Tendais
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Freguesia | ||||
Vale dos Prados e igreja matriz de Tendais | ||||
Gentílico | Tendalenses, do latim Tendales que deu origem ao nome da freguesia: Tendais. | |||
Localização | ||||
Localização de Tendais em Portugal | ||||
Coordenadas | 41° 00′ 57″ N, 8° 02′ 43″ O | |||
Município | Cinfães | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 31,77 km² | |||
População total (2011) | 807 hab. | |||
Densidade | 25,4 hab./km² | |||
Código postal | 4690-793 | |||
Outras informações | ||||
Orago | Santa Cristina de Bolsena |
Tendais é uma freguesia e paróquia portuguesa do concelho de Cinfães, com 31,77 km² de área e 807 habitantes (2011). Densidade: 25,4 hab/km².
Foi vila e sede de concelho, extinto entre 1821 e 1832, passando a integrar o cocelho de Ferreiros de Tendais a partir daí e até à sua inclusão no actual município de Cinfães.[1]
Demografia
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Evolução da População 1864 / 2011
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Variação da População 1864 / 2011
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A População em 2001
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A População em 2011
História
A História da freguesia e paróquia de Tendais, concelho até 1826, está por fazer. Só em breves notas (Bertino Daciano Guimarães, 1954; Guido de Monterey, 1988; Monografia de Cinfães - vários autores, 2000) tem sido caracterizado o percurso histórico desta unidade administrativa que mantém, praticamente inalterada, a sua jurisdição desde a Idade Média. Também a ausência de fontes, por via da destruição compulsiva de património documental, (de que destaca o acervo outrora arquivado nas instituições locais: capitania-mor, câmara municipal, casas senhoriais ligadas à governança, etc.) impedem possa reconstituir-se, com rigor científico, a trajectória deste conjunto de comunidades.
De facto, as raízes de Tendais devem buscar-se no rescaldo do movimento da Reconquista a que se seguiu um reordenamento territorial com base em presúrias, primeiramente reguengas e nobres e só depois fragmentadas pela entrega a conjuntos monásticos. Nota-se aqui a influência, primeiro, dos de Ribadouro, prole de Egas Moniz, (a quem uma certa historiografia concede preeminência junto de Afonso Henriques) e, depois, dos Pinto, que tiveram aqui o seu espaço de manobra, tendo tomado para si a divisão da propriedade e o controle das instituições numa extensa região que vai do Paiva a Lamego.
Mas a evolução para um município, tal qual o conhecemos a laborar em plena Idade Média, é lento. Ainda nos séculos XI e XII, a comunidade estava dividida entre o núcleo principal, «o aro», que circundava o promontório do Castêlo (cujo topónimo, e vestígios arqueologicos recolhidos na década de 1930, por Eugénio Jalhay, denunciam fortificação de tipo castrejo) e as aldeias serranas de Aveloso, Macieira e Marcelim inseridas num processo de arroteamento e «humanização» da serra, por nobres, por força a retirar delas rendimentos. É nesse sentido que surgem cartas de aforalamento - pequenos conjuntos de regras que determinavam a exploração da propriedade e asseguravam a estabilidade económica e social dos habitantes locais - e uma pequena municipalização, que Tendais, para se construir, terá de destruir - caso da «Ribeira» e as já referidas aldeias na posse de certos nobres.
No século XIII já se refere o julgado de Tendais e as Inquirições de D. Afonso III indicam o aro e praticamente todas as aldeias que ainda hoje existem: Aveloso, Marcelim, Mourelos, Valverde, Vila de Muros, Meridãos, Macieira, Casais, Sá, Fermentãos, Quinhão- onde se localiza a sede da paróquia - e Soutelo. Exceptuava-se a Granja, «quimta da Granja», como é referida no século XVI, fruto da intervenção ou de Cister, ou dos premonstratenses que, perto, (na Ermida do Paiva) tinham a sua casa-mãe e daí geriam os seus padroados e propriedades, grande parte deles na serra do Montemuro (o caso de Alhões).
A influência monástica era aqui sentida pela existência de foreiros ligados aos conventos de Paço de Sousa, Ancede, Alpendurada, Salzedas, etc - sendo por isso forte a espiritualidade beneditina e cisterciense - não que tal tivesse influenciado a escolha do orago principal, Santa Cristina, como veremos mais adiante. Mas não pode ser descurada a presença do Santíssimo Salvador (em Soutelo) e a de São Pedro Apóstolo - este o patrono de uma ermida num altiplano a mais de 1000 metros de altitude, que se tornou regionalmente um dos principais locais regionais de romagem.
