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Praça da República (Belém): diferenças entre revisões

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História: cemitério
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== História ==
== História ==
No início era o Largo da Campina, um imenso terreno descampado que ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à [[ermida]] (capela) de [[Nossa Senhora de Nazaré]], um lugar ermo no [[Nazaré (Belém)|bairro de nazaré]]. Depois, em [[1756]], houve uma endemia grave de [[varíola]] na então [[capitania do Grão-Pará]], vitimando vários belenenses, sendo necessário construir um [[cemitério]] no Largo da Campina, no bairro de mesmo nome,<ref>{{Citar web|url=https://www.oliberal.com/para/conheca-quatro-pontos-turisticos-do-para-que-possuem-historias-macabras-e-sao-assombrados-1.427139|titulo=Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias ‘macabras’ e são assombrados|acessodata=2022-02-09|website=O Liberal}}</ref> uma infraestrutura ruim, sem muros e covas rasas, onde foram enterradas pessoas em situação de pobreza e escravizados.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1012703-5598,00-TRADICIONAL+PRACA+DE+BELEM+JA+ABRIGOU+CEMITERIO+DE+ESCRAVOS.html|titulo=Tradicional praça de Belém já abrigou cemitério de escravos|acessodata=2024-08-29|website=Jornal G1}}</ref>
No início o Largo da Campina, era um imenso terreno descampado que, ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à [[ermida]] (capela) de [[Nossa Senhora de Nazaré]], um lugar ermo no [[Nazaré (Belém)|bairro de nazaré]]. Depois, em [[1756]], houve uma endemia grave de [[varíola]] na então [[capitania do Grão-Pará]], vitimando vários belenenses, sendo necessário construir um [[cemitério]] no Largo da Campina, no bairro de mesmo nome, o Cemitério da Paz,<ref>{{Citar web|url=https://www.oliberal.com/para/conheca-quatro-pontos-turisticos-do-para-que-possuem-historias-macabras-e-sao-assombrados-1.427139|titulo=Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias ‘macabras’ e são assombrados|acessodata=2022-02-09|website=O Liberal}}</ref> uma infraestrutura ruim, sem muros, sem capela e, com covas rasas, onde foram enterradas pessoas em situação de pobreza e escravizados.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1012703-5598,00-TRADICIONAL+PRACA+DE+BELEM+JA+ABRIGOU+CEMITERIO+DE+ESCRAVOS.html|titulo=Tradicional praça de Belém já abrigou cemitério de escravos|acessodata=2024-08-29|website=Jornal G1}}</ref>


Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo todos enterrados no cemitério.
Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo necessário todos serem enterrados no cemitério, tornando necessário a construção de cemitérios.<ref name=":3">{{Citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1217|titulo=Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Belém (PA)|acessodata=2022-01-26|website=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN )}}</ref>

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Anos após o fim do surto endêmico, o cemitério foi desativado. Neste local o [[Lista de governadores do Pará|governo]] da [[Província do Grão-Pará|província]] ergueu um [[armazém]] para guardar [[pólvora]], chamando o também de ''Largo da Pólvora''.<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx1908200207.htm|titulo=Restaurado, Theatro da Paz tem uma programação intensa|acessodata=2021-10-27|website=Folha de São Paulo}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.oliberal.com/para/conheca-quatro-pontos-turisticos-do-para-que-possuem-historias-macabras-e-sao-assombrados-1.427139|titulo=Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias ‘macabras’ e são assombrados|acessodata=2022-02-09|website=O Liberal}}</ref> Uma [[forca]] foi erguida, mas não há registro de enforcamento.{{carece de fontes|data=agosto de 2024}}
Anos após o fim do surto endêmico, o cemitério foi desativado. Neste local o [[Lista de governadores do Pará|governo]] da [[Província do Grão-Pará|província]] ergueu um [[armazém]] para guardar [[pólvora]], chamando o também de ''Largo da Pólvora''.<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx1908200207.htm|titulo=Restaurado, Theatro da Paz tem uma programação intensa|acessodata=2021-10-27|website=Folha de São Paulo}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.oliberal.com/para/conheca-quatro-pontos-turisticos-do-para-que-possuem-historias-macabras-e-sao-assombrados-1.427139|titulo=Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias ‘macabras’ e são assombrados|acessodata=2022-02-09|website=O Liberal}}</ref> Uma [[forca]] foi erguida, mas não há registro de enforcamento.{{carece de fontes|data=agosto de 2024}}

