Reino da Iugoslávia
Краљевина Југославија Kraljevina Jugoslavija Reino da Jugoslávia ¹ | |||||
Reino | |||||
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Lema nacional Uma Nação, um Rei, um País | |||||
Hino nacional Combinação de Bože Pravde, Lijepa nasa domovino e Naprej zastava slave
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Continente | Europa | ||||
Capital | Belgrado | ||||
Língua oficial | Servo-croata e esloveno | ||||
Governo | Monarquia constitucional | ||||
Rei | |||||
• 1918-1921 | Pedro I | ||||
• 1921-1934 | Alexandre I | ||||
• 1934-1941 | Pedro II | ||||
História | |||||
• 1 de dezembro de 1918 | Primeira Guerra Mundial | ||||
• 6 de Julho de 1929 de | Instauração de Monarquia absoluta | ||||
• 6 de Abril de 1941 de | Invasão da Jugoslávia | ||||
• 17 de abril de 1943 | Invasão da Jugoslávia | ||||
População | |||||
• 1921 est. | 11,984,911 | ||||
• 1931 est. | 13,934,038 | ||||
Moeda | Krone (1918–1920) Dinar (1920–1945) | ||||
Membro de: Eixo | |||||
¹ Antes de 6 de julho de 1923, o nome oficial era Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. |
Reino da IugosláviaPB ou Reino da JugosláviaPE foi um Estado dos Bálcãs, na Europa, que existiu de 1918 até 1941, dirigido pela dinastia real sérvia dos Karadjordjevic, englobando os territórios dos atuais Estados da Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte e a maior parte da Eslovênia e da Croácia.
Formação
A "Iugoslávia" ou "Jugoslávia" nasceu com o nome de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (em croata: Kraljevina Srba, Hrvata i Slovenaca; em sérvio: Краљевина Срба, Хрвата и Словенаца; em esloveno: Kraljevina Srbov, Hrvatov in Slovencev; em macedônio: Кралство на Србите, Хрватите и Словенците), com o término da Primeira Guerra Mundial. O novo reino foi proclamado em 1 de dezembro de 1918 pelo príncipe regente Alexandre Karadjordjevic, em nome de seu pai, o rei Pedro I da Sérvia.[1]
A Croácia, o território esloveno, a Bósnia, a Herzegovina (anexada ao Império Austro-Húngaro em 1908 e reunida no Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios) e Montenegro uniram-se, assim, ao Reino da Sérvia (que já incluía o Kosovo, a Macedónia do Norte e a Voivodina).
O território eslavo da Caríntia na recém-constituída República da Áustria decidiu não se unir ao novo reino. A cidade portuária dálmata de Zadar e algumas ilhas dálmatas foram cedidas à Itália (voltariam à Iugoslávia após a Segunda Guerra Mundial). A cidade de Rijeka, conhecida em italiano como "Fiume", foi declarada Estado livre, mas foi ocupada e, em 1924, anexada pela Itália. As tensões com a Itália continuaram, com esta reivindicando mais territórios na costa da Dalmácia e com o novo reino exigindo a Ístria, parte da antiga província costeira austríaca que havia sido anexada à Itália mas que contava em sua população número considerável de croatas e eslovenos.
Concluído o processo de formação territorial, o novo reino apresentava um território ligeiramente menor do que o da futura República Socialista Federal da Iugoslávia e uma população de cerca de 13 milhões de habitantes.
A constituição e primeiros anos do novo país
A constituição do reino, aprovada em assembleia constituinte em 1921, estabeleceu uma monarquia unitária. Os políticos sérvios consideravam a Sérvia como o núcleo da unidade iugoslava, assim como o foram o Piemonte para a Itália, ou a Prússia para o Império Alemão. Nos anos seguintes, aumentou a resistência croata contra uma política centrada na capital sérvia. Stjepan Radić, chefe do Partido Camponês Croata, foi preso por motivos políticos, tendo sido solto em 1925, quando retornou ao parlamento.
Na primavera de 1928, Stjepan Radić e Svetozar Pribičević travaram uma amarga batalha parlamentar contra a ratificação da Convenção de Netuno com a Itália (concluída em 20 de julho de 1925, que deveria regular a situação dos italianos na Dalmácia e a anexação de Zadar à Itália). Para tanto, mobilizaram a oposição nacionalista também na Sérvia, mas terminaram por provocar violenta reação da maioria governamental, até mesmo com ameaças de morte. Em 20 de junho de 1928, um integrante da maioria, o deputado montenegrino Puniša Račić, atirou contra cinco membros do Partido Camponês Croata, inclusive Stjepan Radić. Dois morreram no plenário da assembleia e Stjepan Radić ficou entre a vida e a morte.
