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Bussunda: diferenças entre revisões

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Revisão das 02h35min de 24 de agosto de 2021

Bussunda
Bussunda
Bussunda em 2003
Nome completo Cláudio Besserman Viana
Nascimento 25 de junho de 1962
Rio de Janeiro, RJ
Morte 17 de junho de 2006 (43 anos)
Vaterstetten, Baviera, Alemanha
Causa da morte ataque cardíaco
Nacionalidade brasileiro
Ocupação
Período de atividade 1981–2006

Cláudio Besserman Viana,[1] mais conhecido como Bussunda (Rio de Janeiro, 25 de junho de 1962Vaterstetten, 17 de junho de 2006), foi um humorista membro do grupo Casseta & Planeta, ator, jornalista, escritor, cronista esportivo, editor de revista e dublador brasileiro,

Bussunda afirmava que o humor o havia salvado,[2] consolidando no grupo Casseta & Planeta uma carreira na emissora Rede Globo. Além do bom humor, uma de suas fortes características era zombar do próprio fato de ser comilão, o que o levava a imitar personagens com semelhante qualidade.

Com os mesmos companheiros de televisão escreveu onze livros, lançou três discos, encenou uma peça de teatro e protagonizou um filme em 2003, A Taça do Mundo é Nossa (com um segundo, Seus Problemas Acabaram, lançado em 2006 postumamente). Ainda no cinema, fez uma participação especial no filme Como Ser Solteiro e dublou o personagem principal da animação Shrek nos dois primeiros filmes, tendo falecido um ano antes do terceiro filme da saga, em 17 de junho de 2006, na Alemanha, enquanto realizava a cobertura da Copa do Mundo.[3]

Biografia

Vida pessoal

Bussunda nasceu no Rio de Janeiro, filho de Luís Guilherme Viana e Helena Besserman Viana. Era torcedor do Flamengo. Foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB).[4] Casou-se em 1989 com a apresentadora Angélica Nascimento, de quem teve uma filha, Júlia, em 1993. Seu irmão Sérgio Besserman foi presidente do IBGE (por isso às vezes o IBGE era chamado no programa humorístico Casseta & Planeta, de que Bussunda participava, de "Instituto do Irmão do Bussunda").

Carreira

Bussunda não tinha interesse pelos estudos. Quando adolescente, chegou a ser reprovado com nota zero em todas as matérias. Ainda assim, no vestibular ficou em penúltimo lugar para o segundo semestre do curso de comunicação social da UFRJ. Como o mesmo disse:

Na faculdade pública, meus pais não podiam reclamar que pagavam mensalidade, e a faculdade ajudava no meu projeto de vida de não fazer nada. Não me formei, mas foram ótimos anos.

Ele começou sua carreira trabalhando como redator do jornal humorístico Casseta Popular. Fundado por Beto Silva, Marcelo Madureira e Hélio de la Peña em 1978, o jornal fez sucesso no início da década de 1980 ao combinar o humor escrachado com a crítica política e de comportamento. Na época, ele ainda era estudante de jornalismo na UFRJ. Esse jornal daria origem à revista Casseta Popular e viria a se tornar um dos embriões do Casseta & Planeta.

Na década de 1980, Bussunda inicia suas participações na TV, primeiro como apresentador do programa adolescente de debates Cabeça Feita (TVE Brasil), mais tarde (1988) contratado como redator do programa TV Pirata, que era exibido na Rede Globo. Ainda em 1988, Bussunda se tornou destaque natural do show Eu vou tirar você desse lugar, início da parceria musical da Casseta Popular com o Planeta Diário (mais tarde, Banda Casseta & Planeta). A parceria se estenderia aos programas Doris para Maiores (1991) e Casseta & Planeta, Urgente! (1992 em diante).

Desde 1992, era um dos protagonistas do programa humorístico Casseta & Planeta, Urgente!, exibido pela Rede Globo. Mesmo após a criação do programa, Bussunda continuou a atuar como cronista e jornalista independente. Por exemplo, ele colaborou com várias revistas esportivas, como Lance! e Placar. Ele também participou de campanha publicitária "Sou da Boa", da cerveja Antarctica.

Apelido

O apelido pelo qual Bussunda viria a ser conhecido no Brasil, teria vindo da aglutinação dos nomes Besserman e Sujismundo. Bussunda, ainda adolescente, na colônia de férias Kinderland, foi apelidado de "O Besserman Sujismundo" pelos seus colegas; daí "Bessermundo", e mais tarde, "Bussunda". O próprio Bussunda apresentava uma versão diferente para a origem do seu apelido, dizia que era a mistura "das duas coisas que eu mais gosto - aquela que começa com "Bus" e aquela que termina com "unda".

