Arquitetura construtivista
A arquitectura construtivista foi um movimento na arquitectura moderna que se desenvolveu na União Soviética na década de 1920 e 1930. Aliava os avanços na tecnologia e engenharia sob uma óptica social comunista. Embora dividido por várias facções rivais, o movimento produziu inúmeros projectos pioneiros antes de cair em desgraça por volta de 1932. A sua produção exerceu uma influência considerável nos movimentos de arquitectura do século XX.
Definir o construtivismo
[editar | editar código-fonte]A arquitectura construtivista destacou-se a partir do movimento construtivista nas artes, que se tinha formado a partir do futurismo Russo. A arte construtivista tentava aplicar a visão tridimensional cubista a composições totalmente abstractas e não objectivas através de elementos cinéticos. Após a Revolução Russa de 1917, o movimento foca a sua atenção nas novas exigências sociais e industriais impostas pelo novo regime. Emergiram duas correntes distintas, a primeira encabeçada pelo Manifesto realista de Antoine Pevsner e Naum Gabo, dizendo respeito ao espaço e ritmo; e a segunda representava uma luta dentro do Narkompros, entre os que argumentavam uma "arte pura" e os produtivistas como Alexander Rodchenko, Varvara Stepanova e Vladimir Tatlin, um grupo com maior foco nas questões sociais e que pretendia que a arte fosse incorporada na produção industrial.[1]
Em 1922 ocorre uma separação quando Pevsner e Gabo emigram. O movimento desenvolve-se então seguindo uma visão utilitarista. A maioria produtivista obtém o apoio do Proletkult e da revista LEF, e torna-se mais tarde a influência dominante do colectivo de arquitectura OSA.
Uma revolução na arquitectura
[editar | editar código-fonte]O primeiro e mais conhecido projecto de arquitectura construtivista foi a proposta de 1919 para a sede do Comintern em São Petersburgo, da autoria do arquitecto Vladimir Tatlin, frequentemente referida como Monumento à III Internacional ou Torre de Tatlin. Apesar de nunca ter sido construída, a escolha dos materiais (vidro e ferro), o seu espírito futurista e a sua afirmação política (o movimento dos seus volumes internos simbolizava a revolução do proletariado e a dialética) ditaram o tom para os projectos mais significativos da década de 1920.[2]
Outro projecto relevante do início do movimento foi uma tribuna móvel para Lenine, concebida por El Lissitzky em 1920. Durante a Guerra civil russa, o grupo UNOVIS, centrado à volta de Lissitzky e Kasimir Malevich, desenha vários projectos que fazem o casamento contra-natura da abtracção não objectiva do suprematismo com objectivos mais utilitários, através da concepção de cidades ideais construtivistas.
Galeria
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Habitação colectiva (Nikolai Ladovsky, 1920)
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Edifício Mosselprom (David Kogan, 1923–4)
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Garagem na rua Novoryazanskaya (Melnikov, 1926)
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Edifício Izvestia, Moscow (Grigori e Mikhail Barkhin, 1926)
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Clube da fábrica Svoboda (Melnikov, 1927)
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Clube da fábrica Kauchuk (Melnikov, 1927)
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Apartamentos, Zamoskvorechye, Moscovo (fim da década de 1920)
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Hotel Iset
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Escritórios para fábrica de motores (Ivan Fomin, 1929)
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Edifício Narkomfin (Moisei Ginzburg, 1930)
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Edifício MPS, Moscovo (Ivan Fomin, década de 1930)
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Torre Chernikhov, São Petersburgo (Yakov Chernikhov)
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Garagem Intourist(Melnikov, 1934)
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Instituto Têxtil, Moscovo (1930–8)
Referências
- ↑ Oliver Stallybrass, and Alan Bullock (et al.) (1988). The Fontana Dictionary of Modern Thought (Paperback). [S.l.]: Fontana press. p. 918 pages. ISBN 0-00-686129-6
- ↑ Frampton, Kenneth (2004). Modern architecture — a critical history (Paperback) Third edition ed. [S.l.]: World of Art. p. 376 pages. ISBN 0-500-20257-5
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Reyner Banham, Theory and Design in the First Machine Age (Architectural Press, 1972)
- Victor Buchli, An Archaeology of Socialism (Berg 2002)
- Campbell/Lynton (eds), Art and Revolution (Hayward Gallery, London 1971)
- Catherine Cooke, Architectural Drawings of the Russian Avant-Garde (MOMA, 1990)
- Catherine Cooke, The Avant Garde (AD magazine, 1988)
- Catherine Cooke, Fantasy and Construction – Iakov Chernikhov (AD magazine, vol 59 no 7–8, London 1989)
- Catherine Cooke & Igor Kazus, Soviet Atrchitectural Competitions (Phaidon, 1992)
- Kenneth Frampton, Modern Architecture: a Critical Introduction (Thames & Hudson, 1980)
- Moisei Ginzburg, Style and Epoch (MIT, 1981)
- S. Khan-Magomedov, Alexander Vesnin and Russian Constructivism (Thames & Hudson 1986)
- S. Khan-Magomedov, Pioneers of Soviet Architecture (Thames & Hudson 1988), ISBN 978-0500341025
- Rem Koolhaas, 'The Story of the Pool' (1977) included in Delirious New York (Monacelli Press, 1997) ISBN 978-1885254009
- El Lissitzky, The Reconstruction of Architecture in the Soviet Union (Vienna, 1930)
- Karl Schlögel, Moscow (Reaktion, 2005)
- Karel Teige, The Minimum Dwelling (MIT, 2002)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Heritage at Risk: Preservation of 20th Century Architecture and World Heritage — April 2006 Conference by the Moscow Architectural Preservation Society (MAPS)
- Archive Constructivist Photos and Designs at polito.it
- The Moscow Times' Guide to Constructivist buildings
- Guardian article on preserving Constructivist buildings
- Constructivism in Architecture at Kmtspace
- Campaign for the Preservation of the Narkomfin Building
- Constructivist designs at the Russian Utopia Depository
- Constructivism and Postconstructivism at St Petersburg's Wandering Camera
- Czech Constructivism - Villa Victor Kriz[ligação inativa]
- Commie vs. Capitalist: Architecture - slideshow by Life magazine