Xangai
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Do topo, sentido horário: Centro financeiro de Pudong; Bund em Puxi; Jardim Yuyuan; Placas de neon na Rua de Nanquim; e Pavilhão Chinês no Eixo da Expo 2010. | ||
Localização | ||
Mapa da Xangai | ||
Coordenadas | 31° 13′ 43″ N, 121° 28′ 29″ L | |
País | República Popular da China | |
País | China | |
Município | Xangai | |
História | ||
Fundação | 4000 a.C. | |
Administração | ||
Prefeito | Gong Zheng | |
Características geográficas | ||
Área total | 6 340,5 km²[1] | |
População total | 26 317 104[2] hab. | |
Código Postal | 200000-201614 | |
Código de área | +86 21 | |
Sítio | www.shanghai.gov.cn |
Xangai (chinês: 上海; pinyin: Shànghǎi ouça; no dialeto wu: Zanhe, AFI: /z̥ɑ̃̀hé/), por vezes também designada pela forma inglesa Shanghai, é a maior cidade da República Popular da China e uma das maiores áreas metropolitanas do mundo, com mais de 24 milhões de habitantes.[3] Localizada na costa central da China oriental, na foz do rio Yangtze, a cidade é administrada como um município chinês, com estatuto de nível de uma província.[4]
Originalmente uma vila cuja economia era baseada na pesca e no setor têxtil, Xangai ganhou importância no século XIX devido a localização favorável do seu porto e por ser uma das cidades abertas ao comércio exterior pelo Tratado de Nanquim, em 1842.[5] A cidade floresceu como um centro comercial entre o Oriente e o Ocidente e tornou-se um polo financeiro internacional na década de 1930.[6] No entanto, quando o Partido Comunista da China chegou ao poder em 1949, a influência internacional da cidade declinou. Em 1990, as reformas econômicas introduzidas por Deng Xiaoping levaram a um intenso desenvolvimento da cidade e, em 2005, Xangai tornou-se o maior porto de cargas do mundo.[7]
A cidade é um destino turístico famoso por seus marcos históricos, como o Bund, o Templo Cidade de Deus, o moderno e em constante expansão centro financeiro de Pudong, onde está localizada a famosa Torre Pérola Oriental, e por sua nova reputação como um centro cosmopolita cultural.[8][9] Xangai é o maior centro comercial e financeiro na China continental e tem sido descrita como o grande exemplo da pujança da economia chinesa.[10]
História
Período imperial
Durante a dinastia Song (960-1279) Xangai era originalmente uma vila e ganhou o estatuto de "cidade-mercado" em 1074. Em 1172 um segundo quebra-mar foi construído para estabilizar o litoral, complementando um dique anterior.[11] A partir da Dinastia Yuan em 1292 até se tornar oficialmente uma cidade pela primeira vez em 1927, Xangai foi designada meramente como um condado, administrado pela prefeitura de Songjiang.[12]
Dois eventos importantes influenciaram o desenvolvimento da cidade durante a dinastia Ming. A muralha de Xangai foi construída pela primeira vez em 1554 para proteger a cidade das invasões de piratas japoneses. Ela media dez metros de altura e cinco quilômetros de circunferência.[13] Durante o reinado Wanli (1573-1620), Xangai ganhou um importante impulso cultural com a construção do Templo Cidade de Deus em 1602. Este privilégio era geralmente reservado para lugares com estatuto de uma cidade, como a capital de uma prefeitura, normalmente não concedido a uma cidade-condado, como Xangai era naquela época. Isto provavelmente refletia a sua importância econômica, em oposição ao seu baixo estatuto político.[13]
Durante a dinastia Qing, Xangai tornou-se um dos portos marítimos mais importantes da região do Delta do Rio Yangtze, devido a duas importantes mudanças políticas do governo central: Em primeiro, o imperador Kangxi em 1684 inverteu a proibição anterior de navegação oceânica de carga - uma proibição que estava em vigor desde 1525. Em segundo, em 1732 o imperador Yongzheng transferiu a aduana marítima da província de Jiangsu para Xangai, e deu ao Xangai o controle exclusivo sobre a coleta de impostos do comércio exterior da província de Jiangsu. Como resultado dessas duas decisões críticas, em 1735 Xangai tornou-se o porto marítimo mais importante de toda região sul do rio Yangtzé, apesar de estar ainda no nível mais baixo na hierarquia administrativa política.[14]
Século XIX
O seu desenvolvimento mercantil e financeiro internacional no século XIX iniciou-se quando, no fim da Guerras do Ópio (Tratado de Nanquim, 1842), teve de se abrir ao comércio e tráfico de Ópio com os países ocidentais. Em breve as forças britânicas adquiriram o monopólio de metade do comércio externo da China, atingindo um grande desenvolvimento urbano e demográfico. Até a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi o maior centro comercial do Extremo Oriente, com 4 300 630 habitantes, e constituía uma parte chinesa e outra europeia, gozando esta do direito de extraterritorialidade, com um regime jurídico próprio.
