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Língua sabanê

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Sabanê
Falado(a) em: Rondônia (RO), Brasil
Região: Área Indígena Roosevelt, Posto Pirineu de Souza
Total de falantes: 5
Família: Nambiquara
 Sabanê
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

A língua Sabanê pertence à família Nambiquara que contém mais de 15 línguas divididas em três grupos principais sendo eles Nambiquara do Norte, Nambiquara do Sul e o próprio Sabanê.[1][2]

Esse povo habita duas áreas descontínuas no estado de Rondônia, próximo ao Mato Grosso. No posto Pirineus de Souza ou Aroeira existem trezentas pessoas que se identificam como Sabanê e na Vila Sowante (oficialmente Área Indígena Roosevelt) aproximadamente quarenta.

Dentre essas pessoas, apenas três são falantes nativos, enquanto duas aprenderam a falar quando crianças, além dessas, apenas outras dez pessoas sabem palavras isoladas sem poderem se comunicar. A maioria dessas pessoas falam apenas o português brasileiro. Sendo assim, é uma língua seriamente ameaçada. Atualmente, crianças não tem contato com essa língua que acabou se tornando socialmente rejeitada., porém após a criação da Vila Sowante, cuja maioria populacional é Sabanê, houve um maior incentivo para uma ressurreição da língua, inclusive um projeto de gramática do Sabanê.

Etno-história

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No ano de 1889, após o início da construção de uma linha de telégrafo entre Porto Velho e algumas cidades de Mato Grosso, houve o primeiro contato com o povo Sabanê. Ao longo da obra, o contato se tornou maior causando grandes mudanças naquela sociedade. Assim, o termo Sabanê apareceu pela primeira vez na literatura em 1914 num relatório do General Cândido Mariano da Silva Rondon, responsável pela construção da linha de telégrafo, após uma visita ao Posto Tres Buritis. Não existem evidências de que esse grupo visitado e chamado de Sabanê pelo coronel é do mesmo grupo hoje considerado Sabanê.[2]

Nesse período houve vários erros de tradução, por exemplo a própria palavra Sabanê. O povo na verdade se designava Kulimansi (nome da maior aldeia de região), já a palavra Sabanê pode ter vindo de sapane [saˈpãːne] que quer dizer irmã jovem, um erro comum nessas traduções era confundir nomes próprios quando na verdade eram nomes que designavam parentesco.

Posteriormente, o antropólogo francês Lévi-Strauss em 1930 veio estudar esse grupo. Uma de suas conclusões foi que o grupo Nambiquara do Norte não conseguia entender a língua Sabanê, mesmo que ambos fossem aliados e vivessem próximos. Por esse e outros motivos, Lévi-Strauss não classifica Sabanê como parte da família Nambiquara. Além disso, ele divulgou uma lista de palavras comprovando que ele realmente estudou o Sabanê. Não existem estatísticas confiáveis quanto à população na época, Rondon estimou cerca de vinte mil pessoas no grupo Nambiquara (incluindo Sabanê), porém Lévi-Strauss relatou que durante sua viagem ao longo da linha telegráfica, a população passava por altas taxas de mortalidade.[2]

Após situações similares à escravidão e grande proliferação de doenças na comunidade Sabanê, a SPI (atual FUNAI) organizou a criação da Vila Aroeira na década de sessenta, onde indígenas de diversos grupos passaram a habitar. O fato de que alguns desses grupos foram inimigos no passado e que alguns não conseguiam se comunicar foi ignorado pela SPI. Essa mudança causou mudanças profundas naquela sociedade, como o abandono de tradições culturais, a falta de parceiros implicou no início de casamentos entre etnias causando alterações nas regras de cada grupo. Além disso, a falta de áreas férteis, caça e pesca gerou uma dependência com as agências nacionais. Nessa época, foi proposto o uso de portugues como lingua franca na comunidade o que causou o abandono das línguas nativas.

