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Região do Grande ABC

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa dos municípios da Região do Grande ABC.
Mapa da antiga cidade de São Bernardo, abrangendo toda a Região do Grande ABC. Observa-se a Estrada do Vergueiro, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e alguns núcleos urbanos.
Mauá, importante polo industrial e petroquímico.
São Caetano do Sul, a cidade com o melhor IDH do Brasil.[1]
Diadema, um importante centro industrial.
Paranapiacaba, distrito de Santo André. Atualmente, um importante centro turístico para a cidade.
São Bernardo do Campo, berço de várias montadoras do Brasil, exemplo da Volkswagen e Mercedes-Benz.
Cidade de Rio Grande da Serra

A Zona Sudeste da Grande São Paulo, mais conhecida como ABC Paulista, Região do Grande ABC, ABC, ABCD ou ainda ABCDMRR[2] é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo,[3] porém com identidade própria. A sigla vem das três cidades que, originalmente, formavam a região em um único município, sendo: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B) e São Caetano do Sul (C). Às vezes, Diadema[4] (D) é incluída na sigla.

A sigla foi dada em ordem alfabética no ato de suas fundações, devido à influência da religião católica na região, fato este que deu a origem da sigla "ABC" Paulista, a região dos três santos de São Paulo. É relativamente comum encontrar também ABCDMRR que também inclui, além de Diadema, os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.[5]

Aspectos gerais

Apesar de não contribuírem à sigla original, também fazem parte da região Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra (pois eram extensão do município de Santo André, antes da divisão) e Diadema. A Represa Billings banha 6 dos 7 municípios da região, exceto São Caetano do Sul. Os 7 municípios somados perfazem uma área de 825 km², e reúnem uma população de mais de 2,5 milhões de habitantes (estimativa do IBGE para 2007).[6]

Em Santo André estão ainda localizados os distritos de Parque Capuava e Paranapiacaba, bem como o subdistrito de Utinga, também chamado de 2º subdistrito. Em São Bernardo do Campo, o distrito de Riacho Grande e o bairro de Rudge Ramos; Os bairros de Piraporinha e de Eldorado, em Diadema. Em Mauá, os bairros de Jardim Zaíra, Bairro Capuava, Jardim Guapituba não constituem legalmente distritos, mas desempenham funções polarizadoras em suas respectivas áreas. Em Ribeirão Pires está o distrito de Ouro Fino Paulista.

São Caetano do Sul é o município com menor área territorial do Grande ABC, com 15,3 km²; a menor população residente é a de Rio Grande da Serra (42 405 habitantes em 2007). São Bernardo do Campo possui a maior população residente (781 390 habitantes em 2007) e também a maior área (406 km², quase a metade de toda a região).

O acesso da cidade de São Paulo a esta região é feito principalmente pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, pelas avenidas Cupecê, Engenheiro Armando de Arruda Pereira, dos Bandeirantes, do Estado, Salim Farah Maluf, Anhaia Melo, Oratório e pelos corredores de trólebus e pelos trens urbanos da CPTM.

A história da região do ABC Paulista começa com sua ocupação pelos indígenas e pelos portugueses que, liderados por Martim Afonso de Sousa e João Ramalho, fundaram em 1553 a vila de Santo André da Borda do Campo, de onde se iniciou a ocupação de todo o planalto paulista e que daria origem, no ano seguinte, à vila de São Paulo de Piratininga, a atual cidade de São Paulo. Passados alguns anos a vila de Santo André foi extinta, e os habitantes transferidos para São Paulo.

Em 1717 surge a fazenda São Bernardo, de monges beneditinos, na mesma região da antiga vila de Santo André da Borda do Campo. Um século depois é fundada a freguesia de São Bernardo e, em 1889, a região é transformada em município. No século XX, movimentos emancipacionistas conseguem a divisão da cidade de São Bernardo, surgindo os atuais sete municípios do Grande ABC.

São Bernardo do Campo conta com a maior população estimada do ABC (833.240 habitantes, de acordo com as estimativas de 2018 do IBGE)[1]. Na cidade está localizada mais de 70% da represa Billings, e parques cincundantes à represa, como o do Estoril, localizado nas imediações do Riacho Grande, com acesso pela Rodovia Caminho do Mar.