Morte

Bussunda morreu de um ataque cardíaco em 17 de junho de 2006, no hotel em que estava, o Erb Best Western, no bairro de Parsdorf (município de Vaterstetten), a 16 km do centro de Munique, onde acompanhava a Copa do Mundo. No dia anterior, após uma partida de futebol com amigos do Casseta & Planeta e alguns hóspedes americanos do hotel, sentiu-se mal, mas dispensou assistência médica. Na manhã seguinte, após acordar, foi tomar o café da manhã no hotel onde estava hospedado e começou a passar mal; um grupo de paramédicos que também estava hospedado no hotel foi chamado, tentou reanimá-lo por mais de uma hora, mas foi um esforço em vão. Bussunda já havia morrido, às 8h30, hora local (3h30 no horário de Brasília). Faleceu oito dias antes de seu aniversário de 44 anos.

Bussunda foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério de São João Batista, na capital fluminense.

Enterrado como um "cristão", este fato gerou e ainda gera muitas controvérsias entre a comunidade judaica e a família do humorista, pois ele sempre reiterara que era judeu e influenciado pela religião e cultura judaica, tendo sido membro da Hashomer, da linha sionista-socialista.[5]

O Jornal Nacional do dia 17 de junho de 2006, dia em que o humorista morreu, mostrou as imagens da última gravação de Bussunda, que haviam sido feitas um dia antes de Bussunda morrer. Elas foram novamente ao ar pelo Casseta & Planeta Urgente! na semana seguinte como tributo ao humorista.

Em maio de 2010, o jornalista Guilherme Fiuza lançou o livro Bussunda: a Vida do Casseta, uma biografia sobre Bussunda e um pouco da história dos "cassetas".

Repercussão

O colega de programa Helio de la Peña chamou o amigo de gênio: "Ele era o ponto de equilíbrio do grupo. Não sabemos como vamos ficar sem ele".

Claudio Manoel lamentou o ocorrido com o colega: "É difícil falar sobre este momento. Somos amigos de infância, moramos juntos, não consigo me lembrar de nenhum momento sem ele. É um tsunami. Estou soterrado".[1]

Beto Silva também lamentou a morte do amigo: "Bussunda era uma pessoa do bem, um gênio, um grande amigo. É uma perda para o Brasil".

O então presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse, em nota, que "Bussunda era um grande artista, jovem símbolo da criatividade e irreverência brasileira".[6]

CBF

Jogadores da Seleção Brasileira e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, manifestaram pesar pelo falecimento do humorista.

Alvo de paródias de comediante do Casseta & Planeta, o atacante Ronaldo expressou tristeza pela morte "de uma pessoa de quem tinha se tornado admirador", segundo o site da CBF.[7] Bussunda morreu, por ironia, num momento em que se especulava sobre os problemas de saúde do atacante Ronaldo, um dos personagens mais parodiados pelo comediante.

Flamengo

O Clube de Regatas do Flamengo, ao saber da morte do comediante, decretou luto oficial de três dias em homenagem a Bussunda.

Bussunda era sócio honorário do Flamengo, assíduo torcedor e sempre ajudando o mesmo em campanhas publicitárias para ajudar o time do coração.[8] Devido a este amor, o velório do humorista ocorreu no dia seguinte à sua morte, no Ginásio Hélio Maurício, dentro da sede do Flamengo.

Polêmica no enterro

Até o enterro do humorista Bussunda gerou polêmicas. O comediante sempre se disse judeu, mas foi enterrado em um cemitério cristão, devido possivelmente à vontade de sua esposa. A comunidade judaica, através de José Roitberg, pronunciou-se dizendo:

Bussunda sempre se considerou judeu. Nos causou estranheza a nota do empresário dele, dizendo que Bussunda era um "judeu não praticante, por isso, não seria enterrado em um cemitério judaico". É uma asneira completa.[9]

Nome de rua

A principal avenida da Vila do Pan, no Rio de Janeiro, onde foram realizados os Jogos Pan-Americanos de 2007, recebeu o nome "Cláudio Besserman Vianna", em homenagem ao humorista.[10]

Memória

Episódio póstumo do Casseta

Bussunda foi homenageado pelo Casseta & Planeta, Urgente! no dia 20 de Junho de 2006, 3 dias após seu falecimento. O programa exibiu os melhores momentos do humorista e bateu seu recorde de audiência, com 48 pontos no Ibope em São Paulo.[11]

Partida

O humorista foi novamente homenageado no dia 17 de junho de 2016, exatamente 10 anos após seu falecimento, com uma pelada de futebol organizada no campo do Condomínio Esporte Clube, com a participação de ex-colegas de trabalho e ex-jogadores do Clube de Regatas do Flamengo, seu time do coração.[12]

Meu amigo Bussunda

Ver artigo principal: Meu amigo Bussunda

Em 16 de junho de 2021, o serviço de streaming Globoplay, lançou a série documental Meu amigo Bussunda, dirigida por Claudio Manoel, Micael Langer e Júlia Besserman, sua filha.[13][14] A série é um documentário sobre a vida e a trajetória de Bussunda, traçando sua biografia e seu legado para o humor e a sociedade brasileira.[15]

A "primeira morte"

Os próprios membros do Casseta & Planeta já haviam brincado com a morte do humorista, em 2003, numa piada noticiada na própria página oficial do grupo, três anos antes de ele falecer.[16][17]

A reportagem trazia, além do "anúncio", uma entrevista post mortem com o humorista, realizada através da "brincadeira do copo", no qual o grupo, irreverentemente, brincava com o assunto, tabu para alguns, com Bussunda declarando que o paraíso "é maneiro. Se vocês soubessem como é, iam morrer de inveja". Bussunda não se incomodou em posar para uma foto dentro de um caixão.