Aroeira está localizada entre o início da Floresta Amazônica e a Chapada dos Parecis. Nesse local, a vegetação é composta por densos arbustos nos vales e pequenas árvores esparsas nos campos. Essa terra já havia sido usada para agricultura em que a técnica era a limpeza do campo com fogo. As primeiras descrições do território dos Nambiquara do Norte eram de diversos campos de cultivo, porém atualmente essas áreas produzem apenas milho, batata doce, mandioca e banana.[2]

Devido a questões sociais, recentemente um grupo Sabanê se separou e criou a Vila Sowante em maio de 2002 localizada entre os rios Roosevelt e Tenente Marques. Região onde supostamente o povo Sabanê habitava antes do contato com os brasileiros. A área tem boa pesca e caça (ao contrário de Aroeira) além de terras férteis. Dessa forma o povo Sabanê tem esperanças de reabilitar sua linguagem.[2]

Sabanês possui cinco vogais são elas /a i u e o/, ou [ɑ i u æ o] em posições acentuadas e [ɐ ɪ ɯ ɘ ɤ] em não acentuadas. Nas palavras com três ou mais sílabas em que existe um intervalo entre uma acentuada e outra qualquer, a sílaba recebendo uma proeminência iterativa secundária será acentuada. Essa vogal é marcada com [ˑ] e terá uma duração maior do que se não estivesse acentuada porém será mais curta que uma vogal acentuada normalmente. Em posições secundárias de acentuação foram encontradas quatro vogais /a i u o/, reconhecidas por [ə y ɤ ɤ], as vogais /u o/ são neutralizadas e tem o mesmo resultado fonético [ɤ]. A vogal /e/ não foi encontrada nessa posição.[2]

Vogais
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Semifechada e o
Aberta a

Existem dois tipos de glides, a labiovelar [w] reconhecida assim em qualquer posição porém não ocorre ao lado de /u/ e [j] que pode ocorrer ao lado de qualquer vogal. Assim, os ditongos são divididos em decrescente (vogal-glide) e crescente (glide-vogal). Além disso casos como glide-vogal-glide também ocorrem

Os fonemas consonantais em Sabanê são as plosivas /p t k ʔ/, as nasais /m n/, as implosivas /ɗ ɓ/, as fricativas /s h/, e a lateral /l/. Cada consoante tem um conjunto de alófones.

Consoantes
Labial Dental Velar Glotal
Plosiva p t k ʔ
Implosiva ɓ ɗ
Nasal m n
Fricativa s h
Lateral l

Estrutura Silábica

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Em Sabanê, todo fonema consonantal pode ocupar a posição inicial exceto a pausa glotal enquanto o núcleo é exclusivo para vogais já a posição final é ocupada apenas pelas consoantes /p t k m n s l ʔ/. Em geral, Sabanê favorece sílabas CV(consoante-vogal)

Sílabas
Inicial Núcleo Final
p t k

ɓ ɗ

m n

s h

l

u i

a e i o u p t k

m n

s

l

ʔ

Em Sabanê a diferenciação de tom não é usada para diferenciação lexical, porém existem evidências de previsibilidade quanto à tonalidade da palavra tanto em substantivos quanto em verbos. A acentuação fica nas sílabas pesadas, em casos em que não há uma, a acentuação ocorre na penúltima sílaba e caso haja duas pesadas, a acentuada é a mais à direita. As vogais em sílabas acentuadas têm em média o dobro de duração de uma comum.[2]

Pronomes pessoais

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Os pronomes pessoais em sabanê geralmente são colocados no início da frase (SOV)[2]

Pronomes pessoais
Primeira pessoa Segunda pessoa Terceira pessoa
Singular Plural
towali pi uli -

Towali representa a 1ª pessoa à topicalização ou foco, além disso, às vezes a aplicação de pronomes possessivos descarta a necessidade de uso desse pronome

O pronome pessoal da 2ª pessoa do singular comportasse da mesma forma que o da 1ª pessoa porém uli pode expressar a 2ª pessoa do plural dependendo do contexto

A 3ª pessoa não é expressa fonologicamente

O pronome pi expressa a 1ª pessoa do plural, inclusivo e exclusivo, em modo não imperativo. Caso contrário, ele funciona da mesma forma porém necessita de dois complementos descontínuos.