Com isto, a oposição retirou-se por completo do parlamento e exigiu novas eleições. Em 1º de agosto de 1928, numa reunião em Zagreb, a oposição repudiou a declaração de 1º de dezembro e exigiu que a unificação fosse reavaliada. Em 8 de outubro, Stjepan Radić faleceu.
A ditadura
Em 6 de janeiro de 1929, em reação à crise política causada pelas mortes no Parlamento, o rei Alexandre aboliu a Constituição e estabeleceu uma ditadura pessoal. Em outubro, alterou o nome do país para Reino da Iugoslávia e reorganizou as divisões territoriais.[1]
Em 1931, Alexandre I outorgou uma nova constituição que fez do poder executivo uma concessão do rei. As eleições passariam a ser por sufrágio masculino, o sigilo eleitoral foi suprimido e os funcionários públicos seriam pressionados para votar no partido do governo. Metade da Câmara Alta do parlamento seria indicada diretamente pelo rei.
Em 9 de outubro de 1934, o rei foi assassinado em Marselha, França, por exilados iugoslavos, membros radicais de partidos políticos que ele havia banido cinco anos antes.
Devido à menoridade do sucessor de Alexandre, seu primogênito Pedro II, uma regência trina assumiu as funções reais, com predomínio do primo do rei, príncipe Paulo Karađorđević.
A queda
Em 25 de março de 1941, o príncipe regente Paulo assinou o Pacto Tripartite (que criou o Eixo), em Viena. Grandes manifestações em contrário seguiram-se em Belgrado e o sobrinho de Paulo, juntamente com oficiais pró-Inglaterra e políticos de classe média, tomaram o poder por meio de um golpe de Estado em 27 de março de 1941. O general Dušan Simović tornou-se primeiro-ministro. Embora a Iugoslávia procurasse sair da esfera do Eixo, terminou por assinar o Pacto Tripartite, temendo que a Inglaterra não estivesse em condições de assistir o país no caso de um ataque alemão.
De qualquer modo, os países do Eixo invadiram a Iugoslávia em 6 de Abril de 1941. A família real refugiou-se no exterior.
O Reino da Iugoslávia foi dividido pelo Eixo: a Hungria e a Bulgária anexaram algumas áreas de fronteira, a Croácia tornou-se o Estado Independente da Croácia e criou-se um Estado sérvio, sob a administração de Milan Nedić, que ainda reconhecia Pedro II como rei.
Pedro II continuou a ser reconhecido pelos Aliados como soberano sobre a totalidade do Estado iugoslavo. Porém, durante a guerra, o poder efetivo passou às mãos do movimento de resistência de Tito. Em 16 de junho de 1944, foi assinado o acordo Tito-Šubašić , o qual reuniu os governos de facto e de jure da Iugoslávia.
No início de 1945, depois que as forças alemãs foram expulsas, o Reino da Iugoslávia foi formalmente restaurado, mas as novas autoridades comunistas logo proclamaram a "Iugoslávia Democrática Federal", em 2 de dezembro de 1945, renomeada "República Popular Federal da Iugoslávia" no ano seguinte e, em 1963, República Socialista Federal da Iugoslávia.
Referências
- ↑ Ir para: a b Alves, José A. Lindgren (2014). Os Novos Balcãs (PDF). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. 161 páginas. ISBN 9788576314783. Consultado em 12 de Setembro de 2018
Ver também
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Iugoslávia (1929–1941; 1945–2003) |
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Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Voivodina faziam parte da Áustria-Hungria |
Eslovênia partilhada entre a Alemanha Nazista, Itália fascista e Hungria |
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Croácia |
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Bósnia e Herzegovina |
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Bačka, Baranja, Međimurje, e Prekmurje para a Hungria |
Sérvia |
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Reino da Sérvia |
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Kosovo para a Albânia italiana |
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Reino de Montenegro |
Estado Independente de Montenegro (ocupado pela Itália) |
Montenegro |
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Moderna República da Macedônia era parte do Reino da Sérvia |
maior parte da moderna República da Macedônia para a Bulgária |
Macedônia do Norte |