Praça da República (Belém): diferenças entre revisões
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Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo todos enterrados no cemitério. |
Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo necessário todos serem enterrados no cemitério, tornando necessário a construção de cemitérios.<ref name=":3">{{Citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1217|titulo=Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Belém (PA)|acessodata=2022-01-26|website=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN )}}</ref> |
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Anos após o fim do surto endêmico, o cemitério foi desativado. Neste local o [[Lista de governadores do Pará|governo]] da [[Província do Grão-Pará|província]] ergueu um [[armazém]] para guardar [[pólvora]], chamando o também de ''Largo da Pólvora''.<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx1908200207.htm|titulo=Restaurado, Theatro da Paz tem uma programação intensa|acessodata=2021-10-27|website=Folha de São Paulo}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.oliberal.com/para/conheca-quatro-pontos-turisticos-do-para-que-possuem-historias-macabras-e-sao-assombrados-1.427139|titulo=Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias ‘macabras’ e são assombrados|acessodata=2022-02-09|website=O Liberal}}</ref> Uma [[forca]] foi erguida, mas não há registro de enforcamento.{{carece de fontes|data=agosto de 2024}} |
Revisão das 19h38min de 30 de agosto de 2024
Praça da República Largo da Campina | |
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Características | |
Classificação | patrimônio histórico praça execution site |
Fonte | Largos, coretos e praças de Belém |
Commons | Praça da República (Belém) |
Composto de | Monumento ao General Gurjão Monumento à República Obelisco ao Interventor Major Federal Magalhães Barata Pavilhão de Música Euterpe Pavilhão de Música Santa Helena Magno Bar do Parque Theatro da Paz |
Parte de | Praça da República e Conjunto Paisagístico, Arquitetônico e Urbanístico |
Patrimônio | bem de interesse histórico em Belém |
Diferente de | Praça da República e Conjunto Paisagístico, Arquitetônico e Urbanístico |
Localização | |
Localidade | Brasil Belém |
GPS | 1°27'8.771"S, 48°29'39.303"W |
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A Praça da República é um logradouro brasileiro situado no Largo da Campina, na cidade brasileira de Belém (capital do Pará). Ja foi cemitério e armazém de pólvora.
História
No início o Largo da Campina, era um imenso terreno descampado que, ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à ermida (capela) de Nossa Senhora de Nazaré, um lugar ermo no bairro de nazaré. Depois, em 1756, houve uma endemia grave de varíola na então capitania do Grão-Pará, vitimando vários belenenses, sendo necessário construir um cemitério no Largo da Campina, no bairro de mesmo nome, o Cemitério da Paz,[1] uma infraestrutura ruim, sem muros, sem capela e, com covas rasas, onde foram enterradas pessoas em situação de pobreza e escravizados.[2]
Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo necessário todos serem enterrados no cemitério, tornando necessário a construção de cemitérios.[3]
Mas o Cemitério da Paz era dos "indígnos" e a elite ainda era clandestinamente sepultados nas igrejas.[4] Então, em janeiro de 1850 foi inaugurado o cemitério/necrópole no bairro de Batista Campos em uma área de 76 340 m²,[5] por Joaquim Vitorino de Sousa Cabral.[4]
Ocorrendo grande resistência dessas classes a aderirem ao uso de cemitérios, logo foi criado o modelo de nécropole municipal, seguindo os moldes europeus, com capela e espaço delimitado, para assim convencer à aderirem o seu uso.[4]
Anos após o fim do surto endêmico, o cemitério foi desativado. Neste local o governo da província ergueu um armazém para guardar pólvora, chamando o também de Largo da Pólvora.[6][7] Uma forca foi erguida, mas não há registro de enforcamento.[carece de fontes]
Posteriormente, em homenagem ao Imperador do Brasil, foi batizada de Praça Dom Pedro II, mas continuava sendo um grande terreno descampado e sem urbanização.
Em 1850, se plantou algumas árvores, mas desordenadamente. Então iniciou o período da Belle Epoque, e a nova elite pressionava o governo da província para melhorias, e contratou o engenheiro militar pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães para projetar o novo teatro, inspirado na edificação italiana Teatro alla Scala (Itália).[8] Em 3 de março de 1869, o arcebispo-primaz Antônio de Macedo Costa lançou a pedra fundamental batizou com o nome "Nossa Senhora da Paz", em referência ao fim da Guerra do Paraguai (1864-1870).[9][10] Sendo inauguração em 1878, durante o período da Belle Epóque e os pedidos da então elite da borracha que viviam a moda europeia,[6][7] houve uma urbanização modesta. E também criação do cemitério da Soledade neste mesmo bairro.
Seu nome definitivo veio com a troca de regime com o fim da monarquia, ganhando a denominação de “Praça da República”.
