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Usuário(a):Wolf-G-Music/bossanova

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bossa nova
Wolf-G-Music/bossanova
Vinicius de Moraes e Baden Powell no Teatro da Praia
Origens estilísticas
Contexto cultural Final da década de 1950 na Zona Sul do Rio de Janeiro
Instrumentos típicos
Popularidade Amplamente conhecido no Brasil; também significativo nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão
Formas derivadas

Bossa nova é o termo pelo qual ficou conhecido um movimento de transformação do samba irradiado a partir da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro no final da década de 1950 e que, por conseguinte, passou a dar nome ao estilo de interpretação e acompanhamento rítmico dele surgido, que ficou conhecido como “batida diferente”.[nota 1] De acordo com o musicólogo Gilberto Mendes, a vertente era uma das “três fases rítmicas do samba”, na qual a "batida" da bossa havia sido extraída a partir do "samba de raiz".[nota 2] Segundo o jornalista Ruy Castro, a bossa nova era “uma simplificação extrema da batida da escola de samba”, como se dela tivessem sido retirados todos os instrumentos e conservado apenas o tamborim.[nota 3] O conteúdo temático das letras na época áurea da bossa nova era lírico, era a fase do amor, do sorriso e da flor.[2]

As figuras centrais do movimento Bossa Nova são Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto. O único show ("Encontro") que reuniu este trio aconteceu em 1962 na boate carioca Au Bon Gourmet com a participação do quarteto vocal Os Cariocas e do baterista Milton Banana[3].

Outros nomes fundamentais da primeira geração da bossa nova são João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Luiz Bonfá, Sérgio Ricardo, Oscar Castro-Neves e Newton Mendonça.

Origens

A palavra "bossa" apareceu pela primeira vez na década de 1930, em Coisas Nossas, samba de Noel Rosa: O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas (...).[4] A expressão "bossa nova" passou a ser utilizada também na década seguinte para aqueles sambas de breque, baseado no talento de improvisar paradas súbitas durante a música para encaixar falas.[4]

Escrever um ou dois parágrafos sobre os antecessores diretos: J. Alf, Dick Farney, Lúcio Alves

Alguns críticos musicais destacam uma certa influência que a cultura americana do pós-guerra,[nota 4] de músicos como Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito, de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, uma especialmente do cool jazz e bebop. Embora tenha forte influência da música estrangeira, particularmente do jazz, a bossa nova possui elementos de samba sincopado.[6] Além disso, havia um fundamental inconformismo com a temática das letras dos sambas-canções da época, os chamados sambas de fossa, que não eram adequados para uma juventude que vivia na praia e não nas boates sem janelas.[7] Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os garotos que fizeram a bossa nova.[8]

Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça Orfeu da Conceição, primeira parceria da dupla, que esteve perto de não acontecer, uma vez que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro de Noel Rosa e ex-membro do Bando da Lua, para fazer a trilha sonora. É dessa peça, baseada na tragédia Grega Orfeu, uma das belas composições de Tom e Vinícius, "Se todos fossem iguais a você", já prenunciando os elementos melódicos da bossa nova.[9]

Um embrião do movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros de um grupo de músicos da classe média carioca em apartamentos da zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros, cada vez mais frequentes, a partir de 1957, um grupo se reunia para fazer e ouvir música. Dentre os participantes estavam novos compositores da música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli, entre outros.[10][11] A popularidade da bossa nova na zona sul do Rio de Janeiro deu-se muito pela adesão do gênero no meio universitário.

Nara Leão trabalhou por um curto período no jornal Última Hora, de seu cunhado Samuel Wainer. Lá conheceu Moisés Fuks, editor do Tablóide UH e também e também diretor artístico do Clube Universitário Hebraico do Brasil. Em uma reunião no apartamento de Nara Fuks propõe a Ronaldo Bôscoli uma apresentação no Clube Hebraico, no Flamengo, RJ.[12]. No primeiro semestre de 1958 aconteceu a primeira apresentação pública do que viria a ser a bossa nova. A divulgação desse evento também tem parte na origem do nome do movimento. Uma secretária da instituição, responsável pela criação de cartazes de divulgação do show, divulgou-o como “Sylvinha Telles e um grupo bossa-nova”, visto que o conjunto não tinha um nome.[13] Bossa nova, nesse cartaz, ainda era um adjetivo e não o substantivo que se tornaria depois.