Pronomes possessivos

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Pronomes possessivos dependem do falante, ou seja, não são obrigatórios, são eles:

Pronomes possessivos
Primeira pessoa Dual Segunda pessoa Terceira pessoa
Singular Plural
Antes de

consoante

da- pi- bala- ma- a-
Antes de

vogal

d- p- m- -

Além disso, outra forma de expressar posse é com palavras compostas onde  a mais à esquerda em posse sobre a mais à direita

Os radicais dos substantivos em Sabanê são morfemas presos e esses radicais correspondem exatamente à forma lexical. Em isolamento, os radicais são seguidos obrigatoriamente por um sufixo referencial. Em contexto, radicais podem ser seguidos de morfologia flexiva ou derivativa.

(Flexional)- Radical (Radical) (-Derivativo) -Flexivo
Pronomes possessivos- sukwin (pequeno)

maysili (jovem)

maysunon (jovem macho)

maytelon (jovem fêmea)

Tamanho Classe -Refencial

-mi

-mali


-Objetivo

-k

Aumentativo

-ta

Diminutivo

-mata

-anon

-isi

-amoka

-akata

-api

-inun

-iawa

Flexão de gênero

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Em sabanês não há distinção de gênero em nomes, quando necessário identificar masculino e feminino usa-se as palavras atiʔ ‘macho’ ou atitapaʔ ‘fêmea’.

Flexão de número

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Assim como o gênero, o número não é expresso nem em nomes nem verbos. As palavras ano, wola/wolata significam ‘muito’ ou ‘vários’ enquanto anonmina (mina tem um sentido de negação) significa ‘poucos’ ou ‘alguns’ ambas palavras geralmente estão no início da sentença. Embora não haja numerais cardinais e ordinais em sabanê, os falantes podem usar o advérbio amulu ‘apenas’ ou ‘um’ para expressar quantidade. A palavra kata pode assumir significado de ‘um’ e pode ser usada junto com amulu formando ‘apenas um’. Existe um dual para kata sendo este bala que, usado junto com amulu ou kata, representam 3.[2]

Os falantes nativos de sabanê não tem muita familiaridade com números, mesmo após quase cinquenta anos de convivência com o português.[2]

Derivação de grau

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Em Sabanê, processos derivativos incluem a criação de diminutivo e aumentativo.

Existem três formas de expressar diminutivo. A primeira é acrescentar o sufixo -mata, outra forma é por construção predicativa, ou seja, acrescentar ilaw–n–mina–al–i (Ele/Ela não é grande) à frase. A última é com os compostos lexicais maysili (jovem), maysunon (jovem macho), maytelon (jovem fêmea)  e sukwin (pequeno ou pouco)

Para o aumentativo existem duas estratégias, a primeira é adicionar a construção predicativa ilawnali (é grande). A segunda é adicionar -ta como sufixo no substantivo, porém essa forma também é usada para diferenciar espécies, como koke (gavião) e koketa (gavião-real).

Em relação ao aspecto, apenas progressivo e iterativo foram encontrados

O sufixo -say expressa continuidade no presente ou em algum ponto no passado. -ap expressa iteratividade, repetição

Tempo e evidencialidade

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As marcas de evidencialidade não podem ser omitidas da frase e são expressadas em conjunto com o tempo verbal. No sistema de evidencialidade, existem duas categorias, evento evidencial e não evidencial. Uma categoria é quando o falante tem uma fonte confiável de que um evento aconteceu, a fonte da evidência pode ser sensorial (visual, auditiva etc porém essa especificidade não é expressa gramaticalmente) ou inferida, essa fonte pode ser expressa por meio de um sufixo. A evidencialidade inferida apenas pode ser ligada a acontecimentos no passado.

Sufixos evidenciais
Sensorial Inferido
Pretérito -datinan -tika
Presente -dana
Futuro -telon

Eventos evidenciais são opostos a eventos não evidenciais ou neutros, sendo o último dividido em neutro (não evidencial) ou neutro inferido, onde quem fala não tem como confirmar o evento sem excluir a possibilidade dele ter acontecido.

