Saltar para o conteúdo

Castelo de Vila Viçosa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Castelo de Vila Viçosa
Castelo de Vila Viçosa
Castelo de Vila Viçosa, Portugal: vista de uma das entradas.
Informações gerais
Estilo dominante Gótico manuelino
Construção Século XIV
Promotor D. Dinis
Aberto ao público Sim
Estado de conservação Bom
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional
DGPC 69862
SIPA 3927
Geografia
País Portugal
Localização Conceição
Coordenadas 38° 46′ 48″ N, 7° 24′ 54″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Castelo de Vila Viçosa, Portugal: porta.
Pelourinho no Castelo de Vila Viçosa.
Castelo de Vila Viçosa: aspecto do portão de entrada, fosso, muralha e bastião.

O Castelo de Vila Viçosa é um monumento localizado na freguesia de Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu da vila e município de Vila Viçosa, distrito de Évora, Alentejo, Portugal.[1]

Em posição dominante sobre a vila, nas proximidades da vertente nordeste da serra de Ossa, ergue-se sobre uma colina defendida naturalmente pela ribeira de Ficalho e pela ribeira do Carrascal, afluentes menores do rio Guadiana.

Encontra-se classificado como monumento nacional por decreto publicado em 23 de junho de 1910.[2]


Embora não haja informações seguras, a julgar pelo testemunho de lápides encontradas na região, acredita-se que a primitiva ocupação humana deste local remonte à Invasão romana da Península Ibérica. Por ser vizinha à estrada romana que comunicava Évora a Mérida, alguns autores acreditam que essa ocupação de sua elevação tenha sido concretizada por alguma pequena fortificação.

O castelo medieval

[editar | editar código-fonte]

À época da Reconquista Cristã da península, quando da afirmação da nacionalidade portuguesa, a região foi dominada a partir da conquista de Alcácer do Sal (1217).

Embora não se possa afirmar se uma primitiva povoação foi abandonada e reocupada ou se o seu povoamento cristão foi tardio, é certo que Vila Viçosa recebeu de D. Afonso III (1248-1279) a sua carta de foral, passada a 5 de junho de 1270. Datará, dessa época, o início da construção de seu castelo, a que seu filho e sucessor, D. Dinis (1279-1325), dará um efetivo impulso, terminando a sua edificação e fazendo erguer a cerca da vila.

No reinado de D. Fernando I (1367-1383), a exemplo do que se fez em diversos castelos do Reino, foram feitos importantes melhoramentos na fortificação de Vila Viçosa.

Ao se encerrar a crise de 1383-1385, os domínios de Vila Viçosa integraram a vasta doação feita por D. João I (1385-1433) ao condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, em recompensa pelos serviços prestados.

A vila, por sua vez, passou para o seu neto, D. Fernando, conde de Arraiolos, por doação em 4 de Abril de 1422. Vindo este a se tornar o 2º duque de Bragança e estando habituado às planícies alentejanas, não quis instalar-se no Paço ducal de Guimarães. Assim, fez construir no Castelo de Vila Viçosa um paço, elevando esta localidade à categoria de sede do Ducado de Bragança.

O seu filho, D. Fernando II, 3º duque de Bragança, veio porém a ser acusado pelo rei D. João II de traição, pelo que foi degolado em Évora. Em decorrência, a família seguiu para o exílio em Castela, abandonando o Castelo de Vila Viçosa, onde residia.

Uma vez regressados, o duque D. Jaime I não quis morar no paço ligado à trágica memória do pai e, estando tratado o seu casamento com a fidalga castelhana D. Leonor, filha do duque de Medina Sidónia, fez construir, em 1501, o atual Paço Ducal, onde passou a residir desde o seu matrimónio, no ano seguinte. Ainda por sua determinação, fizeram-se várias obras no castelo, entre as quais os bastiões redondos em estilo italiano e o fosso defensivo.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra da Restauração, o castelo recebeu o reforço de uma nova cintura de muralhas, erguida entre 1663 e 1664, com planta no formato de um polígono estrelado, adaptada à então moderna artilharia. Assim defendida, a vila resistiu vitoriosa ao assalto das tropas espanholas sob o comando do marquês de Caracena, batidas em seguida, em local próximo, pelas tropas portuguesas sob o comando do marquês de Marialva, na batalha de Montes Claros (1665).

O castelo - atualmente propriedade da Fundação da Casa de Bragança - sofreu intervenções de consolidação e restauro em diversos momentos ao longo do século XX, tendo servido durante alguns anos de pousada. Atualmente encontram-se nele instalados o Museu da Caça, onde se encontra a coleção privada de Manuel Lopo Caroça de Carvalho, e o Museu de Arqueologia da fundação.

Características

[editar | editar código-fonte]

O castelo medieval apresenta planta quadrada, com muralhas de cerca de sessenta metros de lado, reforçadas, nos ângulos Oeste e Leste, por grandes torreões de planta circular. A sua face Noroeste e parte da Nordeste eram comuns à cerca da vila. Em seu interior ergueu-se a igreja matriz, sede da primeira paróquia da vila, e que hoje é o importante Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, proclamada padroeira de Portugal em 1646.

A Torre de Menagem só foi erguida sob o reinado de D. Fernando, afastada do castelo, em face de uma porta rasgada a meio do troço Sudoeste da cerca da vila, à qual se ligava por um passadiço.

Delimitando uma área de cerca de três hectares, a cerca da vila, de planta pentagonal irregular, é rasgada por diversas portas, entre as quais a chamada "Porta de Évora", a "Porta de Estremoz" e a "Porta de Olivença".

Referências

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Castelo de Vila Viçosa