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Violência policial: diferenças entre revisões

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'''Violência policial''' ou a '''brutalidade policial''' é o uso excessivo e injustificado da força pela aplicação da lei contra um indivíduo ou um grupo. É uma forma extrema de má conduta [[Polícia|policial]] e é uma violação dos [[direitos civis]]. A brutalidade policial inclui, mas não se limita a, [[asfixia]], [[Espancamento|espancamentos]], tiroteios, quedas impróprias, violência racialmente motivada e uso injustificado de tasers.<ref>{{cite web|url=https://criminallaw.com/lawyer/rhonda-b-hill-chicago-il/blog/understanding-five-different-types-of-police-brutality|title=Understanding Five Different Types of Police Brutality - Rhonda Hill Blog - Criminal Law|access-date=2022-05-01|website=criminallaw.com|archive-url=https://web.archive.org/web/20221117210737/https://criminallaw.com/lawyer/rhonda-b-hill-chicago-il/blog/understanding-five-different-types-of-police-brutality|archive-date=17-11-2022|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite journal |title=Identifying Cities or Countries at Risk for Police Violence |date=5-12-2016 |journal=Journal of African American Studies |issue=2 |last=Emesowum |first=Benedict |pages=269–281 |doi=10.1007/s12111-016-9335-3 |issn=1559-1646 |volume=21 |s2cid=151639366}}</ref>
{{Global/Brasil}}

'''Violência policial''' ou '''brutalidade policial''' consiste no uso intencional de força excessiva, geralmente física, mas também na forma de ataques verbais e [[bullying|intimidação psicológica]], por um [[Polícia|policial]]. A violência policial é generalizada em vários países, inclusive aqueles que a pune. A violência policial é uma das várias formas de má-conduta policial, que inclui prisão falsa, [[intimidação]], discriminação racial, repressão política, abuso de vigilância, [[abuso sexual]] e corrupção.
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== História ==
== História ==
[[Imagem:Bloody Sunday-Alabama police attack.jpeg|thumb|Polícia de [[Alabama]], nos [[Estados Unidos]], atacam manifestantes do [[Movimento dos Direitos Civis]] em [[7 de março]] de [[1965]].]]
[[Imagem:Bloody Sunday-Alabama police attack.jpeg|thumb|Polícia de [[Alabama]], nos [[Estados Unidos]], atacam manifestantes do [[Movimento dos Direitos Civis]] em [[7 de março]] de [[1965]].]]


Através da história, os esforços de policial as sociedades têm sido marcados, até certo ponto, pela brutalidade. Na [[História Antiga]], as instituições de policiamento cultivavam uma atmosfera de terror e o tratamento abusivo dos cidadãos como uma forma de garantir um controle mais eficiente da população.
Através da história, os esforços de policial as sociedades têm sido marcadas, até certo ponto, pela brutalidade. Na [[História Antiga]], as instituições de policiamento cultivavam uma atmosfera de terror e o tratamento abusivo dos cidadãos como uma forma de garantir um controle mais eficiente da população. A primeira força policial moderna é amplamente considerada como o Serviço de Polícia Metropolitana de Londres, estabelecido em 1829.<ref>"Introduction: Policing and State Power", Violence Work, Duke University Press, pp. 1–23, 24 de agosto de 2018, doi:10.1215/9781478002024-001, ISBN 978-1-4780-0202-4</ref>