No século XVI o inquérito populacional ordenado por D. João III refere Vila Verde (Valverde)como cabeça de concelho. De facto a sede municipal acompanhou o cargo de juiz ou de capitão-mor, sedeando-se assim no seu solar, dada a escassez de recursos com que o município pudesse satisfazer a construção de uma casa comunitária. De resto era em Quinhão que os homens bons se reuniam, fosse no adro ou próximo a alguma árvore simbólica, fosse junto à picota, onde ainda hoje subsistem, muito mal tratados, os vestígios do pelourinho manuelino de Tendais.
Num espaço tão diminuto como era Tendais, a escolha dos elegíveis revolvia-se numa autêntica autofagia, que aumentava à medida que as famílias nobres se consorciavam entre si. Mas os altos níveis de consanguinidade (por estudar) não eram apanágio das famílias terra-tenentes. Fosse por uma necessidade de manter o património indiviso, ou para evitar a fuga de mão-de-obra, durante séculos a população de Tendais foi criando, por uniões legítimas ou ilegítimas, sucessivas gerações em que os indivíduos apresentavam um parentesco, algumas vezes extremamente próximo, entre si. O estudo mais aprofundado deste tema, localmente, poderia, inclusive, lançar luz sobre casos de deficiências congénitas, físicas e mentais que ainda hoje se verificam.
Mas, em meados do século XVIII, a distinção entre categorias sociais é evidente, muito embora houvesse uma certa mobilidade, sobretudo devido às altíssimas taxas de ilegitimidade que ocorrem transversalmente até ao século XX - o que diluiria a distância entre «classes» ocasionando a ascensão de certo indivíduos. Sendo extraído de um romance, não podemos deixar de destacar a apreciação que dela fez Abel Botelho em 1888, quando passou por Aveloso e nesta povoação fez situar o seu conto «A Fritada», chamando-lhe «reles freguezia sertaneja, de menos de dois mil habitantes, pola maior parte morigerados nos costumes e regrados no viver» (BOTELHO, Abel - Mulheres da Beira, 1888). A narrativa descreve o amor impossível entre uma simples rapariga do povo, Eufrásia, e o filho dos senhores da «Casa branca» de Aveloso, o Joãosinho que, por atavismo ideológico do autor, representa mais uma certa aristocracia que Abel Botelho republicano repudiava. Porém, não sendo morigerada, nem regrada (como vimos os números de ilegítimos são elevadíssimos), houve sempre, na «historiografia» e nas incipientes análises antropológicas locais, a tentativa de fazer passar a ideia de um espaço comunitário cuja organização se aproximava, não ao comunitarismo, mas ao comunismo.
Tal não é, de modo algum verdade, havendo profundas clivagens que se traduziam num clima de conflituosidade ao nível de partilha de espaços, acesso a matérias, ou mesmo tentativas de conquista de espaços simbólicos. Muitos destes casos resultavam em agressividade, ou manifestações conjuntas de repúdio ou desconfiança para com os da comunidade vizinha.
O concelho resistiu até ao ano de 1826, a partir do qual, na sequência da reforma administrativa então operada (que justificava a extinção com o baixo índice populacional), passou a integrar o actual Concelho de Cinfães. Era, como já vimos, constituído apenas por uma freguesia e paróquia e tinha, em 1801, 1 499 habitantes.
Mas a passagem para o liberalismo e a organização de 1855, que definiu a dimensão actual do município cinfanense, agregando Ferreiros de Tendais e Sanfins da Beira (ver Sanfins (Cinfães) ) não arredou do poder, as elites de Tendais: os «Resende Figueiredo», os «Morgados de Aveloso e Mourelos», ou os «Pinto da Fonseca», etc, que constituíram os novos órgãos decisórios agora transferidos para o pequeno lugarejo de Cinfães - até pela sua condição de maiores contribuintes locais, que os tornava eleitores e elegíveis.
Esta permanência e premência de algumas famílias perdurou até 25 de Abril de 1974, tendo enfraquecido ao longo da III República, quando a influência social destas deu lugar a novos grupos, formados segundo estratégias políticas e partidárias.
Essencialmente conservadora, onde a Igreja tem uma palavra maior, a freguesia aceitou durante mais de 25 anos, o governo do Partido Social Democrata sendo recentemente eleito o primeiro presidente de Junta (independente) com apoio do Partido Socialista.
