Estação Ferroviária de Setúbal-Mar
Setúbal-Mar
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Identificação: | 68155 SBM (Setúbal-Mar)[1] | ||
Denominação: | Estação Satélite de Setúbal-Mar | ||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | ||
Linha(s): | Linha do Sul (PK 29,760) | ||
Coordenadas: | 38°31′12.45″N × 8°52′46.11″W (=+38.52013;−8.87948) | ||
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Município: | Setúbal | ||
Serviços: | Mercadorias | ||
Website: |
A Estação Ferroviária de Setúbal-Mar é uma interface da Linha do Sul, que serve como ponto de triagem para os ramais do Porto de Setúbal, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Caraterização física
[editar | editar código-fonte]Segundo o Directório da Rede 2012, lançado pela Rede Ferroviária Nacional em Janeiro de 2011, a estação ferroviária de Setúbal-Mar contava com onze vias de circulação, com 170 a 1797 m de comprimento; as plataformas tinham 176 e 174 m de comprimento, e apresentavam 40 cm de altura.[2] Nesta estação insere-se na rede ferroviária o ramal particular Porto de Setúbal - Auto.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento
[editar | editar código-fonte]Uma carta de lei de 29 de Março de 1883 autorizou que o Ramal de Setúbal fosse prolongado além de Setúbal até à margem do Rio Sado, com a instalação de uma gare fluvial e da correspondente ponte-cais.[3] Uma lei de 14 de Julho de 1899, que ordenou a construção das linhas férreas complementares ao Sul do Rio Tejo, ordenou que este troço fosse construído, sendo considerado como a primeira secção da futura Linha do Sado.[3] A gare fluvial deveria ser construída na margem do Rio, num local próximo da cidade, e deveria dispor das instalações necessárias ao transporte de passageiros e mercadorias.[3] Este projecto estava conjugado com a construção, por parte da Câmara Municipal de Setúbal, de uma doca para pequenas embarcações e de uma ponte-cais; com efeito, uma carta de lei de 12 de Junho de 1901 autorizou a autarquia a fazer um empréstimo de 40:000$000 para financiar a continuação do caminho de ferro, tendo a autarquia prontificado-se a auxiliar a construção numa sessão de 12 de Fevereiro de 1902, o que foi aceite pelo governo em 24 de Janeiro de 1903.[3] O local escolhido pela Câmara para a nova doca tinha um amplo terrapleno no interior, com espaço suficiente para se construir o complexo da estação.[3] Um diploma dos Caminhos de Ferro do Estado de 1 de Julho de 1903 aprovou o prolongamento da via férrea de Setúbal até ao local escolhido junto à margem do rio; a nova estação devia estar construída de forma a facilitar o seu acesso à ponte-cais, mas sem prejudicar o tráfego comercial da mesma.[3]
Construção e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em 16 de Abril de 1904, já tinha sido aprovado o projecto para o segundo lanço da Linha do Sado, relativo ao troço entre a futura estação fluvial de Setúbal e o Esteiro da Marateca.[4]
O troço entre Setúbal e Setúbal-Mar foi concluído em 1907,[5] mas só entrou oficialmente ao serviço em 25 de Maio de 1920, como parte da ligação entre Setúbal e Alcácer do Sal.[6]
Construção da nova estação
[editar | editar código-fonte]Na sua sessão de 21 de Novembro de 1933, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro aprovou o início da execução do projecto da primeira fase da construção da estação de Setúbal-Mar.[7] As obras da nova estação iniciaram-se ainda nesse ano, estando já ao serviço, em finais de 1934, uma variante que substituiu o antigo traçado entre Fontaínhas e Cachofarra.[8] Em Janeiro de 1935, ainda estava por concluir a nova estação de Setúbal-Mar.[9] Entrou ao serviço em 25 de Abril desse ano, fazendo apenas serviço de passageiros sem bagagem, e sem facilidades para venda de bilhetes, que teriam de ser adquiridos a bordo dos comboios.[10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
- Geomonumento da Pedra Furada
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ a b c d e f «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (374). 16 de Julho de 1903. p. 237-240. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1228). 16 de Fevereiro de 1939. p. 135-138. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 11 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1103). 1 de Dezembro de 1933. p. 623. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Rêde do Sul e Sueste» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1127). 1 de Dezembro de 1934. p. 593-594. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. p. 50-51. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Caminhos de Ferro Nacionais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1138). 16 de Maio de 1935. p. 226. Consultado em 15 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa