentemente sofrem geadas inclusive durante os meses de verão.<ref name="Clima da Geórgia">Encyclopedic World Atlas, George Philip & Son, Oxford University Press, Oxford University Press, USA, 26 dez. 2002, p.104</ref>
=== Era contemporânea (século XX-presente) ===
[[Ficheiro:13._Session_of_the_Islamic_Summit_Conference.jpg|thumb|Líderes de países muçulmanos durante reunião da [[Organização para a Cooperação Islâmica]] em [[Istambul]], [[Turquia]]]]


=== Flora e fauna ===
Precursores do modernismo islâmico influenciaram movimentos políticos islâmicos como a [[Irmandade Muçulmana]] e partidos relacionados no [[mundo árabe]],<ref>{{citar jornal|data=09-08-2011|título=Are secular forces being squeezed out of Arab Spring?|obra=BBC News|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-14447820|acessodata=10-08-2011}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Slackman|primeiro=Michael|data=23-12-2008|título=Jordanian students rebel, embracing conservative Islam|obra=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/2008/12/24/world/middleeast/24jordan.html|acessodata=15-08-2011}}</ref> que tiveram um bom desempenho nas eleições após a [[Primavera Árabe]],<ref>{{citar jornal|último=Kirkpatrick|primeiro=David D.|data=03-12-2011|título=Egypt's vote puts emphasis on split over religious rule|obra=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/2011/12/04/world/middleeast/egypts-vote-propels-islamic-law-into-spotlight.html|acessodata=08-12-2011}}</ref> como o [[Jamaat-e-Islami]] no [[sul da Ásia]] e [[Partido AK]], que está democraticamente no poder na [[Turquia]] há décadas. No [[Irã]], a [[Revolução Iraniana|revolução]] substituiu uma monarquia [[Secularismo|secular]] por um Estado islâmico. Outros, como [[Sayyid Rashid Rida]], romperam com os modernistas islâmicos<ref>{{Harvnb|Lauziere|2016|p=237}}</ref> e se opuseram a abraçar o que ele via como influência ocidental.<ref>{{Harvnb|Rabil|2014|pp=32–33}}</ref> Enquanto alguns eram [[Quietismo político no Islã|quietistas]], outros acreditavam na violência contra aqueles que se opunham a eles, até mesmo outros muçulmanos, como o [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]], que até tentaram recriar o moderno [[Dinar (moeda)|dinar]] de ouro como seu sistema monetário.<ref>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/2014/nov/14/isis-gold-silver-copper-islamic-dinar-coins|título=Isis to mint own Islamic dinar coins in gold, silver and copper|obra=The Guardian|data=21-11-2014}}</ref>


Devido à sua alta diversidade de paisagem e de baixa latitude, a Geórgia é o lar de cerca de 1 000 espécies de [[vertebrados]], (330 [[pássaro]]s, 160 peixes, 48 [[répteis]] e 11 [[anfíbios]]). Uma série de grandes carnívoros vivem nas florestas, nomeadamente [[Urso-pardo|ursos]], [[lobo]]s, [[lince]]s e [[Leopardo-persa|leopardos]]. O [[faisão-comum]] (também conhecido como o faisão colco) é uma ave endémica da Geórgia que tem sido amplamente introduzida em todo o resto do mundo como uma importante ave de caça. O número de espécies de [[invertebrados]] é considerado muito elevado, mas os dados são distribuídos através de um elevado número de publicações. A lista de verificação de [[aranha]]s na Geórgia, por exemplo, inclui 501 espécies.<ref name="Caucasus-spiders.info">{{citar web |url = http://caucasus-spiders.info/introduction/checklists/ |titulo = Caucasian Spiders " CHECKLISTS & MAPS |publicado = Caucasus-spiders.info |acessodata = 2 de março de 2016 |data = 5 de maio de 2009 |lingua = inglês |arquivourl = https://web.archive.org/web/20090328225817/http://caucasus-spiders.info/introduction/checklists/ |arquivodata = 28 de Março de 2009 |urlmorta = yes }}</ref>
Em oposição aos movimentos políticos islâmicos, na Turquia do século XX, os militares realizaram golpes para derrubar os governos islâmicos e os lenços de cabeça foram legalmente restritos, como também aconteceu na [[Tunísia]].<ref>{{citar jornal|data=29-04-2011|título=Huge rally for Turkish secularism|obra=[[BBC News]]|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/6604643.stm|acessodata=06-12-2011}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Saleh|primeiro=Heba|data=15-10-2011|título=Tunisia moves against headscarves|obra=[[BBC News]]|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/6053380.stm|acessodata=06-12-2011}}</ref> Em outros lugares, a autoridade religiosa foi cooptada e agora é frequentemente vista como marionetes do Estado. Por exemplo, na [[Arábia Saudita]], o Estado monopolizou a bolsa de estudos religiosa<ref name="economist">{{citar jornal|data=28-06-2007|título=Laying down the law: Islam's authority deficit|jornal=[[The Economist]]|url=http://www.economist.com/node/9409354?story_id=9409354|acessodata=15-08-2011}}</ref> e, no [[Egito]], o Estado nacionalizou a [[Universidade Al-Azhar]], anteriormente uma voz independente checando o poder do governo.<ref>{{Harvnb|Binder|1988}}</ref> O [[salafismo]] foi financiado no Oriente Médio por seu quietismo.<ref>{{citar web|data=18-10-2008|título=Ultraconservative Islam on rise in Mideast|url=http://www.nbcnews.com/id/27256187/page/2/|acessodata=24-09-2013|publicado=[[MSNBC]]}}</ref> A Arábia Saudita fez campanha contra os movimentos islâmicos revolucionários no Oriente Médio, em oposição ao Irã.<ref name="NYT-20160105-maps">{{citar jornal|último=Almukhtar|primeiro=Sarah|último2=Peçanha|primeiro2=Sergio|último3=Wallace|primeiro3=Tim|data=05-01-2016|título=Behind Stark Political Divisions, a More Complex Map of Sunnis and Shiites|obra=[[The New York Times]]|url=https://www.nytimes.com/interactive/2016/01/04/world/middleeast/sunni-shiite-map-middle-east-iran-saudi-arabia.html|acessodata=06-01-2016}}</ref>


O país tem cerca de 4 100 espécies de plantas. Destas, cerca de 1 000 espécies são endêmicas e 1 000 estão localizadas no Cáucaso. De acordo com uma pesquisa do ''[[World Wide Fund for Nature]]'' (WWF) – Fundo Mundial para a Natureza, traduzido literalmente - existem cerca de 400 espécies arbóreas e arbustivas na Geórgia, das quais 61 são endêmicas. Outras cerca de 60 espécies estão ameaçadas em nível global e foram incluídas na ''Rote Liste'' (lista vermelha).<ref name="Caucasus-spiders.info" /> 25% do território da Geórgia é designado como parques nacionais protegidos, e 40% do território nacional está coberto por florestas.<ref name="discover" />
As minorias muçulmanas de várias etnias foram perseguidas como um grupo religioso.<ref>{{citar web|último=Thames|primeiro=Knox|título=Why the Persecution of Muslims Should Be on Biden's Agenda|url=https://foreignpolicy.com/2021/01/06/muslims-islam-china-india-myanmar-persecution-repression-biden-human-rights/|obra=[[Foreign Policy]]|língua=en|acessodata=05-02-2022}}</ref> Isso foi realizado por forças [[comunistas]] como o [[Khmer Vermelho]], que os viam como seu principal inimigo a ser exterminado, pois sua prática religiosa os destacava do resto da população,<ref>{{citar revista|último=Perrin|primeiro=Andrew|data=10-10-2003|título=Weakness in numbers|revista=[[Time (revista)|Time]]|url=http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,428133,00.html|acessodata=24-09-2013}}</ref> do [[Partido Comunista Chinês]] em [[Xinjiang]]<ref name="Beydoun2018">{{citar web|último=Beydoun|primeiro=Khaled A.|título=For China, Islam is a 'mental illness' that needs to be 'cured'|url=https://www.aljazeera.com/indepth/opinion/china-islam-mental-illness-cured-181127135358356.html|publicado=[[Al Jazeera]]|língua=en|acessodata=05-02-2022|wayb=20181210012542|urlmorta=não}}</ref> e por forças nacionalistas, como durante o [[genocídio da Bósnia]].<ref>{{Harvnb|Mojzes|2011|p=178}}</ref>


Pouco mais de 6 500 espécies de fungos, incluindo espécies de formação de líquen, foram registrados na Geórgia,<ref>Nakhutsrishvili, I.G. ["Flora of Spore Producing Plants of Georgia (Summary)"]. 888 pp., Tbilisi, Academy of Science of the Georgian SSR, 1986</ref><ref name="cybertruffle1">{{citar web |url=http://www.cybertruffle.org.uk/robigalia/eng/index.htm |título=Cybertruffle's Robigalia – Observations of fungi and their associated organisms |publicadopor=cybertruffle.org.uk |acessodata=27 de julho de 2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110920032737/http://www.cybertruffle.org.uk/robigalia/eng/index.htm |arquivodata=2011-09-20 |urlmorta=yes }}</ref> No entanto, o verdadeiro número total de espécies de fungos existentes na Geórgia, incluindo espécies ainda não registradas, é provável que seja muito maior, dada a estimativa geralmente aceita de que apenas cerca de 7% de todos os fungos em todo o mundo até agora têm sido descobertos.<ref name="discover">Kirk, P.M., Cannon, P.F., Minter, D.W. and Stalpers, J. "Dictionary of the Fungi". Edn 10. CABI, 2008</ref> Embora a quantidade de informação disponível ainda é muito pequena, um primeiro esforço foi feito para estimar o número de espécies de fungos endêmicos na Geórgia e 2 595 espécies foram identificadas como possíveis endemias do país.<ref>{{citar web|url=http://www.cybertruffle.org.uk/gruzfung/eng/endelist.htm |título=Fungi of Georgia – potential endemics |publicadopor=cybertruffle.org.uk |acessodata=27 de julho de 2011}}</ref> 1 729 espécies de plantas foram registradas a partir da associação com fungos.<ref name="cybertruffle1"/>
A [[globalização]] da comunicação aumentou a disseminação de informações religiosas. A adoção do ''[[hijab]]'' tornou-se mais comum<ref>{{citar jornal|último=Slackman|primeiro=Michael|data=28-01-2007|título=In Egypt, a new battle begins over the veil|obra=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/2007/01/28/weekinreview/28slackman.html|acessodata=15-08-2011}}</ref> e alguns intelectuais muçulmanos estão se esforçando cada vez mais para separar as crenças bíblicas islâmicas das tradições culturais.{{sfnp|Nigosian|2004|p=41}} Entre outros grupos, esse acesso à informação levou ao surgimento de pregadores populares "[[televangelista]]s", como [[Amr Khaled]], que competem com os ulemás tradicionais em seu alcance e têm autoridade religiosa descentralizada.<ref>{{citar jornal|título=Islamic televangelist; holy smoke|agência=[[The Economist]]|url=http://www.economist.com/node/21534763|acessodata=05-02-2022}}</ref>{{sfnp|Esposito|2010|p=263}} Interpretações mais "individualizadas" do Islã<ref>V. Šisler: ''The Internet and the Construction of Islamic Knowledge in Europe'' p. 212</ref> incluem notavelmente os muçulmanos liberais que tentam reconciliar as tradições religiosas com a atual governança secular{{sfnp|Esposito|2004|pp=118–119, 179}} e questões femininas.{{sfnp|Rippin|2001|p=288}}


== Demografia ==
== Demografia ==
{{Artigo principal|Mundo islâmico|Umma|Lista de países por população muçulmana|}}
{{Artigo principal|Demografia da Geórgia}}
[[Imagem:Group_of_workers_harvesting_tea_Chakva_Prokudin-Gorsky.jpg|thumb|Cultivadores de chá de [[Chakva]]]]


Como a maioria dos [[Povos do Cáucaso|povos nativos do Cáucaso]], os [[georgianos]] não se encaixam em nenhuma das principais categorias étnicas da Europa ou da Ásia. O idioma georgiano, a mais difundida das [[línguas cartevélicas]], não é nem [[Línguas indo-europeias|indo-europeia]], nem [[Línguas turcomanas|turcomana]] ou [[Línguas semíticas|semítica]]. A nação georgiana dos dias atuais é pensada como um resultado da fusão de habitantes indígenas, autóctones com imigrantes que se mudaram para o [[Transcaucásia|Sul do Cáucaso]] na direção de Anatólia, ainda na Antiguidade.<ref>History of Modern Georgia, David Marshal Lang, p 18</ref><ref>The Complete Works, Jewish Antiquities, Josephus, Book 1, p 57</ref>
[[Ficheiro:Islam_percent_population_in_each_nation_World_Map_Muslim_data_by_Pew_Research.svg|upright=1.7|miniaturadaimagem|esquerda|Porcentagem mundial de muçulmanos por país]]


Em 2022, a população da Geórgia era de 3,6 milhões de habitantes, de acordo com estimativas do Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia (GEOSTAT).<ref name=geostatpop/><ref name="Dados sobre a população da Geórgia">{{citar web|url = http://www.geostat.ge/index.php?action=page&p_id=152&lang=eng |titulo = Population - Summary vital statistics |publicado = Geostat - Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia |acessodata = 21 de dezembro de 2017 | data = 22 de outubro de 2017 | lingua = inglês | formato = }}</ref><ref name="Estimativas populacionais da Geórgia" group="nota">As estimativas incluem as regiões da Abecásia e Ossétia do Sul, que encontram-se sob ocupação militar russa após uma declaração unilateral de independência, a qual não é reconhecida pela Geórgia. A população das duas regiões é estimada, pelo Departamento Nacional de Estatísticas da Geórgia, em 227.200 habitantes ao todo (178.000 na Abecásia e 49.200 na Ossétia do Sul).</ref> Georgianos formam cerca de 84% da população atual do país, enquanto outros grupos étnicos incluem [[abecazes|abecásios]], [[ossetas]], [[armênios]], [[azeris]], [[gregos pônticos]], [[judeus]] e [[russos]]. Os judeus georgianos são uma das mais antigas comunidades judaicas no mundo.<ref name="Demografia da Geórgia">Anuário Estatístico da Geórgia 2005: População, Tabela 2.1, p. 33, do Departamento de Estatística de Tbilisi (2005)</ref> Nos últimos anos, tem havido um declínio no crescimento populacional do país, em parte pela baixa taxa de natalidade registrada entre os georgianos e pela instabilidade na esperança de vida ao nascer. Comparando-se a população, em 2007 havia 4,394 milhões de habitantes no território, saltando para 4,497 milhões em 2012. Esse número diminuiu para 3,713 milhões em 2015 e 3,720 milhões em 2016.<ref name="Dados sobre a população da Geórgia" /><ref name="Dados sobre a população da Geórgia 2">{{citar web|url = http://www.geostat.ge/cms/site_images/_files/english/population/Population%20press_30.04.2015_Final_eng.pdf |titulo = Number of Population as of January 1, 2015 — '''National Statistics Office of Georgia''' |publicado = Geostat - Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia |acessodata = 6 de fevereiro de 2016 | data = 1 de janeiro de 2015 | lingua = inglês | formato = PDF }}</ref>
Em 2020, cerca de 24% da população global, ou cerca de 1,9 bilhão de pessoas, era muçulmana.<ref name="WPR"/><ref name=":3"/><ref name="pewresearch.org"/><ref name=":0"/> Em 1900, essa estimativa era de 12,3%,<ref>{{Harvnb|Barrett|Kurian|Johnson|2001|p=4}}</ref> em 1990 era de 19,9%<ref name=":3"/> e as projeções sugerem que a proporção será de 29,7% em 2050.<ref name="pew2015">{{citar web|url=https://assets.pewresearch.org/wp-content/uploads/sites/11/2015/03/PF_15.04.02_ProjectionsFullReport.pdf|título=The Future of World Religions: Population Growth Projections, 2010–2050|autor=Pew Forum for Religion & Public Life|data=Abril de 2015|publicado=[[Pew Research Center]]|acessodata=|língua=|wayb=20201211090450|página=70}}, [https://www.pewforum.org/2015/04/02/religious-projections-2010-2050/ Artigo] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20201207093700/https://www.pewforum.org/2015/04/02/religious-projections-2010-2050/|date=7 de dezembro de 2020}}.</ref> O [[Pew Research Center]] estima que entre 87% e 90% dos muçulmanos são sunitas e entre 10% e 13% são xiitas.{{Sfnp|Pew Forum for Religion & Public Life|2009|p=1|ps=. "Of the total Muslim population, 10–13% are Shia Muslims and 87–90% are Sunni Muslims."}} Aproximadamente 49 países são de [[Mundo islâmico|maioria muçulmana]],{{Sfnp|Pew Forum for Religion & Public Life|2009|p=11}}<ref>{{Harvnb|Ba-Yunus|Kone|2006}}</ref><ref name="MMC"/><ref name="The Global Religious Landscape">{{citar web|url=https://assets.pewresearch.org/wp-content/uploads/sites/11/2014/01/global-religion-full.pdf|título=The Global Religious Landscape: A Report on the Size and Distribution of the World's Major Religious Groups as of 2010|autor=[[Pew Research Center|The Pew Forum on Religion and Public Life]]|data=Dezembro de 2012|publicado=DC: Pew Research Center|wayb=20180323215026}}, [https://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-exec/ Artigo] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180926222120/http://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-exec/|date=26 de setembro de 2018}}.</ref><ref name="Islam in Russia"/><ref name="the national"/> com 62% dos muçulmanos do mundo vivendo na Ásia e 683 milhões de adeptos na [[Indonésia]],<ref name="10 Countries"/> [[Paquistão]], [[Índia]] e apenas [[Bangladesh]].<ref name="USN&WR">{{Citar web|url=https://www.usnews.com/usnews/graphics/religion/islams_global_reach.htm|titulo=Secrets of Islam|acessodata=24-09-2013|website=U.S. News & World Report|wayb=20110122200555|urlmorta=sim}} Information provided by the International Population Center, Department of Geography, [[Universidade Estadual de San Diego|San Diego State University]] (2005).</ref>{{Sfnp|Pew Forum for Religion & Public Life|2009}}<ref>{{Harvnb|Pechilis|Raj|2013}}</ref> Os árabes muçulmanos formam o [[Lista de grupos étnicos|maior grupo étnico entre os muçulmanos]] no mundo,<ref>{{Harvnb|Nydell|2005|p=xxiii, 14}}</ref> seguidos pelos [[bengalis]]<ref>{{Harvnb|Eaton|2009}}</ref><ref>{{Harvnb|Guhathakurta|Schendel|2013|p=50}}</ref> e pelos [[punjabis]].<ref>{{Harvnb|Gandhi|2013}}</ref> A maioria das estimativas indica que a [[China]] tem aproximadamente 20 milhões a 30 milhões de muçulmanos (1,5% a 2% da população).<ref>{{Citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/china/|titulo=Explore All Countries – China|acessodata=15-09-2009|website=[[The World Factbook]]|publicado=[[Central Intelligence Agency]]|wayb=20210213122152|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://2009-2017.state.gov/j/drl/rls/irf/2006/71338.htm|titulo=China (includes Hong Kong, Macau, and Tibet)|acessodata=24-09-2013|website=Archived Content|publicado=U.S. Department of State|wayb=20190710075050|urlmorta=não}}</ref> O [[Islão na Europa|Islã na Europa]] é a segunda maior religião depois do cristianismo em muitos países, com taxas de crescimento devidas principalmente à imigração e taxas de natalidade mais altas de muçulmanos em 2005,<ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4385768.stm|titulo=Muslims in Europe: Country guide|data=23-12-2005|acessodata=01-04-2010|website=[[BBC News]]|wayb=20090929213440|urlmorta=não}}</ref> representando 4,9% de toda a população da Europa em 2016.<ref>{{Citar web|url=http://www.pewresearch.org/fact-tank/2017/11/29/5-facts-about-the-muslim-population-in-europe/|título=5 facts about the Muslim population in Europe|data=29-11-2017|jornal=[[Pew Research Center]]|primeiro=Conrad|último=Hackett|acessodata=17-01-2023|wayb=20190105202657}}</ref>


No início de 1990, após a dissolução da União Soviética, violentos conflitos separatistas eclodiram nas regiões autônomas da Abecásia e Ossétia do Sul. Muitos ossetas que viviam na Geórgia deixaram o país, imigrando principalmente para a [[Ossétia do Norte]], na Rússia.<ref name="Imigração osseta">{{citar web|url = https://www.hrw.org/reports/1996/Russia.htm |titulo = Russia - The ingush-ossetian conflict in the Prigorodnyi region |publicado = Human Rights Watch/Helsinki |acessodata = 21 de dezembro de 2017 | data = 29 de maio de 1996 | lingua = inglês | formato = }}</ref> Por outro lado, mais de 150 000 georgianos deixaram a Abecásia após a eclosão das hostilidades em 1993.<ref name=yb2005>''Statistical Yearbook of Georgia 2005'': Population, Table 2.1, p. 33, Department for Statistics, Tbilisi (2005)</ref> Dos [[turcos mesquécios]] que foram [[Transferências populacionais na União Soviética|forçosamente realocados em 1944]], apenas uma pequena parte voltou a viver na Geórgia pós-independência, embora o governo do país tenha aprovado um plano de repatriação dos membros desta etnia.<ref>{{citar web|url = http://minorityrights.org/minorities/meskhetians-or-meskhetian-turks/ |titulo = Russian Federation - Meskhetians or Meskhetian Turks |publicado = World Directory of Minorities and Indigenous People |acessodata = 21 de dezembro de 2017 | data = setembro de 2008 | lingua = inglês | formato = }}</ref><ref>{{citar web|url = http://www.refworld.org/docid/46a4850a8.html |titulo = Georgia: Parliament considers Meskhetian Turk repatriation plan |publicado = Ref World |acessodata = 21 de dezembro de 2017 | data = 28 de junho de 2007 | lingua = inglês | formato = }}</ref>
A [[conversão religiosa]] não tem impacto no crescimento da população muçulmana, pois “o número de pessoas que se tornam muçulmanas através da conversão parece ser aproximadamente igual ao número de muçulmanos que abandonam a fé”.<ref name=":3"/> Embora se espere que o Islã experimente um ganho modesto de cerca de 3 milhões de seguidores através da conversão religiosa entre 2010 e 2050, principalmente da [[África subsariana|África Subsaariana]] (2,9 milhões).<ref name="auto33">{{Citar web|url=http://www.pewforum.org/files/2015/03/PF_15.04.02_ProjectionsFullReport.pdf|titulo=Cumulative Change Due to Religious Switching, 2010–2050|página=43|acessodata=04-05-2016|arquivourl=https://wayback.archive-it.org/all/20150429153811/http://www.pewforum.org/files/2015/03/PF_15.04.02_ProjectionsFullReport.pdf|arquivodata=29-04-2015|urlmorta=sim}}</ref><ref name="ReferenceB">{{Citar web|url=https://www.pewforum.org/2017/04/05/the-changing-global-religious-landscape/|titulo=The Changing Global Religious Landscape|data=05-04-2017|acessodata=17-12-2022|website=Pew Research Center|wayb=20220218030628|urlmorta=não}}</ref>


O censo de 1989 registrou 341 000 étnicos russos - o que representava 6,3% da população - 52 000 ucranianos e 100 000 gregos no país.<ref name="emigration"/> Desde 1990, 1,5 milhão de cidadãos da Geórgia deixaram o país.<ref name="emigration">{{citar web|url = https://www.fidh.org/IMG/pdf/ge412ang.pdf |titulo = Ethnic minorities in Georgia |publicado = Federation Internationale des Ligues des Droits de l'Homme |acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | data = | lingua = inglês | formato = PDF }}</ref> Pelo menos 1 milhão de imigrantes georgianos vivem legalmente ou ilegalmente na Rússia.<ref name="emigratioon">{{citar web|url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/5412672.stm |titulo = Georgians deported as row deepens: Russia has deported a planeload of Georgians, amid a deepening diplomatic row sparked by Georgia's recent arrest of four alleged Russian spies |publicado = BBC News |acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | data = 6 de outubro de 2006 | lingua = inglês | formato = }}</ref> A taxa de migração líquida da Geórgia é negativa (-4,54), excluindo cidadãos georgianos que vivem no exterior. No entanto, a Geórgia foi habitada por imigrantes de todo o mundo ao longo de sua independência. De acordo com estatísticas de 2006, a maior parte dos imigrantes que vivem no país são oriundos da Turquia e China.<ref name="emigration"/>
De acordo com um relatório da [[CNN]], “o Islã atraiu convertidos de todas as esferas da vida, principalmente [[afro-americanos]]”.<ref>{{Citar jornal|url=http://edition.cnn.com/WORLD/9704/14/egypt.islam/|titulo=Fast-growing Islam winning converts in Western world|acessodata=06-05-2016|publicado=CNN|wayb=20181015114027|urlmorta=não}}</ref> Na [[Grã-Bretanha]], cerca de 6 mil pessoas se convertem ao Islã por ano e, de acordo com um artigo da Pesquisa Mensal dos Muçulmanos Britânicos, a maioria dos novos convertidos muçulmanos britânicos eram mulheres.<ref>{{Citar web|url=http://artsweb.bham.ac.uk/bmms/2000/06June00.asp#Women%20convert|titulo=British Muslims Monthly Survey for June 2000, Vol. VIII, No. 6|acessodata=2020-09-28|wayb=20080214160750|urlmorta=não}}</ref> De acordo com ''o [[The Huffington Post]]'', "observadores estimam que cerca de 20 mil estadunidenses se convertem ao Islã anualmente", sendo a maioria deles [[Mulheres no Islã|mulheres]] e afro-americanos.<ref>{{Citar web|url=https://www.huffpost.com/entry/post-911-islam-converts_n_935572|titulo=Conversion To Islam One Result Of Post-9/11 Curiosity|data=2011-08-24|acessodata=2020-11-26|website=HuffPost|lingua=en|wayb=20210111201117|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Bindel|primeiro=Julie|autorlink=Julie Bindel|url=http://standpointmag.co.uk/features-may-10-why-do-western-women-convert-julie-bindel-islam-female-conversion|titulo=Why do Western Women Convert?|data=26-04-2010|acessodata=08-05-2016|website=[[Standpoint (magazine)|Standpoint]]|wayb=20141006102003|urlmorta=sim}}</ref>


{{Cidades mais populosas da Geórgia}}
Tanto em termos percentuais como totais, o Islã é o principal grupo religioso que mais cresce no mundo e prevê-se que se torne o maior do mundo até ao final do século XXI, ultrapassando o [[cristianismo]].<ref name=":0">{{Citar web|ultimo=Lipka|primeiro=Michael|ultimo2=Hackett|primeiro2=Conrad|url=https://www.pewresearch.org/fact-tank/2017/04/06/why-muslims-are-the-worlds-fastest-growing-religious-group/|titulo=Why Muslims are the world's fastest-growing religious group|data=06-04-2017|acessodata=2022-11-21|website=Pew Research Center|lingua=en-US|wayb=20190514123559|urlmorta=não}}</ref><ref name="pew2015"/> Estima-se que, até o ano 2050, o número de muçulmanos será quase igual ao número de cristãos em todo o mundo, “devido ao número de jovens e à elevada [[Taxa de fecundidade|taxa de fertilidade]] dos muçulmanos em relação a outros grupos religiosos”.<ref name="pew2015"/>


=== Países lusófonos ===
=== Religiões ===
{{Artigo principal|Islã no Brasil|Islão em Portugal}}
{{Artigo principal|Religião na Geórgia|Igreja Ortodoxa da Geórgia|Catolicismo na Geórgia}}
{{multiple image
[[Imagem:MesquitaFozDoIguaçuParanaBrasil.JPG|thumb|[[Mesquita]] em [[Foz do Iguaçu]], [[Paraná]], [[Brasil]]]]
| perrow = 3
Em [[Portugal]], existe igualmente uma comunidade muçulmana, que nada tem a ver com os muçulmanos que viveram no país durante a [[Idade Média]]; são na sua maioria naturais das antigas colónias portuguesas de [[Moçambique]] e [[Guiné-Bissau]], que se fixaram em Portugal após a independência desses territórios. O [[Ismaelismo|islão xiita ismaelita]] também está presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro Ismaili de [[Lisboa]], construído pela Fundação Aga Khan. Estima-se que o número de muçulmanos em Portugal ronde os 30 mil.<ref>{{Citar web|url=http://www.oi.acime.gov.pt/modules.php?name=News&file=print&sid=315%20|titulo=Observatório da Imigração|acessodata=2008-03-27|wayb=20081206200537|urlmorta=sim}}</ref>
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| image4 = Patriarchal Cathedral of Sioni, Tbilisi.jpg
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| footer = '''Da esquerda para a direita:''' Catedral de São Pedro e São Paulo ([[Catolicismo]]), Sinagoga de Tiblíssi ([[Judaísmo]]), Mesquita de Tiblíssi ([[Islão|Islamismo]]). '''Central:''' a [[Catedral Sioni de Tiblíssi]] ([[Igreja Ortodoxa|Igreja Ortodoxa Oriental]])
}}
A grande maioria da população georgiana (83,9%) pratica o [[Igreja Ortodoxa|cristianismo ortodoxo]], conforme dados do Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia.<ref>{{citar web|url=http://www.geostat.ge/cms/site_images/_files/georgian/census/2002/I%20tomi%20-%20saqarTvelos%20mosaxleobis%202002%20wlis%20pirveli%20erovnuli%20sayovelTao%20aRweris%20Sedegebi.pdf |título=2002 census results|página=132 |formato=PDF |data= |acessodata=10 de junho de 2012}}</ref> A [[Igreja Ortodoxa Georgiana|Igreja Ortodoxa da Geórgia]] é uma das mais antigas igrejas cristãs no mundo,<ref>{{citar jornal|título=Georgia's mighty Orthodox Church |url = http://www.bbc.com/news/world-europe-23103853|agência = BBC News |data = 2 de julho de 2013 }}</ref><ref>{{citar jornal|último =Rimple|primeiro =Paul|título=Russia: Sochi Bets on Becoming the Black Sea Monte Carlo|url=http://www.eurasianet.org/node/71051|obra=eurasianet.org|agência = Open Society Institute |data = 21 de novembro de 2014 |citação = The Georgian Orthodox Church, the country’s most influential institution...}}</ref> e afirma sua fundação apostólica em Santo André.<ref name="Religião na Geórgia 5">Rapp, 2007. p. 137–138</ref> Na primeira metade do {{séc|IV}}, o cristianismo foi adotado como religião do Estado da Ibéria (atual Geórgia Oriental), seguindo o trabalho missionário de [[Nino da Geórgia]].<ref name="Toumanoff1963">Toumanoff, Cyril, "Iberia between Chosroid and Bagratid Rule", ''Studies in Christian Caucasian History'', Georgetown, 1963, p. 374-377</ref><ref name="Rapp2007">{{citar livro|último =Rapp|primeiro =Stephen H., Jr|título=The Blackwell Companion to Eastern Christianity|url=https://books.google.com/books?id=fWp9JA3aBvcC&pg=PA137|acessodata=11 de maio de 2012|ano=2007|publicadopor=John Wiley & Sons|isbn=978-1-4443-3361-9|página=138|capítulo=7 - Georgian Christianity}}</ref> a Igreja ganhou [[autocefalia]] durante o início da Idade Média, a qual foi abolida durante o domínio russo do país e restaurada em 1917, com total reconhecimento pelo [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla]] em 1990.<ref name="Rapp2007" />


O estatuto especial da Igreja Ortodoxa da Geórgia é oficialmente reconhecido na Constituição do país e na Concordata de 2002, embora as instituições religiosas estejam separadas do Estado. A Geórgia permite a [[liberdade religiosa]] para todos os seus cidadãos.<ref name="Religião na Geórgia 6" />
Segundo o censo de 2000, o [[Brasil]] tinha {{formatnum:27239}} muçulmanos.<ref>{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/primeiros_resultados_amostra/brasil/pdf/tabela_1_1_2.pdf|título=Censo 2000 IBGE|publicado=IBGE|wayb=20031030041832|urlmorta=sim}}</ref> Porém, para a Federação Islâmica Brasileira, o número de muçulmanos no Brasil ronda o 1,5 milhão.<ref name=anba>{{Citar web|url=http://www.anba.com.br/noticia_artes.kmf?cod=7359540|titulo=Tradução vai facilitar conhecimento do islamismo|acessodata=2009-03-19|wayb=20131001124539|urlmorta=sim}}</ref> A maioria dos muçulmanos brasileiros vive nos estados do [[Paraná]] e [[Rio Grande do Sul]], mas também existem comunidades significativas no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], [[Mato Grosso do Sul]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]]. Grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes [[Síria|sírios]] e [[Líbia|libaneses]] que se fixaram no Brasil durante a [[Primeira Guerra Mundial]].<ref>{{citar web|url=http://galileu.globo.com/edic/124/rep_dossie1.htm|título=O Islã não é só árabe|publicado=[[Revista Galileu]]|acessodata=05-07-2008|arquivourl=https://archive.is/kuEp|arquivodata=09-07-2012|urlmorta=sim}}</ref>


As minorias religiosas incluem [[Cristianismo|cristãos]] da [[Igreja Apostólica Armênia]] (3,9%), [[Islamismo|muçulmanos]] (9,9%), e os [[Igreja Católica|católicos romanos]] (0,8%).<ref name=cia/> O Islã é representado tanto pelos azeris [[Xiismo|xiitas]] muçulmanos (no sudeste) quanto pelos [[Sunismo|sunitas]] muçulmanos em Ajária e Laz. Os sunitas, por sua vez, estão divididos entre estes já citados (Ajária e Laz), bem como sunitas [[turcos mesquécios]], ao longo da fronteira com a Turquia. Há também pequenas comunidades de muçulmanos gregos (de origem grega pôntico) e [[Hemichis|armênios muçulmanos]], ambos os quais são descendentes de convertidos ao Islã da [[Região da Anatólia Oriental|Anatólia Oriental]], que se instalaram na Geórgia na sequência da campanha Europeia de Lala Mustafa Pasha - que levou à conquista Otomana do país em 1578. Judeus na Geórgia tem a história da sua comunidade voltada ao {{-séc|VI}}; seus números têm diminuído nas últimas décadas devido aos altos níveis de imigração para Israel.<ref name="Judeus na Geórgia 1">Jacobs, Dan Norman. Paul, Ellen Frankel. ''Studies of the Third Wave: Recent Migration of Soviet Jews to the United States'', 1 jan. 1981 ISBN 978-0865311435 p. 13-14</ref>
Na [[Guiné-Bissau]], o islão penetrou na [[Idade Média]], tendo as ordens sufistas desempenhado um importante papel na sua difusão. Reúne hoje cerca de 45% da população. Outro [[Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa|país africano de língua oficial portuguesa]] com um número significativo de muçulmanos é [[Moçambique]] (17,8%).<ref>{{citar web|url=http://www.ine.gov.mz/censo2007|título=3º Recenseamento Geral da População e Habitação|ano=2007|publicado=2007 Census of Mozambique|wayb=20120118125117|urlmorta=sim}}</ref>