Início oficial

(acho que esse primeiro parágrafo deve ser removido com alguns trechos indo pra outras partes da página)

O marco inicial da bossa nova é o samba "Chega de Saudade" (de autoria de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), lançado originalmente por Elizeth Cardoso em 1958 e, pouco depois, por João Gilberto, que tocou violão em ambas as gravações.[14] Paralela e previamente a isso, o pianista e vocalista Johnny Alf, desde a composição de “Rapaz de bem” três anos antes, em 1955, também se tornou um dos pioneiros da renovação do samba, tocando em bares cariocas com e inspirando Gilberto, João Donato e Jobim desde 1950.[15][16] Em 1959, com o LP "Chega de Saudade", Gilberto consolidaria esse novo estilo de tocar que alterava as harmonias com a introdução de acordes não convencionais — como antes já realizavam violonistas como Garoto, Vadico, Oscar Bellandi, entre outros — e uma sincopação do samba inovadora a partir de uma divisão única realizada sobre sambas tradicionais como “Rosa morena” (de Dorival Caymmi), “Morena boca de ouro”, de Ary Barroso, “Aos pés da cruz” (de Marino Pinto e Zé da Zilda) e “É luxo só” (de Ary Barroso e Luís Peixoto).[15] A partir e em torno de João Gilberto, um grupo de músicos, quase todos oriundos de classe média, ajudaria a transformar as experiências formais do violonista baiano. O jeito suave de cantar foi influenciado pelo jazzista Chet Baker.[17][18]

Movimento que ficou associado ao crescimento urbano brasileiro — impulsionado pela fase desenvolvimentista do Governo Juscelino Kubitschek (1955–1960)[19] — a bossa nova iniciou-se para muitos críticos quando foi lançado, em agosto de 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto (considerado o papa do movimento),[20][21][22] contendo as canções Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom (do próprio cantor).[23][24][25]

Meses antes, João participara de Canção do Amor Demais, um álbum lançado em maio daquele mesmo ano e exclusivamente dedicado às canções da iniciante dupla Tom/Vinicius, interpretado pela cantora carioca Elizeth Cardoso.[24][25] De acordo com o escritor Ruy Castro (em seu livro Chega de saudade, de 1990), este LP não foi um sucesso imediato ao ser lançado, mas o disco pode ser considerado um dos marcos da bossa nova, não só por ter trazido algumas das mais clássicas composições do gênero - entre as quais, Luciana, Estrada Branca, Outra Vez e Chega de Saudade-, como também pela célebre batida do violão de João Gilberto, com seus acordes dissonantes e inspirados no jazz norte-americano - influência esta que daria argumentos aos críticos da bossa nova.[26]

Outras das características do movimento eram suas letras que, contrastando com os sucessos de até então, abordavam temáticas leves e descompromissadas - exemplo disto, Meditação, de Tom Jobim e Newton Mendonça. A forma de cantar também se diferenciava da que se tinha na época. Segundo o maestro Júlio Medaglia, "desenvolver-se-ia a prática do canto-falado ou do cantar baixinho, do texto bem pronunciado, do tom coloquial da narrativa musical, do acompanhamento e canto integrando-se mutuamente, em lugar da valorização da 'grande voz'".[27]

Em 1959, era lançado o primeiro LP de João Gilberto, Chega de saudade, contendo a faixa-título - canção com cerca de 100 regravações feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a bossa nova era uma realidade.[28]. Segundo o historiador de música popular brasileira Jairo Severiano, os três LPs que João Gilberto gravou na Odeon: Chega de saudade (1959), O amor, o sorriso e flor (1960) e João Gilberto (1961), constituem um documento sobre a Bossa Nova[3] .Além de João, parte do repertório clássico do movimento deve-se as parcerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.[24][25]. Esta parceria rendeu 46 composições em 7 anos de trabalho. Já Vinicius compôs cerca de 50 músicas com mais de 30 parceiros, só com Baden Powell foram 39 canções, entre elas os Afro Sambas.[3]

Com o avanço da popularidade do movimento, entre 1959 e 1960, o número de gravações das músicas de Jobim chegou a 256. Entre 1963 e 1964, Tom compôs mais de 100 músicas. Severiano contabiliza a produção de Jobim em aproximadamente 230 músicas, sendo 15 em parceria com Newton Mendonça (13 gravadas em disco) e 12 com Chico Buarque. Quanto à sua produção fonográfica, foram 24 álbuns, incluindo os divididos com outros intérpretes[3].

