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Reino da Herécia

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ჰერეთის სამეფო
Reino da Herécia

Estado histórico


 

893 – 1020
Localização de Herécia
Localização de Herécia
Cáucaso em 850 (maior extensão de Herécia)
Continente Eurásia
Região Cáucaso
Capital Xaqui
Língua oficial georgiano
albanês caucasiano
Governo monarquia
Iscano
Rei
 • 815–840 Sal Simbaciã (primeiro)
Período histórico Idade Média
 • 893 Fundação
 • 1020 Dissolução
Atualmente parte de  Geórgia
 Azerbaijão
 Rússia

O Reino da Herécia (em georgiano: ჰერეთის სამეფო; romaniz.: heretis samepo), também Reino de Xaqui[1], Reino da Albânia[2], Reino Gargar[3], foi um reino medieval existente na região do Cáucaso, próximo da Albânia. Seu território, atualmente, corresponde ao canto sudeste da Geórgia (região da Caquécia) e uma parte dos distritos do noroeste do Azerbaijão.[4]

De acordo com relatos tradicionais, o nome da província era oriundo dos Heróis lendários patriarcais, como o filho de Tárgamo, que fundou a cidade de Herécia (mais tarde conhecido como Coranta) no Rio Alazani.[4]

Nome

Nas fontes armênias e bizantinas, o reino de Xaqui é tradicionalmente apresentado como o "reino da Albânia", e nas fontes georgianas como o "reino dos Herécia". O pesquisador georgiano David Levan Muskhelishvili acredita que “os georgianos derivaram o nome deste reino em nome de seus vizinhos mais próximos, a antiga tribo albanesa dos Ers, e os árabes - em nome da capital, a cidade de Xaqui. Os armênios e bizantinos o chamavam assim porque surgiu no território do antigo reino albanês ".[5] Nas fontes árabes o reino é conhecido como o "reino de Xaca".[6] Junto com isso, David Levan Muskhelishvili observa que “ ... fontes georgianas às vezes também usam o termo Shaki, em vez do termo Hereti ”.[7]Antes do século X, não encontramos nenhuma informação sobre o Principado de Eret em fontes georgianas ”.[8] Em “Ashkharatsuits” de Vardanes de Arevel, este reino albanês, que surgiu no antigo território de povoamento dos gargares, é denominado “Gargária”.[6]

Antecedentes

A área foi habitada em tempos mais antigos por Hers, Sujes, Tchilbes e Lebins. Coletivamente chamados de herécios, essas tribos caíram sob o domínio da Albânia.[4] O Reino de Herécia foi povoado por albaneses (não se deve confundir com os atuais albaneses da República da Albânia, no leste da Europa), caucasianos do Daguestão, armênios, persas e georgianos. Tinham prósperas cidades que mantinham comércio com a Pérsia e Armênia.[4]

Com o seu declínio, a área foi gradualmente incorporada no Reino da Ibéria, formando um de seus ducados (saeristavo) no século V, e seus habitantes foram finalmente assimilados aos georgianos. Foi quando o nome "Herécia" apareceu pela primeira vez nas escritas georgianas. Como recompensa pela contribuição na luta contra os ocupantes árabes, a Ibéria deu Herécia à família nobre Bagrationi entre 740 e 750. Os senhores feudais herécios estenderam seus feudos e, em 787, estabeleceram um principado independente (Samtavro) com capital em Shaki.

História

Seu primeiro governante registrado, Sal Simbaciã, massacrou a família real albanesa caucasiana (Mirrânidas) em 822 e declarou-se "Xá de Arrã", bajulando o califado ao trair o zoroastriano Pabeco, o Curramita, ele foi reconhecido como o governante de Arrã. Mais tarde, Sal despertou a desconfiança árabe, foi preso e enviado para Bagdá; ele foi sucedido por seu filho Adanarses I e pelo neto, Gregório Hamã. O principado ganhou força e prestígio significativo em 893, permitindo ao príncipe Gregório Hamã ser coroado rei.[9]

Alarmado com o crescente poder do reino da Herécia, Círico I (r. 892–918), o governante do principado vizinho da Caquécia, aliou-se com o rei Constantino III da Abecásia e, em 915, atacou o rei Adanarses II Patrício (r. 897–943). Os aliados ocuparam e dividiram o reino, mas por um curto período de tempo, já que Adanarses Patrício logo reconquistou o que havia sido perdido. Já sob o reinado de Iscanique (943-951), Herécia foi forçada a reconhecer a supremacia do vizinho mais forte, Principado de Dailã, governado pela dinastia salárida (Azerbaijão iraniano). Em 950, Iscanique aproveitou a amarga luta pelo poder na dinastia salárida, e deixou de pagar tributos ao principado vizinho, efetivamente restaurando a sua independência. De acordo com As Crônicas Georgianas, a rainha Dinar, durante o reinado de seu filho Iscanique, converteu Herécia à confissão Ortodoxa e abandonou a confissão Ortodoxa Oriental no século X.[4][10]