Apesar da longa história de harmonia religiosa na Geórgia,<ref name="Harmonia religiosa na Geórgia 1">Spilling, Michael. Georgia (Cultures of the world). 1997</ref> têm havido casos de discriminação religiosa e violência contra as "religiões não tradicionais", tais como as [[Testemunhas de Jeová]], por seguidores do destituído sacerdote ortodoxo Basil Mkalavishvili.<ref name="Harmonia religiosa na Geórgia 2">{{citar web|url = http://www.hrw.org/backgrounder/eca/georgia/georgia_memo_full.htm |titulo = Memorandum to the U.S. Government on Religious Violence in the Republic of Georgia (Human Rights Watch August 2001) |publicado = Hrw.org | data = 5 de maio de 2009 | acessodata = 8 de fevereiro de 2015 | lingua = inglês }}</ref> Para além das organizações religiosas tradicionais, a Georgia mantém segmentos seculares e não religiosos da sociedade, bem como uma parte significativa de associações religiosas que não praticam ativamente sua fé.<ref name="Religião na Geórgia 6">{{citar web|url = http://www.css.ethz.ch/publications/pdfs/CAD-20.pdf |titulo = RELIGION IN THE SOUTH CAUCASUS |publicado = Resources Security Institute (RSI) |data = 11 de outubro de 2010 |acessodata = 8 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês | formato = PDF }}</ref>[[Imagem:Caucasus-ethnic pt.svg|thumb|300px|Grupos etno-linguísticos da região do Cáucaso.<ref name="Linguas na Geórgia 5">{{citar web|url = http://www.ecmicaucasus.org/menu/info_maps.html |titulo = Ethnic Maps: Ethnic Map of Georgia |publicado = Centro Europeu de Estudos sobre Minorias | autor = ECMI | acessodata = 6 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês }}</ref>]]
== Principais ramos ==


=== Sunismo ===
=== Idiomas ===
{{AP|Sunismo}}
[[Ficheiro:Islam by country.png|thumb|esquerda|upright=1.7|
islão no mundo moderno
----
{{legenda|#4a6600|Países com maioria [[Sunismo|sunita]]}}
{{legenda|#66004a|Países com maioria [[Xiismo|xiita]]}}
{{legenda|#04161b|Países com maioria [[Ibadismo|ibadita]]}}
]]Islã sunita ou sunismo é o nome da maior denominação do Islã.<ref>{{Citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/topic/Sunni|titulo=Sunni|acessodata=17-09-2021|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|wayb=20150430101807|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar enciclopédia|url=http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e2280|titulo=Sunni Islam|acessodata=10-01-2010|enciclopédia=The Oxford Dictionary of Islam|publicado=Oxford University Press|ano=2014|editor-sobrenome=Esposito|editor-nome=John L.|local=Oxford|wayb=20181005013247|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Denny">{{Harvnb|Denny|2010|p=3}}</ref> O termo é uma contração da frase "ahl as-sunna wa'l-jamaat", que significa "povo da [[suna]] (as tradições do profeta Maomé) e da comunidade".<ref>{{Citar enciclopédia|ultimo=Yavuz|primeiro=Yusuf Şevki|url=https://islamansiklopedisi.org.tr/ehl-i-sunnet|titulo=Ahl as-Sunnah|ano=1994|acessodata=28-12-2021|enciclopédia=[[Islam Ansiklopedisi]]|publicado=Turkish Diyanet Foundation|local=Istanbul|paginas=525–530|lingua=tr|wayb=20211228114411|urlmorta=não|volume=10}}</ref> Sunitas acreditam que os primeiros quatro califas foram os sucessores legítimos de Maomé e fazem referência principalmente a seis grandes obras de [[hádices]] para questões jurídicas, enquanto seguem uma das quatro escolas tradicionais de jurisprudência: [[hanafismo]], [[hambalismo]], [[maliquismo]] ou [[xafeísmo]].<ref name=":15">{{Citar web|url=https://www.lexico.com/definition/sharia|titulo=sharia|website=Lexico|publicado=[[Oxford University Press]]|urlmorta=sim|wayb=20200122164555}}</ref><ref>{{Harvp|Esposito|2003}}</ref>


A língua oficial da Geórgia é o [[Língua georgiana|georgiano]], usado nos assuntos do governo, comércio e educação e falado por cerca de 71% da população.<ref name="Lingua georgiana 1">{{citar web|url = http://www.cplp.org/id-4439.aspx |titulo = Designação oficial: Geórgia |publicado = Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) |acessodata = 6 de fevereiro de 2016 |data = }}</ref> Outros idiomas são reconhecidos co-oficialmente em regiões autônomas, como o [[Língua abecásia|abecásio]], que é a língua oficial da Região Autônoma da Abecásia, e a [[língua osseta]], oficial na Ossétia do Sul.<ref name="Linguas abecásias e ossetas">{{citar web|url = http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/geopolitica-quais-sao-e-o-que-querem-os-territorios-que-brigam-por-independencia.htm |titulo = Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? |publicado = Vestibular UOL |acessodata = 6 de fevereiro de 2016 |data = 17 de outubro de 2014 }}</ref>
A teologia tradicionalista é uma escola de pensamento sunita, proeminentemente defendida por [[Amade ibne Hambal]] (780-855), que se caracteriza por sua adesão a uma compreensão [[Textualismo|textualista]] do Alcorão e da [[suna]], a crença de que o Alcorão é incriado e eterno e oposição à teologia especulativa, chamada [[calâm]], em questões religiosas e éticas. O mutazilismo é uma escola de pensamento sunita inspirada na filosofia da [[Grécia Antiga]]. O maturidismo, fundado por Abu Mansur al-Maturidi (853–944), afirma que as escrituras não são necessárias para a ética básica e que ''o bem'' e ''o mal'' podem ser compreendidos apenas pela razão, mas as pessoas confiam na revelação, para assuntos além da esfera humana. compreensão. Asharism, fundado por [[Alboácem Alaxari|Al-Ashʿarī]] (c. 874-936), sustenta que a ética pode derivar apenas da revelação divina, mas aceita a razão em relação a questões exegéticas e combina abordagens Muʿtazila com ideias tradicionalistas.{{Sfnp|Esposito|1999|p=280}}


O georgiano é escrito em seu [[Alfabeto georgiano|próprio alfabeto]], possui 33 letras e não está relacionado com nenhuma outra língua principal na área das proximidades. Ele forma com alguns parentes próximos, o grupo linguístico das [[Línguas cartevélicas|cartevélicas]]. O Georgiano foi reconhecido como língua oficial do país em 1918, e durante o período de ocupação soviética, serviu como um importante apoiador da identidade nacional da Geórgia. O governo soviético tentou, em 1978, alterar o status da língua oficial na Geórgia, declarando que o russo deveria ser adotado como idioma oficial ao lado do georgiano em toda a região do sul do Cáucaso, sob governo de Moscou.<ref name="Alteração do idioma principal na Geórgia">{{citar web|url = http://www.photius.com/countries/georgia/society/georgia_society_language.html
O [[salafismo]] é um movimento de renascimento que defende o retorno às práticas das primeiras gerações de muçulmanos. No século XVIII, [[Maomé ibne Abdal Uaabe]] liderou um [[Salafismo|movimento salafista]], referido por quem está de fora como [[wahhabismo]], na atual Arábia Saudita.<ref>{{Harvnb|Gauvain|2013|p=8}}</ref> Um movimento semelhante chamado [[Ahl-e Hadith|Ahl al-Hadith]] também tirou a ênfase da secular tradição jurídica sunita, preferindo seguir diretamente o Alcorão e o hádice. O movimento sunita ''Nurcu'' foi criado por Said Nursi (1877–1960); incorpora elementos do Sufismo e da ciência.<ref name="Svante E. Cornell p. 283">{{Harvnb|Cornell|2011|p=283}}</ref>
|título = Georgia Language |acessodata = 8 de fevereiro de 2016 |data = março de 1994 |idioma = inglês |cita = Constituições da era soviética especificavam o georgiano como língua de Estado. Em 1978, Moscou não conseguiu impor uma mudança constitucional que dá status igual ao russo Com o georgiano como língua oficial, Quando Shevardnadze cedeu a manifestações maciças contra a alteração.}}</ref> Entretanto, devido a várias manifestações civis na Geórgia, os interesses soviéticos cessaram, e o georgiano permaneceu como idioma principal. Ainda assim, durante o período soviético, a língua russa desempenhou um papel significativo na região, particularmente na administração desta.<ref name="Situação do idioma georgiano">Rabo, Annika and Utas, Bo (2005), The Role of the State in West Asia, p. 183. Routledge, ISBN 0-7007-1087-6</ref>


As línguas mais difundidas fazem parte do grupo das [[línguas cartevélicas|cartevélicas]], sendo as principais o [[Língua georgiana|georgiano]], [[Língua suana|suano]], [[Língua mingrélia|mingrélio]] e [[Língua laz|laz]].<ref name=ethnographic>{{citar web|url = http://www.hunmagyar.org/turan/caucasus/index.html |titulo = Ethnographic map of the Caucasus |publicado = Hunmagyar.org |acessodata = 6 de fevereiro de 2015 | data=2 de novembro de 2010 }}</ref> Outras línguas minoritárias também são faladas, como o [[Língua russa|russo]], [[Língua armênia|armênio]], [[Língua azeri|azeri]] e outras línguas.<ref name="Linguas na Geórgia">{{citar web|url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2098.html#gg |titulo = Field Listing: Languages |publicado = CIA | autor = The World Factbook | acessodata = 6 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês }}</ref> A língua georgiana é escrita em três sistemas: Assomtavruli, Nuskhuri (ambos hoje apenas utilizados pela Igreja Ortodoxa Georgiana) e Mkhedruli (actualmente o alfabeto padrão da língua georgiana e das línguas cartevélicas). De acordo com relatos tradicionais, os três sistemas foram inventados pelo rei {{lknb|Farnabazo|I|da Ibéria}} no {{-séc|III}}<ref name="Farnavaz I">Lang, David Marshall. Georgia. p. 515.</ref>
=== Xiismo ===
{{AP|Xiismo}}
[[Ficheiro:حرم_الامام_الحسين.jpg|miniaturadaimagem| O Santuário do Imam Hussein no Iraque é um local sagrado para os muçulmanos xiitas .]]
[[Ficheiro:001123-AbolfazlShrine-BetweenTheHolyShrines-Karbala-IMG_7729-2.jpg|miniaturadaimagem| Santuário de Al-Abbas, entre os santuários sagrados, [[Carbala]], [[Iraque]] .]]
O xiismo é a segunda maior denominação muçulmana<ref name="CIA Factbook"/><ref name="berkleycenter-sunni"/>{{Sfnp|Pew Forum for Religion & Public Life|2009|p=1|ps=. "Of the total Muslim population, 10–13% are Shia Muslims and 87–90% are Sunni Muslims."}} e dividem-se com os sunitas sobre o sucessor de Maomé como líder, que os xiitas acreditavam ser de certos descendentes da família de Maomé conhecidos como [[Ahl al-Bayt]] e esses líderes, referidos como [[Imame|imames]], têm autoridade espiritual adicional.<ref>{{Citar enciclopédia|ultimo=Newman|primeiro=Andrew J.|url=https://www.britannica.com/topic/Shii|titulo=Shiʿi|acessodata=28-12-2021|publicado=Encyclopedia Britannica|wayb=20190720054917|urlmorta=não}}</ref><ref name="EMMENA"/>


== Governo e Política ==
De acordo com muçulmanos sunitas e xiitas, evento significativo ocorreu em Ghadir Khumm, durante o retorno de Maomé de sua peregrinação final a Meca, omde ele nomeou seu primo [[Ali]] como executor de seu último testamento e testamento, bem como seu Wali (autoridade).<ref>{{Citar livro|url=https://referenceworks.brillonline.com/entries/encyclopaedia-of-islam-2/*-SIM_2439|título=Encyclopaedia of Islam|ultimo=Veccia Vaglieri|primeiro=L.|ano=2012|editora=Brill|capitulo=G̲h̲adīr K̲h̲umm|isbn=9789004161214|acessodata=14-07-2023|wayb=20230714174420}}</ref>{{Sfn|Campo|2009|pp=257–258}} Os xiitas reconhecem que Maomé nomeou [[Ali]] como seu sucessor (califa) e imame (líder espiritual e político) depois dele.<ref name="jaarel 2015">{{Harvnb|Foody|2015|pp=599–623}}</ref> Alguns dos primeiros Imames são reverenciados por todos os grupos xiitas e sunitas, como Ali. O [[xiismo duodecimano]], o primeiro e maior ramo xiita, acredita nos [[Os Doze Imãs|Doze Imames]]. Eles reconhecem que a profecia dos doze foi predita no hádices dos Doze Sucessores, que é registrado tanto por fontes sunitas quanto xiitas.<ref>{{Harvnb|Kohlberg|1976|pp=521–534}}</ref>
{{Artigo principal|Política da Geórgia}}


A Geórgia é uma [[república]] [[Semipresidencialismo|semipresidencial]] [[Democracia representativa|representativa democrática]], com o [[Presidente da Geórgia|presidente]] como o chefe de Estado e o [[Lista de primeiros-ministros da Geórgia|primeiro-ministro]] como chefe de governo. O ramo executivo do poder é composto pelo Presidente e pelo [[Gabinete da Geórgia]]. O Gabinete é composto por ministros, liderados pelo primeiro-ministro, e nomeados pelo Presidente. Notavelmente, os ministros da Defesa e do Interior não são membros do Gabinete e são subordinados diretamente ao presidente da Geórgia. [[Salome Zurabishvili|Salome Zourabichvili]] é a atual presidente do país, estando na função desde 2018. [[Irakli Garibashvili]] é o primeiro-ministro da Geórgia, desde 2021.<ref>{{citar web|url = http://www.independent.co.uk/news/world/europe/muchreduced-role-for-georgias-new-president-giorgi-margvelashvili-8945518.html |título = Much-reduced role for Georgia's new president Giorgi Margvelashvili |autor = |data = |publicado = The Independent |acessodata = 31 de julho de 2016 }}</ref><ref>{{citar web |titulo = BREAKING: Georgia’s Prime Minister Irakli Garibashvili Resigns|url=http://georgiatoday.ge/news/2465/BREAKING%3A-Georgia%E2%80%99s-Prime-Minister-Irakli-Garibashvili-Resigns|acessodata=27 de dezembro de 2015|publicado=Georgia Today|data=23 de dezembro de 2015 |lingua=inglês}}</ref><ref>{{Citar web|url = http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/eua-e-georgia-assinam-acordo-de-colaboracao-em-defesa |titulo = EUA e Geórgia assinam acordo de colaboração em defesa |publicado = Exame |acessodata = 31 de julho de 2016 |data = 6 de julho de 2016 }}</ref><ref>{{Citar web |url = https://global.britannica.com/place/Georgia |titulo = Georgia - Introduction |publicado = Encyclopædia Britannica |acessodata = 31 de julho de 2016 |lingua = |data = 15 de julho de 2016 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20160225081150/http://global.britannica.com/place/Georgia |arquivodata = 25 de Fevereiro de 2016 |urlmorta = yes }}</ref><ref>{{Citar web|url = https://president.ge/index.php?m=196 |titulo = The President, Biography: Salome Zourabichvili |acessodata = 19 de junho de 2022 }}</ref><ref>{{Citar web|url = https://www.gov.ge/index.php?lang_id=ENG&sec_id=202 |titulo = Prime Minister of Georgia, Irakli Garibashvili |acessodata = 19 de junho de 2022 }}</ref>
Os [[zaiditas]], o segundo ramo mais antigo do Islã, rejeita os poderes especiais dos [[Imame|imames]] e às vezes é considerado uma 'quinta escola' do Islã sunita, em vez de uma denominação xiita.<ref name="Arab-IsraeliConflict">{{Harvnb|Tucker|Roberts|2008|p=917}}</ref><ref name="IraqEffect">{{Harvnb|Wehrey|2010|p=91}}</ref> Os [[Ismaelismo|ismaelitas]] se separaram dos xiitas duodecimanos por discordar sobre quem era o sétimo imame e se dividiram em mais grupos por conta do estatuto dos sucessivos imames, sendo o maior desses grupos os [[nizaris]].<ref name="Newman2013">{{Harvnb|Newman|2013}}</ref>


[[Imagem:Parliament of Georgia in Kutaisi.jpg|thumb|esquerda|Edifício do Parlamento da Geórgia em Cutaisi]]
=== Ibadismo ===
{{AP|Ibadismo}}
O [[ibadismo]] é praticado por 1,45 milhão de muçulmanos em todo o mundo (~0,08% de todos os muçulmanos), a maioria deles em [[Omã]].<ref>{{Harvnb|Betts|2013|pp=14–15}}</ref> O ibadismo é frequentemente associado e visto como uma variação moderada dos [[carijitas]], embora os próprios ibadistas se oponham a esta classificação. Os carijitas eram grupos que se rebelaram contra o califa Ali por sua aceitação da arbitragem com alguém que consideravam pecador. Ao contrário da maioria dos grupos carijitas, o ibadismo não considera os muçulmanos pecadores como incrédulos. Os hádices ibadistas, como a coleção Jami Sahih, usam redes de narradores do início da história islâmica que consideram confiáveis, mas a maioria dos hádices ibadistas também são encontrados em coleções sunitas padrão e os ibadistas contemporâneos frequentemente aprovam as coleções padrão dos sunitas.<ref>{{Harvnb|Hoffman|2012|pp=3–4}}</ref>


O [[Poder Legislativo]] é exercido pelo [[Parlamento da Geórgia]]. O Parlamento é unicameral e tem 150 membros, conhecidos como deputados, dos quais 75 são eleitos por maioria simples para representar distritos uninominais, e 75 são escolhidos para representar as partes por representação proporcional. Os membros do parlamento são eleitos para mandatos de quatro anos. Cinco partidos e blocos eleitorais tinham representantes eleitos para o parlamento nas eleições de 2008: o Movimento Nacional Unido, a Oposição Conjunta, os [[Movimento Democrata-Cristão|democratas-cristãos]], o [[Partido Trabalhista (Geórgia)|Partido Trabalhista]] e o [[Partido Republicano da Geórgia]]. Em 26 de maio de 2012, foi inaugurado um novo edifício do Parlamento na cidade ocidental de Cutaisi, em um esforço para descentralizar o poder e obter algum controle político mais perto da Abecásia.<ref name="Transferência do poder legislativo na Geórgia">{{citar web |url =https://eurasianet.org/s/georgia-will-moving-parliament-out-of-tbilisi-pay-off |titulo = Georgia: Will Moving Parliament Out of Tbilisi Pay Off? |publicado = Eurasia Net |data = 8 de junho de 2012 | acessodata = 8 de fevereiro de 2018| lingua = inglês }}</ref>
=== Outras denominações ===


Embora o país tenha experimentado um progresso considerável desde a Revolução Rosa, o país ainda não é considerado uma sociedade de pleno direito cristalizado.<ref name=misha>{{citar jornal|título=Georgia Leader: Country on Right Track |publicadopor=Fox News |data=7 de janeiro de 2008 |url=http://www.foxnews.com/wires/2008Jan07/0,4670,GeorgiaPresidentialElection,00.html |acessodata=17 de outubro de 2008 |primeiro =Lynn |último =Berry |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/20080108095512/http://www.foxnews.com:80/wires/2008Jan07/0,4670,GeorgiaPresidentialElection,00.html |arquivodata=8 de janeiro de 2008 }}</ref> O sistema político permanece num processo de transição, com ajustes frequentes para o equilíbrio de poder entre o Presidente e o Parlamento, e as propostas da oposição que variam entre transformar o país em uma república parlamentar ou restabelecer a monarquia.<ref name="GeorgiaToday">Andrzej Rybak, ''O rei de Tbilisi'',Financial Times, 12. Set 2012, p. 19</ref> Os observadores analisam o déficit de confiança nas relações entre o Governo e a oposição.<ref name="Monarquismo na Geórgia">{{citar web|titulo = Western observers offer varied judgments on the conduct of the Georgian presidential election and its consequences |publicado = Armenian Reporter |data = Agosto de 2008|url = http://yandunts.blogspot.com/2008/08/western-observers-offer-varied.html |acessodata = 17 de outubro de 2008 }}</ref> Não existe consenso sobre o grau de liberdade política na Geórgia. A ''[[Freedom House]]'' classifica a Geórgia como um país parcialmente livre.<ref name= misha/><ref>{{citar web |título=Freedom in the World 2008 |publicadopor=Freedom House |url=http://www.freedomhouse.org/images/File/fiw/FIW_2011_Booklet.pdf |acessodata=23 de dezembro de 2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111119094909/http://www.freedomhouse.org/images/File/fiw/FIW_2011_Booklet.pdf |arquivodata=19 de Novembro de 2011 |urlmorta=no }}</ref>
* O movimento [[Comunidade Ahmadi|ahmadi]] foi fundado por [[Mirza Ghulam Ahmad]]<ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/8711026.stm|titulo=Who Are the Ahmadi?|acessodata=06-10-2013|website=BBC|wayb=20130204004251|urlmorta=não}}</ref> na [[Índia]] em 1889.<ref>{{Harvnb|Human Rights Watch|2005|p=8}}</ref><ref>{{Harvp|Campo|2009}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.pbs.org/wnet/religionandethics/2012/01/20/january-20-2012-ahmadiyya-muslims/10124/|titulo=Ahmadiyya Muslims|data=20-01-2012|acessodata=06-10-2013|website=Religion & Ethics Newsweekly|publicado=PBS|wayb=20150310050128|urlmorta=não}}</ref> Ahmad afirmou ser o "Messias Prometido" ou "Imame Mahdi" da profecia. Atualmente, o grupo tem entre 10 milhões e 20 milhões de praticantes, mas é rejeitado pela maioria dos muçulmanos como herético{{Sfnp|Esposito|2004|p=[https://books.google.com/books?id=E324pQEEQQcC&pg=PA11 11]}} e os ahmadis têm sido sujeitos a perseguição e [[discriminação religiosa]] desde o início do movimento.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Dhume|primeiro=Sadanand|url=https://www.wsj.com/articles/pakistan-persecutes-a-muslim-minority-1512087028|titulo=Pakistan Persecutes a Muslim Minority|data=01-12-2017|acessodata=14-07-2018|website=[[Wall Street Journal]]|issn=0099-9660|wayb=20171202013140|urlmorta=não}}</ref>
* O [[alevismo]] é uma tradição islâmica local [[Sincretismo|sincrética]] e [[Heterodoxia|heterodoxa]], cujos adeptos seguem os ensinamentos místicos (bāṭenī) de Ali e Haji Bektash Veli.<ref>{{Citar web|url=http://www.iranicaonline.org/articles/bektasiya|titulo=BEKTĀŠĪYA|acessodata=13-02-2019|website=Encyclopaedia Iranica|wayb=20150910201955|urlmorta=não}}</ref> O alevismo é uma mistura de crenças turcas tradicionais do século XIV,<ref name="JorgSNielsen">Jorgen S Nielsen Muslim ''Political Participation in Europe'' [[Edinburgh University Press]] 2013 {{ISBN|978-0-748-67753-5}} page 255</ref> com possíveis origens sincretistas no [[Tengriismo|xamanismo]] e no [[animismo]], ao lado das crenças xiitas e sufistas. Estima-se que existam entre 10 milhões até mais de 20 milhões (~0,5% –1% de todos os muçulmanos) de alevistas em todo o mundo.<ref>{{citar web|url=http://www.alevi.dk/ENGELSK/Turkish_Alevis_Today.pdf|título=John Shindeldecker: Turkish Alevis Today: II Alevi Population Size and Distribution|wayb=20161130111738|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://i-cias.com/e.o/alevi.htm|título=Encyclopaedia of the Orient: Alevi|acessodata=30-05-2017|wayb=20210613045624}}</ref>
* O Alcorão é um movimento religioso do Islã baseado na crença de que a lei e a orientação islâmicas devem ser baseadas apenas no Alcorão e não na [[suna]] ou [[Hadith|hádice]],<ref name="The Quranists">{{Harvnb|Musa|2010|pp=12–21}}</ref> com os Alcorão diferindo notavelmente em sua abordagem aos [[Cinco pilares do Islamismo|cinco pilares do Islã]].<ref name="The Quranists"/> O movimento desenvolveu-se a partir do século XIX, com pensadores como [[Syed Ahmed Khan|Syed Ahmad Khan]], Abdullah Chakralawi e Ghulam Ahmed Perwez na Índia questionando a tradição hádice.<ref>{{Harvnb|Brown|1999|pp=7–45, 68}}</ref> No Egito, Muhammad Tawfiq Sidqi escreveu o artigo ''"O Islã é apenas o Alcorão"'' na revista ''Al-Manār'', defendendo a autoridade exclusiva do Alcorão.<ref>{{Harvnb|Juynboll|1969|pp=23–25}}</ref> Um proeminente Alcorão do final do século XX foi Rashad Khalifa, um bioquímico egípcio-estadunidense que afirmou ter descoberto um código [[Numerologia|numerológico]] no Alcorão e fundou a organização alcorânica "United Submitters International".<ref>{{Citar periódico|url=http://www.quranalone.com/SP/57_1989_09.pdf|título=Why the name change?|data=Setembro de 1989|acessodata=29-08-2022|periódico=Submission Perspective|pagina=1|wayb=20210731115713|volume=57}}</ref>


O Parlamento aprovou um novo código eleitoral em 27 de dezembro de 2011, que passou a vigorar nas eleições legislativas seguintes, em 2012. O novo código incorporou muitas recomendações de organizações não governamentais (ONG) e da Comissão de Veneza. No entanto, o novo código não foi considerado pela Comissão de Veneza como uma diretriz eficiente no reforço da igualdade do voto, através da reconstituição de distritos eleitorais. Em 28 de dezembro, o Parlamento alterou a Lei sobre Uniões Políticas para regular a campanha e financiamento dos partidos políticos. Observadores locais e internacionais levantaram preocupações sobre várias alterações, incluindo a imprecisão dos critérios de determinação da corrupção política que indivíduos e organizações estariam sujeitos à lei.<ref name="Alterações no Código Eleitoral da Geórgia em 2011">{{citar web |url = http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/5253.htm |titulo = Georgia |publicado = State.gov |data = 2 de abril de 2012 | acessodata = 23 de fevereiro de 2016 }}</ref> As últimas eleições legislativas, em outubro de 2012, resultaram na vitória da oposição.<ref name="Vitória da oposição nas eleições legislativas de 2012">{{Citar web |titulo = Saakashvili Concedes Defeat in Parliamentary Election |publicado = Civil |data = 2 de outubro de 2012 |url = http://civil.ge/eng/article.php?id=25299 |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://archive.today/20130107143326/http://civil.ge/eng/article.php?id=25299 |arquivodata = 2013-01-07 |urlmorta = yes }}</ref>
=== Muçulmanos não denominacionais ===
Os muçulmanos não denominacionais não pertencem ou não se identificam com uma denominação islâmica específica.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Benakis|primeiro=Theodoros|url=http://neurope.eu/article/islamophobia-europe/|titulo=Islamophoobia in Europe!|data=13-01-2014|acessodata=20-10-2015|website=New Europe|local=Bruxelas|wayb=20160131145036|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Pollack">{{Harvnb|Pollack|2014|p=29}}</ref> Pesquisas recentes relatam que grandes proporções de muçulmanos em algumas partes do mundo se autoidentificam como “apenas muçulmanos”, embora haja pouca análise sobre as motivações subjacentes a est e tipo de resposta.<ref>{{Harvnb|Burns|2011|p=55}}</ref><ref>{{Harvnb|Tatari|2014|p=111}}</ref><ref>{{Harvnb|Lopez|2008|p=65}}</ref> O [[Pew Research Center]] relata que os entrevistados que se identificam como “apenas muçulmanos” constituem a maioria dos muçulmanos em sete países (e uma pluralidade em três outros), sendo a proporção mais elevada no [[Cazaquistão]], com 74%. Pelo menos um em cada cinco muçulmanos em pelo menos 22 países identifica-se desta forma.<ref name="Pew">{{Citar web|url=http://www.pewforum.org/2012/08/09/the-worlds-muslims-unity-and-diversity-1-religious-affiliation/#identity|titulo=Chapter 1: Religious Affiliation|data=09-08-2012|acessodata=04-09-2013|website=The World's Muslims: Unity and Diversity|publicado=[[Pew Research Center]]'s Religion & Public Life Project}}</ref>


=== Misticismo ===
=== Política externa ===
{{Artigo principal|Missões diplomáticas da Geórgia}}
{{AP|Sufismo}}
[[Imagem:Georgia diplomatic relations.png|thumb|350px|Relações internacionais da Geórgia:{{legend|#008000|Relações diplomáticas estabilizadas}} {{legend|#ACACAC|Não há relações diplomáticas estabilizadas}} {{legend|#ff0000|Relações diplomáticas rompidas ou encerradas}}]]
[[Ficheiro:Mevlana_Konya.jpg|miniaturadaimagem| Os [[Mevlevi|dervixes rodopiantes]] perto do túmulo do místico sufista [[Jalaladim Maomé Rumi|Rumi]]]]
[[Ficheiro:Sema_ceremony_many.jpg|miniaturadaimagem| [[Sufismo]] em [[Cônia]], [[Turquia]]]]
O [[sufismo]] ({{Lang-ar|تصوف|tasawwuf}}), é uma abordagem [[Misticismo|místico]]-[[Ascese|ascética]] do Islã que busca encontrar uma experiência pessoal direta de Deus. Os estudiosos sufis clássicos definiram ''o tasawwuf'' como "uma ciência cujo objetivo é reparar o coração e afastá-lo de tudo o mais, exceto Deus", por meio de "faculdades intuitivas e emocionais" que devemos ser treinados para usar.<ref>{{Harvp|Esposito|2003}}</ref><ref>{{Harvp|Malik|Hinnells|2006}}</ref><ref>{{Harvp|Turner|1998}}</ref><ref>{{Harvp|Trimingham|1998}}</ref> Não é uma seita do Islã e os seus adeptos pertencem a várias denominações muçulmanas. O [[ismaelismo]], cujos ensinamentos estão enraizados no [[gnosticismo]] e no [[neoplatonismo]]<ref>{{Harvnb|Andani|2016|pp=191–206}}</ref> bem como nas escolas [[Iluminacionismo|iluminacionistas]] e isfahan de [[filosofia islâmica]], desenvolveu interpretações místicas do Islã.<ref>{{Harvnb|Aminrazavi|2016}}</ref> [[Haçane de Baçorá]], o primeiro [[asceta]] sufista frequentemente retratado como um dos primeiros sufistas,<ref>{{Harvnb|Knysh|2015|p=214}}</ref> enfatizou o medo de falhar nas expectativas de obediência de Deus. Em contraste, sufistas proeminentes posteriores, como [[Almançor Alhalaje]] e [[Jalaladim Maomé Rumi|Jalaladim Rumi]], enfatizaram a religiosidade baseada no amor para com Deus. Tal devoção também teria impacto nas artes, sendo Rumi ainda um dos poetas mais vendidos da América.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Haviland|primeiro=Charles|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/7016090.stm|titulo=The roar of Rumi – 800 years on|data=30-09-2007|acessodata=10-08-2011|website=BBC News}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/islam/art/rumi_1.shtml|titulo=Islam: Jalaluddin Rumi|data=01-09-2009|acessodata=10-08-2011|publicado=BBC}}</ref>


Com exceção da Rússia,<ref name="Relações internacionais da Geórgia com a Rússia">{{citar web |autor = Kramer, Andrew |titulo = Georgia and Russia Cut Diplomatic Ties |url = http://www.nytimes.com/2008/08/30/world/europe/30russia.html |data = 29 de agosto de 2008 | acessodata = 21 de outubro de 2014 | lingua = inglês }}</ref> a Geórgia mantém boas relações com os seus vizinhos diretos ([[Arménia]], [[Azerbaijão]] e [[Turquia]]) e é membro das [[Nações Unidas]], do [[Conselho da Europa]], da [[Organização Mundial do Comércio]], da [[Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro]], da [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa]], da [[Comunidade de Escolha Democrática]] e do [[Eurocontrol]].<ref name="Relações internacionais entre Geórgia e Armênia">{{citar web |titulo = Relations between Georgia and Republic of Armenia |url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%A1%E1%83%9D%E1%83%9B%E1%83%AE%E1%83%94%E1%83%97%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | data = 22 de outubro de 2002 | lingua = Georgiano }}</ref><ref name="Relações internacionais entre Geórgia e Azerbaijão">{{citar web |titulo = Relations between Georgia and Azerbaijan |url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%90%E1%83%96%E1%83%94%E1%83%A0%E1%83%91%E1%83%90%E1%83%98%E1%83%AF%E1%83%90%E1%83%9C%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | data = 22 de outubro de 2002 | lingua = georgiano }}</ref><ref name="Relações internacionais entre Geórgia e Turquia">{{citar web |titulo = Relations between Georgia and Turkey |url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%97%E1%83%A3%E1%83%A0%E1%83%A5%E1%83%94%E1%83%97%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | data = 22 de outubro de 2002 | lingua = georgiano }}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.gcaa.ge/eng/news.php?id=6160|acessodata=7 de fevereiro de 2018|data=6 de dezembro de 2012|titulo= Georgia has signed instruments to accession to EUROCONTROL|site=GCAA|idioma=inglês}}</ref> O país também mantém relações políticas, econômicas e militares com o [[Japão]], [[Uruguai]],<ref name="Relações internacionais entre a Geórgia e o Uruguai">{{citar web|url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%A3%E1%83%A0%E1%83%A3%E1%83%92%E1%83%95%E1%83%90%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |titulo = Ministry of Foreign Affairs of Georgia – Oriental Republic of Uruguay |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> [[Coreia do Sul]],<ref name="Relações internacionais entre a Geórgia e a Coreia do Sul">{{citar web|url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%99%E1%83%9D%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |titulo = Ministry of Foreign Affairs of Georgia – Visa Information for Foreign Citizens |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = 30 de abril de 2009 | acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }} (Coreia do Sul está na lista dos países cujos cidadãos não precisam de visto para entrar e permanecer no território da Geórgia para 360 dias)</ref> [[Israel]],<ref name="Relações internacionais entre Geórgia e Israel">{{citar web| url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%98%E1%83%A1%E1%83%A0%E1%83%90%E1%83%94%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%A1%E1%83%90%E1%83%AE%E1%83%94%E1%83%9A%E1%83%9B%E1%83%AC%E1%83%98%E1%83%A4%E1%83%9D.aspx |titulo = Ministry of Foreignn Affairs of Georgia – Relations between Georgia and the State of Israel |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = 28 de março de 2010 |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> [[Sri Lanka]], [[Ucrânia]] e muitos outros países.<ref name="Relações internacionais entre Geórgia e Sri Lanka">{{citar web|url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations/%E1%83%A8%E1%83%A0%E1%83%98-%E1%83%9A%E1%83%90%E1%83%9C%E1%83%99%E1%83%98%E1%83%A1-%E1%83%93%E1%83%94%E1%83%9B%E1%83%9D%E1%83%99%E1%83%A0%E1%83%90%E1%83%A2%E1%83%98%E1%83%A3%E1%83%9A%E1%83%98-%E1%83%A1%E1%83%9D%E1%83%AA%E1%83%98%E1%83%90%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%A1%E1%83%A2%E1%83%A3%E1%83%A0%E1%83%98-%E1%83%A0%E1%83%94%E1%83%A1%E1%83%9E%E1%83%A3%E1%83%91%E1%83%9A%E1%83%98%E1%83%99%E1%83%90.aspx |titulo = Ministry of Foreign Affairs of Georgia – Democratic Socialist Republic of Sri Lanka |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = 5 de maio de 2009 | acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Relações internacionais da Geórgia com outros países">{{citar web |url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=8271 |titulo = U.S. Announces New Military Assistance Program for Georgia |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = 1 de julho de 2001 |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://www.webcitation.org/6HZMH424I?url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=8271 |arquivodata = 2013-06-22 |urlmorta = yes }}</ref> As relações diplomáticas entre o país e a Rússia estão rompidas desde 2008, devido à [[Crise de espionagem entre Rússia e Geórgia em 2006|controvérsia sobre espionagem russa]] e a Guerra da Ossétia do Sul, que levou a Geórgia também a deixar a [[Comunidade dos Estados Independentes]] (CEI).<ref name="Relações internacionais da Geórgia com a Rússia" /> O país é um observador associado da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]] (CPLP).<ref name="Geórgia como observadora da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa">{{citar web | url = http://noticias.sapo.ao/info/artigo/1398910.html | título = CPLP: Geórgia, Namíbia, Turquia e Japão admitidos como observadores associados | publicado = | acessodata = 4 de março de 2016 }}</ref><ref>{{citar web| url = http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=754834&tm=7&layout=121&visual=49 | título = Geórgia, Namíbia, Turquia e Japão admitidos como observadores associados na CPLP | publicado = |acessodata=5 de agosto de 2014}}</ref>
Os sufistas veem ''o tasawwuf'' como uma parte inseparável do Islã.{{Sfnp|Chittick|2008}} Sufistas tradicionais, como [[Bajazeto de Bastã|Bazajeto de Bastã]], Jalaluddin Rumi, Haji Bektash Veli, [[Junaide de Bagdá]] e Al-Ghazali, defenderam o sufismo como sendo baseado nos princípios do Islã e nos ensinamentos do profeta.<ref>{{Harvnb|Nasr|1993|}}</ref>{{Sfnp|Chittick|2008}} O historiador Nile Green argumentou que o Islã no período medieval era mais ou menos o mesmo que sufismo.{{Sfnp|Peacock|2019|p=24,77}} Práticas devocionais populares, como a veneração de santos sufistas, foram vistas como inovações da religião original por parte dos seguidores do movimento revivalista sunita conhecido como [[salafismo]], que às vezes atacaram fisicamente os sufistas, levando a uma deterioração nas relações sufistas-salafistas.<ref>{{Harvnb|Cook|2015}}</ref>