Este aspecto peculiar da cidade nasceu dos excessos da Rebelião Taiping durante o período de domínio que exerceram sobre ela, de Setembro de 1853 a Fevereiro de 1855. Xangai foi então internacionalizada, e o serviço da Alfândega marítima passou a mãos estrangeiras, regime que se tornou extensivo, em 1858, a todos os portos incluídos no contrato que se celebrou. Depois de criada esta situação, uma nova tentativa de conquista da cidade, levada a efeito, em 1860-1861, pelos mesmos rebeldes chineses, foi repelida por voluntários e por forças da marinhas britânicas e francesa.
Assim se transformou Xangai, com caráter efetivo, numa colônia cosmopolita, em cuja administração intervinham as potências signatárias do Tratado, por intermédio dos seus representantes consulares. Esta posição especial permitiu-lhe observar a neutralidade durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa de 1894-1895 e a revolta dos boxers de 1900.
Século XX
Durante a República da China (1912-1949), o estatuto político de Xangai foi finalmente elevado ao de um município em 14 de julho de 1927. Embora o território das concessões estrangeiras estivessem excluído do seu controle, este novo município chinês ainda cobria uma área de 828,8 quilômetros quadrados, incluindo os bairros modernos de Baoshan, Yangpu, Zhabei, Nanshi e Pudong. Chefiada por um prefeito chinês e um conselho municipal, a primeira nova tarefa da prefeitura foi a de criar um novo centro na vila de Jiangwan, distrito de Yangpu, fora dos limites das concessões estrangeiras. Este novo centro da cidade foi planejado para incluir um museu público, uma biblioteca, um ginásio de esportes e a sede da prefeitura.[15]
Em 28 de janeiro de 1932, as forças japonesas atacaram e os chineses resistiram, lutando para uma paralisação, quando um cessar-fogo foi negociado em maio. A Batalha de Xangai, em 1937, resultou na ocupação das partes chinesas de Xangai, administrados fora do Acordo Internacional e da Concessão Francesa. O Acordo Internacional foi ocupada pelos japoneses em 8 de dezembro de 1941 e permaneceu ocupado até a rendição do Japão, em 1945, período em que crimes de guerra foram cometidos.[16]
Em 27 de maio de 1949, o Exército Popular de Libertação assumiu o controle de Xangai, que se tornou um dos três municípios da antiga República da China que não se fundiram com províncias vizinhas ao longo da próxima década (os outros são Pequim e Tianjin).[17] Xangai foi submetida a uma série de alterações nos limites das suas subdivisões, especialmente na década seguinte. Depois de 1949, a maioria das empresas estrangeiras mudou seus escritórios de Xangai para Hong Kong, como parte de um desinvestimento estrangeiro devido à vitória comunista no país.
Durante os anos 1950 e 1960 , Xangai tornou-se um centro industrial e da esquerda radical; a esquerdista Jiang Qing e seus três companheiros, que junto formavam o Bando dos Quatro, estavam baseados na cidade.[18] No entanto, mesmo durante os tempos mais tumultuosos da Revolução Cultural promovida pelo Partido Comunista, Xangai foi capaz de manter a alta produtividade da sua economia e a estabilidade social relativa. Na maior parte da história da República Popular da China (RPC), a fim de canalizar a riqueza para as áreas rurais, Xangai tem sido um importante contribuinte na receita fiscal do governo central chinês. A sua importância para o bem-estar fiscal do governo central também propiciou liberalizações econômicas iniciadas em 1978. Xangai foi finalmente autorizada a iniciar reformas econômicas em 1991, iniciando o desenvolvimento maciço ainda visto hoje, principalmente com o nascimento e desenvolvimento de Lujiazui em Pudong.