A origem do conceito contemporâneo de policiamento, baseado na autoridade do Estado-nação é geralmente remetido à [[França]] dos [[século XVII]] e [[Século XVIII|XVIII]], com a maioria dos atuais departamentos de polícia sendo estabelecidos na maioria das nações no final do [[século XIX]] e início do [[século XX]]. Casos de violência policial em grande escala são associados com as reivindicações dos movimentos trabalhistas, como as greves gerais ou, no caso do Brasil, manifestações do [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]].
A origem do conceito contemporâneo de policiamento, baseado na autoridade do [[Estado-nação]] é geralmente remetido à [[França]] dos [[século XVII]] e [[Século XVIII|XVIII]], com a maioria dos atuais departamentos de polícia sendo estabelecidos na maioria das nações no final do [[século XIX]] e início do [[século XX]]. Os primeiros registros sugerem que as greves trabalhistas foram os primeiros incidentes em grande escala de brutalidade policial nos [[Estados Unidos]], incluindo eventos como a Grande Greve Ferroviária de 1877, a Greve Pullman de 1894, a greve têxtil de Lawrence de 1912, o massacre de Ludlow de 1914, a Grande Greve do Aço de 1919 e o massacre de Hanapepe de 1924.


== Alguns casos ==
== Violência policial no Brasil ==
{{VT|Criminalidade no Brasil|Forças policiais do Brasil}}
De acordo com a [[Anistia Internacional]], entre 1999 e 2004, as polícias do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] e de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] mataram quase 10 mil pessoas em situações descritas como "resistência à prisão seguida de morte".<ref>[http://www.helium.com/items/311008-police-brutality-in-brazil www.helium.com]</ref>

O [[Observatório de violências policiais de São Paulo|Observatório de violências policiais - SP]] compilou, entre 2006 e 2010, uma lista mensal<ref>[http://www.ovp-sp.org/lista_mortos_1.htm Observatório de violências policiais - SP - Lista mensal de assassinatos]</ref> de assassinatos por policiais e por homens não identificados e encapuzados em São Paulo. A lista tomou como base as informações da imprensa no período e foi iniciada depois dos [[Atos de violência organizada no Brasil em 2006| atos de violência organizada em 2006]] que evidenciaram um [[modus operandi|''modus'' ''operandi'']] deste tipo de violência.

== Casos ==
{{Deslista}}
:''Categoria principal: [[:Categoria:Violência policial|Violência policial]].
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* {{GBRb}} 22 de julho de 2005 – [[Jean Charles de Menezes]], imigrante brasileiro, é confundido com um homem-bomba e morto no metrô de Londres com oito tiros à queima-roupa, por forças da unidade armada da [[Scotland Yard]].
* {{BRAb}} 7 de outubro de 1963 – A [[Polícia Militar do Estado de Minas Gerais]] atira, com metralhadoras, contra os funcionários desarmados da [[Usiminas]] que se manifestavam na portaria da empresa. Oito pessoas (incluindo uma criança de colo) morreram. O evento ficou conhecido como [[Massacre de Ipatinga]].
* em [[20 de dezembro]] de [[2018]], o [[Caso Sota|cão sota foi baleado e assassinado pelo a Polícia, em Gran Vía Hotel]], em [[Barcelona]], na [[Itália|Italia]]
* {{BRAb}} 8 de fevereiro de 1989 - Durante uma tentativa de motim nas celas do 42° Distrito Policial do Parque São Lucas, na Zona Leste da cidade de São Paulo, como reação, o Delegado  Carlos Eduardo Vasconcelos, Delegado Titular do 42° Distrito Policial, Celso José da Cruz, investigador que estava no comando no momento da chacina, e o carcereiro Jose Ribeiro, com o auxílio de vários PMs, forçaram através de um “corredor polonês”, 50 detentos a entrarem numa cela forte de um metro por três, dentro da qual foram jogados gases lacrimogêneos. Quando a cela-forte foi aberta, mais de uma hora depois, 18 detentos haviam morrido por asfixia e 12 tiveram de ser hospitalizados. Até a presente data (08/2016), apenas o investigador Jose Ribeiro foi condenado em via definitiva. O Delegado Carlos Eduardo Vasconcelos foi absolvido duas vezes em júri popular, alegadamente por não se encontrar na delegacia na hora do massacre. 
* em [[31 de outubro]] de [[2019]], [[Caso Bruce|Bruce um cão pitbull foi morto pelo um ex-policial]] em [[Mirassol]]
* {{BRAb}} 2 de outubro de 1992 – Cento e onze detentos da [[Casa de Detenção de São Paulo]] (Carandiru) são mortos por policiais militares. A intervenção da polícia tinha como justificativa acalmar uma rebelião, mas acabou em uma verdadeira chacina. Sobreviventes afirmam que o número de mortos é superior ao divulgado e que a polícia estava atirando em detentos que já haviam se rendido ou que estavam se escondendo em suas celas. Como consequência do chamado [[massacre do Carandiru]] está a fundação do [[Primeiro Comando da Capital]].
* [[Assassinato de George Floyd]]
* {{BRAb}} 23 de julho de 1993 – Seis crianças de rua são mortas por dois policiais e um ex-policial enquanto dormiam em frente à [[Igreja da Candelária]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. O evento ficou conhecido como [[chacina da Candelária]].
* em [[29 de março]] de [[2021]], [[Caso Adam Toledo|Adam Toledo, O menino latino-americano de 13 anos foi baleado e morto pelo oficial do Departamento de Polícia de Chicago (CPD) Eric Stillman no bairro de Little Village]]
* {{BRAb}} 29 de agosto de 1993 – Após a morte de quatro policiais em 28 de agosto de 1993 no bairro de [[Vigário Geral]], oficiais da Polícia Militar decidem se vingar, e executam vinte e um moradores da favela, [[Chacina de Vigário Geral|numa das maiores chacinas do estado do Rio de Janeiro]].