Alemanha e Turquia foram os primeiros países a iniciar relações diplomáticas com o governo georgiano, no início de 1992, pouco após sua independência. Na [[África]], foi com o [[Egito]] que o país estabeleceu sua primeira relação diplomática no continente, em 11 de maio do mesmo ano. [[Cuba]] foi o primeiro país [[América|americano]] a formalizar relações com a Geórgia, em abril do referido ano, sendo que entre os países [[América do Sul|sul-americanos]] foi a [[Argentina]] a primeira a estabelecer tais relações, em junho. Na [[Oceania]] essa ação deu-se primeiramente com a [[Nova Zelândia]], em 16 de junho de 1992. Entre os países lusófonos, as relações diplomáticas entre a Geórgia e [[Portugal]] deram início em 23 de junho de 1992 e, com o [[Brasil]], em 28 de abril de 1993.<ref name="Relações internacionais da Geórgia 4" /> Além da Rússia, o país rompeu relações com a [[Venezuela]] e [[Nicarágua]], pelo apoio dado por estes à declaração de independência da Abecásia e Ossétia do Sul. Na era atual, a Geórgia mantém relações e/ou representações em pelo menos 171 países (incluindo [[Vaticano|Cidade do Vaticano]], [[Ordem Soberana e Militar de Malta|Ordem de Malta]] e [[Observadores da Assembleia Geral das Nações Unidas#Estados não membros|Palestina]], que não são membros plenos da ONU) através de embaixadas e consulados.<ref name="Relações internacionais da Geórgia 4">{{citar web|url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/EmbassiesRepresentations/GeorgianMissionsAbroad.aspx |titulo = Missões no Exterior da Geórgia: Consulados gerais |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = georgiano }}</ref><ref name="Relações internacionais da Geórgia 7">{{citar web|url = http://www.mfa.gov.ge/MainNav/ForeignPolicy/BilateralRelations.aspx |titulo = Política externa: Relações Bilaterais |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Geórgia |data = |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = georgiano }}</ref>
As congregações sufistas formam ordens (''[[tariqa]]'') centradas em torno de um professor (''wali'') que traça uma cadeia espiritual que remonta a Maomé <ref>{{Citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/EBchecked/topic/583591/tariqa|titulo=Tariqa|data=04-02-2014|acessodata=29-05-2015|enciclopédia=Britannica}}</ref> Os sufis desempenharam um papel importante na formação das sociedades muçulmanas através das suas atividades missionárias e educacionais.<ref name="EB-Sufism"/> O sufismo influenciou o movimento Ahle Sunnat ou o movimento [[Barelvi]] com mais de 200 milhões de seguidores no sul da Ásia.<ref>{{Harvnb|Bowker|2000}}</ref><ref>{{Harvnb|Sanyal|1998|pp=635–656}}</ref> O sufismo é proeminente na [[Ásia Central]],<ref>{{Citar web|ultimo=Alvi|primeiro=Farhat|url=http://pu.edu.pk/images/journal/uoc/PDF-FILES/(2)%20The%20Significant%20Role%20of%20Sufism%20in%20Central%20Asia%20(Dr.%20Farh.pdf|titulo=The Significant Role of Sufism in Central Asia}}</ref><ref>{{Harvnb|Johns|1995|pp=169–183}}</ref> bem como em países africanos como [[Tunísia]], [[Argélia]], [[Marrocos]], [[Senegal]], [[Chade]] e [[Níger]].<ref name="Pew"/><ref>{{Harvnb|Babou|2007|pp=184–186}}</ref>


A crescente influência da [[União Europeia]] (UE) e dos Estados Unidos - nomeadamente através de proposta do país em aderir à UE –, a permissão aos Estados Unidos de treinar e equipar um programa de assistência militar e a construção do [[Oleoduto Bacu-Tiblíssi-Ceyhan]], fizeram com que as relações entre Tiblíssi e Moscou se tornassem tensas com frequência.<ref name="Influência norte-americana na Geórgia">{{Citar web |url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4531273.stm |titulo = Europe &#124; Bush praises Georgian democracy |publicado = BBC News |data = 10 de maio de 2005 | acessodata = 23 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> A decisão da Geórgia em impulsionar sua presença nas forças de coalizão no Iraque foi uma das primeiras iniciativas relevantes do país no cenário mundial desde sua independência, em 1991.<ref name="Decisão georgiana em relação ao Iraque">{{citar web |url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=8271 |titulo = U.S. Announces New Military Assistance Program for Georgia |publicado = Civil.Ge |data = 1 de julho de 2001 |acessodata = 23 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://www.webcitation.org/6HZMH424I?url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=8271 |arquivodata = 2013-06-22 |urlmorta = yes }}</ref>
== Direito e jurisprudência ==
{{AP|Xaria}}
[[Ficheiro:عکس_های_مراسم_ترتیل_خوانی_یا_جزء_خوانی_یا_قرائت_قرآن_در_ایام_ماه_رمضان_در_حرم_فاطمه_معصومه_در_شهر_قم_20.jpg|miniaturadaimagem|Meninas muçulmanas [[Xiismo|xiitas]] estudando o [[Alcorão]] colocadas em [[Atril|púlpitos]] dobráveis (''rehal'') durante o [[Ramadão|Ramadã]] em [[Qom]], [[Irã]]]]


A Georgia mantém sua proposta de se tornar um membro de pleno direito da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN). Em agosto de 2004, o Plano de Ação Individual de Parceria da Geórgia foi apresentado oficialmente à OTAN. Em 29 de outubro de 2004, o Conselho do Atlântico Norte da OTAN aprovou o Plano Individual (IPAP) da Geórgia, permitindo ao país avançar para a segunda fase da integração euro-atlântica. Em 2005, por decisão do Presidente da Geórgia, uma comissão nacional foi criada para implementar o Plano de Ação Individual de Parceria, que apresenta um grupo interdepartamental liderado pelo primeiro-ministro. A Comissão foi encarregada de coordenar e controlar a implementação do Plano de Ação de Parceria Individual.<ref>[http://www.civil.ge/eng/article.php?id=13747 EU, Georgia Sign ENP Action Plan] {{Webarchive|url=https://wayback.archive-it.org/all/20080813063117/http://www.civil.ge/eng/article.php?id=13747 |date=2008-08-13 }}, ''Civil Georgia'', October 2, 2006.</ref> Em 14 de Fevereiro de 2005, o acordo sobre a nomeação de [[Parceria para a Paz]] oficial de ligação (PPP) entre a Geórgia e a OTAN entrou em vigor, no qual atribuiu-se à Geórgia o status de "ligação para o sul do Cáucaso do Sul". Em 2 de março de 2005, o acordo foi assinado na prestação do apoio do país anfitrião para o trânsito de forças da OTAN e pessoal da OTAN. Em 2006, o Parlamento georgiano aprovou por unanimidade o projeto de lei que prevê a integração da Geórgia na OTAN. A maioria dos georgianos e políticos na Geórgia apoiam a adesão à OTAN.<ref name="Adesão da Geórgia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)">{{citar web|url = http://www.telegraph.co.uk/news/2016/06/09/georgian-and-ukrainian-officials-push-for-nato-membership/ |titulo = Georgian and Ukrainian officials push for Nato membership |publicado = The Telegraph |data = 9 de junho de 2016 |acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref>
A [[xaria]] é a [[Direito religioso|lei religiosa]] que faz parte da tradição islâmica.<ref name=":15"/> {{Sfnp|Esposito|2002b}} É derivado dos preceitos religiosos do Islã, particularmente do Alcorão e do [[hádice]]. Em árabe, o termo ''sharīʿah'' refere-se à [[lei divina]] e é contrastado com ''[[fiqh]]'', que se refere às suas interpretações acadêmicas.<ref name="ODI">{{Citar web|url=http://www.oxfordislamicstudies.com/print/opr/t125/e1107|titulo=Islamic Law|website=The Oxford Dictionary of Islam|editor-sobrenome=Esposito|editor-nome=John L.|wayb=20170203033813|urlmorta=sim|via=Oxford Islamic Studies Online}}</ref><ref name="vikor">{{Harvnb|Vikør|2014}}</ref> A forma de sua aplicação nos tempos modernos tem sido objeto de disputa entre tradicionalistas e reformistas muçulmanos.<ref name=":15" />


=== Forças armadas ===
A teoria tradicional da jurisprudência islâmica reconhece quatro fontes da xaria: o Alcorão, a suna (''Hádice'' e ''[[Sira]]''), ''[[qiyas]]'' (raciocínio analógico) e ''[[ijma]]'' (consenso jurídico).<ref name="Esposito, John 2001">{{Harvnb|Esposito|DeLong-Bas|2001|p=2–}}</ref> Diferentes [[Madhhab|escolas jurídicas]] desenvolveram metodologias para derivar decisões da xaria a partir de fontes bíblicas, utilizando um processo conhecido como ''[[ijtihad]]''.<ref name="ODI"/> A jurisprudência tradicional distingue dois ramos principais do direito, ''[[Ibada|ʿibādāt]]'' (rituais) e ''[[Muamalat|muʿāmalāt]]'' (relações sociais), que juntos abrangem uma ampla gama de tópicos.<ref name="ODI" /> Suas decisões atribuem ações a uma das cinco categorias chamadas [[Ahkam|''ahkam'']]: obrigatórias (''[[fard]]''), recomendadas (''mustahabb''), permitidas (''[[mubah]]''), abomináveis (''makruh'') e proibidas (''[[Haraam|haram]]'').<ref name="ODI" /><ref name="vikor"/> O perdão é muito celebrado no Islã{{Sfnp|Leaman|2006}} e, no [[direito penal]], embora seja considerado permissível impor uma pena a um infrator proporcional à sua ofensa; perdoar o ofensor é melhor. Dar um passo além, oferecendo um favor ao infrator, é considerado o auge da excelência.{{Sfnp|Nigosian|2004|p=[{{google books|plainurl=y|id=my7hnALd_NkC|page=116}} 116]}} Algumas áreas da xaria coincidem com a noção ocidental de lei, enquanto outras correspondem mais amplamente a viver a vida de acordo com a vontade de Deus.<ref name="vikor" />
[[Ficheiro:Madhhab_Map3.png|esquerda|miniaturadaimagem|upright=1.7|[[Madhhab|Escolas islâmicas de direito]] no [[Mundo islâmico|mundo muçulmano]]]]
[[Imagem:MoD Georgia.JPG|miniaturadaimagem|Prédio de Ministério da Defesa das [[Forças Armadas da Geórgia]]]]


As [[Forças Armadas da Geórgia]] são organizadas em terra e [[Força aérea da Geórgia|ar]], sendo conhecidas coletivamente como (GAF).<ref name="Forças armadas da Geórgia (GAF)">{{citar web |url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gg.html |titulo = CIA – The World Factbook |publicado = CIA |acessodata = 24 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês}}</ref> A missão e as funções do GAF são baseadas na Constituição da Geórgia, na Lei da Geórgia de Defesa e Estratégia Militar Nacional, e nos acordos internacionais dos quais a Geórgia é signatário. Eles são realizados sob a orientação e autoridade do Ministério da Defesa.<ref name="Forças armadas da Geórgia (GAF)" />
Historicamente, a xaria foi interpretada por juristas independentes ([[Mufti|''muftis'']]). Suas opiniões jurídicas ([[Fátua|''fatwa'']]) foram levadas em consideração pelos [[Cádi|juízes]] nomeados pelo governante, que presidiam os tribunais de [[Cádi|''qāḍī'']] e pelos tribunais ''[[Mazalim|maẓālim]]'', que eram controlados pelo conselho do governante e administravam o direito penal.<ref name="ODI"/><ref name="vikor"/> Na era moderna, as leis penais baseadas na xaria foram amplamente substituídas por estatutos inspirados em modelos europeus.<ref name="vikor"/> As reformas [[Tanzimat]] do século XIX do [[Império Otomano]] conduziram ao [[código civil]] Mecelle e representaram a primeira tentativa de [[Codificação jurídica|codificar]] a xaria.<ref name="Oxfordref">{{Citar web|url=https://www.oxfordreference.com/display/10.1093/oi/authority.20110803100146176|titulo=Mecelle|acessodata=17-08-2023|website=The Oxford Dictionary of Islam|editor-sobrenome=Esposito|editor-nome=John L.|wayb=20230817003534|urlmorta=não|via=Oxford Islamic Studies Online}}</ref> Embora as constituições da maior parte dos Estados de maioria muçulmana contenham referências à xaria, as suas regras clássicas foram em grande parte mantidas apenas nas leis de estatuto pessoal (família).<ref name="vikor" /> Os órgãos legislativos que codificaram essas leis procuraram modernizá-las sem abandonar os seus fundamentos na jurisprudência tradicional.<ref name="vikor" /><ref name="mayer">{{Harvnb|Mayer|2009}}</ref> O renascimento islâmico do final do século XX trouxe consigo apelos de movimentos islâmicos para a implementação completa da xaria.<ref name="vikor" /><ref name="mayer" /> O papel da xaria tornou-se um tema controverso em todo o mundo. Existem debates contínuos sobre se a xaria é compatível com formas [[Secularismo|seculares]] de governo, [[direitos humanos]], [[liberdade de pensamento]] e [[direitos das mulheres]].<ref name="naim96">{{Harvnb|An-Na'im|1996|pp=337–359}}</ref><ref name="hajjar2004">{{Harvnb|Hajjar|2004|pp=1–38}}</ref>


A Geórgia contribuiu com o envio de {{fmtn|1000}} soldados à OTAN para a [[Força Internacional de Assistência para Segurança|Força de Assistência de Segurança Internacional no Afeganistão]], tornando-se o maior contribuinte de tropas per-capita para a missão.<ref name="Participação da Geórgia na Guerra do Afeganistão">Saakashvili, Mikheil. "Why Georgia sends troops to Afghanistan"[http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/georgia/6809222/Why-Georgia-sends-troops-to-Afghanistan.html The Telegraph]</ref> Segundo dados publicados em 2015, 31 militares georgianos morreram no conflito – todos na região de Helmand – e 435 saíram feridos, incluindo 35 amputamentos.<ref name=civil2>{{citar web |titulo = Georgian Troops End Mission in Helmand |url = http://civil.ge/eng/article.php?id=27498 |publicado = Civil Georgia |data = 17 de julho de 2014 |acessodata = 24 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://archive.today/20140805223625/http://civil.ge/eng/article.php?id=27498 |arquivodata = 2014-08-05 |urlmorta = yes }}</ref><ref name="Mortes de militares georgianos na Guerra do Afeganistão">{{citar web |titulo = Georgian Soldier Succumbs to Injuries Suffered in Afghanistan |url = http://civil.ge/eng/article.php?id=28333 |publicado = Civil Georgia |acessodata = 24 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://wayback.archive-it.org/all/20171011201239/http://civil.ge/eng/article.php?id=28333 |arquivodata = 2017-10-11 |urlmorta = yes }}</ref>
Uma escola de [[jurisprudência]] é chamada de ''[[madhhab]]'' ({{Lang-ar|مذهب}}). As quatro principais escolas sunitas são as escolas [[hanafismo]], [[maliquismo]], [[xafeísmo]] e [[hambalismo]], enquanto as três principais escolas xiitas são as escolas jafarismo, [[Zaiditas|zaidismo]] e [[ismaelismo]]. Cada um difere em sua metodologia, chamada ''Usul al-fiqh'' ("princípios de jurisprudência"). A conformidade no seguimento das decisões de um especialista religioso ou de uma escola é chamada de ''taqlid''. O termo ''[[Salafismo|ghair muqallid]]'' refere-se àqueles que não usam ''taqlid'' e, por extensão, não têm [[Madhab|''madhab'']].<ref>{{Harvnb|Bharathi|1998|p=38}}</ref> A prática de uma interpretação individual da lei com raciocínio independente é chamada de ''[[ijtihad]]''.{{Sfnp|Weiss|2002}}


== Sociedade ==
=== Símbolos nacionais ===
{{Artigo principal|Bandeira da Geórgia|Brasão de armas da Geórgia|Hino nacional da Geórgia}}


A [[bandeira nacional]] da Geórgia (tida como a "Bandeira das cinco cruzes") foi restituída para uso oficial em 2004, depois de um interregno de cerca de 500 anos. Previamente foi a bandeira do reino medieval georgiano. O Parlamento da República da Geórgia adotou a nova bandeira nacional em 14 de janeiro de 2004, sendo o primeiro símbolo da oposição ao presidente Shevardnadze (Movimento Nacional Democrático) liderado por Mikheil Saakashvili. A bandeira foi aceita por todos os cidadãos da Geórgia, quando este se tornou presidente. Foi hasteada pela primeira vez no Parlamento no mesmo dia, às 21h00 hora local.<ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 1" />
=== Personagens religiosos ===
[[Ficheiro:Карло_Боссоли._Татарская_школа_для_детей_(cropped).jpg|direita|miniaturadaimagem| Estudantes muçulmanos [[tártaros da Crimeia]] (1856)]]
O Islão não tem clero no sentido [[Sacerdotalismo|sacerdotal]], como sacerdotes que fazem a mediação entre Deus e o povo. ''[[Imame]]'' ({{Lang-ar|إمام}}) é o título religioso usado para se referir a uma posição de liderança islâmica, muitas vezes no contexto da realização de um culto islâmico.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/imam|titulo=Imam|acessodata=15-01-2023|website=Encyclopedia Britannica}}</ref> A interpretação religiosa é presidida pelo ''ulama'' (árabe: علماء), um termo usado para descrever o corpo de estudiosos que receberam treinamento em [[estudos islâmicos]]. Um estudioso do hádice é chamado de ''[[muhaddith]]'', um estudioso da jurisprudência é chamado de ''[[Alfaqui|faqih]]'' ({{Lang-ar|فقيه}}), um [[jurista]] qualificado para emitir pareceres ou ''[[Fátua|fatwas]]'' é chamado de [[Mufti|''mufti'']] e um ''[[Cádi|qadi]]'' é um juiz islâmico. Os títulos [[Honorífico|honoríficos]] dados aos estudiosos incluem [[Xeque (título)|xeque]], [[mulá]] e ''[[Mawlawi (título islâmico)|mawlawi]]''. Alguns muçulmanos também veneram santos associados a milagres ({{Lang-ar|كرامات|karāmāt}}).<ref>{{Harvnb|Radtke|Lory|Zarcone|DeWeese|2012}}</ref>


O decreto presidencial de 25 de janeiro de 2004, relativo à construção da bandeira nacional da Geórgia contém dois pontos principais:
=== Governança ===
Na [[Economia islâmica|jurisprudência econômica islâmica]], a acumulação de riqueza é um insulto e, portanto, o comportamento [[Monopólio|monopolista]] é desaprovado.<ref>Iqbal, Zamir, Abbas Mirakhor, Noureddine Krichenne, and Hossein Askari. ''The Stability of Islamic Finance: Creating a Resilient Financial Environment''. p. 75.</ref> As tentativas de cumprir a xaria levaram ao desenvolvimento do [[Banco islâmico|sistema bancário islâmico]]. O Islã proíbe a ''[[Riba (Islão)|riba]]'', normalmente traduzida como [[usura]], que se refere a qualquer ganho injusto no comércio e é mais comumente utilizada para significar [[Juro|juros]]. Em vez disso, os bancos islâmicos estabelecem parceria com o [[mutuário]] e ambos partilham dos lucros e de quaisquer perdas do empreendimento. Outra característica é evitar a incerteza, que é vista como jogo<ref>{{Citar jornal|ultimo=Foster|primeiro=John|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/8388644.stm|titulo=How Islamic finance missed heavenly chance|data=01-12-2009|acessodata=13-02-2022|website=BBC}}</ref> e os bancos islâmicos tradicionalmente evitam instrumentos derivados, como futuros ou opções, que historicamente os protegeram das recessões do mercado.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Domat|primeiro=Chloe|url=https://www.gfmag.com/topics/blogs/islamic-finance-faq-what-islamic-finance-and-how-does-it-work|titulo=What Is Islamic Finance And How Does It Work?|data=20-10-2020|acessodata=13-02-2022|website=Global Finance magazine}}</ref> Os califados [[Califado Ortodoxo|Ortodoxo]] e [[Califado Omíada|Omíada]] costumava estar envolvido na distribuição de caridade do tesouro, conhecida como Bayt al-mal, antes de se tornar uma atividade amplamente individual por volta do ano 720. O primeiro [[Califado|califa]], [[Abacar]], distribuiu o [[Zakat|''zakat'']] como um dos primeiros exemplos de [[renda mínima]] garantida, com cada cidadão recebendo de 10 a 20 dirrã anualmente.<ref>{{Citar web|ultimo=Merchant, Brian|url=https://www.vice.com/en_us/article/z4mbg3/guaranteeing-a-minimum-income-has-been-a-utopian-dream-for-centuries|titulo=Guaranteeing a Minimum Income Has Been a Utopian Dream for Centuries|data=14-11-2013|acessodata=03-06-2019|website=[[Vice Media|VICE]]}}</ref> Durante o reinado do segundo califa Omar, a [[pensão alimentícia]] foi introduzida e os idosos e deficientes tinham direito a estipêndios,<ref>{{Harvnb|Al-Buraey|1985|pp=252–}}</ref><ref>{{Harvnb|Akgündüz|Öztürk|2011|pp=539–}}</ref> enquanto o califa omíada [[Omar II]] designou um [[servidão|servo]] para cada pessoa cega e para cada duas pessoas com [[doenças crônicas]].<ref>{{Harvnb|Al-Jawzi|2001}}</ref>


*De acordo com o segundo artigo, parágrafo 1º da Lei da Geórgia "na bandeira nacional da Geórgia," a bandeira nacional é uma retangular branco, com uma grande cruz vermelha, relacionadas com os quatro lados da bandeira. Nas quatro zonas formadas pela grande cruz, existem quatro estrelas transversais chamadas "bolnour-katskhouri", na cor vermelha;<ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 1"/>
''[[Jihad]]'' significa "esforçar-se ou lutar [no caminho de Deus]" e, em seu sentido mais amplo, é "exercer o máximo de poder, esforços, empenhos ou habilidade na luta contra um objeto de [[wiktionary:disapprobation|desaprovação]]".{{Sfnp|Firestone|1999}} Os xiitas, em particular, enfatizam a "''jihad'' maior" de lutar para alcançar a [[Desenvolvimento pessoal|autoperfeição]] espiritual<ref name=":17">{{Citar enciclopédia|ultimo=Afsaruddin|primeiro=Asma|url=https://www.britannica.com/topic/jihad|titulo=Jihad|acessodata=17-09-2021|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]}}</ref><ref>{{Harvp|Brockopp|2003}}</ref><ref>{{Harvp|Esposito|2003}}</ref> enquanto a "''jihad'' menor" é definida como guerra.{{Sfnp|Firestone|1999|p=17}} Quando usada sem qualificação, o termo é frequentemente entendido em sua forma militar,{{Sfnp|Firestone|1999}}<ref name=":17" /> a única forma de guerra permitida na lei islâmica e pode ser declarada contra obras ilegais, terroristas, grupos criminosos, rebeldes, [[Apostasia no Islã|apóstatas]] e líderes ou Estados que oprimem os muçulmanos.{{Sfnp|Firestone|1999|p=17}} A maioria dos muçulmanos atuais interpreta o termo ''jihad'' apenas como uma forma defensiva de guerra.<ref>{{Harvnb|Habeck|2006|pp=108–109, 118}}</ref> A ''jihad'' só se torna um dever individual para aqueles investidos de autoridade. Para o resto da população, isto só acontece no caso de uma [[Mobilização|mobilização geral]]. Para a maioria dos [[xiitas duodecimanos]], a ''jihad'' ofensiva só pode ser declarada por um líder divinamente nomeado da comunidade muçulmana e, como tal, está suspensa desde que a ocultação de Muhammad al-Mahdi ocorreu em 868.{{Sfnp|Sachedina|1998}}{{Sfnp|Nasr|2003|p=72}}
* As cores da bandeira não podem ser alteradas.<ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 1" />


O [[brasão de armas]] da Geórgia foi adotado em 1 de outubro de 2004. É parcialmente baseado no brasão medieval da casa real dos [[Bagrationi]] da Geórgia. ''"Tavisupleba"'' (em [[Língua georgiana|georgiano]] თავისუფლება) é o [[hino nacional]] da Geórgia. O título significa "Liberdade". O novo hino georgiano foi adotado a 23 de abril de 2004.<ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 1">Cyrille Toumanoff, Manuel de Généalogie et de Chronologie pour le Caucase chrétien (Arménie, Géorgie, Albanie), Édition Aquila, 1976, p. 81.</ref><ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 2">Marie-Félicité Brosset, Histoire de la Géorgie depuis l'Antiquité jusqu'au xixe siècle, Imprimerie de l'Académie impériale des sciences, 1849, p. 77.</ref><ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 3">Hovhannès K. Babessian, Atlas of Historical Armenia, Fresno, 1957. Collection du National Museum of Georgia.</ref> Há dois [[Leão (heráldica)|leões]] rampantes como suportes. Eles seguram um escudo com a imagem de [[São Jorge]], o [[santo padroeiro]] da Geórgia, matando o [[dragão]]. O escudo possui a coroa real da Geórgia em sua parte superior. O lema georgiano é ''Dzala Ertobashia'', escrito em caracteres ''mkhedruli'' do alfabeto georgiano (ძალა ერთობაშია), que significa "Força da unidade".<ref name="Símbolos oficiais da Geórgia 3" />
=== Vida diária e familiar ===
[[Ficheiro:Salat_Eid_al-Fitr,_Tehran_(113344343).jpg|miniaturadaimagem| Os [[Hijabe|véus islâmicos]] representam modéstia]]


=== Aplicação da lei e direitos humanos ===
Muitas práticas diárias se enquadram na categoria de ''[[adab]]'', ou etiqueta. Alimentos proibidos específicos incluem produtos [[suínos]], [[sangue]] e [[carniça]]. A saúde é vista como uma confiança de Deus e os intoxicantes, como as [[Bebida alcoólica|bebidas alcoólicas]], são proibidos.<ref name="Bahammam">{{Harvnb|Bahammam|2013}}</ref> Toda carne deve provir de um animal [[herbívoro]] abatido em nome de Deus por um muçulmano, judeu ou cristão, exceto a caça que alguém tenha caçado ou pescado para si mesmo.<ref>{{Harvp|Curtis|2005}}</ref><ref>{{Harvp|Esposito|2002b}}</ref> As barbas são frequentemente encorajadas entre os homens como algo natural<ref>{{Citar jornal|ultimo=De Sondy|primeiro=Amanullah|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2016/jan/28/muslim-men-beards-facial-hair-islam|titulo=The relationship between Muslim men and their beards is a tangled one|data=28-01-2016|acessodata=07-03-2022|website=[[The Guardian]]}}</ref> e modificações corporais, como tatuagens permanentes, são geralmente proibidas por violarem a criação.{{Nre|Alguns muçulmanos da era dinástica da China resistiram ao [[Pés de lótus|enfaixamento dos pés]] de meninas pelo mesmo motivo.<ref>{{Harvnb|Legge|1880|p=111}}</ref>}}<ref>{{Citar web|url=https://www.learnreligions.com/tattoos-in-islam-2004393|titulo=Are Muslims Allowed to Get Tattoos?|acessodata=07-03-2022}}</ref> [[Seda]] e [[ouro]] são proibidos para os homens no Islã manterem um estado de [[sobriedade]].<ref>{{Harvnb|Glassé|2001}}</ref> ''Haya'', frequentemente traduzido como “vergonha” ou “modéstia”, é por vezes descrito como o caráter inato do Islã<ref>{{Harvnb|Zine|Babana-Hampton|Mazid|Bullock|2002|p=59}}</ref> e informa grande parte da vida cotidiana muçulmana. Por exemplo, as roupas no Islã enfatizam um padrão de modéstia, que inclui o ''[[Hijabe|hijab]]'' para as mulheres. Da mesma forma, a [[higiene pessoal]] é incentivada com certos requisitos.<ref>{{Citar web|ultimo=Esposito|primeiro=John|url=http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t243/e4|titulo=Oxford Islamic Studies Online|acessodata=03-05-2013|publicado=Oxford University Press|wayb=20161114153249|urlmorta=sim}}</ref>
[[Ficheiro:Muslim_Couple.jpg|miniaturadaimagem|Um casamento islâmico]]


Na Geórgia, a aplicação da lei é conduzida e prevista pelo Ministério de Assuntos Internos da Geórgia. Nos últimos anos, o Departamento de Patrulha da Polícia, vinculado ao Ministério de Assuntos Internos da Geórgia, sofreu uma transformação significante, com a polícia tendo agora absorvido um grande número de funções anteriormente exercidas por agências governamentais independentes. Novas funções desempenhadas pela polícia incluem funções de segurança da fronteira e segurança patrimonial de edifícios públicos (esta última função é realizada pela chamada "polícia de segurança governamental"). A recolha de informações no interesse da segurança nacional é agora de competência do [[Serviço de Inteligência da Geórgia]]. Em números, existiam cerca de {{fmtn|30000}} policiais em todo o país em 2012.<ref>{{citar web|url = https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=4849472 |titulo = Georgia's National Police Corruption Project |formato = |data = 15 de setembro de 2005 | acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | autor = Interview with Georgian Pres, Mikhail Saakashvili |publicado = MPR }}</ref><ref name="Aplicação da lei na Geórgia 1">Kvarchelia, Liana: ''Georgia-Abkhazia Conflict: View from Abkhazia'' en ''"The Caucasus and the Caspian: 1996 Seminar Series"'', Vol. II, Fiona Hill (ed.), Harvard University, J.F. Kennedy</ref><ref>{{citar web|url = https://www.thefreelibrary.com/Building+security+in+the+Republic+of+Georgia.-a0135707733 |titulo = Building security in the Republic of Georgia |formato = |data = | acessodata = 31 de julho de 2016 | autor = ''Soldiers Magazine'' |publicado = The Free Library }}</ref>
No casamento islâmico, o noivo é obrigado a pagar um presente nupcial chamado ''[[mahr]]''.<ref>{{Harvp|Waines|2003}}</ref><ref>{{Harvp|Esposito|2003}}</ref><ref>{{Harvp|Esposito|1998}}</ref> A maioria das famílias no mundo islâmico é [[monogâmica]].<ref>{{Harvnb|Newby|2002}}</ref><ref>{{Harvnb|Nasr|2001|p=68}}</ref> No entanto, os homens muçulmanos podem praticar a [[poliginia]] e podem ter até quatro esposas simultaneamente. Os ensinamentos islâmicos aconselham fortemente que se um homem não puder garantir apoio financeiro e emocional igual para cada uma das suas esposas, que ele se case com apenas uma mulher. Uma razão citada para a poliginia é que ela permite que um homem dê proteção financeira a múltiplas mulheres, que de outra forma não teriam qualquer apoio (por exemplo, [[viúvas]]). No entanto, a primeira esposa pode estabelecer uma condição no contrato de casamento de que o marido não pode casar com outra mulher durante o casamento. <ref name="Lukito">{{Harvnb|Lukito|2012}}</ref> <ref>{{Citar web|url=http://www.islamweb.net/ver2/fatwa/ShowFatwa.php?lang=A&Id=18444&Option=FatwaId|titulo=IslamWeb|data=07-02-2002|acessodata=13-09-2011|publicado=IslamWeb}}</ref> Também existem variações culturais nos casamentos.<ref>{{Harvnb|Eaton|2000|pp=92–93}}</ref> Entretanto, a [[poliandria]], prática em que uma mulher assume dois ou mais maridos, é proibida no Islã.<ref>{{Citar web|url=http://www.14publications.com/question-and-answer/why-cant-a-woman-have-2-husbands/|titulo=Why Can't a Woman have 2 Husbands?|acessodata=27-12-2015|website=14 Publications|wayb=20151223012707|urlmorta=sim}}</ref>


[[Imagem:Muslim cemetery in Turku 07.JPG|thumb|Um cemitério islâmico em [[Turku]], [[Finlândia]]]]
[[Imagem:Georgian policemen.jpg|thumb|Policiais georgianos em Tiblíssi, em novembro de 2007]]