Geografia
Xangai está localizada na foz do Delta do Rio Yangtze na costa leste da República Popular da China, no eixo entre Pequim e Hong Kong. O município está dividido na península entre o Yangtze e a Baía de Hangzhou, Chongming (a terceira maior ilha da China) e uma série de ilhas menores.[19] Faz fronteira ao norte com a Província de Jiangsu, a sul com a Província de Zhejiang e a leste com o Mar da China Oriental. A cidade é dividida pelo Rio Huangpu, um afluente do rio Yangtze. O centro histórico da cidade, chamado de Puxi, está localizado no lado oeste do Huangpu, enquanto o novo centro financeiro, chamado de Pudong, está sendo desenvolvido na margem oriental.[carece de fontes]
A grande maioria dos 6 218 quilômetros quadrados da área de Xangai é plana, além de alguns morros a sudoeste, com uma altitude média de apenas quatro metros.[20] A posição da cidade em planície aluvial praticamente obrigou que os novos arranha-céus fossem construídos com bases de concreto para se assentarem sem nenhum problema no terreno plano. O ponto mais alto da cidade chega a 103 metros e se encontra na Ilha Dajinshan. A cidade possui muitos rios, canais, córregos e lagos e é conhecida por sua riqueza de recursos hídricos, sendo parte da bacia hidrográfica do Lago Taihu.[21]
Os investimentos públicos em meio ambiente na cidade tem tido um grande crescimento, inclusive a conscientização de seus residentes. Entre esta série de investimentos recentes, está a limpeza do Rio Suzhou, que passa pelo centro da cidade e está avaliada em 1 bilhão de dólares e tem previsão de durar dez anos. A poluição em Xangai é baixa em comparação com outras cidades chinesas, como Pequim, mas o rápido desenvolvimento nas últimas décadas, significa que ainda é alta em padrões mundiais, e é comparada regularmente aos níveis de Los Angeles.[carece de fontes]
Clima
O clima de Xangai é considerado subtropical úmido (Cfa na classificação climática de Köppen-Geiger), com as quatro estações bem definidas. As estações mais agradáveis são a primavera, que não tem padrões climáticos fixos, e o outono, que é geralmente ensolarado e seco. Xangai possui, em média, 1 776 horas de sol por ano, com a temperatura mais alta já registrada em 40 °C e a menor em -10 °C. O número médio de dias chuvosos é de 121 por ano, enquanto o mês mais chuvoso é agosto.[22] No inverno, os ventos frios do norte da Sibéria fazem com que as temperaturas noturnas sejam mais próximas de zero e até mesmo negativas, embora a maioria dos anos, haja apenas um ou dois dias de neve. O verão é muito quente e úmido, com chuvas ocasionais e trovoadas fracas. A cidade também está na rota de tufões, mas nenhum nos últimos anos tem causado danos consideráveis.[23]
Dados climatológicos para Xangai (1991–2010) | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 22,1 | 27 | 29,6 | 34,3 | 35,5 | 37,5 | 39 | 39,9 | 38,2 | 34 | 28,7 | 23,4 | 39,9 |
Temperatura máxima média (°C) | 8,1 | 10,1 | 13,8 | 19,5 | 24,8 | 27,8 | 32,2 | 31,5 | 27,9 | 22,9 | 17,3 | 11,1 | 20,6 |
Temperatura média (°C) | 4,8 | 6,6 | 10 | 15,3 | 20,7 | 24,4 | 28,6 | 28,3 | 24,9 | 19,7 | 13,7 | 7,6 | 17 |
Temperatura mínima média (°C) | 2,1 | 3,7 | 6,9 | 11,9 | 17,3 | 21,7 | 25,8 | 25,8 | 22,4 | 16,8 | 10,6 | 4,7 | 14,1 |
Temperatura mínima recorde (°C) | −10,1 | −7,9 | −5,4 | −0,5 | 6,9 | 12,3 | 16,3 | 18,8 | 10,8 | 1,7 | −4,2 | −8,5 | −10,1 |
