Minoria
Em sociologia, o termo minoria refere-se à categoria de pessoas diferenciadas da maioria social, aquelas que se apegam a grandes cargos de poder social em uma sociedade. Pode ser definido por lei. A diferenciação pode ser baseada numa ou mais características humanas observáveis, incluindo etnia, raça, religião, deficiência, gênero, riqueza, saúde ou orientação sexual. O uso do termo é aplicado a várias situações e civilizações na história, apesar de sua popular associação com uma minoria numérica e estatística.[1] Nas ciências sociais, o termo "minoria" é usado às vezes para descrever as relações de poder social entre grupos dominantes e subordinados, em vez de simplesmente indicar a variação demográfica dentro de uma população.[2]
Também pode ser compreendido como uma "inferioridade em número"[3] em diversos campos da sociedade.
Observações:
O verbete faz uma definição simplificada de o que é uma minoria, tanto pelo conceito da sociologia como das ciências sociais. Entretanto, não há um aprofundamento nem exemplificações capazes de transmitir ao leitor as dificuldades vivenciadas por minorias em uma sociedade.
Além disso, o verbete não traz ao leitor a importância de se proteger as minorias, de exemplificar diretamente alguns tipos de minorias e nem mesmo de mostrar políticas de proteção.
Logo, por meio desse verbete, obtemos um conteúdo minimalista que, contraditoriamente, não oferece espaço para que as minorias possam se ver representadas em um conteúdo que trate das mesmas, prevalecendo, mais uma vez, a voz de uma maioria social.
Novo verbete para minoria:
Minoria
Minoria é um grupo de pessoas que, quando classificadas por um mesmo parâmetro dentro de um número maior de indivíduos, encontram-se numericamente em menor quantidade. Entretanto, além da comparação quantitativa, existe também a minoria social, que independe da quantidade de pessoas, mas sim do poder social que elas têm sobre as demais. Assim são estabelecidas relações de dominância entre grupos e subgrupos, e que em muitos casos essa dominação é reproduzida por comportamentos preconceituosos, conforme a definição do sociólogo Mendes Chaves:
“[A palavra minoria se refere a] um grupo de pessoas que de algum modo e em algum setor das relações sociais se encontra numa situação de dependência ou desvantagem em relação a um outro grupo, "maioritário", ambos integrando uma sociedade mais ampla. As minorias recebem quase sempre um tratamento discriminatório por parte da maioria. (CHAVES, 1971, p. 149).
As classificações dos grupos são geralmente baseadas em diferenças práticas ou físicas, isto é, por características demonstradas por meio de vontades, pensamentos e ações, mas também por questões biológicas, que fazem com que, naturalmente, pessoas nasçam e carreguem com si especificidades. Dessa maneira, uma mesma pessoa pode fazer parte de uma maioria quantitativa, mas ser minoria em parâmetros de poder; exemplificando, uma mulher brasileira parda está dentro de uma maioria quantitativa por ser mulher e parda - visto que no Brasil tem mais mulheres e pardos do que homens e brancos -, entretanto socialmente a mulher parda ocupa menos cargos gerenciais, recebe menos, tem menos acesso à educação, dentre tantos outros indicativos, logo sofre mais preconceitos e tem menos poder social.
Além disso, os indivíduos também podem fazer parte de alguns grupos minoritários em relação a algumas características, mas pertencer a grupos dominantes em outras, já que existem algumas classificações, como religião e orientação sexual, que não são de mesma grandeza, ou seja, não existe uma condição para estarem interligadas.
As vozes da minoria
Por conta dos comportamentos preconceituosos dos grupos dominantes de uma sociedade, as minorias se tornam mais vulneráveis. Mesmo com as leis garantindo direitos iguais entre as pessoas, na prática isso nem sempre é respeitado, por conta de preconceitos institucionais e individuais, fazendo com que ações repressivas ocorram com mais frequência com os diferentes grupos minoritários.
A resposta surge por meio de movimentos sociais que buscam trazer à tona pautas que passam despercebidas ou simplesmente ignoradas por grande parte da sociedade. E com o apoio de mídias alternativas e da internet esses grupos, aos poucos, estão tendo mais poder de voz, a exemplo do movimento antirracista dos Estados Unidos, Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que expandiu o ativismo para as ruas, faculdades e também para outros países, como o Brasil.
Portanto, os diferentes grupos minoritários estão sempre se articulando e exigindo que os direitos sejam respeitados, que tenham as mesmas oportunidades de vida, que se sintam representados nos meios de comunicação, entre outras pautas. E principalmente em países democráticos, conceder espaço de fala para esses grupos e realizar políticas públicas que atendam aos interesses deles é uma forma de contribuir para a diminuição da discriminação sofrida, porque além de tudo são pessoas, e pessoas necessitam ser respeitadas. Logo, em um contexto em que as leis não são cumpridas adequadamente e em que minorias não conseguem ter uma boa visibilidade, a discriminação permanece, contribuindo, até mesmo, para possíveis extermínios de grupos e etnias.
Exemplos de Minorias
Minoria étnica
Todos os países têm em sua população uma diversidade de etnias, e ao mesmo tempo em que existe uma predominante que domina as instituições locais, existem também as demais, que consequentemente são as mais vulneráveis. No Brasil, por exemplo, temos aproximadamente 256 povos indígenas, sendo que muitos deles têm uma população inferior a 100 pessoas. Ou seja, essas são minorias que correm sérios risco de extermínio, e como resposta buscam sempre se proteger por meio de manifestações escritas (como em 2013 ao entregarem uma carta à presidente Dilma Rousseff com 10 reivindicações de proteção), manifestações de rua, ocupações, participações políticas, dentre outras práticas que garantem a eles uma maior visibilidade e voz para obter um maior apoio popular seguido de políticas públicas.
Minoria sexual
Todas as pessoas não héteras fazem parte de uma minoria sexual, pois a sociedade é por sua essência heteronormativa. Assim, gays, lésbicas e demais autodeclarações estão ligadas ao movimento LGBT (ou outras variantes do nome, como LGBTQIA+), que busca o fim da LGBTfobia. Este preconceito faz com que a cada 20 horas um LGBT seja assassinado ou se suicide, fazendo do Brasil campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais.
Uma das manifestações mais significativas no Brasil é a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que ocorre desde 1997 na Avenida Paulista. Este é o evento que atrai mais turistas à cidade, e chegou a reunir aproximadamente 4 milhões de pessoas no ano de 2011, entre elas da própria comunidade e aliados.
Minoria religiosa
Geralmente relacionadas a questões étnicas, as minorias religiosas sofrem grandes preconceitos e estigmas sociais. No Brasil, um país em que a maioria é cristã e a segunda religião mais adepta é o evangelismo, muitas religiões de matrizes africanas, por exemplo, sofrem constantemente depredações de terreiros. Entre 2015 e 2017, a cada 15 horas um relato por motivo de intolerância foi relatado, e a maioria contra credos afro-brasileiros.
Referências
- ↑ Barzilai, Gad (2010). Communities and Law: Politics and Cultures of Legal Identities. [S.l.]: University of Michigan Press
- ↑ Laurie, Timothy; Khan, Rimi (2017), «The Concept of Minority for the Study of Culture», Continuum: Journal for Media and Cultural Studies, 31 (1): 2–4
- ↑ Dicionário Priberam da Língua Portuguesa Online (consultado em 31-10-2018), 2008-2013
- ↑ Mendes, Chaves (1971). O que são Minorias?. [S.l.: s.n.] p. 149