Os [[Direitos humanos]] são garantidos pela Constituição do país. Todavia, não há uma organização independente de direitos humanos ou comissão pública eleita pelo Parlamento da Geórgia para garantir se tais direitos são aplicados.<ref name="Situação dos Direitos Humanos na Geórgia">{{citar web|url = http://www.ombudsman.ge |titulo = Georgia's public defender |publicado = Ombudsman |acessodata = 26 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> A Geórgia ratificou a [[Convenção-Quadro para a Protecção das Minorias Nacionais]] em 2005.<ref>name="Geórgia como Estado-membro da Convenção-Quadro para a Protecção das Minorias Nacionais"{{citar web |url = http://www.minelres.lv/reports/georgia/Shadow_Report_Georgia_2008.pdf |titulo = Alternative report on the implementation by Georgia of the Framework Convention for the Protection of National Minorities in the region of Kvemo Kartli – Tbilisi, 2008 – p. 58-59 |formato = PDF | acessodata = 26 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> De acordo com a ONG "Tolerância", no seu relatório alternativo de 2008, menciona-se uma rápida diminuição do número de escolas e casos de nomeação de diretores para escolas com minorias azeris que não falam o [[idioma azeri]].<ref>{{citar web|url = http://www.minelres.lv/reports/georgia/Shadow_Report_Georgia_2008.pdf |titulo = Alternative report on the implementation by Georgia of the Framework Convention for the Protection of National Minorities in the region of Kvemo Kartli – Tbilisi, 2008 – p. 58-59 |formato = PDF |data = 3 de julho de 2011 | acessodata = 31 de julho de 2016 }}</ref>
Um muçulmano [[moribundo]] é encorajado a pronunciar a ''[[Chahada]]'' como suas últimas palavras.<ref>{{Harvnb|título=Changing European Death Ways|Mathijssen|Venhorst|Venbrux|Quartier|2013}}</ref> Prestar homenagem aos mortos e comparecer a funerais na comunidade são considerados atos virtuosos. Nos rituais funerários islâmicos, o [[enterro]] é incentivado o mais rápido possível, geralmente cerca de 24 horas após a morte. O corpo é lavado, exceto no caso dos [[Mártir|mártires]], por membros do mesmo sexo e envolto em uma vestimenta chamada ''kafan''.{{Sfnp|Stefon|2010|p=[https://archive.org/details/islamicbeliefspr0000stef/page/83 83]}} Uma "oração fúnebre" chamada ''Salat al-Janazah'' é realizada. Lamentar ou clamar alto e tristemente é desencorajado. Os caixões muitas vezes não são usados e os túmulos geralmente não têm identificação, mesmo para reis.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Rahman|primeiro=Rema|url=https://www.bbc.com/news/magazine-15444275|titulo=Who, What, Why: What are the burial customs in Islam?|data=25-10-2011|acessodata=28-01-2022|website=BBC}}</ref>


Entre os casos recentes de violação dos direitos humanos no país, discutidos em nível internacional, estão o suposto uso de força excessiva por parte do governo em 26 de maio de 2011, quando manifestantes liderados por Nino Burjanadze foram dispersados com balas de borracha e gás lacrimogêneo, depois que eles se recusaram a retirarem-se da Avenida Rustaveli para um desfile do dia da independência. A autorização da comemoração da data cívica na avenida estava expirada, e foi oferecido ao governo a escolha de um local alternativo.<ref>{{citar web|url=http://www.news.az/articles/Georgia/37341 |titulo=US, Britain, call for probe into May 26 events in Georgia |publicado=News.Az |data= 28 de maio de 2011 |acessodata = 31 de julho de 2016 | lingua = inglês }}</ref><ref>{{citar web|autor=Rachel Denber, Europe and Central Asia deputy director |url=http://www.hrw.org/en/news/2011/05/26/georgia-police-used-excessive-force-peaceful-protests |titulo = Georgia: Police Used Excessive Force on Peaceful Protests &#124; Human Rights Watch |publicado = Hrw.org |data = 26 de maio de 2011 |acessodata = 31 de julho de 2016 }}</ref><ref>{{citar web|titulo=Tbilisi Mayor's Offers Protesters Alternative Venues for Rally|url=http://civil.ge/eng/article.php?id=23518|publicado=Civil.ge|acessodata=10 de outubro de 2012|lingua=inglês|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110722174050/http://civil.ge/eng/article.php?id=23518|arquivodata=2011-07-22|urlmorta=yes}}</ref><ref name="ABC-AP">{{citar web|url=http://abcnews.go.com/International/wireStory?id=13688230#.TvZtt_LntDp|titulo=Georgian Police Say 2 Killed in Protest Dispersal|data = 26 de maio de 2011 |publicado = ABC News | autor = Associated Press|acessodata = 31 de julho de 2016 | lingua = inglês}}</ref> Enquanto os ativistas de direitos humanos afirmaram que os protestos foram pacíficos, o governo apontou que muitos manifestantes estavam mascarados, armados e portando coquetéis molotov.<ref>{{citar web|titulo = Audio, Video Recordings Implicate Protest Leaders to 'Plotting Violence'|url = http://civil.ge/eng/article.php?id=23537|publicado = Civil.ge|acessodata = 30 de outubro de 2012|lingua = inglês|arquivourl = https://web.archive.org/web/20121025190210/http://civil.ge/eng/article.php?id=23537|arquivodata = 2012-10-25|urlmorta = yes}}</ref><ref>{{citar web|autor=Luke Harding |url=http://www.guardian.co.uk/world/2009/apr/09/georgia-protests-mikheil-saakashvili |titulo = Thousands gather for street protests against Georgian president Mikheil Saakashvili |publicado = The Guardian |data = 3 de julho de 2011 |acessodata = 31 de julho de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
Após o nascimento de uma criança, o ''[[Azan (islamismo)|azan]]'' é pronunciado no ouvido direito.{{Sfnp|Campo|2009|p=106}} No sétimo dia é realizada a cerimônia ''[[aqiqah]]'', na qual um [[Sacrifício animal|animal é sacrificado]] e sua carne é distribuída entre os pobres.{{Sfnp|Nigosian|2004|p=[{{google books|plainurl=y|id=my7hnALd_NkC|page=120}} 120]}} A cabeça da criança é raspada e uma quantia em dinheiro igual ao peso de seu cabelo é doada aos pobres.{{Sfnp|Nigosian|2004|p=[{{google books|plainurl=y|id=my7hnALd_NkC|page=120}} 120]}} [[Circuncisão|A circuncisão]] masculina, chamada ''[[Khitan (circuncisão)|khitan]]'',<ref name="khitān">{{Citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/topic/khitan-Islam|titulo=Khitān|acessodata=27-05-2020|enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica]]|publicado=[[Encyclopædia Britannica, Inc.]]|ano=2014|wayb=20200127165754|urlmorta=não}}</ref> é frequentemente praticada no mundo muçulmano.<ref name="Anwer 2017">{{Citar periódico|título=Reported Male Circumcision Practices in a Muslim-Majority Setting|data=janeiro de 2017|periódico=BioMed Research International|publicado=Hindawi Publishing Corporation|paginas=1–8|doi=10.1155/2017/4957348|pmc=5282422|pmid=28194416|volume=2017|doi-access=free}}</ref><ref name="bbc">{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/islam/islamethics/malecircumcision.shtml|titulo=Islam: Circumcision of boys|data=13-08-2009|acessodata=27-05-2020|website=Religion & ethics—Islam|publicado=BBC News|wayb=20121112170938|urlmorta=não}}</ref> Respeitar e obedecer aos pais e cuidar deles especialmente na [[velhice]] é uma obrigação religiosa.{{Sfnp|Campo|2009|p=136}}


== Subdivisões ==
=== Artes e cultura ===
{{Artigo principal|Subdivisões da Geórgia|Territórios ocupados da Geórgia}}
{{AP|Cultura islâmica|Arte islâmica|Arquitetura islâmica|Literatura islâmica}}
[[Imagem:Regions of Georgia (country).svg|thumb|200px|Mapa político da Geórgia, com todas as suas subdivisões]]
[[Ficheiro:Roof_hafez_tomb.jpg|thumb|Ladrilhos geométricos de [[arabesco]]s na parte inferior da cúpula da tumba de Hafiz Shirazi em [[Xiraz]], [[Irã]]]]
[[Imagem:The Blue Mosque at sunset.jpg|thumb|Vista da [[Mesquita Azul]] (de Sultanahmet) em [[Istambul]], [[Turquia]]]]


A Geórgia é dividida em nove regiões, uma municipalidade e duas repúblicas autônomas.<ref name="Subdiviões da Geórgia 1">{{citar web|url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gg.html |titulo = CIA Factbook: Georgia |publicado = Cia - The World Factbook |data = 10 de junho de 2012 |acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês}}</ref> As regiões, por sua vez, são subdivididas em 69 distritos.<ref name="Subdiviões da Geórgia 1" />
O termo “[[cultura islâmica]]” pode ser usado para significar aspectos da cultura que pertencem à religião, como [[Festival|festivais]] e código de vestimenta. Também é usado de forma controversa para denotar os aspectos culturais do povo tradicionalmente muçulmano.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Melikian|primeiro=Souren|autorlink=Souren Melikian|url=https://www.nytimes.com/2011/11/05/arts/05iht-rartmelikian05.html|titulo='Islamic' Culture: A Groundless Myth|data=04-11-2011|acessodata=25-11-2013|website=The New York Times}}</ref> Finalmente, "[[civilização islâmica]]" também pode referir-se aos aspectos da cultura sintetizada pelos primeiros califados, incluindo a dos não-muçulmanos,{{Sfnp|Esposito|2010|p=56}} às vezes referida como "[[wiktionary:Islamicate|islamizada]]".<ref>{{Harvnb|Lawrence|2021}}</ref>


O país contém duas regiões autônomas oficiais, os quais lançaram declaração de independência na década de 1990. Além disso, um outro território não oficialmente autônomo também declarou independência. Oficialmente autônoma dentro da Geórgia, mas seguindo como uma região ''de facto'' independente do governo central, a [[Abecásia]] declarou sua independência em 1999.<ref name="Declaração de independência da Abecásia 1">Zhorzholiani, G. (et al.): ''Historic, political and legal aspects of the Conflict in Abkhazia'', Samshoblo, 1995. p.63</ref><ref name="Declaração de independência da Abecásia 2">{{citar web| url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/3261059.stm |publicado = BBC News | titulo = Regions and territories: Abkhazia | data = 8 de fevereiro de 2011 |acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> A [[Ossétia do Sul]] é oficialmente definida pela Geórgia como a região de Tskinvali, e o país vê esta região como "uma parte da Geórgia que mantém vínculos políticos com a [[Ossétia do Norte-Alânia|Ossétia do Norte]].<ref name="BBC South Ossetia">{{citar web | url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/3797729.stm |publicado = BBC News | titulo = Regions and territories: South Ossetia | data = 8 de fevereiro de 2011 |acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> A Ossétia do Sul era um [[Oblast Autônomo da Ossétia do Sul|Oblast autônomo]] quando a Geórgia era parte da União Soviética, mas seu estatuto de autonomia foi revogado em 1990.<ref name="BBC South Ossetia" /> De facto separada desde a independência da Geórgia, as propostas foram feitas para dar autonomia à Ossétia do Sul novamente, mas em 2006 um referendo não reconhecido pelo governo de Tiblíssi resultou em um voto favorável para a independência.<ref name="BBC South Ossetia"/> Na Abecásia e na Ossétia do Sul, um grande número de pessoas utilizava passaportes russos, alguns concedidos pelas autoridades russas por conta da ligação histórica do país com as regiões.<ref name="Subdivisões da Geórgia 2">{{citar web |url = http://www.osce.org/home/73289 |titulo = Human Rights in the Occupied Territories of Georgia |publicado = OSCE |data = 30 de outubro de 2012 | acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Isso foi usado como justificativa para a invasão russa da Geórgia durante a guerra na Ossétia do Sul em 2008, após o qual a Rússia reconheceu a independência da região.<ref name="Subdivisões da Geórgia 3">{{citar web|publicado = The New York Times |titulo = Russian Passportization |url = http://topics.blogs.nytimes.com/2008/09/09/russian-passportization/ |data = 30 de outubro de 2012 | acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Ambas as repúblicas têm recebido [[Reconhecimento internacional da independência de Abecásia e Ossétia do Sul|reconhecimento internacional mínimo]].<ref name="Subdivisões da Geórgia 4">{{citar web |url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=19330 |publicado = Civil Deustch |titulo = Abkhazia, S.Ossetia Formally Declared Occupied Territory |data = 28 de agosto de 2008 |acessodata = 20 de fevereiro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://www.webcitation.org/5iUI4JKOc?url=http://www.civil.ge/eng/article.php?id=19330 |arquivodata = 23 de Julho de 2009 |urlmorta = yes }}</ref>
A [[arte islâmica]] abrange as [[artes visuais]], incluindo campos tão variados como arquitetura, caligrafia, pintura e cerâmica, entre outros.<ref>{{Harvnb|Ettinghausen|Grabar|Jenkins-Madina|2003|p=20}}</ref><ref>{{Harvnb|Suarez|2010|p=331ff}}</ref> Embora a confecção de imagens de seres animados tenha sido muitas vezes desaprovada em conexão com leis contra a idolatria, esta regra tem sido interpretada de diferentes maneiras por diferentes estudiosos e em períodos históricos distintos. Esta restrição tem sido usada para explicar a prevalência da caligrafia e dos [[Tesselação|mosaicos]] como aspectos-chave da cultura artística islâmica.<ref>{{Harvnb|Ayduz|Kalin|Dagli|2014|p=263}}</ref> Além disso, a [[Representações de Maomé|representação de Maomé]] é uma questão controversa entre os muçulmanos.<ref>{{Harvnb|Arnold|1919|pp=249–252}}</ref> Na [[arquitetura islâmica]], diversas culturas mostram influência, como a arquitetura islâmica norte-africana e espanhola, como a [[Grande Mesquita de Cairuão]], contendo colunas de [[mármore]] e [[pórfiro]] de edifícios romanos e bizantinos,<ref>{{Harvnb|Isichei|1997|p=175}}</ref> enquanto as mesquitas na Indonésia costumam ter telhados de vários níveis de estilos [[Java|javaneses]] locais.<ref>{{Harvnb|Tjahjono|1998|pp=88–89}}</ref>


A [[Ajária]], sob o governo de [[Aslan Abashidze]], manteve laços estreitos com a Rússia e permitiu a instalação e manutenção de uma base militar russa em Batumi. Após a eleição de Mikheil Saakashvili, em 2004, as tensões aumentaram entre Ajária e o governo georgiano, levando à manifestações em Ajária e a renúncia e fuga de Abashidze. A região mantém a autonomia, embora, em 2007, o Tribunal Constitucional da Geórgia foi transferido de Tiblíssi para Batumi e a base militar russa foi devolvida à Geórgia.<ref name="Caso da República da Ajária">{{citar web| url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/3520322.stm |publicado = BBC News | titulo = Regions and territories: Ajaria | data = 8 de fevereiro de 2011 | acessodata = 20 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
O [[calendário islâmico]] é um [[calendário lunar]] que começa com a [[Hégira]] do ano 622, uma data que teria sido escolhida pelo califa Omar por ter sido um importante ponto de viragem na sorte de Maomé.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Muslim-calendar|titulo=Islamic calendar|acessodata=08-08-2022|website=Britannica}}</ref> Os dias sagrados islâmicos caem em datas fixas do calendário lunar, o que significa que ocorrem em [[Estação do ano|estações diferentes]] em anos diferentes no [[calendário gregoriano]]. Os festivais islâmicos mais importantes são ''o [[Eid al-Fitr]]'' ({{Lang-ar|عيد الفطر}}) no dia 1º de ''[[Xaual]]'', marcando o fim do mês de [[jejum]] do [[Ramadã]], e ''[[Festa do Sacrifício|Eid al-Adha]]'' ({{Lang|ar|عيد الأضحى}}) no dia 10 de ''[[Dhu al-Hijjah]]'', coincidindo com o final do [[Haje]] (peregrinação).<ref name="PastandPresent">{{Harvnb|Esposito|2004|pp=75–76}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Pillars-of-Islam|titulo=Pillars of Islam|data=03-05-2023|acessodata=16-02-2021|website=Britannica|wayb=20150905102524|urlmorta=não}}</ref>


== Economia ==
Os muçulmanos culturais são indivíduos religiosamente não praticantes que ainda se identificam com o Islã devido aos antecedentes familiares, às experiências pessoais ou ao ambiente social e cultural em que cresceram.<ref>{{Harvnb|Aitchison|Hopkins|Kwan|2007|p=147}}</ref><ref>{{Harvnb|Rassool|2015|p=10}}</ref>
{{Artigo principal|Economia da Geórgia}}
[[Imagem:Georgia Product Exports (2019).svg|thumb|Principais produtos de [[exportação]] da Geórgia em 2019 {{en}}.]]


A história econômica georgiana demonstra que o país tem sido envolvido no comércio com muitas nações e impérios desde os tempos antigos, em grande parte devido a sua localização no Mar Negro e, mais tarde, na histórica [[Rota da Seda]]. Ouro, prata, cobre e ferro foram por muito tempo, explorados em minas nas montanhas do Cáucaso. O [[vinho georgiano]] é uma tradição muito antiga e um ramo fundamental da economia do país. O país tem consideráveis recursos ​​hidrelétricos.<ref name="Recursos hidroelétricos da Geórgia">{{citar web |titulo = Bjorn Brandtzaeg, the CEO of Clean Energy Group, attended the Belt and Road Forum, a follow-up to the 2015 Silk Road Forum, at Tbilisi’s Biltmore Hotel. Mr. Brandtzaeg is also the CEO of the company’s Georgian subsidiary, Clean Energy Group Georgia, which is planning to construct the Namakhvani Hydropower Plant (HPP) cascade |url = http://cbw.ge/economy/hydropower-resources-in-georgia-gives-country-opportunity-to-develop-cheap-flexible-renewable-energy-resources/ |publicado = Business Caucasus Week | autor = |data = 2015 | acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Economia georgiana 1">{{citar web|titulo = Investment Opportunities in Energy Sector of Georgia |url = https://www.unece.org/fileadmin/DAM/energy/se/pp/eneff/IEEForum_Tbilisi_Sept13/Day_2/ws1/Tavdumadze_InvOp.pdf |publicado = Ministry of Energy of Georgia |data = | acessodata =8 de fevereiro de 2016 | lingua = inglês | formato = PDF }}</ref> Ao longo da história moderna da Geórgia, a agricultura e o turismo têm sido os principais setores econômicos, devido ao clima e topografia do país.<ref name="Agricultura e Turismo como fonte de renda na Geórgia">{{citar web |titulo = Georgia: Economy - Overview |url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gg.html |publicado = CIA | autor = The World Factbook |data = 2015 | acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
=== Lugares sagrados ===
A [[Caaba]] ("O Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal de [[Meca]] (A [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]]), na [[Arábia Saudita]], é o local mais sagrado do islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por [[Abraão]] (''Ibrahim'') para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da [[haje]]. O segundo local sagrado do islão é a [[Mesquita do Profeta]], na cidade de [[Medina]], cidade para a qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como [[Hégira]]), e onde se encontra o seu túmulo. A cidade de [[Jerusalém]] é o terceiro local sagrado do islão. Este estatuto advém da sua associação aos [[Profetas do Islão|profetas]] anteriores a Maomé e sobretudo pelo facto de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado ''[[Buraq]]'', numa viagem conhecida como ''Isra''. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu (''Mi’raj''), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre os quais [[Moisés]] e [[Jesus]]. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a [[Cúpula da Rocha]], em cerca de 690, e a [[Mesquita de Al-Aqsa]], sobre as ruínas do antigo [[Templo de Salomão]] dos [[judeus]].<ref>{{citar web|url=http://www.saudiembassy.net/about/country-information/Islam/guardian_of_the_Holy_Places.aspx|título=Guardian Of The Holy Places|editor=Embaixada Saudita em Washington, DC|acessodata=04-04-2015|wayb=20150322203338|urlmorta=sim}}</ref>


[[Imagem:Oil train, batumi.jpg|thumb|220x220px|Comboio de transporte de óleo em [[Batumi]]]]
Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de [[Carbala]] e [[Najafe]], ambas no [[Iraque]]. Na primeira, ocorreu o martírio de Hussein (filho de [[Ali]] e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o [[Califado Omíada]]. No [[Irão]], devem também ser salientadas duas cidades sagradas para os xiitas, [[Mexad]] e [[Qom]].<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-11113841|editor=[[BBC]]|data=27-08-2010|acessodata=04-04-2015|título=Shia Islam's holy sites in Iraq}}</ref>
{{imagem múltipla
| footer = Lugares sagrados do islão (da esquerda para a direita): [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]], em [[Meca]], [[Arábia Saudita]], considerada o maior centro de [[peregrinação]] do mundo e o local mais sagrado do islão; [[Mesquita do Profeta]], em [[Medina]], local do túmulo de [[Maomé]]; [[Cúpula da Rocha]], em [[Jerusalém]], cidade sagrada para os muçulmanos
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| image1 = A packed house - Flickr - Al Jazeera English.jpg
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}}


Durante grande parte do {{séc|XX}}, a economia da Geórgia esteve dentro do modelo soviético de [[Economia planificada|economia centralmente planejada]]. Desde a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, a Geórgia iniciou uma grande reforma estrutural destinada a transição para um mercado de [[Mercado livre|livre economia]]. Tal como ocorreu com todos os outros [[Ex-repúblicas soviéticas|Estados pós-soviéticos]], a Geórgia enfrentou um colapso econômico grave após sua independência. A guerra civil e conflitos militares na Ossétia do Sul e na Abecásia agravaram a crise. A agricultura e a indústria de saída diminuíram no referido período. Em 1994, o produto interno bruto ficou reduzido a um quarto do que se apresentava em 1989.<ref name="Redução do produto interno bruto georgiano">{{citar web |titulo = The World Bank in Georgia 1993-2007 |url = http://siteresources.worldbank.org/EXTCOUASSEVAL/Resources/GeorgiaCAE.pdf |publicado = Banco Mundial | lingua = inglês |acessodata = 14 de agosto de 2013 | data = 2009 | formato = PDF }}</ref> A primeira ajuda financeira do Ocidente veio em 1995, quando o [[Banco Mundial]] e o [[Fundo Monetário Internacional]] (FMI) concederam à Geórgia um crédito de USD 206 milhões e a Alemanha concedeu [[Marco alemão|DEM]] 50 milhões.<ref name="Redução do produto interno bruto georgiano" />
== Influências em outras religiões ==
{{Artigo principal|Islamismo e outras religiões}}
[[Imagem:ChurchMosque.jpg|thumb|[[Igreja]] [[Cristianismo|cristã]] ao lado de uma [[mesquita]] em [[Beirute]], no [[Líbano]]]]


[[Imagem:Georgian wine and spirits factory in Telavi, Georgia.jpg|thumb|200px|esquerda|A produção de vinho é um componente tradicional da economia georgiana. ([[Telavi]], 2007)]]
Alguns movimentos, como os [[drusos]],<ref>{{Harvnb|De McLaurin|1979}}</ref><ref>{{Harvnb|Hunter|2010}}</ref><ref>{{Harvnb|Williams|2020}}</ref> [[Berguata]] e Ha-Mim, ou emergiram do Islã ou passaram a compartilhar certas crenças islâmicas, e se cada um é uma religião separada ou uma seita do Islã é às vezes controverso.<ref>{{Harvnb|Grafton|2009}}</ref> A fé [[Drusos|drusa]] separou-se ainda mais do [[ismaelismo]] à medida que desenvolveu suas próprias doutrinas únicas e, finalmente, separou-se completamente do ismaelismo e do islamismo; estes incluem a crença de que o Imam [[Aláqueme Biamir Alá]] era [[Encarnação|Deus encarnado]].<ref>{{Harvnb|Poonawala|1999|p=542}}</ref><ref>{{Harvnb|Bryer|1975|pp=239–262}}</ref> O [[iazdanismo]] é visto como uma mistura de crenças curdas locais e da doutrina sufista islâmica introduzida no [[Curdistão]] pelo xeque Adi ibn Musafir no século XII.<ref>{{Harvnb|Foltz|2013}}</ref> O [[babismo]] origina-se do [[xiismo duodecimano]] que passou por [[Báb|Saíde Ali Maomé]], enquanto um de seus seguidores, [[Bahá'u'lláh|Baha'u'llah]], fundou a [[Fé bahá'í|Fé Bahá'í]].<ref>{{Citar web|ultimo=House of Justice|primeiro=Universal|url=http://reference.bahai.org/en/t/bic/OCF/ocf-8.html|titulo=One Common Faith|acessodata=01-04-2017|website=reference.bahai.org}}</ref> O [[siquismo]], fundado pelo [[Guru Nanak]] no [[Panjabe]] do final do século XV, incorpora principalmente aspectos do [[hinduísmo]], com algumas influências islâmicas.


Desde o início do {{séc|XXI}}, desenvolvimentos positivos visíveis foram observados na economia da Geórgia. Em 2007, a taxa real de crescimento do PIB atingiu 12%, tornando a Geórgia uma das mais rápidas economias em crescimento na Europa Oriental.<ref name="cia">{{Citar web | url = http://mof.ge/common/get_doc.aspx?doc_id=8272 | título = Georgia: Pocket Tax Book | acessodata = 22 de outubro de 2016 | publicado = Ministério de Finanças | lingua = inglês | arquivourl = https://web.archive.org/web/20110520055602/http://www.mof.ge/common/get_doc.aspx?doc_id=8272 | arquivodata = 20 de Maio de 2011 | urlmorta = yes }}</ref> O Banco Mundial apelidou a Geórgia de "o reformador econômico número um no mundo", devido a melhora na classificação em termos de facilidade de fazer negócios. Em junho de 2015, a Geórgia ocupava a 24ª posição entre 189 países pesquisados em sua capacidade para fazer ou iniciar negócios, sendo que na categoria "registro de propriedade" a nação estava na 3ª colocação.<ref name="Facilidade de fazer ou iniciar negócios - Geórgia">{{citar web |titulo = Economies are ranked on their ease of doing business, from 1–189. A high ease of doing business ranking means the regulatory environment is more conducive to the starting and operation of a local firm. The rankings are determined by sorting the aggregate distance to frontier scores on 10 topics, each consisting of several indicators, giving equal weight to each topic. The rankings for all economies are benchmarked to June 2015. |url = http://www.doingbusiness.org/rankings |publicado = Grupo Banco Mundial | autor = |data = 7 de junho de 2015 | acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Apesar dos avanços econômicos, o país detém uma alta [[taxa de desemprego]], registrada em 12,6% e tem renda média inferior em comparação com outros países, conforme dados do Banco Mundial.<ref name="Informações adicionais sobre a economia da Geórgia">{{citar web |titulo = Essa página resume os dados de Doing Business 2016 para a economia selecionada. A primeira seção mostra a classificação na facilidade de fazer negócios (entre 189 economias) e a distância até a fronteira (DAF)** em geral e por tópico. A segunda seção resume os principais indicadores de cada tópico, comparando-os com as médias regionais. |url = http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/georgia |publicado = Grupo Banco Mundial | autor = |data = 7 de junho de 2015 | acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = }}</ref>
O islão reconhece elementos de verdade no [[judaísmo]] e no cristianismo. Todos os profetas do judaísmo são reconhecidos também como profetas no islão, assim como [[Jesus]], que de acordo com a perspectiva muçulmana teria anunciado a vinda de [[Maomé]]. Para os seguidores dessas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do Livro" (''Ahl al-Kitab''), estabelecendo que devem ser tolerados devido ao facto de possuírem escrituras sagradas.<ref name="People-of-the-Book">{{citar web|url=http://www.pbs.org/empires/islam/faithpeople.html|título=People of the Book|obra=Islam: Empire of Faith|publicado=[[Public Broadcasting Service|PBS]]|acessodata=2010-12-18}}</ref> De acordo com o Alcorão, "aqueles que não crêem, entre o Povo do Livro e os idólatras, permanecerão no fogo do inferno. Eles são os piores dos seres criados."<ref>{{citar web|url=https://quranx.com/98.6|titulo=Al Bayyina (Clear proof) 98ː6|acessodata=16-01-2019|publicado=QuranX.com}}</ref> Um grande número de países islâmicos proíbem a apostasia (abandono do Islão) com a pena capital.<ref>{{citar web|ultimo=Doré|primeiro=Louis|url=https://www.indy100.com/article/the-countries-where-apostasy-is-punishable-by-death--Z110j2Uwxb|titulo=The countries where apostasy is punishable by death|data=07-05-2017|publicado=indy100}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.loc.gov/law/help/apostasy/|titulo=Laws Criminalizing Apostasy|acessodata=24-08-2020|publicado=Library of Congress|wayb=20150728004727|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.huffpost.com/entry/atheists-death-penalty-_n_4417994|titulo=Atheists Face Death Penalty In 13 Countries, Report|data=2013-12-10|acessodata=2020-08-24|website=HuffPost|lingua=en}}</ref>


A proibição em 2006 das importações de vinho georgiano para a Rússia, um dos maiores parceiros comerciais da Geórgia, e a quebra de ligações financeiras com aquele país, foi descrito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um "choque externo".<ref name="Choque externo - FMI">{{citar web |titulo = Georgia - Country Study Guide |url = https://books.google.com.br/books?id=IKJxAwAAQBAJ&pg=PA28&lpg=PA28&dq=external+shock+IMF+Georgian+wine+Russia+2006&source=bl&ots=-VNuE0AHFH&sig=YR2T6C-KCjes2apRr4wozIS2dGY&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjGve3hk6PLAhULlpAKHUhaBWcQ6AEIHTAA#v=onepage&q=external%20shock%20IMF%20Georgian%20wine%20Russia%202006&f=false |publicado = International Business Publication | autor = |data = 2006 | acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Além disso, a Rússia aumentou o preço do gás nas exportações para a Geórgia, o que culminou no aumento na taxa de inflação do lar georgiano.<ref name="Choque externo - FMI" /> O Banco Nacional da Geórgia afirmou que a inflação foi desencadeada principalmente por razões externas, incluindo o embargo econômico da Rússia.<ref name="Embargo econômico russo e inflação na Geórgia">{{citar web |titulo = Central Bank Chief Reports on Inflation |url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=15087 |publicado = Civil.ge |autor = |data = 10 de maio de 2007 |acessodata = 2 de março de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://wayback.archive-it.org/all/20080813031924/http://www.civil.ge/eng/article.php?id=15087 |arquivodata = 2008-08-13 |urlmorta = yes }}</ref> As autoridades da Geórgia esperam que o déficit em conta corrente devido ao embargo em 2007 seja financiado por "receitas cambiais mais elevadas geradas pelo grande influxo de investimento estrangeiro direto" e um aumento das receitas turísticas.<ref name="Embargo econômico russo e inflação na Geórgia 2">{{citar web |titulo = Statement by IMF Staff Mission to Georgia |url = http://www.imf.org/external/np/sec/pr/2006/pr06276.htm |publicado = Fundo Monetário Internacional (FMI) | autor = |data = 15 de dezembro de 2006 | acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref> O país também tem mantido um crédito sólido em títulos no mercado internacional.<ref>{{citar web|url=http://search.ft.com/ftArticle?queryText=Sweet+Georgia&y=0&aje=true&x=0&id=070202001027|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080309012855/http://search.ft.com/ftArticle?queryText=Sweet%2BGeorgia&y=0&aje=true&x=0&id=070202001027|arquivodata=9 de Março de 2008|título=Sweet Georgia. The Financial Times|publicadopor=Search.ft.com|acessodata=2 de novembro de 2010|urlmorta=yes}}</ref> A Geórgia está cada vez mais integrada na rede de comércio global, com suas importações e exportações representando entre 10% e 18% do PIB, respectivamente.<ref name="cia"/> As principais importações da Geórgia são o gás natural, petróleo e produtos derivados, máquinas e peças e os equipamentos de transporte.<ref name="cia"/>
Os cristãos são perseguidos em várias regiões do mundo de maioria muçulmana, como [[Afeganistão]], [[Somália]], [[Líbia]], [[Paquistão]], [[Eritreia]], [[Sudão]], [[Iémen|Iemen]], [[Irão]], [[Nigéria]] e [[Arábia Saudita]], entre outros.<ref>{{Citar periódico|titulo=Christian persecution 'at near genocide levels'|url=https://www.bbc.com/news/uk-48146305|data=03-05-2019|lingua=en-GB|publicado=BBC News}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Wintour|primeiro=Patrick|url=http://www.theguardian.com/world/2019/may/02/persecution-driving-christians-out-of-middle-east-report|titulo=Persecution of Christians 'coming close to genocide' in Middle East – report|data=02-05-2019|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref> Também correntes do Islão que se encontram em minoria em determinados países islâmicos têm sido alvo de perseguição por outros muçulmanos: por exemplo os [[Ahmadi]] no Paquistão,<ref>{{Citar web|ultimo=Paracha|primeiro=Nadeem F.|url=http://www.dawn.com/news/1057427|titulo=The 1974 ouster of the ‘heretics’: What really happened?|data=21-11-2013|publicado=Dawn|lingua=en}}</ref> os [[xiitas]] na Arábia Saudita.<ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/news/2009/09/03/saudi-arabia-treat-shia-equally|titulo=Saudi Arabia: Treat Shia Equally|data=03-09-2009|publicado=Human Rights Watch|lingua=en}}</ref> E, por sua vez, os [[sunitas]] e os [[bahai]] no Irão.<ref>{{citar web|url=https://www.fidh.org/IMG/pdf/ir0108a.pdf|titulo=Discrimination against religious minorities in IRAN|data=Agosto de 2003|publicado=FIDH}}</ref> O xeique sunita Ahmed el-Tayeb, [[imame]] da [[Mesquita de al-Azhar]] e Reitor da Universidade com o mesmo nome, do [[Cairo]], [[Egito]], desde 2010, afirma que não há contradição entre defender o princípio da [[liberdade religiosa]] e sancionar o assassinato de cidadãos simplesmente por mudar suas crenças religiosas. Para al-Tayyeb, "''a liberdade de crença é uma coisa e a liberdade de renunciar a uma crença religiosa particular'' (isto é, o Islão) ''é outra coisa"''.<ref>{{citar web|url=http://www.cihrs.org/?p=19780&lang=en|titulo=CIHRS urges Sheikh of al-Azhar to retract statements condoning violent extremism|data=10 de Julho de 2016|publicado=Cairo Institute for Human Rights Studies}}</ref> Para o xiita [[Ruhollah Khomeini]], todos os não muçulmanos são considerados impuros, da mesma maneira que a urina e as fezes, o cão e o porco.<ref>{{Harvnb|Khomeini|1985}}</ref>


Áreas agrícolas adequadas representam 16% do território total do país.<ref name="Informações adicionais sobre a economia da Geórgia - agricultura">{{citar web |titulo = SaqarTvelos Statistikuri Weliwdeuli; StatisticalL Yearbook of Georgia |url = http://archive.mid.ru//ns-reuro.nsf/48bd0da1d5a7185432569e700419c7a/c2e1129b451dc9e2c32576b3002b13c7?OpenDocument |publicado = Ministério do Desenvolvimento Econômico da Geórgia |autor = Departamento de Estatísticas |data = 2009 |acessodata = 22 de outubro de 2016 |lingua = georgiano |arquivourl = https://web.archive.org/web/20151208232017/http://archive.mid.ru//ns-reuro.nsf/48bd0da1d5a7185432569e700419c7a/c2e1129b451dc9e2c32576b3002b13c7?OpenDocument |arquivodata = 8 de Dezembro de 2015 |urlmorta = yes }}</ref> Políticas ambientais e econômicas no país para o uso de fertilizantes são muito rígidas, como resultado da escassez crónica de fertilizantes e a queda da cultura do plantio direto. Em 2003, a área cultivada na Geórgia era o equivalente a 329 mil hectares.<ref name="Informações adicionais sobre a economia da Geórgia - agricultura 2">{{citar web |titulo =Geórgia - Informações gerais sobre o país |url = http://geostat.ge/cms/site_images/_files/yearbook/Statistical%20Yearbook%20Georgia_2009.pdf |publicado = Ministério das Relações Exteriores da Federação da Rússia | autor = |data = 22 de maio de 2014 | acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo |formato = }}</ref> A maior produção é composta de [[trigo]], [[cevada]], [[milho]], [[feijão]], [[tabaco]], [[girassol]], [[soja]], [[batata]]s, produtos hortícolas, [[melão|melões]], plantas forrageiras, [[chá]], [[uva]]s e frutas cítricas.<ref name="Informações adicionais sobre a economia da Geórgia - agricultura" />
== Críticas ==
{{AP|Críticas ao Islã|Islamofobia}}
[[Ficheiro:John_Damascus_(arabic_icon).gif|direita|miniaturadaimagem| [[João Damasceno|João de Damasco]], sob o [[Califado Omíada|califado omíada]], via as doutrinas islâmicas como uma miscelânea da [[Bíblia]] . <ref>{{Citar livro|url=http://www.orthodoxinfo.com/general/stjohn_islam.aspx|título=Writings by St John of Damascus|editora=Catholic University of America Press|ano=1958|series=The Fathers of the Church|volume=37|localização=Washington, DC|páginas=153–160|capitulo=St. John of Damascus's Critique of Islam|acessodata=8 de julho de 2019}}</ref>]]
As críticas ao Islã existem desde seus estágios formativos. As primeiras vieram de autores [[judeus]], como Ibn Kammuna, e de autores [[cristãos]], muitos dos quais viam o Islã como uma [[heresia]] ou uma forma de [[idolatria]], geralmente explicando-o em termos apocalípticos.{{Sfnp|Fahlbusch et al|2001|p=[{{google books|plainurl=y|id=yaecVMhMWaEC|page=759}} 759]}}