Precipitação (mm) | 74,4 | 59,1 | 93,8 | 74,2 | 84,5 | 181,8 | 145,7 | 213,7 | 87,1 | 55,6 | 52,3 | 43,9 | 1 166,1 |
Dias com precipitação (≥ 0,1 mm) | 9,9 | 9,2 | 12,4 | 11,2 | 10,4 | 12,7 | 11,4 | 12,3 | 9,1 | 6,9 | 7,6 | 7,7 | 120,8 |
Umidade relativa (%) | 74 | 73 | 73 | 72 | 72 | 79 | 77 | 78 | 75 | 72 | 72 | 71 | 74 |
Insolação (h) | 114,3 | 119,9 | 128,5 | 148,5 | 169,8 | 130,9 | 190,8 | 185,7 | 167,5 | 161,4 | 131,1 | 127,4 | 1 775,8 |
Fonte: China Meteorological Administration (recordes absolutos de temperatura: 1951-presente)[22] |
Demografia
O censo de 2010 estimou a população total de Xangai em 23 019 148, um crescimento de 37,53% em relação aos 16 737 734 registrados em 2000.[24][25] Estima-se que 89,3% da população, ou 20,6 milhões de pessoas vivam em áreas urbanas, enquanto 10,7%, ou 2,5 milhões de habitantes, vivam em regiões rurais.[26]
Com base na população total de sua área administrativa, Xangai é o segundo maior dos quatro municípios da China, atrás de Chongqing, mas é geralmente considerada a maior cidade chinesa, porque a população urbana da Chongqing é muito menor.[27]
Religião
A religião predominante em Xangai é budismo maaiana e taoismo também é seguido por muitos moradores. Devido à sua história cosmopolita, Xangai tem uma mistura rica de patrimônio religioso como mostram os edifícios e instituições religiosas ainda espalhadas pela cidade.
O taoísmo está presente em Xangai, na forma de vários templos, incluindo a Templo Cidade de Deus, no coração da cidade velha, e um templo dedicado ao general Guan Yu dos Três Reinos. O Wenmiao é um templo dedicado a Confúcio.
O budismo está presente em Xangai desde tempos antigos. O Templo Longhua, o maior templo de Xangai, e o Templo Jing'an, foram construídos no período dos Três Reinos. Outro templo importante é o Templo do Buda de Jade, que é nomeado em homenagem a uma grande estátua de Buda esculpida em Jade no templo. Nas últimas décadas, dezenas de templos modernos foram construídos em toda a cidade.
Xangai tem o maior percentual de católicos da China continental (2003).[28] Entre as igrejas católicas, a Catedral de São Inácio em Xujiahui é um dos maiores, enquanto que a Basílica She Shan é o único local de peregrinação ativo no país. Outras formas de cristianismo em Xangai incluem minorias ortodoxas orientais e, desde 1996, registradas igrejas cristãs protestantes. Durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de judeus desembarcaram em Xangai, em um esforço para fugir da Alemanha Nazista liderada por Adolf Hitler. Os judeus viveram lado a lado em uma área designada chamada "Gueto de Xangai" e formaram uma comunidade vibrante centrada na sinagoga Ohel Moishe,[29] que é remanescente dessa parcela do passado religioso da cidade.[30]
Segundo uma pesquisa de 2012, apenas cerca de 13% da população da cidade pertence a religiões organizadas, sendo que os maiores grupos são os budistas (10,4%), seguidos pelos protestantes (1,9%), católicos (0,7%) e outras religiões (0,1%). Cerca de 87% da população é irreligiosa ou participa de religiões tradicionais, ritos taoistas, culto a deuses e ancestrais.[31]
Governo
Como praticamente todas as instituições que governam na República Popular da China, o governo de Xangai é estruturado em um sistema bipartidário,[32] onde o representante local do Partido Comunista (atualmente Han Zheng) está acima do prefeito (atualmente Yang Xiong).