Paróquia
A Paróquia tem como padroeira Santa Cristina, mártir, de Bolsena e a igreja matriz, pombalina, está situada no extremo sul do lugar de Quinhão.
Descrição cultural
A freguesia e paróquia de Tendais é, assim composta na actualidade por 15 lugares habitados, na sua maioria localizados na margem esquerda do rio Bestança, à excepção do lugar de Soutelo, o único deles situado na margem direita daquele curso de água. Tendais não existe enquanto povoação, correspondendo à designação da freguesia que congrega todas as aldeias acima nomeadas.
Com um tipo de povoamento concentrado que caracteriza o curso superior do Vale do Bestança, é a influência do mesmo rio e da Serra do Montemuro, em cujas encostas se implantam, que tem condicionado o carácter das várias aldeias de Tendais.
Região essencialmente rural, os seus habitantes ainda hoje se dedicam na sua maioria a actividades agrícolas (sendo as de maior peso as culturas do milho, do centeio, da batata e da castanha) e pecuárias, com especial destaque para a criação de gado bovino da característica raça arouquesa, a par do chamado "gado miúdo"- ovinos e caprinos.
Não obstante o progresso corrosivo, ainda se observam hoje, localmente, alguns vestígios de vivência comunitária.
Destes, destaca-se a "vigia"- prática (observável ainda em Aveloso, Sá e Casais) de apascentar em rebanho comum todas as cabeças de gado miúdo de uma determinada aldeia ao cuidado diário de cada um dos proprietários em tempo directamente proporcional ao número de animais que possuem-; a "partilha das águas"- engenhoso e antigo sistema de divisão horária das águas de rega provenientes dos afluentes do Rio Bestança, distribuídas por complexos sistemas de levadas, algumas de provável origem medieval, o qual regula a equitativa utilização deste bem no seu período de maior escassez, entre os dias de S. João (24 de Junho) e de S. Miguel (29 de Setembro)-, ou ainda a prática de moagem em moínho de água de uso colectivo, ou de "herdeiros", em que várias famílias partilham entre si, em sequência pré-determinada, o usufruto da moagem em períodos sequenciais ao longo da semana.
Na freguesia situam-se alguns dos lances geomorfológicos da serra de Montemuro, entre os quais se destaca o alto do Perneval - segundo ponto mais alto da Serra do Montemuro com 1278 m de altitude - e o planalto de S. Pedro de Campo, caracterizadas pela presença de vegetação arbustiva pobre e de abundantes afloramentos de blocos graníticos, em geral de grandes dimensões, por vezes com configurações zoomórficas- como os popularmente conhecidos penedos da Cabeça de Cão e da Tromba do Elefante, no termo da freguesia.
Malogradamente a instalação de geradores de energia eólica ocasionou a destruição do espaço paisagístico - em alguns locais irremediavelmente - não havendo estudos concretos que afirmem que a chegada destes aparelhos não venha a colocar em perigo habitats da fauna local.
Em contraste, as encostas de grande pendente que bordejam o Rio Bestança e os restantes cursos de água menores da sua bacia hidrográfica- como os Ribeiros de Barrondes, das Canadas ou da Galeira - são áreas de terrenos férteis, verdes durante a maior parte do ano graças à elevada pluviosidade local (fruto da condensação ocasionada pela barreira montanhosa de Montemuro) e à abundância das águas de rega disponíveis, que oferecem relances de luxuriante vegetação arbustiva e arbórea. A prática agrícola em socalcos foi o recurso encontrado pelas populações locais para vencer os desníveis das vertentes e praticar uma agricultura semi-intensiva, em que as culturas alternam com o lameiro (produção de erva e feno para consumo animal)e o recurso a fertilizantes naturais é ainda a regra. A propriedade minifundiária domina a paisagem, sobretudo na zona denominada «Ribeira», abaixo dos 500 metros de altitude, por força de uma pressão demográfica que obrigou, entre meados no século XIX e meados do século XIX a uma transformação compulsiva da paisagem.