O próximo governante herécio, João Senaquerim (951-959), adicionou ao reino o antigo reino albanês e o leste da atual Geórgia, uma área montanhosa conhecida como Tzanária. Após sua morte, Círico II tornou-se rei, governando até sua morte, em 976. A área, em seguida, foi disputada entre o seu sucessor, Davi (976-1010), e o rei georgiano Pancrácio III, que procurou reunir todas as terras georgianas em uma única monarquia. O próximo governante caquécio, já intitulado como o rei Círico III, o Grande (r. 1010–1037) finalmente absorveu Herécia em seu reino, na década de 1020. Quando o rei georgiano Davi, o Construtor trouxe o reino para o seu controle em 1104, Herécia tornou-se um ducado dentro do reino georgiano. O controle georgiano da Herécia foi interrompido pelo Império Corásmio, que mais tarde culminou no Ilcanato. A monarquia da Geórgia foi unificada em 1466, e Herécia passou aos domínios da coroa novamente. Posteriormente, o nome do próprio antigo reino desapareceu gradualmente a partir dos registros históricos e uso público, em parte devido às regras safávidas, afexáridas e otomanas.[4][11]

Governantes de Herécia

Rainha Dinar
  • Sal Simbaciã (815–840) - Iscano;
  • Adanarses (840–865) - Iscano;
  • Gregório Hamã (865–897) - Iscano, rei desde 893;
  • Adanarses II (897–943) - Rei;
  • Iscanique (943-c. 962) - Rei;
  • João Senaquerim (c. 965–995) - Rei dos Sanares;
  • Dinar (c. Década de 1010) - Rainha.

Galeria

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Reino da Herécia

Referências

  1. «Из исторической географии восточной Грузии : Шаки и Гогарена | WorldCat.org». search.worldcat.org. Consultado em 19 de junho de 2024 
  2. Д. Л. Мусхелишвили, Из исторической географии восточной Грузии (Шаки и Гогорена), Тбилиси, 1982, с. 38.
  3. Гумба Г. Д. Кавказская Албания по «Ашхарацуйцу» Вардана вардапета (XIII в.). — Ереван: Вестник общественных наук, 1986. — № 9. — С. 64-73.
  4. a b c d e f Rayfield, Donald. Edge of Empires: A History of Georgia. [S.l.: s.n.] p. 60 
  5. «Н. Г. Абрамова, О. С. Петрова Формирование исторической географии как учебной дисциплины. Учебная литература по исторической географии». Исторический журнал: научные исследования (2): 137–147. Fevereiro de 2013. ISSN 2222-1972. doi:10.7256/2222-1972.2013.02.2. Consultado em 20 de junho de 2024 
  6. a b Central Russian Journal of Social Sciences. [S.l.]: The Russian Presidential Academy of National Economy and Public Administration 
  7. «Н. Г. Абрамова, О. С. Петрова Формирование исторической географии как учебной дисциплины. Учебная литература по исторической географии». Исторический журнал: научные исследования (2): 137–147. Fevereiro de 2013. ISSN 2222-1972. doi:10.7256/2222-1972.2013.02.2. Consultado em 20 de junho de 2024 
  8. «Н. Г. Абрамова, О. С. Петрова Формирование исторической географии как учебной дисциплины. Учебная литература по исторической географии». Исторический журнал: научные исследования (2): 137–147. Fevereiro de 2013. ISSN 2222-1972. doi:10.7256/2222-1972.2013.02.2. Consultado em 20 de junho de 2024 
  9. Kagankatvatsi, livro. III, cap. XXII
  10. Crónicas históricas da Geórgia, Volume I (em azeri)
  11. "Katolikos Movses yarım il kürsüdə oturdu. Katolikos Davud iyirmi səkkiz il kürsüdə oturdu. O, Qəbələ yepiskopluğundan seçilmişdi. O, Şəki hökmdarının qanunsuz nigahına xeyir – dua vermişdi. Hökmdarın qardaşı ondan soruşmuşdu: “ Ağam, haradan gəlirsən?” O, cavab vermişdi: “ Qardaşımın evindən”. Onda knyaz Davuda belə demişdi: “ Qoy sənin xeyir – dua verən dilin qurusun və heç vaxt dillənməsin! Qoy sənin sağ əlin qurusun!” Bunu deyən kimi dililə əli qurudu və o, ölümünə qədər sağalmadı", - Moisey Kalankatuklu. (em azeri)