Período áureo

A partir da década de 1960, a bossa nova consolidou-se definitivamente no cenário musical do Brasil, (completar o texto)

Em 1962 Tom Jobim e Vinícius de Moraes compuseram Garota de Ipanema, talvez a mais representativa canção da bossa nova, que se tornou a canção brasileira mais conhecida em todo o mundo, junto com Aquarela do Brasil (Ary Barroso), com mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros.[29] É de Tom Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções Desafinado e Samba de uma Nota Só, dois dos primeiros clássicos do novo gênero musical brasileiro a serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960.[24][30][31]

(Melhorar ->) Entre os artistas que se destacaram nesta segunda geração (1962-1966) da bossa nova estão Marcos Valle, Eumir Deodato, Wanda Sá, Paulo Sérgio Valle, Edu Lobo, Marcos Vasconcelos, Dori Caymmi, Nelson Motta, Francis Hime, Wilson Simonal, Baden Powell entre outros...

Internacionalização

João Gilberto e Stan Getz em Nova York (1972).

A bossa nova experimentou uma projeção internacional em escala jamais vista com outra vertente da música popular brasileira.[1] Em 1962, o saxofonista Stan Getz em conjunto com o guitarrista Charlie Byrd lançaram o LP "Jazz Samba", o que chamou a atenção do meio musical nos Estados Unidos para a bossa nova. Naquele mesmo ano, um concerto no Carnegie Hall de Nova York, que reuniu Tom Jobim e João Gilberto, entre outros, abriu de vez as portas do mundo para o estilo.[14][32] Com o lançamento em 1964 do LP Getz/Gilberto, parceira entre o violonista brasileiro e o saxofonista americano, tornou a vertente conhecida mundialmente, além de arrebatar o Grammy Award para álbum do ano de 1965. A versão cantada por Astrud Gilberto de The Girl from Ipanema ganhou o prêmio de melhor gravação no Grammy desse mesmo ano, e foi a primeira vez que uma mulher ganhou esse prêmio[33]. Em 1967 Frank Sinatra gravou essa música no disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, com arranjo de Claus Ogerman[34]. A parceria Ogerman/Jobim foi importante para estabelecer a sonoridade bossa nova. Para seu primeiro disco a ser gravado nos EUA (The Composer of Desafinado Plays), Jobim gostaria que a gravadora contratasse Nelson Riddle, o arranjador de Sinatra. Entretanto, o produtor Creed Taylor designou o alemão Claus Ogerman para o trabalho. Inicialmente desconfiado, Jobim mudou de ideia após ouvir o primeiro arranjo, tanto que estabeleceu esta parceria pelos próximos 17 anos. Entre 1963 e 1980, Ogerman escreveu os arranjos de 7 LPs de Tom Jobim. Também escreveu para discos de Astrud Gilberto e João Donato (1965) e fez os arranjos de Amoroso de João Gilberto (1977). Desta forma, contribuiu para a formatação sonora fonográfica da bossa nova, deixando sua assinatura - que tem entre seus traços, a economia rítmica, escolha particular da instrumentação, distribuição de vozes e harmonização característica de cordas e madeiras. Claus fez a arregimentação dos músicos do primeiro LP de Jobim nos Estados Unidos, a única exigência de Tom foi que o baterista fosse brasileiro (Édson Machado), afinal, o padrão rítmico é fator primordial e determinante de gênero. Sendo uma novidade musical vinda de outro país, a música não teria resultado satisfatório com um baterista norte americano às baquetas.[35]

Da bossa nova à MPB

Vinicius de Moraes, principal letrista de canções da bossa nova a partir de "Chega de Saudade", composição feita com Tom Jobim em 1958 e que consagrou o estilo.

(Acertar esses textos, estão redundantes)

Em meados da década de 1960, o movimento apresentaria uma espécie de cisão ideológica, formada por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime e estimulada pelo Centro Popular de Cultura da UNE. Inspirada em uma visão popular e nacionalista,[36] este grupo fez uma crítica das influências do jazz norte-americano na bossa nova e propôs sua reaproximação com compositores de morro, como o sambista Zé Keti.[36][37] Um dos pilares da bossa, Carlos Lyra, aderiu a esta corrente, assim como Nara Leão, que promoveu parcerias com artistas do samba como Cartola e Nelson Cavaquinho e baião e xote nordestinos como João do Vale.[36] Nesta fase de releituras da bossa nova, foi lançado em 1966 o antológico LP "Os Afro-sambas", de Vinicius de Moraes e Baden Powell.