Com a Lei Complementar nº 1.139, de 16 de junho de 2011[7], aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI), os municípios da Região Metropolitana de São Paulo também passaram a ser zoneadas de acordo com as sub-regiões da capital. Desta forma os municípios da região, juntamente com os bairros da Zona Sudeste do município de São Paulo passam a formar a Zona Sudeste da Grande São Paulo.[8]

Indústria e Sindicatos

A região conhecida como ABC Paulista, que a partir do século XX já representa o maior bairro industrial da grande São Paulo, ganhou prestígio no cenário nacional desde os anos 1950, período de considerável expansão industrial no Brasil e da instalação das montadoras de automóveis na região.[9]

O ABC é marcado historicamente por ser o primeiro centro da indústria automobilística brasileira. A região é sede de diversas montadoras, como Mercedes-Benz, Ford, Volkswagen e General Motors, entre outras. No entanto, o setor de serviços também vem crescendo significativamente. Por exemplo, a base das operações, atualmente encerradas, da America Online, no Brasil, ficava em Santo André.

Ribeirão Pires, a única estância turística da Região Metropolitana de São Paulo e do Grande ABC.

A presença de indústrias desse porte fez com que a região fosse o berço do movimento sindical contemporâneo no Brasil. As greves dos operários foram fortes no final da década de 1970, o que resultaria na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no início da década seguinte.

Esta força sindical concentrada em uma só região (do ABC) tomou dimensões gigantescas e, mesmo com seu caráter importante para defender os trabalhadores brasileiros, também teve uma contribuição negativa; considerando que muitas plantas de grandes indústrias deixaram de se instalar ou migraram a outras regiões do país. São exemplos: a FIAT em Minas Gerais e a Ford, dentre outras, e toda a rede de fornecedores que abastecem estas megaindústrias.

Todo este caráter político-social também se refletiu nas artes e cultura da região, principalmente no teatro. Grupos e espetáculos foram criados nesta época, refletindo bem sua realidade. Esta crescente manifestação cultural acabou germinando em grupos de teatro que ainda hoje são atuantes.

Municípios

Município Área (km²) População
(2022)
IDH/2010 PIB em R$
(2020)
PIB per capita
em R$ (2020)
Ref.
Diadema 30,732 393.237 0,757
alto
R$ 13,87 bilhões R$ 35.282,92 [10]
Mauá 61,909 472.912 0,766

alto

R$ 15 bilhões R$ 35.864,96 [11]
Ribeirão Pires 99,175 115.559 0,762
alto
R$ 3,11 bilhões R$ 26.911,94 [12]
Rio Grande da Serra 36,671 44.170 0,774
alto
R$ 727,85 milhões R$ 16.478,41 [13]
Santo André 175,782 723.889 0,815
muito alto
R$ 25,83 bilhões R$ 36.249,85 [14]
São Bernardo do Campo 409,532 810.729 0,805
muito alto
R$ 46,67 bilhões R$ 57.566,99 [15]
São Caetano do Sul 15,331 165.655 0,862
muito alto
R$ 14,28 bilhões R$ 86.200,01 [16]
Total 829,132 2.671.500 0,790 R$ 119,49 bilhões

Rodovias

Ver também

Referências

  1. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 10 de agosto de 2008 
  2. ABC focado em você. «Exposição virtual celebra 30 anos do Congresso de História do Grande ABC». abcdoabc.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2020. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2020 
  3. Consórcio Intermunicipal Grande ABC. «O ABC». consorcioabc.sp.gov.br. Consultado em 23 de maio de 2017. Cópia arquivada em 23 de maio de 2017 
  4. Diário do Grande ABC. «Será assim o estádio do Santos FC em Diadema?». dgabc.com.br. Consultado em 12 de março de 2006. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2020 
  5. «AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 2007 ORÇAMENTO 2008» (PDF). al.sp.gov.br. Consultado em 5 de maio de 2013 
  6. ENANPUR. «ÁREAS INDUSTRIAIS DEGRADADAS NA REGIÃO DO GRANDE ABC PAULISTA – VELHOS PROBLEMAS, NOVAS IDEIAS. Quando as discussões transcendem as fronteiras nacionais e da gestão pública urbana.». anpur.org.br. Consultado em 27 de maio de 2019. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2021 
  7. «Lei Complementar nº 1.139, de 16 de junho de 2011». www.al.sp.gov.br. Consultado em 29 de novembro de 2022 
  8. «O ABC - Consórcio Intermunicipal Grande ABC». www.consorcioabc.sp.gov.br. Consultado em 29 de novembro de 2022 
  9. Silva, Maria Gilvania Valdivino; Tomizaki, Kimi Aparecida (25 de outubro de 2016). «O sonho de ser metalúrgico: dimensões da vivência juvenil no ABC Paulista». Linhas Críticas. (47): 86–109. ISSN 1981-0431. doi:10.26512/lc.v22i47.4783. Consultado em 23 de abril de 2022 
  10. «Diadema». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  11. «Mauá». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  12. «Ribeirão Pires». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  13. «Rio Grande da Serra». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  14. «Santo André». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  15. «São Bernardo do Campo». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  16. «São Caetano do Sul». IBGE. Consultado em 19 de agosto de 2023 

Ligações externas