Património
Património religioso imóvel
Templos públicos
É uma das paróquias que, na diocese de Lamego, apresenta o maior número de edifícios religiosos (católicos) e será, provavelmente, uma das que apresentam o índice mais elevado de templos por quilómetro quadrado (cf. RESENDE, Nuno - Lamego. Um inventário em construção. Lamego: Diocese, 2006, p. 90)
Igreja matriz (séculos XVIII-XIX), foi edificada durante o consulado pombalino próximo a uma outra, talvez de fundação medieval (que apresentaria a orientação canónica Este-Oeste, o que não é o caso da actual). Destacam-se no seu interior algumas esculturas barrocas de alguma relevância, nomeadamente as de Santa Bárbara e São Sebastião. A da padroeira, trabalho menos erudito do século XVII ou de transição para o século XVIII, foi profundamente alterada por criminosos repintes. Trata-se, contudo, de uma curiosa representação de Santa Cristina, mártir, com a serpente "enroscada" no seu braço direito (ver Paróquia).
Ermida de Nossa Senhora do Rosário, Vila de Muros. Templo manuelino, seguindo modelos anteriores, de uma só nave, com capela mor, separada por arco de volta perfeita de esquina chanfrada à semelhança do vão principal. Foi mandada edificar no primeiro quartel do século XVI por um clérigo local que nela instituiu capela e óbitos por sua alma.
Ermida de Nossa Senhora da Livração Mourelos, século XVIII (?) . Seria, talvez, a ermida do Senhor de Matosinhos que, na década de 1850 (como refere uma inscrição no altar mor, a propósito de obras no edifício patrocinadas pelo «Morgado de Mourelos», José de Resende) foi retirada à posse privada e oferecida ao culto público. O interior, embora não exiba recheio artístico de grande valor, foi recentemente alvo de (criminosos) repintes.
Ermida de Nossa Senhora do Rosário de Fátima Macieira, obra do século XX;
Ermida de Nossa Senhora dos Milagres Marcelim, obra do século XX, de duvidoso gosto estético e arquitectónico, veio suplantar a ermida de São Lourenço na periferia do povoado (ver).
Ermida do Santíssimo Salvador do Mundo, Soutelo, século XVIII.
Ermida de Lourenço Mártir, Marcelim, situado no extremo oeste da povoação, foi edificada por volta de finais da década de 50 do século XVIII, como indica a inscrição (1758) sobre a ombreira da porta principal.
Ermida de São Pedro Apóstolo, Granja;
Ermida de São Pedro Apóstolo, em altiplano, sobre as aldeias de Granja, Sá e Meridãos que, no século XVIII, eram obrigadas a fabricá-la, ou seja a prover os materiais e a mão-de-obra necessária à sua conservação.
Ermida de São Sebastião, situada nas proximidades e no termo da aldeia de Mourelos, junto a uma das estradas mais frequentadas de Tendais até à chegada das vias de asfalto: o caminho de ligava a ribeira à zona serrana da freguesia e Paróquia de Tendais. Como a grande maioria das ermidas dedicadas a São Sebastião, protector contra a peste que os caminhos trazem, também este templo expressava o cuidado de proteger quem chegava e quem partia. Nesse sentido, como papel de advogado primeiro dos militares, São Sebastião e a sua ermida tiveram grande afluência ainda no século XX, aquando da Guerra Colonial, cujas mães daqueles que partiam para o Ultramar, vinham aqui rogar pelos filhos. Hoje é um edifício arruinado, desmazelo dos Homens que já pouco se agarram à religiosidade e à espiritualidade se não com intuito menos divinos e mais mundanos. É uma construção da segunda metade do século XVIII, sem qualquer lavor artístico, interior ou exterior.
Ermida de São Vicente de Saragoça, próximo à aldeia de Meridãos de que foi, durante muitos anos, a capela pública e orago principal do termo desta povoação (que depois para si o culto e a gestão de uma capela privada, a de Santa Quitéria ou de Nossa Senhora dos Remédios, da Casa do Rêgo, ver abaixo).
Ermida do Senhor da Agonia, Vila de Muros; localiza-se paralelamente à ermida de Nossa Senhora do Rosário (ver acima)
Ermida do Calvário ou do Senhor do Calvário, acima da aldeia de Quinhão, construção recente para servir de termo à procissão dos Passos da Paixão.
Capelas privadas
Divino Espírito Santo, Sá, construção do século XX; Nossa Senhora da Guia, Mourelos, idem; Nossa Senhora de Lourdes, Outeiro de Meridãos, idem; Sagrado Coração de Jesus, Outeiro de Meridãos, idem; Santa Quitéria/Nossa Senhora dos Remédios, Meridãos, século XVII/XVIII.