=== Turismo ===
Escritores cristãos criticaram as descrições sensuais do paraíso feitas pelo Islã. As doutrinas do teólogo católico [[Agostinho de Hipona]], por exemplo, levaram ao amplo repúdio ao prazer corporal tanto na vida terrena quanto na [[vida após a morte]]. Ali ibn Sahl Rabban al-Tabari, no entanto, defendeu a descrição corânica do paraíso afirmando que a Bíblia também implica tais ideias, como beber vinho no [[Evangelho segundo Mateus|Evangelho de Mateus]].<ref>{{Harvnb|Cambridge University Press|2015|pp=18–20}}</ref>
{{Artigo principal|Turismo na Geórgia}}


O turismo é uma parte cada vez mais significativa da economia georgiana. Cerca de um milhão de turistas movimentaram US$ 313 milhões de dólares no país em 2006.<ref name="Dados sobre turismo na Geórgia">{{citar web |url = http://unwto.org/facts/eng/pdf/barometer/unwto_barom07_2_en.pdf |titulo = UNTWO World Tourism Barometer, Vol.5 No.2 |acessodata = 26 de março de 2008 |último =UNTWO |data = Junho de 2007 |formato = PDF | lingua = inglês }}</ref> De acordo com o governo, há 103 resorts em diferentes zonas climáticas no país. Atrações turísticas incluem mais de 2 000 fontes de [[Nascente (hidrografia)|água mineral]] e mais de 12 000 monumentos históricos e culturais, dos quais quatro são reconhecidos como [[Património Mundial]] pela [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]]: a [[Catedral de Bagrati]], em Cutaisi, o [[Mosteiro de Ghélati]], monumentos históricos de [[Mtsqueta]] e o Suanécia superior.<ref name="Dados sobre turismo na Geórgia" />
Imagens difamatórias de Maomé, derivadas de representações da [[História da Igreja Ortodoxa|Igreja Bizantina]] do início do século VII, aparecem no poema épico do século XIV'', [[Divina Comédia]],'' de [[Dante Alighieri]].<ref name="auto">{{Harvnb|Stone|2006|p=53-54}}</ref> Aqui, Maomé é retratado no oitavo círculo do inferno, junto com Ali. Dante não culpa o Islã como um todo, mas acusa Maomé de [[cisma]], ao estabelecer outra religião depois do [[cristianismo]].<ref name="auto" />


O Departamento de Turismo e Resorts, através do Gabinete da Geórgia, é responsável pela administração e gestão do setor turístico no país.<ref name="official">{{Citar web |url=http://tourism.gov.ge/ |titulo=tourism.gov.ge |acessodata=3 de Março de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080706124209/http://tourism.gov.ge/ |arquivodata=6 de Julho de 2008 |urlmorta=yes }}</ref> Até o final de 2015, o número anual de turistas na Geórgia atingiu {{fmtn|2278562}} pessoas.<ref>[http://police.ge/files/pdf/vizitorebi/2016/საზღვრის კვეთის სტატისტიკა (2016 წლის იანვარი).pdf საქართველოს საზღვარზე გადაადგილებულ ვიზიტორთა სტატისტიკური მონაცემები 2016 წელი, იანვარი]</ref>
Outras críticas centram-se no tratamento dispensado aos indivíduos nos países modernos de maioria muçulmana, incluindo questões relacionadas com os [[direitos humanos]], particularmente em relação à aplicação da [[lei islâmica]].<ref>{{Harvnb|Friedmann|2003}}</ref> Além disso, após a recente tendência [[Multiculturalismo|multiculturalista]], a influência do Islã na capacidade de assimilação dos imigrantes muçulmanos no Ocidente tem sido criticada.<ref>{{Harvnb|Modood|2006}}</ref>


== Infraestrutura ==
=== Fundamentalismo e radicalismo ===
=== Educação ===
{{VT|Fundamentalismo islâmico|Terrorismo islâmico|Mulheres no Islã}}
{{Artigo principal|Educação na Geórgia}}
[[Imagem:"Freedom go to hell".jpg|thumb|Protesto em [[Londres]] (2006) contra as caricaturas de [[Maomé]]. O cartaz, que é carregado por um manifestante com um [[Keffiyeh|lenço palestino]], diz em inglês: "Liberdade, vá para o inferno"]]
[[Imagem:Classical School No.1 of Tbilisi, Georgia.jpg|thumb|Escola pública em Tiblíssi]]
Correntes radicais do islão frequentemente são acusadas de atos [[terrorista]]s, como os atentados às [[Torres Gêmeas]], protagonizados nos [[ataques de 11 de setembro de 2001]] pela ''[[Al Qaeda]]''. E a defesa intolerante da extinção do Estado de [[Israel]] defendida pelo grupo terrorista ''[[Hamas]]''. Em sua carta de fundação, por exemplo, o ''Hamas'' é claro na defesa da destruição do [[sionismo|Estado Sionista]],<ref>{{Citar web|url=https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/hamas-grupo-radical-vence-fatah-no-parlamento.htm|titulo=Hamas: Grupo radical vence Fatah no Parlamento|acessodata=2021-03-24|website=UOL Vestibular}}</ref> sendo apoiado pela maioria do [[Palestinos|povo palestino]]. [[Fundamentalista]]s também defendem a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em países islâmicos.<ref>{{Citar web|url=http://www.pmibrasil.org.br/persegui.php|titulo=Tabela de Perseguição Islâmica|publicado=PMI|acessodata=2019-04-24|wayb=20091020173010|urlmorta=sim}}</ref> Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos [[líbano|libaneses]] emigraram de seu país em consequência das pressões impostas pelos muçulmanos.<ref>{{citar web|url=http://www.beth-shalom.com.br/artigos/perseguicao.html|título=Perseguição dos cristãos nos países muçulmanos|publicado=Beth-Shalon|wayb=20080420232906|urlmorta=sim}}</ref>


O sistema de ensino da Geórgia sofreu modernizações nos últimos anos, em especial, a partir de 2004.<ref name="Sistema de educação na Geórgia 1">{{citar web|url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4724213.stm |titulo = Georgia purges education system: Sweeping reforms of Georgia's corrupt education system have caused huge controversy in the former Soviet republic, the BBC's Natalia Antelava reports from Tbilisi |publicado = BBC News |data = 29 de julho de 2005 |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Sistema de educação na Geórgia 2">{{citar web |url = http://www.eurasianet.org/departments/civilsociety/articles/eav041305.shtml |titulo = Education Reform Rocks Georgia |publicado = Eurasia |data = 12 de abril de 2005 |acessodata = 22 de outubro de 2016 |lingua = inglês |autor = Corso, Molly |arquivourl = https://web.archive.org/web/20160731232621/http://www.eurasianet.org/departments/civilsociety/articles/eav041305.shtml |arquivodata = 31 de Julho de 2016 |urlmorta = yes }}</ref> A educação no país é obrigatória para todas as crianças com idades entre 6 e 14 anos.<ref name="Sistema de educação na Geórgia 8" /> O sistema escolar é dividido em três níveis: ensino primário (a partir dos seis anos de idade, na faixa etária 6-12 anos), ensino básico (três anos de formação; faixa etária de 12 a 15 anos de idade) e ensino secundário (três anos de formação; faixa etária de 15 a 18 anos de idade), ou, alternativamente, estudos vocacionais (dois anos).<ref name="Sistema de educação na Geórgia 8">{{Citar web |url = http://sputnik-georgia.ru/society/20100914/213459809.html |titulo = С 15 сентября во всех школах Грузии начнется новый учебный год |autor = |publicado = |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo | data = 14 de maio de 2010 }}</ref> Professores são identificados em três categorias: os não certificados (1), os certificados (2) e os que possuem pós-certificação (ou pós-graduação).<ref name="Sistema de educação na Geórgia 9">{{Citar web |url = http://pedsovet.su/publ/172-1-0-5420 |titulo = Статья из серии "А как у них?": Образование в Грузии (em português: Artigo da série "O que eles têm?": Educação na Geórgia) |autor = |publicado = Pedsovet.su |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo | data = 21 de novembro de 2014 }}</ref> Os estudantes com um certificado do ensino secundário têm acesso ao ensino superior. Apenas os estudantes que passaram nos exames nacionais unificados podem se inscrever em uma instituição de ensino superior credenciada pelo Estado, com base na classificação das notas recebidas nos exames.<ref name="Sistema de educação na Geórgia 3">Cecilia Polievktovna Kalandadze. A Revolução Cultural na Geórgia. - Publicação da Academia de Ciências da Geórgia, 1963. - S. 43-107.</ref><ref name="Sistema de educação na Geórgia 7">{{Citar web|url = http://www.booksite.ru/fulltext/1/001/008/107/007.htm |titulo = СССР. Народное образование |publicado = Вологодская областная универсальная научная библиотека имени И. В. Бабушкина |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo }}</ref>
A [[Mulheres no Islã|condição de vida das mulheres]] também é precária em países fundamentalistas islâmicos, como a [[Arábia Saudita]]: "Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da [[Universidade de Massachusetts]], nos Estados Unidos […]".<ref>{{Citar web|url=http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/contexto_debate.html|titulo=O papel da mulher no islamismo|publicado=Veja|acessodata=2019-04-24|wayb=20160426142210|urlmorta=sim}}</ref> Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o apedrejamento, são constantes entre os países fundamentalistas: "Segundo a lei islâmica denominada [[Sharia]] (Shari'ah ou Charia), uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte […]".


A maioria das instituições educacionais de ensino superior oferecem três níveis de estudo: Um programa de bacharelado (três a quatro anos); Programa de mestrado (dois anos), e um Programa de Doutorado (três anos). Há também um programa de ''Certified Specialist'', que representa um programa de educação de um único de nível superior com duração de três a seis anos.<ref name="Sistema de educação na Geórgia - UNESCO">{{citar web|url = http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/Publications/WDE/2010/pdf-versions/Georgia.pdf |titulo = World Data on Education: Georgia |publicado = Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) |data = 2011 |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Até o ano de 2008, cerca de 20 instituições de ensino superior estão credenciadas pelo Ministério da Educação e Ciência da Geórgia.<ref name="Sistema de educação na Geórgia - UNESCO" /> A taxa de escolarização primária bruta foi de 94% em 2006.<ref name="Sistema de educação na Geórgia 4">{{citar web|url = https://web.archive.org/web/20060614001735/http://devdata.worldbank.org/AAG/geo_aag.pdf |titulo = Georgia at a glance |publicado = Banco Mundial |data = 2005 |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
A intolerância a críticas também é alvo constante de respostas por parte da [[imprensa]] às vertentes radicais do islã, como [[charge]]s consideradas insultuosas para alguns muçulmanos,<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1302678-5602,00-MUCULMANOS+DENUNCIAM+NOVO+INSULTO+DINAMARQUES+AO+ISLA.html|titulo=Muçulmanos denunciam novo insulto dinamarquês ao Islã|acessodata=2021-03-24|website=G1}}</ref> algo comum no Ocidente e sua contraparte cristã. O [[Papa Bento XVI]], por exemplo, foi ameaçado de morte por considerar o islão uma religião violenta.<ref name="Daniel Pipes">{{Citar web|titulo=Intimidando o Ocidente, de Rushdie ao Papa Bento XVI: Daniel Pipes|url=http://pt.danielpipes.org/4157/intimidando-o-ocidente-de-rushdie-ao-papa-bento-xvi|data=26-09-2006|publicado=DanielPipes.org|ultimo=Pipes|primeiro=Daniel}}</ref>


A capital do país, Tiblíssi, tornou-se seu principal centro no sistema educacional, particularmente desde a criação da Primeira República da Geórgia, em 1918, permitindo nesta o estabelecimento de instituições educacionais modernas. Tiblíssi é o lar de várias grandes instituições de ensino superior na Geórgia, entre as quais a [[Universidade Médica Estatal de Tiblíssi|Universidade Médica Estatal]], que foi fundada com o nome de [[Instituto Médico de Tiblíssi]], em 1918, e a [[Universidade Estatal de Tiblíssi]], que foi criada em 1918 e continua a ser a mais antiga universidade em toda a região do Cáucaso,<ref name="Sistema de educação na Geórgia 5">{{citar web|url=http://www.tsu.edu.ge/en/faculties/science/about_the_faculty_/|titulo=Ivane Javakhishvili Tbilisi State University|publicado=Ivane Javakhishvili Tbilisi State University | data = | acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> com mais de {{fmtn|35000}} estudantes e {{fmtn|5000}} professores e funcionários. Outras instituições de ensino superior prestigiadas no país são a [[Universidade Técnica da Geórgia]], assim como a [[Universidade da Geórgia (Tiblíssi)|Universidade da Geórgia]], [[Universidade do Cáucaso]] e [[Universidade Livre de Tiblíssi]].<ref name="Sistema de educação na Geórgia 6">{{citar web|url=http://www.4icu.org/ge/|titulo = TOP Universities in Georgia |publicado = University Web Rankings & Reviews | data = | acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>
== Ver também ==
* [[Lista de termos islâmicos em árabe]]
* [[Mitologia Islâmica]]
* [[Estudos islâmicos]]
* [[Principais grupos religiosos]]
* [[Apostasia no Islã]]
* [[Ciência islâmica]]


=== Saúde ===
{{Notas}}
A saúde na Geórgia é administrada e regulamentada pelo Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais. O ministério possui várias divisões, sendo as mais importantes o Centro de Gestão de Saúde Nacional, os departamentos regionais de saúde e o Conselho Nacional de Saúde da Geórgia.<ref>Gamkrelidze et al. 2002. "Sistemas de Saúde em Transição: Geórgia" Observatório Europeu dos Sistemas de Saúde. Vol. 4, N° 2.</ref> Até 1999, havia unicamente o Ministério da Saúde, que tratava de assuntos exclusivamente da área, mas naquele ano ocorreu a junção deste ministério com o Ministério da Previdência social para tornar-se o Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais.<ref name="Saúde na Geórgia 5">Chanturidze, et al. 2009. "Geórgia: Revisão do sistema de saúde" Sistemas de Saúde em Transição.</ref> Há um sistema de saúde universal que fornece cuidados de saúde a cerca de 90% da população, bem como um sistema de clínicas privadas e seguros privados. Ambos os sistemas de saúde, público e privado, operam no país de acordo com a regulamentação do Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais.<ref>{{citar web|url = http://www.eurasianet.org/node/75446 |titulo = Georgia: Healthcare Costs Making Health Ministry Wheeze |publicado = Eurasia |data = 7 de outubro de 2015 |acessodata = 9 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>


A [[Esperança de vida|expectativa de vida]] média para os georgianos é de 74,2 anos, estando pouco abaixo da média europeia, que é de cerca de 75 anos. Curiosamente, a esperança média de vida na Rússia encontra-se drasticamente abaixo da Geórgia, em cerca de 66 anos. Comparando-se os sexos, a expectativa de vida no país para os homens é de 69,3 anos, enquanto para as mulheres aumenta-se para 79,0 anos.<ref>L. Centro Sakvarelidze de Controle de Doenças e Saúde Pública. 2008. Atenção à Saúde na Geórgia em comparação com os países da região europeia.</ref><ref name="Saúde na Geórgia 1">Centro Nacional de Controle de Doenças e Saúde Pública da Geórgia. 2008. "Saúde e Cuidados de Saúde na Geórgia: Anuário Estatístico".</ref> A taxa de fecundidade total é de 1,4 filhos por mulher. Isto encontra-se extremamente abaixo do nível de fertilidade de substituição necessária para manter o tamanho atual população, que é de 2,1 filhos por mulher, nos dias atuais.<ref name="Saúde na Geórgia 2">USAID. 2002-2009. "Relatório do País Saúde estatísticos: Georgia"</ref> A taxa de mortalidade é de 9,8 por 1 000 nascidos vivos.<ref name="Saúde na Geórgia 1" /> Existe grande discrepância entre as taxas de mortalidade de menores que vivem nas áreas rurais e urbanas, com quase o dobro de mortes por 1 000 nascidos vivos em áreas rurais do que nas zonas urbanas.<ref name="Saúde na Geórgia 3">Organização Mundial da Saúde. 2009. "Georgia: Perfil de Saúde."</ref> A taxa de mortalidade infantil em 2010 era de 15,7 por 1 000 nascidos vivos, e em 2005 foi de 17,3. Em 2050, é esperado que a taxa de mortalidade infantil caia para 5,6, e espera-se a taxa de mortalidade infantil entre crianças com até 5 anos de idade diminua para 6,2.<ref name="Saúde na Geórgia 2" />
{{Referências}}

As principais causas de morte em crianças menores de 5 anos são atribuídas à [[pneumonia]], [[Asfixia|asfixia durante o parto]] e [[Malformação congénita|anomalias congênitas]].<ref name="Saúde na Geórgia 3" /> Na população adulta, as principais doenças que causam mortes são aquelas associadas ao [[aparelho circulatório]], [[neoplasia]]s, acidentes e lesões e doenças dos sistemas [[Sistema respiratório|respiratório]] e [[Sistema digestivo|digestivo]]. Doenças infecciosas ainda são a fonte de problemas de saúde significativas, especialmente a tuberculose.<ref name="Saúde na Geórgia 4">Organização Mundial da Saúde. 2007. Estratégia de Cooperação com os Países at a Glance.</ref> Tal como no resto da antiga União Soviética, especialmente entre os homens, o tabaco é uma contribuição importante para a carga de doenças; mais de metade dos homens adultos são usuários de tabaco.<ref name="Saúde na Geórgia 4" /> As taxas de imunização para crianças são surpreendentemente baixas e ficou entre 30-50% no início de 1990, aumentando para 70-90% no início de 2000.<ref name="Saúde na Geórgia 5" />

=== Transportes ===
[[Imagem:Road_Map_of_Georgia_(ka).svg|thumb|200px|Mapa com o sistema de transporte da Geórgia]]

O transporte hoje na Geórgia é fornecido por meio de transporte ferroviário, rodoviário, marítimo e aéreo. O comprimento total de rotas, excluindo os [[Territórios ocupados da Geórgia|territórios sob ocupação]], é de 19 060 quilômetros, além de 1 576 quilômetros de ferrovias. Posicionado no Cáucaso e na costa do Mar Negro, a Geórgia é um país-chave através do qual as importações de energia para a União Europeia, a partir do país vizinho Azerbaijão, passam. Tradicionalmente, o país foi localizado em uma importante rota de comércio norte-sul entre a [[Rússia Europeia]], o [[Oriente Próximo|Oriente]] e a Turquia.<ref>{{citar web|url = http://www.geostat.ge/index.php?action=wnews_archive1&qy=1&qy1=16&lang=eng |titulo = Statistical Yearbook of Georgia 2015 |publicado = National Statistics Office of Georgia |data = 28 de dezembro de 2015 |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>

Nos últimos anos, a Geórgia tem investido gradativamente na modernização de suas redes de transportes. A construção de novas estradas tem sido priorizada e, como tal, grandes cidades como Tiblíssi tem visto a qualidade de suas estradas melhorarem drasticamente. Apesar disso, no entanto, a qualidade de rotas de transporte entre suas cidades continua em estado precário em algumas regiões, principalmente devido o fato de haver apenas uma [[autoestrada]] de grande nível, a Standard.<ref name="Sistema de transportes na Geórgia">{{citar web |url = http://www.georoad.ge/?que=eng/statistics/roads |titulo = Roads Department of Georgia | publicado = Georoad.ge |data = 3 de outubro de 2003 |acessodata = 3 de março de 2016 | lingua = inglês | formato = }}</ref>
[[Imagem:Batum-124.jpg|thumb|240px|esquerda|Porto de Batumi, em [[Ajária]]. É o maior porto no [[Mar Negro]]]]
As ferrovias da Geórgia representam uma importante artéria de transporte para o Cáucaso, já que constituem a maior proporção das rotas que ligam os mares Negro e Cáspio permitindo, por sua vez, beneficiar-se nos últimos anos pelo aumento das exportações de energia do vizinho Azerbaijão à União Europeia, [[Ucrânia]] e Turquia.<ref name="Geórgia, Turquia e Ucrânia">{{citar web |url = http://www.railway.ge/?web=0&action=page&p_id=407&lang=eng |titulo = Georgian Railway |publicado = Railway.ge |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Serviços de passageiros são operados pela ''[[Sakartvelos Rkinigza]]'', a empresa estatal de ferrovias do país, enquanto operações de carga são realizadas por um amplo número de operadoras licenciadas. Desde 2004, a ''Sakartvelos Rkinigza'' foi submetida a um programa contínuo de renovação e reestruturação gerencial das frotas, que visa tornar o serviço prestado mais eficiente e confortável para os passageiros.<ref>{{citar web|url = http://www.railway.ge/?web=0&action=page&p_id=245&lang=eng |titulo = Georgian Railway |publicado = Railway.ge |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> O desenvolvimento infraestrutural também tem sido uma prioridade nas políticas públicas de transporte do país e outros projetos incluem a construção da [[Ferrovia Kars-Tiblíssi-Bacu]], que pretende ligar várias cidades do Cáucaso com a Turquia pela rede ferroviária, utilizando-se de [[bitola padrão]].<ref>{{citar web|url=http://www.railway.ge/?web=0&action=page&p_id=290&lang=eng |titulo = Georgian Railway |publicado = Railway.ge |data = |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref><ref>{{citar web|url = http://www.railway.ge/?web=0&action=page&p_id=242&lang=eng |titulo = Georgian Railway |publicado = Railway.ge |data = |acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>

Transportes aéreos e marítimos estão a desenvolver-se na Geórgia, com o primeiro usado principalmente pelos passageiros e o segundo para transporte de mercadorias. Atualmente, há quatro aeroportos internacionais no país, tendo sido o [[Aeroporto Internacional de Tiblíssi]] o maior destes, com uma movimentação de {{formatnum|1847111}} passageiros em 2015.<ref name="gcaa.ge">{{citar web|url = http://gcaa.ge/eng/regular.php |titulo = Georgian Civil Aviation Agency - Number of Passengers Served |publicado = Agência Nacional de Aviação da Geórgia | acessodata = 8 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref> Outros aeroportos do país são, em grande parte, subdesenvolvidos ou com pouco tráfego.<ref>{{citar web|url=http://www.evolutsia.net/kutaisis-airport-georgias-opportunity/ |titulo=Kutaisi's airport: Georgia's opportunity |publicado=Evolutsia.Net |data = 18 de janeiro de 2012 |acessodata = 10 de junho de 2012 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120229115503/http://www.evolutsia.net/kutaisis-airport-georgias-opportunity/ |arquivodata = 29 de fevereiro de 2012 }}</ref> Há uma série de portos ao longo da costa do Mar Negro da Geórgia, o maior e mais movimentado é o porto de Batumi; enquanto a cidade é em si um resort à beira-mar, o porto é um grande terminal de cargas no Cáucaso e é frequentemente utilizado pelo Azerbaijão como um ponto de trânsito para fazer entregas de energia para outras partes do continente europeu.<ref name="Geórgia, Turquia e Ucrânia" />

=== Energia ===

O acesso à eletricidade é fornecido a 100% das residências da Geórgia, conforme dados da CIA em 2016. Em 2012, o país produziu 9,475 bilhões de [[Watt-hora|kWh]], ao mesmo tempo em que o consumo foi da ordem de 8,468 bilhões de kWh. No mesmo ano, a exportação de energia registrada foi de 528 milhões de kWh, enquanto importou 615 milhões de kWh. A capacidade de produção energética do país, bem como de instalação de geração, é considerada alta, sendo a segunda maior na região do Cáucaso (pouco atrás do Azerbaijão) e estando nos mesmos níveis dos países em desenvolvimento. Historicamente, a Rússia tem sido sua maior parceira no comércio de energia, apesar de as relações econômicas entre ambas encontrarem-se deterioradas.<ref name="Informações sobre energia na Geórgia">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2268.html |titulo = Acesso à eletricidade |publicado = CIA - The World Factbook |data = 2013 |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = inglês }}</ref>

As usinas hidrelétricas produzem 60,8% da eletricidade na Geórgia, sendo a 35ª maior porcentagem entre as nações soberanas do mundo. 39,2% da energia produzida é originada de combustíveis fósseis. É ausente o registro de energia a partir de outras fontes renováveis, bem como não há usinas nucleares no país.<ref name="Informações sobre energia na Geórgia" />

Na atualidade, o setor de energia georgiano está totalmente privatizado. A única exceção é a central hidroelétrica de Inguri, operando em conjunto com a Abecásia - a barragem desta estação é na Geórgia e as unidades básicas se encontram em território controlado pela declarada República da Abecásia.<ref name="Energia compartilhada entre Geórgia e Abecásia" group="nota">A ausência de documentos legais assinados regulam esta cooperação: um acordo tácito de 60% da eletricidade é consumido na Geórgia e 40% na Abecásia.</ref><ref name="Informações sobre energia na Geórgia 2">{{citar web|url = http://www.kavkaz-uzel.eu/articles/ingur_inter_rao |titulo = Багапш требует обсуждать возможность эксплуатации Ингурской ГЭС с властями Абхазии (em português: Bagapsh chama para discutir a possibilidade de operar a usina hidrelétrica de Inguri com as autoridades da Abecásia) |publicado = Jornal Kavkaz |data = 20 de janeiro de 2009 |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo }}</ref> Em dezembro de 2008 o Ministério de Energia e a empresa russa ''"Joint Stock Company Inter RAO UES"'' assinaram um memorando à gestão conjunta da hidrelétrica.<ref name="Informações sobre energia na Geórgia 3">{{citar web|url = https://lenta.ru/news/2009/01/22/inguri/ |titulo = Россия уладила с Абхазией конфликт вокруг Ингурской ГЭС (em português: Rússia resolve conflitos da Abecásia em torno da hidrelétrica de Inguri) |publicado = Jornal Kavkaz |data = 22 de janeiro de 2009 |acessodata = 22 de outubro de 2016 | lingua = russo }}</ref>

=== Mídia e comunicações ===

A principal fonte de notícias é a televisão. A Geórgia possui uma estação de televisão estatal, ''[[Georgian Broadcasting]]'' (GPB), que opera dois canais. O país também tem atuação em alguns canais comerciais. O principal destes é o [[Rustavi2]], que desempenhou um papel central na Revolução Rosa de 2003, sendo de propriedade majoritariamente do canal MZE.<ref name="Informações sobre a emissora Rustavi2">{{citar web|url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=19352 |titulo = Imedi TV to Resume News on Monday |publicado = Civil.ge |acessodata = 2 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Informações sobre a emissora Rustavi22">{{citar web|url = http://www.civil.ge/eng/article.php?id=18619 |titulo = Mze TV Suspends News |publicado = Civil.ge |acessodata = 3 de março de 2016 | lingua = inglês }}</ref>

Os jornais também possuem uma colocação comunicativa muito significativa. Entre eles estão o ''Rezonansi'', ''24 Saati'', ''Sakartvelos Respublika'', ''Versia'' e ''Kvilis Palitra'', além de alguns jornais ingleses. Estações de rádio importantes são, por sua vez, a emissora estatal da Geórgia, Radio Imedi, além do Fortuna FM. A Constituição da Geórgia garante a liberdade de expressão e pluralidade de ideias, bem como a liberdade de imprensa. O panorama da mídia tem sido politizado, e o apoio a criação de organizações independentes de mídia ainda é tido como um desafio.<ref name="Informações sobre a política de comunicação na Geórgia">{{citar web | url = http://www.bbc.com/news/world-europe-17303294 | titulo = Country Profile | publicado = BBC News | acessodata = 7 de maio de 2014 | lingua = inglês }}</ref>

Em 2017, a organização [[Repórteres Sem Fronteiras]], que analisa situações de liberdade de expressão nos países, classificou a Geórgia na 64ª posição quando se trata de liberdade de imprensa, de expressão e independência dos meios de comunicação.<ref name="Informações sobre a política de comunicação na Geórgia 2">{{citar web |url = https://rsf.org/fr/classement |publicado = Worldwide Press Freedom Index 2017 |titulo = Classement mondial de la liberté de la presse 2017 (em português: Ranking mundial da liberdade de imprensa 2017) |acessodata = 8 de fevereiro de 2018 | lingua = francês }}</ref>

O ambiente de mídia da Geórgia é considerado como o mais livre e mais diversificado do Cáucaso do Sul, apesar da politização de longo prazo e polarização que afetam este setor<ref name="Mídia na Geórgia - internet" /> De acordo com o Relatório Mundial de Liberdade de Imprensa, a luta política pelo controle das emissoras estatais são uma das principais anomalias do setor de comunicações.<ref name="Mídia na Geórgia 3">Freedom House, Georgia 2015: Relatório da Liberdade de Imprensa, p. 21</ref>

A [[internet]] é livre do controle do governo. Restrições temporárias foram impostas durante a guerra russo-georgiana de 2008. A comunidade de blogs da Geórgia tem vindo a crescer (Caucasusreports.ge), juntamente com fóruns de internet (Forum.ge) e mídias sociais (Odnoklasniki.ru). Cerca de 49% dos georgianos tinham acesso à Internet em 2014.<ref name="Mídia na Geórgia - internet">{{citar web |titulo = 3. New Media; 3.1 Online |url = http://ejc.net/media_landscapes/georgia#link_518 |publicado = EJC |data = |acessodata = 21 de outubro de 2016 |lingua = inglês |arquivourl = https://web.archive.org/web/20161018094133/http://ejc.net/media_landscapes/georgia#link_518#link_518 |arquivodata = 18 de Outubro de 2016 |urlmorta = yes }}</ref>

== Cultura ==
{{Artigo principal|Cultura da Geórgia}}
A cultura georgiana sofreu modificações ao longo de milhares de anos a partir de seus fundamentos nas civilizações ibérica e colca.<ref>Georgia : in the mountains of poetry 3rd rev. ed., Nasmyth, Peter</ref> Já no início do {{séc|XI}}, o conjunto cultural georgiano gozava de uma época de renascença, conhecida como "[[Idade de Ouro Georgiana|Idade de Ouro da Geórgia]]", que exercia domínio na literatura, filosofia, arquitetura e nas ciências clássicas do período.<ref>Rapp, Stephen H. (2003), Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Peeters Publishers, ISBN 90-429-1318-5</ref> Foram fatores de influência para os costumes culturais arcaicos do país a [[Grécia clássica]], o Império Romano, o Império Bizantino, os vários impérios iranianos (nomeadamente os impérios Aquemênidas, [[Império Parta|Parta]], Sassânida, Safávidas e Qajar) e mais tarde, pelo Império Russo, notadamente a partir do {{séc|XIX}}.<ref>I. Gagoshidze "The Achaemenid influence in Iberia" Boreas 19. (1996)</ref><ref>Yarshater, Ehsan. "Encyclopedia Iranica" Routledge & Keagan Paul, 2001. ISBN 978-0-933273-56-6 pp 464–479</ref><ref>Kennan, Hans Dieter; et al. (2013). Vagabond Life: The Caucasus Journals of George Kennan. University of Washington Press. p. 32.</ref><ref>Willem Floor, Edmund Herzig. Iran and the World in the Safavid Age I.B.Tauris, 15 de setembro de 2012, p.494</ref>
[[imagem:Swanetischer Turm Mestia.jpg|200px|thumb|direita|Torres svan, na [[Suanécia]], parte da arquitetura georgiana]]
A língua e a literatura georgiana clássica do poeta [[Shota Rustaveli]], foram revividas no {{séc|XIX}} após um longo período de turbulência, lançando as bases dos românticos e romancistas da era moderna, como [[Grigol Orbeliani]], [[Nikoloz Baratashvili]], [[Ilia Chavchavadze]], [[Akaki Tsereteli]] e [[Vazha-Pshavela]]. Aspectos culturais da Geórgia incluem seu folclore, música tradicional, danças, teatro, cinema e arte. Entre os pintores notáveis do {{séc|XX}} incluem [[Niko Pirosmani]], Lado Gudiashvili e Elene Akhvlediani; bailarinos notáveis incluem [[George Balanchine]], Vakhtang Chabukiani e [[Nino Ananiashvili]]; poetas notáveis incluem Galaktion Tabidze, Lado Asatiani e [[Mukhran Machavariani]] e cineastas de destaque incluem Robert Sturua, [[Tengiz Abuladze]], [[Giorgi Danelia]] e [[Otar Ioseliani]].<ref name="Farnavaz I" />

=== Literatura ===

A literatura da Geórgia é dividida em uma era analfabeta, uma literatura mais antiga feudal que vai do {{séc|V}} ao XI, uma literatura do alto feudalismo entre os séculos XI e XIII, uma literatura feudal que perdurou do final do {{séc|XVI}} a meados do XIX, uma literatura moderna desde meados do {{séc|XIX}} até o primeiro quarto do XX e uma literatura do presente.<ref name="Rayfield">Rayfield, p.77</ref>

O mais antigo livro existente da literatura georgiana é ''[[O martírio da Santa Rainha Shushanik]]'', uma hagiografia do {{séc|V}}. Sua descoberta chegou a literatura da Geórgia nos séculos XI e XII, período de reinado do rei [[David IV da Geórgia|David, o Restaurador]]. A figura mais conhecida da literatura do país vem a ser [[Shota Rustaveli]], que escreveu [[O Cavaleiro na Pele de Pantera]], um poema épico sobre cavalaria e nobreza, elevando-se acima da religião e nação, sendo considerado como a epopeia nacional da Geórgia. Na mesma época, os poemas líricos gregos passaram a ser traduzidos por Giorgi Aphonia.<ref name="Rayfield" /><ref>[[Grande Enciclopédia Soviética]], 2ª edição, Vo. XV, Moscou: 1952, p. 382</ref>

Escritores georgianos proeminentes do {{séc|XIX}} foram o poeta, dramaturgo e representantes do movimento nacional da Geórgia Ilia Chavchavadze, autor de obras como ''Tu, minha pátria, pelo que estás tão triste?'' (1872), ''O Mar de Basaleti'' (1883), ''A Mãe da Geórgia'' (1881), ''O Hermitão'' (1883) e ''Carta de um Viajante'' (1863), o dramaturgo popular Akaki Tsereteli e o filósofo e autor de novelas melodramáticas populares Aleksandre Qasbegi.<ref>Donald Rayfireld: Fünfzehnhundert Jahre georgischer Literatur. In: Bernd Schröder (Hrsg.): Georgien – Gesellschaft und Religion an der Schwelle Europas. Röhrig Universitätsverlag, St. Ingbert 2005, S. 151</ref>