Revisão das 19h38min de 30 de agosto de 2024

 Nota: Para outros significados de Praça da República, veja Praça da República.
Praça da República
Largo da Campina
Características
Classificação patrimônio histórico
praça
execution site Edit this on Wikidata
Fonte Largos, coretos e praças de Belém
Commons Praça da República (Belém)
Composto de Monumento ao General Gurjão
Monumento à República
Obelisco ao Interventor Major Federal Magalhães Barata
Pavilhão de Música Euterpe
Pavilhão de Música Santa Helena Magno
Bar do Parque
Theatro da Paz
Parte de Praça da República e Conjunto Paisagístico, Arquitetônico e Urbanístico Edit this on Wikidata
Patrimônio bem de interesse histórico em Belém
Diferente de Praça da República e Conjunto Paisagístico, Arquitetônico e Urbanístico Edit this on Wikidata
Localização
Localidade Brasil Belém
Mapa
GPS 1°27'8.771"S, 48°29'39.303"W Edit this on Wikidata
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A Praça da República é um logradouro brasileiro situado no Largo da Campina, na cidade brasileira de Belém (capital do Pará). Ja foi cemitério e armazém de pólvora.

História

No início o Largo da Campina, era um imenso terreno descampado que, ficava entre o bairro da Campina e a estrada que levava à ermida (capela) de Nossa Senhora de Nazaré, um lugar ermo no bairro de nazaré. Depois, em 1756, houve uma endemia grave de varíola na então capitania do Grão-Pará, vitimando vários belenenses, sendo necessário construir um cemitério no Largo da Campina, no bairro de mesmo nome, o Cemitério da Paz,[1] uma infraestrutura ruim, sem muros, sem capela e, com covas rasas, onde foram enterradas pessoas em situação de pobreza e escravizados.[2]

Tradicionalmente em Belém, as pessoas que faziam parte de irmandades religiosas e da elite eram seputadados dentro das igrejas - o enterro barroco - somente as pessoas em situação de pobreza e escravizados no cemitério. Mas com o surto de cólera e varíola, o aumento de falecidos com cerca de 30 mil vítimas, foi então proibido o sepultamento nas igrejas – medidas de higienização - sendo necessário todos serem enterrados no cemitério, tornando necessário a construção de cemitérios.[3]

Mas o Cemitério da Paz era dos "indígnos" e a elite ainda era clandestinamente sepultados nas igrejas.[4] Então, em janeiro de 1850 foi inaugurado o cemitério/necrópole no bairro de Batista Campos em uma área de 76 340 ,[5] por Joaquim Vitorino de Sousa Cabral.[4]

Ocorrendo grande resistência dessas classes a aderirem ao uso de cemitérios, logo foi criado o modelo de nécropole municipal, seguindo os moldes europeus, com capela e espaço delimitado, para assim convencer à aderirem o seu uso.[4]

Anos após o fim do surto endêmico, o cemitério foi desativado. Neste local o governo da província ergueu um armazém para guardar pólvora, chamando o também de Largo da Pólvora.[6][7] Uma forca foi erguida, mas não há registro de enforcamento.[carece de fontes?]

Posteriormente, em homenagem ao Imperador do Brasil, foi batizada de Praça Dom Pedro II, mas continuava sendo um grande terreno descampado e sem urbanização.

Em 1850, se plantou algumas árvores, mas desordenadamente. Então iniciou o período da Belle Epoque, e a nova elite pressionava o governo da província para melhorias, e contratou o engenheiro militar pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães para projetar o novo teatro, inspirado na edificação italiana Teatro alla Scala (Itália).[8] Em 3 de março de 1869, o arcebispo-primaz Antônio de Macedo Costa lançou a pedra fundamental batizou com o nome "Nossa Senhora da Paz", em referência ao fim da Guerra do Paraguai (1864-1870).[9][10] Sendo inauguração em 1878, durante o período da Belle Epóque e os pedidos da então elite da borracha que viviam a moda europeia,[6][7] houve uma urbanização modesta. E também criação do cemitério da Soledade neste mesmo bairro.

Seu nome definitivo veio com a troca de regime com o fim da monarquia, ganhando a denominação de “Praça da República”.