Santo António da Boavista, cabo de Quinhão, século XX São Francisco de Assis (ou de Borja), Casais, meados do século XVIII, mandada edificar pelo padre Francisco dos Santos, da família dos Morgado de Aveloso e Casais, como prova a inscrição por ele mandada gravar na fachada da referida capela. --Nuno Resende 14h32min de 13 de Fevereiro de 2008 (UTC)
Arquitectura civil
Casas nobres
Casa da Portela, Meridãos, seria a única casa brasonada existente no concelho de Tendais (o brasão foi apeado depois de 1910, na sequência da tributação pela República destas insígnias). Pertenceu ao Capitão-mor Manuel Correia Peixoto de Resende Rêgo e depois à família Resende Figueiredo. Foi alvo de obras de beneficiação recentes, de carácter moderno. Não possui capela.
Casa do Cabo de Quinhão, Quinhão. Nesta casa nasceu o Padre Patrício Peixoto que mandou edificar a igreja matriz de Cinfães no 3.º quartel do século XVIII. Edifício vetusto, sem características artísticas dignas de nota é hoje da família Resende Rego, entre outras.
Casa do Outeiro de Meridãos, Meridãos. Uma das casas nobres mais antigas da freguesia de Tendais, nela subsiste um sarcófago (medieval?) com inscrições, prova de edificação sobre estruturas muito anteriores. O núcleo original da casa deverá remontar ao século XVI, com profundas remodelações nos séculos seguintes, até recentemente, quando lhe foi adossada, pelo possuidor actual, Dr. José Cabral Pinto de Resende, a capela do Sagrado Coração de Jesus que pertencia aos senhores da casa.
Casa do Outeiro, Meridãos construção do século XIX, chama a atenção pela robustez e pela austeridade com que foi gizada. Teve oratório.
Casa de São João, Valverde. Edificação do século XIX ao gosto dos revivalismos da época. Foi seu mentor o Dr. António Jorge de Figueiredo, de Meridãos, advogado e escritor, que nela habitou por casamento com uma senhora da nobreza local, dos Resende Rêgo, ramos dos Morgados de Aveloso que singrou na área da medicina e da farmacêutica.
Quinta das Poldras, Vila de Muros embora não possa ser considerada uma casa nobre, se não um edifício habitacional com características semelhantes a tantos outros propriedade de lavradores abastados, a casa e quinta das Poldras suscita interesse por nela ter nascido a 20 de Abril de 1846, o militar e explorador de África Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto. A casa pertencia à família materna do pai de Serpa Pinto, o médico Dr. José da Rocha Miranda de Figueiredo. Hoje não passa de um conjunto de estruturas arruinadas.
Casa da Poça, Macieira, edifício compacto, sem lavores, de arquitectura simples, construído junto à Poça de Macieira - vasta presa que retinha as águas da aldeia para posterior direccionamento e distribuição. Nesta casa habitou um ramo dos Morgados de Aveloso, que deram origem à família Resende Rêgo, a qual, a pouco e pouco, se apossou do nome do local, ao ponto de uma das suas últimas moradoras, D. Maria do Carmo, assinar-se «Maria do Carmo Resende Rêgo e Poça». Foi esta senhora mãe de Maria Emília de Resende, notável proprietária de Cinfães que, tendo casado à revelia dos pais com um republicano, Afonso de Resende, andou algum tempo foragida pelo Brasil. Tendo regressado à sua terra, já o regime havia consolidado e as guerras intestinas entre monárquicos e republicanos, serenado, viveu em Cinfães com o seu marido. Este casal não teve filhos e a fortuna de ambos deu origem ao núcleo patrimonial que criou a Santa Casa da Misericórdia de Cinfães, na década de 50 do século XX.
Casa do Rêgo, Meridãos. Talvez provenha desta casa o sobrenome rêgo que rapidamente se associou ao apelido Resende (extremamente comum em Tendais), como sugere o distinto genealogista Dr. Cabral Pinto de Resende. É um edifício situado no centro da povoação de Meridãos, em forma de L, estando a fachada virada a sul, sobre um pequeno largo (onde se ergue, desde os anos de 1940, um cruzeiro da independência), estando a capela aberta a oeste, para caminho público o que favoreceu, já neste século, a sua «comunitarização» e a apropriação da mesma como templo público (embora não seja, como determinado canonicamente).
Figuras históricas relacionadas com Tendais
- Afonso Hermiges de Baião, nascido em 1150, foi entre 1175 e 1187 detentor da Tenência de Tendais.
Referências
- ↑ «Paróquia de Tendais». Arquivo Distrital de Viseu. Consultado em 7 de Novembro de 2013