Os escritores mais importantes do {{séc|XX}} foram [[Galaktion Tabidse]], autor de obras como ''Meri'', ''A Lua de Mtazminda'', ''Eu e a Noite'', ''Flores de Pêssego'', ''Cavalos pardos'' e ''Pátria'', [[Konstantine Gamsakhurdia]], que escreveu ''Os risos de Dionísio'' (1925), ''Romance de Vida de Goethe'' (1934), ''O Roubo da Lua'' (1935), ''A Mão Direita do Grande Mestre'' (1939) e ''Flor de Uva'' (1956), Chabua Amirejibi, cuja obra de sua autoria mais conhecida foi ''Data Tutaschchia'' (1975) e Otar Chiladze, autor de ''Um Homem Seguiu Seu Campinho'' (1973). Entre 1915 e 1921, uma vanguarda influenciada pelo [[simbolismo (literatura)|simbolismo]] se desenvolveu em torno de um grupo que ficou conhecido como Chifres Azuis (''Tsisperi Kantsebi''). No entanto, essa tendência foi suprimida e a maioria dos membros do grupo se voltou para um realismo patriótico. Muitos destes membros foram perseguidos na década de 1930, torturados até a morte, como Titian Tabidze (1893-1937) ou se suicidaram como Paolo Iashvili (1894-1937).<ref name="Informações sobre a literatura da Geórgia">{{citar web |url = https://www.georgia-insight.eu/georgien/kultur/literatur |publicado = Georgia Insight |titulo = Die georgische Literatur |acessodata = 1 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref>

=== Arquitetura e artes ===
A arquitetura georgiana tem sido influenciada por muitas civilizações. Existem vários estilos arquitetônicos diferentes vistos em castelos, torres, igrejas e outras fortificações. As fortificações de Suanécia, bem como a vila de Shatili, são alguns dos melhores exemplos da arquitetura medieval georgiana. Outro aspecto arquitetônico significativo é a [[Avenida Rustaveli]], em Tiblíssi, no estilo Hausmann.<ref>Ensaios sobre a história da Geórgia. Volume 2. Geórgia nos séculos IV-X. Ed. Lordkipanidze, 1988. p. 580</ref>

A arte eclesiástica da Geórgia é um dos aspectos mais notáveis ​​da arquitetura cristã, que combina o estilo clássico com o estilo moderno, formando o que é conhecido como o estilo cross-dome georgiano. A arquitetura cross-dome desenvolveu-se na Geórgia durante o {{séc|IX}}; antes disso, a maioria das igrejas georgianas eram basílicas. Outros exemplos de arquitetura eclesiástica georgiana que são vistos fora do país são o Mosteiro Bachkovo, na Bulgária (construído em 1083 pelo comandante georgiano Grigorii Bakuriani), [[Mosteiro de Iviron]], na Grécia (construído por georgianos no {{séc|X}}), e o Mosteiro da Cruz em Jerusalém (construída por georgianos no {{séc|IX}}).<ref name="Arquitetura e Artes da Geórgia 2">{{citar web |url = http://www.pirosmani.org/pirosmani/ |titulo = Niko Pirosmani – Short Biographical Information |publicado = Steele Communications |autor = Niko Pirosmani |acessodata = 6 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref>

=== Música ===
[[Imagem:Georgian dance 7.jpg|thumb|esquerda|250px|Dança de música ''folk'' georgiana]]

A Geórgia tem uma rica e vibrante tradição musical, conhecida principalmente por seu desenvolvimento precoce de [[polifonia]]. A polifonia georgiana é baseada em três partes vocais, um sistema de sintonia única, baseada em quintas perfeitas, e uma estrutura harmónica rica em quintas paralelas e dissonâncias. Cada região na Geórgia tem a sua própria música tradicional, e o diálogo polifônico sobre um fundo baixo e solistas ostinato como no Oriente, harmonias improvisadas complexas no oeste, e os acordes que se deslocam sólidos em Suanécia.<ref>Joseph Jordania. 2000. Georgia. In: The Garland Encyclopedia of World Music. Vol. 8, Europe. Edited by Timothy Rice, James Porter and Chris Goertzen, pp. 826-849. New York: Garland Publishing</ref><ref>Dimitri Arakishvili. 2010 (1950) Svan Folk Song. In: Rusudan Tsurtsumua and Joseph Jordania (editors), Echoes from Georgia: Seventeen Arguments on Georgian Polyphony (collection of essays). New York: Nova Science, pp.35-56</ref>

A canção folclórica georgiana "Chakrulo" (em georgiano: ჩაკრულო) foi escolhida como uma das 27 composições musicais incluídas em um [[Voyager Golden Record|registro dourado]] do explorador que foi enviado ao espaço em [[Voyager 2]], em 20 de agosto de 1977. Além desta, o ''Coral Polifônico Georgiano''' está incluso na lista do património imaterial da UNESCO.<ref>{{citar web |titulo = Georgian Polyphonic Singing, "Chakrulo" |url = http://www.unesco.org/archives/multimedia/?s=films_details&pg=33&id=1737 |acessodata = 21 de julho de 2016 | publicado = UNESCO |data = 2008 | lingua = inglês }}</ref><ref>{{citar web |titulo = The Untold Story of How “Chakrulo” Ended Up in Space |url = http://www.georgianjournal.ge/discover-georgia/28321-the-untold-story-of-how-chakrulo-ended-up-in-space.html|acessodata = 21 de julho de 2016 |publicado = Georgian Journal |data = 25 de setembro de 2014 | lingua = inglês }}</ref>

Uma ampla variedade de instrumentos musicais são conhecidos da Geórgia. Entre os instrumentos mais populares estão: soprado soinari, stviri ([[flauta]]), gudastviri ([[gaita de fole]]), Changi ([[harpa]]), chonguri ([[Alaúde|alaúde de quatro cordas]]), panduri (alaúde de três cordas), chuniri, conhecido também como chianuri e uma variedade de tambores. Instrumentos musicais georgianos são tradicionalmente ofuscado pelas ricas tradições vocais da Geórgia e, posteriormente, recebeu muito menos atenção de estudiosos ocidentais. Dimitri Arakishvili e Manana Shilakadze contribuíram para o estudo dos instrumento musical oriundos da Geórgia.<ref>Manana Shilakadze. 1970. Georgian Folk Instruments and Instrumental Music. Tbilisi: Metsniereba</ref>

=== Cinema ===
[[Ficheiro:Nato Vachnadze 2018 stamp of Georgia.jpg|200px|miniaturadaimagem|esquerda|Selo georgiano emitido em 2018 em homenagem à Nato Vachnadze (1904-1954), importante atriz do cinema georgiano]]
Em 16 de novembro de 1896, o primeiro cinema foi inaugurado em Tiblíssi, e as primeiras produções cinematográficas são datadas de 1912. A indústria cinematográfica estava concentrada no ''Film Studios Gruzia''. As películas georgianas que mais se destacaram foram "Magdanas burro", de Tengis Abuladse, que participou do Festival de Cannes em 1956; "Arrependimento", de [[Otar Iosseliani]], esteve no Festival de Cannes de 1987; "A colheita do vinho" (Cannes 1966); "Bandidos" (Veneza 1997); "27 Missing Kisses" (Bruxelas 2001) e "Schussangst" (Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, 2003).<ref>Smith, Ian Hayden (2012). ''International Film Guide 2012''. p. 122. ISBN 978-1-908215-01-7.</ref>

=== Culinária ===
[[imagem:Megrelian ajika.jpg|thumb|219x219px|direita|[[Ajika]], prato típico dos [[mingrélios]], grupo étnico da Geórgia]]
A gastronomia georgiana e o vinho evoluíram ao longo dos séculos, adaptando as tradições em cada época. Uma das tradições de refeições mais incomuns é a [[supra]], ou a "mesa georgiana", que é vista como uma forma de socializar com amigos e familiares. A cabeça da supra é conhecida como [[tamada]]. Várias regiões históricas da Geórgia são conhecidas por seus pratos peculiares, como o, [[khinkali]] (bolinhos de carne), da região montanhosa oriental e [[khachapuri]], prato típico de [[Imerícia]], [[Mingrélia]] e [[Ajária]]. Além dos pratos tradicionais georgianos, os alimentos de outros países foram trazidos para a Geórgia por imigrantes da Rússia, da [[Grécia]] e de outros países.<ref>''Food Cultures of the World Encyclopedia'', Volume 1, Ken Albala, p. 125</ref><ref>''Food Culture in Russia and Central Asia'', Glenn Randall Mack, Asele Surina, p. 10</ref>

=== Esportes ===
[[Imagem:Geo-Esp 11.09.12.jpg|thumb|[[Estádio Boris Paichadze]] em [[Tblisi]]]]
Os esportes mais populares na Geórgia são o [[futebol]], [[basquete]], [[rugby]], [[judô]] e [[Halterofilismo|levantamento de peso]]. Historicamente, a Geórgia tem sido famosa por sua educação física. Os romanos ficaram fascinados com as qualidades físicas dos georgianos depois de ver as técnicas de treinamento da antiga Ibéria. As lutas continuam a ser um ramo do esporte historicamente importante na Geórgia, e alguns historiadores pensam que o estilo [[Luta greco-romana|greco-romano de luta livre]] incorpora muitos elementos georgianos.<ref name="Esportes na Geórgia">Williams, Douglas. Georgia in my Heart, 1999.</ref>

Dentro da Geórgia, um dos estilos mais popularizados de luta livre é o estilo cachetiano. Havia uma série de outros estilos no passado que não são tão amplamente utilizados hoje. Por exemplo, a região de Khevsureti tem três estilos diferentes de luta livre. Outros esportes populares na Geórgia do {{séc|XIX}} eram [[Polo (esporte)|polo]] e Lelo, um jogo georgiano tradicional posteriormente substituído pelo rugby.<ref name="Esportes na Geórgia" />

O primeiro e único circuito de corrida na região do Cáucaso está localizado na Geórgia. O [[Circuito de Rustavi]], originalmente construído em 1978, foi reaberto em 2012 após a reconstrução total do motorpark. A trilha satisfaz os requisitos da [[Federação Internacional do Automóvel|Federação Internacional do Automobilismo]] (FIA) e atualmente hospeda uma série de corridas automotivas ''Legends Car'' e as competições Formula Alfa.<ref name="Esportes na Geórgia 2">{{citar web|url = http://rustavi2.com/news/news_text.php?id_news=45318&pg=1&im=main&ct=0&wth=0 |titulo = Rustavi 2 Broadcasting Company |publicado = Rustavi2 |data = 29 de abril de 2012 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130501161314/http://rustavi2.com/news/news_text.php?id_news=45318&pg=1&im=main&ct=0&wth=0 |arquivodata = 1 de maio de 2013 |df=dmy }}</ref>

O [[basquete]] também é um dos esportes praticados ​​na Geórgia, e alguns membros notáveis da antiga [[Seleção Soviética de Basquetebol Masculino|seleção nacional de basquete masculino da União Soviética]] eram originários do país, como [[Otar Korkia]], [[Mikhail Korkia]], [[Zurab Sakandelidze]] e [[Levan Moseshvili]]. O [[BC Dinamo Tbilisi]] ganhou a prestigiada competição da [[Euroliga]] em 1962. A Geórgia tinha cinco jogadores na ''[[National Basketball Association]]'': Vladimir Stepania, [[Jake Tsakalidis]], [[Nikoloz Tskitishvili]], [[Tornike Shengelia]] e [[Zaza Pachulia]]. Outros jogadores de basquete notáveis ​​são o bicampeão da Euroliga Giorgi Shermadini e os jogadores da Euroliga Manuchar Markoishvili e Viktor Sanikidze. O esporte está recuperando sua popularidade no país, com a [[Seleção Georgiana de Basquetebol]] tendo atingido bons resultados no [[EuroBasket]] nos últimos anos.<ref name="Esportes na Geórgia 3">{{citar web|url = https://www.ranker.com/list/famous-basketball-players-from-georgia/reference |titulo = Famous Basketball Players from Georgia |publicado = Ranker |data = |acessodata = 6 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref><ref name="Esportes na Geórgia 4">{{citar web|url = http://www.eurobasket.com/European_Champions_Cup/1961-1962.asp |titulo = European Champions CUP 1961-1962 |publicado = EuroBasket |data = 1962 |acessodata = 6 de fevereiro de 2018 | lingua = inglês }}</ref>

=== Feriados ===
{| align=center {{tablabonita}}
! style="background:#efefef" | Data
! style="background:#efefef" | Nome em português
! style="background:#efefef" | Nome local
! style="background:#efefef" | Observações
|-
|[[1 de janeiro]]
|[[Ano novo]]
|ახალი წელი ''axali tseli''
|-
|-
|[[7 de janeiro]]
|[[Natal]] [[Igreja Ortodoxa|Ortodoxo]]
|ქრისტეშობა ''k'risteshoba''
|-
|-
|[[19 de janeiro]]
|[[Batismo]] de [[Jesus Cristo]]
|ნათლისღება ''natlisgh'eba''
|-
|-
|[[3 de março]]
|[[Dia das Mães]]
|დედის დღე ''dedis dgh'e''
|-
|-
|[[8 de março]]
|[[Dia Internacional da Mulher]]
|ქალთა საერთაშორისო დღე ''k'alt'a saert'ashoriso dgh'e''
|-
|-
|[[9 de abril]]
|Dia da Unidade Nacional
|ეროვნული ერთიანობის დღე ''erovnuli ert'ianobis dgh'e''
|Relembram o trágico dia onde crianças georgianas foram mortas por soldados soviéticos na [[Avenida Rustaveli]] de [[Tiblíssi]].
|-
|Móvel
|[[Sexta-feira Santa]] ortodoxa, [[Domingo de Ressurreição]] e Segunda-feira da [[Semana Santa]]
|სააღდგომო დღეები – წითელი პარასკევი, დიდი შაბათი, ბრწინვალე აღდგომა და ორშაბათი
''saagh'dgomo gh'eebi'' – ''ts'it'eli paraskevi'', ''didi shabat'i'', ''brts'q'invale agh'dgoma da orshabat'i''
|Na Segunda-feira de Semana Santa a Iglesia Ortodoxa Georgiana faz um celebração pelos mortos.
|-
|[[9 de maio]]
|Dia da vitória sobre o [[Fascismo]]
|ფაშიზმზე გამარჯვების დღე - ''p'ashizmze gamardzhvebis dgh'e''
|-
|-
|[[23 de maio]]
|Dia de [[Santo André]]
|ანდრიობა ''andrioba''
|Celebração do dia do [[Apóstolo]] André, fundador da [[Igreja Ortodoxa Georgiana]]
|-
|[[26 de maio]]
|[[Dia da Independência]]
|დამოუკიდებლობის დღე ''damoukideblobis dgh'e''
|Em 26 de maio de 1918, o Conselho Nacional da Geórgia declarou a independência dos georgianos e a criação da [[República democrática de Georgia]]. Sua autonomia foi restaurada 117 anos antes (desde 1801)
|-
|[[28 de agosto]]
|Morte da [[Teótoco]]
|მარიამობა ''mariamoba''
|-
|-
|[[14 de outubro]]
|Dia da Catedral de [[Svetitskhoveli]] (em [[Mtsjeta]])
|სვეტიცხოვლობა ''svetitsjovloba''
|Celebração da primeira igreja cristã na Geórgia.
|-
|style="white-space:nowrap;"|[[23 de novembro]]
|[[Dia de São Jorge]]
|გიორგობა ''giorgoba''
|[[São Jorge]] (em georgiano: წმინდა გიორგი, ''Tsminda Giorgi'') é o santo patrono da Geórgia.
|}

{{notas}}
== Ver também ==
* [[Ásia]]
* [[Europa]]
* [[Lista de Estados soberanos]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Ásia]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Europa]]


{{referências}}
{{Bibliografia sobre o islão}}

Revisão das 02h47min de 1 de fevereiro de 2024

Geórgia
საქართველო
Sak'art'velo
Bandeira da Geórgia
Bandeira da Geórgia
Brasão de armas da Geórgia
Brasão de armas da Geórgia
Bandeira Brasão de armas
Lema: ძალა ერთობაშია
"A Força está na União."
Hino nacional: "თავისუფლება"
"Liberdade"
Gentílico: Georgiano,
geórgico[1]

Localização da Geórgia
Localização da Geórgia

Localização da Geórgia (em verde escuro)

Regiões de facto independes mas não reconhecidas - Abecásia e Ossétia do Sul (em verde claro)

Capital Tiblíssi
41º43'N 44º47'E
Cidade mais populosa Tiblíssi
Língua oficial Georgiano1
Governo República parlamentarista
• Presidente Salome Zurabishvili
• Primeiro-ministro Irakli Garibashvili
Formação
•  Formação dos reinos georgianos da Cólquida
e da Ibéria
2 000 a.C.
• Unificação do Reino da Geórgia 1008
• República Democrática da Geórgia 26 de maio de 1918
• Independência da União Soviética 9 de abril de 1991
• Reconhecida 25 de dezembro de 1991
Área
  • Total 69 700 km² (121.º)
 • Água (%) 4,56%
 Fronteira Rússia, Azerbaijão, Armênia, Turquia e Mar Negro
População
 • Estimativa para 2022[2] 3 688 647 hab. (123.º)
 • Densidade 65,1 hab./km² (128.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2017
 • Total US$ 39,3 bilhões[3](114.º)
 • Per capita US$ 9500 (104.º)
IDH (2021) 0,802 (63.º) – muito alto[4]
Moeda Lari (GEL)
Fuso horário (UTC+4)
Cód. ISO GEO
Cód. Internet .ge
Cód. telef. +995
Website governamental www.gov.ge
1. O abecásio também é falado na República Autônoma da Abecásia.

A Geórgia (em georgiano: საქართველო, transl Sak'art'velo, pronunciado: [sɑkʰɑrtʰvɛlɔ] (escutar)) é um país da Europa Oriental.[5][6] Limita-se com a Rússia a norte e a leste, a sul com a Turquia e a Arménia, a leste e a sul com o Azerbaijão e a oeste com o mar Negro.[7] Sua capital é Tiblíssi, que também é sua maior cidade. O país é uma república unitária, semipresidencial, com o governo eleito através de uma democracia representativa. Seu território é de 69 700 km² e sua população, conforme estimativas de 2017, é de cerca de 3,718 milhões de habitantes. Mais de um quarto da população vive na região de Tiblíssi, com outras grandes cidades sendo Cutaisi, Batumi e Rustavi.

Durante a era clássica, reinos independentes estabeleceram-se no que hoje é a Geórgia. Os reinos da Cólquida e Ibéria, cujas orientações religiosas vinham do paganismo georgiano com posterior influência zoroastriana, adotaram o cristianismo no início do século IV. O Reino da Geórgia atingiu o auge de sua força política e econômica durante o reinado de Davi IV e Tamara I, nos séculos XI e XII. No início do século XIX, a Geórgia foi anexada pelo Império Russo.[8] Depois de um breve período de independência, após a Revolução Russa de 1917, a Geórgia foi ocupada pela União Soviética em 1921, tornando-se a República Socialista Soviética Geórgia e parte da União Soviética. Após a independência, em 1991, a Geórgia pós-socialista sofria de distúrbios civis e de crise econômica na maior parte do século XX. Isso durou até a Revolução Rosa de 2003, depois que o novo governo introduziu reformas democráticas e econômicas.[9]

Seu relevo se caracteriza por regiões muito montanhosas, abrigando a maior cordilheira do Cáucaso que serve como limite de fronteira com a Rússia. Na parte norte, há vários pontos que ultrapassam os 4 000 metros de altitude, no que é conhecido como Grande Cáucaso. A Geórgia possui uma cultura bastante peculiar, sendo o único Estado no mundo a ter a língua georgiana como oficial, a principal entre as cartevélicas. Os georgianos, etnicamente, não se encaixam em nenhuma das etnias predominantes da Europa ou Ásia, e eram chamados na Antiguidade de colcos ou iberos.[10][11] A maior parte da população é adepta ao cristianismo ortodoxo, o qual é representado pela Igreja Ortodoxa Georgiana.[12]

Possui duas regiões independentes de facto, a Abecásia e a Ossétia do Sul, que obtiveram reconhecimento internacional limitado após a Guerra Russo-Georgiana. O Estado, e grande parte da comunidade internacional, considera as regiões como parte integrante de seu território soberano, sob ocupação militar russa. A Geórgia é atualmente um membro do Conselho da Europa, da Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), e do Eurocontrol. A nação também aspira aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e à União Europeia (UE).

Etimologia

Os georgianos chamam-se a si mesmos de ქართველები (kartvelebi) e a sua língua de ქართული (kartuli). Estes termos derivam do nome de um lendário chefe pagão, Kartlos, de quem se diz ser o "pai" dos georgianos.[13] A denominação estrangeira Geórgia, utilizada por grande parte das línguas do mundo, vem do grego γεωργ- (geōrg-), o que levou a acreditar que o nome derivaria do seu santo padroeiro, São Jorge, ou do termo grego para cultivar, γεωργία (gueōrguía).[14][15]

O nome nativo é Sakartvelo (საქართველო; "terra dos kartvelebi"), derivado da região georgiana núcleo central de Cártlia, gravado a partir do século IX, e no uso prolongado referindo-se a todo o reino medieval da Geórgia por volta do século XIII. A autodesignação usada por pessoas de etnia georgiana é kartvelebi (ქართველები) As crônicas medievais georgianas apresentam um ancestral homônimo dos Kartvelebi, Kartlos, um bisneto de Jafé. O nome Sakartvelo (საქართველო) consiste em duas partes. Sua raiz, kartvel-i (ქართველ-ი), especifica um habitante da região georgiana centro-leste do núcleo de Cártlia, ou Ibéria, como é conhecido em fontes do Império Romano do Oriente.[16]

Os Gregos antigos (Estrabão, Heródoto, Plutarco, Homero, etc.) e os Romanos (Tito Lívio, Tácito, etc.) referem-se aos Georgianos antigos ocidentais como colcos, e aos Georgianos orientais como Iberos (Iberoi em algumas fontes gregas).[16] Na Antiguidade, os habitantes da Geórgia eram também denominados iberos, em razão do Reino da Ibéria, que muito confundia os geógrafos antigos, que pensavam que este termo só se aplicava aos habitantes da Península Ibérica.[16]

História

Ver artigos principais: História da Geórgia e Dinastia Bagrationi

Pré-história e Antiguidade

O território da atual Geórgia era habitado por Homo erectus desde o Paleolítico. As tribos proto-georgianas apareceram pela primeira vez na história escrita no século XII a.C.[17] Os primeiros indícios de vinho foram encontrados até hoje na Geórgia, onde jarros de vinho datados de 8 000 anos foram descobertos.[18][19] Achados arqueológicos e referências em fontes antigas revelam elementos de formações políticas e estaduais, caracterizados por uma avançada metalurgia e técnicas de ourivesaria que remontam ao século VII a.C.[17] Na verdade, a prática da metalurgia na Geórgia iniciou-se durante o sexto milênio a.C., como uma forma de associação com a Cultura de Shulaveri-Shomu.[17]

Uma pátera, que descreve Antínoo, desenterrada perto de Tiblíssi e exposta hoje no Museu Nacional da Geórgia

O primeiro povo conhecido da história da Geórgia são os Diauehi (século XXIII a.C.). Muitos séculos depois surgem os primeiros Estados da região: Cólquida (século VII a.C.), Ispir (século VII a.C.) e Ibéria (século VI a.C.). No século IV a.C., um reino unificado da Geórgia - um exemplo precoce da avançada organização estatal sob um rei e uma hierarquia aristocrática – foi estabelecido.[necessário esclarecer][20]

Na mitologia grega, Cólquida era o local do Velocino de Ouro procurado por Jasão e os Argonautas em Apolônio de Rodes, no conto épico Argonáutica. A incorporação do Velocino de Ouro no mito pode ter derivado da prática local de utilização de lã para peneirar pó de ouro dos rios.[21] Conhecido por seus nativos como Egrisi ou Lázica, Cólquida também foi o campo de batalha da Guerra Lázica, travada entre o Império Bizantino e o Império Sassânida da Pérsia.[22][23]

Depois que o Império Romano completou sua breve conquista da região do Cáucaso, sobre seu arquirrival, o Império Parta,[24] os reinos da Geórgia foram, de forma intermitente, aliados dos romanos por quase 400 anos.[25] Desde o século I, o culto de Mitra, crenças pagãs e o zoroastrismo eram comumente praticados na Geórgia.[26] Em 337, o rei Meribanes III declarou o cristianismo como religião oficial do Estado, dando um grande estímulo para o desenvolvimento da literatura, artes, e, finalmente, resultando numa significativa ação na formação da nação georgiana unificada.[27]

A aceitação do cristianismo por parte do rei Meribanes efetivamente mostrou a forte influência do reino vizinho sobre a Geórgia, perdurando por quase um milênio, determinando muito do seu presente e de sua identidade cultural.[25] A aceitação levou ao declínio do zoroastrismo, embora de forma lenta, que até o século V, parece ter se tornado algo como uma segunda religião estabelecida na Ibéria (Geórgia Oriental), e foi amplamente praticada lá.[28][29][30]

Idade Média e Idade Moderna

Rainha Tamara (1160-1213), a primeira mulher a governar a Geórgia em seu próprio direito, presidiu a Idade de Ouro na monarquia georgiana medieval

Os primeiros reinos desintegraram-se em várias regiões feudais por volta dos primeiros anos da Idade Média. Isso facilitou a conquista dos árabes da maior parte do território oriental georgiano no século VII. A partir deste período ao século X, a Geórgia estava envolta na influência e domínio do Império Cazar. As várias regiões independentes não se uniram em um único reino até o início do século XI.[31]

Embora os árabes tenham capturado a cidade capital de Tiblíssi em 645, Ibéria manteve considerável independência sob governantes árabes locais.[21] O príncipe Asócio I - também conhecido como Asócio Curopalata - tornou-se o primeiro integrante da Dinastia Bagrationi a governar o reino. A dinastia manteve seu reinado por um período de quase 1 000 anos, durante o qual o Bagrationi, como a casa nobre era conhecida, governou boa parte do território que hoje é a república da Geórgia. Pancrácio III uniu a Geórgia Ocidental e Oriental.[32]

O Reino da Geórgia atingiu o seu apogeu no início do século XII. Este período, durante os reinados de David IV (também chamado David Builder) e sua neta Tamara, tem sido amplamente denominado como a Idade de Ouro da Geórgia ou da Renascença georgiana.[33] Este início do renascimento georgiano, que precedeu o seu análogo da Europa Ocidental, foi caracterizado por vitórias militares impressionantes, expansão territorial e um renascimento cultural em arquitetura, literatura, filosofia e as ciências.[34] A Idade de Ouro georgiana deixou um legado de grandes catedrais, poesias românticas e literatura, e o poema épico "O Cavaleiro na Pele de Pantera".[35]

David IV iniciou a Idade de Ouro da Geórgia enfrentando a Grande Invasão Turca, promovida pelos turcos seljúcidas. Sob seu comando, o reino venceu a Batalha de Didgori, em 1121, garantindo a expansão da influência cultural e política da Geórgia em direção ao sul e o leste, da Arménia ao Mar Cáspio.[21]

O reinado de Tamara, a primeira governante feminina da Geórgia, é considerado o mais bem sucedido na história do país.[36] Ela foi proclamada como herdeira aparente e co-governante pelo seu pai, Jorge III, em 1178, mas enfrentou uma significativa oposição da aristocracia devido a sua ascensão e total controle do poder, após a morte de seu pai. Entretanto, Tamara conseguiu neutralizar a oposição e embarcou em uma série de viagens para promover uma política externa energética, ajudada pela queda dos poderes rivais dos Seljúcidas e Bizantinos. Apoiada por uma poderosa elite militar, Tamara foi capaz de dar continuidade à expansão do reino, consolidando um império que dominou o Cáucaso e se estendeu por grande parte do atual Azerbaijão, Armênia e Turquia oriental, bem como partes do norte do Irã,[37] até o seu colapso sob os ataques mongóis, ocorrido somente duas décadas após sua morte, em 1213.[38]

Vactangue VI, rei da Geórgia, foi o mais proeminente teórico e jurista do país

O renascimento do Reino da Geórgia foi adiado depois que Tiblíssi foi capturada e destruída pelo Império Corásmio, liderados por Jalaladim Mingueburnu (r. 1220–1231), em 1226.[16] Os mongóis foram expulsos por Jorge V, filho de Demétrio II, que foi nomeado "Brilhante" por seu papel na restauração da antiga força do país e da cultura cristã. Jorge V foi o último grande rei do estado da Geórgia unificada. Após sua morte, diferentes governantes locais lutaram pela sua independência do controle georgiano central, até a total desintegração do reino no século XV. A Geórgia foi ainda mais enfraquecida por várias invasões desastrosas de Tamerlão, entre 1386 e 1403. Outras invasões também se sucederam, principalmente por parte das federações tribais do Cordeiro Branco e Cordeiro Negro, que constantemente invadiam as províncias do sul georgiano. Como resultado, o Reino da Geórgia entrou em colapso por volta de 1466, fragmentando-se em três reinos independentes e cinco principados semi-independentes. Grandes impérios vizinhos, posteriormente, exploraram a divisão interna do país enfraquecido, e do início do século XVI até o início do XIX, os Safávidas, afexáridas e a dinastia Cajar, do Irã, juntamente com a Turquia otomana, subjugaram as regiões leste e oeste da Geórgia, respectivamente.[16][39]

Os governantes das regiões que permaneciam parcialmente autônomas organizavam rebeliões em diversas ocasiões. No entanto, as invasões iranianas e otomanas subsequentes enfraqueceram ainda mais reinos e regiões locais. Como resultado de guerras incessantes e deportações, a população da Geórgia diminuiu para 250 000 habitantes, no final do século XVIII.[40] A Geórgia Oriental, composta pelas regiões de Caquécia e Ibéria, tinha estado sob a suserania iraniana desde 1555 na sequência da Paz de Amásia, assinada com a vizinha, Turquia otomana.[39]

Desde pelo menos meados do século XV, os governantes de ambos os reinos da Geórgia Ocidental e Oriental procuravam repetidamente ajuda das potências da Europa Ocidental sem sucesso.[41][42][43] Um episódio notável deste tipo de esforço foi liderado no início do século XVIII por um diplomata georgiano chamado Sulkhan-Saba Orbeliani, que foi enviado por seu ex-aluno, o rei Vactangue VI de Cártlia, à França e aos Estados Papais, a fim de negociar assistência à Geórgia. Orbeliani foi bem recebido pelo rei francês Luís XIV e pelo Papa Clemente XI, mas nenhuma assistência tangível poderia ser assegurada.[44] A falta de ajuda ocidental não só deixou a Georgia impressionada, mas selou o destino pessoais de Orbeliani e o rei Vactangue: empurrados pelo invasor exército otomano, ambos foram forçados a aceitar a oferta de proteção de Pedro, o Grande e escaparam para o Império Russo, de onde nunca mais voltaram.[45] A história da missão diplomática de Orbeliani à França tornar-se-ia um símbolo de como o Ocidente ignorou os apelos da Geórgia por sua proteção.[46]

Com a morte de Nader Xá, em 1747, dois grandes reinos da Geórgia Oriental conseguiram se libertar do controle iraniano e foram reunificados com o nome de Cártlia-Caquécia, sob o reinado de Heráclio II, em 1762. Ele estabilizou a Geórgia Oriental e foi capaz de garantir a sua autonomia durante todo o período de ascensão do Estado iraniano de Zand.[47]

Domínio do Império Russo

Ver artigo principal: Geórgia dentro do Império Russo

Em 1783, a Rússia e o Reino de Cártlia-Caquécia, no leste da Geórgia, assinaram o Tratado de Georgievsk, que reconhecia o vínculo da Ortodoxia Oriental entre o povo russo e georgiano e prometia proteção especial à Geórgia oriental contra as novas tentativas iranianas de recuperar a Geórgia, ou ainda, de tentativas de invasões por outros agressores.[48]

Devido a alterações desencadeadas pela indesejada anexação russa, Jorge XII (à esquerda) se tornou o último monarca georgiano, enquanto Antônio II (à direita) o último patriarca georgiano do século XIX

No entanto, apesar deste compromisso em defender a Geórgia, a Rússia não lhe ofereceu nenhum auxílio quando os iranianos invadiram o território em 1795, capturando e saqueando Tiblíssi enquanto massacrava seus habitantes, como uma tentativa do novo herdeiro do trono iraniano em reafirmar a hegemonia do Irã sobre a Geórgia.[49] Apesar de uma campanha punitiva lançada posteriormente contra o Irã, em 1796, esse período culminou com a violação russa do Tratado de Georgievsk e a anexação do leste da Geórgia, seguida pela autocefalia da Igreja Ortodoxa Georgiana. Pyotr Bagration, um dos descendentes da casa de Bagrationi, viria a se juntar ao exército russo e subir para ser um general pelas guerras napoleônicas.[50][51][52]

Em 22 de dezembro de 1800, o czar Paulo I, no alegado pedido do rei Jorge XII, assinou a proclamação sobre a incorporação da Geórgia (Ibéria-Caquécia) dentro do Império Russo, que foi finalizado por um decreto em 8 de janeiro de 1801,[53][54] e confirmado pelo czar Alexandre I em 12 de setembro do mesmo ano.[55][56] O enviado georgiano à São Petersburgo reagiu com uma nota de protesto, que foi apresentada ao vice-chanceler russo, o príncipe Kurakin.[57] Em maio de 1801, sob a supervisão do general Carl Heinrich von Knorring, a Rússia Imperial transferiu o poder no leste da Geórgia ao governo liderado pelo general Ivan Petrovich Lazarev.[58] A nobreza georgiana não aceitou o decreto até que, em 12 de abril de 1802, o general Knorring obrigou boa parte da nobreza a subir à Catedral Sioni de Tiblíssi e os forçou a fazer um juramento sobre a coroa imperial da Rússia. Aqueles que discordaram foram presos temporariamente.[59]

No verão de 1805, as tropas russas no rio Askerani, perto de Zagam, derrotaram o exército iraniano durante a Guerra Russo-Persa, salvando Tiblíssi de uma reconquista e tornando-a oficialmente parte dos territórios imperiais. A suserania russa sobre o leste da Geórgia foi oficialmente finalizada com o Irã em 1813, na sequência do Tratado de Gulistan.[60] Após a anexação da Geórgia Oriental, a Geórgia Ocidental, com o reino de Imerícia, foi anexada pelo czar Alexandre I. O último rei imerécio, Salomão II, morreu no exílio em 1815. A partir de 1803-1878, como resultado de inúmeras guerras russas – dessa vez contra a Turquia otomana – vários dos territórios anteriormente perdidos da Geórgia – como Ajária – foram recuperados, e também incorporados ao império. O principado de Guria foi abolido e incorporada ao Império em 1828, e o de Mingrélia em 1857. A região de Suanécia foi gradualmente anexada entre 1857 e 1859.[61]

Declaração de independência e incorporação à União Soviética

Declaração de independência pelo parlamento georgiano de 1918

Após a Revolução Russa de 1917, a Geórgia declarou sua independência em 26 de maio de 1918, no meio da Guerra Civil Russa. O Partido Social-Democrata, de caráter menchevique, venceu as eleições parlamentares. Seu líder, Noi Jordania, tornou-se primeiro-ministro.[62] Apesar da aquisição Soviética, Noi Jordania foi reconhecido como o legítimo chefe do governo da Geórgia pela França, Reino Unido, Bélgica e Polônia durante os anos 1930.[63]