A presença do teatro impactou a região, valorizando-a e consolidando-a como pólo cultural da cidade de Belém; assim criava-se o polígono da cultura, que era formado por Palace Bolonha, Grande Hotel, Cine Olympia e, Theatro da Paz, local onde ocorriam muitas visitas ilustres e local comum de reunião da aristocracia de Belém que, elegantemente trajados à moda parisiense desfilava joias e vaidades.[9]
O governador Justo Chermont idealizou a construção de um monumento em homenagem à república, em 1889. A pedra fundamental foi colocada no ano seguinte, mas foi um concurso que decidiu a forma do monumento. A vencedora foi Michele Sebastiano.
Inaugurado em 15 de novembro de 1897 e, todo em mármore de carrara, o monumento tem 20 m. A estátua é de uma mulher, representando o regime republicano, com um ramo de oliveira na mão, simbolizando a paz. O gênio alado, sobre o primeiro degrau da obra apoiado num leão, ergue o estandarte da república gritando: “Liberdade!”.
Do outro lado do degrau, a História registra a data da proclamação da república. Dois artistas erguem os escudos da “Probidade” e da “União”. As quatro placas em homenagem a Floriano Peixoto, José Bonifácio, Tiradentes e Beijamim Constant foram anexadas ao monumento na segunda gestão de Abelardo Conduru.
A primeira tentativa de urbanização da Praça foi em 1901, com o intendente de Belém, Arthur Índio do Brasil. Fez-se o calçamento nas suas avenidas, acimentou os passeios, colocaram-se chafarizes, bancos e ajardinou-se as alamedas.
Porém, foi Antônio Lemos, em 1897, fez sérias críticas ao projeto urbanístico da praça no relatório ao concelho de intendência municipal. Chamou o ajardinamento do local de “aleijão da arte de floricultura com canteiros de mais de um metro de altura, alinhados perpendicularmente, com simetria fadigante, que irritavam a transeunte mais calmo”. Ele modificou completamente a aparência do logradouro, trocando, inclusive, a pavimentação das ruas que limitavam a praça por paralelepípedos.
Durante o governo de Virgínio Mendonça, foram construídos dois pavilhões na praça, o maior hoje é o Teatro Waldemar Henrique, o menor abrigando a Escola de Arte da Universidade Federal do Pará.
Hoje a praça da República tornou-se palco de grandes comemorações como o Círio de Nazaré, o Dia da Raça e o desfile de 7 de setembro.
Características arquitetônicas
A Praça da República é conhecida por seus belos elementos arquitetônicos. A praça é cercada por vários edifícios importantes, incluindo o Theatro da Paz, um teatro neoclássico, e o Palácio Antônio Lemos, um grande edifício que atualmente abriga o Museu de Arte de Belém.[11]
Atividades culturais
A Praça da República é um polo de eventos e atividades culturais. Frequentemente recebe shows, exposições de arte e festivais, atraindo moradores e turistas. A praça serve como um local para celebrações e reuniões durante ocasiões importantes.[12]
Galeria
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Monumento a República.
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Praça da República e seu muro de concreto.
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Bar do Parque.
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Praça da República.
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Corredor Verde.
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Grande Hotel, 1949.
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Antônio Parreiras, Praça da República, 1905
Ver também
Referências
- ↑ «Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias 'macabras' e são assombrados». O Liberal. Consultado em 9 de fevereiro de 2022
- ↑ «Tradicional praça de Belém já abrigou cemitério de escravos». Jornal G1. Consultado em 29 de agosto de 2024
- ↑ «Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Belém (PA)». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ). Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ a b c Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. «Belém – Cemitério de Nossa Senhora da Soledade»
- ↑ «Cemitérios de São Paulo reúnem túmulos de artistas e famosos». São Paulo
- ↑ a b «Restaurado, Theatro da Paz tem uma programação intensa». Folha de São Paulo. Consultado em 27 de outubro de 2021
- ↑ a b «Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias 'macabras' e são assombrados». O Liberal. Consultado em 9 de fevereiro de 2022
- ↑ «Theatro da Paz celebra 142 anos com concerto da Amazônia Jazz Band». Agência Pará de Notícias. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
- ↑ a b «Theatro da Paz (Belém, PA)». Fundaj. 7 de abril de 2022. Consultado em 22 de março de 2023
- ↑ «Sobre o Theatro da Paz». Guia das Artes. Consultado em 27 de outubro de 2021
- ↑ DE ANDRADE, Rubens; TÂNGARI, Vera Regina. A Praça da República e seus aspectos morfológicos no desenho da paisagem de Belém. Paisagem e Ambiente, n. 16, p. 43-68, 2002.
- ↑ ABREU, Waldir Ferreira de et al. História de vida como metodologia de pesquisa: o relato de vida de um menino de rua da Praça da República em Belém do Pará. Revista Margens Interdisciplinar, 2004.
Bibliografia
- Ruas de Belém de Ernesto Cruz - editado pelo Conselho Estadual de Cultura do Estado do Pará; 1970 (página 118-119)