No entanto, já em meados dos anos sessenta, o movimento bossa-novista passava por uma cisão. De um lado, um grupo manteve-se fiel a estética leve, caracterizada por letras de temas amenos e descompromissados com a realidade brasileira ou qualquer espécie de participação social, pelo tom suave e intimista (personalizado na voz de João Gilberto). De outro lado, outro grupo formado por compositores como Baden Powell, Sergio Ricardo e Carlos Lyra e por letristas como Vinicius de Moraes e Nelson Lins e Barros associou-se ao movimento geral da cultura brasileira no sentido de buscar uma base popular folclórica nas músicas e uma temática de realismo e participação social nas letras.[38] Foi essa dissidência que veio estabelecer uma conexão importante entre o samba da bossa nova e o samba das camadas populares, geralmente conhecido como “do morro” ou "de raiz", fazendo com que nomes como Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Keti e Elton Medeiros — sambistas de prestígio no meio do "samba de raiz", mas alijados do mercado fonográfico de época — passassem a ser conhecidos por uma fatia do público jovem e universitário. É nesse novo contexto que o o cenário artístico brasileiro viu surgir uma nova geração de compositores, como Paulinho da Viola, tido ali como um sucessor de Noel Rosa ou de Ismael Silva, e Chico Buarque, autor de composições que logo se tornariam sambas antológicos.[39]

Um dos maiores expoentes da bossa nova comporia um dos marcos do fim do movimento. Em 1965, Vinícius de Moraes compôs, com Edu Lobo, Arrastão. A canção seria defendida por Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira (da extinta TV Excelsior), realizado no Guarujá naquele mesmo ano.[40][41] Era o início do que se rotularia MPB, gênero difuso que abarcaria diversas tendências da música brasileira.[42][43][44]

A MPB nasceu com artistas influenciados pela bossa nova, como Geraldo Vandré, Edu Lobo e Chico Buarque, que apareciam com frequência em festivais de música popular. Vencedoras do II Festival da Música Popular Brasileira, realizado em São Paulo em 1966, Disparada, de Vandré e Théo de Barros e A Banda, de Chico, podem também ser consideradas marcos do início da MPB.[45]

Legado

Após seu período áureo, a Bossa Nova permaneceu como gênero e estilo no curso histórico da música brasileira. O movimento foi uma grande referência que para gerações posteriores de artistas, do jazz (a partir do sucesso estrondoso da versão instrumental de Desafinado pela dupla Stan Getz e Charlie Byrd) a uma corrente pós-punk britânica (de artistas como Style Council, Matt Bianco e Everything but the Girl).

(Falar da onda dos anos 90)

Hoje tem uma nova geração de artistas que revivem o estilo. Entre eles destacam-se Diana krall, Eliane Elias, Rosa Passos, Bossacucanova, Stacey Kent e Lisa Ono, entre outros.

No rock brasileiro, há de se destacar tanto a regravação da composição de Lobão, Me chama, pelo músico bossa-novista João Gilberto[46], em 1986, além da famosa música do cantor Cazuza composta por ele e Renato Ladeira, Faz parte do meu show, gravada em 1988, com arranjo inspirado na bossa nova.[47]

Seu legado é valioso, deixando várias joias da música nacional, dentre as quais Chega de Saudade, Garota de Ipanema, Desafinado, O barquinho, Eu Sei Que Vou Te Amar, Se Todos Fossem Iguais A Você, Águas de Março, Outra Vez, Coisa mais linda, Corcovado, Insensatez, Maria Ninguém, Samba de uma nota só, O pato, Lobo Bobo, Saudade fez um Samba, Bossa Nova

A Bossa Nova dramatizada

TEATRO:

Tom & Vinícius:

A peça de teatro intitulada Tom & Vinicius – o Musical, foi encenada de 09 a 12 de 2008. Estrelado por Marcelo Serrado, escrito por Daniela Pereira de Carvalho e Eucanaã Ferraz e dirigido por Daniel Herz. A direção musical foi de Josimar Carneiro[48][49]

Nara:

Nara Leão (1942 - 1989) rejeitava o título atribuído a ela: "Musa da Bossa Nova", dada sua influência, obtida através da presença constante na atuação musical e igualmente constante sua inovação nas parcerias musicais.[50]

Ainda assim, passados 35 anos de seu falecimento, sua marcante contribuição para a Bossa Nova, se desdobrou em um espetáculo teatral em 29 de Fevereiro de 2024, que contou com Zezé Polessa na interpretação do papel da cantora, sob direção teatral de Miguel Falabella e direção musical de Josimar Carneiro. Cujo espetáculo foi exibido no Teatro Firjan SESI Centro, na cidade do Rio de Janeiro. Neste espetáculo foram interpretadas diversas canções consagradas, sejam do período bossa novístico ou do período que Nara inovou em outros gêneros musicais, como por exemplo o samba de raiz; e também mencionados diversos álbuns como o álbum de estréia dela "Nara" de 1964.[18]