Ainda em 1918, eclodiu a Guerra Georgiano-Armênia, em partes das províncias georgianas povoadas principalmente por armênios. A guerra findou por causa da intervenção britânica. Entre 1918 e 1919, o general georgiano Giorgi Mazniashvili liderou um ataque contra o Exército Branco liderado por Moiseev e Denikin, a fim de reivindicar a costa do Mar Negro de Tuapse para Sochi e Adler, com a intenção de anexar a região aos limites da independência da Geórgia.[64] A independência do país não durou muito tempo, e a Geórgia passou a vigorar sob proteção britânica até 1920.[64]

O armênio Anastas Mikoyan e os georgianos Joseph Stalin e Sergo Ordzhonikidze em Tiblíssi em 1925

Em fevereiro de 1921, a Geórgia foi atacada pelo Exército Vermelho. O exército georgiano foi derrotado e o governo social-democrata fugiu do país. Em 25 de fevereiro de 1921, o Exército Vermelho entrou em Tiblíssi e instalou um governo comunista leal a Moscou, liderado pelo georgiano bolchevique Filipp Makharadze.[65] No entanto, restava uma oposição significativa para os bolcheviques, e isso culminou na Revolta de Agosto de 1924. O regime soviético foi firmemente estabelecido somente após esta revolta ser reprimida.[66] Assim, a Geórgia foi incorporada na RSFS Transcaucasiana, que uniu Geórgia, Arménia e Azerbaijão. Mais tarde, em 1936, o RSFS foi desagregado em seus elementos componentes e a Geórgia tornou-se a República Socialista Soviética da Geórgia.[67]

Josef Stalin, um georgiano étnico nascido Ioseb Besarionis Dze Jugashvili (em georgiano: იოსებ ბესარიონის ძე ჯუღაშვილი) em Gori, foi destaque entre os bolcheviques. Stalin estava a subir para a posição mais alta, dirigindo a União Soviética a partir de 3 de abril de 1922 até sua morte, em 5 de março de 1953.[68] De 1941 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, quase 700 000 georgianos lutaram no Exército Vermelho contra a Alemanha nazista. Havia também alguns que lutaram no lado alemão. Cerca de 350 mil georgianos morreram nos campos de batalha da Frente Oriental.[68]

Em 9 de abril de 1989, uma manifestação pacífica em Tiblíssi terminou com várias pessoas sendo mortas por tropas soviéticas.[69] Antes das eleições de outubro de 1990 para a Assembleia Nacional, o Umaghlesi Sabcho (Conselho Supremo) - as primeiras eleições na URSS realizadas em uma base formal multipartidária – o cenário político foi remodelado novamente. Enquanto os grupos mais radicais boicotaram as eleições e convocaram um fórum alternativo (o Congresso Nacional) com suposto apoio de Moscou,[61] outra parte da oposição anticomunista uniu-se em torno dos antigos dissidentes, como Merab Kostava e Zviad Gamsakhurdia. Este último ganhou as eleições por uma margem clara, com 155 dos 250 assentos parlamentares, enquanto o Partido Comunista (PC) recebeu apenas 64 assentos. Todas as outras partes não conseguiram superar o limiar de 5 por cento e foram assim distribuídas unicamente alguns lugares do círculo eleitoral uninominais.[61]

Restauração da independência

Em 9 de abril de 1991, pouco antes do colapso da União Soviética, a Geórgia declarou sua independência. A iniciativa foi feita depois de um referendo realizado em 31 de março de 1991, sendo protagonizada pelo Conselho Supremo da Geórgia. Em 26 de maio de 1991, Zviad Gamsakhurdia foi eleito o primeiro presidente da Geórgia independente, com propostas de cunho nacionalista e prometendo fazer valer a autoridade de Tiblíssi sobre regiões como a Abecásia e Ossétia do Sul, que tinham sido classificadas como oblasts autônomos sob a União Soviética.[69] Ele logo foi deposto em um sangrento golpe de Estado, a partir de 22 de dezembro de 1991 a 6 de janeiro de 1992. O golpe foi instigado por parte dos guardas nacionais e uma organização paramilitar chamada "Mkhedrioni" ("cavaleiros"). O país tornou-se envolvido em uma amarga guerra civil, que durou até cerca de 1995. Eduard Shevardnadze, Ministro dos Negócios Estrangeiros Soviéticos entre 1985-1991, voltou à Geórgia em 1992 e juntou-se aos líderes do golpe - Tengiz Kitovani e Jaba Ioseliani - um triunvirato que ficou conhecido como "O Conselho de Estado".[69]

Guerra Civil na Geórgia, em 1993

Disputas dentro de duas regiões da Geórgia, Abecásia e Ossétia do Sul, entre os separatistas locais e as populações de maioria georgiana, acabaram em violência e guerras inter-étnicas generalizadas.[70] Apoiada pela Rússia, a Abecásia e a Ossétia do Sul alcançaram de facto a independência, com a Geórgia mantendo o controle apenas em pequenas áreas dos territórios disputados. Em 1995, Shevardnadze foi oficialmente eleito como presidente da Geórgia.[69]

Cerca de 230 000 a 250 000 georgianos foram massacrados ou expulsos da Abecásia por separatistas e voluntários do Norte do Cáucaso (incluindo chechenos), entre 1992 e 1993. Cerca de 23 mil georgianos fugiram da Ossétia do Sul, bem como muitas famílias da Ossétia foram forçadas a abandonar suas casas na região de Borjomi e seguirem rumo à Rússia.[71][72]

A Revolução Rosa, em 2003

Shevardnadze foi reeleito em 2000. Entretanto, em 2003, foi deposto pela Revolução Rosa, depois da oposição georgiana e monitores internacionais afirmarem que houve fraude nas eleições legislativas de 2 de novembro.[69] A revolução foi liderada por Mikheil Saakashvili, Zurab Zhvania e Nino Burjanadze, ex-membros e líderes do partido no poder de Shevardnadze. Mikhail Saakashvili foi eleito presidente da Geórgia em 2004.[69]

Após a Revolução Rosa, uma série de reformas foram lançadas para reforçar as capacidades militares e econômicas do país. Os esforços do novo governo para reafirmar a autoridade da Geórgia na República Autônoma de Ajária, no sudoeste do país, levou a uma grande crise no início de 2004. O sucesso na iniciativa do governo, em Ajária, encorajou Saakashvili a intensificar seus esforços na região separatista da Ossétia do Sul, mas sem sucesso.[69]

Esses eventos, juntamente com acusações de envolvimento georgiano na segunda guerra chechena,[73] resultaram em uma grave deterioração de relações com a Rússia, alimentada também pela assistência aberta da Rússia e apoio para as duas áreas separatistas, Abecásia e Ossétia do Sul. Apesar destas relações cada vez mais difíceis, em maio de 2005 a Geórgia e a Rússia chegaram a um acordo bilateral, através do qual bases militares russas (que datavam da era soviética) em Batumi e Akhalkalaki foram retiradas.[74] A Rússia retirou todo o pessoal e equipamentos destes locais, finalizando o processo em dezembro de 2007.[75] No entanto, a base militar russa em Gudauta, na Abecásia, não foi retirada, ocorrendo a desocupação apenas após a adoção e homologação do Tratado Adaptado das Forças Armadas Convencionais na Europa, durante a Cimeira de Istambul de 1999.[76]

Guerra Russo-Georgiana

As tensões entre a Geórgia e a Rússia se intensificaram em abril de 2008.[77][78][79][80][81] Os separatistas da Ossétia do Sul cometeram o primeiro ato de violência, ao explodirem um veículo militar georgiano em 1 de agosto de 2008. A explosão feriu cinco soldados de paz da Geórgia. Em resposta, snipers georgianos agrediram os milicianos da Ossétia do Sul durante a noite.[82][83] Os separatistas ossetas passaram a bombardear aldeias georgianas em meados de agosto, com uma resposta esporádica das forças de paz da Geórgia e outras tropas na região.[79][83][84] Incidentes graves ocorreram na semana seguinte após os ataques da Ossétia contra aldeias georgianas e posições na Ossétia do Sul.[85][86]

Tskhinvali, 18 de agosto de 2008

Em 7 de agosto de 2008, o então presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili anunciou um cessar-fogo unilateral por parte da Geórgia.[87] No entanto, os separatistas da Ossétia intensificaram seus ataques contra aldeias georgianas situadas na zona de conflito da Ossétia do Sul. Tropas georgianas abriram fogo e avançaram em direção à capital da auto-proclamada República da Ossétia do Sul, Tskhinvali, durante o período noturno de 8 de agosto.[88][89] Com a notável situação e o aumento da instabilidade entre Geórgia e Ossétia do Sul, a Rússia invadiu a região osseta, ocupando-a com tropas militares.[90] De acordo com a inteligência da Geórgia e vários relatos da mídia russa, o Exército russo já havia se mudado para o território da Ossétia do Sul através do túnel de Roki, antes da operação militar georgiana.[91][92]

Militares russos na Ossétia do Sul durante a guerra da Geórgia contra a Rússia

O centro de Tskhinvali foi ocupado por 1 500 homens das forças terrestres da Geórgia na manhã do dia 8 de agosto de 2008.[93] Em entrevista ao Kommersant, jornal russo, um diplomata georgiano afirmou que "assumir o controle de Tskhinvali era uma demonstração de que a Geórgia não toleraria a matança de seus cidadãos".[94] A Rússia passou a acusar a Geórgia de "agressão contra a Ossétia do Sul", iniciando uma invasão em larga escala da Geórgia sob a alegação de operação de paz.[85] Militares russos recuperaram o controle de Tskhinvali em cinco dias, expulsando as tropas da Geórgia e lançando ataques aéreos contra a infraestrutura militar do país.[95] As forças da Abecásia abriram uma segunda frente de ataque, no que ficou conhecido como Batalha do vale Kodori,[96] enquanto a Rússia ocupava as cidades georgianas de Zugdidi, Senaki, Poti e Gori (a última após a negociação do cessar-fogo). A costa da Geórgia também foi bloqueada pela Frota do Mar Negro.[85][97][98][99] Durante e depois da guerra, as forças da Ossétia do Sul e da milícia irregular realizaram uma campanha de limpeza étnica contra os georgianos na Ossétia do Sul, com aldeias georgianas em torno de Tskhinvali sendo destruídas.[100][101] A guerra deslocou cerca de 192 000 pessoas.[102][103][104][105]

Um acordo de cessar-fogo entre a Geórgia, Rússia, Ossétia do Sul e Abecásia foi negociado em 12 de agosto de 2008, tendo a França como mediadora.[106][107] Em 17 de agosto, os russos retiraram suas tropas da Geórgia e, em 8 de outubro, deixaram as zonas-tampão adjacentes à Abecásia e Ossétia do Sul, com o controle sobre estas transferido para a Missão de Observação da União Europeia na Geórgia.[108][109]

A Rússia reconheceu a Abecásia e a Ossétia do Sul como repúblicas independentes em 26 de agosto de 2008.[110] Em resposta à ação da Rússia, o governo georgiano rompeu as relações diplomáticas com o país.[111] Desde a guerra, a Geórgia mantém sua posição de que a Abecásia e a Ossétia do Sul são territórios georgianos ocupados pela Rússia.[112][113][114][115][116]

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Geórgia
Suanécia, uma região histórica no noroeste da Geórgia

A Geórgia está situada no Sul do Cáucaso,[117][118] entre as latitudes 41° e 44° N e longitudes 40° e 47° E, ocupando uma área de 69 700 km². É um país muito montanhoso, sendo que a faixa Likhi divide o país em duas metades orientais e ocidentais.[119] Historicamente, a porção ocidental da Geórgia era conhecida como Cólquida, enquanto o planalto oriental foi chamado Ibéria. Por causa de uma configuração geográfica complexa, montanhas também isolam a região norte do Suanécia do restante da nação.[119]

A maior cordilheira do Cáucaso forma a fronteira norte da Geórgia[119] As principais estradas que atravessam a cordilheira adentram no território russo através do túnel Roki, entre a Ibéria Interior, a Ossétia do Norte e o Darial Gorge (na região georgiana da Khevi). O túnel Roki é a única rota direta através das montanhas do Cáucaso. A parte sul do país é delimitada pelas montanhas do Cáucaso Menor.[119] O Grande Cáucaso é muito maior na elevação do que as montanhas do Cáucaso Menores, com os picos mais altos subindo mais de 5 000 metros acima do nível do mar.[119]

O ponto mais alto da Geórgia é a montanha Chkhara, na fronteira com a Rússia, com 5 201 metros de altitude, sendo também o terceiro maior ponto culminante da Europa. O segundo ponto mais alto é o Monte Janga (Dzhangi-Tau), com 5 059 metros acima do nível do mar. Outros picos proeminentes incluem o Monte Kazbek (5 047 metros),[120] Shota Rustaveli (4 860 metros), Tetnuldi (4 858 metros) e Monte Ushba e Ailama, com 4 700 metros e 4 547 metros, respectivamente.[119] Fora dos picos acima mencionados, apenas Kazbek é de origem vulcânica. A região entre Kazbek e Shkhara (uma distância de cerca de 200 quilômetros ao longo do Cáucaso principal Range) é dominado por numerosas regiões glaciares. Das 2 100 geleiras que existem no Cáucaso, hoje, cerca de 30% estão localizados no interior da Geórgia.[121]

O termo "montanhas menores do Cáucaso" é frequentemente usado para descrever as áreas montanhosas da Geórgia, que estão ligadas à Cordilheira do Cáucaso pelo Likhi.[119] A área pode ser dividida em duas sub-regiões distintas; montanhas do Cáucaso Lesser, que correm paralelas à Gama, e a região vulcânica do sudeste, que fica imediatamente ao sul das montanhas do Cáucaso menores.[119]

A região global pode ser caracterizada como sendo composta por várias montanhas (em grande parte de origem vulcânica) e planaltos que não excedem os 3 400 metros de altitude. Entre as características proeminentes da área incluem o planalto de origem vulcânica Javaquécia, lagos, rios e fontes termais. Dois grandes rios na Geórgia são o Rioni e o Cura (também chamado de Mtkvari). A Georgia também possui áreas geológicas jovens e instáveis, ​​com alta atividade sísmica, e experimentou alguns terremotos significativos ao longo de sua história.[119]

Relevo

Vista de satélite da Geórgia

A paisagem dentro do país é bastante variada. Na parte ocidental, predominam áreas de planícies, na qual se incluem pântanos e florestas. A parte oriental do país contém um pequeno segmento de planícies semi-áridas. As florestas cobrem cerca de 40% do território da Geórgia, enquanto zonas temperadas são responsáveis por cerca de 10% da área geográfica.[122][123][124]

Grande parte do habitat natural nas áreas de baixa altitude do oeste da Geórgia desapareceu durante os últimos 100 anos, devido principalmente ao desenvolvimento agrícola das terras e urbanização. A grande maioria das florestas que cobriam a planície Cólquida estão agora praticamente inexistentes, com exceção das regiões que estão incluídas nos parques nacionais e reservas. Atualmente, a cobertura florestal permanece fora das áreas baixas e está localizada principalmente ao longo dos montes e montanhas. Florestas do oeste da Geórgia consistem principalmente de árvores de folha caduca abaixo de 600 metros acima do nível do mar.[125]

Algumas áreas da Faixa da Mesquécia, em Ajária, bem como vários locais em Mingrélia e da Abecásia são cobertas por florestas temperadas, com árvores entre 600 e 1 000 metros acima do nível do mar. Geleiras e zonas glaciares encontram-se acima de 3 000 metros.[126]

Clima

Batumi, uma cidade costeira do Mar Negro, e Ajária, uma região histórica no sudoeste da Geórgia

O clima da Geórgia é diversificado, mesmo considerando que o país possui um tamanho pouco significativo. As montanhas do Cáucaso tem grande importância, moderando o clima georgiano e protegendo o país da penetração de correntes de ar gélidas provenientes do extremo setentrional. Os pequenos montes do Cáucaso protegem parcialmente a região da influência de massas de ar quentes e secas oriundas do Mar Negro. A parte oeste do território georgiano possui clima subtropical úmido e marítimo, enquanto a parte oriental varia de moderado úmido para um tipo subtropical seco.[127]

Grande parte do setor oeste da Geórgia se apresenta como uma zona úmida subtropical com precipitação que variam entre 1 000 e 4 000 milímetros. As precipitações tendem a estar uniformemente distribuídas ao longo do ano, apesar de que a chuva pode ser particularmente forte durante os meses de outono. O clima da região varia significativamente com a altitude e por isso a maioria das terras baixas cartevélicas do leste da Geórgia são relativamente quentes através do ano. A pré-cordilheira e as áreas montanhosas têm verões úmidos e frescos e invernos com nevadas: a neve acumulada com frequência supera os dois metros em muitas regiões. Ajária é a região mais úmida das regiões do Cáucaso.[128]

O leste da Geórgia tem um clima de transição entre o úmido subtropical e o continental. Ambos são influenciados pelas massas de ar seco provenientes da Ásia Central e do Cáspio pelo leste e das massas de ar úmidas do Mar Negro pelo oeste. A penetração de massas de ar úmida pelo Mar Negro é frequentemente impedida pelas montanhas (Likhi e Mesquécia), que dividem o país em metades ocidentais e orientais. A precipitação anual é consideravelmente menor em comparação com a do oeste da Geórgia, e nesse sentido o leste do país apresenta verões quentes e invernos relativamente frios. Assim como nas zonas ocidentais da nação, a altitude possui papel importante na zona oriental, e as condições climáticas acima dos 1 500 msnm são consideravelmente mais frescas, e também mais frias, que as presentes nas terras mais baixas. As regiões que estão localizadas acima dos 2 000 msnm frequentemente sofrem geadas inclusive durante os meses de verão.[128]

Flora e fauna

Devido à sua alta diversidade de paisagem e de baixa latitude, a Geórgia é o lar de cerca de 1 000 espécies de vertebrados, (330 pássaros, 160 peixes, 48 répteis e 11 anfíbios). Uma série de grandes carnívoros vivem nas florestas, nomeadamente ursos, lobos, linces e leopardos. O faisão-comum (também conhecido como o faisão colco) é uma ave endémica da Geórgia que tem sido amplamente introduzida em todo o resto do mundo como uma importante ave de caça. O número de espécies de invertebrados é considerado muito elevado, mas os dados são distribuídos através de um elevado número de publicações. A lista de verificação de aranhas na Geórgia, por exemplo, inclui 501 espécies.[129]

O país tem cerca de 4 100 espécies de plantas. Destas, cerca de 1 000 espécies são endêmicas e 1 000 estão localizadas no Cáucaso. De acordo com uma pesquisa do World Wide Fund for Nature (WWF) – Fundo Mundial para a Natureza, traduzido literalmente - existem cerca de 400 espécies arbóreas e arbustivas na Geórgia, das quais 61 são endêmicas. Outras cerca de 60 espécies estão ameaçadas em nível global e foram incluídas na Rote Liste (lista vermelha).[129] 25% do território da Geórgia é designado como parques nacionais protegidos, e 40% do território nacional está coberto por florestas.[130]

Pouco mais de 6 500 espécies de fungos, incluindo espécies de formação de líquen, foram registrados na Geórgia,[131][132] No entanto, o verdadeiro número total de espécies de fungos existentes na Geórgia, incluindo espécies ainda não registradas, é provável que seja muito maior, dada a estimativa geralmente aceita de que apenas cerca de 7% de todos os fungos em todo o mundo até agora têm sido descobertos.[130] Embora a quantidade de informação disponível ainda é muito pequena, um primeiro esforço foi feito para estimar o número de espécies de fungos endêmicos na Geórgia e 2 595 espécies foram identificadas como possíveis endemias do país.[133] 1 729 espécies de plantas foram registradas a partir da associação com fungos.[132]

Demografia

Ver artigo principal: Demografia da Geórgia
Cultivadores de chá de Chakva

Como a maioria dos povos nativos do Cáucaso, os georgianos não se encaixam em nenhuma das principais categorias étnicas da Europa ou da Ásia. O idioma georgiano, a mais difundida das línguas cartevélicas, não é nem indo-europeia, nem turcomana ou semítica. A nação georgiana dos dias atuais é pensada como um resultado da fusão de habitantes indígenas, autóctones com imigrantes que se mudaram para o Sul do Cáucaso na direção de Anatólia, ainda na Antiguidade.[134][135]

Em 2022, a população da Geórgia era de 3,6 milhões de habitantes, de acordo com estimativas do Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia (GEOSTAT).[2][136][nota 1] Georgianos formam cerca de 84% da população atual do país, enquanto outros grupos étnicos incluem abecásios, ossetas, armênios, azeris, gregos pônticos, judeus e russos. Os judeus georgianos são uma das mais antigas comunidades judaicas no mundo.[137] Nos últimos anos, tem havido um declínio no crescimento populacional do país, em parte pela baixa taxa de natalidade registrada entre os georgianos e pela instabilidade na esperança de vida ao nascer. Comparando-se a população, em 2007 havia 4,394 milhões de habitantes no território, saltando para 4,497 milhões em 2012. Esse número diminuiu para 3,713 milhões em 2015 e 3,720 milhões em 2016.[136][138]

No início de 1990, após a dissolução da União Soviética, violentos conflitos separatistas eclodiram nas regiões autônomas da Abecásia e Ossétia do Sul. Muitos ossetas que viviam na Geórgia deixaram o país, imigrando principalmente para a Ossétia do Norte, na Rússia.[139] Por outro lado, mais de 150 000 georgianos deixaram a Abecásia após a eclosão das hostilidades em 1993.[140] Dos turcos mesquécios que foram forçosamente realocados em 1944, apenas uma pequena parte voltou a viver na Geórgia pós-independência, embora o governo do país tenha aprovado um plano de repatriação dos membros desta etnia.[141][142]

O censo de 1989 registrou 341 000 étnicos russos - o que representava 6,3% da população - 52 000 ucranianos e 100 000 gregos no país.[143] Desde 1990, 1,5 milhão de cidadãos da Geórgia deixaram o país.[143] Pelo menos 1 milhão de imigrantes georgianos vivem legalmente ou ilegalmente na Rússia.[144] A taxa de migração líquida da Geórgia é negativa (-4,54), excluindo cidadãos georgianos que vivem no exterior. No entanto, a Geórgia foi habitada por imigrantes de todo o mundo ao longo de sua independência. De acordo com estatísticas de 2006, a maior parte dos imigrantes que vivem no país são oriundos da Turquia e China.[143]


Religiões

Da esquerda para a direita: Catedral de São Pedro e São Paulo (Catolicismo), Sinagoga de Tiblíssi (Judaísmo), Mesquita de Tiblíssi (Islamismo). Central: a Catedral Sioni de Tiblíssi (Igreja Ortodoxa Oriental)

A grande maioria da população georgiana (83,9%) pratica o cristianismo ortodoxo, conforme dados do Escritório Nacional de Estatísticas da Geórgia.[145] A Igreja Ortodoxa da Geórgia é uma das mais antigas igrejas cristãs no mundo,[146][147] e afirma sua fundação apostólica em Santo André.[148] Na primeira metade do século IV, o cristianismo foi adotado como religião do Estado da Ibéria (atual Geórgia Oriental), seguindo o trabalho missionário de Nino da Geórgia.[149][150] a Igreja ganhou autocefalia durante o início da Idade Média, a qual foi abolida durante o domínio russo do país e restaurada em 1917, com total reconhecimento pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla em 1990.[150]

O estatuto especial da Igreja Ortodoxa da Geórgia é oficialmente reconhecido na Constituição do país e na Concordata de 2002, embora as instituições religiosas estejam separadas do Estado. A Geórgia permite a liberdade religiosa para todos os seus cidadãos.[151]

As minorias religiosas incluem cristãos da Igreja Apostólica Armênia (3,9%), muçulmanos (9,9%), e os católicos romanos (0,8%).[152] O Islã é representado tanto pelos azeris xiitas muçulmanos (no sudeste) quanto pelos sunitas muçulmanos em Ajária e Laz. Os sunitas, por sua vez, estão divididos entre estes já citados (Ajária e Laz), bem como sunitas turcos mesquécios, ao longo da fronteira com a Turquia. Há também pequenas comunidades de muçulmanos gregos (de origem grega pôntico) e armênios muçulmanos, ambos os quais são descendentes de convertidos ao Islã da Anatólia Oriental, que se instalaram na Geórgia na sequência da campanha Europeia de Lala Mustafa Pasha - que levou à conquista Otomana do país em 1578. Judeus na Geórgia tem a história da sua comunidade voltada ao século VI a.C.; seus números têm diminuído nas últimas décadas devido aos altos níveis de imigração para Israel.[153]

Apesar da longa história de harmonia religiosa na Geórgia,[154] têm havido casos de discriminação religiosa e violência contra as "religiões não tradicionais", tais como as Testemunhas de Jeová, por seguidores do destituído sacerdote ortodoxo Basil Mkalavishvili.[155] Para além das organizações religiosas tradicionais, a Georgia mantém segmentos seculares e não religiosos da sociedade, bem como uma parte significativa de associações religiosas que não praticam ativamente sua fé.[151]

Grupos etno-linguísticos da região do Cáucaso.[156]

Idiomas

A língua oficial da Geórgia é o georgiano, usado nos assuntos do governo, comércio e educação e falado por cerca de 71% da população.[157] Outros idiomas são reconhecidos co-oficialmente em regiões autônomas, como o abecásio, que é a língua oficial da Região Autônoma da Abecásia, e a língua osseta, oficial na Ossétia do Sul.[158]

O georgiano é escrito em seu próprio alfabeto, possui 33 letras e não está relacionado com nenhuma outra língua principal na área das proximidades. Ele forma com alguns parentes próximos, o grupo linguístico das cartevélicas. O Georgiano foi reconhecido como língua oficial do país em 1918, e durante o período de ocupação soviética, serviu como um importante apoiador da identidade nacional da Geórgia. O governo soviético tentou, em 1978, alterar o status da língua oficial na Geórgia, declarando que o russo deveria ser adotado como idioma oficial ao lado do georgiano em toda a região do sul do Cáucaso, sob governo de Moscou.[159] Entretanto, devido a várias manifestações civis na Geórgia, os interesses soviéticos cessaram, e o georgiano permaneceu como idioma principal. Ainda assim, durante o período soviético, a língua russa desempenhou um papel significativo na região, particularmente na administração desta.[160]

As línguas mais difundidas fazem parte do grupo das cartevélicas, sendo as principais o georgiano, suano, mingrélio e laz.[161] Outras línguas minoritárias também são faladas, como o russo, armênio, azeri e outras línguas.[162] A língua georgiana é escrita em três sistemas: Assomtavruli, Nuskhuri (ambos hoje apenas utilizados pela Igreja Ortodoxa Georgiana) e Mkhedruli (actualmente o alfabeto padrão da língua georgiana e das línguas cartevélicas). De acordo com relatos tradicionais, os três sistemas foram inventados pelo rei Farnabazo I no século III a.C.[163]

Governo e Política

Ver artigo principal: Política da Geórgia

A Geórgia é uma república semipresidencial representativa democrática, com o presidente como o chefe de Estado e o primeiro-ministro como chefe de governo. O ramo executivo do poder é composto pelo Presidente e pelo Gabinete da Geórgia. O Gabinete é composto por ministros, liderados pelo primeiro-ministro, e nomeados pelo Presidente. Notavelmente, os ministros da Defesa e do Interior não são membros do Gabinete e são subordinados diretamente ao presidente da Geórgia. Salome Zourabichvili é a atual presidente do país, estando na função desde 2018. Irakli Garibashvili é o primeiro-ministro da Geórgia, desde 2021.[164][165][166][167][168][169]

Edifício do Parlamento da Geórgia em Cutaisi

O Poder Legislativo é exercido pelo Parlamento da Geórgia. O Parlamento é unicameral e tem 150 membros, conhecidos como deputados, dos quais 75 são eleitos por maioria simples para representar distritos uninominais, e 75 são escolhidos para representar as partes por representação proporcional. Os membros do parlamento são eleitos para mandatos de quatro anos. Cinco partidos e blocos eleitorais tinham representantes eleitos para o parlamento nas eleições de 2008: o Movimento Nacional Unido, a Oposição Conjunta, os democratas-cristãos, o Partido Trabalhista e o Partido Republicano da Geórgia. Em 26 de maio de 2012, foi inaugurado um novo edifício do Parlamento na cidade ocidental de Cutaisi, em um esforço para descentralizar o poder e obter algum controle político mais perto da Abecásia.[170]

Embora o país tenha experimentado um progresso considerável desde a Revolução Rosa, o país ainda não é considerado uma sociedade de pleno direito cristalizado.[171] O sistema político permanece num processo de transição, com ajustes frequentes para o equilíbrio de poder entre o Presidente e o Parlamento, e as propostas da oposição que variam entre transformar o país em uma república parlamentar ou restabelecer a monarquia.[172] Os observadores analisam o déficit de confiança nas relações entre o Governo e a oposição.[173] Não existe consenso sobre o grau de liberdade política na Geórgia. A Freedom House classifica a Geórgia como um país parcialmente livre.[171][174]

O Parlamento aprovou um novo código eleitoral em 27 de dezembro de 2011, que passou a vigorar nas eleições legislativas seguintes, em 2012. O novo código incorporou muitas recomendações de organizações não governamentais (ONG) e da Comissão de Veneza. No entanto, o novo código não foi considerado pela Comissão de Veneza como uma diretriz eficiente no reforço da igualdade do voto, através da reconstituição de distritos eleitorais. Em 28 de dezembro, o Parlamento alterou a Lei sobre Uniões Políticas para regular a campanha e financiamento dos partidos políticos. Observadores locais e internacionais levantaram preocupações sobre várias alterações, incluindo a imprecisão dos critérios de determinação da corrupção política que indivíduos e organizações estariam sujeitos à lei.[175] As últimas eleições legislativas, em outubro de 2012, resultaram na vitória da oposição.[176]

Política externa

Relações internacionais da Geórgia:
  Relações diplomáticas estabilizadas
  Não há relações diplomáticas estabilizadas
  Relações diplomáticas rompidas ou encerradas

Com exceção da Rússia,[177] a Geórgia mantém boas relações com os seus vizinhos diretos (Arménia, Azerbaijão e Turquia) e é membro das Nações Unidas, do Conselho da Europa, da Organização Mundial do Comércio, da Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, da Comunidade de Escolha Democrática e do Eurocontrol.[178][179][180][181] O país também mantém relações políticas, econômicas e militares com o Japão, Uruguai,[182] Coreia do Sul,[183] Israel,[184] Sri Lanka, Ucrânia e muitos outros países.[185][186] As relações diplomáticas entre o país e a Rússia estão rompidas desde 2008, devido à controvérsia sobre espionagem russa e a Guerra da Ossétia do Sul, que levou a Geórgia também a deixar a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).[177] O país é um observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).[187][188]

Alemanha e Turquia foram os primeiros países a iniciar relações diplomáticas com o governo georgiano, no início de 1992, pouco após sua independência. Na África, foi com o Egito que o país estabeleceu sua primeira relação diplomática no continente, em 11 de maio do mesmo ano. Cuba foi o primeiro país americano a formalizar relações com a Geórgia, em abril do referido ano, sendo que entre os países sul-americanos foi a Argentina a primeira a estabelecer tais relações, em junho. Na Oceania essa ação deu-se primeiramente com a Nova Zelândia, em 16 de junho de 1992. Entre os países lusófonos, as relações diplomáticas entre a Geórgia e Portugal deram início em 23 de junho de 1992 e, com o Brasil, em 28 de abril de 1993.[189] Além da Rússia, o país rompeu relações com a Venezuela e Nicarágua, pelo apoio dado por estes à declaração de independência da Abecásia e Ossétia do Sul. Na era atual, a Geórgia mantém relações e/ou representações em pelo menos 171 países (incluindo Cidade do Vaticano, Ordem de Malta e Palestina, que não são membros plenos da ONU) através de embaixadas e consulados.[189][190]

A crescente influência da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos - nomeadamente através de proposta do país em aderir à UE –, a permissão aos Estados Unidos de treinar e equipar um programa de assistência militar e a construção do Oleoduto Bacu-Tiblíssi-Ceyhan, fizeram com que as relações entre Tiblíssi e Moscou se tornassem tensas com frequência.[191] A decisão da Geórgia em impulsionar sua presença nas forças de coalizão no Iraque foi uma das primeiras iniciativas relevantes do país no cenário mundial desde sua independência, em 1991.[192]

A Georgia mantém sua proposta de se tornar um membro de pleno direito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em agosto de 2004, o Plano de Ação Individual de Parceria da Geórgia foi apresentado oficialmente à OTAN. Em 29 de outubro de 2004, o Conselho do Atlântico Norte da OTAN aprovou o Plano Individual (IPAP) da Geórgia, permitindo ao país avançar para a segunda fase da integração euro-atlântica. Em 2005, por decisão do Presidente da Geórgia, uma comissão nacional foi criada para implementar o Plano de Ação Individual de Parceria, que apresenta um grupo interdepartamental liderado pelo primeiro-ministro. A Comissão foi encarregada de coordenar e controlar a implementação do Plano de Ação de Parceria Individual.[193] Em 14 de Fevereiro de 2005, o acordo sobre a nomeação de Parceria para a Paz oficial de ligação (PPP) entre a Geórgia e a OTAN entrou em vigor, no qual atribuiu-se à Geórgia o status de "ligação para o sul do Cáucaso do Sul". Em 2 de março de 2005, o acordo foi assinado na prestação do apoio do país anfitrião para o trânsito de forças da OTAN e pessoal da OTAN. Em 2006, o Parlamento georgiano aprovou por unanimidade o projeto de lei que prevê a integração da Geórgia na OTAN. A maioria dos georgianos e políticos na Geórgia apoiam a adesão à OTAN.[194]

Forças armadas

Prédio de Ministério da Defesa das Forças Armadas da Geórgia

As Forças Armadas da Geórgia são organizadas em terra e ar, sendo conhecidas coletivamente como (GAF).[195] A missão e as funções do GAF são baseadas na Constituição da Geórgia, na Lei da Geórgia de Defesa e Estratégia Militar Nacional, e nos acordos internacionais dos quais a Geórgia é signatário. Eles são realizados sob a orientação e autoridade do Ministério da Defesa.[195]

A Geórgia contribuiu com o envio de 1 000 soldados à OTAN para a Força de Assistência de Segurança Internacional no Afeganistão, tornando-se o maior contribuinte de tropas per-capita para a missão.[196] Segundo dados publicados em 2015, 31 militares georgianos morreram no conflito – todos na região de Helmand – e 435 saíram feridos, incluindo 35 amputamentos.[197][198]

Símbolos nacionais

A bandeira nacional da Geórgia (tida como a "Bandeira das cinco cruzes") foi restituída para uso oficial em 2004, depois de um interregno de cerca de 500 anos. Previamente foi a bandeira do reino medieval georgiano. O Parlamento da República da Geórgia adotou a nova bandeira nacional em 14 de janeiro de 2004, sendo o primeiro símbolo da oposição ao presidente Shevardnadze (Movimento Nacional Democrático) liderado por Mikheil Saakashvili. A bandeira foi aceita por todos os cidadãos da Geórgia, quando este se tornou presidente. Foi hasteada pela primeira vez no Parlamento no mesmo dia, às 21h00 hora local.[199]

