Dácia
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Dácia, na geografia antiga a terra dos daci ou getae, era um grande distrito da Europa Central, limitado ao norte pelos Cárpatos, ao sul pelo Danúbio, ao oeste pelo Tisa (rio Tisza, na Hungria), e a leste pelo Tyras (Dniester ou Nistru, agora na Moldávia oriental). A Dácia corresponde assim à Romênia e à Moldávia atuais.
Ao oeste, ela pode originalmente ter se estendido até o Danúbio, onde ele corre de norte a sul em Waitzen (Vacz). Júlio César, no livro 6 de seu De Bello Gallico, fala da floresta de Hercynia, que se estende do Danúbio aos territórios dos dácios. Ptolomeu aponta a fronteira oriental da Dácia antes do rio Hierasus (Siret, na atual Romênia).
Os habitantes desse distrito são considerados como pertencentes ao ramo trácio. Os dácios eram conhecidos como getae em escritos gregos, e como Dacorum, Dagae e Getarum (Getae) em documentos romanos — veja o mapa romano tardio Tabula Peutingeriana.
Cultura
Os dácios obtiveram um grau considerável de civilização na época em que pela primeira vez se tornaram do conhecimento dos romanos.
Religião
De acordo com o relato da história de Zalmoxis (ou Zamolxis) no livro 4 da História de Heródoto, os getae (falantes da mesma língua dos dácios - Strabo) acreditavam na imortalidade da alma e consideravam a morte uma mera mudança de país. Seu supremo sacerdote possuía uma posição eminente como representante da divindade suprema, Zamolxis. O sacerdote principal era também o principal conselheiro do rei. O godo Jordanes em sua Getica (A origem e feitos dos godos) fala de Dicineus (Deceneus), o maior sacerdote de Buruista (Burebista).
Além de Zamolxis, os dácios acreditavam em outras divindades, tais como Gebeleizis e Bendis.
Sociedade
Os dácios dividiam-se em duas classes: a aristocracia (tarabostes) e as pessoas comuns (comati).
Apenas a aristocracia tinha o direito de cobrir suas cabeças e usar um chapéu de feltro (por isso pileati, seu nome em latim). Eles formavam uma classe privilegiada, e supõe-se que eram os predecessores dos boyars romenos.
A segunda classe, que abrangia os soldados rasos do exército, os camponeses e artesãos, pode ter sido chamada de capillati (em latim). Sua aparência e vestimentas podem ser vistas na Coluna de Trajano.
Os dácios desenvolveram o Murus Dacicus, característico de seus complexos de cidades fortificadas, como sua capital Sarmisegetusa na atual Hunedoara (Romênia). O grau de desenvolvimento urbano dos dácios pode ser visto na Coluna de Trajano e no relato de como Sarmisegetusa foi derrotada pelos romanos. Os romanos identificaram e destruíram os canais de água da capital dácia, somente assim sendo capazes de acabar com o longo cerco de Sarmisegetusa.
Cronistas gregos e romanos registraram a derrota e captura de Lysimachus no século III a.C. pelos getae (dácios) governados por Dromihete, sua estratégia militar e a libertação de Lysimachus após um debate na assembléia dos getae.
As cidades dos dácios eram conhecidas como Dava, Deva, Deba ou Daba : Buri Dava, Marco Dava, Petro Dava, Saca Dava, Suci Dava, Pelen Dava, Pulpu Deva, Rusi Dava, Cumu Deva, Clepi Dava, Cumi Dava, Per Buri Dava, Doci Dava, Argi Dava, Ita Deba, Desu Daba, Dausa Dava, Saga Dava, etc.
Atividades
As principais atividades dos dácios eram agricultura, apicultura, vinicultura, criação de gado e trabalho em metal. A província romana da Dácia é representada no sestércio (moeda) romano como uma mulher sentada em uma rocha segurando uma águia, com uma criança pequena no seu joelho segurando grãos e uma criança pequena sentada a sua frente segurando uvas.
Eles também trabalhavam nas minas de ouro e prata da Transilvânia. Mantinham também um considerável mercado externo, como é visto pelas várias moedas estrangeiras encontradas no país. Veja o Tesouro de Decebalus
Língua
Artigo principal: Língua dácia
As características da língua dácia ainda são discutidas, devido a evidências arqueológicas insuficientes.