Nara Leão

O espetáculo foi encenado em formato de monólogo , onde são evocadas as lembranças da personagem e compartilhadas com o público a trajetória musical da cantora dramatizando e musicando momentos chave em sua carreira, inclusive a ruptura com o movimento da Bossa Nova. Motivada por razões políticas por parte da cantora. Entre as diversas cenas é mostrada a ida para França, onde Nara gravou em 1971, em Paris o álbum "Dez anos depois", álbum duplo que a reconciliou com o repertório da Bossa Nova. Ao longo das cenas e das músicas de roteiro que inclui Corcovado (Antonio Carlos Jobim, 1960), Diz que fui por aí (Zé Kétti e Hortênsio Rocha, 1964) , entre diversas canções de atuações em outros gêneros musicais e da própria Bossa Nova.[33]


CINEMA:

Nesta seção serão citados alguns Filmes que fizeram largo uso do repertório da Bossa Nova em sua trilha sonora ou referências ao estilo no enredo da obra.

Elis & Tom, Só tinha de ser com você:

Em 2023 chegou às telas brasileiras o documentário "Elis & Tom, Só Tinha de ser com você". Dirigido por Jom Tob Azulay e Roberto de Oliveira, com roteiro de Nelson Motta e Roberto de Oliveira. O filme mostra o processo de gravação do "Elis & Tom", de 1974 no estúdio em Los Angeles com imagens guardadas por 50 anos[51]. Os músicos que participaram foram:

Comédia romântica de 2000, dirigida por Bruno Barreto com roteiro baseado no romance Miss Simpson de Sérgio Sant'Anna, e roteirizado por Alexandre Machado, Fernanda Young e Sérgio Sant'Anna. Teve como estrelas centrais os atores Amy Irving, Antônio Fagundes, Débora Bloch, Alexandre Borges, Drica Moraes, Pedro Cardoso, Giovanna Antonelli, Rogério Cardoso e Stephen Tobolowsky.

Filme produzido em 2006 e lançado em 2008, dirigido por Walter Lima Jr.. Narra a trajetória de um grupo de jovens músicos e compositores que, na década de 60, partiu para Nova York buscando a realização do sonho do sucesso. Juntos, estes músicos formam o projeto musical Bossa Cinco. Teve como estrelas centrais os atores Ailton Graça, Alessandra Negrini, André Moraes, Ângelo Paes Leme, Cláudia Abreu, Jair Oliveira, Michel Bercovitch, Rodrigo Santoro, Selton Mello e Vanessa Gerbelli.

Onde está você João Gilberto:

É um Documentário de 2018 dirigido por Georges Gachot que é Inspirado no livro HO-BA-LA-LÁ - À Procura de João Gilberto, do escritor alemão Marc Fischer, jornalista alemão que tentou se encontrar com o pai da bossa nova. O cineasta francês Georges Gachot decide refazer os passos do autor no Rio de Janeiro em busca do recluso ícone da música brasileira. Contou com a participação de Miucha, Georges Gachot, João Donato, Marcos Valle.[8]

Ver também

Notas

  1. "Ressalte-se que o acompanhamento rítmico do samba em estilo bossa-nova caracteriza-se pela “batida diferente” expressa em um tipo de sincopação não ortodoxo, o que levou, por exemplo, o compositor Cartola a assim se expressar sobre um de seus encontros musicais com o jovem colega Carlos Lyra: “Há um pouco de dificuldade tanto pra ele no antigo quanto para mim no moderno” (cf. Carvalho, 1986: 39). A “batida” da bossa nova, então, é característica de um estilo e não de um gênero autônomo."[1]
  2. "A primeira foi aquela, herdeira da habanera, que deu os “tanguinhos” de Ernesto Nazareth; a segunda, a do “samba de morro carioca”; e a terceira, a potencialização extraída por João Gilberto do samba de morro e do samba folclórico, para criar a “batida” de violão característica da bossa nova."[1]
  3. "Segundo Ruy Castro (2008: 9), a batida da bossa nova foi lançada nacionalmente em 1958 pelo baterista Milton Banana."[1]
  4. De acordo com o sambista e pesquisador Nei Lopes, desde o final da Segunda Guerra Mundial, elementos de bebop e boogie-woogie já vinham sendo incorporados ao samba[5]

Referências

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Bibliografia

Ligações externas

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