O decreto presidencial de 25 de janeiro de 2004, relativo à construção da bandeira nacional da Geórgia contém dois pontos principais:

  • De acordo com o segundo artigo, parágrafo 1º da Lei da Geórgia "na bandeira nacional da Geórgia," a bandeira nacional é uma retangular branco, com uma grande cruz vermelha, relacionadas com os quatro lados da bandeira. Nas quatro zonas formadas pela grande cruz, existem quatro estrelas transversais chamadas "bolnour-katskhouri", na cor vermelha;[199]
  • As cores da bandeira não podem ser alteradas.[199]

O brasão de armas da Geórgia foi adotado em 1 de outubro de 2004. É parcialmente baseado no brasão medieval da casa real dos Bagrationi da Geórgia. "Tavisupleba" (em georgiano თავისუფლება) é o hino nacional da Geórgia. O título significa "Liberdade". O novo hino georgiano foi adotado a 23 de abril de 2004.[199][200][201] Há dois leões rampantes como suportes. Eles seguram um escudo com a imagem de São Jorge, o santo padroeiro da Geórgia, matando o dragão. O escudo possui a coroa real da Geórgia em sua parte superior. O lema georgiano é Dzala Ertobashia, escrito em caracteres mkhedruli do alfabeto georgiano (ძალა ერთობაშია), que significa "Força da unidade".[201]

Aplicação da lei e direitos humanos

Na Geórgia, a aplicação da lei é conduzida e prevista pelo Ministério de Assuntos Internos da Geórgia. Nos últimos anos, o Departamento de Patrulha da Polícia, vinculado ao Ministério de Assuntos Internos da Geórgia, sofreu uma transformação significante, com a polícia tendo agora absorvido um grande número de funções anteriormente exercidas por agências governamentais independentes. Novas funções desempenhadas pela polícia incluem funções de segurança da fronteira e segurança patrimonial de edifícios públicos (esta última função é realizada pela chamada "polícia de segurança governamental"). A recolha de informações no interesse da segurança nacional é agora de competência do Serviço de Inteligência da Geórgia. Em números, existiam cerca de 30 000 policiais em todo o país em 2012.[202][203][204]

Policiais georgianos em Tiblíssi, em novembro de 2007

Os Direitos humanos são garantidos pela Constituição do país. Todavia, não há uma organização independente de direitos humanos ou comissão pública eleita pelo Parlamento da Geórgia para garantir se tais direitos são aplicados.[205] A Geórgia ratificou a Convenção-Quadro para a Protecção das Minorias Nacionais em 2005.[206] De acordo com a ONG "Tolerância", no seu relatório alternativo de 2008, menciona-se uma rápida diminuição do número de escolas e casos de nomeação de diretores para escolas com minorias azeris que não falam o idioma azeri.[207]

Entre os casos recentes de violação dos direitos humanos no país, discutidos em nível internacional, estão o suposto uso de força excessiva por parte do governo em 26 de maio de 2011, quando manifestantes liderados por Nino Burjanadze foram dispersados com balas de borracha e gás lacrimogêneo, depois que eles se recusaram a retirarem-se da Avenida Rustaveli para um desfile do dia da independência. A autorização da comemoração da data cívica na avenida estava expirada, e foi oferecido ao governo a escolha de um local alternativo.[208][209][210][211] Enquanto os ativistas de direitos humanos afirmaram que os protestos foram pacíficos, o governo apontou que muitos manifestantes estavam mascarados, armados e portando coquetéis molotov.[212][213]

Subdivisões

Mapa político da Geórgia, com todas as suas subdivisões

A Geórgia é dividida em nove regiões, uma municipalidade e duas repúblicas autônomas.[214] As regiões, por sua vez, são subdivididas em 69 distritos.[214]

O país contém duas regiões autônomas oficiais, os quais lançaram declaração de independência na década de 1990. Além disso, um outro território não oficialmente autônomo também declarou independência. Oficialmente autônoma dentro da Geórgia, mas seguindo como uma região de facto independente do governo central, a Abecásia declarou sua independência em 1999.[215][216] A Ossétia do Sul é oficialmente definida pela Geórgia como a região de Tskinvali, e o país vê esta região como "uma parte da Geórgia que mantém vínculos políticos com a Ossétia do Norte.[217] A Ossétia do Sul era um Oblast autônomo quando a Geórgia era parte da União Soviética, mas seu estatuto de autonomia foi revogado em 1990.[217] De facto separada desde a independência da Geórgia, as propostas foram feitas para dar autonomia à Ossétia do Sul novamente, mas em 2006 um referendo não reconhecido pelo governo de Tiblíssi resultou em um voto favorável para a independência.[217] Na Abecásia e na Ossétia do Sul, um grande número de pessoas utilizava passaportes russos, alguns concedidos pelas autoridades russas por conta da ligação histórica do país com as regiões.[218] Isso foi usado como justificativa para a invasão russa da Geórgia durante a guerra na Ossétia do Sul em 2008, após o qual a Rússia reconheceu a independência da região.[219] Ambas as repúblicas têm recebido reconhecimento internacional mínimo.[220]

A Ajária, sob o governo de Aslan Abashidze, manteve laços estreitos com a Rússia e permitiu a instalação e manutenção de uma base militar russa em Batumi. Após a eleição de Mikheil Saakashvili, em 2004, as tensões aumentaram entre Ajária e o governo georgiano, levando à manifestações em Ajária e a renúncia e fuga de Abashidze. A região mantém a autonomia, embora, em 2007, o Tribunal Constitucional da Geórgia foi transferido de Tiblíssi para Batumi e a base militar russa foi devolvida à Geórgia.[221]

Economia

Ver artigo principal: Economia da Geórgia
Principais produtos de exportação da Geórgia em 2019 (em inglês).

A história econômica georgiana demonstra que o país tem sido envolvido no comércio com muitas nações e impérios desde os tempos antigos, em grande parte devido a sua localização no Mar Negro e, mais tarde, na histórica Rota da Seda. Ouro, prata, cobre e ferro foram por muito tempo, explorados em minas nas montanhas do Cáucaso. O vinho georgiano é uma tradição muito antiga e um ramo fundamental da economia do país. O país tem consideráveis recursos ​​hidrelétricos.[222][223] Ao longo da história moderna da Geórgia, a agricultura e o turismo têm sido os principais setores econômicos, devido ao clima e topografia do país.[224]

Comboio de transporte de óleo em Batumi

Durante grande parte do século XX, a economia da Geórgia esteve dentro do modelo soviético de economia centralmente planejada. Desde a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, a Geórgia iniciou uma grande reforma estrutural destinada a transição para um mercado de livre economia. Tal como ocorreu com todos os outros Estados pós-soviéticos, a Geórgia enfrentou um colapso econômico grave após sua independência. A guerra civil e conflitos militares na Ossétia do Sul e na Abecásia agravaram a crise. A agricultura e a indústria de saída diminuíram no referido período. Em 1994, o produto interno bruto ficou reduzido a um quarto do que se apresentava em 1989.[225] A primeira ajuda financeira do Ocidente veio em 1995, quando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concederam à Geórgia um crédito de USD 206 milhões e a Alemanha concedeu DEM 50 milhões.[225]

A produção de vinho é um componente tradicional da economia georgiana. (Telavi, 2007)

Desde o início do século XXI, desenvolvimentos positivos visíveis foram observados na economia da Geórgia. Em 2007, a taxa real de crescimento do PIB atingiu 12%, tornando a Geórgia uma das mais rápidas economias em crescimento na Europa Oriental.[152] O Banco Mundial apelidou a Geórgia de "o reformador econômico número um no mundo", devido a melhora na classificação em termos de facilidade de fazer negócios. Em junho de 2015, a Geórgia ocupava a 24ª posição entre 189 países pesquisados em sua capacidade para fazer ou iniciar negócios, sendo que na categoria "registro de propriedade" a nação estava na 3ª colocação.[226] Apesar dos avanços econômicos, o país detém uma alta taxa de desemprego, registrada em 12,6% e tem renda média inferior em comparação com outros países, conforme dados do Banco Mundial.[227]

A proibição em 2006 das importações de vinho georgiano para a Rússia, um dos maiores parceiros comerciais da Geórgia, e a quebra de ligações financeiras com aquele país, foi descrito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um "choque externo".[228] Além disso, a Rússia aumentou o preço do gás nas exportações para a Geórgia, o que culminou no aumento na taxa de inflação do lar georgiano.[228] O Banco Nacional da Geórgia afirmou que a inflação foi desencadeada principalmente por razões externas, incluindo o embargo econômico da Rússia.[229] As autoridades da Geórgia esperam que o déficit em conta corrente devido ao embargo em 2007 seja financiado por "receitas cambiais mais elevadas geradas pelo grande influxo de investimento estrangeiro direto" e um aumento das receitas turísticas.[230] O país também tem mantido um crédito sólido em títulos no mercado internacional.[231] A Geórgia está cada vez mais integrada na rede de comércio global, com suas importações e exportações representando entre 10% e 18% do PIB, respectivamente.[152] As principais importações da Geórgia são o gás natural, petróleo e produtos derivados, máquinas e peças e os equipamentos de transporte.[152]

Áreas agrícolas adequadas representam 16% do território total do país.[232] Políticas ambientais e econômicas no país para o uso de fertilizantes são muito rígidas, como resultado da escassez crónica de fertilizantes e a queda da cultura do plantio direto. Em 2003, a área cultivada na Geórgia era o equivalente a 329 mil hectares.[233] A maior produção é composta de trigo, cevada, milho, feijão, tabaco, girassol, soja, batatas, produtos hortícolas, melões, plantas forrageiras, chá, uvas e frutas cítricas.[232]

Turismo

Ver artigo principal: Turismo na Geórgia

O turismo é uma parte cada vez mais significativa da economia georgiana. Cerca de um milhão de turistas movimentaram US$ 313 milhões de dólares no país em 2006.[234] De acordo com o governo, há 103 resorts em diferentes zonas climáticas no país. Atrações turísticas incluem mais de 2 000 fontes de água mineral e mais de 12 000 monumentos históricos e culturais, dos quais quatro são reconhecidos como Património Mundial pela UNESCO: a Catedral de Bagrati, em Cutaisi, o Mosteiro de Ghélati, monumentos históricos de Mtsqueta e o Suanécia superior.[234]

O Departamento de Turismo e Resorts, através do Gabinete da Geórgia, é responsável pela administração e gestão do setor turístico no país.[235] Até o final de 2015, o número anual de turistas na Geórgia atingiu 2 278 562 pessoas.[236]

Infraestrutura

Educação

Ver artigo principal: Educação na Geórgia
Escola pública em Tiblíssi

O sistema de ensino da Geórgia sofreu modernizações nos últimos anos, em especial, a partir de 2004.[237][238] A educação no país é obrigatória para todas as crianças com idades entre 6 e 14 anos.[239] O sistema escolar é dividido em três níveis: ensino primário (a partir dos seis anos de idade, na faixa etária 6-12 anos), ensino básico (três anos de formação; faixa etária de 12 a 15 anos de idade) e ensino secundário (três anos de formação; faixa etária de 15 a 18 anos de idade), ou, alternativamente, estudos vocacionais (dois anos).[239] Professores são identificados em três categorias: os não certificados (1), os certificados (2) e os que possuem pós-certificação (ou pós-graduação).[240] Os estudantes com um certificado do ensino secundário têm acesso ao ensino superior. Apenas os estudantes que passaram nos exames nacionais unificados podem se inscrever em uma instituição de ensino superior credenciada pelo Estado, com base na classificação das notas recebidas nos exames.[241][242]

A maioria das instituições educacionais de ensino superior oferecem três níveis de estudo: Um programa de bacharelado (três a quatro anos); Programa de mestrado (dois anos), e um Programa de Doutorado (três anos). Há também um programa de Certified Specialist, que representa um programa de educação de um único de nível superior com duração de três a seis anos.[243] Até o ano de 2008, cerca de 20 instituições de ensino superior estão credenciadas pelo Ministério da Educação e Ciência da Geórgia.[243] A taxa de escolarização primária bruta foi de 94% em 2006.[244]

A capital do país, Tiblíssi, tornou-se seu principal centro no sistema educacional, particularmente desde a criação da Primeira República da Geórgia, em 1918, permitindo nesta o estabelecimento de instituições educacionais modernas. Tiblíssi é o lar de várias grandes instituições de ensino superior na Geórgia, entre as quais a Universidade Médica Estatal, que foi fundada com o nome de Instituto Médico de Tiblíssi, em 1918, e a Universidade Estatal de Tiblíssi, que foi criada em 1918 e continua a ser a mais antiga universidade em toda a região do Cáucaso,[245] com mais de 35 000 estudantes e 5 000 professores e funcionários. Outras instituições de ensino superior prestigiadas no país são a Universidade Técnica da Geórgia, assim como a Universidade da Geórgia, Universidade do Cáucaso e Universidade Livre de Tiblíssi.[246]

Saúde

A saúde na Geórgia é administrada e regulamentada pelo Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais. O ministério possui várias divisões, sendo as mais importantes o Centro de Gestão de Saúde Nacional, os departamentos regionais de saúde e o Conselho Nacional de Saúde da Geórgia.[247] Até 1999, havia unicamente o Ministério da Saúde, que tratava de assuntos exclusivamente da área, mas naquele ano ocorreu a junção deste ministério com o Ministério da Previdência social para tornar-se o Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais.[248] Há um sistema de saúde universal que fornece cuidados de saúde a cerca de 90% da população, bem como um sistema de clínicas privadas e seguros privados. Ambos os sistemas de saúde, público e privado, operam no país de acordo com a regulamentação do Ministério do Trabalho, Saúde e Assuntos Sociais.[249]

A expectativa de vida média para os georgianos é de 74,2 anos, estando pouco abaixo da média europeia, que é de cerca de 75 anos. Curiosamente, a esperança média de vida na Rússia encontra-se drasticamente abaixo da Geórgia, em cerca de 66 anos. Comparando-se os sexos, a expectativa de vida no país para os homens é de 69,3 anos, enquanto para as mulheres aumenta-se para 79,0 anos.[250][251] A taxa de fecundidade total é de 1,4 filhos por mulher. Isto encontra-se extremamente abaixo do nível de fertilidade de substituição necessária para manter o tamanho atual população, que é de 2,1 filhos por mulher, nos dias atuais.[252] A taxa de mortalidade é de 9,8 por 1 000 nascidos vivos.[251] Existe grande discrepância entre as taxas de mortalidade de menores que vivem nas áreas rurais e urbanas, com quase o dobro de mortes por 1 000 nascidos vivos em áreas rurais do que nas zonas urbanas.[253] A taxa de mortalidade infantil em 2010 era de 15,7 por 1 000 nascidos vivos, e em 2005 foi de 17,3. Em 2050, é esperado que a taxa de mortalidade infantil caia para 5,6, e espera-se a taxa de mortalidade infantil entre crianças com até 5 anos de idade diminua para 6,2.[252]

As principais causas de morte em crianças menores de 5 anos são atribuídas à pneumonia, asfixia durante o parto e anomalias congênitas.[253] Na população adulta, as principais doenças que causam mortes são aquelas associadas ao aparelho circulatório, neoplasias, acidentes e lesões e doenças dos sistemas respiratório e digestivo. Doenças infecciosas ainda são a fonte de problemas de saúde significativas, especialmente a tuberculose.[254] Tal como no resto da antiga União Soviética, especialmente entre os homens, o tabaco é uma contribuição importante para a carga de doenças; mais de metade dos homens adultos são usuários de tabaco.[254] As taxas de imunização para crianças são surpreendentemente baixas e ficou entre 30-50% no início de 1990, aumentando para 70-90% no início de 2000.[248]

Transportes

Mapa com o sistema de transporte da Geórgia

O transporte hoje na Geórgia é fornecido por meio de transporte ferroviário, rodoviário, marítimo e aéreo. O comprimento total de rotas, excluindo os territórios sob ocupação, é de 19 060 quilômetros, além de 1 576 quilômetros de ferrovias. Posicionado no Cáucaso e na costa do Mar Negro, a Geórgia é um país-chave através do qual as importações de energia para a União Europeia, a partir do país vizinho Azerbaijão, passam. Tradicionalmente, o país foi localizado em uma importante rota de comércio norte-sul entre a Rússia Europeia, o Oriente e a Turquia.[255]

Nos últimos anos, a Geórgia tem investido gradativamente na modernização de suas redes de transportes. A construção de novas estradas tem sido priorizada e, como tal, grandes cidades como Tiblíssi tem visto a qualidade de suas estradas melhorarem drasticamente. Apesar disso, no entanto, a qualidade de rotas de transporte entre suas cidades continua em estado precário em algumas regiões, principalmente devido o fato de haver apenas uma autoestrada de grande nível, a Standard.[256]

Porto de Batumi, em Ajária. É o maior porto no Mar Negro

As ferrovias da Geórgia representam uma importante artéria de transporte para o Cáucaso, já que constituem a maior proporção das rotas que ligam os mares Negro e Cáspio permitindo, por sua vez, beneficiar-se nos últimos anos pelo aumento das exportações de energia do vizinho Azerbaijão à União Europeia, Ucrânia e Turquia.[257] Serviços de passageiros são operados pela Sakartvelos Rkinigza, a empresa estatal de ferrovias do país, enquanto operações de carga são realizadas por um amplo número de operadoras licenciadas. Desde 2004, a Sakartvelos Rkinigza foi submetida a um programa contínuo de renovação e reestruturação gerencial das frotas, que visa tornar o serviço prestado mais eficiente e confortável para os passageiros.[258] O desenvolvimento infraestrutural também tem sido uma prioridade nas políticas públicas de transporte do país e outros projetos incluem a construção da Ferrovia Kars-Tiblíssi-Bacu, que pretende ligar várias cidades do Cáucaso com a Turquia pela rede ferroviária, utilizando-se de bitola padrão.[259][260]

Transportes aéreos e marítimos estão a desenvolver-se na Geórgia, com o primeiro usado principalmente pelos passageiros e o segundo para transporte de mercadorias. Atualmente, há quatro aeroportos internacionais no país, tendo sido o Aeroporto Internacional de Tiblíssi o maior destes, com uma movimentação de 1 847 111 passageiros em 2015.[261] Outros aeroportos do país são, em grande parte, subdesenvolvidos ou com pouco tráfego.[262] Há uma série de portos ao longo da costa do Mar Negro da Geórgia, o maior e mais movimentado é o porto de Batumi; enquanto a cidade é em si um resort à beira-mar, o porto é um grande terminal de cargas no Cáucaso e é frequentemente utilizado pelo Azerbaijão como um ponto de trânsito para fazer entregas de energia para outras partes do continente europeu.[257]

Energia

O acesso à eletricidade é fornecido a 100% das residências da Geórgia, conforme dados da CIA em 2016. Em 2012, o país produziu 9,475 bilhões de kWh, ao mesmo tempo em que o consumo foi da ordem de 8,468 bilhões de kWh. No mesmo ano, a exportação de energia registrada foi de 528 milhões de kWh, enquanto importou 615 milhões de kWh. A capacidade de produção energética do país, bem como de instalação de geração, é considerada alta, sendo a segunda maior na região do Cáucaso (pouco atrás do Azerbaijão) e estando nos mesmos níveis dos países em desenvolvimento. Historicamente, a Rússia tem sido sua maior parceira no comércio de energia, apesar de as relações econômicas entre ambas encontrarem-se deterioradas.[263]

As usinas hidrelétricas produzem 60,8% da eletricidade na Geórgia, sendo a 35ª maior porcentagem entre as nações soberanas do mundo. 39,2% da energia produzida é originada de combustíveis fósseis. É ausente o registro de energia a partir de outras fontes renováveis, bem como não há usinas nucleares no país.[263]

Na atualidade, o setor de energia georgiano está totalmente privatizado. A única exceção é a central hidroelétrica de Inguri, operando em conjunto com a Abecásia - a barragem desta estação é na Geórgia e as unidades básicas se encontram em território controlado pela declarada República da Abecásia.[nota 2][264] Em dezembro de 2008 o Ministério de Energia e a empresa russa "Joint Stock Company Inter RAO UES" assinaram um memorando à gestão conjunta da hidrelétrica.[265]

Mídia e comunicações

A principal fonte de notícias é a televisão. A Geórgia possui uma estação de televisão estatal, Georgian Broadcasting (GPB), que opera dois canais. O país também tem atuação em alguns canais comerciais. O principal destes é o Rustavi2, que desempenhou um papel central na Revolução Rosa de 2003, sendo de propriedade majoritariamente do canal MZE.[266][267]

Os jornais também possuem uma colocação comunicativa muito significativa. Entre eles estão o Rezonansi, 24 Saati, Sakartvelos Respublika, Versia e Kvilis Palitra, além de alguns jornais ingleses. Estações de rádio importantes são, por sua vez, a emissora estatal da Geórgia, Radio Imedi, além do Fortuna FM. A Constituição da Geórgia garante a liberdade de expressão e pluralidade de ideias, bem como a liberdade de imprensa. O panorama da mídia tem sido politizado, e o apoio a criação de organizações independentes de mídia ainda é tido como um desafio.[268]

Em 2017, a organização Repórteres Sem Fronteiras, que analisa situações de liberdade de expressão nos países, classificou a Geórgia na 64ª posição quando se trata de liberdade de imprensa, de expressão e independência dos meios de comunicação.[269]

O ambiente de mídia da Geórgia é considerado como o mais livre e mais diversificado do Cáucaso do Sul, apesar da politização de longo prazo e polarização que afetam este setor[270] De acordo com o Relatório Mundial de Liberdade de Imprensa, a luta política pelo controle das emissoras estatais são uma das principais anomalias do setor de comunicações.[271]

A internet é livre do controle do governo. Restrições temporárias foram impostas durante a guerra russo-georgiana de 2008. A comunidade de blogs da Geórgia tem vindo a crescer (Caucasusreports.ge), juntamente com fóruns de internet (Forum.ge) e mídias sociais (Odnoklasniki.ru). Cerca de 49% dos georgianos tinham acesso à Internet em 2014.[270]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura da Geórgia

A cultura georgiana sofreu modificações ao longo de milhares de anos a partir de seus fundamentos nas civilizações ibérica e colca.[272] Já no início do século XI, o conjunto cultural georgiano gozava de uma época de renascença, conhecida como "Idade de Ouro da Geórgia", que exercia domínio na literatura, filosofia, arquitetura e nas ciências clássicas do período.[273] Foram fatores de influência para os costumes culturais arcaicos do país a Grécia clássica, o Império Romano, o Império Bizantino, os vários impérios iranianos (nomeadamente os impérios Aquemênidas, Parta, Sassânida, Safávidas e Qajar) e mais tarde, pelo Império Russo, notadamente a partir do século XIX.[274][275][276][277]

Torres svan, na Suanécia, parte da arquitetura georgiana

A língua e a literatura georgiana clássica do poeta Shota Rustaveli, foram revividas no século XIX após um longo período de turbulência, lançando as bases dos românticos e romancistas da era moderna, como Grigol Orbeliani, Nikoloz Baratashvili, Ilia Chavchavadze, Akaki Tsereteli e Vazha-Pshavela. Aspectos culturais da Geórgia incluem seu folclore, música tradicional, danças, teatro, cinema e arte. Entre os pintores notáveis do século XX incluem Niko Pirosmani, Lado Gudiashvili e Elene Akhvlediani; bailarinos notáveis incluem George Balanchine, Vakhtang Chabukiani e Nino Ananiashvili; poetas notáveis incluem Galaktion Tabidze, Lado Asatiani e Mukhran Machavariani e cineastas de destaque incluem Robert Sturua, Tengiz Abuladze, Giorgi Danelia e Otar Ioseliani.[163]

Literatura

A literatura da Geórgia é dividida em uma era analfabeta, uma literatura mais antiga feudal que vai do século V ao XI, uma literatura do alto feudalismo entre os séculos XI e XIII, uma literatura feudal que perdurou do final do século XVI a meados do XIX, uma literatura moderna desde meados do século XIX até o primeiro quarto do XX e uma literatura do presente.[278]

O mais antigo livro existente da literatura georgiana é O martírio da Santa Rainha Shushanik, uma hagiografia do século V. Sua descoberta chegou a literatura da Geórgia nos séculos XI e XII, período de reinado do rei David, o Restaurador. A figura mais conhecida da literatura do país vem a ser Shota Rustaveli, que escreveu O Cavaleiro na Pele de Pantera, um poema épico sobre cavalaria e nobreza, elevando-se acima da religião e nação, sendo considerado como a epopeia nacional da Geórgia. Na mesma época, os poemas líricos gregos passaram a ser traduzidos por Giorgi Aphonia.[278][279]

Escritores georgianos proeminentes do século XIX foram o poeta, dramaturgo e representantes do movimento nacional da Geórgia Ilia Chavchavadze, autor de obras como Tu, minha pátria, pelo que estás tão triste? (1872), O Mar de Basaleti (1883), A Mãe da Geórgia (1881), O Hermitão (1883) e Carta de um Viajante (1863), o dramaturgo popular Akaki Tsereteli e o filósofo e autor de novelas melodramáticas populares Aleksandre Qasbegi.[280]

Os escritores mais importantes do século XX foram Galaktion Tabidse, autor de obras como Meri, A Lua de Mtazminda, Eu e a Noite, Flores de Pêssego, Cavalos pardos e Pátria, Konstantine Gamsakhurdia, que escreveu Os risos de Dionísio (1925), Romance de Vida de Goethe (1934), O Roubo da Lua (1935), A Mão Direita do Grande Mestre (1939) e Flor de Uva (1956), Chabua Amirejibi, cuja obra de sua autoria mais conhecida foi Data Tutaschchia (1975) e Otar Chiladze, autor de Um Homem Seguiu Seu Campinho (1973). Entre 1915 e 1921, uma vanguarda influenciada pelo simbolismo se desenvolveu em torno de um grupo que ficou conhecido como Chifres Azuis (Tsisperi Kantsebi). No entanto, essa tendência foi suprimida e a maioria dos membros do grupo se voltou para um realismo patriótico. Muitos destes membros foram perseguidos na década de 1930, torturados até a morte, como Titian Tabidze (1893-1937) ou se suicidaram como Paolo Iashvili (1894-1937).[281]

Arquitetura e artes

A arquitetura georgiana tem sido influenciada por muitas civilizações. Existem vários estilos arquitetônicos diferentes vistos em castelos, torres, igrejas e outras fortificações. As fortificações de Suanécia, bem como a vila de Shatili, são alguns dos melhores exemplos da arquitetura medieval georgiana. Outro aspecto arquitetônico significativo é a Avenida Rustaveli, em Tiblíssi, no estilo Hausmann.[282]

A arte eclesiástica da Geórgia é um dos aspectos mais notáveis ​​da arquitetura cristã, que combina o estilo clássico com o estilo moderno, formando o que é conhecido como o estilo cross-dome georgiano. A arquitetura cross-dome desenvolveu-se na Geórgia durante o século IX; antes disso, a maioria das igrejas georgianas eram basílicas. Outros exemplos de arquitetura eclesiástica georgiana que são vistos fora do país são o Mosteiro Bachkovo, na Bulgária (construído em 1083 pelo comandante georgiano Grigorii Bakuriani), Mosteiro de Iviron, na Grécia (construído por georgianos no século X), e o Mosteiro da Cruz em Jerusalém (construída por georgianos no século IX).[283]

Música

Dança de música folk georgiana

A Geórgia tem uma rica e vibrante tradição musical, conhecida principalmente por seu desenvolvimento precoce de polifonia. A polifonia georgiana é baseada em três partes vocais, um sistema de sintonia única, baseada em quintas perfeitas, e uma estrutura harmónica rica em quintas paralelas e dissonâncias. Cada região na Geórgia tem a sua própria música tradicional, e o diálogo polifônico sobre um fundo baixo e solistas ostinato como no Oriente, harmonias improvisadas complexas no oeste, e os acordes que se deslocam sólidos em Suanécia.[284][285]

A canção folclórica georgiana "Chakrulo" (em georgiano: ჩაკრულო) foi escolhida como uma das 27 composições musicais incluídas em um registro dourado do explorador que foi enviado ao espaço em Voyager 2, em 20 de agosto de 1977. Além desta, o Coral Polifônico Georgiano' está incluso na lista do património imaterial da UNESCO.[286][287]

Uma ampla variedade de instrumentos musicais são conhecidos da Geórgia. Entre os instrumentos mais populares estão: soprado soinari, stviri (flauta), gudastviri (gaita de fole), Changi (harpa), chonguri (alaúde de quatro cordas), panduri (alaúde de três cordas), chuniri, conhecido também como chianuri e uma variedade de tambores. Instrumentos musicais georgianos são tradicionalmente ofuscado pelas ricas tradições vocais da Geórgia e, posteriormente, recebeu muito menos atenção de estudiosos ocidentais. Dimitri Arakishvili e Manana Shilakadze contribuíram para o estudo dos instrumento musical oriundos da Geórgia.[288]

Cinema

Selo georgiano emitido em 2018 em homenagem à Nato Vachnadze (1904-1954), importante atriz do cinema georgiano

Em 16 de novembro de 1896, o primeiro cinema foi inaugurado em Tiblíssi, e as primeiras produções cinematográficas são datadas de 1912. A indústria cinematográfica estava concentrada no Film Studios Gruzia. As películas georgianas que mais se destacaram foram "Magdanas burro", de Tengis Abuladse, que participou do Festival de Cannes em 1956; "Arrependimento", de Otar Iosseliani, esteve no Festival de Cannes de 1987; "A colheita do vinho" (Cannes 1966); "Bandidos" (Veneza 1997); "27 Missing Kisses" (Bruxelas 2001) e "Schussangst" (Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, 2003).[289]

Culinária

Ajika, prato típico dos mingrélios, grupo étnico da Geórgia

A gastronomia georgiana e o vinho evoluíram ao longo dos séculos, adaptando as tradições em cada época. Uma das tradições de refeições mais incomuns é a supra, ou a "mesa georgiana", que é vista como uma forma de socializar com amigos e familiares. A cabeça da supra é conhecida como tamada. Várias regiões históricas da Geórgia são conhecidas por seus pratos peculiares, como o, khinkali (bolinhos de carne), da região montanhosa oriental e khachapuri, prato típico de Imerícia, Mingrélia e Ajária. Além dos pratos tradicionais georgianos, os alimentos de outros países foram trazidos para a Geórgia por imigrantes da Rússia, da Grécia e de outros países.[290][291]

Esportes

Estádio Boris Paichadze em Tblisi

Os esportes mais populares na Geórgia são o futebol, basquete, rugby, judô e levantamento de peso. Historicamente, a Geórgia tem sido famosa por sua educação física. Os romanos ficaram fascinados com as qualidades físicas dos georgianos depois de ver as técnicas de treinamento da antiga Ibéria. As lutas continuam a ser um ramo do esporte historicamente importante na Geórgia, e alguns historiadores pensam que o estilo greco-romano de luta livre incorpora muitos elementos georgianos.[292]

Dentro da Geórgia, um dos estilos mais popularizados de luta livre é o estilo cachetiano. Havia uma série de outros estilos no passado que não são tão amplamente utilizados hoje. Por exemplo, a região de Khevsureti tem três estilos diferentes de luta livre. Outros esportes populares na Geórgia do século XIX eram polo e Lelo, um jogo georgiano tradicional posteriormente substituído pelo rugby.[292]

O primeiro e único circuito de corrida na região do Cáucaso está localizado na Geórgia. O Circuito de Rustavi, originalmente construído em 1978, foi reaberto em 2012 após a reconstrução total do motorpark. A trilha satisfaz os requisitos da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) e atualmente hospeda uma série de corridas automotivas Legends Car e as competições Formula Alfa.[293]

O basquete também é um dos esportes praticados ​​na Geórgia, e alguns membros notáveis da antiga seleção nacional de basquete masculino da União Soviética eram originários do país, como Otar Korkia, Mikhail Korkia, Zurab Sakandelidze e Levan Moseshvili. O BC Dinamo Tbilisi ganhou a prestigiada competição da Euroliga em 1962. A Geórgia tinha cinco jogadores na National Basketball Association: Vladimir Stepania, Jake Tsakalidis, Nikoloz Tskitishvili, Tornike Shengelia e Zaza Pachulia. Outros jogadores de basquete notáveis ​​são o bicampeão da Euroliga Giorgi Shermadini e os jogadores da Euroliga Manuchar Markoishvili e Viktor Sanikidze. O esporte está recuperando sua popularidade no país, com a Seleção Georgiana de Basquetebol tendo atingido bons resultados no EuroBasket nos últimos anos.[294][295]

Feriados

Data Nome em português Nome local Observações
1 de janeiro Ano novo ახალი წელი axali tseli
7 de janeiro Natal Ortodoxo ქრისტეშობა k'risteshoba
19 de janeiro Batismo de Jesus Cristo ნათლისღება natlisgh'eba
3 de março Dia das Mães დედის დღე dedis dgh'e
8 de março Dia Internacional da Mulher ქალთა საერთაშორისო დღე k'alt'a saert'ashoriso dgh'e
9 de abril Dia da Unidade Nacional ეროვნული ერთიანობის დღე erovnuli ert'ianobis dgh'e Relembram o trágico dia onde crianças georgianas foram mortas por soldados soviéticos na Avenida Rustaveli de Tiblíssi.
Móvel Sexta-feira Santa ortodoxa, Domingo de Ressurreição e Segunda-feira da Semana Santa სააღდგომო დღეები – წითელი პარასკევი, დიდი შაბათი, ბრწინვალე აღდგომა და ორშაბათი

saagh'dgomo gh'eebits'it'eli paraskevi, didi shabat'i, brts'q'invale agh'dgoma da orshabat'i

Na Segunda-feira de Semana Santa a Iglesia Ortodoxa Georgiana faz um celebração pelos mortos.
9 de maio Dia da vitória sobre o Fascismo ფაშიზმზე გამარჯვების დღე - p'ashizmze gamardzhvebis dgh'e
23 de maio Dia de Santo André ანდრიობა andrioba Celebração do dia do Apóstolo André, fundador da Igreja Ortodoxa Georgiana
26 de maio Dia da Independência დამოუკიდებლობის დღე damoukideblobis dgh'e Em 26 de maio de 1918, o Conselho Nacional da Geórgia declarou a independência dos georgianos e a criação da República democrática de Georgia. Sua autonomia foi restaurada 117 anos antes (desde 1801)
28 de agosto Morte da Teótoco მარიამობა mariamoba
14 de outubro Dia da Catedral de Svetitskhoveli (em Mtsjeta) სვეტიცხოვლობა svetitsjovloba Celebração da primeira igreja cristã na Geórgia.
23 de novembro Dia de São Jorge გიორგობა giorgoba São Jorge (em georgiano: წმინდა გიორგი, Tsminda Giorgi) é o santo patrono da Geórgia.

Notas

  1. As estimativas incluem as regiões da Abecásia e Ossétia do Sul, que encontram-se sob ocupação militar russa após uma declaração unilateral de independência, a qual não é reconhecida pela Geórgia. A população das duas regiões é estimada, pelo Departamento Nacional de Estatísticas da Geórgia, em 227.200 habitantes ao todo (178.000 na Abecásia e 49.200 na Ossétia do Sul).
  2. A ausência de documentos legais assinados regulam esta cooperação: um acordo tácito de 60% da eletricidade é consumido na Geórgia e 40% na Abecásia.

Ver também

Referências

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