A presença do teatro impactou a região, valorizando-a e consolidando-a como pólo cultural da cidade de Belém; assim criava-se o polígono da cultura, que era formado por Palace Bolonha, Grande Hotel, Cine Olympia e, Theatro da Paz, local onde ocorriam muitas visitas ilustres e local comum de reunião da aristocracia de Belém que, elegantemente trajados à moda parisiense desfilava joias e vaidades.[9]

O governador Justo Chermont idealizou a construção de um monumento em homenagem à república, em 1889. A pedra fundamental foi colocada no ano seguinte, mas foi um concurso que decidiu a forma do monumento. A vencedora foi Michele Sebastiano.

Inaugurado em 15 de novembro de 1897 e, todo em mármore de carrara, o monumento tem 20 m. A estátua é de uma mulher, representando o regime republicano, com um ramo de oliveira na mão, simbolizando a paz. O gênio alado, sobre o primeiro degrau da obra apoiado num leão, ergue o estandarte da república gritando: “Liberdade!”.

Vista panorâmica da Praça da República.

Do outro lado do degrau, a História registra a data da proclamação da república. Dois artistas erguem os escudos da “Probidade” e da “União”. As quatro placas em homenagem a Floriano Peixoto, José Bonifácio, Tiradentes e Beijamim Constant foram anexadas ao monumento na segunda gestão de Abelardo Conduru.

A primeira tentativa de urbanização da Praça foi em 1901, com o intendente de Belém, Arthur Índio do Brasil. Fez-se o calçamento nas suas avenidas, acimentou os passeios, colocaram-se chafarizes, bancos e ajardinou-se as alamedas.

Porém, foi Antônio Lemos, em 1897, fez sérias críticas ao projeto urbanístico da praça no relatório ao concelho de intendência municipal. Chamou o ajardinamento do local de “aleijão da arte de floricultura com canteiros de mais de um metro de altura, alinhados perpendicularmente, com simetria fadigante, que irritavam a transeunte mais calmo”. Ele modificou completamente a aparência do logradouro, trocando, inclusive, a pavimentação das ruas que limitavam a praça por paralelepípedos.

Durante o governo de Virgínio Mendonça, foram construídos dois pavilhões na praça, o maior hoje é o Teatro Waldemar Henrique, o menor abrigando a Escola de Arte da Universidade Federal do Pará.

Hoje a praça da República tornou-se palco de grandes comemorações como o Círio de Nazaré, o Dia da Raça e o desfile de 7 de setembro.

Características arquitetônicas

A Praça da República é conhecida por seus belos elementos arquitetônicos. A praça é cercada por vários edifícios importantes, incluindo o Theatro da Paz, um teatro neoclássico, e o Palácio Antônio Lemos, um grande edifício que atualmente abriga o Museu de Arte de Belém.[11]

Atividades culturais

A Praça da República é um polo de eventos e atividades culturais. Frequentemente recebe shows, exposições de arte e festivais, atraindo moradores e turistas. A praça serve como um local para celebrações e reuniões durante ocasiões importantes.[12]

Galeria

Ver também

Referências

  1. «Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias 'macabras' e são assombrados». O Liberal. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  2. «Tradicional praça de Belém já abrigou cemitério de escravos». Jornal G1. Consultado em 29 de agosto de 2024 
  3. «Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Belém (PA)». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ). Consultado em 26 de janeiro de 2022 
  4. a b c Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. «Belém – Cemitério de Nossa Senhora da Soledade» 
  5. «Cemitérios de São Paulo reúnem túmulos de artistas e famosos». São Paulo 
  6. a b «Restaurado, Theatro da Paz tem uma programação intensa». Folha de São Paulo. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  7. a b «Conheça quatro pontos turísticos do Pará que possuem histórias 'macabras' e são assombrados». O Liberal. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  8. «Theatro da Paz celebra 142 anos com concerto da Amazônia Jazz Band». Agência Pará de Notícias. Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  9. a b «Theatro da Paz (Belém, PA)». Fundaj. 7 de abril de 2022. Consultado em 22 de março de 2023 
  10. «Sobre o Theatro da Paz». Guia das Artes. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  11. DE ANDRADE, Rubens; TÂNGARI, Vera Regina. A Praça da República e seus aspectos morfológicos no desenho da paisagem de Belém. Paisagem e Ambiente, n. 16, p. 43-68, 2002.
  12. ABREU, Waldir Ferreira de et al. História de vida como metodologia de pesquisa: o relato de vida de um menino de rua da Praça da República em Belém do Pará. Revista Margens Interdisciplinar, 2004.

Bibliografia

  • Ruas de Belém de Ernesto Cruz - editado pelo Conselho Estadual de Cultura do Estado do Pará; 1970 (página 118-119)

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Praça da República (Belém)