== Ver também ==
[[Imagem:Eldorado dos Carajas massacre by Latuff2.jpg|thumb|"[[Massacre de Eldorado dos Carajás]]" por [[Carlos Latuff]].]]
*[[Violência policial no Brasil]]

* {{BRAb}} 17 de abril de 1996 – Dezenove [[sem-terra]] são mortos pela [[Polícia Militar do Estado do Pará]] no que ficou conhecido como [[massacre de Eldorado dos Carajás]]. No incidente, a polícia estava encarregada de remover os sem-terra que bloqueavam a rodovia [[BR-155]], que liga o norte ao sul do estado.
* {{GBRb}} 22 de julho de 2005 – [[Jean Charles de Menezes]], imigrante brasileiro, é confundido com um homem-bomba e morto no metrô de Londres com oito tiros à queima-roupa, por forças da unidade armada da [[Scotland Yard]].
* {{BRAb}} 7 de dezembro de 2008 – Nilton Cesar de Jesus, torcedor do [[São Paulo Futebol Clube|São Paulo]] é baleado na cabeça pela [[Polícia Militar do Distrito Federal]] antes de jogo com o [[Goiás Esporte Clube|Goiás]] na entrada do [[Estádio Bezerrão]]. Inicialmente, a PM declarou que o disparo foi acidental e que o torcedor teria tentado tirar a arma do policial. Porém, um vídeo feito pela [[Rede Record]] mostra que o torcedor não reagiu ao ser abordado pelo PM.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u476569.shtml www1.folha.uol.com.br]</ref> Nilton morreu no hospital quatro dias depois.<ref>[http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3386714-EI5030,00-Morre+torcedor+do+Sao+Paulo+baleado+no+DF.html noticias.terra.com.br]</ref>
* {{BRAb}} 20 de novembro de 2009 – O paraibano João Maria Ferreira é morto a tiros pela [[Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro]] após ameaçar banhistas e policiais com uma faca na [[Praia do Arpoador]]. De acordo com a PM, ele já estava sendo acompanhado por bombeiros, que não conseguiram detê-lo. O Corpo de Bombeiros negou a informação.<ref>[http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1387379-5606,00-POLICIA+ABRE+INQUERITO+PARA+APURAR+MORTE+DE+SUSPEITO+NO+ARPOADOR.html g1.globo.com]</ref><ref>[http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4114577-EI5030,00-Comandante+PMs+que+mataram+homem+agiram+corretamente+no+Rio.html noticias.terra.com.br]</ref>
* {{BRAb}} 27 de outubro de 2013 – Douglas Rodrigues de 17 anos passava com o irmão de 13 anos em frente a um bar na Vila Medeiros, zona norte de São Paulo, quando foi abordado por policiais e vítima de um disparo certeiro no peito. ''“Por que o senhor atirou em mim?”'', teria perguntado ao PM, segundo a mãe, Rossana de Souza. Douglas foi levado a um hospital da região, mas não resistiu.<ref>[http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/10/assassinato-estudante-douglas-rodrigues.html]</ref>
* {{âncora|Herinaldo Vinicius Santana}} {{BRAb}} 23 de setembro de 2015 – Herinaldo Vinicius Santana, de 11 anos, foi morto a tiros no [[Complexo do Caju]], Rio de Janeiro; [[Polícia Militar do Brasil|policiais militares]] foram afastados para apuração.<ref>[http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/09/imagens-mostram-socorro-menino-morto-apos-ser-baleado-no-rio.html]</ref>