O poder político em Xangai é amplamente visto como um trampolim para cargos mais altos no governo nacional. Desde que Jiang Zemin tornou-se o chefe do partido nacional em junho de 1989, todos, exceto um, dos chefe do partido em Xangai foram elevados ao Comitê Permanente do Politburo, o órgão político máximo, de facto, na China,[32] incluindo o próprio Jiang (Secretário-Geral e Presidente),[33] Zhu Rongji,[34] Wu Bangguo,[35] Huang Ju,[36] Xi Jinping[37] e Yu Zhengsheng. Zeng Qinghong, um ex-vice-chefe do partido em Xangai, também subiu ao Comitê Permanente do Politburo e tornou-se o vice-presidente.[38] A única exceção é Chen Liangyu, que foi demitido em 2006 e mais tarde condenado por corrupção política.[39] Os funcionários com vínculo com a administração de Xangai formar uma poderosa e influente facção no governo nacional.[40]
Cidades-irmãs
- Yokohama
- Osaka
- Milão
- Roterdã
- São Francisco
- Zagreb
- Manila
- Antuérpia
- Karachi
- Chicago
- Montreal
- Pireu
- Gdansk
- Nagasaki
- Hamburgo
- Casablanca
- Gotemburgo
- Marselha
- São Petesburgo
- Istambul
- Ho Chi Minh
- Alexandria
- Busan
- Port Vila
- Dunedin
- Haifa
- Tashkent
- Porto
- Áden
- Windhoek
- Manaus[41]
- São Paulo
- Londres
- Santiago de Cuba
- Buenos Aires
- Espoo
- Jalisco
- Liverpool
- Maputo
- Dubai
- Chiang Mai
- KwaZulu-Natal
- Guaiaquil
- Valparaíso
- Barcelona
- Oslo
- Constanta
- Argel
- Colombo
- Århus
- Bratislava
- Hauraki
- Salzburgo
- Nicósia
- Cork
- Winston-Salem
- Basel
- Moscou
- Borås
- Sarajevo
Subdivisões
Divisões administrativas de Xangai | ||||||||||||
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Economia
Xangai é o maior centro comercial da China e um dos cinco maiores centros financeiros do mundo.[42] Era a maior e mais próspera cidade do Extremo Oriente durante a década de 1930, e a com mais rápido desenvolvimento em 1990.[43] Isto é exemplificado pelo Distrito de Pudong, que se tornou uma área piloto para reformas econômicas integradas. Até o final de 2009, havia 787 instituições financeiras instaladas na cidade, dos quais 170 eram estrangeiras.[44]
Em 2009, a Bolsa de Valores de Xangai ficou em terceiro lugar entre as bolsas de valores em todo o mundo em termos de volume de negociação e sexto em termos de capitalização total — e o volume de comércio de seis produtos básicos, incluindo o cobre, borracha e zinco na Shanghai Futures Exchange estavam todos os classificados em primeiro lugar no mundo.[45]
Nas últimas duas décadas Xangai foi uma das cidades com o mais rápido desenvolvimento no mundo. Desde 1992, Xangai registrou crescimento económico de cerca de 10% todos os anos, exceto durante a recessão global de 2008 e 2009,[46] em que o crescimento da economia de Xangai ficou entre 8 e 9,5%. Em 2010, o Produto Metropolitano Bruto total de Xangai ficou em ¥1,6 trilhão (o que equivale a cerca de US$256 bilhões), com um PIB per capita de cerca de ¥7,6 mil (quase US$1 mil).[47]
As três maiores indústrias de serviços são os serviços financeiros, os de varejo e o imobiliário. O setor industrial e o agrícola representaram 39,9% e 0,7% do PIB, respectivamente.[48] A renda anual média dos moradores da cidade, com base nos três primeiros trimestres de 2009, era ¥21,8 mil (ou algo perto de US$3,8 mil).[45]
Localizado no coração do rio Yangtze, Xangai é o principal porto da China, e, consequentemente, o mais movimentado do mundo, com movimento de pouco mais de 29 milhões de conteiners só em 2010.[49]
Xangai é um dos principais centros industriais da China, desempenhando um papel fundamental em indústrias pesadas do país. Um grande número de zonas industriais, incluindo a Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Xangai-Hongqiao e a de Minhang, a Zona Jinqiao de Exportação e Processamento da Economia e Zona de Desenvolvimento de Alta Tecnologia de Xangai-Caohejing, são pilares da indústria secundária da região metropolitana de Xangai.
As atividades industriais pesadas, como por exemplo a indústria química e metalurgica, foi responsável por cerca de 78% da produção bruta industrial de Xangai em 2009. A Baosteel Group., a maior empresa do ramo siderúrgico da China e o estaleiro de Jiangnan, um dos mais antigos estaleiros da China são ambos localizados em Xangai.[50]
A atividade automobilística é outro setor importante na economia da cidade. A Shanghai Automotive Industry Corporation, a SAIC, é uma das "três grandes" do setor na China. A empresa tem uma parceria estratégica com a Volkswagen e com a General Motors.