Sufixos neutros
Neutro Neutro inferido
Pretérito -ntal -np
Presente -al
Futuro -tapanal

Os sufixos assertivos e interrogativos (-i e -a) podem ser atrelados apenas às formas neutras como -np -ntal  -al -tanapal. Sabanê, o modo imperativo é expressado com a forma mais “crua ” do verbo (radical+sufixo verbal). Seis tipos de imperativos podem ser destacados.[2]

Modo
Imperativo Fraco Radical
Imperativo forte Radical -n
Hortativo exclusivo Radical -to
Hortativo exclusivo

plural

pi- Radical -to
Hortal inclusivo pi- Radical -tinopi
Proibitivo Radical -NEG -n

-to

-tinopi

Ordem da frase

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A ordem básica é SOV. Nesses casos o objeto direto é marcado por -k. No caso de frases intransitivas, a ordem é SV. A posição do advérbio é variável porém geralmente após o sujeito.[2]

Frases comparativas

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Em sabanê são usados itens comparativos nem sufixos derivativos. A comparação ocorre com a justaposição de duas frases simples similares, porém uma é afirmativa, a outra negativa. Outra forma é com ambas as frases afirmativas, porém com o acréscimo de advérbio de intensidade numa das frases

Alguns nomes de plantas e animais em sabanê:[2]