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== Ligações externas ==
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* {{link|en|http://www.policebrutality.info/|Police Brutality}}
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* {{Citar periódico|ultimo=Miraglia|primeiro=Paula|data=2.7.2017|titulo=‘Existe uma demanda social pela violência policial’, diz pesquisadora|jornal=[[Nexo Jornal]]|url=https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/07/02/%E2%80%98Existe-uma-demanda-social-pela-viol%C3%AAncia-policial%E2%80%99-diz-pesquisadora}}


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Edição atual tal como às 11h19min de 16 de novembro de 2024

Violência policial ou a brutalidade policial é o uso excessivo e injustificado da força pela aplicação da lei contra um indivíduo ou um grupo. É uma forma extrema de má conduta policial e é uma violação dos direitos civis. A brutalidade policial inclui, mas não se limita a, asfixia, espancamentos, tiroteios, quedas impróprias, violência racialmente motivada e uso injustificado de tasers.[1][2]

Polícia de Alabama, nos Estados Unidos, atacam manifestantes do Movimento dos Direitos Civis em 7 de março de 1965.

Através da história, os esforços de policial as sociedades têm sido marcadas, até certo ponto, pela brutalidade. Na História Antiga, as instituições de policiamento cultivavam uma atmosfera de terror e o tratamento abusivo dos cidadãos como uma forma de garantir um controle mais eficiente da população. A primeira força policial moderna é amplamente considerada como o Serviço de Polícia Metropolitana de Londres, estabelecido em 1829.[3]

A origem do conceito contemporâneo de policiamento, baseado na autoridade do Estado-nação é geralmente remetido à França dos século XVII e XVIII, com a maioria dos atuais departamentos de polícia sendo estabelecidos na maioria das nações no final do século XIX e início do século XX. Os primeiros registros sugerem que as greves trabalhistas foram os primeiros incidentes em grande escala de brutalidade policial nos Estados Unidos, incluindo eventos como a Grande Greve Ferroviária de 1877, a Greve Pullman de 1894, a greve têxtil de Lawrence de 1912, o massacre de Ludlow de 1914, a Grande Greve do Aço de 1919 e o massacre de Hanapepe de 1924.

Categoria principal: Violência policial.

Referências

  1. «Understanding Five Different Types of Police Brutality - Rhonda Hill Blog - Criminal Law». criminallaw.com. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  2. Emesowum, Benedict (5 de dezembro de 2016). «Identifying Cities or Countries at Risk for Police Violence». Journal of African American Studies. 21 (2): 269–281. ISSN 1559-1646. doi:10.1007/s12111-016-9335-3 
  3. "Introduction: Policing and State Power", Violence Work, Duke University Press, pp. 1–23, 24 de agosto de 2018, doi:10.1215/9781478002024-001, ISBN 978-1-4780-0202-4

Ligações externas

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