Infraestrutura
Educação
Xangai alcançou o primeiro lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2009 e 2012, um estudo mundial de desempenho acadêmico feito com estudantes de 15 anos de idade e conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os estudantes de Xangai, incluindo as crianças migrantes, marcaram os mais altos pontos em todos as disciplinas (matemática, leitura e ciências) no mundo. O estudo concluiu que as escolas com financiamento público na cidade tem a mais alta qualidade de ensino do planeta.[51][52] Os críticos dos resultados do PISA apontam que em Xangai e outras cidades chinesas, a maioria dos filhos dos trabalhadores migrantes só podem frequentar as escolas da cidade até a nona série e então devem retornar para as cidades de origem de seus pais para cursar o ensino médio devido a restrições hukou, o que distorce a composição dos estudantes do ensino médio da cidade em favor das mais ricas famílias locais.[53]
A cidade foi a primeira do país a implementar o 9º ano do ensino obrigatório. O censo de 2010 mostra que, do total da população, 22,0% tinham uma educação universitária, o dobro do nível de 2000, enquanto 21,0% tinham o ensino médio, 36,5% ensino fundamental e 1,35% o ensino primário. Cerca de 2,74% dos moradores com 15 anos ou mais eram analfabetos.[54]
Xangai tem mais de 930 jardins de infância, 1200 instituições de ensino primário e 850 escolas de ensino médio. Mais de 760 mil alunos de escolas de nível médio e 871 mil alunos do ensino fundamental recebem aulas de 76 mil e 64 mil professores, respectivamente.[55]
Transportes
Xangai tem um extenso sistema de transporte público, largamente baseado em ônibus, ônibus elétricos, táxis, e um sistema de metrô em rápida expansão. Todas estes meios de transportes públicos podem ser acessados usando o bilhete de transporte público de Xangai, que utiliza frequências de rádio para que o bilhete não precisa de tocar fisicamente o scanner.
O sistema do Metrô de Xangai e os trilhos elevados tem dez linhas (linhas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 11), no presente e se estende a todos os distritos do núcleo urbano como bem como os distritos vizinhos suburbanos como Songjiang, Minhang e Jiading. De acordo com o cronograma de desenvolvimento do governo municipal, até o ano 2010, outras duas linhas (números 10 e 13) serão construídas, enquanto as extensões estão também em curso para as linhas 2, 6, 8, 9. É um dos sistemas de metropolitano de mais rápido crescimento do mundo, a primeira linha inaugurada em 1995, e a partir de 2009 o Metro de Xangai é o nono sistema mais movimentado. Xangai também tem o mais extenso sistema de ônibus do mundo com cerca de mil linhas de ônibus, operadas por numerosas empresas de transporte. Nem todas as rotas de ônibus de Xangai são numeradas, algumas têm nomes exclusivamente em chinês. Duas ferrovias se cruzam em Xangai: a Ferrovia Jinghu (Pequim-Xangai) passando por Nanquim e Ferrovia Huhang (em Xangai Hangzhou). Xangai é servida por duas estações ferroviárias principais, Estação Ferroviária de Xangai e a Estação Ferroviária do Sul de Xangai. O serviço expresso para Pequim através de comboios Z-series é bastante conveniente.
Com o aumento da renda, os automóveis particulares em Xangai, também aumentou nos últimos anos. O número de carros é limitado, entretanto, pelo número de matrícula, disponíveis em leilão. Desde 1998, o número de matrículas de veículos novos é limitado a 50 000 veículos por ano. Em cooperação com o Município de Xangai e de Xangai Maglev Transportation Development Co. (SMT), a alemã Transrapid construiu o primeira ferrovia de alta velocidade Maglev no mundo em 2002, da estação de metrô de Xangai Longyang Road em Pudong para Aeroporto de Pudong. A operação comercial foi iniciada em 2003. A viagem de 30 km em 7 minutos e 21 segundos e atinge uma velocidade máxima de 431 km/h. A velocidade normal é de 431 kmh, mas durante um teste, o Maglev alcançou uma velocidade máxima de 501 km/h.
Mais de seis vias expressas nacionais (prefixados com "G") de Pequim conectam-se com Xangai desde Pequim e da região em torno de Xangai. Xangai tem seis vias expressas elevadas (skyways) no núcleo urbano e 18 vias expressas municipais (prefixado com "A"). Há planos ambiciosos para construir vias expressas conectando a Ilha de Xangai ao núcleo urbano. Para uma cidade do tamanho de Xangai, o tráfego ainda é bastante suave e conveniente, mas ficando cada vez mais congestionado com o número de carros aumentando rapidamente.