Sabanê Nome científico Português Inglês
akona Magonia pubescens tingüi tingüi tree
akukuʔ Cerdocyon thous cachorro do mato Brazilian wild dog
ali Bradypus tridactylus macaco-preguiça sloth
alowa Bactris setosa jucum jucum tree
aynasapa Hancornia speciosa mangaba mangaba fruit
aʔoluʔ Dasypus novemcinctus tatu-galinha tatu-galinha, an armadillo species
bisikuli Eunectes murinus sucuriju anaconda
dalama Oenocarpus bataua patoá batava palm
doda Tayassu pecari queixada white-lipped peccary
kiayleli Tayassu pecari queixada white-lipped peccary
hakonata Spaeleoleptes spaeleus opilião, olupião harvestman
halakata Caryocar brasiliense pequi (árvore) pequi tree
halasapa Caryocar brasiliense pequi (fruta) pequi fruit
haybakata Dialium guianense jutai-pororoca pororoca tree
hieynakata Oenocarpus bacaba bacaba (árvore) kumbu palm
hieynasi Oenocarpus bacaba bacaba (fruta) bacaba fruit
holokalikata Attalea phalerata acuri urucuri palm
ila Ateles sp. macaco-aranha spider-monkey
ilunakata Caryocar brasiliense pequi wild pequi
ilunasi Caryocar brasiliense pequi (fruto) wild pequi nut
ineyla Metynnis maculatus pacu spotted pacu (fish)
iwimata Tetragonisca angustula jataí jatai bee
kali Ceratophrys ornata sapo-boi horned frog
kamanasi Atta sexdens tanajura female ant
kanaysi Capsicum frutescens pimenta pepper
kapiʔ Nasua nasua quati coati
kapune Cuniculus paca paca paca
kayno Carapus fasciatus tuvira tuvira fish
kaynomoka Gymnotus carapo sarapó catfish
kela Ara ararauna arara-amarela blue and yellow macaw
kiawa Chordeiles, Podager bacurau bacurau bird
kiluma Chelonoidis denticulata jabuti jabuti
kina Tunga penetrans bicho-de-pé sand flea
kita Socratea exorrhiza paxiúba rasp palm
kiwkiw Solenopsis saevissima formiga-lava-pés fireant
kokwayli Mazama americana veado deer
koluma Typhlonectes compressicauda cobra-cega caecilian
kowayiti Hirundo rustica andorinha swallow
kowayitipan Progne chalybea domestica andorinha-azul gray-breasted martin
kuli Myoprocta acouchy cutia agouti
kulima Amburana cearensis cerejeira cerejeira tree
malasi Penelope superciliaris jacucaca jacucaca rusty-margined guan
misa Attalea maripa inajá inaja palm
misakata Attalea maripa inajá (árvore) inaja palm tree
misasapa Attalea maripa inajá (fruto) inaja palm nut
misasi Attalea maripa inajá (semente) inaja palm seed
mukunapi Enterolobium contortisiliquum timbó earpod tree
mulula Priodontes giganteus tatu-canastra giant armadillo
nutupiʔ Bixa orellana urucu urucu
olopa Apis mellifera abelha-de-mel European bee
oluma Tapirus terrestris anta tapir
ota Bactris gasipaes siriva peach palm
owayli Ozotoceros bezoarticus veado-campeiro red deer
oya Mauritia vinifera buriti buriti palm
pasika Brycon matrinchao matrinxã matrinxã fish
pawla Pterophyllum cará cará fish
piowla Hoplias malabaricus traíra wolf fish
puwisa Crax globulosa mutum wattled curassow
salaymulita Pyrilia barrabandi curica curica bird
sapa Piscidia erythrina timbó woody wine, Jamaica dogwood
siliko Eigenmannia trilineata tuvira rajada tuvira rajada fish
sopa Esenbeckia leiocarpa guarantã (árvore) Brazilian boxwood
sowaw Lebistes reticulatus piaba rainbow fish
sowawsi Leporinus elongatus piau piapara fish
sopa Esenbeckia leiocarpa guarantã Brazilian boxwood tree
takipa Cebuella pygmaea sauim marmoset
talama Tupinambis teguixin calangão teju
talawa Ara chloroptera arara-vermelha red macaw
tapayli Renealmia exaltata pacova pacoba tree
tapaytapay Corallus caninus cobra-papagaio emerald tree boa
tokaliʔ Bertholletia excelsa castanheira Brazilian nut tree
tomuʔtomuʔ Penelope jacucaca jacucaca grande white-browed guan
totaliʔ Tolypeutes tricinctus tatu-bola three-banded armadillo
towakaliʔ Alligatoridae sp. jacaré da cabeça vermelha red-head cayman
tutinakapawli Aratinga jandaya jandaí jandaya parakeet
ulila Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim lesser ant-eater
ulima Ficus anthelmintica caxinguba caxinguba tree
ulumusuʔ Columbina minuta rolinha, pomba dove
ulununuʔ Cebus capucinus macaco-capuchino white-faced capuchin
uma Hydrochoerus hydrochaeris capivara capybara
upa Tinamus solitarius macuco macuca bird
ute Eira barbara irara tayra
uykilapita Lagothrix lagotricha macaco-barrigudo big bellied woolly monkey
wakawlu Casmerodius albus egretta cegonha heron
walawaka Ara macao araracanga red and blue macaw
walawka Leporinus macrocephalus piauçu piauçu fish
walayena Ramphastos toco tucano toucan
walaynunu Egretta garzetta garça little egret
wani Meleagris gallopavo turkey
wanisi Rhea americana ema rhea
wawawsi Trigona spinipes arapuã arapuã
waylinawa Lutra platensis lontra otter
waylinun Pteronura brasiliensis ariranha beaver
waypulukata Campomanesia xanthocarpa gabiroba (árvore) gabiroba tree
waypulusapa Campomanesia xanthocarpa gabiroba (fruta) gabiroba fruit
waysili Euterpe precatoria açaí assai palm
wayulupi Chrysocyon brachyurus lobo-guará cat; guara-wolf
wayulutapayli Panthera onca onça-pintada spotted jaguar
wialakata, mialakata Hymenaea courbaril jatobá (árvore) jatoba tree
wialasapa, mialasapa Hymenaea courbaril jatobá (fruta) jatoba fruit
wiawlu Tinamus sp. nambu tinamou bird
yalawoka Maranta arundinacea araruta arrowroot
yalay Euphractus sexcinctus tatu-peba peludo armadillo
yamotoka Boa constrictor jibóia boa
yeyeyla Pitangus sulphuratus bem-te-vi great kiskadee
yolola Inga edulis ingá ice cream bean tree
yomotokamoka Bothrops jararaca jararaca viper
yoto Astrocaryum aculeatum tucum, tucumã star-nut palm
yowayli Didelphis marsupialis gambá opossum
yowitakata Saccharum officinarum cana-de-açúcar sugar cane
yubana Colocasia esculenta taioba taro

Referências

  1. Loukotka, Čestmír (1968). Classification of South American Indian languages. Los Angeles: UCLA Latin American Center 
  2. a b c d e f g h i j k l m Antunes de Araujo, Gabriel (2004). A Grammar of Sabanê (PDF) (Tese de doutorado). Vrije Universiteit Amsterdam