Carlos Fico
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Fevereiro de 2023) |
Carlos Fico | |
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Nascimento | 1959 (65 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Historiador Professor |
Prêmios | Prêmio Sergio Buarque de Holanda de Ensaio Social |
Principais interesses | |
Instituições |
Carlos Fico da Silva Júnior[1] é um historiador brasileiro, especialista em História do Brasil República e Teoria da história, com ênfase em temas como ditadura civil-militar (Brasil e Argentina), historiografia brasileira, golpe de 1964, memória, violência.
Em 2008 recebeu o Prêmio Sergio Buarque de Holanda de Ensaio Social da Biblioteca Nacional.[2]
Foi o coordenador da Área de História junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre 2011 e 2018, presidindo as avaliações dos programas de pós-graduação em História brasileiros.[3]
Trajetória acadêmica
[editar | editar código-fonte]É formado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo defendido seu doutorado na mesma área pela Universidade de São Paulo (1996).[4] Sua tese abordou a propaganda política produzida pelo próprio regime militar entre 1964-1977 buscando compreender as representações que se buscava construir no Brasil por parte do próprio governo no contexto.[5] É Professor Titular de História do Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de pesquisador de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.[4]
Reconhecimento internacional
[editar | editar código-fonte]Além de amplo reconhecimento nacional,[6][7][8][9] o historiador é conhecido e citado internacionalmente: no jornal alemão Deutsche Welle (DW) foi citado em artigo que versa sobre o então chamado "fim da impunidade", referindo-se a impunidade dos torturadores da ditadura civil-militar brasileira,[10] além de outros sítios virtuais de língua alemã de menor importância.[11][12] Também é comentado em língua francesa na revista canadense Mondialisation (Globalisação) em artigo sobre a participação dos EUA na instauração da ditadura civil-militar brasileira.[13] Em língua inglesa foi convidado como palestrante principal em universidades como Universidade Brown.[14]
Obra
[editar | editar código-fonte]Em suas pesquisas atuais Fico vem discutindo a construção de diferentes aparatos repressivos e/ou de controle da população no Brasil durante a ditadura civil-militar perpassando temas como a censura, informação e "segurança". Nessa área vem desenvolvido também estudos comparados com outros países latino-americanos, como a Argentina, e também perspectivas conectadas buscando verificar a influência estadunidense durante nas ditaduras no Cone Sul.[15] Recentemente vem articulando essas pesquisas a discussão acerca da ideia de "Utopia Autoritária". Suas pesquisas também são marcadas pelo trabalho com documentos produzidos pelo próprio governo durante a ditadura civil-militar, com especial atenção ao acervo do Departamento de Ordem Política e Social. Desenvolve também pesquisas a respeito destes acervos do período,[4] assim como as diferentes abordagens historiográficas sobre a ditadura civil-militar.[16] Nesse sentido destacam-se também suas reflexões acerca da História do Tempo Presente, ou como ele procura nomear em vários de seus textos "a história que temos vivido",[17] partindo das permanências da ditadura civil-militar no Brasil para promover discussões sobre memória, trauma e reparação na contemporaneidade.
Principais livros
[editar | editar código-fonte]- 1997: Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil (1969-1977)
- 2001: Como eles agiam. Os subterrâneos da Ditadura Militar: espionagem e polícia política
- 2008: O grande irmão: da Operação Brother Sam aos anos de chumbo. O governo dos Estados Unidos e a ditadura militar brasileira
- 2014: O golpe de 1964: momentos decisivos
Referências
- ↑ «Currículo na Plataforma Lattes». 12 de julho de 2019. Consultado em 4 de agosto de 2019
- ↑ BIBLIOTECA NACIONAL 2008.
- ↑ Leal, Bruno (26 de julho de 2017). «Confira o material apresentado por Carlos Fico no Simpósio Nacional de História da Anpuh». Café História. Consultado em 1 de agosto de 2018
- ↑ a b c KMITTA & ARAKAKI 2014, p. 1.