Xangai tem dois aeroportos comerciais: Aeroporto de Hongqiao e o Aeroporto de Pudong, o último dos quais tem o terceiro maior tráfego na China, na sequência do Aeroporto Internacional de Pequim e Aeroporto Internacional de Hong Kong. O Aeroporto de Pudong no entanto tem mais tráfego internacional do que o Aeroporto de Pequim, com mais de 17,15 milhões de passageiros internacionais transportados em 2006 em comparação com 12,6 milhões de passageiros do Aeroporto de Pequim. Hongqiao serve principalmente para rotas domésticas, com alguns voos para Tóquio Aeroporto de Haneda e para Seul. O Aeroporto de Hongqiao dista cerca de 10 quilômetros a oeste da cidade. Uma das vantagens do aeroporto é que é muito mais próximo do centro da cidade que o aeroporto de Pudong.
Cultura
Museus
Xangai tem vários museus de importância regional e nacional. O Museu de Xangai tem uma das melhores coleções de artefatos históricos chineses no mundo, incluindo uma grande coleção de bronzes chineses antigos. O Museu de Arte da China, localizado no antigo Pavilhão da China da Expo 2010, é o maior museu de arte da Ásia. A Usina de Arte foi construída em uma central elétrica convertida em museu, semelhante à Tate Modern de Londres. O Museu de História Natural e o Museu de Ciência e Tecnologia são importantes museus de história natural e ciências. Além disso, há uma variedade de museus menores e especializados alojados em importantes locais arqueológicos e históricos, como o Museu Songze, o Museu do Primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, o local do Governo Provisório da República da Coreia, a antiga sinagoga de Ohel Moshe (Museu dos Refugiados Judaicos de Xangai) e o Edifício Geral dos Correios (Museu Postal de Xangai). O Rockbund Art Museum também está em Xangai. Há também muitas galerias de arte, concentradas no M50 Art District e Tianzifang. Xangai é também o lar de um dos maiores aquários da China, o Shanghai Ocean Aquarium. O MoCA, o Museu de Arte Contemporânea de Xangai, é um museu privado localizado no centro do Parque do Povo e comprometido a promover a arte e o design contemporâneos.[56]
Esportes
Xangai é o lar de várias equipes de futebol, incluindo duas na Super Liga Chinesa - o Shanghai Greenland Shenhua Football Club e o Shanghai SIPG Football Club. Outra equipe profissional, o Shanghai Shenxin Football Club, está atualmente na Primeira Liga Chinesa. A equipe de basquete chinesa Shanghai Sharks, da Associação Chinesa de Basquete, desenvolveu Yao Ming antes dele entrar na NBA. A cidade também tem uma equipe de hóquei no gelo, o China Dragon, e uma equipe de beisebol, o Shanghai Golden Eagles, que joga na Liga de Beisebol da China.
Xangai é a cidade natal de muitos atletas profissionais chineses notáveis e bem conhecidos, como Liu Xiang, o tenista de mesa Wang Liqin e a ex-campeã feminina mundial e atual medalhista olímpica de prata, a jogador de badminton Wang Yihan.
Desde 2004, Xangai hospeda o Grande Prêmio da China, uma rodada do campeonato mundial de Fórmula 1. A corrida é realizada no Circuito Internacional de Xangai.[57] Em 2010, Xangai também se tornou a cidade sede do alemão Touring Car Masters (DTM), que correu em um circuito de rua em Pudong.
Xangai também detém o torneio de tênis Shangai Masters, que faz parte do ATP World Tour Masters 1000 e dos torneios de golfe BMW Masters e WGC-HSBC Champions.[58]
Ver também
Referências
- ↑ «Land Area». Basic Facts. Shanghai Municipal Government. Consultado em 19 de julho de 2011
- ↑ «Cópia arquivada» 2017年上海市国民经济运行情况 [The operation of the national economy in Shanghai in 2017] (em chinês). Shanghai Bureau of Statistics. Consultado em 19 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2018
- ↑ «Shanghai population tops 20m». China Daily. 5 de dezembro de 2003. Consultado em 22 de março de 2008
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