A piada sobre a morte de Bussunda foi uma resposta do grupo ao boato espalhado pelo popular site humorístico Cocadaboa, que havia divulgado a morte do humorista no "Bolão Pé da Cova", seção do site na qual os participantes podem apostar em quais celebridades acham que não sobreviverão ao próximo ano.

Como mensagem final, Bussunda declarava, na entrevista, sempre irreverente, que "Agora que eu morri, vocês não precisam mais perder tempo assistindo ao programa, comprando livros e acessando o site... Vai todo mundo se f****!!!".

O mesmo Cocadaboa, dias depois, voltaria ao assunto, "denunciando" uma conspiração da Globo para "ocultar a morte" do humorista, enquanto o grupo se refazia e tentava se preparar para continuar o programa.

Personagens

Reais

Fictícios

Obras

Estão incluídas aqui obras realizadas em conjunto com o Casseta & Planeta.

Livros

Ver artigo principal: Livros do Casseta & Planeta

Bussunda foi coautor dos livros coletivos do Casseta & Planeta e lançou dois livros solo: Bussunda na Copa (1994) e Alô, rapaziada (1995).

Discos

Ver artigo principal: Banda Casseta & Planeta

Shows

Uma lista incompleta:

  • Casseta in Concert: Coral Coro de Pica - 1984
  • Eu vou tirar você deste lugar - 1988
  • Preto com um buraco no meio - 1989
  • Casseta & Planeta Unfucked - 1996

Filmes

  • Casseta & Planeta: A Taça do Mundo É Nossa (2003) - Fez o papel de Wladimir Illitch Stálin Tsé Tung Guevarra (também conhecido como Frederico Eugênio)
  • Casseta & Planeta: Seus Problemas Acabaram! (2006) - Último filme com o Casseta & Planeta. Lançado postumamente em 1º de setembro de 2006.
  • Shrek (2001)[18] e Shrek 2 (2004) - Bussunda foi responsável pela voz do personagem principal na versão brasileira, e seu trabalho rendeu reações variadas. Após seu falecimento, o personagem Shrek passou a ser dublado por Mauro Ramos nos filmes 3 e 4 e em especiais de TV.
  • Zoando na TV (1999) - Fez o Papel de um Apresentador de TV com um programa chamado "Show do Bolão"
  • Como Ser Solteiro (1998) - Fez apenas uma pequena participação

Televisão

Jornais e revistas

Referências

  1. Pela grafia original, Cláudio Besserman Vianna.
  2. «Bussunda dizia que o humor o salvou». Jornal A Tarde. Consultado em 22 de junho de 2021 
  3. «Humorista Bussunda morre aos 43 anos de infarto na Alemanha». UOL. 17 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  4. «Perfil completo – Bussunda – Memória». Consultado em 19 de junho de 2021 
  5. «Enterro de Bussunda deixa judeus inconformados». Estadão. 22 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  6. «Para Lula, Bussunda era "símbolo da irreverência brasileira"». Folha de S.Paulo. 17 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  7. «CBF manifesta pesar pela morte do humorista Bussunda». Estadão. 17 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  8. Saavedra, Juan (17 de junho de 2006). «Tributo a rubro-negro típico». Flamengo NET. Consultado em 4 de agosto de 2021 
  9. «Enterro de Bussunda provoca polêmica entre judeus». Terra. 22 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  10. «Bussunda vira nome de avenida no Rio». Terra. 23 de junho de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  11. «Homenagem a Bussunda bate recorde de audiência do "Casseta"». 21 de junho de 2006. Consultado em 2 de março de 2017 
  12. João Pedro Ribeiro (17 de junho de 2016). «Pelada em homenagem ao rubro-negro Bussunda reúne amigos, familiares e ídolos». Site oficial do Flamengo. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  13. Pereira, Eduardo (22 de junho de 2021). «Meu Amigo Bussunda é tributo sensível guiado por riso, choro e saudade». Omelete. Consultado em 29 de junho de 2021 
  14. «'Meu Amigo Bussunda' mostra história e legado do humorista que morreu há exatamente 15 anos». G1. 17 de junho de 2021. Consultado em 29 de junho de 2021 
  15. Finotti, Ivan (16 de junho de 2021). «Crítica: 'Meu Amigo Bussunda' é feito sob medida para emocionar os seus fãs». Folha de S.Paulo. Consultado em 29 de junho de 2021 
  16. Gilmar Lopes (12 de abril de 2003). «Morre o Humorista Bussunda!». E-farsas. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  17. Fausto Salvadori Filho (18 de junho de 2006). «Cassetas fizeram piada sobre "morte" de Bussunda em 2003». Folha de S.Paulo. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  18. Cristian Klein (22 de junho de 2001). «Bussunda dá voz a ogro porcalhão». Folha de S.Paulo. Consultado em 23 de janeiro de 2021 

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