- ↑ FICO 1997.
- ↑ FICO 2014.
- ↑ GABRIEL 2018.
- ↑ OTAVIO 2012.
- ↑ JORNAL NACIONAL 2018.
- ↑ NEHER, GOMES & ESTARQUE 2014.
- ↑ EBNER 2015.
- ↑ SCHNEIDER 2012.
- ↑ DEBIASI & DEBIASI 2006.
- ↑ BROWN UNIVERSITY 2014.
- ↑ MARTINS & et. al. 2014.
- ↑ FICO 2017.
- ↑ FICO 2012.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BIBLIOTECA NACIONAL (2008). «Prêmio Sérgio Buarque de Holanda»
- BROWN UNIVERSITY (2014). «Brazil: From Dictatorship to Democracy Conference. Watson Institute». Consultado em 29 de julho de 2018
- DEBIASI, Carlos; DEBIASI, Estelle (2006). «Pour la première fois on prouve l'implication des États-Unis dans le coup d'État au Brésil le 2 avril 1964. Les États-Unis ont provoqué la dictature au Brésil de 1964 à 1986.». Consultado em 29 de julho de 2018
- EBNER, Ulla (2015). «Militärdiktatur (4) Das Erbe der Diktatur. Radio zum Nachlesen». Consultado em 29 de julho de 2018
- FICO, Carlos (1997). Reinventando o otimismo: Ditadura, propaganda e imaginação social no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas
- FICO, Carlos (2012). «História que temos vivido.». In: VARELLA, Flávia F. Tempo presente e Usos do Passado. Rio de Janeiro: FGV. ISBN 9788522512331
- FICO, Carlos (2014). «Os riscos de uma leitura vitimizadora do golpe de 1964». Consultado em 29 de julho de 2018
- FICO, Carlos (2017). «Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas». Revista Tempo e Argumento. Consultado em 6 de Junho de 2018
- GABRIEL, Ruan de Sousa (2018). «Historiador critica declaração de comandante do exército. Para Carlos Fico, militar deveria ser demitido do cargo». Consultado em 29 de julho de 2018
- JORNAL NACIONAL (2018). «Para EUA, havia corrupção na ditadura brasileira, diz texto da CIA. Documento descreve corrupção como fator que provocava desmoronamento do governo militar e que seria tema usado nas eleições de 1985. Jornal Nacional». Consultado em 29 de julho de 2018
- KMITTA, Ilsyane do Rocio; ARAKAKI, Suzana (2014). «Entrevista com o Professor Dr. Carlos Fico». Revista História em Reflexão. Consultado em 6 de Junho de 2018
- MARTINS, Valter; et. al. (2014). «Ecos de uma ditadura recente: entrevista com Carlos Fico». Revista Anos 90. Consultado em 6 de Junho de 2018
- NEHER; GOMES; ESTARQUE (2014). «"Schluss mit der Straflosigkeit". Nach zweieinhalb Jahren hat die nationale ahrheitskommission in Brasilien ihren Abschlussbericht vorgelegt. Die Bilanz ist bitter: Auch 30 Jahre nach dem Ende der Militärdiktatur wird in Brasilien weiter gefoltert.». Consultado em 29 de julho de 2018
- OTAVIO, Chico (2012). «Governo exagerou ao punir oficiais da reserva, diz historiador. Para Carlos Fico, militares erraram, mas é preciso serenidade». Consultado em 29 de julho de 2018
- SCHNEIDER, Nina (2012). «Brasilien beschweigt die Militärdiktatur: Wird die Wahrheitskommission zum Wendepunkt?». Consultado em 29 de julho de 2018
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Nascidos em 1959
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
- Historiadores do estado do Rio de Janeiro
- Professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Pessoas relacionadas à ditadura militar no Brasil (1964–1985)